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Apostila Normalização - AEROGERADORES
Apostila Normalização - AEROGERADORES
Desempenho de
Aerogeradores
Aspectos Técnicos da Energia Eólica
SENAI
PETROBRÁS
CTGÁS-ER
Normalização e Desempenho de
Aerogeradores
Natal
2012
© 2012 CTGÁS-ER
Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.
Diretor Executivo
Cândida Amália Aragão de Lima
Diretor de Tecnologias
Pedro Neto Nogueira Diógenes
Diretor de Negócios
José Geraldo Saraiva Pinto
Elaboração
Daniel Faro Amaral Lemos
Diagramação
Akliz Juliana Batista Ventura
FICHA CATALOGRÁFICA
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS..................................................................................................... 5
LISTA DE TABELAS.................................................................................................... 6
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 7
1 NORMALIZAÇÃO EM ENERGIA EÓLICA.............................................. 8
2 CERTIFICAÇÃO DE AEROGERADORES .............................................. 12
2.1 Introdução....................................................................................................... 12
2.2 Certificação de Tipo ....................................................................................... 13
3 REQUISITOS DE PROJETO DE AEROGERADORES.......................... 17
3.1 Introdução....................................................................................................... 17
3.2 Parâmetros Eólicos de Projeto ...................................................................... 17
3.3 Sistema de Controle e Segurança.................................................................. 21
4 MEDIÇÃO DO DESEMPENHO DOS AEROGERADORES .................. 22
4.1 Configuração do local de medição ................................................................ 23
4.2 Medição da velocidade do vento ................................................................... 25
4.3 Medição da direção do vento......................................................................... 27
4.4 Medição da temperatura e pressão do ar..................................................... 28
4.5 Ajuste dos dados para densidade padrão..................................................... 30
4.6 Medição da potência elétrica ......................................................................... 32
4.7 A Curva de Potência ...................................................................................... 33
4.8 Produção Anual de Energia .......................................................................... 36
5 EMISSÃO DE RUÍDOS POR AEROGERADORES................................. 37
5.1 Introdução....................................................................................................... 37
5.2 Fontes de Ruído .............................................................................................. 38
5.3 Medição e Avaliação do Ruído...................................................................... 40
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 44
LISTA DE FIGURAS
Figura 15: Exemplos de nível de pressão sonora (Bruel and Kjaer Instruments)......41
Figura 16: Imagem do microfone sobre uma placa e esquema de sua posição
em relação ao aerogerador, IEC 61400-11 (2006)................................43
LISTA DE TABELAS
INTRODUÇÃO
IEC/TS 61400-23: Testes estruturais das pás do rotor em escala real (Full-scale
structural testing of rotor blades) - Edição 1.0, (2001). Cada novo tipo de pá
fabricado deve ser testado em escala real para verificação de seu projeto estrutural
e da adequação dos processos de fabricação. Os testes descritos nesta
especificação técnica têm como objetivo verificar se a pá resiste às tensões
estáticas e de fadiga definidas em seu projeto.
IEC/TR 61400-24: Proteção contra raios (Lightning protection) - Edição 1.0, (2010).
Este relatório técnico da IEC traz vários aspectos sobre a proteção contra descargas
atmosféricas em turbinas eólicas, desde o status atual do conhecimento sobre o
fenômeno e seus impactos sobre aerogeradores, tendo como base o histórico de
vários casos de equipamentos atingidos por raios. Até o procedimento para
avaliação de risco e aplicação de métodos apropriados para proteção contra
descargas atmosféricas.
2 CERTIFICAÇÃO DE AEROGERADORES
2.1 Introdução
Avaliação do
Projeto Básico
Módulos
Opcionais
Avaliação do
Avaliação do
Projeto da
Projeto
Fundação
Avaliação da
Avaliação da
Construção da
Fabricação
Fundação
Testes de
Desempenho Cargas Teste Outros
Ensaios de Tipo segurança
de potência mecânicas de pás testes
e função
Avaliação Final
Certificação de
Tipo
- Cada novo tipo de pá fabricado deve ser testado em escala real para se verificar o
projeto estrutural da pá e avaliar a adequação dos processos de fabricação. Os
testes devem verificar se a pá resiste às tensões estáticas e de fadiga definidas em
seu projeto (IEC TS 61400-23, 2001).
O ensaio de tipo para uma turbina eólica equipada com caixa de engrenagem
deve incluir um teste de campo para a caixa de engrenagem.
3.1 Introdução
V0 k
PW (V0 ) = 1 − exp− para a função de Weibull (1)
C
π V
2
PR (V0 ) = 1 − exp − 0 (2)
4 Vmed para a função de Rayleighl
com
1 π
Vmed = C ⋅ Γ1 + ou C⋅ , se k = 2 (Rayleighl) (3)
k 2
Onde:
Γ é a função gama.
10% 100%
80%
Frequência
8%
6% 60%
40%
4%
20%
2%
0%
0% 0 5 V1 10 V2 15 20 25
0 5 V1 10 V2 15 20 25
Velocidade do vento (m/s)
Velocidade do vento (m/s)
k
k −1 V
k V0 − 0
f (V0 ) = ⋅ ⋅e C (4)
C C
Curva de Potência
2500
2000
Potência (kW)
1500
1000
S88–2.1 MW
500 S95-2.1 MW
S97-2.1 MW
0
0 5 10 15 20 25
Velocidade do Vento (m/s)
A área de testes deve apresentar relevo simples, com baixa declividade e ser
livre de obstáculos. Caso o relevo do local possa causar uma variação na velocidade
do vento entre a torre de medição e o aerogerador superior a 1%, deve-se realizar a
calibração do local, que consiste na instalação de duas torres anemométricas, uma
no local do aerogerador e outra no ponto definitivo onde será mantida a medição
anemométrica. O objetivo é levantar uma tabela com os coeficientes de correção e
incertezas entre os dois pontos para diferentes direções de incidência do vento.
A torre de medição não deve ser instalada muito próxima ao aerogerador para
não causar interferência no vento, nem muito longe, pois diminui a correlação entre
a medição da velocidade do vento e da eletricidade gerada. A torre de medição deve
ser instalada a uma distância entre 2 a 4 vezes o diâmetro do rotor, D, recomenda-
se utilizar a distância de 2,5D.
Uma vez instalada, as medições não são validas para qualquer direção do
vento, pois caso a torre anemométrica fique posicionada atrás do aerogerador em
relação à incidência do vento, a velocidade será perturbada pela esteira
aerodinâmica formada atrás do aerogerador. Desta forma, foram definidos setores,
que variam com a distância da torre, onde as medições não são válidas e devem ser
descartadas. A figura 5 apresenta os limites de distâncias recomendadas e
respectivos setores onde as medições são válidas.
(u 2 + v 2 + w 2 )
vento total .
B10 min
ρ10 min = (9)
R 0 ⋅T10 min
Onde:
ρ10min é a densidade do ar calculada média, em 10 minutos [Kg/m3];
T10min é a temperatura do ar medida média, em 10 minutos [K];
B10min é a pressão do ar medida média, em 10 minutos [Pa];
R0 é a constante do gás para o ar seco, 287,05 [J/kg.K]
Para locais que apresentem altas temperaturas, como no Nordeste do Brasil,
é recomendado que o cálculo da densidade leve em consideração o efeito da
umidade relativa do ar, φ, conforme apresentado na equação 9.
1 B 1 1
ρ10 min = ⋅ 10 min − φ10 min PW −
(10)
T10 min R0 R0 RW
Onde:
φ10min é a umidade relativa (entre 0 a 1).
RW é a constante do gás para o vapor d’água, 461,5 J/(kg.K).
PW é a pressão de vapor da água em Pa, para a temperatura T10min.
− g n / β RW
β
Bcubo = Bb 1 + ( H cubo − H b ) (11)
Tb
Onde:
β é o gradiente vertical da temperatura, -0.0065 [K/m].
H é a altura em metros.
gn é a aceleração gravitacional, 9,806 [m/s2].
platina mais utilizada por ser disponível em alto grau de pureza e ser resistente à
oxidação (Ribeiro, 1999). Uma termorresistência é identificada pelo material que a
constitui e pela resistência que apresenta a 0 °C. Por e xemplo, uma Pt-100 será
uma termorresistência de platina que a 0 °C apresenta u ma resistência de 100 Ω.
11), para o ajuste da curva de potência, basta calcular o valor da energia resultante
disponível para a nova densidade do ar desejada.
1
P = C P ⋅ ρAV 3 (12)
2
Onde:
P Potência Elétrica de Geração [W];
CP Coeficiente de potência;
ρ é a densidade do ar [Kg/m3];
A é a área varrida pelo rotor [m2];
V é a velocidade do vento na altura do eixo [m/s].
ρ0
Pn = P10 min ⋅ (13)
ρ10 min
Onde:
Pn é a potência elétrica normalizada [W];
P10min é a potência elétrica medida média, em 10 minutos [W];
ρ10min é a densidade do ar calculada média, em 10 minutos [Kg/m3];
ρ0 é a densidade do ar de referência [Kg/m3];
1/ 3
1 1 ρ
ρ o AVn3 = ρ10 min AV103 min ⇒ Vn = V10 min 10 min (14)
2 2 ρ0
Onde:
Vn é a velocidade do vento normalizada [m/s];
V10min é a velocidade do vento medida média, em 10 minutos [m/s];
cada intervalo de acordo com a equação 11. A tabela 2 apresenta o resumo dos
cálculos realizados para a base de dados apresentada na figura 9.
Para ser considerada completa, a base de dados medidos deve atender aos
seguintes requisitos mínimos:
1 – Os dados devem pelo menos iniciar na velocidade de partida menos 1 m/s (3 – 1
= 2 m/s) e se estender até 1,5 vezes a velocidade que alcança 85% da potência
nominal (85% de 1.500 kW = 1.275 kW; P(V=10,5m/s) = 1.214 kW; 1,5 x 10,5 =
15,75 m/s). No exemplo dado, os dados vão de 0,44 m/s a 17,4 m/s.
