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RESUMO
O presente artigo analisa a importância do discurso verbal no protes-
tantismo em geral e na tradição reformada ou calvinista em particular. Mais
especificamente, trata de alguns aspectos relacionados com a pregação dos
primeiros pastores e missionários presbiterianos que atuaram no Brasil. O
artigo inicia com algumas considerações acerca do tema na história do
movimento reformado, tanto europeu quanto norte-americano, com ênfase
especial ao puritanismo. Em seguida, são abordados vários aspectos refe-
rentes à formação recebida pelos primeiros missionários presbiterianos que
trabalharam no Brasil e a influência que exerceram sobre as primeiras gera-
ções de ministros nacionais. O enfoque principal do estudo recai sobre a
prática da publicação de sermões nos primeiros tempos da obra presbiteri-
ana no Brasil, como um meio de suprir de material homilético de boa quali-
dade para as igrejas isoladas e carentes de obreiros do interior. O artigo se
detém de modo especial no levantamento de um antigo periódico eva n g é l i-
co brasileiro voltado especificamente para a publicação de sermões, o
Púlpito Evangélico (1888-1900), produzido pelos missionários da Igreja do
Sul dos Estados Unidos, a PCUS. Sem entrar na análise homilética e teoló-
gica dos sermões propriamente ditos, a pesquisa destaca as principais carac-
terísticas do valioso periódico e faz uma classificação temática de quase 150
sermões publicados pelo mesmo.
* O autor é mestre em Novo Testamento (S.T.M., Andover Newton Theological School, Newton
Centre, EUA) e doutor em História da Igreja (Th.D., Boston University School of Thelogy). É profes-
sor de História da Igreja no Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper, em São Paulo, e
historiador da Igreja Presbiteriana do Brasil.
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PALAVRAS-CHAVE
Tradição reformada, Bíblia, Pregação, Homilética, Presbiterianismo no
Brasil, Publicação de sermões, Púlpito Evangélico.
I. INTRODUÇÃO
Desde o século 16, a ênfase à palavra falada e escrita tem sido um dos
elementos mais distintivos da mentalidade protestante. Em contraste com o
catolicismo, com a sua grande complexidade simbólica e ritualística, a espiri-
tualidade protestante clássica é despojada, comedida, austera. Carentes de
outras formas de expressão, os protestantes acabaram dando uma ênfase
maciça à comunicação verbal através de seus escritos, de seus hinos e de suas
pregações. A antipatia da mentalidade protestante pelo ritual pode ser vista
até mesmo na área sacramental. Além de aceitarem apenas dois sacramentos,
os herdeiros da Reforma dão ênfase não aos elementos materiais em si (pão,
vinho, água), mas ao seu significado espiritual, e o fazem por meio de muitas
explicações, de um discurso elaborado.
Mais especificamente, os protestantes valorizam a “Palavra”, isto é, a
Escritura Sagrada. Outra vez em contraste com a Igreja Católica, que baseia
as suas convicções no tripé composto por Escritura, Tradição e Magistério, o
protestantismo se concentra de modo especial na Bíblia, embora não deixe de
ter as suas próprias formas de tradição e magistério eclesiástico. A Escritura
se torna, no universo protestante, o ponto focal da teologia, do culto e da vida
espiritual. Todos os aspectos da vida cristã, quer individual, quer comunitária,
são analisados e entendidos com referência à Palavra de Deus.
A centralidade da “Palavra” e da “palavra” se evidenciou em muitas
áreas, mas especialmente no culto, a manifestação mais visível e concreta da
vida da igreja. Em virtude da sua importância capital, a Escritura precisava
ser estudada, interpretada e ensinada. Daí a tremenda ênfase dada ao púlpito
e à pregação na vida das igrejas da Reforma.1 Os pastores passaram a ser de-
signados especificamente como os “ministros da Palavra” (minister verbum
Dei ou minister verbi divini). Suas funções mais importantes eram pregar a
Palavra e ministrar os sacramentos. Na tradição reformada ou calvinista, a
“fiel exposição da Palavra” passou a ser a primeira e a mais importante das
marcas da igreja. Essas ênfases foram levadas pelos missionários aos países
em que trabalharam.
O objetivo deste artigo é fazer uma análise introdutória da pregação dos
primeiros obreiros presbiterianos do Brasil, tanto estrangeiros quanto nacionais.
Inicialmente são feitas algumas considerações sobre a pregação na tradição
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2 Apud HUDSON, Winthrop S., The ministry in the Puritan age, em NIEBUHR e WILLIAMS,
The ministry in historical perspectives, p. 185.
