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AFsite RA Setembro2022
AFsite RA Setembro2022
ADVENTISTA
Discípulos em
crescimento
12 20 32
O que é um Vivendo como A alegria de ser ESPECIAL SEMANA DE ORAÇÃO
PUBLICADORA SERVIR
discípulo? um discípulo um discípulo S E TE MBRO 2 0 2 2
N. 904 | ANO 83 | €1,90
setembro outubro
D S T Q Q S S D S T Q Q S S
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REVISTA PUBLICADORA SERVIR
S ETEM BRO 2022 4 5 6 7 8 9 10 2 3 4 5 6 7 8
ADVENTISTA N. 904 | ANO 83
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"Eis que cedo venho." A nossa missão é realçar Jesus DIAS ESPECIAIS E OFERTAS DIAS ESPECIAIS E OFERTAS
Cristo usando artigos e ilustrações para demonstrar
o Seu amor sem igual, dar as boas-novas do Seu tra- 3 DIA DA PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA 1 DIA DE JEJUM E ORAÇÃO
balho presente, ajudar outros a conhecê-l'O melhor
e manter a esperança da Sua breve vinda. 10 ENCONTROS DE MORDOMIA 1 e 2 JORNADAS INTER-REGIONAIS
11 DIA NACIONAL DE ORAÇÃO DAS 8 DIA DO PASTOR / CONVENÇÃO ASI
DIRETOR José Lagoa
FAMÍLIAS PORTUGAL
DIRETORA DE REDAÇÃO Lara Figueiredo
17 DIA DO DESBRAVADOR 15 DIA DO ESPÍRITO DE PROFECIA
COORDENADOR EDITORIAL Paulo Lima
E-MAIL revista.adventista@pservir.pt
24 DIA DOS AMIGOS DA ESCOLA 15-22 CAMPANHA DE EVANGELISMO
SABATINA LEIGO
COLABORADORES DE REDAÇÃO Manuel Ferro
DESIGN GRÁFICO Rita Mendes Sadio / Types and Symbols 25 DIA NACIONAL DO VOLUNTARIADO 22 DIA DA CRIAÇÃO
DA ADRA 29 SÁBADO DA CRIANÇA
DIAGRAMAÇÃO Joana Areosa
ILUSTRAÇÕES DA REVISTA Types and Symbols 25 e 26 ORAÇÃO 5.6 / 6.7 (ZOOM) 29 e 30 ENCONTRO DE LÍDERES JA
30/9-3/10 ENCONTRO DOS 60+ 31 ORAÇÃO 5.6 / 6.7 (ZOOM)
PROPRIETÁRIA E EDITORA Publicadora SerVir, S. A.
COMUNIDADE DE ORAÇÃO COMUNIDADE DE ORAÇÃO
DIRETOR-GERAL António Carvalho
SEDE E ADMINISTRAÇÃO Rua da Serra, 1 – Sabugo 29/9-2/10 ASSOCIAÇÃO DA MOLDÁ- 3-7 CONSELHO ANUAL DA CONFE-
2715-398 Almargem do Bispo | 21 962 62 00 VIA (ROU) RÊNCIA GERAL
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MDI – Design e Impressão, V. N. Famalicão 24-28 CASA PUBLICADORA ROMENA
MENTO ASD NA ALEMANHA (EUD) (ROU)
TIRAGEM 1000 exemplares
26-30 PUBLICADORA SERVIR (PTU)
DEPÓSITO LEGAL Nº 1834/83 [FH] FÉ DOS HOMENS
PREÇO NÚMERO AVULSO 1,90€ [FH] FÉ DOS HOMENS [10] SEGUNDA-FEIRA
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[C] CAMINHOS
[26] SEGUNDA-FEIRA
ISENTO DE INSCRIÇÃO NO E. R. C. [23] DOMINGO
DR 8/99 ARTº 12º Nº 1A ISSN 1646-1886
São bem-vindos todos os manuscritos, solicitados
ou não, cujo conteúdo esteja de acordo com a orien-
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Igreja Adventista
do Sétimo Dia®
A Revista Adventista, Órgão da Igreja Adventista do [FH] RTP2 ENTRE AS 15:00 E AS 15:30 | ANTENA 1 A PARTIR DAS 22:47
Sétimo Dia em Portugal, é publicada mensalmente
pela União Portuguesa dos Adventistas do Sétimo Dia [C] RTP2 ENTRE AS 10:00 E AS 10:30 | ANTENA 1 A PARTIR DAS 06:00
desde 1940 e editada pela Publicadora SerVir, S. A.. ESTES HORÁRIOS DE EMISSÃO PODEM SER ALTERADOS PELA RTP2 SEM AVISO PRÉVIO.
Índice
04
MENSAGEM DO PRESIDENTE
12
D O MIN G O
28
QUI NTA-FE I RA
DA I G R EJA ADV ENT ISTA
D O S ÉTI M O D I A MU N D IA L O que é um discípulo? O custo de ser
Semana de oração Glenn Townend
um discípulo
2022: Introdução Anna Galeniece
05 16
SEG U N DA-F EIR A
MENSAGEM DO TESOUREIRO
DA DIVISÃO INTER-EUROPEIA Crescer como
discípulos de Jesus:
Gratidão em Experimentar a Sua
tempos turbulentos presença
S. Joseph Kidder
20
T ER ÇA-F EIRA
Vivendo como um
32
SE XTA-FE I RA
discípulo
A alegria de ser
Joel Okindoh um discípulo
23
Dwain N. Esmond
07
P R I M E I R O S ÁB A D O
Q UA RTA-F EIR A
36
Fazer discípulos: Um SEGUNDO SÁB ADO
Eu vou fazer discípulos: chamado profundo
O discipulado e a A prova do verdadeiro
Tara Vincross discipulado
missão da Igreja
Ted N. C. Wilson Ellen G. White
Semana de Oração
de 2022: Introdução
Há cerca de 2000 anos, Jesus fez o se- os antigos discípulos, recebemos em
guinte convite – “Vinde após mim, e privado a Sua profunda instrução. Ob-
vos farei pescadores de homens” (Ma- servamos, admirados, as cenas finais
teus 4:19) – a um pequeno grupo de da Sua vida terrestre. Regozijando-nos
pescadores numa praia do lago da Ga- com a Sua ressurreição, podemos tam-
lileia. “Eles, deixando imediatamente bém caminhar com os discípulos que
o barco e seu pai, seguiram-no” (Ma- se dirigiam a Emaús, à medida que Je-
teus 4:22). Ao passarem tempo com sus “começando por Moisés, e por to-
Jesus, a vida deles foi transformada dos os profetas, explicava-lhes o que
para sempre. dele se achava em todas as Escrituras”
Hoje, Jesus ainda chama pessoas (Lucas 24:27).
