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A abdução de Plínio Bragatto

Walter Andrade

A abdução de Plínio Bragatto


O mistério ainda não desvendado

Opera Editorial
© desta edição, Opera Editorial

Conselho editorial: Moacir Calarga e Célio Peliciari Revisão ortográfica: Célio Peliciari
Projeto gráfico: Moacir Calarga Diagramação: Célio Peliciari

Índices para catálogo sistemático:


1. Abdução e contato : Discos voadores : Ufologia 001.942 Eliete Marques da Silva -
Bibliotecária - CRB-8/9380

É vedada a reprodução de qualquer parte deste livro sem a expressa autorização da editora

1º edição, fevereiro de 2022

Opera Editorial Araraquara - SP


operaeditorial.com.br
operaeditorial@gmail.com
SUMÁRIO

DEDICATÓRIA

AGRADECIMENTOS

APRESENTAÇÃO

PREFÁCIO

CAPÍTULO I - REUNIÃO DE PAUTA

CAPÍTULO II - A ENTREVISTA COLETIVA

CAPÍTULO III - O PLANETA DESCONHECIDO

CAPÍTULO IV - AS EXPERIÊNCIAS CORPORAIS

CAPÍTULO V - OS ESPECIALISTAS

CAPÍTULO VI - A NOVA ENTREVISTA COLETIVA

CAPÍTULO VII - A PRIMEIRA CONFERÊNCIA SOBRE OVNIS

CAPÍTULO VIII - OS ESCOLHIDOS

CAPÍTULO IX - HISTÓRICO DAS ABDUÇÕES

CAPÍTULO X - O MISTÉRIO DO OBJETO APRESENTADO

CAPÍTULO XI - O ABDUZIDO É ENCONTRADO EM MONTES


CLAROS

CAPÍTULO XII - O DELEGADO DE POLÍCIA

CAPÍTULO XIII - A HOMENAGEM

CAPÍTULO XIV - OS RELATOS


CAPÍTULO XV - EPÍLOGO

SOBRE O AUTOR
DEDICATÓRIA
À memória da minha mãe Lourdes Helena Silva Andrade, que tanto
me inspirou, estimulou e incentivou. À memória do meu primo Evandro
Lafayete Barbosa que acreditou até o fim na abdução de Plínio Bragatto. À
minha esposa e filhos, minha irmã e meu pai. Mas é dedicado também aos
colegas do jornalismo, sobretudo a velha guarda.
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos amigos Toninho Coelho, Ivanor Tassis, Márcio
Tavares, ao amigo Clóvis Costa, a arquiteta Lúcia Ribeiro Aguilar, ao site
DefesaNet, ao amigo jornalista Sander Neves, ao delegado e escritor Castelar
de Carvalho Leite e, claro, ao jornalista e parceiro José Marcelo.
APRESENTAÇÃO
Em Abdução de Plínio Bragatto, Walter Andrade nos proporciona
deliciosas viagens. A primeira nos leva a Marte, pela história do marceneiro
aposentado que, ao ser abduzido, juntou-se aos ETs em um disco voador, mas
que ao ser devolvido à Terra foi deixado em Montes Claros, outra cidade
mineira tão quente quanto Governador Valadares. Talvez nossos visitantes se
orientem pelo termômetro e pelo cheiro do pão de queijo.
A segunda registra a memória da imprensa e dos jornalistas
Valadarense dos anos 1990. Por fim, Walter nos faz viajar pelas histórias
resgatadas de ETs e Ovnis ao redor do mundo, em um texto envolvente,
como uma típica prosa mineira. Há outras viagens nessa obra, mas essas eu
deixo para você descobrir. Boa leitura!

José Marcelo dos Santos


Jornalista
PREFÁCIO

Márcio Tavares*

Um grande mistério mobilizou a comunidade de Governador


Valadares nos idos de 1996. No final daquele ano, marcado pelo massacre a
um grupo de trabalhadores Sem Terra, em Eldorado dos Carajás, pela
tragédia que resultou na morte dos integrantes do grupo Mamonas Assassinas
e por um fato pitoresco que permaneceria na memória coletiva até os dias de
hoje, o relato de duas jovens que teriam avistado um ser extraterrestre na
cidade mineira de Varginha, com repercussão nacional o caso do “E.T. de
Varginha", aconteceu também em Minas Gerais outro caso curioso e
inexplicável. Um cidadão, chamado Plínio Bragatto, desapareceu em
Valadares e seis horas depois foi encontrado na cidade de Montes Claros, no
norte mineiro.
Bragatto, que subia no Pico da Ibituruna, um majestoso monte que
domina a paisagem valadarense, alegou ter sido abduzido por extraterrestres
que terminaram deixando-o a 507 quilômetros dali. O marceneiro afirmou
que estava sentado no morro quando teria sido abordado por seres de outro
planeta: “Eu estava sentado no morro e o disco apareceu aqui. Ele ocupou
toda a estrada. A primeira pessoa desceu e me convidou para ir até Marte. Eu
fui”.
A história fantástica da abdução de Plínio Bragatto gerou intenso
debate na cidade e foi acompanhada de perto pelos jornais e pela polícia.
Afinal, explicar como o marceneiro tinha parado a nove horas de distância
por estrada de onde alegava era complicado, desafiava a razão. Os policiais
fizeram até mesmo um retrato falado dos seres que teriam levado Bragatto
para sua viagem na nave interestelar.
Walter Andrade foi um dos jornalistas que acompanhou a história de
perto. A partir das páginas do jornal Bom Dia Leste, trouxe para os leitores
ávidos por novidades os detalhes da aventura do marceneiro. Com escrita
fluída e abusando do conhecimento da personagem e do contexto, Andrade
traz com minúcias o processo e os mistérios até hoje irresolutos.
A história contada nesse livro marcou tão profundamente a memória
da cidade de Governador Valadares que, atualmente, no local onde Plínio
Bragatto teria sumido, no alto do Pico Ibituruna, instalou-se um monumento.
Apropriadamente uma réplica, em tamanho menor de acordo com o
marceneiro, da nave que teria abduzido o cidadão que se tornaria ilustre.
Muitas vezes, a vida real parece mais recheada de mistérios e
reviravoltas que a ficção. Comprovar que Bragatto foi realmente levado por
extraterrestres, examinado e em seguida deixado longe de casa é praticamente
impossível, mas atentar para sua história é um exercício maravilhoso de
encontro com o desconhecido para o qual podemos estar abertos vez por
outra. A narrativa de Walter Andrade nos coloca dentro dos acontecimentos
ao melhor estilo jornalístico, mas atenta para a profunda fragilidade humana
que perpassa a história desse episódio fantástico da abdução da Plínio
Bragatto.
Fica o convite a sermos abduzidos pelo texto primoroso de Walter
Andrade e nos encantamos com esse relato incrível que abalou Governador
Valadares e até hoje divide opiniões.
*Márcio Tavares (1985). Historiador, curador de arte e gestor cultural. Graduado e Mestre
em História pela Universidade Federal do Rio Grande Sul (UFRGS) e Doutor em Arte pela
Universidade de Brasília (UnB). Foi diretor do Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul e do
Memorial do Rio Grande do Sul. Foi curador-adjunto da 10ª Bienal do Mercosul e de mais de
uma dezena de exposições. É autor de diversos livros, entre eles Escola Experimental de
Curadoria (2015) e Cultura e Política no Brasil Atual (2021). Atualmente, é Secretário Nacional
de Cultura do PT.
CAPÍTULO I - REUNIÃO DE PAUTA