3 Na primeira metade do século 19, outros dois pregadores da Igreja da Escócia se destacaram
grandemente: Thomas Chalmers (1780-1847) e Robert Murray McCheyne (1813-1843). Na segunda
metade daquele século, adquiriu grande notoriedade na Inglaterra o batista reformado Charles Haddon
Spurgeon (1834-1892).
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4 Sobre a pregação dos puritanos, ver TURNBULL, Ralph G. Puritan preaching, em TURNBULL,
Ralph G. (Ed.). Baker’s dictionary of practical theology. Grand Rapids: Baker, 1967. p. 34-38; e BI-
CKEL, Bruce. Light and heat: the Puritan view of the pulpit. Morgan, PA: Soli Deo Gloria, 1999.
5 Os sermões de vários desses pregadores podem ser encontrados em ALEXANDER, Archibald
(Comp.). Sermons of the Log College. Reprint. Ligonier, PA: Soli Deo Gloria, 1993 (1855). Essa obra foi
publicada originalmente sob o título: “Sermons and essays by the Tennents and their contemporaries”.
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6 AHLSTROM, Sydney E. A religious history of the American people. New Haven: Yale
University Press, 1972. p. 462. Os estudiosos observam que esse crescimento poderia ter sido ainda
maior, como aconteceu com os metodistas e os batistas, se a preparação dos pastores presbiterianos não
fosse tão rigorosa e prolongada. Outros dados estatísticos desse período podem ser encontrados em
LINGLE, Walter L. Presbyterians: their history and beliefs. Rev. ed. Richmond, Virginia: John Knox
Press, 1960. p. 80.
7 Essa obra histórica está sendo traduzida pelo Rev. Valter Graciano Martins e deverá ser publi-
cada ainda este ano pela Editora Cultura Cristã.
8 Ibid., 463. Curiosamente, na época de Simonton havia queixas de que Princeton estava propor-
cionando aos seus estudantes uma educação excessivamente acadêmica, em detrimento da formação
especificamente pastoral, particularmente na área da pregação. Ver CALHOUN, David B. Princeton
Seminary. Vol. 1: Faith and learning, 1812-1868. Edinburgh: Banner of Truth, 1994. p. 372-374.
9 Ver NOLL, Mark A. A history of Christianity in the United States and Canada. Grand Rapids:
Eerdmans, 1992. p. 235-237. Robert L. Dabney sugeriu à Igreja do Sul o início da missão no Brasil e
um sobrinho seu, John W. Dabney, foi missionário em Campinas. Sobre Thornwell, ver o capítulo
James Henley Thornwell: Logic on fire, em KELLY, Douglas F. Preachers with power: four stalwarts
of the South. Edinburgh: Banner of Truth, 1992. p. 59-83.
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10 O catálogo da Escola Americana para 1885-1886 informa que o Curso Superior (teologia)
incluía, entre outras, as disciplinas “Homilética” e “Eloqüência sagrada”. RIBEIRO, Boanerges. A igre-
ja presbiteriana no Brasil: da autonomia ao cisma. São Paulo: O Semeador, 1987. p. 217. As mesmas
matérias já faziam parte há vários anos do programa de estudos dos candidatos ao ministério do
Presbitério do Rio de Janeiro. Ver RIBEIRO, Boanerges. Protestantismo e cultura brasileira. São
Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1981. p. 355s.
11 Sobre a formação dos primeiros pastores presbiterianos brasileiros, ver RIBEIRO, Protestan-
tismo e cultura brasileira, p. 257-264; e especialmente, do mesmo autor, Igreja Evangélica e República
Brasileira (1889-1930). São Paulo: O Semeador, 1991. p. 193-209. Nesta última obra, Ribeiro pondera:
“A Teologia de Princeton modelou a prédica, a polêmica e a ação pastoral dos introdutores presbite-
rianos da Reforma no Brasil”. Ibid., p. 201.
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12 LESSA, Vicente Temudo. Annaes da 1ª Egreja Presbyteriana de São Paulo: subsídios para a
história do presbyterianismo brasileiro. São Paulo, 1938. p. 289. O Rev. Smith por vezes era muito
dramático no púlpito. Certa vez ele pregava sobre os dois anjos que foram retirar Ló e sua família de
Sodoma antes da destruição da cidade (Gênesis 19). A certa altura, para ilustrar o que dizia, agarrou o
braço do Rev. Alberto Zanon, que o acompanhava no púlpito, e disse: “Sai, Ló; sai, Ló”. O Rev. Zanon
ficou firme, como quem não queria arredar o pé, o que causou grande riso no auditório.