para serem suas discípulas. Ser discí- Quando tivermos “estado com
pulo começa ao seguirmos Jesus – pas- Jesus” (veja Atos 4:13), estaremos, en-
sar tempo com Ele através do estudo tão, prontos a aceitar o Seu chamado:
da Bíblia e da oração, seguindo-O para “Portanto, ide, ensinai todas as nações,
onde Ele nos leva. Através das pági- batizando-as em nome do Pai, e do Fi-
nas das Escrituras, também podemos lho, e do Espírito Santo; ensinando-as
sentar-nos aos pés de Jesus e escutar- a guardar todas as coisas que eu vos te-
mos os Seus ensinos. Nós observamos nho mandado; e eis que eu estou con-
quando Ele cura os cegos e os mancos. vosco, todos os dias, até à consumação
Vemos o Seu zelo ao purificar o templo dos séculos” (Mateus 28:19 e 20).
e observamos a Sua ternura ao aben- Eu convido-o a passar um tempo
çoar as crianças. Vemos quando Ele re- especial com Jesus durante esta Semana
vela amor pelos Seus inimigos e conce- de Oração, enquanto consideramos cui-
de orientação aos Seus amigos. Como dadosamente o que significa segui-l’O.
4
MENSAGEM DO TESOUREIRO DA DIVISÃO INTER-EUROPEIA
Norbert Zens é o Tesoureiro, o Diretor do Departamento dos Ministérios das
Publicações e o Diretor dos Serviços Fiduciários e de Doação Planeada da
Divisão Inter-Europeia da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Gratidão em
tempos turbulentos
Os últimos anos têm exigido muito de Podemos expressar esta gratidão
todos nós e o mundo em que vivemos na oração comum, cantando juntos e,
mudou muito: Depois de mais de dois também, oferecendo uma oferta espe-
anos de pandemia, somos agora con- cial de ação de graças. Mesmo antes de
frontados, em primeira mão, com uma Moisés descrever as regras para a ofer-
guerra na Europa. No entanto, enquan- ta pelo pecado no livro de Levítico, ele
to Adventistas, somos recordados das dá instruções para os holocaustos, as
palavras de Jesus em Lucas 21:28: ofertas de cereais e as ofertas de ação
“Ora, quando estas coisas começarem de graças. Estas últimas eram ofertas
a acontecer, olhai para cima, e levantai voluntárias. Aqui, o crente deveria de-
as vossas cabeças, porque a vossa re- terminar por si mesmo se o seu sacri-
denção está próxima.” fício deveria ser feito e, se assim fosse,
Que privilégio é saber que temos que tipo de sacrifício seria. Estes sacri-
um Deus amorável que está acima das fícios eram a expressão da sua devo-
turbulências destes tempos. Um Deus ção e da sua gratidão a Deus. Parece ser
que demonstrou o Seu amor ao Se ofe- importante para Deus que a nossa re-
recer a nós. Ellen G. White expressou lação com Ele não seja primeiramente
esta verdade do seguinte modo: “Quão baseada numa relação de dívida, mas
grande foi a dádiva de Deus ao homem, numa gratidão e numa devoção a Deus
e como Lhe aprouve fazê-la! Com libe- profundamente sentidas.
ralidade que jamais poderá ser exce- Assim, Ellen G. White prossegue a
dida, Ele deu, para salvar os rebeldes citação acima transcrita com uma per-
filhos dos homens e fazer-lhes ver o gunta muito direta: “Demonstrareis,
Seu propósito e discernir o Seu amor” pelas vossas dádivas e ofertas, que não
(Conselhos sobre Mordomia, CPB, p. 11). considerais coisa alguma boa demais
Refletirmos juntos sobre os propósitos para dar Àquele que ‘deu Seu Filho uni-
de Deus, maravilhar-nos juntos com as génito’? [...] O homem que ama sincera-
ações de Deus na nossa vida e na vida mente Deus não se limitará a um mero
de outros, enriquece a nossa comuni- serviço de lábios. Ele trará os seus dons
dade e traz uma grande bênção, bem para que obreiros possam ser enviados
como um sentimento de gratidão. a semear a preciosa semente.” À primei-
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vós as varas...
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PARÁBOLAS
de JESUS
No ensino de Cristo por parábolas manifesta-se o mesmo
princípio presente na Sua própria missão ao mundo.
PARÁBOLAS de JESUS
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Folhas de Outono
Babilónia... As Mensagens
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da poderosa espada da verdade – as mensagens dos primeiro,
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segundo e terceiro anjos – separou-os das Igrejas e do mundo
fazei discípulos...
-Ellen G.White- -Ellen G.White- rios da Sua Lei, e confiou-lhes as grandes verdades da profecia
Eu e a minha...
asa... O LAR
Israel, estas são um sagrado depósito que deve ser comunicado
White
Patriarcas
ao mundo.” – Ellen G. White.
