Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Jantares de grupo
Este Natal, há sempre lugar para mais um
nas melhores mesas de Lisboa e do Porto
NotíciasFlix
#editorial
Vera Moura Directora
vera.moura@timeout.com
O Natal pode ser bem ingrato para eremitas, cépticos e solitários. Os grupos
impõem-se, sejam da família, de amigos, de colegas ou de desconhecidos.
Sejam grandes ou pequenos. Sejam de gente com quem passamos os dias
inteiros ou daqueles que não vemos desde o Natal passado. Dos mais
íntimos aos que, por uma noite apenas, se juntam ao grupo.
Emigrantes regressam com horas contadas e não fazem outra coisa que
não encher o calendário apertado de eventos colectivos. Restaurantes
juntam mesas para caberem todos, criam menus para comerem todos,
alargam horários para não faltar nenhum. Televisões e telemóveis mostram
anúncios a puxar à lágrima e à comunhão. Mercados e vilas natalícias
multiplicam-se e enchem-se de pessoas tão dispostas a viver a paz e o amor
como a gastar o subsídio inteiro. Esta edição que está prestes a folhear é, ela
mesma, um convite à alegria dos ajuntamentos, festas e reuniões. Mas vale
a pena parar, nem que seja só nesta página, para pensar nos eremitas, nos
cépticos e nos solitários. Nos que assim escolheram e a muito esforço abrem
uma excepção em Dezembro, e nos que não têm outro remédio.
Na Time Out, parece-nos sempre que a vida é melhor em grupo.
Mas que este possa ser também um feliz Natal para quem está sozinho.
Redacção: Av. da Liberdade, 10, 4.º Editorial Publisher Steffany Casanova | Directora Vera Moura | Director adjunto (Lisboa) Hugo Torres |
— 1250-144 Lisboa Directora adjunta (Porto) Mariana Morais Pinheiro | Editores executivos Cláudia Lima Carvalho e Mauro Gonçalves |
Tel: 21 120 2970 Editor Luís Filipe Rodrigues | Jornalistas Eurico de Barros, Raquel Dias da Silva, Renata Lima Lobo, Rute Barbedo, Teresa
www.timeout.pt David e Beatriz Magalhães (estagiária) | Copydesk Helena Galvão Soares | Colaboradores Alfredo Lacerda
Projectos especiais Sara Sanz Pinto | Events Manager Marta Sequeira| Branded Content Joana Guimarães, Francisca
Publicada e editada por Time Out Portugal
Carvalho
Proprietário: Time Out Portugal Unipessoal Lda.
Design Maria Ghira, Rui Pita, Madalena Leitão e Patrícia Freitas (estagiárias) | Fotografia e vídeo Fotógrafos Arlei Lima e
Detentor de 100% do capital: Time Out Group PLC.
Sede: Av. da Liberdade, 10, 4.º — 1250-144 Lisboa Francisco Romão Pereira | Videógrafa Catarina Almeida
Tel: 21 120 2970 NIF: 513 739 157 ERC: TOP Time Out Portugal Director-geral (administrador) Duarte Vicente | Departamento Comercial e Financeiro
127577 Finance Director Michèle Boullier Faro (michele.faro@timeout.com) | Sales & New Business Pedro Lima e
Estatuto Editorial em Francisco Cavadas (publicidade@timeout.com) | Account Catarina Novais (catarina.novais@timeout.com), Rafael
www.timeout.pt/lisboa/pt/lei-da-transparencia Neto (estagiário)
PÁG. 34
à
Jantares de grupo
Mesas em Lisboa e no Porto
onde cabe sempre mais um
PÁG. 22
à
Música
Tim sem Xutos
PÁG. 76
à
SECÇÕES
10 Grande Alface 22 Jantares de grupo 34 Coisas para fazer 42 Miúdos
48 Compras 50 Grande Ecrã 54 Pequeno Ecrã 64 Jogos 68 Livros 72 Palco
76 Música 90 Noite 94 Comer&Beber
facebook.com/timeoutlisboa instagram.com/timeoutlisboa
@TimeOutLisboa
facebook.com/timeoutporto instagram.com/timeoutporto
ESTE NATAL
NO POUPE
NOS SONOS .
POUPE NA APP
MYSAVINGS.
POUPE A PARTIR DE
25
UMA OPÇÃO COM
€
/MÊS
GARANTIA DE 100%
DO CAPITAL INVESTIDO
Esta informação não dispensa a consulta da informação pré-contratual e contratual legalmente exigida.
fidelidade.pt Fidelidade - Companhia de Seguros, S.A. - NIPC e Matrícula 500 918 880, na CRC Lisboa - Sede: Largo do Calhariz, 30 1249-001 Lisboa – Portugal
- Capital Social EUR 509.263.524 - www.fidelidade.pt
Apoio ao Cliente: Dias úteis das 9h às 20h. T. 217 94 87 01 Chamada para a rede fixa nacional. E. apoiocliente@fidelidade.pt
Natal no mercado
Se comer, beber e conviver são das actividades mais
praticadas durante a época festiva, então o Time
Out Market é o sítio ideal para vir viver estes dias da
melhor maneira, com boa comida e bebida, decorações
natalícias e muita animação.
chef Miguel Mesquita conduz uma viagem de Intervenção Comunitária. Nesses dois
A magia está
espalhada pela
cidade
Há luzes, mercados, presépios e animação por toda a cidade. Já se vive
o Natal em Lisboa em todo o seu esplendor. O problema é escolher onde ir.
Para que não perca pitada, fomos de bairro em bairro à procura da
magia natalícia e dizemos-lhe o que não pode perder. Conheça o Natal
em Lisboa, escolha a sua bola de Natal e mergulhe na magia.
Esta cidade
é para ciclistas?
Da retirada da ciclovia da Avenida de Berna ao anúncio de novas
ciclovias para a cidade, o ano termina agitado para quem pensa, fala
e usa bicicletas. Rute Barbedo foi perceber o que está por detrás das
manifestações e do regresso da Massa Crítica.
JÁ NÃO ACONTECIA há alguns anos, mas no dia a perder ciclovias ou a nossa voz nas decisões
24 de Novembro os ciclistas do movimento públicas”, lê-se na página de Facebook do
Massa Crítica voltaram a encontrar-se evento. Como defende Ricardo Ferreira (nunca
na rotunda do Marquês de Pombal para na qualidade de porta-voz ou representante,
reivindicar e celebrar o uso da bicicleta sublinhe-se, já que não há hierarquias na
na cidade. Nos últimos cinco anos, esta MC), “o actual executivo [liderado por Carlos
“bicicletada” andava adormecida, fruto da Moedas] é responsável por uma regressão
pandemia, mas também da conjuntura. “Há relativamente ao passado, na direcção de uma
quem diga que isto aconteceu porque a Massa cidade com mais carros”. “Começou com a
Crítica [MC] já não era necessária, porque as promessa de retirar a ciclovia da Almirante
coisas estavam a evoluir no bom sentido em Reis e isso ficou [gravado]. Não sei se por
Lisboa”, conta à Time Out Ricardo Ferreira, revanche, agora decidiu retirar a da Avenida
participante e utilizador diário da bicicleta na de Berna. Era uma ciclovia que precisava
cidade. “Afinal, é preciso voltar”, tem a certeza de melhorias, sem dúvida, mas não se pode
Ricardo. “O nosso dever cívico não é só ir votar chegar lá e simplesmente retirar, por causa de
de quatro em quatro anos.” lugares de estacionamento. Dizem que não
A MC é um movimento internacional, querem avançar com ciclovias sem estudos
nascido em São Francisco nos anos 90, que prévios, mas não houve nenhum estudo para
chegou a Lisboa há 20 anos. Regressa em 2023 retirá-la. E esta é uma avenida larguíssima,
porque há uma insatisfação crescente quanto não devia ser um problema”, diz.
à política pública na área da mobilidade. Em Outubro, a ciclovia da Avenida de Berna
“Estamos a perder espaço e voz na rua. Temo- começou a ser parcialmente desmantelada,
-nos juntado apenas quando estamos prestes com a Câmara Municipal de Lisboa (CML) a
Pusemos a tradição
no sapatinho
Listas, compras, filas, presentes, mais presentes e repete… Se a
lengalenga das grandes superfícies o leva sempre a surpresas com
talão de troca, está na altura de mudar a rota e comprar diferente.
Inspirados pela MEO Empresas, encontrámos nove lojas com
presentes únicos, para compras no comércio local. Do tradicional
ao moderno, há prendas para todos.
Porto
Livraria Moreira da Costa
São gerações e gerações de uma família dedicada aos
livros. Nesta livraria, encontra os grandes clássicos,
edições únicas e verdadeiras relíquias. Reclama o título
de livraria mais antiga do Porto e é o paraíso de todos os
que amam o romance, o mistério, a poesia, os clássicos e
os incontornáveis da literatura portuguesa. àRua de Avis,
36, Porto
Bragança
Cut Out
A alma transmontana está por trás do projecto, e sobressai
em cada detalhe. O resultado são peças únicas em
madeira, para sentir Portugal dentro de casa. Peças
decorativas ou utilitárias, como marcadores de livros,
porta-chaves ou bases para copos, vão fazer furor no
sapatinho. àRua Dom José Alves de Mariz, 9 , Bragança
Madeira
Atelier Marta Maçarico Bordal
É um clássico madeirense, por um bom motivo. Aqui, desde
e Sara Crux Studio Torres Vedras 1962 que se trata e retrata o bordado da Madeira. Há
É o dois por um para todos os que procuram sugestões de mais de 50 mil desenhos em arquivo, o que torna as peças
acessórios e roupa, tudo no mesmo lugar. Marta Maçarico únicas. As bordadeiras, essas, estão espalhadas pela ilha.
é a joalheira e cria joias únicas com base em técnicas Há muito por onde escolher na loja, mas a nossa sugestão
de restauro. Sara Cruz faz roupas únicas, com técnicas para este Natal é o kit para aprender a bordar em casa.
de upcycling e desperdício zero. Juntas, trazem a Torres àRua Dr. Fernão de Ornelas, 77, Funchal
Vedras sugestões para todas as ocasiões. àRua Cândido
dos Reis, 33, Torres Vedras
O Arco Tavira
Um hospital
Mesmo às portas da ponte de pedra de Tavira, encontra
O Arco, uma loja que se define como “Art & Craft”. Uma onde a prescrição
perdição para os amantes de cerâmica, artigos de
decoração, mantas fofinhas e muitas – mesmo muitas
é brincar Lisboa
– peças feitas à mão. Sabonetes, champôs, bálsamos e É a directora clínica Manuela Cutileiro quem nos faz a
velas perfumadas são imbatíveis para o Natal. àRua 5 visita guiada pelo – talvez mais antigo, talvez único no
de Outubro, 3, Tavira mundo (com certeza único em Portugal) – Hospital das
Bonecas. Em plena Baixa de Lisboa, o espaço é antigo,
Açores e Manuela é já a quinta geração a abraçar o projecto.
La Bamba Bazar Store
É o paraíso dos amantes de discos de vinil, mas também a O conceito é raro: um espaço onde os brinquedos têm
loja para todos os que procuram presentes fora da caixa. uma segunda oportunidade, não há impossíveis, só
Jogos, livros, artigos de decoração e uma panóplia de pequenos milagres. As bonecas vêm “de muitos países
utilidades para a casa, com um design especial – tudo diferentes”, e Manuela assegura que a maioria dos
bons motivos para uma paragem no La Bamba antes da clientes são “particulares que têm uma boneca, com
consoada. àRua Manuel da Ponte, 23, Ponta Delgada uma história, da qual não se querem desfazer”.
A grande exposição
de T.S.F. de 1930
Foi na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Dezembro de
1930, que se realizou a III Grande Exposição de T.S.F. de Lisboa.