13 Ibid., p. 90. Pitt foi ordenado dois anos mais tarde, mas faleceu sete meses após a ordenação.
14 FERREIRA, Júlio Andrade. História da Igreja Presbiteriana do Brasil. 2ª ed. São Paulo: Casa
Editora Presbiteriana, 1992. Vol. II, p. 109.
15 SIMONTON, Ashbel G. O Diário de Simonton: 1852-1866. 2ª ed. rev. e ampl. por Alderi S.
Matos. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2002. p. 96 (14-10-1855).
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V. O PÚLPITO EVANGÉLICO
Como foi dito alguns parágrafos atrás, os dois principais meios utiliza-
dos pelos pioneiros presbiterianos brasileiros para divulgar a sua mensagem
foram a pregação e a página impressa. Muitas vezes houve uma fusão desses
dois recursos, através da publicação de sermões. Isso ocorreu desde o início,
por várias razões. Em primeiro luga r, havia um feito multiplicador: os serm õ e s
publicados atingiam um público mais amplo que os auditórios modestos das
primeiras igrejas. Em segundo luga r, esses sermões serviam de auxílio aos
pregadores leigos, candidatos ao ministério e outros pastores. Em muitos
locais não havia um ministro ordenado para dirigir os cultos e o dirigente leigo
podia ler um sermão escrito, para o melhor proveito dos ouvintes. Em terceiro
lugar, havia a preocupação de preservar bons sermões para a posteridade. Os
únicos textos publicados que muitos pastores deixaram foram serm õ e s .20
O segundo periódico evangélico e presbiteriano do Brasil, O Púlpito
Evangélico, tinha especificamente esse objetivo.21 Foi publicado pelo Rev.
Emanuel Vanorden, obreiro da Igreja do Norte, inicialmente em São Paulo e
depois no Rio de Janeiro. Saíram 24 números, de janeiro de 1874 a dezem-
bro de 1875. Esse valioso jornal publicou sermões de missionários e pastores
da época, na seguinte ordem: Emanuel Vanorden, José Manoel da Conceição,
Francis Schneider, Alexander Blackford, George N. Morton, Edward Lane,
George Chamberlain, Modesto Carvalhosa, Miguel Torres, John B. Howell e
Ashbel G. Simonton.22 Incluiu a série de sermões pregados na inauguração
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27 Para maiores informações sobre vários desses personagens, ver WEBBER, F. R. A history of
preaching in Britain and America. Part three. Milwaukee, Wisconsin: Northwestern Publishing House,
1957.
28 MATOS, Pioneiros presbiterianos do Brasil, p. 226-230. G. W. Thompson foi o primeiro mis-
sionário de Campinas a ser vitimado pela febre amarela.
29 Contribuíram com um sermão cada, da Igreja do Sul, os missionários Edward Lane, Frank
Cowan, George Henderlite, Horace Allyn, John Boyle e William Bedinger, e, da Igreja do Norte, os
Revs. Francis Schneider e Thomas Porter.
30 Contribuíram com um sermão cada os Revs. Franklin do Nascimento, João Batista de Lima,
João Vieira Bizarro, José Francisco Primênio da Silva, Modesto Carvalhosa e Zacarias de Miranda.
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VI.I. As Escrituras
Evidentemente, quase todos os sermões da coletânea tecem alguns
comentários sobre as Escrituras, mas alguns tratam especificamente dessa
doutrina. Um deles mostra como as Escrituras dão testemunho da sua própria
veracidade e autenticidade (“A Bíblia é a sua própria testemunha”, 05/1888);
outro mostra as características que colocam a Bíblia acima dos livros das
demais religiões (“A Escritura Sagrada”, 02/1892); ainda outros abordam a
veracidade do testemunho dos apóstolos (“As testemunhas de Jesus”,
11/1888), a eficácia da Escritura (“A eficácia da Palavra de Deus”, 09/1892)
e uma distinção clássica no conceito de revelação (“A revelação natural e a
revelação escrita”, 07/1900). Miguel Torres também discorre sobre as vir-
tudes da Palavra em “O evangelho eterno” (01/1891).
VI.II. Deus
Vários sermões abordam a temática do amor de Deus, tais como “O
amor de Deus para com os pecadores” (02/1888), “A última expressão do
amor de Deus para com o mundo” (04/1888) e “O amor de Deus realçado
pela consideração da indignidade do seu objeto” (05/1889). Dois sermões
abordam especificamente a temática de Deus como refúgio para os que
sofrem: “A segurança dos oprimidos que buscam a Deus” (11/1892), “Deus
como refúgio das almas sofredoras” (02/1896). Também se concentram no
Ser Divino os textos “A voz mansa e delicada” (11/1895) e “Deus e a idola-
tria” (06/1895).