Cristão CRISTÃO
ceitos que, até meados do sécu-
nceitos sociais.
adorar...
Este Guia de Estudo é um conjunto de lições que o ajudarão
família como Deus aosmelhor
instituiu
compreender o livro “O Lar Cristão” e a mensagem
O Lar Cris-
objetivo deste livro,inspirada que Ellen G. White deixou para as famílias.
rtuguês corrente do livro O Lar
te. Nestas páginas Este manual
– cheias de de estudo pode ser usado individualmente,
por pais, casais de namorados, ou casais que pensam em
uestões que tão profundamente
casar e constituir uma família, por jovens solteiros e por
advertências perante os perigos
todos aqueles que se interessam pelo tema da família – tão
e –, os pais e educadores
importantecris-nos dias que correm.
ancial oferecido por Deus para
Um método
marem as gerações futuras e desimples, mas eficaz e interessante, para estu-
a eternidade, com dar “O Lar Cristão”.
Jesus.
remos...serviremos
ao Senhor.
ao Senhor.
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789898
9
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Eu vou
fazer
O discipulado
e a missão
da Igreja
discípulos
—
TED N. C. WILSON
PRESIDENTE DA
CONFERÊNCIA GERAL
DA IGREJA ADVENTISTA
DO SÉTIMO DIA
H
á quase 2000 anos, na pri- O INÍCIO DA MISSÃO DA IGREJA
mavera, na encosta de uma Cerca de três anos antes, ocorreu outro
colina da Galileia, o Cristo acontecimento importante na encosta
ressurreto encontrou-Se de uma colina da Galileia. A mensa-
com os Seus discípulos, bem como com geira inspirada diz-nos que “foi por
centenas dos Seus seguidores, para lhes ocasião da ordenação dos doze que
comunicar instrução importante sobre foram dados os primeiros passos na
o modo de levar avante a missão, que organização da Igreja que, depois da
Ele tinha começado, de alcançar almas partida de Cristo, devia levar avante a
para o Reino dos Céus. Para muitos Sua obra na Terra. A respeito desta or-
deles, esta seria a única oportunidade denação, diz o relato: ‘E subiu ao mon-
que teriam de ver e ouvir diretamente te e chamou para Si os que Ele quis: e
o seu Senhor ressurreto. vieram a Ele. E nomeou doze para que
“Para esta reunião”, é-nos dito, “o estivessem com Ele e os mandasse a
próprio Jesus, antes da Sua morte, de- pregar.’ Mar. 3:13 e 14”.2
signara o tempo e o lugar. O anjo, no Estes doze discípulos tiveram o
sepulcro, relembra aos discípulos a privilégio de seguir diariamente Jesus,
8
de ouvir os Seus ensinos, de O ver em Não há maior vocação do que ser
ação, de aprender com o Seu exemplo. um discípulo de Jesus Cristo. Dito de
“Durante três anos e meio os discípu- modo simples, o alvo de cada verda-
los estiveram sob a direção do maior deiro discípulo é ser como Jesus. “O
Professor que o mundo já conheceu. discípulo não é superior ao seu mes-
Através da convivência e do contacto tre, mas, todo o que for perfeito será
pessoal, Cristo preparou-os para o Seu como o seu mestre”, disse Jesus no Seu
serviço. Andavam ao Seu lado, diaria- Sermão da Montanha (Lucas 6:40).
mente [...]. Não mandava os discípulos E este chamado ao discipulado,
fazerem isto ou aquilo, mas dizia: ‘Se- esta missão da Igreja, é muito amplo –
gue-Me’.”3 abrange todas as nações. Embora esta
Os discípulos deveriam então ir deva ter sido uma revelação surpreen-
como testemunhas de Cristo, decla- dente para as centenas de seguidores
rando o que tinham visto e ouvido no sentados naquela encosta de monta-
convívio com Ele. Eles deveriam for- nha na Galileia, Jesus já tinha mos-
mar e educar outros, enviando-os para trado, quando estava na Terra, que
partilharem a mensagem do evange- o evangelho não era apenas para os
lho. E para assim fazerem, eles recebe- Judeus. Ele tinha ministrado a Sama-
ram o poder do Espírito Santo. ritanos, a Romanos e a outros gentios,
como a mulher sirofenícia e os Gregos
UM CHAMADO PARA que O tinham procurado durante uma
TODOS OS CRENTES festa judaica.
E agora, mais uma vez na encosta de
uma colina, o Cristo ressurreto esta- UMA OBRA SAGRADA
va a comunicar a comissão evangéli- Depois de receber a comissão de Cris-
ca, não apenas àqueles que Ele tinha to, os Seus seguidores trataram de tes-
designado para serem líderes da Sua temunhar, primeiro, aos que estavam
Igreja,4 mas a todos os crentes de todas mais próximos – familiares, amigos,
as proveniências. vizinhos – expandindo os seus esfor-
Elevando o olhar deles em dire- ços em direção ao exterior. Uma des-
ção ao Céu, Cristo declarou que a Sua sas discípulas dedicadas foi Tabita,
obra na Terra tinha sido cumprida e também conhecida como Dorcas.
que Ele regressava para junto do Seu “Ela tinha sido uma digna discí-
Pai no Céu. Assegurando os Seus se- pula de Jesus Cristo e a sua vida tinha
guidores de que “é-me dado todo o po- sido caracterizada por atos de caridade
der, no céu e na terra”, Ele articulou a e de bondade para com os pobres e os
missão da Sua Igreja, esboçada através aflitos, e por zelo na causa da verdade.