O general Óscar Carmona, então Presidente da República, foi
presenteado com uma bonita rádio-grafonola.
da República, o general Óscar Carmona. tal, quatro contos e tresentos, dois contos e
Este seria presenteado com uma vistosa quinhentos, etc. (…) Retirei desorientado!” ■
Bebida de caju
Arroz doce
Ingredientes
Preparação e confecção
• 1 chávena de arroz carolino
• 1 pau de canela
1. Lave o arroz numa peneira com água corrente até que
ela saia translúcida. • 2 cascas de limão
• 2 cascas de laranja
2. Aqueça em lume brando a bebida à base de caju e
• 1 colher de café de sal marinho
junte-lhe o pau de canela, as cascas de limão e laranja,
o sal e a mistura de especiarias, excepto a canela em pó. • 100 g de geleia de arroz
Mexa continuamente com uma vara de arames. • 1 colher de chá de curcuma em pó
• 1 colher de chá de gengibre em pó
3. Quando levantar fervura, adicione o arroz. Deixe
cozinhar em lume brando até que o arroz fique cozido. • 1/2 colher de café de pimenta preta moída
Mexa frequentemente com uma colher. • 1 estrela de anis
• 1 colher de chá de cardamomo
4. Adicione a geleia de arroz e envolva os ingredientes.
• 1 cravinho
5. Deixe cozinhar mais 2 a 3 minutos. Mexa o preparado • 2 colheres de chá de canela em pó
para não agarrar ao fundo do tacho.
principais, ninguém fica com fome. São eles apelativo. É assim em todas as casas (três
quinoa, manga, cebola roxa, pepino, abacate, em Lisboa, uma em Cascais) e em todos os
OITTO
FOTOGRAFIA: FRANCISCO ROMÃO PEREIRA
LOCAL - YOUR HEALTHY KITCHEN 48€-75€ por pessoa (bebidas não incluídas)
35€-45€ por pessoa No restaurante a solo de Carlos Duarte Afonso,
No Local é sempre fácil juntar, na mesma no Chiado, o que não falta é espaço para
mesa, um grupo de pessoas com as mais receber grupos grandes. E há não um, não
variadas restrições alimentares. É, por isso, dois, mas três menus destinados à ocasião. Um
àPROVINCIA
35€-45€ por pessoa
No restaurante do Grupo Non Basta no Campo
Pequeno, a comida italiana continua a ser o
foco, mas a carta é mais alargada, destacando-
-se a proximidade da horta – o nome não é
um acaso, é uma forma de trazer o campo
para a cidade. Há dois menus de grupo, que
incluem duas bebidas durante a refeição.
Um deles, de 35€, inicia com o couvert, uma
focaccia de fermentação lenta, manteiga de
ovelha e taramasalata; e uma entrada: burrata
e vegetais no carvão ou porchetta tonnato,
atum e malagueta. Já nos pratos principais, é
escolher entre um risotto alla milanese, com
cogumelos pleurotus fumados, uma pici cacio
e pepe, ou um ravioli de espinafres e queijo de
cabra, cebola e nozes. No final, há tiramisù.
àAvenida da República, 48 B (Campo Pequeno).
Dom-Qui 12.00-23.30, Sex-Sáb 12.00-00.30
FOTOGRAFIA: DR
25
de batata doce roxa e prensado de legumes ou
moqueca de palmito com cogumelos frescos
e crocante de papadams. O remate é com
um carpaccio de abacaxi com especiarias e
uma mousse de chocolate com coco. O vinho
também faz parte deste menu. àRua Saraiva de
Carvalho, 171 (Campo de Ourique). Seg 19.45-23.45,
Ter-Qui 12.45-23.45, Sex-Sáb 12.45-00.00
COBAIA
30€-35€ por pessoa (bebidas não incluídas)
O Cobaia é o restaurante inserido no Poolside
Hub, a casa de projectos Web3, em Alvalade.
TABERNA ALBRICOQUE No piso de cima, a zona é reservada a grupos,
35€-50€ por pessoa com apoio de bar. E é também aqui que se
É o espaço que Bertílio Gomes imaginou pode pedir um dos quatro menus desenhados
como casa para uma paixão que há muito o por Jorge Redondo, que junta as cozinhas de
acompanha: a cozinha algarvia. Por isso há Portugal, Espanha e França. Um deles (35€)
três menus de grupo bem apetrechados de inclui, claro, o couvert, mas também um prato
iguarias do Sul. O menu de 45€ por pessoa, de stracciatella, abóbora assada, nectarina
por exemplo, conta com pão massa mãe, e salmorejo; um choco braseado com pêra,
tiborna de citrinos e uvas e salada de cenoura pasta de sésamo e menta; camarão grelhado
para começar, seguidos de petiscos variados, com puré de alho confitado e batata e broa
como queijo Monte da Vinha, presunto de crocante; risoto de polvo, grelos, tomate seco
porco preto e abrótea frita. Para mais sustento, e salsa verde; e uma mousse de manjericão,
uma cataplana do mar com bivalves, e para morangos, sementes de abóbora para
CÍCERO BISTROT
70,4€-190€ por pessoa
Este restaurante em Campo de Ourique deve
o seu nome a Cícero Dias, pintor modernista
brasileiro, que construiu a sua carreira em
Paris. Nas paredes, por entre obras de outros
artistas, a estrela é o pernambucano. A sua
obra e vida também influenciam a cozinha
francesa de autor, preparada com ingredientes
luso-brasileiros. Há vários menus de grupo,
mas o mais em conta (64€+10% gratificação
não opcional), chamado Gravura, tem
uma entrada de patê de salmão fumado e
tapenade de tomate seco com parmesão em
cone estaladiço; e nos pratos principais há
opções como bacalhau com crosta de milho,
salsa e azeitona preta, batata de forno, duo
de pimentos e grelos de nabo ao alhinho ou
FOTOGRAFIA:
um salmorejo de tomate do Oeste, sorbet de junto à Baía de Cascais. São cerca de dois mil
pepino, pão de fermentação de massa mãe, metros quadrados, com espaço para dois
gambas, óleo de salsa e lemon balm; depois restaurantes: um de peixe (Água), outro de
croquetes de bacalhau à Brás; um esparguete, carne (Fogo). Espaço não falta – e menus de
beurre blanc e caviar de algas; um prato de grupo também não. Aqui destacamos um dos
LA VILLA
45€ por pessoa
Vincent Farges tem uma
estrela Michelin no Chiado,
mas na Aroeira o objectivo
não é alcançar os astros. É,
sim, oferecer uma comida
generosa, saborosa e aberta a
todos. No menu, além de um
couvert com pão, manteiga
e azeitonas, cada membro
do grupo tem direito a uma
entrada individual entre
creme de castanhas com
faisão e foie gras, carpaccio,
ou salada poké. O prato
principal e a sobremesa são
escolhidos a partir da carta, mas
a sugestão vai para a marmita de
peixes com bivalves, molho de
vinho branco e combava; para
o lombo de novilho com
FOTOGRAFIA: DR
por duas entradas para partilhar, que vão de laranja e leite-creme de alfazema. àCais de Gaia,
bôla de enchidos regionais a Brás de espargos 380, Vila Nova de Gaia. Todos os dias 19.00-23.00 ■
FOTOGRAFIA:
Coisas
para fazer
nacidade@timeout.com
O Natal
é muitas
coisas
Dezembro é, inevitavelmente, o mês
mais temático do ano. De Lisboa ao
Porto, a equipa Time Out Portugal o mercado e a árvore de Natal, entre outras
reuniu 24 sugestões para aproveitar o atracções para miúdos e graúdos. A entrada
Natal até Janeiro. é livre, mas algumas actividades podem ser
pagas, à semelhança das edições anteriores.
àParque Eduardo VII (Lisboa). Até 1 Jan. Seg-Qui
12.00-22.00, Sex 12.00-00.00, Sáb e feriado 10.00-
00.00, Dom 10.00-22.00, dias 24 e 31 Dez 10.00-
16.00 e dias 25 Dez e 1 Jan 16.00-00.00. Entrada livre
Fazer compras no Campo Pequeno
É o maior mercado de Natal da cidade e está Entrar numa igreja
de volta ao Campo Pequeno com tudo o que Mas sem missas no programa. A habitual
convém à grande corrida às compras. A 11.ª agenda de concertos em igrejas está de volta
edição do mercado conta com cerca de 80 às ruas de Lisboa. Até 17 de Dezembro, estes
marcas de design, cerâmica, joalharia, moda, locais de culto – que são também atracções
artes plásticas, decoração, livros e brinquedos, históricas da cidade – são palco de cânticos
e também vinho.àCampo Pequeno (Lisboa). 7-10 natalícios. No dia 8 de Dezembro, o Coro
Dez 11.00-21.00. 2€ Juvenil e o Coro de Câmara da Universidade
de Lisboa chegam à Igreja de São Roque com o
Andar na roda gigante espectáculo Espelhos de Natal – um repertório
O Wonderland volta a estacionar no Parque que abrange composições portuguesas e
Eduardo VII até 1 de Janeiro. Espera-se assim inglesas, nas notas de Fernando Lopes-Graça,
o regresso da famosa roda gigante, da popular Eurico Carrapatoso, Richard Rodney Bennett
pista de gelo e, claro, das restantes atracções e John Tavener. Uma semana depois, a 15
que animam o centro da cidade nesta época de Dezembro, a música é outra – e o palco
FOTOGRAFIA: DR
do ano. No espaço aberto de mais de dez mil também. No Panteão Nacional, o Gospel
metros quadrados, brilham também as luzes, Collective entoa clássicos do cancioneiro
Apanhar a carreira
Mas não uma qualquer. Este ano volta a
ser possível subir a bordo de um autocarro
(sim, que nem um turista), que o leva a ver as em Benfica é uma delas. Até 17 de Dezembro, a
luzes de Natal. O veículo de dois andares vai programação estende-se a toda a família a não
percorrer o centro de Lisboa até 1 de Janeiro. perder. Além da Parada de Natal e do Desfile
O ponto de encontro é, mais uma vez, a Praça do Pai Natal sobre Rodas, estão previstos
Marquês de Pombal, com viagens a cada 30 desde espectáculos para crianças no Palácio
minutos e a última saída prevista para as Baldaya até sessões no Cine-teatro Turim, sem
21.30. A organização assegura que o percurso esquecer os habituais recitais e concertos nas
foi actualizado para melhorar a experiência igrejas e jardins da freguesia.àBenfica (Lisboa).
de quem quer ver as luzes de Natal.àPraça Até 17 Dez. Vários preços
do Marquês de Pombal (Lisboa). Até 1 Jan. Seg-Dom
18.00-21.30 (a cada 30 minutos). 5€-10€ Comprar no Rossio
As barraquinhas de madeira estão montadas
Meter as mãos na massa e a casa do Pai Natal também já abriu portas.