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37 Pregado pelo Rev. C. R. Hemphill perante a Assembléia Geral da Igreja do Sul, reunida em
Nashville, Tennessee. Texto: Romanos 15.30.
38 Sermão de licenciatura de Álvaro Reis, pregado em 2 de setembro de 1888 em Campinas, per-
ante o Presbitério de Campinas e Oeste de Minas. Texto: Atos 4.12. Ver MATOS, Pioneiros presbiteri-
anos do Brasil, p. 367.
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39 S e rmão de ordenação de Álvaro Reis, pregado no dia 2 de setembro de 1889 em São João da Boa
Vista, perante o Presbitério de Minas, presidido pelo Rev. Miguel Torres. Texto: Mateus 22.37. Ibid.
40 Pregado pelo Rev. Leônidas Silva em 29 de outubro de 1889, na Igreja Presbiteriana de Sal-
vador, da qual era pastor o Rev. Alexander L. Blackford. O Púlpito Evangélico (janeiro 1889), p. 1.
41 Pregado pelo Rev. Zacarias de Miranda em São Paulo, no dia 25 de agosto de 1887, na abertu-
ra da reunião do Presbitério do Rio de Janeiro, do qual o autor era moderador. Texto: Esdras 1.3. O
Púlpito Evangélico (março 1889), p. 239 (nota).
42 Pregado pelo Rev. Eduardo Carlos Pereira em Lorena, em 9 de junho de 1881. Texto: Mateus
28.19. Ibid. (março 1890), p. 40 e Índice.
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VI.IX. Escatologia
Certos aspectos da doutrina das últimas coisas também foram contem-
plados por alguns sermões: “Onde comparecerão o ímpio e o pecador?”
(11/1890), “A parábola da cizânia” (03/1892), “O precursor” (10/1893), “A
herança gloriosa dos santos” (01/1894), “A bem-aventurança dos mortos”
(01/1895) e “Esperando a vinda do Rei” (04/1896).
CONCLUSÃO
Os pioneiros presbiterianos do Brasil foram herdeiros de uma nobre e
longa tradição de apreço pelas Escrituras, bem como de estudo e ensino das
mesmas. A presente análise teve o propósito de mostrar um dos recursos uti-
lizados por esses pioneiros para a proclamação da Palavra – a publicação de
sermões – algo que visava prioritariamente suprir as necessidades dos vastos
campos missionários carentes de obreiros. Essa preocupação encontrou a sua
expressão mais notável no periódico Púlpito Evangélico, a maior e mais sig-
nificativa coletânea de sermões publicada pelos presbiterianos brasileiros no
século 19. Esse singelo mensário preservou para a posteridade a pregação de
43 Proferido pelo Rev. John Hall no templo maçônico de Nova York, no dia 23 de fevereiro de
1896. Texto: 1 Pedro 3.15. Ibid. (março 1897), p. 50.
44 Pregado pelo Rev. Samuel R. Gammon perante o Presbitério de Minas, reunido em São João da
Boa Vista em julho de 1898, quando da ordenação dos licenciados Henrique Vogel e Laudelino de
Oliveira Lima. Texto: 2 Coríntios 5.14,15. Ibid. (dezembro 1898), p. 42
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ABSTRACT
This article analyzes the importance of verbal discourse in Protestan-
tism in general and in the Reformed or Calvinist tradition in particular.
Specifically, it deals with some aspects related to the preaching practices of
the first Presbyterian pastors and missionaries in Brazil. The article starts
with some considerations on this subject in the history of the Reformed
movement both in Europe and North-America, with a special emphasis on
Puritanism. Then it addresses various aspects connected to the training
received by the first Presbyterian missionaries who came to Brazil, as well as
the influence they exerted on the first generations of national ministers. The
main focus rests on the practice of publishing sermons in the initial stages of
Presbyterian work in Brazil, as a means to provide good-quality homiletic
materials to isolated congregations in the interior of the country. More
pointedly, the author turns his attention to Púlpito Evangélico (1888-1900),
an old periodical designed for the publication of sermons, which was issued
by missionaries of the Southern Presbyterian Church (PCUS). Without
undertaking a homiletic and theological analysis of the sermons themselves,
the research highlights the main traits of this invaluable periodical and pro-
vides a thematic classification of almost 150 sermons it published.
KEYWORDS
Reformed tradition; Scripture; Preaching; Homiletics; Presbyterianism
in Brazil; Publication of sermons; Púlpito Evangélico.
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