da lente do discipulado, como sendo A sua morte foi uma grande perda; a
batizar as nações no nome do Pai, do Igreja nascente não podia passar sem
Filho e do Espírito Santo, “ensinando- os seus nobres esforços.”5 O seu dis-
-as a guardar todas as coisas que eu cipulado jogou um papel tão vital na
vos tenho mandado” (Mateus 28:20). missão da Igreja primitiva que, quando
10
los. “Devemos estudar o Padrão e tor- tas e outros líderes. Deus convida-nos
narmo-nos como Jesus, que era manso a todos, mediante o Seu poder, para
e humilde de coração, puro e inconta- que nos tornemos discípulos de Cristo
minado.”7 Fazemos isto passando tem- e, depois, para que saiamos e façamos
po com Ele cada dia – estudando a Sua discípulos para Ele. Jesus está prestes
Palavra, contemplando o significado a voltar. Envolva-se!
desta, comungando com Ele através
da oração e, pelo Seu poder, renden- 1 Battle Creek,
Ellen G. White, O Mich.: Seventh-day
do tudo a Ele e obedecendo aos Seus Desejado de Todas Adventist Publishing
as Nações, Sabugo: Association, 1878, vol.
mandamentos. A graça de Cristo é um Publicadora SerVir, III, p. 323.
poder transformador, fazendo que [s.d.], pp. 747 e 748. 6
2 Ellen G. White,
passemos de ouvintes a praticantes da Ellen G. White, Actos Testemunhos para a
dos Apóstolos, Igreja, Tatuí, SP: Casa
Palavra de Deus. Sabugo: Publicadora Publicadora Brasileira,
O passo seguinte, como está reve- SerVir, [s.d.]. p. 15. [s.d.], vol. IX, pp. 19
3 e 20.
lado na vida dos primeiros discípulos, Ibidem. 7
é partilhar com outros aquilo que nós 4 Ellen G. White, em
Idem, pp. 15 e 16. Signs of the Times, 20
experimentámos – o que vimos e ou- 5
de abril de 1891.
O que é um
discípulo?
O
Evangelho de Marcos cessárias duas interações antes deste
regista esta história bem homem ser curado?
conhecida, mas única: Considere a sequência das histó-
“E chegou a Betsaida; e rias em Marcos 8. Antes desta narrati-
trouxeram-lhe um cego, e rogaram-lhe va, Jesus tinha alimentado miraculo-
que lhe tocasse. E, tomando o cego samente 4000 homens; no entanto, os
pela mão, levou-o para fora da aldeia; Fariseus ainda queriam um sinal. Em
e, cuspindo-lhe nos olhos, e impon- resposta, Jesus avisou os Seus discípu-
do-lhe as mãos, perguntou-lhe se via los sobre o “fermento” dos Fariseus, re-
alguma coisa. E, levantando ele os ferindo-se simbolicamente à sua falta
olhos, disse: Vejo os homens; pois os de fé (Marcos 8:1-21, ARC). Em seguida,
vejo como árvores que andam. Depois, após restaurar a vista do homem cego,
tornou a pôr-lhe as mãos nos olhos, e Jesus colocou aos discípulos a suprema
ele, olhando firmemente, ficou resta- questão de fé: “Mas vós, quem dizeis
belecido, e já via ao longe, e distinta- que eu sou?” (Marcos 8:29, ARC.) As-
mente, a todos” (Marcos 8:22-25, ARC). sim, o contexto da história é a fé. Note
Em todos os outros relatos de que foram outros que trouxeram o
cura, Jesus cura com um toque ou com cego a Jesus. Foram estas pessoas, não
uma ordem. Por que razão foram ne- o cego, que tiveram fé em Jesus.
12 DOMINGO
“Um discípulo é uma
pessoa que se está a
tornar como Jesus em
todos os aspetos.”
O DISCIPULADO PESSOAL
É UM PROCESSO
Eles, como Jesus,
O processo de discipulado é basica- deveriam ministrar
mente o mesmo para nós, hoje. Ao
passarmos intencionalmente tempo
e liderar com um
“com Jesus” – através de hábitos in- coração orientado
tencionais de ler e refletir sobre as
Escrituras, de falar com Deus e de O
para o serviço e
ouvir, de passar tempo na Natureza, não para o ego,
de repousar no Sábado, de cultivar a
gratidão... estamos a formar hábitos de
focando-se
refletir, crer e fazer aquilo que desen- no valor e no
volve confiança e fé em Jesus. À medi-
da que a nossa relação com Jesus cres-
potencial inerentes
ce e nós internalizamos que Deus é de cada pessoa.
14
um aumento da criminalidade na área. Devemos
Eles decidiram prover estes “rapazes amar-nos,
da rua de Madang” com alimentos
uma vez por semana. A igreja uniu- encorajar-nos
-se neste projeto, providenciando não e edificar-nos
apenas alimentos, mas também cuida-
dos. Após um curto espaço de tempo,
mutuamente,
perguntaram aos rapazes se queriam de modo a nos
aderir a um grupo de estudo da Bíblia.
tornarmos discípulos
Forneceram os Evangelhos de Marcos
e de Lucas, bem como o Livro de Atos, de Jesus que fazem
para os rapazes lerem, acompanhados outros discípulos.
por alguns questionários com pergun-
tas para promover a autodescoberta.
Com o passar do tempo, estas intera- 1 2
Ellen G. White, A Ellen G. White,
ções levaram a uma maior compaixão Maravilhosa Graça Educação, Sabugo:
de Deus – MM, Tatuí, Publicadora SerVir,
e visão por parte das pessoas da igreja, SP: Casa Publicadora [s.d.], p. 14.
Brasileira, [s.d.], p. 294.
a menos crime na cidade e à conversão
de alguns rapazes da rua em discípu-
los de Jesus. Glenn Townend é o Presidente da Divisão
Sul do Pacífico da Igreja Adventista do
Sétimo Dia, que tem a sua base em Sydney,
CONCLUSÃO na Austrália.
A Divisão do Pacífico Sul tem um man-
tra: “Um discípulo é uma pessoa que se
está a tornar como Jesus em todos os Perguntas para
aspetos” (baseado em Efésios 4:15). Reflexão:
Nós reconhecemos que os discípu-
los de Jesus são, todos eles, uma obra 1. Descreva uma experiência na sua
vida em que Jesus o ajudou a de-
em progressão, porque tornarmo-nos
senvolver maior confiança e maior fé
como Ele é uma meta “que não pode n’Ele. Que hábitos devocionais o tem
ser completada nesta vida, mas que especialmente ajudado a estar “com
continuará na vida vindoura”.2 Alguns Jesus”?
são constantemente desafiados por
2. Que hábitos devocionais acha se-
questões ligadas à paciência, ao dízi- rem mais desafiantes? Porquê?
mo, ao uso da linguagem, à alimenta-
3. Do que gosta mais na missão de
ção saudável, à atitude... No entanto,
seguir Jesus? Como é que os outros
não devemos julgar-nos mutuamente; podem saber que segue Jesus?
em vez disso, devemos amar-nos, en-
corajar-nos e edificar-nos mutuamen- 4. Já experimentou ser “enviado”
– no seu lar, na sua escola, no seu
te (I Tessalonicenses 5:11), de modo a
emprego, na sua comunidade – para
nos tornarmos discípulos de Jesus que abençoar outros?
fazem outros discípulos.
Crescer
como discípulos
de Jesus
Experimentar a Sua presença
16 SEGUNDA-FEIRA
—
S. JOSEPH KIDDER
PROFESSOR DE TEOLOGIA PASTORAL E DISCIPULADO
NO SEMINÁRIO TEOLÓGICO ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA
A presença de 4. INVOCA-ME
18
Fale com Ele todos mulher ou quisesse passar tempo com
F
omos chamados para viver
como discípulos de Cristo no
lar, no emprego, na escola, no
fórum e ainda mais além. Ele
é a luz do mundo (João 1:4). Se Ele vive
em si, isso será evidente para aqueles
que estão ao seu redor. O conheci-
mento que tem de Deus não pode ser
ocultado. Não pode ser privado, apenas
conhecido por si e por Ele. Tem de
abençoar outros. “Como o seu Mestre,
os seguidores de Cristo deveriam, em
todas as ocasiões, ser a luz do mundo.”1
Há algum tempo, estive presente
no funeral de um ancião no Quénia. A
sua esposa e os seus filhos adolescen-
— tes testemunharam sobre a vida dele
JOEL OKINDOH de um modo que tocou cada enlutado.
ASSESSOR DO PRESIDENTE DA DIVISÃO “No nosso casamento”, disse ela, “ele ju-
CENTRO-ESTE AFRICANA DA IGREJA
ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA rou amar-me e amou-me genuinamen-
20 TERÇA-FEIRA
Paulo encorajou os crentes: “Sede
meus imitadores, como também eu de
Cristo” (I Coríntios 11:1, ARC). Josué
declarou perante todos os líderes de
Israel: “Porém, se vos parece mal aos
O conhecimento vossos olhos servir ao Senhor, esco-
que tem de Deus lhei hoje a quem sirvais: se os deuses
a quem serviram os vossos pais, que
não pode ser estavam dalém do rio, ou os deuses
ocultado. Não pode dos amorreus, em cuja terra habitais:
ser privado, apenas porém, eu e a minha casa serviremos
ao Senhor” (Josué 24:15, ARC).
conhecido por si
e por Ele. Tem de UMA DIRETIVA BÍBLICA
22
Fazer
Discípulos
Um chamado
profundo
—
TA R A V I N C R O S S
PASTORA SÉNIOR DA IGREJA DE AZURE
HILLS EM GRAND TERRACE, CALIFÓRNIA
24
Não estou Tal como diz Jim Moon, Pastor da Igreja
26
bonito é que este casal testemunhou
junto de outros e trouxe-os para a co-
munhão da igreja!
Em média, os seres humanos vi-
vem 27 350 dias. A questão é o que
iremos fazer com estes dias. Unir-nos-
-emos à maior aventura imaginável,
unindo-nos a Jesus e fazendo discípu-
los? Necessitamos desesperadamente
Em média, os seres de criar espaço para a prática da nossa
humanos vivem fé. Ao fazê-lo, sei que seremos testemu-
ele a Bíblia! Tal como ele disse: “Nun- 2. Quais são as coisas que mais o
ca poderia ter sonhado que Deus faria fazem sentir-se vivo?
isto através de mim!” Deus trouxe este
3. Quem são as pessoas que espiri-
casal para a família da fé e a comuni- tualmente o preocupam mais?
dade enriqueceu a sua vida. O mais
S
ARGUMENTOS HUMANOS Ele deveria compreender a nossa
er um discípulo de Jesus é situação e nos aceitar tal como somos.
bonito, mas não é gratuito. Outras pessoas estariam dispostas
Alguns podem perguntar: Por à seguinte negociação: “Eu pago e tu
que razão seguir Jesus tem de provês.” Nesta situação, Deus obedecer-
custar algo? O que temos de pagar para -lhes-ia porque elas ditam as regras.
nos tornarmos Seus seguidores? Deus Não importa quais são os vossos
não é suficientemente rico para prover argumentos no tocante ao custo de
o que necessitamos e para nos permitir seguir Jesus; o facto é que Ele não ne-
segui-l’O sem quaisquer custos? Ele é cessita do vosso dinheiro. O que Ele ne-
dono de tudo (Salmo 50:10); portanto, cessita é que lhe deem o vosso coração
O custo de ser
um discípulo
—
ANNA GALENIECE
PROFESSORA-ASSOCIADA DE CAPELANIA
NA UNIVERSIDADE ANDREWS
28 QUINTA-FEIRA
poluído pelo pecado porque essa é a “Mas a que é que
vossa posse mais preciosa. “Mas a que
nós renunciamos,
é que nós renunciamos, quando damos
tudo? A um coração poluído pelo peca- quando damos
do, para que Jesus o purifique, o limpe tudo? A um
com o Seu próprio sangue e o salve pelo
Seu incomparável amor. E ainda assim
coração poluído
os homens acham difícil dar tudo!”1 pelo pecado,
para que Jesus
OS ENSINOS DE JESUS
O ministério de Jesus na Terra foi ca- o purifique, o
racterizado por tocar no coração das limpe com o Seu
pessoas com o evangelho e transfor-
má-las segundo os padrões do Reino
próprio sangue e
de Deus. O propósito das parábolas o salve pelo Seu
era desvendar as realidades celestes
numa linguagem terrena, de modo que
incomparável amor.
mesmo as pessoas comuns pudessem E ainda assim os
apreender alguns vislumbres de valor homens acham
eterno. Assim, nos seus ensinos ilus-
trativos, Jesus declarava que, se que-
difícil dar tudo!”
res segui-l’O e ser Seu discípulo, tens
de pagar o preço. e não poupamos nada de modo a ob-
Entre as setes parábolas de Ma- tê-lo. Quando descobrimos que Deus
teus 13, duas revelam especificamen- nos ama imensuravelmente e que a
te o custo do discipulado. Na parábo- vida eterna que Ele dá pode ser nossa,
la do tesouro escondido (vv. 44) e na deixamos para trás tudo para obter-
parábola da pérola de grande preço mos essa vida com Ele.
(vv. 45 e 46) Cristo apresentou o valor
do Reino de Deus que está disponível EXEMPLOS BÍBLICOS
para aqueles que desejam fazer parte Os 12 discípulos deixaram para trás
dele. Quando descobrimos algo valio- os seus meios de subsistência e a sua
so, vendemos tudo o que possuímos família para seguirem o Mestre. Pe-
rante a pergunta de Pedro sobre os
benefícios de tão grande sacrifício, Je-
sus respondeu dizendo: “Todo aquele
que tiver deixado casas, ou irmãos,
ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher,
ou filhos, ou terras, por amor do meu
nome, receberá cem vezes tanto, e
herdará a vida eterna” (Mateus 19:29,
ARC). Embora o custo seja grande,
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queu (Lucas 19). Todos odiavam este Ao encontrar
chefe dos publicanos, que enganava as
pessoas e acumulara uma vasta rique-
o tesouro
za à custa dos seus conterrâneos. Ten- escondido ou
do ouvido sobre Jesus e sobre o Seu po-
der milagroso, Zaqueu foi escutá-l'O. O
a pérola de
amor de Jesus convenceu Zaqueu en- grande valor,
quanto ele estava sentado, escondido,
num sicômoro. Ele foi esmagado pelo
pode encontrar
senso da sua indignidade. aquilo que o seu
A influência do Espírito Santo
converteu a sua alma e fê-lo descartar
ser interior mais
as suas práticas desonestas. Embora deseja – um
tivesse custado a Zaqueu as suas ri-
quezas terrenas, foi uma alegria para
coração renovado
ele abrir o coração ao amor de Cristo. que se torna leal a
O genuíno arrependimento do homem
Deus.
levou a uma completa reforma da sua
vida. Assim, ao perder valores terre-
nos, ele ganhou paz, a sua família e a
1 as Nações, ed. P. SerVir,
eternidade (v. 9). Ellen G. White diz Ellen G. White, p. 159.
O Caminho para a
que “é quando se recebe Cristo como Esperança, ed. P. SerVir,
3
Idem, p. 503.
Salvador pessoal que ocorre a salva- p. 46.
2
ção da alma”.3 Há alguma coisa que Ellen G. White,
seja mais valiosa do que isto? O Desejado de Todas
vida abundante aqui com sofrimentos 3. Como é que pode permitir que o
por amor de Cristo (Filipenses 1:29) e Espírito Santo transforme a sua vida?
a vida na eternidade através d’Ele. Não
4. O que significa para si o custo do
há melhor negócio do que este. Escolha discipulado?
pagar o custo; escolha Deus!
A alegria
de ser um
discípulo
F
oi Pedro, o discípulo impe- terás um tesouro no céu; e vem, e se-
tuoso e autoconfiante, que gue-me” (v. 21). O versículo 22 capta
colocou aquela que é, talvez, então aquele que deve ser um dos epi-
uma das melhores perguntas táfios mais tristes alguma vez escritos
em toda a Escritura. Nos versículos que para um discípulo nado-morto: “E o
antecedem a pergunta de Pedro, Jesus mancebo, ouvindo esta palavra, reti-
respondia a um jovem rico que tinha rou-se triste, porque possuía muitas
perguntado: “Bom Mestre, que bem propriedades.”
farei, para conseguir a vida eterna?” O ensombrado comentário de
(Mateus 19:16). Ellen G. White sobre esta decisão fa-
Depois de Jesus ter recitado uma tídica merece ser lido com cuidado:
lista dos mandamentos para a consi- “Se tivesse compreendido o valor do
deração do jovem rico, Ele identificou dom oferecido, ter-se-ia unido ime-
uma fraqueza espiritual mais profun- diatamente aos seguidores de Jesus.
da: “Se quiseres ser perfeito, vai, vende Era membro do honrado conselho
tudo o que tens e dá-o aos pobres, e dos Judeus e Satanás estava a tentá‑lo
32 DOMINGO
SEXTA-FEIRA
Sabemos que
o discipulado
custa, mas
será que ele
rende algo?
O QUE PODEMOS
GANHAR COM ISSO?
Será que podemos criticar Pedro por
ter colocado esta pergunta? Jesus fa-
lava frequentemente sobre o custo
do discipulado, como fez em Mateus
16:24, quando declarou: “Se alguém
com lisonjeiras perspetivas quanto ao quiser vir após mim, renuncie-se a si
futuro. Queria o tesouro celestial, mas mesmo, tome sobre si a sua cruz, e
queria também as vantagens tempo- siga-me.” Sabemos que o discipulado
rais que as riquezas lhe trariam. En- custa, mas será que ele rende algo? A
tristeceu-se por existirem tais condi- resposta é SIM! Aqui estão cinco pre-
ções; desejava a vida eterna, mas não ciosas alegrias esperando por aqueles
estava disposto a fazer o sacrifício. que estão dispostos a mergulhar no
O custo da vida eterna pareceu-lhe discipulado com Jesus – “o processo
demasiado grande.”1 de se tornar como Jesus gastando tem-
Enquanto o jovem rico entriste- po com Ele”.2
cido recuava, Jesus virou-se para os
discípulos e disse algo que ainda nos A ALEGRIA DE UMA VIDA
choca, dois mil anos depois: “Em ver- COM PROPÓSITO
dade vos digo que é difícil entrar um Em Mateus 16:25 Jesus faz uma ou-
rico no reino dos céus. E outra vez sada predição sobre todos os discípu-
vos digo que é mais fácil passar um los que escolhem segui-l’O: “Porque,
camelo pelo fundo de uma agulha, do aquele que quiser salvar a sua vida,
que entrar um rico no reino dos céus” perdê-la-á, e quem perder a sua vida,
(vv. 23 e 24). “Quem poderá, pois, sal- por amor de mim, achá-la-á.” Haverá
var-se?”, arquejaram os discípulos (v. maior tristeza na vida do que nunca
25). Foi então que um Pedro corado encontrarmos o propósito para o qual
perguntou aquilo que nenhum outro fomos criados? Aqui Jesus promete
discípulo ousou perguntar: “Eis que que todos os que entregam a sua vida
nós deixámos tudo, e te seguimos; que no serviço para Ele encontrarão vida
receberemos?” (V. 27). com sentido, uma parte da qual é tor-
34
gos, esta alegria vale, por si só, o preço nos transformou à Sua imagem. Isso
de se andar com Jesus. Agora mesmo será uma alegria inefável e gloriosa
Ele ordena-nos: “Vinde a mim, todos (I Pedro 1:8)!
os que estais cansados e oprimidos, e
eu vos aliviarei” (Mateus 11:28). Jesus
oferece-nos o jugo da sua vontade em Um dia, muito
lugar do jugo opressor do pecado. Ele
promete: “E encontrareis descanso
em breve, todos
para as vossas almas. Porque o meu os verdadeiros
jugo é suave e o meu fardo é leve”
(vv. 28 e 29).
discípulos
Sobre esta bela promessa, Ellen reinarão para
G. White escreveu: “O Senhor nunca
faz uma falsa estimativa sobre a Sua sempre com
herança. Ele mede os homens com os Aquele que nos
quais está a trabalhar. Quando eles se
submetem ao Seu jugo, quando eles transformou à
desistem da luta que não tem sido
proveitosa para eles e para a causa
Sua imagem.
de Deus, encontrarão paz e repouso.
Quando eles perceberem a sua fraque- 1 day Adventist Members,
Ellen G. White, O Silver Spring, MD:
za, as suas deficiências, eles deleitar- Desejado de Todas as Review and Herald,
Nações, ed. P. SerVir, 2018, p. 3.
-se-ão em fazer a vontade de Deus.”3 pp. 471 e 472. 3
2 Ellen G. White, Review
Discipleship Handbook: and Herald, 23 de
A ALEGRIA DA VIDA ETERNA A Resource for Seventh- outubro de 1900.
E DE MUITO MAIS
Jesus respondeu efetivamente à per-
Dwain N. Esmond é Pastor ordenado,
gunta de Pedro e a Sua resposta repre- escritor e editor. Ele serve atualmente
senta, talvez, a maior alegria de todas. como Diretor/Editor-Associado do Ellen G.
White Estate, onde auxilia na preparação e
Deixem-me assegurar-vos, disse Jesus, na publicação de textos relacionados com
que “quando, na regeneração, o Filho o White Estate.
A prova do
verdadeiro
discipulado
36 SEGUNDO SÁBADO
“N
isto é glorificado amava. Ele viu que novas ideias e impul-
Meu Pai”, disse sos os deviam dominar; que novos prin-
Jesus, “que deis cípios deviam ser praticados por eles;
muito fruto”. Deus por meio da Sua vida e morte deviam
deseja manifestar por meio de nós a receber uma nova conceção de amor. O
santidade, a beneficência, a compai- mandamento de se amarem uns aos ou-
xão do Seu próprio caráter. Todavia, tros tinha um novo sentido à luz do Seu
o Salvador não ordena aos discípulos sacrifício. Toda a obra da graça é um ser-
que trabalhem para produzir fruto. viço contínuo de amor, de abnegação, de
Diz-lhes que permaneçam n’Ele. “Se esforço altruísta. Durante cada hora da
vós estiverdes em Mim”, diz Ele, “e as peregrinação de Jesus na Terra, o amor
Minhas palavras estiverem em vós, de Deus jorrava d’Ele em correntes irre-
pedireis tudo o que quiserdes, e vos primíveis. Todos os que são possuídos
será feito”. É por meio da Palavra que pelo Seu espírito hão de amar como Ele
Cristo habita nos Seus seguidores. Esta amou. O mesmo princípio que atuava
é a mesma união vital representada em Cristo há de atuar neles na maneira
por comer a Sua carne e beber o Seu de lidarem uns com os outros.
sangue. As palavras de Cristo são espí-
rito e vida. Recebendo-as, recebeis a O AMOR É A PROVA
vida da Videira. Viveis “de toda a pala- Este amor é a prova do seu discipulado.
vra que sai da boca de Deus”. Mateus “Nisto todos conhecerão que sois Meus
4:4. A vida de Cristo em vós produz os discípulos”, disse Jesus, “se vos amardes
mesmos frutos que n’Ele. Vivendo em uns aos outros”. Quando os homens se
Cristo, ligando-vos a Ele, fortalecidos ligam entre si, não pela força do interes-
por Ele, extraindo d’Ele o alimento, se pessoal, mas pelo amor, mostram a
dareis frutos semelhantes aos Seus. ação de uma influência que é superior a
Nesta última reunião de Jesus com toda a influência humana. Onde existe
os Seus discípulos, o grande desejo por esta unidade, é evidente que a imagem
Ele manifestado em seu favor foi de que de Deus está a ser restaurada na Huma-
se amassem uns aos outros como Ele os nidade, que foi implantado um novo
amava. Falou-lhes repetidas vezes a este princípio de vida. Mostra que há na na-
respeito. “O Meu mandamento é este”, tureza divina poder para deter os agen-
disse por diversas vezes, “que vos ameis tes sobrenaturais do mal e que a graça
uns aos outros”. Foi mesmo a primeira de Deus subjuga o egoísmo inerente ao
recomendação que lhes fez quando es- coração natural.
tava a sós com eles no cenáculo: “Um Este amor, manifestado na Igre-
novo mandamento vos dou: Que vos ja, há de por certo despoletar a ira de
ameis uns aos outros; como Eu vos amei Satanás. Cristo não estabelece para os
a vós, que também vós uns aos outros Seus discípulos um caminho fácil. “Se o
vos ameis.” Para os discípulos, este foi mundo vos aborrece”, diz Ele, “sabei que,
um novo mandamento; pois eles não se primeiro do que a vós, Me aborreceu a
amavam uns aos outros como Jesus os Mim. Se vós fôsseis do mundo, o mun-
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UMA FÉ COMO A SUA com a justiça de Cristo, é a Sua deposi-
“Tenho-vos dito isto”, disse, “para que tária, devendo-se revelar nela as rique-
em Mim tenhais paz; no mundo tereis zas da Sua misericórdia, da Sua graça e
aflições, mas tende bom ânimo. Eu ven- do Seu amor, numa exibição final e ple-
ci o mundo”. Cristo não fracassou, nem na. Cristo considera o Seu povo, na sua
perdeu o ânimo, e os Seus seguidores pureza e perfeição, como a recompensa
devem manifestar uma fé permanente da Sua humilhação e o suplemento da
da mesma natureza. É sua responsabi- Sua glória – Cristo, o grande Centro, de
lidade viver como Ele viveu e trabalhar Quem irradia toda a glória.
como Ele trabalhou, pois dependem Com fortes palavras de esperança,
d’Ele, o grande Obreiro-Mestre. Devem o Salvador concluiu as Suas instru-
possuir coragem, energia e perseveran- ções. Depois derramou a opressão da
ça. Embora haja impossibilidades apa- Sua alma em oração pelos discípulos.
rentes que entravem o seu caminho, Erguendo os olhos ao Céu, disse: “Pai,
pela Sua graça devem continuar. Em é chegada a hora; glorifica a Teu Filho,
lugar de lamentar as dificuldades, são para que também o Teu Filho Te glo-
convidados a transpô-las. Não devem rifique a Ti; assim como Lhe deste po-
desesperar com nada, mas esperar tudo. der sobre toda a carne, para que dê a
Com a áurea cadeia do Seu incompará- vida eterna a todos os que Lhe deste. E
vel amor, Cristo tem‑nos ligado ao trono a vida eterna é esta; que Te conheçam,
de Deus. É da Sua vontade que exerçam a Ti só, por único Deus verdadeiro, e a
a mais profunda influência do Universo, Jesus Cristo, a Quem enviaste.”
a qual deriva da fonte de todo o poder.
Têm de ter força para resistir ao mal, for-
ça que nem a Terra, nem a morte, nem Perguntas para
o inferno podem dominar; força que os Reflexão:
habilitará a vencer como Cristo venceu.
1. Como é que representamos o cará-
É desígnio de Cristo que a ordem
ter de Cristo ao mundo?
celeste, o plano de governo do Céu e a
divina harmonia celestial sejam repre- 2. Discuta a ideia de se “viver como
sentadas na Sua Igreja na Terra. Assim Ele viveu, trabalhar como Ele traba-
lhou”. De que modo o propósito de
é que Ele é glorificado no Seu povo. Por
Cristo afetou o modo como Ele viveu e
meio deles, o Sol da Justiça resplande- trabalhou?
cerá sobre o mundo com brilho não
3. Quais são as armas que podemos
ofuscado. Cristo deu à Sua Igreja am-
usar para combater o desencoraja-
plas faculdades, de modo a poder rece- mento e o medo quando enfrentamos
ber abundantes retribuições de glória a tentação?
da parte da Sua propriedade remida,
comprada.
Este artigo é um excerto de O Desejado de Todas
Ele concedeu ao Seu povo capaci- as Nações, ed. P. SerVir, pp. 622-625. Os Adventistas
dades e bênçãos para representarem a do Sétimo Dia creem que Ellen G. White (1827-
-1915) exerceu o dom bíblico de profecia durante
Sua própria suficiência. A Igreja, dotada mais de 70 anos de ministério público.
1,90€