Com o intuito de chamar a atenção para um Isto significa que o Rossio Christmas Market
consumo mais consciente e sustentável nesta está de volta e, até ao 23 de Dezembro,
época do ano, os workshops natalícios da Lx ajuda a entrar no espírito natalício. Além
Factory vão debruçar-se sobre técnicas de da gastronomia tradicional e das bebidas
personalização de objectos e de produção quentes, o comércio inclui artesanato.
artesanal. A participação é gratuita e por Destaca-se a presença da loja Hospital das
ordem de chegada. No dia 8 de Dezembro Bonecas e ainda a exposição de montras. Se
aprendem-se técnicas de personalização de não quiser perder o Comboio de Natal, este
roupa e de acessórios em pele, como botas, passa entre as 15.00 e as 22.00. As actuações
malas ou blusões. O workshop é das 10.00 às de ranchos folclóricos e bandas filarmónicas
13.00 e das 14.00 às 19.00. No dia 10, Sofia prometem animar o mercado.àPraça D. Pedro IV
Cotrim ensina a criar enfeites natalícios com o (Lisboa). Até 23 Dez. Dom-Qui 10.00-22.00, Sex-Sáb
que todos temos à mão em casa e que, de outra 10.00-23.00. Entrada livre
forma, acabaria no lixo. Acontece das 10.00 às
13.00. O calendário de workshops festivos da Desmoer a consoada
Lx Factory chega ao fim nesse mesmo dia, das As populares corridas de São Silvestre
14.00 às 19.00. O tema é a transformação de costumam ser o ponto alto do atletismo
“resíduos em tesouros”. A anfitriã é a activista durante o mês de Dezembro e acontecem um
Joana Guerra Tadeu e, nas suas mãos, resíduos pouco por todo o país. A mais antiga é a corrida
aparentemente sem utilidade podem virar de São Silvestre da Amadora, que este ano sai
ornamentos, presentes ou embrulhos. à rua para a 48.ª edição, a 31 de Dezembro,
àLx Factory (Lisboa). 8 e 10 Dez. 10.00-13.00, Dia de São Silvestre. Mas antes, em Lisboa,
14.00-19.00. Entrada livre realizam-se a São Silvestre El Corte Inglés, a
17 de Dezembro, e a Lidl São Silvestre, a 30. E
FOTOGRAFIA: DR
Atravessar o rio
Até 24 de Dezembro, o centro de Almada
transforma-se numa espécie de cidade do Natal,
com tudo a que há direito e para todas as idades,
sempre com entrada gratuita. A abertura do
programa Feliz Almada está marcada para dia
8 de Dezembro, às 21.30, no Parque Urbano
Comandante Júlio Ferraz, com o concerto de
Bárbara Tinoco, onde Carolina Deslandes será a
convidada especial. Entre 8 e 24 de Dezembro,
esta segunda praça transforma-se na Cidade
O MELHOR DESTE MÊS
Natal – conte com uma casa do Pai Natal, um
comboio eléctrico, um carrossel ao estilo
NA CUPRA CITY GARAGE
parisiense e uma pista e rampa de gelo para os
mais afoitos. O cartaz musical estende-se até É o sprint final do ano e não há melhor forma
ao final do ano, com nomes como GNR, Luísa de nos despedirmos do que no sítio que tantas
e Salvador Sobral, Fernando Daniel e ProfJam, alegrias nos trouxe durante o ano: a CUPRA City
estes dois já no concerto de passagem de ano. Garage. A agenda de Dezembro promete. Está
àVários locais (Almada). 8-24 Dez, 31 Dez. Entrada livre aberto todos os dias da semana, excepto ao
domingo, entre as 10.00 e as 19.00. No mês de
Entrar no novo ano Dezembro, o espaço estará fechado também ao
A passagem de ano em Lisboa já tem cabeça de sábado, excepto no dia 16.
cartaz. Os Quatro e Meia actuam no Terreiro do
Paço a 31 de Dezembro. A programação inclui Feel the Impulse with Forza Horizon 5
também o habitual fogo de artifício, com a festa A partir de dia 12 de Dezembro
a seguir pelas primeiras horas de 2024.àTerreiro A adrenalina das corridas do Forza Horizon 5 está
do Paço (Lisboa). 31 Dez. Entrada livre de volta à CUPRA City Garage. Venha sentar-se no
simulador by CUPRA e experimentar a emoção de
Subir a montanha conduzir um CUPRA Urban Rebel Racing Concept,
até um reino encantado um Formentor VZ5 ou um Tavascan, enquanto
O Reino do Natal de Sintra está de regresso às supera desafios que o vão fazer sentir noutra
ruas da vila histórica. Até 30 de Dezembro, dimensão – a dimensão CUPRA.
o evento, que mantém o propósito solidário,
vai povoar o Parque da Liberdade com fadas, Jogo Virtual Scalextric
duendes, bonecos de neve e renas de brincar. Até dia 6 de Janeiro
A programação gratuita inclui animação A loucura dos jogos de corridas de carros fica
de rua, espectáculos de circo, concertos e ainda mais intensa com a parceria entre a CUPRA
videomapping.àParque da Liberdade (Sintra). e a Scalextric. É um ás da condução? Venha jogar
Até 30 Dez. Seg-Dom 10.00-19.00. Entrada livre o jogo exclusivo que nasceu desta união, participar
numa competição inédita e lutar pelo prémio final:
Ver o Natal contado por marionetas uma pista Scalextric Team CUPRA.
Os Bonecos de Santo Aleixo voltam a actuar
na Igreja de Nossa Senhora da Nazareth. Com Exposição (É)PICO de Paulo Reis
sotaque alentejano e vocabulário regional já Até dia 25 de Janeiro
quase esquecido, a habitual equipa de actores (É)PICO, o nome da exposição de Paulo Reis,
dá mais uma vez vida às populares marionetas, em exibição na CUPRA City Garage, resume na
que enchem a sala com gestos de outros tempos, perfeição tudo o que vai ver. A peça central,
para representar o nascimento um gigante ouriço com 365 espinhos, tenta
de Jesus.àMuseu da Marioneta (Lisboa). espicaçar os visitantes a aproveitar todos os bons
7-8 Dez, Qui 19.00, Sex 16.00. 5€-7,50€ momentos da vida. A sustentabilidade e a inclusão
têm papel de destaque na exposição.
Fazer pelos outros,
como pede a época Saiba mais em cupraofficial.pt.
O Café Joyeux volta a organizar um concerto de
Coisas para fazer
Natal solidário no Salão Preto e Prata do Casino e O Estranho Mundo de Jack, de Henry Selick
Estoril. O espectáculo conta com dez artistas (21 Dez). Pelo meio, a 16 de Dezembro, a Cine
portugueses: Tiago Bettencourt, Nena, João Society vai ainda ao hotel Sheraton Resort
Gil, Frankie Chavez, Milhanas, Latte (Carolina Cascais com Harry Potter e a Pedra Filosofal
Leite), Mimi Froes & Miguel Marôco, Pedro Vaz debaixo do braço. As sessões de quinta-feira
e Rita Rocha. A apresentação do evento fica estão marcadas para as 19.00, enquanto as
a cargo de José Figueiras e Fernanda Freitas. sessões agendadas para o fim-de-semana têm
Os bilhetes já estão à venda e vão reverter na sempre início às 17.00.àFábrica do Braço de Prata
totalidade para dar emprego e formar, nos Café (Lisboa). Até 21 Dez. 13,90€
Joyeux, jovens com dificuldades intelectuais
e de desenvolvimento. àCasino Estoril. 20 Dez Ou ao circo
19.30. 10€-20€ Com uma história original, escrita por Gonçalo
M. Tavares, o Circo de Natal do Coliseu Porto
Rumar a Cascais Ageas está de volta com mais uma edição.
A Cascais Christmas Village volta a encantar Encenado por Nuno Cardoso, com direcção de
o Parque Marechal Carmona, até 2 de magia de Luís de Matos e música de Alexandre
Janeiro. Destacam-se a grande árvore de Soares, o espectáculo foi pensado para adultos
Natal, a casa do Pai Natal e a recriação viva e crianças e tem estreia marcada para o dia
de um presépio. Pode ainda contar com um 15 de Dezembro. Conte com malabarismos e
carrossel iluminado, uma pista e rampa de trapezistas, ilusionismo, acrobacias diversas
gelo, um comboio, uma aldeia nazarena e e, claro, palhaços.àColiseu do Porto Ageas (Porto).
um acampamento romano. Os mercados de 15 Dez-7 Jan. 9€-20€
Natal e o food court prometem fazer as delícias
de toda a família.àParque Marechal Carmona Despachar a lista
(Cascais). Até 2 Jan. Seg-Sex 11.00-20.00 (20.30 a de compras ao ar livre
partir de 15 Dez), Sáb-Dom 11.00-21.30, 24 e 31 Dez O Porto sabe como montar um mercado de
11.00-17.00, 25 Dez e 1 Jan 15.00-20.00. Entrada livre Natal e este ano não é diferente. O maior
de todos fica no Jardim da Cordoaria,
Ir ao cinema com dezenas de bancas ao ar livre. Uma
Até 21 de Dezembro, a Fábrica do Braço oportunidade para fazer compras de Natal,
de Prata acolhe o ciclo Cinema Encantado enquanto adoça o palato com um crepe ou
– Edição de Natal, da Cine Society, cuja aquece a alma com um vinho quente acabado
programação celebra a época festiva com de servir. E este é só um deles – também
alguns clássicos natalícios. Marque na agenda: encontra mercados de Natal na Praça da
O Amor Acontece, de Richard Curtis (7 Dez); Batalha e em Serralves.àJardim da Cordoaria
O Grinch, de Ron Howard (10 Dez); Assalto ao (Porto). Até 23 Dez Seg-Qui 14.00-19.00, Sex 14.00-
FOTOGRAFIA: DR
Arranha-Céus, de John McTiernan (14 Dez); 20.00, Sáb 10.00-20.00 (feriados), Dom 10.00-20.00.
Sozinho em Casa, de Chris Columbus (17 Dez); Entrada livre
Abrem-se as
portas de casa…
e do coração
Está oficialmente aberta a época dos anúncios natalícios, que
aconchegam a alma e trazem a emoção para a publicidade.
Este ano, o MEO deu um passo em frente: a campanha Partilha
Casa é uma iniciativa a três anos que procura unir estudantes
universitários e população sénior debaixo do mesmo tecto.
42
Pico, pico,
manjerico
Mais de 30 anos depois, o realizador Duarte Coimbra faz
renascer ‘Os Amigos do Gaspar’. Raquel Dias da Silva
antecipa o novo filme musical que revisita o icónico
programa infantil.
ESTÁVAMOS EM Março de 1989 quando a idas ao Porto sempre foram visitas muito
segunda temporada de Os Amigos de Gaspar fugazes, mas uma das condições do projecto
chegou ao fim. Sete anos depois, em 1996, era que pudéssemos chamar pessoas locais
Duarte Coimbra nasceu. Estava longe de para a equipa. Senti-me super-bem-vindo e
imaginar que, um dia, viria a ser o realizador tive a oportunidade de descobrir a cidade ao
responsável por revisitar o programa infantil, mesmo tempo que a filmava.”
que marcou o imaginário de uma geração. O convite para realizar partiu do director
Comissariado pelo Batalha Centro de Cinema, artístico do Batalha, Guilherme Blanc. “Queria
Os Amigos do Gaspar: Uma Reunião na convidar uma pessoa portuguesa que tivesse
Cidade traz de volta as personagens da série uma relação próxima com filmes musicais e
criada por João Paulo Seara Cardoso e Jorge achei interessante convidar alguém bastante
Constante Pereira. A partir do álbum de Sérgio mais jovem, que à partida não tem uma
Godinho Canta com Os Amigos do Gaspar relação tão afectiva com a série original. Foi
(1988), que eternizou músicas como “É Tão assim que chegámos ao Duarte. Na verdade,
Bom” e “Canção dos Abraços”, o filme musical há muito poucas pessoas que trabalhem o
convida-nos a reencontrar – em histórias cinema musical em Portugal. O Duarte é uma
por ruas e locais do Porto de hoje – Marta e delas e tem uma linguagem que considerámos
Manjerico, o marinheiro Pires com o seu amor apropriada para o que queríamos fazer”, diz
pela Dona Felismina, o ganancioso Farturas e, Blanc, que co-assina o argumento. “O filme
claro, o inconfundível Guarda Serôdio, sempre foi escrito a quatro mãos, entre o Duarte
implacável com prevaricações. e eu mesmo. Há uma base pré-existente,
“Não tinha ideia do que era, mas assim que que é o álbum [de Sérgio Godinho]. Depois,
me disseram que queriam levar as marionetas procurámos perceber em que sítios do Porto
para a rua, num musical com canções do faria sentido que essas histórias se passassem.
