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Economia Internacional I
FLORIANÓPOLIS
2022
INTRODUÇÃO
O termo Vantagens Comparativas foi cunhado por David Ricardo, em uma tentativa
de explicar o comércio a razão do comércio entre países. Tal termo foi de suma importância
para enaltecer que o comércio internacional é benéfico para todos os Estados, ainda que os
mesmos não possuam vantagens absolutas na produção de algum bem. Ricardo explica então
que a teoria das vantagens comparativas está pautada no custo de oportunidade dos produtos
e na maximização da eficiência produtiva.
Hecksher e Ohlin propuseram um aditivo à teoria, que promovia então, que a
vantagem comparativa estava diretamente relacionada com a tecnologia empregada, ou seja,
se a produção de uma mercadoria adota de forma mais intensiva trabalho, capital ou recurso
natural. Assim, um país qualquer se especializa na produção de um bem específico para a
máxima eficiência de produção.
O IVCR é um índice baseado na teoria ricardiana das vantagens comparativas, ele
permite observar se um país possui uma vantagem comparativa na produção de um
determinado produto do mercado global. Ele é calculado com base na participação do produto
selecionada nas exportações daquele país e comparado com a participação daquele país no
mercado internacional, um índice inferior a 1 indica uma falta de vantagem comparativa na
produção daquele produto e uma indice superior a 1 indica uma vantagem comparativa.
Diante de tais gráficos infere-se que os principais países exportadores de minério de ferro
possuem em sua maioria grandes territórios e largas fronteiras o que os propicia melhor
chance de possuir zonas mineiras dentro de seu território.
Por sua vez, a maioria dos países importadores possuem fronteiras não tão vastas, salvo a
China que demanda muito mais ferro do que é capaz de explorar mesmo que com sua grande
amplitude territorial, devido ao seu grande crescimento industrial. Ademais, vale ressaltar que
grande parte dos principais países importadores de minério de ferro possuem área
industrial/tecnológica bem desenvolvida.
Ano IVCR
2016 41,13907
2017 35,37282
2018 35,35488
2019 34,04119
2020 37,5217
Ano IVCR
2016 2,584607
2017 2,737584
2018 2,835472
2019 2,324032
2020 2,392171
É possível perceber que o IVCR da Suécia na exportação de ferro no período foi alto,
superando o resultado >1 necessário para ser considerado um país com vantagem
comparativa, sendo uma país com uma vantagem comparativa considerável, mesmo que bem
inferior ao resultado obtido com a Austrália.
O resultado do índice de vantagem comparativa da Suécia pode ser compreendida por
alguns fatores: (a) o país, mesmo que com uma boa posição no ranking de maiores
exportadores de minério de ferro, participa no mercado internacional com produtos com um
alto valor agregado como máquinas, veículos e medicamentos, que tomam uma fatia
considerável as exportações suecas; (b) a Suécia fica distante dos grandes mercados asiáticos,
tendo a China com participação de 14,2% no comércio de minério de ferro, contudo, suas
capacidade produtiva é capaz de atender o mercado europeu, que é responsável por quase
50% da compra de minério de ferro sueco.
CONCLUSÃO
Em suma, percebe-se que a teoria proposta por Ricardo pode ser observada na
análise comparativa apresentada de modo que ambos os países conseguem participar
ativamente do comércio internacional estando de acordo com seus IVCRs
apresentados.
Foi possível observar que ambos os países possuem vantagens comparativas
na produção de minério de ferro, contudo, o IVCR australiano é consideravelmente
superior ao sueco, o que pode ser explicado pela sua posição geográfica, natureza e
história. Contudo, mesmo com um índice menor, a Suécia ainda tem uma vantagem
na produção deste produto, atuando em um outro nicho de mercado e sendo menos
dependente dele na sua balança comercial.