A notícia da abdução do marceneiro aposentado Plínio Bragatto se


transformou no principal assunto na cidade de Governador Valadares, Leste
de Minas Gerais. Nos cafés, lanchonetes, pontos de ônibus e no Mercado
Municipal, esse era o principal tema. A imprensa, a princípio, não deu muita
importância, mas a repercussão popular do caso levou as emissoras de rádio,
TV e os jornais a mudarem de ideia.
Governador Valadares, na época, tinha 231 mil habitantes, dois
jornais diários, dois jornais semanários, duas revistas mensais, duas
emissoras de TV e sete emissoras de rádio. A cidade ainda sediava sucursais
dos jornais Estado de Minas e Hoje em Dia, ambos de circulação estadual. Os
destaques locais eram o jornal Diário do Rio Doce, o jornal Bom dia Leste e,
claro, a TV Leste, afiliada da Rede Globo.
Era comum jornalistas, repórteres e redatores migrarem entre um
veículo de comunicação e outro. Eu mesmo entrei para a equipe do Diário do
Rio Doce (DRD) em 1989, onde fiquei até dezembro de 1994. No mesmo
mês fui para a TV Leste. Deixei a TV em maio de 1996 para trabalhar no
jornal Bom dia Leste. Em outubro de 1997 eu retornaria para o DRD onde
permaneceria por mais um ano.
O DRD era impresso em preto e branco, tinha uma grande equipe e
seguidas vezes ganhou o prêmio de melhor mídia impressa do interior
mineiro. O jornal formato standard tinha, na época, cinco editoriais e em
média 40 páginas. Além da agenda DRD, um tabloide que circulava anexo, e
da editoria de cadernos especiais que, ocasionalmente, publicava um tabloide
especial com tema específico. Tudo era impresso em máquina plana bi color.
O surgimento do jornal Bom Dia Leste foi uma ousadia e marcou o
jornalismo regional. O diferencial era o parque gráfico que contava com uma
impressora rotativa com capacidade de imprimir em policromia, além de
cortar e dobrar o papel. Nascia ali o primeiro jornal diário colorido da cidade.
A cidade contava com uma boa safra de jornalistas. Muitos se
tornaram referência para as novas gerações. Marcondes Tedesco, Parajara dos
Santos, Antor Santana, Carioca Nunes, Miguel Faria, Elvécio Andrade,
Marcos Mendes, Nalu Saad, Nigel Medeiros, Cleuzany Lott, Weber Andrade,
Abigail Roiz, Rosenilda Alves, Jose Marcelo, Raimundo Santana, Moacir
Pinto, Andréa Costa, Edson Calixto, Vilma Garcia, Crisolino Filho, Marcelo
Machado, Sander Neves, Paula Greco, Adalcir Nunes, Silvana Soares, Elias
Silva, Mauro Grimaldo, Ney Santana, Fábio Monteiro, Elisabeth Seppe,
Adriane do Valle, Willian Trevizani, Fernando César, Ana Lúcia Gonçalves,
Tim Filho, Evandro Constâncio. Também tinha grandes colunistas sociais
Pina Morando, Penha Fabri, Júlio Avelar, Márcio Castelo Branco, Sayonara
Calhau e Zé Vicente de Souza.
A magia ficava completa com o elenco de fotógrafos do porte de
Pedro André, Afonsinho Santana, Marquinhos Silveira, Dilson Rocha,
Leonardo Moraes, Djavan Caldeira, Antônio Cota, Ademar Co Cí- nio,
Ronildo de Souza, Adilson Fagundes, Zé Elias, Leonardo Monte Alto, André
Souza, Arílson Santos e Jack Zalcman. Em uma época em que além de
fotografar com equipamento analógico, era preciso fazer o trabalho de
revelação dos filmes e a ampliação das fotos em papel fotográfico. Tudo na
magia do quarto escuro e da lâmpada vermelha. Um trabalho impressionante.
Claro que a equipe da montagem e revisão também fazia toda a
diferença. Nomes como Sebastião Evilásio, José Angelo, Paulo Henrique
Rocha, Anderson Kila, Ironi Martins, Gerson Coxinha, Adelina Morena,
Angela Silveira, Santo, Batista, Rosilda Moreira, Marlon, Pedro Marcelo e
José Ilton.
O time lá no Bom Dia Leste era dos mais ex- perientes. Na redação
alguns medalhões como Para- jara dos Santos, Diamantino Corrêa, Tarcísio
Alves, Agnaldo Freitas, Wilson Romeu, Izequias Silva, Pau- lo Armando e
Clóvis. O time ficava completo com os novatos, mas igualmente
competentes, Wesley Pires, Mari Fialho, Michely Conti, Edcarlos Faria,
Sérgio Magalhães, Denise Ferrari e Maria Helena Fernandes. Lá no Bom dia
Leste eu me tornei uma espécie de repórter coringa, uma vez que não estava
ligado a nenhuma editoria exclusiva, mas escrevia para todas.
Importante ressaltar que a propagação da notícia da abdução de Plínio
Bragatto aconteceu muito antes do surgimento das redes sociais, das
plataformas digitais e dos smartphones. O boca a boca foi o responsável por
fazer a notícia se espalhar.
Ainda restrito pelo valor de venda, chegava ao mercado o telefone
celular. Muito diferente dos aparelhos atuais. O sistema era analógico e o
telefone foi apelidado de “tijolão”, por conta do tamanho e do peso. Mas o
aparelho só servia para ligar mesmo. Não enviava texto e nem áudio gravado.
Outro aparelho tecnológico daquela época foi o Pager ou Rádio Bipe.
Era o meio de comunicação móvel que antecedeu o SMS e o WhatsApp. A
pessoa comprava o aparelho, que tinha um código e era conectado a uma
central. As pessoas ligavam para a central e podiam enviar uma mensagem de
texto para o aparelho, que por sua vez era identificado por código. A
mensagem precisava ser ditada para um atendente, que escrevia o conteúdo e
o encaminhava para o aparelho desejado. Em pouco tempo a pessoa recebia a
mensagem e, caso necessário, procurava um telefone fixo para retornar o
contato. O aparelho virou febre entre socorristas, bombeiros, policiais,
profissionais da área médica e de comunicação.
O meu rádio bipe tocou. Chegou a seguinte mensagem assinada pelo
redator-chefe, Diamantino Corrêa: “Venha amanhã às oito. A reunião de
pauta foi antecipada. Coletiva sobre abdução”. Depois veio um “follow up”
para reforçar a mensagem: “A matéria é sua”. A reunião de pauta geralmente
acontecia às nove horas da manhã, com a primeira equipe, e às quatorze
horas, com a segunda equipe.
Ao chegar à redação do jornal naquele início da manhã, a notícia
principal da reunião de pauta era uma entrevista coletiva inusitada. A coletiva
aconteceu no dia 11 de dezembro, às dez horas, na sede do Sindicato Rural e
estava sendo convocada para falar do primeiro caso de abdução ocorrido em
Governador Valadares.
A entrevista coletiva é um evento onde uma assessoria de imprensa ou
uma pessoa que ocupa um cargo de relevância convida todos os jornalistas
para declarar algo importante. Normalmente abrindo espaço para que estes
façam perguntas acerca do assunto. Muito comum após os jogos de futebol e
em cargos públicos de prefeito, governador ou presidente.

Djavan Caldeira
Redação do jornal Diário do Rio Doce.
Arílson Santos

Equipe do jornal Bom Dia Leste na comemoração dos 2 anos de fundação do jornal.

Arílson Santos

Jornal Diário do Leste.


CAPÍTULO II - A ENTREVISTA
COLETIVA

Poucos veículos de comunicação designaram suas equipes para cobrir


aquela entrevista coletiva. Além de mim, representando o Bom dia Leste,
estiveram lá uma equipe da TV Rio Doce, repetidora da Rede Minas/Cultura
e pelo Diário do Rio Doce, o repórter Sander Neves, além de mais dois
repórteres de rádio. A entrevista coletiva durou cerca de duas horas.
O marceneiro aposentado Plínio Bragatto, 74 anos, narrou, sem
interrupções e pausadamente, aquela inacreditável história. Ele era caseiro de
um sítio no Pico da Ibituruna, de propriedade de um senhor chamado
Maurício Leão. Nesse sítio, Bragatto ficava de segunda à sexta-feira. Aos
finais de semana, descia a montanha e ia para a casa dos familiares, no bairro
Conjunto Sotero Inácio Ramos (SIR). Ele contou que naquela segunda-feira,
9 de dezembro de 1996, passou o dia na cidade. Ao fim do dia, foi até a
empresa do amigo Toninho Coelho, que além de empresário é sitiante no
Pico da Ibituruna. Como sempre, perguntou a ele se teria alguma encomenda
para levar para Ibituruna. Toninho Coelho agradeceu e disse que não tinha
encomenda naquele dia. Conversaram um pouco e por volta das dezoito horas
e trinta minutos Bragatto se despediu e pegou o ônibus circular número 07,
no centro, em frente à Faculdade de Direito do Vale do Rio Doce (Fadivale).
Cerca de uma hora depois desceu em um ponto de ônibus na avenida
Ibituruna, aos pés da pedra. Dali em diante ele teria que fazer o percurso a pé
e torcer para aparecer uma carona. Antes, parou em um bar, na mesma
avenida, onde o marceneiro comprou quatro latas de cerveja.
Plínio Bragatto afirma que saiu do bar por volta das vinte e uma horas
e seguiu pela estrada de terra que dá acesso ao alto da Ibituruna. O dono do
bar confirmou a informação em depoimento à polícia. Já na metade do
caminho, Bragatto cita que parou e sentou em uma pedra para descansar.
A distância do centro de Governador Valadares até o pico da
Ibituruna é de, aproximadamente, vinte quilômetros, esse mesmo percurso, de
carro, demora aproximadamente 38 minutos. A pé leva cerca de quatro horas
e meia.
Plínio Bragatto conta que avistou uma luz azul que clareava, mas não
ofuscava os olhos. Ele fixou o olhar e avistou um objeto que se parecia com
duas conchas ou pratos, uma em baixo e outra em cima, unidas. Era uma nave
espacial, um Objeto Voador Não Identificado (OVNI). O OVNI se
aproximou e se estabilizou próximo às copas das árvores. Três passageiros
da espaçonave surgiram. Bragatto conta que a nave tinha um facho de luz e
permaneceu por um tempo sem tocar no solo, parada, flutuando no ar. Pouco
tempo depois a nave desceu e aterrissou, ali mesmo na estrada.
De acordo com ele a máquina era oval, tinha uns seis metros de
comprimento por três de largura, na lateral tinha uma peça semelhante a uma
escama de peixe que servia para controlar a direção a ser tomada. O disco
voador estacionou e abriu-se uma porta na parte inferior, de onde saiu uma
escada com um corrimão de borracha. Segundo contou o marceneiro, na
época, um humanoide com quase dois metros de altura saiu da nave e o
convidou a entrar. “Era lindo, tudo forrado de veludo. Dentro do disco havia
uma quarta criatura, esta última criatura, aparente- mente do sexo feminino,
tinha seios grandes e caídos rente ao corpo”, lembra.
Plínio Bragatto relata que foi muito bem tratado na entrada do
aparelho. Ele lembra que a primeira coisa que fizeram foi dar as mãos e se
colocarem em uma posição como se fossem rezar e rezaram baixinho
ajoelhados na frente do marceneiro, que ficou sentado em uma cadeira.
Com riqueza de detalhes, Bragatto conta que os seres levam as mãos
ao rosto quando oram. “Depois eles fizeram um gesto igual ao que o padre
faz quando ministra a hóstia. Eles tomaram uma bebida avermelhada
semelhante ao campari. Deram-me a bebida e eu a tomei”, revela.
Plínio Bragatto explicou que os ETs falavam em castelhano e
algumas palavras em italiano e isso, segundo ele, facilitava o entendimento.
“Eles começaram a fazer perguntas e queriam saber tudo sobre a terra, pois
parecia que estavam preocupados com as brigas, doenças e guerras”,
relembra. Bragatto diz que estava com duas latas de cerveja, que deu aos ETs.
Eles beberam uma lata e guardaram a outra.
Bragatto afirma que os marcianos têm mais de dois metros de altura,
uns são acinzentados, outros esverdeados, possuem olhos e boca grandes,
nariz e orelhas compridas e têm cabelo nascendo apenas da metade da cabeça
para trás. Lá dentro, Bragatto disse que foi examinado pelos alienígenas.
Conforme seu testemunho, os seres o trataram muito bem e o levaram pelo
espaço.
Ele relatou que foi levado para um planeta que ele julga ser Marte,
chegando a Martiolo, que seria a capital do planeta. Depois do tour pela
capital do planeta, Plínio Bragatto foi trazido de volta à Bacha (como os
marcianos se referem à Terra) e deixado em Montes Claros às quatro horas e
trinta minutos do dia 10 de dezembro. O caso chegou a ser registrado pela
Polícia Civil local, que disse ter constatado marcas no solo onde o marceneiro
teria sido deixado.
Depois foi a hora das perguntas. Queríamos saber detalhes sobre o
clima, sobre a alimentação, idioma e se alguém mais viu a nave se
aproximando. Também, sobre o mineral trazido, se em algum momento ficou
inconsciente e se sofreu algum tipo de agressão.
O repórter Sander Neves, pelo Diário do Rio Doce, repetiu as mesmas
perguntas seguidas vezes e o entrevistado, pacientemente, as respondeu.
Após narrar os fatos e responder as perguntas, o aposentado ainda
atendeu, individualmente, a emissora de TV presente e os repórteres de rádio,
gravando as sonoras e repetindo a mesma versão.
A revista UFO, especializada na pesquisa e publicação de reportagens
e artigos relacionados ao estudo de vida em outros planetas, publicou uma
reportagem sobre o caso na edição nº 49 em fevereiro de 1997. O DRD
publicou em página inteira a reportagem principal, com três retrancas,
abrindo o caderno Lazer e Serviços. A reportagem da TV Rio Doce foi ao ar
no “Jornal das Sete” e também foi exibida nos jornais da Rede Minas e TV
Cultura. O caso ganhou repercussão em programas locais e em rede nacional.
O repórter Luiz Gustavo também fez uma reportagem para o Jornal Hoje, da
Rede Globo.
Arquivo pessoal
Estrada de acesso ao Pico do Ibituruna local onde aconteceu a suposta abdução.
CAPÍTULO III - O PLANETA
DESCONHECIDO