Sérgio Godinho, achei que não podia dizer Como é que, no fundo, ecoariam a cidade de
que não”, conta Duarte Coimbra. “Depois fiz hoje – não o Porto, mas as cidades de um ponto
a minha pesquisa e pensei como é que estas de vista mais amplo.”
personagens se poderiam posicionar em Com uma duração de 35 minutos, a curta-
2023.” Por um lado, conta-nos, tentou honrar -metragem resulta também de um trabalho
o trabalho da série original, que estreou em de pesquisa ao longo de 2022, que incluiu
1986 na RTP1 e veio a repetir na RTP Memória a reconstituição das marionetas originais
e na SIC – agora, pode ser vista online, na e contou com o apoio de vários autores da
RTP Arquivos. Por outro, quis perceber como série original. “Quando digo autores, estou a
FOTOGRAFIA: DR
poderia encontrar a sua própria voz e incluir- falar dos autores das músicas, das histórias,
-se na criação. “Nasci em Lisboa e as minhas das próprias marionetas, mas também do
TAKE ME HOME
De pêlo curto ou longo, o focinho sempre à espreita
e orelhas arrebitadas à procura do próximo mimo, as
Uma Ideia de Justiça quatro patas chegam à Time Out. Todos os meses,
O que é a justiça? E a injustiça? Depois da há novos amigos para conhecer – e adoptar.
estreia em Março, a encenadora Joana
Providência volta a levar estas perguntas para Com cerca de 100 cães e 50 gatos, a Casa dos
cima do palco, numa criação que nos insta “a Animais de Lisboa é porto de abrigo para patudos
marchar pelo que é urgente”. Com texto de à espera do seu “felizes para sempre”. Aqueles
Isabel Minhós Martins e música de Ana Bento que procuram adoptar um animal podem visitar o
e Bruno Pinto, este espectáculo desafia-nos a espaço e interagir com os animais. O processo inclui
reflectir, em conjunto, sobre direitos e deveres, consulta médico-veterinária, e transferência de
mas também sobre questões tão actuais como titularidade – tudo gratuito. O último passo é o mais
a diversidade, a igualdade e a liberdade. recompensador: levar o seu novo melhor amigo para
à Teatro do Bolhão (Porto). 16 Dez, Sáb 16.00. 10€ casa.
A Grande Exposição
de Árvores de Natal
Mal chega Dezembro, nascem árvores de Natal
em muitas casas. Este ano, o LU.CA junta-se à
festa. Mas porquê ter apenas uma se podemos
ter muitas? Depois de desafiar todos os
aspirantes a artistas a criar a sua própria árvore
em formato A6, a equipa do teatro reúne
as participações numa grande exposição
natalícia, para ver no entrepiso.à LU.CA – Teatro
Luís de Camões (Lisboa). Até 22 Dez, Seg-Sex 10.00-
13.00/ 14.00-17.00, Sáb-Dom 10.30-13.00/ 14.00-
17.30. Grátis
)
(Nº 34/22
Impossível ao Vivo NICO
HO, 5 A6 ANOS, PORTE G R A N DE
a de
Luís de Matos regressa às grandes salas, com M AC rav a r a m i z t
l a t r e l a e
p a s s e a r pe s , n e m p o r
um novo elenco e novas ilusões. Desta vez, Adora o u t r o s m a cho
a n t o d e
a s – t e t
apresenta-nos a rainha das mudanças super- com cadel u m a f am í l i a q u e g os
e iro
r o c u r a e o p r i m
isso. P o m o e l e . Ah,
-rápidas, a francesa Léa Kyle; o actual Campeão o a r l i v r e c c o !
estar a r a o N i
É s e m p re pa
do Mundo de Magia, o belga Laurent Piron; biscoito…
um novo e explosivo talento, o argentino
Winston Fuenmayor; e o mestre do teatro físico,
o australiano Raymond Crowe. A bailarina
e assistente Joana Almeida e os Momentum
Crew, campeões mundiais de break-dance,
também marcam presença.à Teatro Tivoli BBVA
(Lisboa). 20 Dez-7 Jan, Seg 18.00, Ter-Sex 21.00, Sáb
11.00/ 17.00/ 21.00, Dom 17.00. 14,50€-26,50€
Missão Espaço
Na nova exposição do Centro Ciência Viva de
PIRATA
Lisboa, as famílias são desafiadas a descobrir o (Nº 234
0/22)
FÊMEA,
que significa ser astronauta. Para isso, vão ter 6 ANOS
de embarcar numa grande aventura espacial. Chegou
num ba
-se pelo rco de 2
Além de treinarem o equilíbrio e a resistência, seu olh 7 gatin
indepen o com p hos e d
dente e ala de p estaca-
haverá oportunidade de conduzir um rover de investig , como êlo. É m
adora n boa pira u
exploração lunar, simular uma caminhada na tesouro ata. Tal ta, uma ito
… vez um
FOTOGRAFIA: INÊS FÉLIX
dia enc
Lua e até flutuar pelo módulo Columbus. ontre u
m
à Pavilhão do Conhecimento (Lisboa). Até 7 Abr, Ter-Sex
10.00-18.00, Sáb-Dom e feriados 10.00-19.00. 8€-14€
Casa dos Animais de Lisboa
Estrada da Pimenteira (Monsanto), Lisboa
21 817 2300
Compras
Um sonho
parisiense em
Lisboa
A tão antecipada loja da Dior já abriu na Avenida da
Liberdade. Mauro Gonçalves encontrou obras de arte,
FOTOGRAFIA: DR
O maestro
e a sua mulher
Realizado por Bradley Cooper, ‘Maestro’ é muito bom a falar da
vida pessoal de Leonard Bernstein e no papel fulcral que Felicia
Montealegre desempenhou nela. Embora sacrifique as dimensões de
grande divulgador e músico sobredotado, escreve Eurico de Barros.
FOTOGRAFIA: DR
ttttt
Destaques TVCine
Especial Natal Todos sabemos que não, o Pai Natal não desce
O MEO Filmes e Séries faz o aquecimento para a Consoada pela chaminé. Mas o velhinho das barbas chega
com um nevão de filmes temáticos (e um mês grátis a a casa de todos os portugueses através dos
partir de dia 12 de Dezembro!).A Christmas to Cherish, canais TVCine para encher os dias de sucessos de
Spotlight on Christmas ou Candy Cane Christmas fazem bilheteira. O TVCine Top, por exemplo, oferece-lhe
parte do cardápio natalício. Mas a oferta não fica por aqui: Black Adam, dia 22 de Dezembro, às 21.30, e John
há ainda A Christmas Break, Homemade Christmas,The Wick: Capítulo 4, no dia 25, também às 21.30.
Santa Squad e A Family for the Holidays. Dia 26 é dia de sintonizar o TVCine Edition para a
à Adira na posição 80 do MEO ou em Cliente > estreia de Bargain T1, às 22.10.
Canais e Serviços TV a partir de 12 de Dezembro à Adira ao TVCine na posição 55 do MEO ou
em Cliente > Canais e Serviços TV
MEO VideoClube e Uma Pastelaria em Notting Hill. Já depois do Natal
O MEO poupa-lhe as horas de scroll pelo Videoclube e recta final de 2023, há mini-maratona de Plano de
e aconselha-lhe dois grandes sucessos de bilheteira: Fuga, com Plano de Fuga 2: Hades e Plano de Fuga 3.
Oppenheimer e Indiana Jones e o Marcador do Destino. à Adira na posição 80 do MEO ou em Cliente >
Em Oppenheimer, vai ficar a conhecer a vida ambiciosa Canais e Serviços TV a partir de 12 de Dezembro
do genial cientista J. Robert Oppenheimer, que tomou
as rédeas do desenvolvimento da bomba atómica, mas MEO Go
também os dilemas morais que o perseguiram para o resto O Natal é quando – e onde! – cada um quiser. O MEO
da vida. Já mais perto do Natal, Indiana Jones ajuda-o a quer que seja em todo o lado, levando-o para fora de
recuar a 1969, sem sair de casa, para mais uma aventura casa, com a oferta de um mês grátis de MEO Go.Assim,
do arqueólogo mais famoso do cinema. pode ver os seus canais favoritos quando quiser e
à Disponíveis no MEO VideoClube com um presente extra: sem gastar dados móveis. O
sapatinho dos mais novos também não fica vazio, já
Hollywood que podem desfrutar da área exclusiva Kids, divertida,
O canal Hollywood está bem estrelado para a quadra: segura e
Predadores estreia dia 9 de Dezembro, às 22.25, com muito user friendly. O difícil vai ser desligar dos ecrãs
muita acção e um grupo de guerreiros de elite nas mãos de e trocar a companhia das suas personagens favoritas
temíveis inimigos.A 17 de Dezembro, às 21.30, pode ver pela da família.
Alita: Anjo de Combate e assistir à história da mulher que
acorda no futuro e sem memória. Casa e Cozinha
à Hollywood. Canal 61 do MEO O canal Casa e Cozinha continua a deixar água na boca.
Os Doces da Anna Olson tem novos episódios a partir de
MEO Filmes e Séries 1 de Dezembro. Todos os dias, a famosa chef vai ensinar
Um presente antecipado para começar a entrar no espírito ao público competências básicas de pastelaria.A 16
– há um mês grátis de MEO Filmes e Séries para quem de Dezembro, e já nos preparativos para as festas, há
aderir a partir de 12 de Dezembro.As sessões de cinema Cozinha de Chef – Natal, com Marlene Vieira, o marido
em casa começam com No Fio da Navalha e West Side João Sá (também chef) e a filha Isabel a recriar os
Story – Amor Sem Barreiras. Para dias em que fazem falta pratos que pode ter na consoada.
umas boas gargalhadas, há Que Mal Fizemos Todos a Deus à Casa e Cozinha. Canal 122 do MEO
Em Directo
Carol & The End of The World Homens da Lei: Bass Reeves
Dan Guterman, argumentista de Rick e Produzida pelo criador do universo
Morty, tem uma nova série de animação Yellowstone, Taylor Sheridan, esta série
para adultos. A trama está no título: é o fim antológica promete temporadas dedicadas
do mundo! Porquê? Porque um misterioso a homens da lei e a bandidos históricos.
planeta – sim, um planeta – está em rota de Na primeira é Bass Reeves o escolhido.
colisão com a Terra. Martha Kelly (Euphoria) Interpretado por David Oyelowo (Selma
dá voz a Carol, uma mulher discreta que – A Marcha da Liberdade), Reeves é uma
numa fase de êxtase hedonista se destaca lenda do Velho Oeste americano, onde se
da grande maioria dos humanos, numa notabilizou como o primeiro xerife negro
comédia que pretende ser uma ode ao daquelas paragens. Ele que tinha sido
conforto das rotinas.àNetflix. Estreia a 15 de escravo. Prendeu mais de 3000 foras-da-
Dezembro lei. Também com Lauren E. Banks, Dennis
Quaid e Donald Sutherland.àSkyShowtime.
Estreia a 18 de Dezembro
Reacher
Os membros da antiga unidade de Jack
Reacher no Exército estão a ser eliminados Power Play
um a um. Quando o polícia e ex-militar fica “Baseado em verdade, mentiras e más
a saber, reúne uma equipa de investigação memórias”, esta é a história da ascensão
que vai começar a desvendar o mistério. política de Gro Harlem Brundtland nos
Os riscos são elevados e o perigo está anos 1970. A médica, hoje com 84 anos,
sempre à espreita, mas nada que o combo chegaria em 1981 a primeira-ministra da
de força e inteligência que é a personagem Noruega pelo Partido Trabalhista, e voltaria
interpretada por Alan Ritchson não ao cargo em 1986 e 1990. A série estreou-
consiga resolver. Nesta temporada, Serinda se em Cannes, este ano, e a Variety escreveu
Swan, Maria Sten e Shaun Sipos ganham que Veep é a primeira comparação que
protagonismo, tal como o mercenário ocorre a quem a vê. Com uma diferença
fantasma de Ferdinand Kingsley.àAmazon fundamental: Brundtland é real e foi uma
FOTOGRAFIA:
Prime Video. Estreia a 15 de Dezembro (T2) figura de proa na defesa dos direitos da
Percy Jackson
Oito episódios épicos. É esta a promessa
para a nova adaptação dos livros de fantasia
que transportam a mitologia grega para o
século XXI. Filho de Poseidon e inicialmente
ignorante da sua condição de meio-
sangue, Percy, aqui interpretado por Walker
Scobell (O Projecto Adam), é posto à prova
e obrigado a partir à aventura com o fito de
restaurar a ordem no Monte Olimpo e salvar
o mundo. O sátiro Grover Underwood é feito
por Aryan Simhadri (À Dúzia é Mais Barato)
e Leah Sava Jeffries (A Besta) é a semideusa
Annabeth Chase.àDisney+. Estreia a 20 de
Dezembro Mau tempo na ilha
Berlim ttttt
A maior casa de leilões de Paris é o alvo de
UMA COLOSSAL tempestade isola do
Berlim e seus comparsas, neste spin-off do
continente uma ilhazinha com 400
fenómeno espanhol La Casa de Papel. Além
habitantes, situada ao largo do Maine. Ao
de Pedro Alonso, na pele do habilidoso
mesmo tempo, um estranho, saído não se
(e sedutor) bandido, também estão no
sabe de onde, começa a matar habitantes
elenco Itziar Ituño e Najwa Nimri – ou seja,
e a deixar uma enigmática mensagem: “Se
regressam as agentes da polícia Raquel
me derem o que eu quero, vou-me embora.”
