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PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO CULTURAL:CULTURA, DESENVOLVIMENTO E

MERCADO
Economia da Cultura e Economia Criativa

AVALIAÇÃO INDIVIDUAL DE RECUPERAÇÃO

Nome: Ivy Marins Brum Viana de Souza


Turma: 2103

Enunciado: O Brasil é um país de grandes contradições. Ao mesmo tempo em que tem


um vasto, encantador e produtivo território, com um povo acolhedor e trabalhador, tem
também muitos problemas como a desigualdade econômica e social. Atividades e
eventos artísticos, como o Carnaval, por exemplo, a maior festa popular do país, são
capazes de levar alegria e aproximar pessoas de níveis sociais e econômicos diferentes.
Pessoas que estão dispostas a “curtir” os desfiles das escolas de samba, participar das
superproduções dos camarotes, acompanhar os trios elétricos e até os tradicionais
bloquinhos de rua, que ganham adeptos a cada ano. É essa função social que o torna
um evento tão importante para os brasileiros, ainda que seja de formas diferentes nas
diversas regiões do Brasil. No Brasil, os carnavais de cidades como Rio de Janeiro e
São Paulo, e em muitas cidades do Nordeste tem ganhado cada vez mais repercussão
nacional e internacional, e nos permitem refletir sobre o impacto social e econômico
que o carnaval pode gerar no Brasil, a partir da geração de produtos e serviços
associados à economia da cultura e à economia criativa. Neste contexto, por que
podemos dizer que o carnaval é capaz de movimentar, toda uma cadeia da economia
criativa e da cultura? Pensando na sua cidade ou região, que tipo de impacto o
carnaval gera?
Título: O Carnaval da Capital do Rio de Janeiro movimenta a cidade o ano inteiro.

Introdução

O carnaval brasileiro, conhecido mundialmente, possui uma diversidade da


sua manifestação espalhada por cada território brasileiro. Em cada estado tem suas
características mais comuns e popularmente conhecidas. No Rio de Janeiro é
conhecimento principalmente pelos desfiles das Escolas de Samba no Sambódromo
na Marquês de Sapucaí, no centro da cidade do Rio de Janeiro. Inaugurado em 1984,
o Sambódromo do Rio de Janeiro, também conhecido como Passarela do Samba,
passou a ser o palco do desfile das Escolas de Samba dos grupos principais, sendo
considerado o maior espetáculo da Terra.
Com toda essa popularização do Carnaval do Rio de Janeiro não é difícil
imaginar que o período do Carnaval movimenta um capital econômico, social e
cultural muito significativo, devido ao alto número de turistas que visitam a cidade
nesta época do ano e a relevante quantidade de possibilidades de empregos que
giram em torno da cadeia produtiva do carnaval. Porém, o que gostaria de focar
neste texto é do quanto o carnaval movimenta a cidade do ponto de vista econômico,
social e cultural durante todo o ano.
Durante todo ano o carnaval gera emprego, renda e uma articulação
sociocultural comunitária importantíssima para os territórios e para a cidade de
forma mais ampla. Pois, as Escolas de Samba se preparam o ano todo para o desfile
no Sambódromo, fazendo escolhas de samba, ensaios nas quadras e nas
comunidades, ensaios de rua, etc. Além dos eventos pontuais que movimentam a
economia, tem o capital cultural que se movimenta nestes movimentos gerado pelo
carnaval, que se configura como uma organização das próprias comunidades na
reflexão, crítica e elaboração de todo material criativo, sendo eles de música, dança,
artesanato, culinária, entre outros. Gerando uma cadeia criativa que têm se
consolidado uma economia criativa gerada em torno do carnaval.

Desenvolvimento

Muitas são as teorias que se estabeleceram ao longo do tempo sobre a cultura e o


que ela representa socialmente. Com a organização de uma sociedade capitalista, muitas
teorias e práticas também se estabeleceram relacionando a cultura com uma cadeia
econômica que se forma a partir das manifestações culturais. Com o processo colonizador
foi se convencionando que cultura estava relacionada a uma manifestação hegemônica de
visão de mundo e ao que era ensinado em meios de educação formal, porém “o universo
cultural não está relacionado simplesmente à educação formal, mas também à vivência
familiar e comunitária” (JIMENEZ, 2018). Nessa perspectiva que destaco o quanto o
carnaval movimenta uma rede cultural durante o ano todo, na medida em que organiza e
transmite os seus saberes nas suas comunidades durante todo o ano, contando com a
contribuição de todos os envolvidos.