O relato do marceneiro Plínio Bragatto apresenta Marte bem diferente


do planeta vermelho inós- pito que estamos acostumados a ver nos filmes,
documentários e telejornais. Em três minutos, viajando na velocidade da luz,
ele conta que foi da terra à lua. Era, no entendimento de Plínio Bragatto, uma
espécie de ponto de apoio. Na lua ele cita que ficou cerca de nove minutos e
meio. Em seguida ele conta que a nave decolou e de repente aterrissou em
Martiolo, capital de Marte. “Um total de 20 minutos de viagem”, conta
impressionado.
A cidade, conforme descreveu, tinha prédios de 60 andares e pontes
de borracha e nylon. Os habitantes tinham mais de dois metros de altura,
orelhas e narizes grandes, semelhante à tromba de um elefante. O corpo tinha
pele acinzentada e esverdeada. Bragatto disse que recebeu informações de
que Mar- tiolo tem 60 milhões de habitantes. Na cidade, que é cortada por um
belo rio, ele passou mais de seis horas, tempo suficiente para fazer grandes
descobertas através de um aparelho muito parecido com um projetor, mas
sem o telão ou qualquer parede para refletir as imagens, que são projetadas
no ar. “Eles me mostraram tudo sobre o planeta deles”, relata.
Lá ele afirma ter visto uma ponte de borracha sobre um rio límpido e
caudaloso, carros enormes e times de futebol com 15 componentes. Além dos
belos carros e de discos voadores, os marcianos, de acordo com o marceneiro,
vivem como os terráqueos. Só com uma grande diferença: o tempo. Lá os
dias só têm doze horas e o ano, 800 dias. Os seres chegam a viver 170 anos,
mas só podem ter três filhos. Eles trabalham como nós, mas recebem cinco
salários como pagamento. O dinheiro lá só é em moedas de um tipo de metal
cujo nome não foi comentado pelos alienígenas. A comida é semelhante a da
terra. Existem frutas e tudo mais. “Até comi quatro picos (fruta típica de
Marte). Outra coisa interessante que o marceneiro notou foram as pontes, que
passavam sobre um mesmo rio em toda a extensão da cidade. Elas eram feitas
de borracha e nylon e eram construídas em apenas dois dias.
Passadas seis horas, Bragatto foi trazido de volta à terra, mas foi
deixado em um local chamado Cedro, distante cerca de 20 quilômetros de
Montes Claros. “Eles não gostam de aparecer. Os discos têm luzes azuis, bem
fracas”, comenta, admirando de forma ingênua a timidez dos extraterrestres.

Geraldo Soares

Plínio Bragatto e a jornalista Flávia Carvalho em 2009.


CAPÍTULO IV - AS EXPERIÊNCIAS
CORPORAIS

A história do marceneiro aposentado Plínio Bragatto, de Governador


Valadares, já correu o mundo, é rica em detalhes e digna de um grande
roteiro para cinema. O aposentado mineiro jurou repetidas vezes, enquanto
viveu, que foi levado por alienígenas que, segundo ele, queriam estudar o
corpo humano. Assim que foi convidado a entrar na nave, Plínio Bragatto
conta que um dos seres com traços masculinos o puxou e o colocou em um
compartimento.
Abriu-se uma espécie de toldo ou redoma de película transparente e o
marceneiro junto com o alienígena foram envolvidos. A roupa de Plínio
Bragatto estava suja e os seres pediram a ele para tirá-la. O alienígena olhava
o corpo de Bragatto, que usava uma cueca modelo samba-canção e sandálias
de couro. O alienígena pegou a calça e a camisa e colocou em um aparelho.
As roupas foram lavadas e secadas. Em instantes as duas peças de roupas
foram devolvidas, bem quentes e exalando um cheiro de flor de laranja,
revela Plínio Bragatto. O marceneiro revela ainda que neste momento o
alienígena também tirou a roupa e exibiu o corpo, como se fizesse uma
comparação. Bragatto contou admirado que o pênis do alienígena era muito
grande.
O marceneiro conta que desconfiou que o objetivo daquilo era o
estudo do corpo humano. “Eles tinham um aparelho com pontas de vidro e
encostaram o aparelho em todas as juntas do meu corpo, dando choques”,
ressalta e lembra que sentiu que eles tiraram o sangue dele.
O aposentado conta que ficou todo o tempo com os quatro ETs e
suspeita que, nesse período, serviu de cobaia para os alienígenas. Plínio
Bragatto explica que os aparelhos ligados ao seu corpo emitem informações
para uma projeção holográfica.
Quando relembra a história, Plínio Bragatto não demonstra medo.
Pelo contrário, parece até gostar da ideia de entrar em contato com seres de
planetas distantes. “Se eles aparecerem, eu volto e vou ver se levo mais
alguém”, garante.
O caso de Plínio Bragatto nos remete ao livro “Infiltrados: O Plano
Alienígena para Controlar a Humanidade”. Um dos lançamentos mais
importantes dos últimos anos. Seu autor, o norte-americano David Jacobs, é a
maior autoridade mundial no estudo das abduções e passou a se interessar por
esse polêmico tema após as notícias veiculadas a respeito da experiência do
casal Betty e Barney Hill, nos anos 60.
O trabalho de Jacobs se revelou tão sério que a Universidade de
Indiana o publicou como livro, com o título The UFO Controversy in
America (A Controvérsia dos UFOs na América) ainda em 1975.
David Jacobs entrevistou e pesquisou mais de mil indivíduos que
passaram por estas experiências nas mãos de seres provenientes de planetas
mais avançados. Sua conclusão é de que há várias raças extraterrestres
realizando estes sequestros com o propósito de criar uma espécie híbrida,
meio humana, meio alienígena, para viver aqui.
CAPÍTULO V - OS ESPECIALISTAS

A repercussão do caso da abdução do marceneiro aposentado Plínio


Bragatto levou pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), ufólogos e
representantes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) à
Governador Valadares.
Esses estudiosos classificaram os alienígenas descritos pelo
marceneiro aposentado Plínio Bragatto, avistados em Governador Valadares,
como do tipo gama. Acredita-se que existam ao menos 30 espécies de
alienígenas visitando a Terra. Eles são classificados como seres alfa, que
medem menos do que 1,20 metro; beta, que são bem parecidos com os
humanos, medindo cerca de 1,80 metro; e os seres gamas, que têm acima de 2
metros de altura.
Os ufólogos investigam há décadas os casos de abduções. Milhares de
ocorrências são registradas em todo o mundo e estes processos foram
iniciados séculos atrás, com milhões de abduções na história da Terra.
O professor Álvaro Luiz Tronconi, responsável pelo Núcleo de
Estudos de Fenômenos Paranormais (Nefp) da UnB, esteve por três dias na
cidade. O núcleo foi criado sete anos antes e promove pesquisas e cursos em
quatro áreas: astrologia, ufologia, consciência relacionada aos potenciais do
cérebro humano e terapias integrativas, propondo novas abordagens na
medicina. Dezenas de docentes do núcleo se reúnem para estudar fenômenos
que supostamente existem, mas que estão fora do alcance da ciência
tradicional. Entre as atividades de pesquisa está a busca pela compreensão
dos episódios de supostos aparecimentos de extraterrestres na Terra.
O jornalista Paulo Baraky Werner, que também é ilustrador, escritor e
consultor da Revista UFO, também acompanhou o caso. O resultado da
pesquisa de Paulo Werner foi a palestra: o “Caso Plínio Bragatto: A Incrível
História do Mineiro que foi a Marte”.
Além desses interesses, o caso de Bragatto foi um dos temas do XX
Congresso Brasileiro de Ufologia, realizado pela Revista UFO em Belo
Horizonte entre os dias 21 e 23 de julho de 2017. O evento contou com várias
apresentações dos melhores estudiosos da Ufologia Brasileira e mundial.
Por fim, o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) e engenheiro eletrônico pela UnB, Ricardo Varela Corrêa, foi
pioneiro dentro da área científica espacial a admitir e defender publicamente
a necessidade de estudos ufológicos. Ele é mestre e doutor em computação
aplicada e um estudioso dos Objetos Voadores Não Identificados (OVNIs) no
Brasil. Ricardo Varela também estudou o caso de Plínio Bragatto.
Arquivo pessoal
Jornalista e pesquisador Paulo Baraky Werner.
CAPÍTULO VI - A NOVA ENTREVISTA
COLETIVA