2 – Cada intervalo deve possuir ao menos 30 minutos de dados registrados. O
intervalo 34 apresenta apenas 20 minutos de dados e não pode ser considerado
válido. No entanto como trata-se de apenas um intervalo entre dois intervalos
válidos, a potência média deste intervalo pode ser calculado por interpolação linear
entre os dois valores vizinhos.
3 - O total de dados não deve ser inferior a 180 horas. O exemplo anterior totaliza
mais de 6 mil horas registradas.
1400
Coeficiente de Potência, Cp
1200 0,45
Potência Elétrica (kW)
1000
800 0,30
600
400 0,15
200
0 0,00
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Figura 10: Dados medidos e normalizados de potência elétrica versus velocidade do vento.
N −1
P (U i +1 ) + P(U i )
E = 8760 ⋅ ∑ ⋅ [F (U i +1 ) − F (U i )] (15)
i =1 2
V k
− i
C (16)
F (Vi ) = 1 − e para a função de Weibull
e
π V
2
− i
4V (17)
MED
F (Vi ) = 1 − e
para a função de Rayleighl
O fato de capacidade pode ser calculado pela razão da energia total gerada
sobre a energia que o aerogerador geraria caso funcionasse em potência nominal
durante todo o período.
5.1 Introdução
O som é a propagação de uma onda de pressão que pode ser detectada pelo
ouvido humano, ou seja, quando emitida no intervalo de freqüência entre 20 Hz e 20
kHz. Quando o som é considerado indesejado, é definido como ruído e, apesar da
subjetividade relacionada à sensibilidade de cada indivíduo, há vários regulamentos
que limitam o nível máximo de ruído que um indivíduo pode ser exposto. Os
aerogeradores emitem sons de origem mecânica e aerodinâmica que são
responsáveis por um dos impactos ambientais mais estudados na implantação de
parques eólicos, sendo um importante critério de posicionamento dos equipamentos.
A Norma IEC 61400-11 (2006) define procedimentos que podem ser facilmente
replicados para medição da emissão de ruído acústico dos aerogeradores. Os
procedimentos para medição do ruído no receptor são descritos na recomendação
10 da IEA (1997).
Existem várias estratégias para mitigar o ruído emitido pelas pás, as principais
estão relacionadas à redução da velocidade da ponta da pá, seja pela diminuição da
velocidade rotacional ou pela utilização de pás menores. Outras estão diretamente
ligadas ao projeto aerodinâmico da pá através da alteração da forma da ponta ou do
bordo de fuga, utilização de ângulos de ataque menores e velocidade de rotação
variável (Rogers, A. et al., 2006).
O nível de pressão sonora, LP, que pode ser medido por um microfone para
caracterizar o som em um determinado ponto, é definido em decibéis da seguinte
forma:
Figura 12: Exemplos de nível de pressão sonora (Bruel and Kjaer Instruments).
Figura 13: Imagem do microfone sobre uma placa e esquema de sua posição em relação ao
aerogerador, IEC 61400-11 (2006).
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Burton, T. et al., Handbook of Wind Energy. John Wiley & Sons Ltd, West Sussex,
Inglaterra, 2001. 618p.
Dekker, J. W. M. et al. European Wind Turbine Standards II. ECN Solar & Wind
Energy, Petten, Holanda, 1998. 59p.
Germanischer Lloyd: Guideline for the Certification of Wind Turbines, Edição 2010
H. Klug, A Review of Wind Turbine Noise, DEWI Magazin Nr. 28, Alemanha, 2006.
IEC 61400-11: Wind Turbine Generator Systems – Part 11: Acoustic Noise
Measurement Techniques, 2006-11.
IEC 61400-21: Wind Turbine Generator Systems – Part 21: Power Quality
Requirements for Grid Connected Wind Turbines, 2008-08
IEC 61400-21: Wind Turbine Generator Systems – Part 21: Power Quality
Requirements for Grid Connected Wind Turbines, 2001-12
IEC TR 61400-24: Wind Turbine Generator Systems – Part 24: Lightning Protection,
2002-07
IEC TS 61400-23: Wind Turbine Generator Systems – Part 23: Full Scale Structural
Testing of Rotor Blades, 2001-04
IEC WT 01: IEC System for Conformity Testing and Certification of Wind Turbines,
Rules and Procedures, 2001-04
ISO/IEC 17025: General requirements for the competence of testing and calibration
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Niiranen, J. et al, Technical Paper: Low voltage ride-through testing of wind turbine
converters at ABB helps wind turbines meet the requirements of IEC 61400-21 more
quickly, Helsinki, Finlândia, 2011
ONS, Submódulo 3.6: Requisitos Técnicos Mínimos para a Conexão à Rede Básica,
2009
Pedersen, T.F. et al, Advancements in Wind Energy Metrology, Risoe DTU National
Laboratory for Sustainable Energy, 2011
Schultz, D. J., Energia Eólica no Brasil: Situação Atual e Perspectivas, COPEL, 2010
Wagner, S., Bareib, R. and Guidati, G., Wind Turbine Noise, Springer, Berlin, 1996.