Murillo e Alicia Sierra. Em jogo está uma
E à medida que a intempérie piora, o terror
fortuna, mas, tal como aconteceu com o
aumenta. Datada de 1999 e baseada num
Professor na história original, o amor pode
livro de Stephen King, Tempestade do Século
ser um empecilho.àNetflix. Estreia a 29 de
(YouTube) é uma das melhores minisséries
Dezembro
já feitas a partir de títulos do autor, e bate
aos pontos qualquer título do género feito
para o streaming recentemente. Colm Feore
tem uma interpretação inesquecível de
malignidade gelada no demónio bíblico
que vem castigar os habitantes da ilha pelos
seus pecados secretos e inconfessáveis (um
tema que surge aqui e ali na obra de King),
e mesmo não dispondo então de efeitos
especiais tão sofisticados como os de hoje,
o realizador Craig R. Baxley usa a força da
tempestade para aumentar gradualmente
a sensação de isolamento e o clima de medo
e de impotência colectiva que se instala na
ilha. E Tempestade do Século é fiel ao final
arrepiante do livro, não traindo tudo o que
construiu até aí com uma conclusão feel good
(a que não será alheio o facto de Stephen
King ser um dos produtores). Recomendado
ver numa noite de mau tempo.■
Berlim
ttttt
MAL CHEGOU ao Ocidente, em 2017, Persona do género, colocando a ênfase nas interacções
5 impôs-se como um dos mais aclamados sociais dos protagonistas –, os spin-offs flirtam
RPG (role-playing games, ou jogos narrativos) com outros géneros e mecânicas, abdicando
japoneses da história. Desde então, a franquia de muito do que torna os títulos numerados
liceal da série Shin Megami Tensei deixou de especiais. E traindo as expectativas de um
ser um segredo mal guardado e justamente público cada vez mais alargado.
celebrado pelos conhecedores de RPG Incluído no Xbox Game Pass, mas também
com combates por turnos. Tornou-se um disponível no PC e nas consolas da Sony e
objecto de culto capaz de chegar ao topo das da Nintendo, Persona 5 Tactica é um jogo
tabelas de vendas dos dois lados do Pacífico simplista e com pouco do que torna Persona
e do Atlântico. Pessoas que, em gerações 5 ou mesmo o spin-off e sequela Persona 5
anteriores, teriam ignorado spin-offs como o Strikers especiais. A estética dos originais
recente Persona 5 Tactica, hoje, aguardam o deu lugar a bonecos infantilizados, tal como
seu lançamento com ansiedade. os diálogos e os temas abordados. Nem
O problema é que estes sucedâneos deixam, tudo é mau, contudo: para o que é – e parece
frequentemente, muito a desejar. Ao invés de querer ser – está bem feito e polido; e os fãs
replicarem as fórmulas e os sistemas de jogo da série vão gostar de se reencontrar com as
dos originais – paradoxal e simultaneamente personagens. Só que isso é o mínimo.■
os ideais platónicos de um RPG japonês com à PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Switch, Xbox One,
FOTOGRAFIA:
O Natal é família...
mas os presentes
ajudam
Sabemos que esta é a época da paz e do amor, da família e da partilha de
momentos felizes, mas ninguém diz que não a um bom presente. Para
ajudar na odisseia das compras e surpreender toda a família, o MEO
lançou a oferta de Natal MEOS. Fizemos o trabalho por si e escolhemos
os presentes ideais para cada familiar.
Playstation 5 Slim+
Auscultadores
O irmão gamer
Não há um jogo que ele não conheça e os tempos livres
são passados em competições: carros, futebol, acção…
Sozinho ou com amigos, tudo é pretexto para mais Samsu
um jogo. Se é para jogar que seja em bom, com a nova
Playstation 5 Edição Digital, com comando DualSense 5G 128
(500 MEOS + 480€). Parece que o troféu de melhor
presente está entregue. 170
Xiaomi Mi
Smart Band 8
A irmã desportista 75 MEOS + € 30
Todas as manhãs, uma corridinha ou um treino funcional
para acordar e, ao fim-de-semana, ainda há espaço para um
jogo de padel. Faz-lhe lembrar alguém? Nada melhor para o
elemento mais activo da família do que um Xiaomi Mi Smart
Band 8 (75 MEOS + 30€) para controlar o sono, a frequência
cardíaca, as calorias queimadas, o nível de actividade física e
muitos outros parâmetros – tudo o que uma atleta precisa.
Fonte de água
Xiaomi para animais
200 MEOS + € 58
Leituras de
sapatinho
A época festiva está à porta. Raquel Dias da Silva sugere oito
títulos fresquinhos para um ano novo cheio de boas histórias.
Madeira, um sonho
o ano inteiro
FOTOGRAFIA:
Bravo, bravíssimo
O Teatro Praga leva à cena no São Luiz, entre 13 e 22 de Dezembro,
uma revista criada a partir dos acontecimentos que marcaram um
ano e tanto: 2023. André e. Teodósio explicou a Beatriz Magalhães
como este formato pode ser experimental.
FOTOGRAFIA:
formato específico”; e, por outro lado, “estás tudo, uma contracção de pessoas, de tempos,
a trabalhar com o hiato de um ano com as de informações”. ■ à São Luiz Teatro Municipal.
notícias do mundo e de Portugal, e depois 13-22 Dez. Ter-Sáb 20.00, Dom 17.30. 12€-15€
Um Sonho
Estreada em 1907, Um Sonho é uma das obras
mais revolucionárias de August Strindberg, o
fundador do teatro moderno. Com encenação
de Nuno Bravo, temos “não uma, mas vinte,
cinquenta peças cosidas umas às outras”, que
procuram representar a forma incoerente,
mas aparentemente lógica do sonho.à Teatro
Nacional São João (Porto). 7-22 Dez, Qua-Qui e Sáb
19.00, Sex 21.00, Dom 16.00. 10€-40€
Fanga
Baseada no romance homónimo de Alves
Redol, um dos expoentes da literatura neo-
-realista portuguesa, e nas gravuras com que
Manuel Ribeiro de Pavia ilustrou a edição da
obra de 1948, esta performance-instalação
cruza desde objectos e imagens de autor até
narração gravada e cinco intérpretes de áreas
artísticas diversas. Em foco, temos temáticas
tão actuais como a exploração de classes,
a pobreza ou as violências doméstica e de
FOTOGRAFIA: DR
“O receio do futuro
está de volta”
O histórico vocalista dos Xutos & Pontapés vai passar uma temporada
a cantar histórias no Cinema São Jorge. Antes, Luís Filipe Rodrigues
foi visitar a sua escola de rock. Francisco Romão Pereira fotografou-o.
foi. Montei um curso, a escola comprou um Com todo esse tempo livre que tinhas e tens,
baixinho eléctrico, uma guitarrinha eléctrica, chegaste a fazer alguma coisa com o curso de
dois amplificadores pequenos, e comecei a dar Agronomia que tiraste?
aulas. Durante três anos, ou lá o que foi, pegava Cheguei a fazer o estágio [risos]. Quando acabei
às onze e largava às quatro. Ainda tive uns 14 ou o curso oficialmente, os exames, estávamos nós
15 alunos. Muito tempo depois, com os meus a fechar o ciclo do [Rock] Rendez-Vous. Logo a
filhos já crescidos, comecei a fazer os concertos seguir começámos a ensaiar com o Carlos Maria
da Casinha, durante a pandemia. Com meus [Trindade] para o Circo de Feras, e eu começo a
filhos, mais os Leston [Design], mais o pessoal fazer o estágio, ainda ali na Ajuda e em Coruche.
das luzes e da televisão, da imagem. Quando finalmente acabo o estágio, depois de
Agosto de 86, se bem me lembro, está o Circo de
Lembro-me disso, um espaço de concertos Feras a ir para estúdio. Na altura, estávamos a
em streaming. trabalhar com uma editora mais profissional,
Sim. Estávamos todos sem trabalho, parados, a exigência era outra, e do lado da Agronomia,
e foi uma maneira de darmos um monte de não havia resposta nenhuma. Portanto, tinha
concertos e trabalharmos juntos. Quando duas opções: ir trabalhar por dois tostões para
acabou a pandemia e a Casinha se encaminhou um sítio qualquer, talvez ir para o interior, à
para os seus finalmentes, eu e os meus filhos espera de ficar efectivo, o percurso normal; ou
começámos a considerar o que podíamos fazer continuar nos Xutos. A escolha não foi difícil.
para continuarmos a trabalhar e a aproveitar
o bom entendimento que temos. Foi aí que E a partir daí a vossa vida mudou
comecei a pensar em abrir a VOAR. Eles completamente.
concordaram com a ideia de experimentar Sim. Até aí tinha sido tudo muito na sequência
a dar aulas, desde que eu também desse, e do que a gente falou, do hobby, do part-time,
começámos à procura de um espaço e de da confraternização, do nacional-porreirismo.
outros professores para complementar a Depois começou a ser uma cena mais a sério.
oferta. Quando demos por nós, no Natal do
ano passado, tínhamos a coisa montada. Começaram a tocar mesmo muito. Até fora de
Começámos as aulas no fim de Fevereiro, Portugal, de vez em quando.
a título experimental, com cerca de 16 ou Em Espanha, em França. Se a memória não me
18 alunos, e depois abrimos este ano, em falha, no ano do Circo de Feras, demos mais
Setembro, com um ano lectivo um bocadinho de 70 concertos. Até então, num ano, nunca
mais completo. Temos estado a crescer e tem tínhamos dado mais de 25 – e, na altura, já eram
sido uma oportunidade boa para não nos muitos.
afastarmos e continuarmos a fazer aquilo de
que gostamos – além de darmos uso a uma É um valente salto.
série de conhecimentos e de material que Completamente, uma grande diferença.
temos. E nunca mais parámos.
Quer dizer, pouco tempo depois até param, por um disco específico dos Xutos, dos Dados
causa da Resistência e de outros projectos. Viciados, do Dizer Não De Vez, deste e do outro.
Mas sabes que os Xutos nunca pararam por Escolho duas canções ou assim e faço.
causa desses projectos. Todos eles apareceram
em folgas. Por exemplo, na Resistência, a Já sabes como vais estruturar essa hora de
folga era minha, um bocado. Ainda que muito espectáculo?
mais dos Delfins. Muito mais do Pedro Ayres. Mais ou menos. Vai haver uma introdução
Houve ali uma oportunidade, um Outono, que será sempre a mesma. Uns temas
um Inverno, e de repente a coisa montou-se. possivelmente do início de carreira, para
Se pensarmos no Rio Grande, é uma história falar sobre quem sou, de onde venho. Depois
parecida: aparece uma folga ali no final da dedico-me a uma era específica dos Xutos. A
Primavera, depois há uns encontros e mais seguir dedico-me a uma zona da Resistência,
não sei o quê, entretanto estamos outra vez no por exemplo. E depois fecho. E no outro dia
Inverno e a coisa dá-se. Nunca era em alturas faço a mesma coisa com outra zona dos Xutos,
de trabalho, de disco ou de concerto. com uma zona dos Tais Quais, e fecho. A ideia é
serem concertos...