Um grupo de pesquisadores ficou em Governador Valadares por três


dias. Os pesquisadores foram conhecer o Pico da Ibituruna, o sítio onde
Plínio Bragatto trabalhava. Eles ficaram parados por horas na estrada de
acesso ao pico, local da abdução. Eles filmaram, fotografaram e recolheram
vestígios do caso. Ainda, foram a Montes Claros e, nas duas cidades, ouviram
as pessoas com quem Plínio Bragatto teve contato antes e depois da suposta
abdução.
Como o caso estava repercutindo muito e a presença dos
pesquisadores despertou ainda mais curiosidade, eles resolveram convocar
uma nova entrevista coletiva com a imprensa local, estadual e nacional.
Desta vez no saguão do hotel Realminas, localizado na praça Serra
Lima, coração da cidade. Sem dúvida, a presença dos especialistas levava a
crer que o caso da abdução de Plínio Bragatto tinha fortes indícios de
veracidade.
Os jornalistas de diversos veículos de comunicação local e estadual
atenderam a convocação e compareceram. Plínio Bragatto também estava
presente e como na entrevista anterior, reafirmou toda a história com detalhes
e uma convicção extraordinária.
Entre os especialistas estava o professor Álvaro Luiz Tronconi. Ele
tem duas especialidades: física da matéria condensada e percepção
extrassensorial. Ele é doutor em física pela Universidade de Oxford, no Reino
Unido, e coordena o Núcleo de Estudos de Fenômenos Paranormais (Nefp),
que se reúne para estudar fenômenos que supostamente existem, mas que
estão fora do alcance da ciência “tradicional”. O grupo foi fundado em 1989,
mas é alvo de críticas. Na opinião de alguns professores da instituição, o
grupo prejudica a imagem dos docentes da universidade - já que a instituição
não permite a divulgação de cunho não científico. O Instituto de Física (IF)
da UnB inclusive já pediu ao Conselho Universitário (Consuni) a extinção do
Núcleo de Estudos de Fenômenos Paranormais (Nefp).
Além dele, também esteve presente o jornalista e ufólogo Paulo
Baraky, que é investigador de campo e presidente do Centro de Investigações
e Pesquisas de Fenômenos Aéreos Não Identificados (CIPFANI), além de
consultor da Revista UFO. Paulo Baraky é um dos mais sérios e produtivos
ufólogos do país. O ufólogo realiza pesquisas sobre o fenômeno OVNI e suas
variantes e também acompanhou o caso em Governador Valadares.
Os especialistas relataram a impressão que tiveram em relação aos
fatos narrados pelo marceneiro Plínio Bragatto. A partir daquela experiência
o caso da abdução no Pico da Ibituruna em Governador Valadares rodou o
mundo, pela imprensa e nos congressos de ufologia.
CAPÍTULO VII - A PRIMEIRA
CONFERÊNCIA SOBRE OVNIS

O ano de 1996 foi marcado por grandes descobertas, foram


localizados 11 novos planetas fora do sistema solar, um robô foi levado até
Marte através de uma sonda para recolher imagens, fragmentos do solo e
estudar a possibilidade de presença de vida ou água. Também nesse ano fez
sucesso no cinema o filme Independence Day. O filme narra o encontro final
entre os invasores alienígenas e a raça humana.
Foi nesse clima de seres extraterrestres, abduções e contatos
imediatos do terceiro grau que a cidade de Conselheiro Pena, localizada no
Leste de Minas e distante cerca de 90 quilômetros de Governador Va-
ladares, sediou a “1ª Conferência sobre OVNIs, Discos Voadores e
Extraterrestres”. O evento aconteceu nas dependências da Câmara Municipal
de Vereadores, às 19h00, dois dias antes do caso da abdução de Plínio
Bragatto.
Os organizadores convidaram ufólogos renomados e pessoas comuns
que gostam do tema ou que já tinham tido contato com objetos ou seres
extraterrestres.
Um dos principais temas debatidos naquela conferência foi a aparição
do “ET de Varginha” e a notícia da captura de outros dois seres
extraterrestres pelo Exército na mesma cidade. Varginha, localizada no Sul de
Minas Gerais, ganhava a imprensa e a ufologia mundial.
Três garotas relataram ter ficado frente a frente com um ser
extraterrestre. O caso, divulgado como “ET de Varginha”, aconteceu no dia
20 de janeiro de 1996. A história fascinante daquele contato imediato de
terceiro grau ganhou grandes dimensões porque a comunidade ufológica
defendia que a Polícia Militar, o Exército e o Corpo de Bombeiros teriam
capturado duas criaturas de outro planeta e as conduzido para análises em
hospitais e necropsia em Campinas (SP). As instituições, claro, negaram.
Entretanto, sabe-se que foi instaurado um Inquérito Policial Militar
(IPM) para apurar as ocorrências e as acusações feitas, principalmente contra
militares. Também foi aberta uma sindicância que posteriormente foi
arquivada no Superior Tribunal Militar (STM). Na época, o Exército afirmou
que o ET de Varginha nunca existiu, todavia,o inquérito tem 357 páginas.
CAPÍTULO VIII - OS ESCOLHIDOS

Em uma reportagem feita pelo jornalista Paul Rincon, editor de


ciência da BBC News e publicada em maio de 2016, Natalie Batalha,
cientista da Missão Kepler no Centro de Pesquisas Ames, na Califórnia,
afirma que podem existir mais de 10 bilhões de planetas potencialmente
habitáveis na Via Láctea. Na opinião dela, aproximadamente 24% das
estrelas abrigam planetas potencialmente habitáveis, 1,6 vezes menores,
aproximadamente, que o tamanho da Terra.
O empresário Toninho Coelho, que foi amigo pessoal de Plínio
Bragatto, concorda com a opinião da cientista Natalie Batalha. O empresário
explica que a soma dos acontecimentos culminam na possibilidade da
existência de seres em outros planetas. Toninho Coelho é favorável à tese de
que a maior parte dos casos envolvendo abdução ou avistamento de OVNIs
envolve pessoas idosas ou analfabetas e também crianças. Que, na opinião
dele, são pessoas com pouca credibilidade.
Uma das exceções, na opinião dele, é o caso da ex-juíza e ex-
deputada federal Denise Frossard que, em companhia de amigos, avistou um
OVNI da sacada do apartamento onde mora, em frente a praia de Copacabana
(RJ). Para quem não sabe, Denise Frossard é mineira de Carangola, mas
adotou o Rio de Janeiro aos 20 anos de idade. Ela se tornou famosa em todo o
Brasil, e também no exterior, em maio de 1993, quando conseguiu colocar na
cadeia 14 chefões do crime organizado do Brasil e patronos do jogo do bicho.
Entre eles, estava o falecido bicheiro Castor de Andrade.
Em entrevista concedida ao coeditor de UFO Marco Antonio Petit,
Denise Frossard relatou sua experiência, falou o que pensa sobre vida
inteligente em outros planetas, defendeu o turismo ufológico e condenou o
acobertamento de informações sobre discos voadores no país, mantido até
hoje por nossas Forças Armadas.
“De repente, quando eu olhei para frente, vi bastante próximo de onde
estávamos um objeto cilíndrico e prateado, com uma luz intensa e forte. Eu
não tinha noção do tamanho daquilo, pois o objeto ora se aproximava, ora se
afastava. Ele fazia movimentos erráticos e se deslocava rapidamente para
frente, para trás, para os lados, e em seguida ficava parado. Eu achei que
estava tendo uma visão aí perguntei para os meus amigos: Vocês estão vendo
o que eu estou vendo? Graças a Deus eles disseram que sim e ficamos todos
perplexos olhando o objeto, que ainda ficou visível por cerca de uma hora,
sumindo em seguida. É quase um “achismo”, mas tenho a percepção de que
não estamos sozinhos no universo”, narrou na ocasião a ex-juíza.
Denise admitiu temer a possibilidade de pânico advindo das
revelações ufológicas que os documentos em poder dos militares podem
conter. “Temos que agir com responsabilidade neste caso”, afirma.
Ela completa que não teve acesso a tais documentos. Mesmo assim,
alerta pela necessidade de cautela quanto ao seu conteúdo, em relação a um
eventual pânico que sua revelação poderia causar. “Eu acho que muitos
arquivos podem vir a público, sim, mas com responsabilidade. Eu não estou
dizendo que tenhamos que esconder informações ainda por mais tempo, mas
há documentos que devem ser mantidos restritos ou confidenciais, pois
podem causar pânico”, explica.
“Se existe vida em outro planeta eu não sei, eu nunca vi, mas pode ser
que exista pelo grande número de fatos. Uma das grandes indagações da
humanidade é saber se existe vida em outro planeta. Eu acredito que nessa
imensidão do universo pode ter vida, mas a vida pode ter um formato
diferente do ser humano”, comenta Toninho Coelho.
Ele também cita o caso mais famoso do mundo envolvendo a ufologia
mundial: o caso Roswell. O caso Roswell aconteceu em julho de 1947 na
comunidade de Roswell, no estado do Novo México, nos Estados Unidos.
Um Objeto Voador Não Identificado (OVNI) teria caído em um rancho. Os
destroços ocupam uma área de 4 quilômetros quadrados e no local um
morador encontra lâminas de um metal muito maleável, mas que sempre
retornava à forma original depois de pressionado. Ele encontra também
bastões análogos ao basalto, impossível de ser queimado ou cortado. Esse
material seria fragmentos de duas naves espaciais que teriam colidido.
Naquela mesma semana surgiram indícios de que corpos de alienígenas
haviam sido localizados no deserto do Arizona. Em seguida, o Pentágono
determinou o bloqueio de todas as entradas e vias de acesso a Roswell.
O governo Norte Americano publicou uma nota oficial esclarecendo
que um balão de vigilância da Força Aérea caiu num rancho na cidade de
Roswell. Muitos, entretanto, levantaram afirmações de que o objeto que caiu
teria sido de uma nave alienígena. Depois de um pico inicial de interesse,
militares informaram oficialmente que a queda apenas tinha sido mesmo de
um balão meteorológico.
O interesse sobre o caso era pouco até os anos 70, quando ufólogos
começaram a formar teorias de que naves extraterrestres haviam colidido e
que os tripulantes alienígenas haviam sido recuperados por militares. Nos
anos 90, as forças armadas estadunidenses publicaram relatórios divulgando a
verdadeira natureza do balão do Projeto Mogul que caiu. Toninho Coelho
explica que os fragmentos encontrados no Novo México foram base para a
descoberta da fibra óptica.
Mesmo assim, o incidente de Roswell continua a ser do interesse da
mídia popular e persiste a criação de teorias da conspiração em torno deste
caso. Roswell já foi chamado de “o caso mais conhecido, mais investigado e
o mais desmascarado envolvendo OVNIs”.

