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Introdução
A autora introduz o livro com os passos iniciais da preparação das festas juninas que, com
uma atmosfera particular, iniciam-se com antecedência nos locais onde serão comemoradas.
Somado ao cenário, adiciona-se outros elos que contribuem para a força dessa corrente
chamada de tradição junina. Comidas típicas, vendedores ambulantes variados, turistas,
hippies, todos vêm nesse evento uma oportunidade, seja ela cultural ou econômica. Vale
ressaltar, primeiramente, a sustentação dessa tradição, especificamente em Campina Grande-
Paraíba, buscando destrinchar o que legitima a sua existência e a sua importância para aqueles
que lá vivem. Cabe destacar, posteriormente, os sentidos múltiplos que essa festa possui. A
autora questiona a forma como essa tradição foi mantida e estabelecida nos centros urbanos,
pois seria ela uma festa associada popularmente não só ao Nordeste como também ao meio
rural. Por fim, a autora trata das estratégias políticas dos representantes locais para associar a
festa aos seus perfis políticos e cita como os meios de comunicação atuam para o desfecho
desse ciclo de maneira bem sucedida.
O Palhoção
Capítulo 2 – Uma festa para ser vista
A autora inicia o capítulo com um trecho do jornal da
Paraíba de 1990, que “apresenta” Campina Grande – maior ponto turístico do Nordeste;
Maior São João do Mundo – aos turistas: muitas atrações, barracas, uma criação imaginária da
cidade.
A festa é prática, é movimento, é efervescência, por isso as atrações: para compor a dinâmica
da festa. A definição da programação é o que marca a frequência de festeiros (turistas) na
festa.
As Quadrilhas são o grande ícone das festas juninas. Apesar disso, são elas que trazem a visão
matuta sobre a festa, pelos trajes “caipiras” típicos da festa junina. Trazem ainda a ideia de
que a festa junina é um evento inocente, e exótica com uma mistura de humor e simplicidade.
Essas quadrilhas servem como instrumento de socialização e aprendizado na instituição do
imaginário da festa junina. Nas escolas, confraternizações de alunos, famílias, professores.
Arrastões, desfiles
juninos, passeatas, caminhadas, disputas são
dinâmicas da festa junina em sua versão urbana, são atrações inventadas, fabricadas, para dar
finalidade ao evento.
A Corrida da Fogueira, em Campina Grande, é uma prática desportiva, que não possui relação
com o modelo da tradição da festa junina, é inventada no meio urbano para transformar uma
simples e corriqueira competição, em atração junina. O mesmo ocorre com a Corrida do
Jegue, que imprime sentido anedótico, humorístico à festa junina.
Criado durante a festa do Maior São João do Mundo no ano de 1989, o passeio no Trem
Ferroviário surge como a grande atração do festejo junino em Campina Grande. Seguindo o
mesmo recurso de inventar atrações para “turista ver” e participar, é criado, no ano de 1991,
em Campina Grande, o passeio na Marinete do Forró. Trata-se de uma viagem de ônibus, cuja
atração é um açude no qual os festeiros podem se banhar.