No meio de todos esses grupos e discos a solo,
além dos Xutos, tens mais ou menos noção de Completamente diferentes, noite após noite?
quantas canções escreveste ou co-escreveste? Sim. Porque as músicas vão ser diferentes. E
Por acaso até tenho. Ando a fazer uma recolha ao mudar a canção, muda a história que conto:
para ver se faço um livro com aquilo tudo. o que está por trás dela, onde foi gravada,
Se não me engano, andam à volta de 200. quem estava lá, qualquer coisa. Só ainda não
Duzentas e tal. Escrevi para os Xutos, escrevi sei como é que as vou agrupar. Poderei fazer,
para mim, escrevi quatro ou cinco coisas, para sei lá, o primeiro dia sobre Xutos, o segundo
Quinta do Bill, Teresa Salgueiro, Tais Quais. com Resistência, o terceiro com Tais Quais,
Mas são sobretudo minhas. o quarto com não sei quê. Ou poderei fazer
a primeira sessão só com Xutos. E depois a
Não escreveste nada do que cantaste com os segunda com este e com outro projecto. Essa
Cabeças No Ar ou Rio Grande? parte ainda não sei, mas acho que, grosso
Não. O Rio Grande é uma obra perfeitamente modo, vai haver seis tipos de concerto nestas
fechada do Monge – do João Monge e do João 20 e tal datas.
Gil. E Cabeças no Ar é uma obra fechada do
Carlos Tê e do João Gil. E a Resistência... O que é que te levou a fazer isto agora? Esta...
Esta coisa [risos]. Houve várias razões.
Eram versões. Não havia muito que escrever. Primeiro, porque há já muito tempo que
Pois [risos]. andava à procura de um sítio onde se pudesse
estar a trabalhar continuamente, a receber as
Dessas 200 canções, quantas vais tocar nestes pessoas num ambiente fixo. Depois, porque fiz
espectáculos a solo no São Jorge? alguns espectáculos destes, em que contava
Cerca de 40. Ainda não fechei a lista, mas tive e falava sobre as canções. A convite, por
de começar a assentar a poeira. Vou tentar exemplo, do António Manuel Ribeiro [dos
fazer um espectáculo de uma hora, porque UHF]. A convite desse, a convite de outro.
não quero que seja uma coisa muito grande. Também houve algo do género no Porto, e saí
Portanto, se tentasse ir às capelinhas todas, de lá com a sensação de que tinha sido muito
não conseguia contar o que quero. O que é que bom. E que se desenvolvesse melhor a ideia
vou tentar fazer, então? Escolhi as canções que isto tinha pernas para andar. E propus à malta
para mim são significativas do Rio Grande; as que trabalha comigo que arranjasse um sítio
canções da Resistência que acho bem e que confortável para as pessoas irem, em Lisboa,
posso cantar; tive especial atenção à primeira de modo a fazermos isto durante uma época
fase dos Xutos & Pontapés, quando começo mais morta, que é agora o Inverno.
a escrever, depois da saída do Zé Leonel;
depois tenho um bocado mais sobre os Xutos, Quiseste fazer isto numa época mais morta
com especial atenção aos últimos discos e ao para não afectar outros planos? Com os Xutos,
desaparecimento do Zé Pedro. Mas em todos por exemplo?
os concertos quero ter um ou dois temas de Os Xutos estão cheios de planos. Temos 300
mil coisas sempre para fazer. É uma maçada. calhar, fui um bocadinho duro demais.
Para já, os concertos ainda não acabaram
este ano. Ainda vamos tocar em Fronteira, É compreensível. Parecia-te que estavam a
em Braga, num [concerto] privado e depois substituir o Zé.
no fim do ano. Logo a seguir há o aniversário Sim. As pessoas diziam que fazia falta o
dos Xutos, a 13 de Janeiro. Depois param som do Zé Pedro. Ok. Mas eu não queria ter
os concertos, e até Março temos que nos um facsimile do Zé ao meu lado. Por mais
organizar para completar o disco que temos simpático que fosse.
estado a fazer. Um gajo começa a fazer o disco,
mas vai-se atrasando por isto ou por aquilo. Lembro-me de termos falado disso na altura,
Não é por falta de trabalho, é porque… até.
Pois, pá. Vale mais fazer algo diferente, e bom à
Vão sempre aparecendo novas ideias e mesma, do que ter um gajo a fazer de Zé Pedro
propostas. Como a tournée do Circo de Feras. ou a tocar as mesmas coisas.
Exactamente. E depois inventa-se mais não
sei quê e as coisas vão ficando um bocadinho Suponho que os concertos do Circo de
para trás. Por isso é que quero ter isto resolvido Feras, com o Tó Trips, te tenham ajudado a
até à Primavera. Não digo lançar o disco, mas desbloquear isso, porém.
pelo menos encaminhá-lo. Porque neste O Tó foi simpático o suficiente para aceitar o
momento sinto que está tudo no congelador, projecto, e para nos dizer logo à primeira hora
à espera de que alguém se lembre de pegar. que só ia fazer aqueles concertos. Isso foi bom.
Se não nos dedicarmos a isto agora, acontece Porque ele tem a carreira dele, nós temos a
o que sempre acontece, que é aparecerem os nossa. E possivelmente íamos... Tenho medo.
concertos e depois não haver outra vez tempo. Porque ao início é tudo muito fixe, mas as
pessoas depois começam a criar atritos, e o que
Continuam sem ninguém no lugar do Zé Pedro? era bom desaparece. E mais vale ficar como
Sim. Em termos de banda vamos ficar os bons amigos.
quatro. O que não sabemos, e isso é uma coisa
que está sempre em discussão, é se vamos Do que como mau casal.
precisar de outra pessoa para os concertos. Isso. Não vale a pena.
Essa porta nunca está fechada. Porém, em
termos de construção, em termos de gravação, Essa digressão do Circo de Feras, tal como esta
em termos de participação criativa, não me tua temporada a solo, olham para trás, apelam
parece que esteja aberta. Porque é uma coisa à nostalgia. Dá-te prazer revisitar o passado.
um bocado complicada, complexa, e às vezes Ou é algo que sentes que tens de fazer porque
até mete medo entrar ali alguém novo. as pessoas querem que faças?
Olha, acho que estás enganado nas duas
Calculo. Depois de tanto tempo... [risos].
Pois. Se fosse para a minha carreira a solo
não teria muita dificuldade em escolher uma Achas que as pessoas não querem que faças
pessoa ou outra. Ou dizer anda cá tocar este estes concertos?
bocado. Mas como não é para mim, é para As pessoas adoram e querem que os faça. Eu
os Xutos, não sou só eu que tenho de gostar. é que não os faço por elas quererem. Nem
É também o Cabeleira, é o Kalú, é o Gui... E porque goste muito. Não é por aí.
se demorámos quase sete anos a achar um
produtor de que gostássemos todos, imagina Então é porquê?
um músico. Como te digo, pode acontecer Porque é possível. Porque podíamos e
que, depois das canções estarem criadas, seja tínhamos vontade. Entre os Xutos, já tínhamos
necessário encontrar um executante para comentado que gostávamos de fazer o que já
esta ou para aquela parte. Para não sermos eu muita gente faz, que são concertos dedicados
e o Cabeleira a fazer as guitarras todas. Mas a discos específicos. E o Circo de Feras acabou
mais não. E isto já é um progresso. Na altura por ser o mais evidente. Só que às vezes tenho
em que o Zé Pedro morreu, não conseguia pena de não poder visitar outros momentos
mesmo admitir que outra pessoa fosse para mais vezes. Sei lá, a zona do Dizer Não De Vez,
ali, principalmente para o meu lado. Mas, se a zona do “Jogo do Empurra”, coisas assim.
António Zambujo
Está a chegar mais uma edição dos Concertos Único(s), na
Praia da Vitória, desta vez com a voz e a guitarra de António
Zambujo. Com o novo álbum Cidade, mas mantendo o
registo intimista e bem português que o caracteriza, o
músico vai até à Terceira e convida os açorianos a cantar com
sotaque alentejano.à Auditório do Ramo Grande, Praia da
Vitória, 15 de Dezembro, às 21.00. Locais de venda: lojas
MEO, em meoblueticket.pt e 1820
Maria Gadú
Quando compôs “Shimbalaiê” com apenas 10 anos, já se
antevia uma carreira de sucesso, que rapidamente chegou
e encantou Portugal. O novo álbum de Maria Gadú, Quem
Sabe Isso Quer Dizer Amor, é o pretexto perfeito para a artista
regressar a um país que fala e sente na mesma língua e
apresentar, ao vivo, uma ode à música popular brasileira,
com homenagens a nomes como Marisa Monte, Rita Lee,
Gonzaguinha ou Caetano Veloso.à Cineteatro Capitólio,
9 de Dezembro, às 21.00. Locais de venda: lojas MEO, em
meoblueticket.pt e 1820
José Cid
A propósito da inauguração da Rock Station – a nova
discoteca e sala de espectáculos da capital – um dos mais
acarinhados cantores portugueses sobe a palco para uma
verdadeira viagem de memórias.
De geração em geração, as músicas de José Cid conquistam
o público e tornam-se êxitos intemporais, que vai poder
aproveitar ao vivo. Abram-se as portas da nova casa do rock
em Lisboa. à Rock Station, 8 de Dezembro, às 22.00.
Locais de venda: lojas MEO, em meoblueticket.pt e 1820
Concertos
Autora de uma música onde a canção assombradas por fantasmas emo. Desvenda
electrónica e o hip-hop são sitiados pelo fado e Há entre nós quem viva num museu à escala da
Paradise Lost
Começaram por ser uma banda de doom
metal, mas rapidamente se reinventaram
como reis do metal gótico britânico. Estão de
volta a Portugal à ilharga do seminal álbum
Icon, editado há 30 anos e parcialmente
regravado este ano nos estúdios portugueses
Arda.àAltice Arena (Lisboa). Sáb 16. 21.00. 28€
Colleen
Compositora francesa de música
exploratória e ambiental que tem sabido
reinventar-se de disco para disco. Le jour et la
nuit du réel, editado em Setembro pela Thrill
Jockey, é o mais recente. Neste regresso a
FOTOGRAFIA: JOÃO DUARTE
“Deixa-me aclarar-te a mente, amigo”. Porquê esta Conseguem identificar o momento em que sentiram o
expressão? reconhecimento do público?
Kasha: Quando começámos a banda tínhamos 14, 15 Kasha: Sim, foi quando o Cristo entrou na banda [risos].
anos, nem sabíamos bem o que era a nossa mente, nem o Cristovinho: Tivemos vários momentos. A primeira vez em
que é aclarar. Sabíamos que queríamos dizer alguma coisa que nós experienciámos ter uma multidão à nossa frente
com as nossas canções. Hoje em dia o nosso nome faz mais a cantar uma música composta por nós. Lembramo-nos
sentido do que nunca, porque o processo é exatamente dos primeiros concertos, há mais de dez anos, estarmos
este: tentamos com a nossa cura, curar os outros. todos a olhar uns para os outros, tipo “uau, isto está a
acontecer-
Como é que se passa de uma forma descontraída de fazer -nos.” Acho que o sucesso muda qualquer pessoa, e tu
música para este enorme sucesso? podes decidir o que é que fazes com essa mudança.
Coimbra: Começou com o fazer as coisas com a energia Sinto que nós conseguimos, apesar dos percalços,
certa, porque tínhamos uma missão, gostávamos disto, canalizar aquilo que sentimos com o sucesso para um
estávamos obcecados com o que fazíamos. Muito trabalho, sítio muito positivo. O teu talento importa, mas aquilo
junto com algum talento levou-nos a crescer cada vez mais. que tu dás e queres continuar a dar é que faz realmente
Kasha: Hoje em dia, com o avançar da carreira, o verdadeiro a diferença, portanto nós sabemos que vamos continuar
desafio é mantermo-nos fiéis à reason why das coisas. a querer dar tudo. Sabemos que as ondas positivas
É sempre bom termos, hoje e sempre, a razão pela qual e negativas vão aparecendo, só queremos estar
começámos: a poesia, o amor à arte e entre todos nós. preparados para a próxima onda positiva.