Arquivo pessoal
O empresário Toninho Coelho.
CAPÍTULO IX - HISTÓRICO DAS
ABDUÇÕES

Alguns ufólogos tratam a abdução como um tipo de indução. Assim a


abdução é o processo de inferência lógica que busca descobrir a melhor
premissa ou a melhor razão para um determinado acontecimento. A abdução
está intimamente relacionada a um processo de investigação.
Muito utilizada no dia a dia, a indução acontece, por exemplo, quando
observando que o telhado de casa está molhado concluímos que choveu. Ou
quando você acorda cedo e verifica que a mesa da cozinha está com restos de
alimentos e bagunçada e conclui que alguém fez um lanche na madrugada.
Além de ser muito utilizada no dia a dia, a indução também é utilizada na
atividade de detetives, dos cientistas forenses e também na medicina, quando
os médicos precisam descobrir qual é a enfermidade de um paciente com base
em um conjunto de sintomas.
Na abdução, assim como na indução, e ao contrário da dedução, a
conclusão é ampliativa, ou seja, vai além do que se tem nas premissas. Outra
característica da abdução que se assemelha com a indução é que a conclusão
é provável, ou seja, não é certeza. A principal diferença entre a abdução e a
indução, é que na abdução há uma preocupação com o caráter explicativo da
conclusão, o que não ocorre na indução.
Apesar de alguns abduzidos recordarem apenas um único incidente
dramático, quando um caso é cuidadosamente investigado, lembram-se de
contatos que ocorreram no início da infância ou ainda quando bebês. Indícios
de abduções na infância incluem a memória de uma presença ou
homenzinhos no quarto, lembranças de uma inexplicável luz intensa nos
cômodos da casa, a sensação de um zumbido ou vibração durante a
ocorrência, impressão de ter flutuado pelo corredor ou ter visto de perto um
UFO.
Sonhos realistas de ter sido levado para uma sala estranha ou estar
enclausurado em locais onde foram realizados processos intrusivos, lapsos de
memória da passagem de tempo de uma hora ou mais – durante os quais os
pais não encontraram seus filhos – são indicadores comuns tanto em crianças
quanto em adultos. Às vezes, os aliens são lembrados como amigáveis,
colegas de brincadeiras ou até mesmo como curandeiros. Geralmente, os
abduzidos sentem que essas criaturas são protetoras durante a infância, mas
os contatos tornam-se mais sérios e perturbadores na puberdade.
Entretanto, até mesmo crianças podem sentir-se aterrorizadas com a
experiência de serem levadas em direção ao espaço contra a sua vontade e
submetidas a processos dolorosos. Com frequência, as crianças revelam esses
contatos aos pais, mas eles os relacionam a sonhos. Eventualmente, aprendem
a seguir na clandestinidade, e comumente, resolvem não contar nada, até que,
quando adultos, decidem investigar esses fatos. Experiências com abdução
seguem em uma família, às vezes, até três gerações. Também nesse caso, a
peculiar mistura de defesas psicológicas e um controle aparente da lembrança
através de forças comandadas pelos alienígenas tornam difícil
desenvolverem-se estatísticas com relação ao número ou porcentagem de
parentes envolvidos.
Pais que eventualmente viram de perto um UFO, ou até mesmo
tiveram uma experiência com abdução, no início, geralmente negam suas
próprias experiências, e até mesmo as dos filhos, não querendo ser lembrados
dos seus próprios traumas com a abdução. Às vezes, crianças relatam ter
visto um dos pais na nave, mas ao confrontá-lo com essa situação, o pai pode
não recordar de ter sido abduzido. Ou pode ocorrer o inverso: um pai ou um
irmão mais velho se lembra de ter sido abduzido e se sente profundamente
perturbado com o fato de não ter conseguido proteger o filho ou irmão. Ou
ainda, ao contrário, uma criança pode ressentir-se com o fato de um pai ou
irmão não a ter protegido. Apesar de a abdução pode ser recorrente por toda a
vida da vítima, o padrão e a exatidão desses contatos não são claros. Alguns
abduzidos acreditam que ocorrem em momentos de estresse motivado por
uma receptividade. A natureza imprevisível de sua recorrência é um dos
aspectos mais angustiantes do fenômeno, tanto para os pesquisadores quanto
para as testemunhas.
A artista plástica valadarense Clores Dias de Andrade Lage afirmou
que teve duas experiências com avistamento. O primeiro ocorreu quando ela
ainda era criança na porta do estabelecimento comercial do pai, na rua
Afonso Pena esquina com Olegário Maciel. Segundo a própria artista, dois
homens extremamente altos e com características medonhas seguiram-na pela
calçada com passadas largas. Ela assustada avistou aqueles gigantes
estranhos até desaparecerem. Anos mais tarde, já no bairro JK II, um OVNI
teria se aproximado da casa da família e desaparecido no céu.
Há outros sintomas ligados à associação inconsciente com elementos
particulares de experiências desse gênero. Eles podem indicar um possível
histórico de abduções, mas não são, por si mesmos, definitivos. Incluem uma
sensação geral de vulnerabilidade, principalmente à noite, medo de hospitais
(ligado aos procedimentos de intervenção realizados nas naves), medo de
voar, de elevadores, animais, insetos e contato sexual. Determinados sons,
odores, imagens ou atividades que são perturbadoras sem motivo aparente
podem, posteriormente, mostrar-se correlacionados à abdução. Insônia, medo
do escuro e de ficar sozinho à noite, dormir com a luz acesa (quando adulto),
pesadelos e sonhos de estar em estranhas naves voadoras ou enclausurado,
tudo isso é comum entre os abduzidos. Irritações na pele, cortes, furos ou
outras lesões podem surgir da noite para o dia. Sangramentos inexplicáveis
do nariz, ouvido ou reto podem ter um significado se forem associados aos
fenômenos de abdução. Outros sintomas são dores nos sinos nasais, queixas
urológicas ou ginecológicas, além de dificuldade urinária durante a gravidez
e sintomas gastrintestinais persistentes.
A investigação de casos de abdução pressupõe um desafio especial, já
que a maior parte das informações obtidas não se encaixam nas noções de
realidade. A tentação é aceitar algumas experiências, principalmente as que
parecem fazer algum sentido dentro do nosso paradigma espaço-temporal, e
rejeitar outras que parecem absurdas e distantes do ponto de vista físico.
Desconfio que essas discriminações não sejam sensatas ou úteis. Pois todo
fenômeno em si é tão bizarro, do ponto de vista ontológico ocidental, que
aceitar algumas experiências e rejeitar outras, por sua estranheza, parece
ilógico. Além disso, isso poderia limitar prematuramente o objetivo do estudo
de um fenômeno sobre o qual conhecemos tão pouco. O critério aqui
utilizado partiu da premissa de que seu relato foi sentido e comunicado com
sinceridade e forte sentimento com relação ao que foi narrado. Isso não
significa que concluímos que o que a vítima descreveu ocorreu literalmente
em nosso mundo físico.
Distinguimos, portanto, três tipos ou níveis de informação. O primeiro
é o que se poderia chamar de nível físico aparente. Refere-se a fenômenos
tais quais o contato visual ou localização por radar, luz e sons, partes de solos
chamuscadas, gravidez interrompida e lesões na superfície ou implantes
deixados nos corpos dos abduzidos após as experiências. Trata-se de
fenômenos que parecem ocorrer dentro dos limites do universo físico familiar
à ciência ocidental e que podem ser estudados através de métodos empíricos.
O campo da Ufologia preocupava-se primitivamente com a observação direta
até a descoberta da síndrome da abdução.
Em segundo lugar vêm os fenômenos que talvez pudessem ser
entendidos dentro dos limites do nosso universo espaço temporal, se
tivéssemos conhecimento científico e tecnológico e habilidade para isso.
Seriam os que sugerem tecnologias milhares de anos à nossa frente. Esses
não são, pelo menos teoricamente, discrepantes de alguns tipos de
ramificações das leis físicas estabelecidas pela ciência do Ocidente. Nessa
categoria se incluiriam o modo pelo qual as naves chegam até aqui, como os
alienígenas fazem pessoas flutuarem através de portas, janelas e paredes, o
desligamento da memória e da consciência dos abduzidos e outras formas de
controle da mente, criação de fetos híbridos e encenação de imagens
convincentemente nítidas de paisagens experimentadas pelos abduzidos como
se fossem reais.
Finalmente, há as experiências narradas por abduzidos para as quais
não conseguimos conceber uma explicação dentro dos limites de nossa física.
Incluem o aparente domínio das viagens mentais realizadas pelos ETs e às
vezes pelas próprias vítimas, a sensação de que os acontecimentos não se
deram em nosso universo espaço temporal, a percepção de outras vastas
realidades, a profunda sensação de retornar à fonte do ser e da criação ou da
consciência cósmica, a experiência de dupla identidade humana-alienígena,
isto é, de que são de origem alienígena. E o convincente reviver de vidas
passadas, incluindo os grandes ciclos do nascimento e da morte. Além disso,
os extraterrestres parecem mudar de forma, geralmente aparecendo, a
princípio, para os sequestrados como animais, enquanto que as próprias naves
podem ser disfarçadas em helicópteros.
A ligação com espíritos de animais é bastante convincente para
muitos dos abduzidos. Esses fenômenos não podem ser entendidos dentro da
estrutura das leis da ciência, embora sejam bastante consistentes em relação
às crenças desenvolvidas há milhares de anos por outras culturas não
ocidentais. Há ocorrência de testemunho independente, mas isso é
relativamente raro e de natureza limitada. Assim como em muitos aspectos do
fenômeno, a evidência pode ser convincente, mas, ao mesmo tempo,
sutilmente perturbadora e difícil de ser corroborada com a quantidade de
dados de sustentação requeridos por uma prova.
Maridos e mulheres, por exemplo, costumam ser desligados enquanto
um dos cônjuges está sendo sequestrado e dormem durante o evento. O
abduzido, às vezes, sente-se bastante frustrado quando seus altos berros não
conseguem acordar o parceiro adormecido, que pode se encontrar num estado
de inconsciência mais profundo do que o sonho, aparentemente como se
estivesse morto. O pesquisador Budd Hopkins documentou um caso no qual
uma mulher relatou que, da Ponte do Brooklyn, viu Linda Cortile, uma
paciente dele, ser levada por seres alienígenas do décimo segundo andar de
seu apartamento no East River, Nova York, até uma nave estacionada que,
em seguida, mergulhou no rio. Essas observações correspondem exatamente
ao que a senhora Cortile contou a Hopkins sobre sua abdução em 1989. Este
é o único caso documentado em que uma pessoa, que não foi abduzida,
revelou ter testemunhado um sequestro que realmente ocorreu.
As testemunhas, ao que parece, são geralmente os próprios abduzidos
envolvidos, que levantam questões sobre a objetividade do observador. Às
vezes, de acordo com as narrativas, pode ser notada por membros da família
ou outras pessoas a ausência do abduzido durante cerca de meia hora. Ou,
mais raramente, durante dias, como no famoso caso de Travis Walton,
ocorrido em 1978. Mas nesse e noutros sequestros, ninguém os viu serem
levados a uma espaçonave e não há provas seguras de que a abdução foi a
causa da ausência.
Às vezes, indivíduos narram ter sido levados para o interior de uma
nave através do bojo ou de portais ovais ao longo de seu contorno, embora
geralmente não se recordem do momento exato de seu ingresso ao veículo.
Lá dentro podem, a princípio, notar que estão numa pequena sala escura, uma
espécie de vestíbulo. Mas logo são levados para um ou mais aposentos
maiores. Essas salas são claras, iluminadas por fontes de luzes indiretas. As
paredes e os tetos são curvos e geralmente brancos, embora o chão possa
parecer escuro.
Computadores e outros equipamentos encontram-se alinhados nos
lados das salas, que podem ter balcões e vários níveis e nichos. Os
instrumentos não são nada parecidos com os nossos. Há pouca mobília,
geralmente limitada a poltronas com encaixe para o corpo e mesas com
apenas um suporte. O ambiente é quase sempre estéril e frio, parecido com
um hospital, exceto quando ocorrem alguns tipos de ações mais complexas.
Dentro das naves, os abduzidos normalmente observam a tripulação
ocupada com a execução de tarefas, monitoração da aparelhagem e a
manipulação dos procedimentos da abdução. Os seres descritos são de vários
tipos. Aparecem como entes luminosos altos ou baixos, que podem ser
transluzentes ou pelo menos não sólidos e com aparência de réptil. Assim
como seres loiros com semblante humano nórdico e, às vezes, são observados
ajudantes terráqueos trabalhando junto aos humanos. Entretanto, de longe, as
entidades mais comuns são os pequenos humanóides cinzas [Grays], com um
metro ou um pouco mais de altura.
Os cinzas são principalmente de duas espécies
– os zangões ou operários menores em forma de insetos, que se
movem ou deslizam como robôs do lado de fora ou no interior das naves e
executam várias tarefas específicas, e um líder mais alto – ou “doutor”, como
os abduzidos costumam chamá-lo. Enfermeiras e seres com funções especiais
também foram observados. O líder geralmente é macho, embora também
existam líderes fêmeas. A diferença de gêneros não é claramente determinada
pela anatomia, mas por uma sensação intuitiva a qual os abduzidos
encontram dificuldade em verbalizar.
Os grays registrados têm cabeça grande em forma de pêra com uma
protuberância na parte de trás, braços compridos com três ou quatro longos
dedos, tronco fino e pernas espichadas. Não foram vistas genitálias externas,
com raras exceções. Os seres não têm pelos nem orelhas, possuem narinas
rudimentares e um fino traço como boca, que raramente se abre ou expressa
emoção. De longe, a característica que mais se destaca são os enormes olhos
negros, que se curvam para cima. Não parecem ter pupilas, apesar de,
ocasionalmente, serem comparadas a uma espécie de olho dentro do olho,
como se a parte preta externa fosse uma espécie de óculos.
Alguns pesquisadores afirmam que várias civilizações estão
abduzindo os humanos. Um disse que existem 247 diferentes espécies de
alienígenas. Outros sugerem que existem mais de 100 espécies. O problema
aqui são as lembranças conscientes e as resgatadas através da hipnose. As
pessoas tendem a confabular de várias maneiras diferentes nas hipnoses, mas
3 são características: a descrição do alienígena, o seu diálogo e os objetivos e
metas deles. Essas áreas são perigosas e o hipnólogo pode ser facilmente
enganado pelo testemunho dessas pessoas, principalmente na 1ª e na 2ª
sessão. O inconveniente é que a maioria dos hipnólogos vão fazer somente
duas sessões. Deste modo, os abduzidos vão descrever os alienígenas de
várias maneiras, antes de terem certeza e se sentirem seguros para recordar
com exatidão. Um vez “confortável” e começando a se lembrar mais
profundamente, eles então falarão ao hipnólogo sobre o alienígena, que
primeiramente fora descrito como tendo três metros e usava capacete, mas
que na verdade não tinha capacete algum e media apenas um metro e vinte
centímetros de altura, além de ser careca. Quando um hipnólogo competente
controla as ações, o abduzido tende a relatar 4 tipos básicos de extraterrestres:
os altos e baixos tipos “greys”, os que se parecem com insetos, os que se
parecem com lagartos e os híbridos, que são conhecidos como "nórdicos". O
ponto-chave é: todos eles são vistos juntos. Todos trabalham com os mesmos
propósitos. Todos fazem as mesmas coisas. Eles estão sempre dentro do
mesmo tipo de disco voador.
CAPÍTULO X - O MISTÉRIO DO
OBJETO APRESENTADO

Plínio Bragatto, durante a entrevista coletiva, apresentou um mineral


que ele exibiu com orgulho. De acordo com ele, o material foi recolhido em
Martiolo e trazido como prova de sua viagem interplanetária. O material é
semelhante a uma pedra vulcânica de cor escura, com tons grafite, esverdeada
e pesava aproximadamente 100 gramas. “Fiquei com medo de eles pensarem
que sou ladrão e paguei dez reais pela pedra”, cita.
A pedra é muito parecida com a biotita que é formada por processos
magmáticos hidrotermais e metamórficos, onde exibe evidências de
mudanças composicionais com a variação de temperatura, pressão e
composição litológica, constituindo-se em bom geotermômetro.
Normalmente é encontrada em rochas sieníticas, granitos, veios pegmatíticos,
gnaisses e rochas metamórficas em geral. A biotita é usada na fabricação de
argamassa para revestimento arquitetônico.
Entretanto, alguns ufólogos e geólogos examinaram o material e
constataram que, apesar da semelhança, não é uma pedra comum, não está
classificada nos elementos nativos, sulfetos, sulfatos, tungstatos, fosfatos,
hidróxidos, halogenetos, carbonatos e silicatos.
A Rede Minas, emissora de TV aberta, divulgou uma reportagem e
exibiu o material em um dos seus telejornais no dia 13 de dezembro de 1996.
Essa foi uma das últimas imagens daquele material. Segundo consta, ele foi
recolhido para exames laboratoriais e não foi mais devolvido.
CAPÍTULO XI - O ABDUZIDO É
ENCONTRADO EM MONTES CLAROS

Os documentos oficiais da Polícia Civil e relatos de testemunhas


confirmaram a informação de que Plínio Bragatto estava em Governador
Valadares por volta das vinte e três horas do dia 9 de dezembro e reapareceu
às quatro horas e trinta do dia dez de dezembro de 1996. Portanto, menos de
seis horas depois ele reaparece na comunidade do Cedro, zona rural de
Montes Claros.
Essa informação agrega mais mistério ao caso e dispara o alerta de
que tudo pode ser mesmo verdade. O Centro Brasileiro de Pesquisas de
Discos Voadores (CBPDV), localizado em Campo Grande (MS), reconhece
como inequívoca a existência e a materialidade dos Objetos Voadores não
identificados (OVNIs), ou Fenômeno UFO.
Conjuntamente, a afirmação do professor universitário e tenente
coronel da reserva israelense, Haim Eshed, surpreende e reverbera. Ele
chefiou por 30 anos o Programa de Segurança Espacial do seu país e afirmou
que a humanidade tem contatos com extraterrestres há anos.
E ainda, o documentário publicado também em 1996 de autoria do
ufólogo Jaime Maussan chocou o mundo. Ele apresenta em detalhes
impressionantes
O caso de abdução de Amaury Rivera na ilha de Porto Rico no
Caribe. O cinegrafista conseguiu flagrar juntos o disco voador responsável
pela abdução e um caça F14 dos Estados Unidos. No relato de abdução de
Amaury Rivera ele conta que viu imagens catastróficas do futuro da
humanidade causadas pelo impacto de um meteorito.
A escrivã aposentada da Polícia Civil Suely Marques Mendes Leite,
que redigiu o Termo de Declaração de Plínio Bragatto na manhã do dia dez
de dezembro de 1996, também fez revelações importantes para o caso.
Suely Mendes revelou que de acordo com o Termo de Declaração do
marceneiro, redigido há 25 anos atrás, Plínio Bragatto, depois de ter ficado nu
dentro do OVNI, foi colocado em uma maca, dentro de uma redoma. Os seres
também se despiram e examinaram
o aposentado por meio de um pequeno aparelho. No depoimento,
Plínio Bragatto contou que os seres ficavam comparando os seus corpos com
o de Plínio e extraíram seu sangue.
Ao depoimento, Plínio Bragatto informou que Martiolo não tinha
vegetações, mas possuíam animais parecidos com elefantes, que ficavam em
currais e eram alimentados com uma espécie de cana. Suely Mendes também
lembrou que os alienígenas deram bebida ao marceneiro, um líquido
adocicado, e ficaram com uma cédula de cinquenta reais que pegaram para
examinar. “Eles disseram que em um segundo podiam ir com a nave para
qualquer lugar no universo e adoravam um ser, cujo nome era “Senhore”,
informa. Esse Senhor, de acordo com Plínio Bragatto, era um deus com 300
milhões de anos.
Arquivo pessoal
Distrito de Cedro Montes Claros.
CAPÍTULO XII - O DELEGADO DE
POLÍCIA

O então delegado de Vigilância Geral Castelar de Carvalho Leite, do


8º Departamento da Polícia Civil em Montes Claros (MG), foi quem registrou
o caso da abdução do marceneiro Plínio Bragatto, na manhã daquele dez de
dezembro de 1996. A esposa dele, que na época era escrivã da Polícia Civil,
Suely Marques Mendes Leite, redigiu o Termo de Declaração.
De acordo com o delegado, não coube lavrar um Boletim de
Ocorrência ou instaurar um inquérito e uma investigação, uma vez que não se
tratava de crime contra a vida e nem contra o patrimônio. Sendo assim, o
delegado explica que resolveu tomar o depoimento do marceneiro Plínio
Bragatto para registrar o caso.
Castelar Leite explica que chegou à delegacia naquela terça-feira,
por volta das sete e meia da manhã e o marceneiro já esperava por ele. Fui
informado pelo policial plantonista que Plínio Bragatto queria registrar uma
“queixa” e que o caso dele era “estranho”.
O delegado contou que Plínio Bragatto estava com um tipo de pedra
na mão, que disse ter apanhado no local para onde fora levado pelos ETs.
Disse que pagou os alienígenas dez reais pelo objeto, com medo de ser
acusado de furto. Porém os alienígenas ficaram com o único dinheiro que ele
tinha, uma nota de cinquenta reais.
O delegado explicou que o marceneiro disse, em depoimento, que foi
deixado em uma comunidade rural denominada de Cedro, distante vinte
quilômetros de Montes Claros, por volta das quatro e meia da manhã. Ele
contou que pegou carona em um caminhão que transportava latões de leite
para a cooperativa e esse caminhão o teria deixado na área urbana da cidade.
O delegado explica que Bragatto não sabia em qual cidade estava. Quando
pediu carona ao motorista do caminhão, pediu para deixá-lo no centro de
Governador Valadares. O motorista foi quem anunciou que ele estava em
Montes Claros, então ele pediu para deixá-lo o mais próximo que pudesse da
delegacia.
Castelar Leite então resolveu fazer contato com um amigo, ex-colega
de academia, o delegado Marcos Alencar em Governador Valadares. “Pedi a
ele para apurar as alegações do Plínio, onde ele esteve e o horário na noite
anterior ao fato. Ele me disse que mandou uma equipe no local, no bar onde o
Plínio disse que esteve e foi confirmada a presença dele lá.
Castelar Leite perguntou ao marceneiro se havia alguém próximo a
ele que pudesse auxiliar na sua viagem de volta. Bragatto informou o
telefone da empresa do empresário Toninho Coelho. Os dois conversaram
pelo telefone e providenciaram a passagem para o retorno do marceneiro à
Governador Valadares.
O delegado Castelar Leite disse que o caseiro não estava embriagado
e que respondeu a todas as perguntas sem nenhum problema. O delegado
solicitou à Polícia de Governador Valadares que pesquisas- se sobre a
idoneidade de Bragatto. O delegado Marcos Alencar, em Governador
Valadares, afirmou que se tratava de uma pessoa perfeitamente normal.
Conforme o delegado Castelar Leite, o fato é muito estranho, pois o
tempo gasto entre as duas cidades é de aproximadamente 6 horas e, devido ao
péssimo estado das estradas, este percurso costumava durar ainda mais.
Castelar de Carvalho Leite entrou para Polícia Civil em 1986 como
escrivão de polícia. Em 1990 passou no concurso para delegado. Bacharel em
Direito, foi titular das delegacias de Vigilância Geral e de Furtos e Roubos
em Montes Claros e o responsável pela criação do primeiro grupo de
Operações Especiais da Polícia Civil no Norte de Minas. Depois foi delegado
seccional em Salinas e delegado em Almenara e em Pirapora. Em 2011,
aposentou-se e retornou para Montes Claros, onde dirige um Centro Espírita.
Castelar Leite também é autor do livro “Razões para Viver”, participou de
concursos de contos e poesias e integrou o grupo Oficina das Letras.
O delegado explica que na época fez contato com um canal de TV de
Montes Claros, o mesmo que hoje é afiliada da Rede Globo, a InterTV, mas
na época se chamava TV Montes Claros. Porém, alegaram não ter uma
equipe disponível para deslocar até a delegacia.
“Porém como o fato se propagou, muitos órgãos de imprensa de
várias partes do país ligaram procurando informações. A Rede Globo de BH
acionou a afiliada de Montes Claros, mas quando eles foram nos procurar, o
Plínio Bragatto já tinha ido embora”, comentou.
Arquivo pessoal
Delegado Castelar de Carvalho Leite durante entrevista sobre o caso.
CAPÍTULO XIII - A HOMENAGEM

O marceneiro aposentado Plínio Bragatto morreu em 2015, aos 93


anos, de causas naturais. Mas antes de morrer ele recebeu uma homenagem
que até hoje está instalada no alto do Pico da Ibituruna.
Os amigos Toninho Coelho, Roberto Dornelas e Adil Costa Reis
ergueram um conjunto de monumentos. No local foi instalada uma nave
espacial em escala três vezes menor que a relatada e duas estátuas
representando os extraterrestres, com características semelhantes ao relatado
por Plínio Bragatto, em tamanho de 2,10 cada. No local foi afixada uma placa
com a identificação: “Praça Plínio Bragatto, Foi a Marte”.
O local se tornou ponto de visitação. Além dos monumentos, podem
ser vistos lá cópias de jornais e revistas que publicaram a reportagem na
época, além de vídeos, chaveiros, camisas e canecas alusivas à abdução.
Os monumentos sofreram atos de vandalismo e até marcas de tiros.
Para maior conservação, os monumentos foram transferidos de uma área
aberta para outra área reservada, dentro da casa do Papai Noel, que fica em
frente à Praça Plínio Bragatto. Segundo Toninho Coelho, futuramente
retornará os monumentos ao local de origem, porém primeiro precisa ter
certeza de que ficarão seguros.
“A nave era três vezes o tamanho dessa aí”, disse o marceneiro ao
visitar o local.
CAPÍTULO XIV - OS RELATOS

