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"O Senhor Deus é a minha força, e fará os meus pés como os das cervas , e me fará andar
sobre as minhas alturas" Hc 3: 19
Habacuque é um profeta sem pátria e sem sobrenome, pouco se sabe sobre a história deste
homem, ele foi contemporâneo ao profeta Naum, viveu por volta do ano 600 a.C.
Provavelmente ele estaria envolvido com algum ministério do templo e talvez fosse até
mesmo levita.
O que se sabe é que Habacuque testemunhou a transição do domínio Assírio, dos caldeus para
o domínio persa babilônico. A Assíria é descrita no texto do profeta como a insaciável e aquela
que devora os povos. Aquela que confia na sua própria força e na sua rede como um deus.
São tempos de muita opressão, violência e injustiça. No início do livro o profeta se mostra
ansioso clamando por um socorro que não vem. A impressão que o profeta tem é que Deus se
esqueceu de fazer justiça ao oprimido e ao seu povo. Mas quando o profeta se prontifica a
buscar ao Senhor, ainda que pareça demorada a resposta vem.
O livro do profeta Habacuque é um convite à esperança, a crer na ação de Deus ainda que ela
pareça demorada. Nós podemos confiar que a palavra de Deus virá como livramento mesmo
que pareça que nós pereceremos diante das aflições e amarguras da vida.
A primeira coisa que eu aprendo com este texto de Habacuque é que Deus não age naquilo
que os nossos olhos vêem ou nas circunstâncias que a vida nos diz como elas devem ser, mas
Ele age até mesmo nas impossibilidades. Habacuque não conseguia mais ver a flor da figueira,
os frutos da videira, nem o óleo produzido pela oliveira. As ovelhas haviam sido roubadas e o
gado exterminado, mas ele cria no que o coração dizia existir ou que viria a existir no Senhor.
Ele cria na esperança de viver por fé e não por visão.
Mesmo que tudo ao seu redor seja dor, morte e destruição, encontre o lugar do louvor e da
adoração a Deus pela certeza de que sua promessa de paz se cumprirá.
A alegria jubilante do louvor é a nossa confiança naquilo que Ele, o Senhor fez, faz e fará em
nossas vidas independente das circunstâncias que nos cercam. É por fé e não pelas situações
da vida que nos alegramos no Senhor. É a certeza de sua presença poderosa e vitoriosa que
enche o coração de celebração. No Novo Testamento, o livro Atos dos Apóstolos relata a
experiência de Paulo e Silas quando estavam presos.
Eles haviam recebidos muitos açoites e haviam sido encarcerados porque estavam pregando o
Evangelho, mas a esperança da Eterna Glória estava em seus corações. Eles estavam dispostos
a morrer naquela prisão se preciso, mas a gratidão que eles ofertaram a Deus em forma de
cânticos provocou o poder libertador de Deus a favor deles. As cadeias da morte e da
desesperança foram quebradas pelo poder da adoração confiante. Esta é a alegria que não se
baseia no que os olhos vêem, mas no que o coração crê para justiça de Deus em nós.
Conclusão: É o modo como olhamos para a vida que nos fará perceber a alegria da salvação. O
Senhor Jesus disse que “se nossos olhos forem bons nossa própria vida será iluminada”.
Existem pessoas que perderam a capacidade de crer, que já não conseguem perceber o poder
do Senhor de transformar o medo em confiança, a destruição em possibilidade de
reconstrução. Mas o Deus que responde mesmo em meio à dor e à perda nos convida a confiar
novamente no seu braço forte. Qual é a figueira da sua vida que não dá mais flores? Qual é o
fruto que foi arrebatado da sua videira existencial? É tempo de redescobrir a fé que nos
capacita a ver o mundo pelo avesso, na perspectiva de Deus.