É fácil acertar os tempos? Kasha: Para mim, é as pessoas perceberem que o seu real
Cristovinho: Agora sim. Já chegámos a esse ponto de valor e a sua coisa mais especial está na sua condição de
maturidade. A vida já nos deu mais do que sinais, a cada um únicos. Não tenham medo do espelho, vejam-se, abracem-
de nós, de que fazer coisas positivas e projetos de sucesso – -se, o vosso lado mais escuro e o vosso lado mais de luz, e
sejam pessoais, profissionais, individuais – com a intenção não procurem a aprovação de ninguém.
certa, vai sempre ser uma coisa muito benéfica para o projecto. Cristovinho: Eu disse tolerância, porque sinto que
estamos constantemente a ser bombardeados com coisas
Lançaram o Canções Bonitas em Português, Vol I. Porquê negativas e isso tolda a lupa com que tu olhas para as
este nome? coisas. Deves procurar ver coisas em ti que te façam sentir
Cristovinho: Primeiro, Canções Bonitas em Português foi coisas positivas, e procurar ser isso para as outras pessoas
o nome que decidimos dar porque achámos que era um também.
nome que se adequava muito bem ao que íamos apresentar.
Bastante literal.
Coimbra: E há muito a descobrir! Ao fazer este processo,
percebemos que há muito a descobrir ainda.
Qual foi a última música que ouviram no spotify?
Cristovinho: “FINA”, do Bad Bunny
Há um volume II já a ser preparado?
Kasha: “Worth It”, of set com a Don Toliver
Kasha: Não, há uma intenção: procurar aquilo que une os
Coimbra: Tom Enzy, “Levanta”, com Siwell e Vadi.
falantes de língua portuguesa. Não quer dizer que todos os
álbuns dos D.A.M.A sejam canções bonitas em português
E aquela que têm andado em repeat?
agora. Descobrimos que podemos lançar um álbum,
Cristovinho: “Piri Biri”.
mas temos aqui esta secção para ir lançando que são
Kasha: Mar, “CHAMPAIN”.
as canções bonitas.
Coimbra: Mar, “CHAMPAIN”.
As vossas canções são sempre autobiográficas, para pelo
Vinil, cd, cassete ou streaming?
menos um de vocês?
Cristovinho: Vinil.
Coimbra: Nem sempre! Às vezes são influenciadas pelas
Kasha: Streaming.
pessoas à tua volta. Se estou no estúdio e está alguém lá
Coimbra: Vinil.
que nos fala de uma situação, tudo aquilo é alimento para a
arte. Absorvemos os sentimentos uns dos outros e temos a
Playback: obrigatório, proibido, ou quando necessário?
capacidade de poetizar os feelings.
Kasha: Quando necessário. Quando não há condições. Ao
vivo, nunca!
Do feedback que vocês têm do público, e já lá vão muitos
anos, há alguma história marcante?
Que música gostavam de ter sido vocês a escrever e a
Kasha: Guardamos uma carta no estúdio, emoldurada, que diz
cantar?
tudo: “Eu estive mesmo sozinha, desamparada, e foram vocês
Cristovinho: “Quando nadie me ve”, do Alejandro Sanz.
e a vossa maneira de olhar a vida, de falar sobre os vossos
Kasha: “Drops of Jupiter”.
sentimentos, que me deram alento na escuridão onde estava.”
Coimbra: “Corazón Partío”, do Alejandro Sanz.
Tu teres a bênção de poder estar assim na vida das pessoas...
Alguma coisa certa estás a fazer.
São waiting ring do MEO. Como é que é saberem que
alguém tem a vossa música no telemóvel?
Qual é a lição mais importante que todas as pessoas
Kasha: Espero que a minha avó finalmente ponha, porque
deveriam saber?
eu ligo e oiço o Fernando Daniel.
Cristovinho: Que partilhar é multiplicar.
Cristovinho: É muito bom haver pessoas que ainda
Kasha: Há duas leis básicas na vida. A de Lavoisier, “nada se
escolhem que música é que têm quando ligam para elas, é
perde, nada se cria, tudo se transforma”; e “amor com amor se
perfeito se for uma nossa.
paga”.
Coimbra: Ser justo. Sempre.
Como é que podemos ter o vosso Waiting Ring?
Para terem a “Loucamente” basta ligarem para o
Ao dia de hoje, é preciso aclarar a mente sobre o quê?
12255 ou clique aqui.
Cristovinho: Tolerância.
Coimbra: É complicado responder a isto com palavras. Muito
do que nos liga tem a ver com a energia e coisas intangíveis.
Noite
noite@timeout.com
Boas festas
Dez, nove, oito… Teresa David apresenta-lhe propostas
nocturnas para entrar em 2024 da melhor maneira… Sete,
seis, cinco… Mas também para se entreter durante todo o
FOTOGRAFIA: DR
Fuse
Réveillon Sertanejinho
Espumante, passas, cuecas azuis ou notas
na mão… Nada disto tem importância no
Réveillon Sertanejinho, no LAV-Lisboa Ao
Vivo. O que interessa é ter boa disposição, pé
dançante, e, acima de tudo, gostar de música
brasileira – especialmente de sertanejo. Cut Killer – Curated by Versus
Esperam-se actuações ao vivo e também DJs. Anouar Hajoui, também conhecido como Cut
Os bilhetes já à venda arrancam nos 35€ para Killer, vai estar no Musicbox este mês, com o
a plateia, com oferta de uma cerveja ou sidra. melhor do hip-hop. Antes há DJ Kronic e depois
Depois é sempre a subir. àAvenida Marechal DJ Spot a animarem a pista. Os bilhetes já
Gomes da Costa, 29 (Marvila). 22.00-05.00. 35€-100€ podem ser adquiridos.àRua Nova do Carvalho,
24 (Cais do Sodré). 16 Dez. Sáb 00.00. 15,50€
House Mouse NYE 23/24
Um brinde ao ano novo e a 12 horas de festa, WRAP
no Carmo Rooftop. É uma maratona de música A segunda edição da WRAP está a chegar ao
house, a começar às 16.00 de domingo, com Village Underground Lisboa para uma noite
convidados muito especiais, entre eles o DJ repleta de trap e energia eléctrica. Ao vivo
Ian Pooley. O line-up completo será anunciado estarão Joint One & Yung Juse, vindos do Porto,
em breve, mas sabe-se que terá vários DJ e SleepyThePrince, de Lisboa. Esperam-se
sets e actuações ao vivo. Os bilhetes já estão ainda DJ sets, com Trillseco e Melmman. Os
disponíveis.àTerraços do Carmo, Largo do Carmo bilhetes já estão disponíveis por 10€. À porta
(Chiado). 16.00-04.00. 20€-40€ o valor sobe para 12€.àAvenida da Índia, 52
(Alcântara). 23 Dez. Sáb 23.00-06.00. 10€-12€
Fuse x Neopop
No ano passado cumpriram com dez horas de DIRRTY POP
música seguidas. Este ano, a Fuse e o Neopop Às sextas-feiras, a festa Dirrty Pop toma conta
voltam a juntar-se na organização de uma festa do Trumps com shows drag e muita música
de passagem de ano, desta vez em dois espaços pop. Vão marcar presença nomes como Filha
de Marvila. Sabe-se pouco sobre o evento, mas, da Mãe, Marge Mellow, Rebecca Bunny, Lexa
nas redes sociais, promete-se “um line-up de Black, Sylvia Koonz, entre muitos outros. àRua
luxo, a ser anunciado brevemente”. E mais: há da Imprensa Nacional, 104 B (Príncipe Real). Sex
bar aberto até às 23.30. Os bilhetes vão estar 23.45-06.00. 15€ (com oferta de 1 bebida)
disponíveis nos próximos dias. Fique atento.
àMarvila. Preços e locais por anunciar Sound Waves Xmas Edition
Cristobal Pesce, Joanna Coelho e Vendex são
RIJA- NYE alguns dos nomes que vão marcar presença na
Vai ser uma passagem de ano das rijas, festa de Natal do Hard Club, que tem o cunho
no Miradouro Ignez, a partir das 21.00. A Sound Waves. Os bilhetes já estão à venda.
organização promete “um line up explosivo e àMercado Ferreira Borges (Porto). 16 Dez. Sáb
momentos memoráveis”, e os bilhetes já estão 23.00-07.00. 28€
FOTOGRAFIA: DR
Digno de realeza
Em mês de festividades e ruas movimentadas, entramos no
The Royal Cocktail Club para uma experiência imersiva, onde
tudo surpreende. Até os copos.
s - l
l h
h ee
z e m o
s , t
t r a r o o vv a
a rr
m e
e see
s a r
r a pr
s o
o ss m e i s p h, á
h á
os ív i , I
TTooddo iim m ppee r d
a MM AaRr tTi nIN
o ss
ottss s d da a rr o
ssppo cokcktatailisl ompanh
o
s s
c oc a a c t oo ss..
o n o s m e n t
6 0
0 a
a s m o
116 h o r e
m e
e l
m
A nossa escolha
Nem sempre um momento de descontracção e de prazer
tem de ter álcool à mistura, ainda que neste Cocktail Bar o
façam com distinção. Para relaxar ao final do dia ou para
uma pausa prolongada no fim-de-semana, escolhemos
o Florence and The Raspeberry Machine, um cocktail
com MARTINI Floreale, xarope de limão, sumo de laranja,
hibiscus, sweet violets, soda framboesa e tomilho. Sem
álcool, o cocktail mantém o sabor e a vibe do bar, e deixa
a vontade de mais. Carlos Santiago corrobora a escolha,
explicando-nos que a bebida é tão consensual que transitou
da carta anterior.
Para outras experiências, o gerente do The Royal Cocktail
Club sugere o Royal Mule e o Candlelight. A promessa
é de mais cocktails com MARTINI nas próximas cartas.
Levantando a ponta do véu, revela apenas que o MARTINI
Rubino e o MARTINI Bitter estarão no shaker. Para já,
brindamos e repetimos com um cocktail memorável.
àThe Royal Cocktail Club (Porto). Rua da Fábrica, 105
Comer
& Beber
comerebeber@timeout.com
ANDONI ADURIZ
“A única coisa que
a Michelin faz é
fazer infeliz”
a profissão
Vinte e cinco anos depois, Andoni mantém-se um
dos mais revolucionários chefs do mundo.
E nem a atenção mediática, com todos os prémios
e distinções conquistadas, o desalinham, como
puderam comprovar Cláudia Lima Carvalho
e Arlei Lima.
FOTOGRAFIA:
FOTOGRAFIA:
Comer & Beber
“
É UM DOS MAIS INFLUENTES chefs da
actualidade. No universo da gastronomia,
ninguém é estranho ao nome de Andoni
Luis Aduriz. Nem sempre compreendido, o
caminho que o chef basco tem trilhado é o
da inovação. E começou logo com a escolha Quando começámos a
da localização do Mugaritz, o restaurante
que abriu há já 25 anos. Fica na fronteira das trabalhar com público do
cidades Errenteria e Astigarraga, no País
Basco, porque são os limites que o atiram para mundo inteiro, não me
a cozinha. Com duas estrelas Michelin, e ainda
esta semana considerado o quinto melhor chef
podia guiar por ‘as coisas
do mundo de The Best Chef Awards, Andoni
cria as suas próprias regras, desfazendo mitos
têm de estar boas’. É bom
e verdades que sempre demos por certos.