Ao longo dos últimos anos, os relatos, os sinais e as manifestações de


fenômenos ufológicos se intensificaram, indicando que possivelmente o
planeta Terra está sendo vigiado por seres de outras civilizações.
Especialistas projetam que a humanidade será formalmente visitada e esse
contato está próximo.
Os casos de objetos voadores não identificados representaram 9% de
todos os registros já investigados e divulgados pelo site do Grupo de Estudos
e de Informações de Fenômenos Aeroespaciais Não Identificados (Geipan).
Trata-se do órgão oficial do governo da França responsável por recolher
testemunhos de avistamentos no país desde o ano de 1937.
Em relação aos últimos dez anos, esses registros representam 2%.
Esse total significa um aumento de até três vezes na quantidade de eventos
relatados nos 30 anos anteriores, conforme levantamento publicado pelo
próprio Geipan no final de 2016.
Pode parecer que esses eventos ufológicos estejam diminuindo, pelo
fato de as pessoas não estarem observando tanto o céu, afirma o editor do
portal Ufovia, Pepe Chaves. “O homem está mais dentro de casa, agarrado
aos eletrônicos”.
Um avistamento de um Objeto Não Identificado – quando Chaves
tinha 5 anos – levou o jornalista a se interessar pelo assunto e a acreditar na
possibilidade de estarmos sendo visitados por outras civilizações. Na época, o
episódio foi noticiado como uma “revoada de OVNIs” em Belo Horizonte.
“Do ponto de vista da ciência, ainda se desconhecem esses
acontecimentos. Os encontros com seres extraterrestres são coisas que não
podem ser comprovadas cientificamente…”
Pepe Chaves também pesquisa, há mais de dez anos, as instigantes
bolas de luz chamadas “sondas” ou “mães do ouro”, por meio de testemunhas
ouvidas no interior de todo o país – moradores de regiões ermas e rurais.
Autor do blog Orbitador, Hélio Amado Rodrigues diz acreditar que a
ufologia “patina sem avançar". Para ele, trata-se de um movimento cultural.
“Temos que ser menos apressados para provar alguma coisa. É preciso
convencer os acadêmicos a investir nisso, pois só por meio da ciência vamos
conseguir as respostas”, afirma.
A própria atividade do ufólogo não é reconhecida. Alguns
parlamentares lutam pela regulação da profissão. A regulamentação
permitiria financiamentos e pesquisas sobre OVNIs.
Em outros países, como Chile, Uruguai e Peru, órgãos do governo
ligados à Aeronáutica monitoram as aparições. No Chile, fenômenos aéreos
não identificados são investigados pelo Comitê de Estudos de Fenômenos
Aéreos Anômalos (Cefaa), da Direção Geral de Aeronáutica Civil (Dgac) do
país.
No Brasil, não existe hoje nenhuma organização oficial que faça esse
tipo de apuração. Mas já houve no passado. A Operação Prato (1977), que
completa 45 anos em 2022, foi a mais impressionante investigação de OVNIs
realizada no país, que resultou em centenas de páginas de documentos. Na
época, 20 oficiais da Força Aérea Brasileira (FAB) estavam envolvidos em
uma missão sigilosa no meio da selva amazônica, no Pará. Somente a partir
de 2017, e aos poucos, começaram a vir a público os documentos. Até agora,
foram liberadas cerca de 10 mil páginas oficiais, mostrando perseguições por
caças, contatos e até abduções.
De acordo com a assessoria de imprensa da FAB, todo o material foi
encaminhado ao Arquivo Nacio- nal. “O Comando da Aeronáutica não
dispõe de estrutura e de profissionais especializados para realizar
investigações científicas ou emitir parecer a respeito desse tipo de fenômeno
aéreo”, explicou.
No ano de 2017 pesquisadores independentes lançaram um site para
reunir informações sobre essa importante operação militar[1].
Um deles é o pesquisador mineiro Raphael Pi- nho. “Até hoje, nada
impactante no sentido de atestar a vida inteligente alienígena veio a público.
É muito arriscado para um governo afirmar que seu território está sendo
visitado por seres alienígenas”, diz ele.
Considerando as evidências reunidas, prossegue Pinho, “o que já está
comprovado é que o território brasileiro, ao longo das últimas décadas, foi
algumas vezes sobrevoado por objetos que nosso governo não teve a
capacidade para identificar as suas respectivas identidades e origens”,
lamenta.
O caso da abdução do marceneiro aposentado Plínio Bragatto também
despertou interesse de uma estudante de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade Vale do Rio Doce (Univale), a graduanda Lúcia Ribeiro
Aguilar, que elaborou um Trabalho de Conclusão do Curso (TCC), que lhe
garantiu completar a graduação. Segue o relato na íntegra:
“Muitos podem se perguntar: por que uma estudante de Arquitetura e
Urbanismo se interessaria por um causo sobre uma abdução ocorrida em
Governador Valadares, em 1996? Pode parecer estranho, mas meu interesse
por essa história foi despertado a partir das aulas na disciplina de Patrimônio
Cultural, ministradas por Patrícia Falco Genovez, pesquisadora do Núcleo de
Estudos Históricos e Territoriais, no sétimo período do curso. Por meio das
aulas entendi que a cidade de Governador Valadares e seu entorno possui
uma cultura repleta de referências que devem ser valorizadas.
Num dos exercícios solicitados na disciplina tive que indicar uma
referência cultural e decidi saber um pouco mais sobre os causos
compartilhados pela sociedade valadarense. Dentre eles, há uma espécie de
‘lenda urbana’ que fora contada pelo Sr. Plínio Bragatto. Esse ‘causo’ me
chamou a atenção, especialmente porque poderia constar como uma
referência cultural local, sendo resguarda do esquecimento.
Seguindo uma metodologia de pesquisa, procurei informações no
jornal local (Diário do Rio Doce), em sites e canais na internet, além de
conversar com pessoas que eram próximas do Sr. Plínio. Da pesquisa
realizada, obtive informações que se complementam.
A pesquisa me fez pensar sobre o significado do causo para os
moradores Valadarenses. De fato, a história da abdução do Sr. Plínio ganhou
grande relevância e adquiriu um valor imaterial, registrado na memória
coletiva como uma lenda urbana, cheia de significados e registros. A visita
aos monumentos no Pico do Ibituruna tem motivos históricos, misteriosos e
curiosos, atraindo os olhares de todos que por lá transitam. Para o empresário
Sr. Toninho Coelho trata-se de uma história inusitada, a qual deve ser
mantida e preservada.”
CAPÍTULO XV - EPÍLOGO

O marceneiro aposentado Plínio Bragatto revelou que quatro meses


antes do episódio da abdução os seres de outro planeta já queriam fazer
contato com ele. “Eu via todas as terças e quintas-feiras uma luz passando
perto da Ibituruna, na direção contrária ao rio Doce. Mas a premonição foi
aumentando com os sonhos que passaram a ser diários. O sonho era bastante
real. Sempre via os seres perto de mim. No final nem consegui dormir”,
revela.
Já ciente que iria passar por uma experiência inesquecível, ele contava
para todos os amigos. “Mas eles não acreditavam em mim”, lamenta.
Bragatto parece ter virado amigo dos extraterrestres. “Eles são muito
educados, nem dá pra ficar com medo”, cita. Ele diz que os Ets têm medo de
raio e trovões, que já foi responsável pelo sumiço de dez discos voadores.
“Como tem muito raio e trovão em dezembro, falei pra eles voltarem no mês
de maio”, revela.
Convicto do retorno dos novos amigos, que segundo ele visitam a
terra há várias décadas, Bragatto tem certeza que se encontrará novamente
com eles. “Só que tenho que conseguir um amigo que fale bem o castelhano,
pois eles me pediram isso”, comenta.
Plínio Bragatto repetiu sua fantástica história várias vezes enquanto
viveu, sem cair em contradição. Ele só não soube explicar como se deu seu
retorno: o homem apareceu em Montes Claros, distante mais de 500
quilômetros do local de onde teria partido. Seus parentes garantem que ele
nunca demonstrou qualquer desequilíbrio de sanidade mental. Até então, o
caso é considerado legítimo pela Comunidade Ufológica Brasileira, por mais
que seja extraordinariamente exótico.
A história, por mais absurda que possa parecer, tem ingredientes de
mistério até hoje não solucionados: como é que em cerca de seis horas ele
pode “desaparecer” do pico da Ibituruna, em Governador Valadares, e
aparecer em Montes Claros, a cerca de quinhentos km. O caso ganhou
destaque na imprensa mundial e chegou a mobilizar a polícia.
A história intriga pela riqueza de detalhes e chegou a ser estudada por
ufólogos de todo o mundo, além de se transformar em destaque na imprensa
nacional. Até hoje, basta uma busca rápida pela internet para encontrar
diversos links sobre o assunto. Até mesmo um “monumento” à viagem
interplanetária foi colocado na beira da estrada. Uma réplica do que seria a
nave que levou Plínio Bragatto a Marte com os marcianos. O monumento
ficava às margens da estrada, mas, devido a ação de vândalos, foi colocado
no interior do restaurante Casa do Papai Noel, podendo ser visitado por
qualquer pessoa que subisse ao pico.
Há quem acredite na história e também há quem atribua ao efeito das
cervejas que ele parou pra tomar no caminho de casa. O certo é que o caso já
faz parte do folclore valadarense e alimenta a imaginação de muita gente que
crê na existência de seres de outro planeta.

FIM
23 de abril de 2021
SOBRE O AUTOR

Walter Andrade é de Governador Valadares, no Leste de Minas


Gerais, onde nasceu a 13 de maio de 1970. Jornalista, mercadólogo, artista
plástico, cartunista, ator e produtor cultural. Atua no jornalismo desde 1990,
com passagens pelos jornais Diário do Rio Doce, Bom dia Leste, Diário do
Leste, O Tempo, Hoje em Dia e TV Leste. Ganhador do prêmio Assis
Chateaubriand de jornalismo em outubro de 2000, menção honrosa na
primeira edição do Salão Nacional de Humor de Caratinga (MG) em
setembro de 1998. Menção Honrosa no II Concurso Nacional de Frases e
Desenhos contra o Fumo, promovida pelo Ministério da Saúde em 1989.
Participou em 2019 do 2º Concurso Literário de Redação e Poesia organizado
pela Prefeitura Municipal de Governador Valadares, ficando em terceiro
colocado. Também participou da 2ª e 3º Bienal de Artes do Vale do Rio
Doce, recebendo menção honrosa e seus trabalhos selecionados para
exposição coletiva.
Editou em 2003 a cartilha “Liberdade de Expressão – Rádios
Comunitárias”. Editou em 2005 o livro “Nova Módica, Nossa Terra”, dentro
do projeto Memória, e é autor do livro “Um espião entre nós”.
Atua no teatro desde a década de 1990, participou de dezenas de
montagens e dirigiu as peças “A mulher pecadora”, com trilha de Alessandra
Samadello; “A consciência de sarinha” (infantil); “Paixão de Cristo” e
“Doutor pega pega” (infantil). Por 18 anos fez parte da produção do Festival
de Humor de Governador Valadares. Também atuou na equipe de
organização da 11ª e 12ª edição do Festival Nacional de Teatro (Fenta) de
Governador Valadares, integrou a Companhia de Teatro Katarriso e é
fundador da Companhia de Artes Capítulo I. Foi produtor do projeto
Armazém Cultural, aprovado pela Lei Rouanet, idealizador do projeto Artes
Integradas no Centenário de Aimorés (MG), aprovado pelo Fundo Estadual
de Cultura de Minas Gerais e é proponente dos projetos Ícones da
Comunidade e Teatro: Resgate Social, ambos aprovados pela Lei Rouanet.
Foi membro do Conselho Municipal de Cultura em Governador
Valadares durante quatro mandatos e foi vice-presidente do conselho.
Também foi presidente do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico em
Aimorés.
Atuou no filme “Lavra” do diretor Lucas Bambozzi. O longa-
metragem participou da 22ª edição do Festival de Málaga, na Espanha, onde
recebeu o prêmio MAAF 2019 por sua denúncia necessária da exploração e
dos desastres ambientais causados pelos interesses econômicos de muitos
países do nosso planeta. É produtor executivo e atua no filme “Não viaja em
mim”, do diretor Wellington Oliveira, e nos curtas “Minha filha não precisa
saber” e “Urbanópolis”, do diretor Rob Briere.
Cursou Publicidade e Propaganda no Instituto de Artes e Projetos
(INAP), Letras com habilitação em Português e Inglês e Marketing
Tecnológico na Faculdade Castelo Branco. Cursa Licenciatura em Teatro na
Universidade Federal de Brasília (UnB). Também cursou extensão
universitária em Artes Plásticas e Filosofia na Universidade Vale do Rio
Doce.
Esse livro foi composto em papel pólen 80g e fonte Baskerville BT

[1] www.operacaoprato.

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