Durante o ano inteiro, milhares de pessoas de diferentes profissões –


ferreiros, costureiras, artistas plásticos, profissionais de limpeza, seguranças,
carnavalescos e cantores, entre outras – trabalham nos barracões e quadras
das escolas de samba. Esse importante setor movimenta muito dinheiro e
gera milhares de empregos. Segundo dados da Riotur, o Carnaval de 2020
impactou R$ 3,8 bilhões na economia do Rio de Janeiro, com mais de um
milhão e meio de turistas na cidade e a ocupação da rede hoteleira em mais
de 90% durante o período carnavalesco.

Para que a festa das escolas de samba culmine durante o período de carnaval nos
desfiles das escolas de samba, muito trabalho é realizado nas comunidades de cada escola
em diferentes fazeres da cultura na concepção e confecção do carnaval que vai para a
avenida. De modo geral podemos dizer que o carnaval se inicia com a escolha do samba
que será trabalhado pela escola. De qual será a temática trabalhado e qual o nome terá. Só
esta organização já é necessário que muitos trabalhadores se dediquem a refletir e
organizar como isso será apresentado, qual a relevância de se falar disso e qual a
mensagem a comunidade quer trazer. Após essa etapa, também é feita a escolha do samba-
enredo, que é a composição musical que apresenta o samba apresentado pela escola. Esta
etapa da escola do samba-enredo também gera uma série de trabalhadores, pois movimenta
diversos compositores e instrumentistas, além das festas que ocorrem para esta escolha e
apresentação do samba, que também incluem trabalhadores, com venda de ingressos,
vendo de comida, etc. Outra importante etapa que preenche o calendário de atividade do
carnaval das escolas de samba durante todo ano, são os ensaios de rua, que para além da
movimentação cultural e econômica gerada, ainda ajuda a incentivar a venda de fantasias
para turistas e pessoas que desejam desfilar com a escola no dia do carnaval.
Durante todo o período do ano, após a escolha do samba, os barracões das escolas
de samba trabalham o ano inteiro na confecção do desfile, o que envolve trabalho de
figurinistas, costureiras, aderecistas, ferreiros, artistas das artes cênicas, etc. Toda esta rede
cultural aqui destacada gera um movimento de trabalho criativo e econômico.

Criatividade é uma palavra de múltiplas definições. Todas, entreta nto,


remetem inexoravelmente à capacidade de o ser humano não só criar o novo,
mas reinventar, quebrar paradigmas, equacionar, com sensibilidade, soluções
para novos e velhos problemas, mantendo certo grau de inconformismo,
facilidade na elaboração de hipóteses e uma dose de audácia para empreender
novos caminhos. Em termos econômicos, é como um combustível
permanentemente renovável. (JIMENEZ, 2018, p.13)

Assim, é possível considerar que as escolas fazem um trabalho criativo na


elaboração dos temas e na forma de sua apresentação, compondo a cadeia da economia
criativa na cidade do Rio de Janeiro. Gerando benefícios econômicos para a cadeia
artística, pois geram um alto número de empregos, com significativos impactos sociais.

Considerações Finais

Podemos perceber o significativo impacto econômico, social, cultural e sustentável


que o carnaval movimenta durante todo o ano. Com isso, é relevante destacar a capacidade
de organização e gestão das próprias comunidades e escolas de samba na organização e
execução desses fazeres. Por este motivo também se torna importante destacar como é
necessário que estes espaços continuem recebendo fomentos públicos adequados para
movimentar estes saberes.

Referências bibliográficas

BALASSIANO, Marcel: A importância do Carnaval para a Economia do Rio de


Janeiro. Portal FGV, 2020. Disponível em: <https://portal.fgv.br/artigos/importancia-
carnaval-economia-rio-janeiro>. Acesso em: 28 jun 2022.

JIMENEZ, Rita. Economia da cultura e economia criativa. São Paulo: Editora Senac
São Paulo, 2018. (Coleção Universitária.)
Esta atividade deverá ser entregue no item Avaliação Individual do menu principal

Indicadores de avaliação

Apresentação de uma introdução clara, contextualizando o trabalho e o que irá abordar no trabalho. 3,0 pontos

Apresenta uma resposta para as duas perguntas do enunciado, articulando argumentos coerentes e3,0 pontos
embasados com conteúdo abordados por autores da disciplina.

O trabalho apresenta um fechamento adequado, onde o aluno resgata os principais pontos do texto. 2,0 pontos

Coesão e coerência textual (utilização da norma padrão da Língua Portuguesa), apresenta as2,0 pontos
referências bibliográficas utilizadas .

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