Não tem sequer medo das palavras e do seu
para quem, se vem gente
peso – e por isso vê-se muitas vezes envolvido de 70 nacionalidades?
em polémicas. No final de Setembro, a sua
presença no Congresso dos Cozinheiros não gastronomia estão muito fechados, desde que
passou despercebida, altura em que falámos comecei. Corres a gastronomia ocidental e
com o chef. dizes: Ocidente. Como estão estruturados os
livros de cozinha, a cabeça das pessoas, ou a
Na edição deste ano do 50 Best recebeu o carta dos restaurantes? Aperitivos, saladas,
Icon Award. É importante ter este tipo de legumes, sopas, massas, ovos, peixe, carne,
reconhecimento? queijos, sobremesas. Se comes um arroz e uma
É um pouco incrível porque sou só um sobremesa, comes nessa ordem. Qualquer
cozinheiro. Estamos a falar de uma profissão cozinheiro que aqui está, se desenha uma
em que milhões e milhões de pessoas fazem carta no seu restaurante, segue essa estrutura.
o mesmo. De repente, dizerem-me que sou Tanto faz o estilo. É regra geral. No Mugaritz,
um ícone é um pouco surreal. Colocarem-me isto não acontece.
num lugar de referência é impactante e muito
bonito. Não há regras?
Há outras, as próprias. No Mugaritz, fazemos
E vê-se assim? um prato que pode ter peixe, que pode ter
Se me dão [o prémio], vejo-me. Sinto-me muito massa, que pode ter legumes, mas não é para
bem. Mas há que ser justo: há muita gente que preencher o buraco dos legumes, o buraco
o merece, há muito talento no mundo. do peixe ou o buraco da carne. Não pomos
a etiqueta peixe, carne, legumes, entrada,
Mas sente que abriu caminho para uma nova aperitivo. Isso não existe. Fazemos um prato
geração? e dizemos que é uma técnica nova. Etiqueta:
Sim. Não só para uma nova, para a minha. técnica nova. Isto é um novo olhar sobre o
Muitos fazem coisas que nós fazíamos. produto. Etiqueta: um novo olhar. O que é
isto? Um desafio. E isto é um poema. Então,
De que forma? quando montas a estrutura do menu, tens
No outro dia aconteceu uma coisa um poema, um desafio, um encontro, um
maravilhosa. Um ex-inspector da Michelin reconhecimento, uma homenagem à origem…
citava de forma indirecta, numa entrevista, o Como deste uma etiqueta diferente, constróis
Mugaritz. Dares-te conta que o trabalho que uma realidade paralela. Quem é que disse
fazes, sendo melhor ou pior, goste-se mais que a maneira como se ordenam as coisas
ou menos, não passa despercebido e está é a correcta? Nós somos a Alice no País das
de alguma forma em cima da mesa quando Maravilhas, do outro lado do espelho. O que é
se trata de avaliar as coisas que acontecem que acontece? Como as pessoas vêm com uma
na gastronomia não é brincadeira. Mas é estrutura mental, quando as libertas disso,
preciso perceber o contexto. Os códigos da ficam numa mesa à deriva. Não há referências.
São códigos novos. Quantas pessoas fizeram eu sou uma pessoa curiosa. Por isso eu digo
esse esforço? Avaliamos se está bem ou mal que a minha profissão me deu a oportunidade
depois, talvez esteja errado, mas é um esforço de conhecer pessoas maravilhosas. Se estou
que é muito inspirador. Isso a profissão com uma pessoa que sabe muito de emoções,
valoriza muito. Foram os nossos colegas que faço pergunto. Posso estar com uma pessoa
nos fizeram um ícone, não foi o público que que escreve, com um músico, com uma pessoa
está à deriva. Quem nos valoriza é a própria que se dedica às artes cénicas. Eu e o Mugaritz
profissão, que diz: que coragem têm para fazer temos tido a sorte de nos alimentarmos disso
as coisas que ninguém faz. nestes 25 anos. E tudo isso permanece, deixa
marca. Eu tenho muita curiosidade pelo
E a liberdade é total? mundo. O Mugaritz não existiria fora deste
Nunca é. tempo, é impossível. De que códigos vimos?
[Da ideia de que] a cozinha tem que estar boa.
Porquê? Posso fazer uma tese sobre o conceito de bom.
Porque gero muita controvérsia. Tenho um O que é bom? Se tomas um café e o dás a uma
projecto que se alimenta de pessoas de todo o criança, e a criança torce o nariz, não é bom. O
mundo, que vêm ver o que fazemos. Vivo do conceito de bom é um conceito adquirido, de
meu trabalho. A liberdade acabaria se o que cultura. O que nesta cultura é bom, na outra
nós propomos de tão radical e tão novo não não é. Quando começámos a trabalhar com
tivesse um acompanhamento do público. Se público do mundo inteiro, não me podia guiar
o público disser que não lhe interessa o que por ‘as coisas têm de estar boas’. É bom para
fazemos, que só lhe interessa o que já conhece, quem, se vem gente de 70 nacionalidades?
que não lhe interessa a novidade, nem Troquei o “tem de estar bom” por “as coisas
questionar coisas desde outra perspectiva, têm de ter sentido”. O conceito tem de ter
eu não posso continuar. sentido, de ser explicável, e e star sujeito a uma
intenção. As coisas têm de ter uma narrativa
É esse o limite da criatividade? importante. Esse tem sido o esforço do
Para mim, sim. Mugaritz. O Mugaritz fez-se a pulso. Já fizemos
uma apresentação, só para brincar, sobre a
Fala da estrutura da gastronomia, dos menus insipidez.
e de como as pessoas pensam porque procura
romper com a narrativa da restauração? A insipidez?
No Mugaritz a equipa diz-me que sou um Sobre as coisas que não têm sabor. Na verdade,
“
escapista, que sempre fugi. Na realidade, se formos ao dicionário, a palavra tem
diferentes acepções: falta de sal, falta de sabor.
É o limite baixo de sabor. Na gastronomia,
temos o mundo do umami, do sabor, de as
coisas têm que estar boas. Risca isso. Quando
retiras a cortina do sabor, aparece o mundo das
texturas, um mundo fantástico, de subtilezas.
Qual é a principal É um mundo de delicadezas, de procura. Tens
de fechar os olhos para encontrar o que está
característica do caviar, lá. É um mundo que está mais próximo da
verdade do que o que realmente te oferece o
o sabor ou a textura? É a mundo dos sabores, que está absolutamente
industrializado. Há sabores e aromas de tudo.
textura, caso contrário, Há cinco vezes mais produtos com sabor a
Isso não é um grande desafio? a dizer-lhes: isto que tu sabes não é verdade.
Mas não é impossível. Porque é que eu não Claro, incomodas porque estás a questionar
Mas são muitos os chefs que defendem e tiro um par de volumes e acrescento um
o sabor, sabor, sabor... capítulo de cozinha vegetariana, outro de
Porque não lêem. Não se pára para pensar. cozinha japonesa, um de cozinha portuguesa,
As pessoas não estudam, não sabem o que outro de tradições do mundo? Tiro umas
dizem. As pessoas só têm a aprovação do resto páginas e ponho outras. Vejamos, o mundo
das pessoas que, como elas, não sabem o que está cheio de bons restaurantes, mas não
estão a dizer. Os sabores são o mundo do grito, há assim tantos que sejam distintos. Nós
o mundo das luzes. estamos entre os distintos. Os retrovisores
dos carros têm um ângulo morto e nós
É o caminho mais fácil? procuramos o ângulo morto da gastronomia.
É o caminho mais fácil e mais adulterado. O Porquê? Porque não há assim tanta gente a
sussurro, a carícia, é a puta revolution. Num fazer isso.
mundo super-acelerado, isto é a poesia. Na
minha cultura, sabes o que acontece? As Fazem um caminho novo?
palavras avó e tradição são divinas, são como Fazemos perguntas novas e lançamos
um salvo-conduto que te livra de tudo. Se isto hipóteses. São melhores? São piores? São
é o que a tua avó fazia, ou é das avós, ou está diferentes. As pessoas ficam a pensar que
na tradição e tem a ver com a identidade, é o nunca lhes tinha ocorrido aquilo. Eu acredito
salvo-conduto que te permite deixar passar que o trabalho do Mugaritz é ajudar a fazer
para apanhar o último comboio. Sabes o que perguntas. Não é provocar.
acontece? Na minha cultura, em Gipuzkoa,
de onde venho, como uma coisa que se chama Nem sempre com respostas?
angulas, que é textura. As cocochas têm sabor, Não há sempre respostas. E não é para
mas são sobretudo textura. E qual é a principal provocar.
característica do caviar, o sabor ou a textura?
É a textura, caso contrário, pegávamos numa Não quer provocar, é isso?
lata de um quilo de caviar e fazíamos um puré Não é que não queira, mas não procuro
com todo o sabor. A magia do caviar são as ovas provocar.
que rebentam na boca. A magia é a textura.
As pessoas não sabem o que dizem e é aí que o Mas está no limite...
Mugaritz enreda. Provocamos muito. Sabes o velcro? Eu tenho
velcro para os problemas, ficam-me sempre
A comida deve ser revolucionária? todos colados. A toda a hora. Mas tem lógica,
Deixa ver como é que explico isto. Há um no fundo, estamos a mexer com o chão das
ditado espanhol que diz que há pessoas que pessoas. As pessoas vivem muito cómodas na
nascem com um pão debaixo do braço. Eu acho sua verdade. De repente, chegam uns tipos
que todos nascemos com um livro debaixo do e começam a mexer-te com a cadeira. Isso é
braço. Com que livro nasci eu? Com o livro da muito irritante.
cozinha basca. É um livro que tem capítulos:
os peixes, as carnes… Tu nasceste, por Cria um desconforto?
exemplo, com o livro da cozinha portuguesa. Claro.
Pergunta-te com que livro estão a nascer agora
as crianças? Se calhar já não é com o livro da É por isso que se diz que ou se ama ou se
cozinha portuguesa. Se calhar já têm capítulos odeia o Mugaritz?
de fast food... Vou pôr de outra forma: imagina Sim, é polarizado. É incrível.
que a língua é uma chave. A ti programam-te
para que a tua chave abra uma porta, que é a Não há meio termo?
porta da cozinha portuguesa. Porque não fazer Há, mas é verdade que há gente que nos odeia
com que a chave seja uma chave-mestra que muito, mas mesmo muito.
abre todas as portas? É o que faço com o meu
filho. A quem se refere?
No geral. Até na própria profissão há pessoas
Isso não é um grande desafio? que não entendem, mas é normal. Eu estou
FOTOGRAFIA: DR
Mas não é impossível. Porque é que eu não a dizer-lhes: isto que tu sabes não é verdade.
pego no livro de cozinha basca do meu filho Claro, incomodas porque estás a questionar
expressamente para comer e que não têm E países diferentes podem ter critérios
três estrelas Michelin. Guio-me por onde? O diferentes, como acontece na Tailândia, por
[Asador] Etxebarri tem uma estrela. O mundo exemplo.
inteiro vai, não há maneira de conseguir uma Claro. Negócio, dinheiro. Eu faço o guia
reserva. O Elkano tem uma estrela Michelin, durante três anos e tu pagas-me tanto dinheiro.
é um dos melhores restaurantes de peixe do Como governo, vais pagar um guia com zero
mundo. Quantos restaurantes não há assim? estrelas?
Ah, mas não têm talheres de prata. O que é
que importa que quebrem as regras feitas por Não.
si quando lhes interessa? Ou seja, eles fazem Então o que têm de fazer? Pôr algumas. Alguma
batota. Não há direito que esta profissão dê coisa tem de se fazer. Ninguém fala disto a
tanto valor a estes tipos que a única coisa que sério. Sou o único que fala disto? É sério?
fazem é fazer negócio e fazer infeliz o mundo
inteiro. E não dão os códigos de referência que Isso não lhe traz consequências?
o mundo precisa porque, na verdade, a única Sempre sonhei com que não precisássemos
coisa que tens a fazer é ajudar as pessoas a de ninguém para conquistar o nosso
tomar a decisão adequada sobre o sítio para lugar na gastronomia. Era o meu sonho, a
comer. Simples. independência.
“
parece que é uma injustiça e digo isto porque
posso dizer. E digo isto porque trabalho.
fei ra
.
r e t au
l as r es
pe o s
am m
ag s i t a
e p vi
a ut
im O
ón me
an T i
a a
rm s d
f o i co
de c r í t
Os
ttttt
FOTOGRAFIA: