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(Talvez eu poste isso algum dia)

(Idioma utilizado para os nomes de cidades e objetos: Guzerate e Grego)


Eu morava em Candra, uma das cidades mais movimentadas no distrito de Pani, até que algo
aconteceu.
-Só quero ir pra casa pelo amor do senhor- murmurei de cabeça baixa em meu lugar na sala de
aula, o professor havia passado uma atividade que obviamente, ninguém se importou em fazer
e todos estão conversando entre si, Yury, meu melhor amigo, faltou novamente, já estou
estressada com isso, é a 2 vez só essa semana.
Um barulho ensurdecedor logo invadiu a sala vindo do enorme auto falante localizado no
canto superior esquerdo da sala, Levantei pegando minha bolsa e logo me dirigindo a
biblioteca, onde eu ficaria até o intervalo de almoço acabar.
Não que eu seja uma sem amigos como dizem, eu apenas gosto de ficar no meu cantinho
lendo Harry Potter e a Pedra Filosofal Imaginando o dia em que vou deixar de ser uma Manava
e vou ter algum Tatva.
Fui abandonada na porta do conselho do distrito de Pani e fui criada pela Conselheira geral da
Elite Sukra, por isso ganhei a fama de conselheira Jr; 
Sempre quis saber quem são meus pais, tenho tantas perguntas em mente, mas Sukra disse
que é quase impossível encontrá-los e quando perguntei o porquê, acabamos discutindo.
Era o horário do crepúsculo, estava em sua sala escrevendo novamente em meu caderno
possibilidades de onde meus pais estavam quando Sukra entrou e ficou com raiva do que
observava
-Porque ainda insiste nisso? - ela perguntou enquanto se aproximava de mim
-Eu tenho certeza do que faço, eu não vou desistir até encontrá-los e saber de onde eu sou! -
 -Deveria ter aceitado Candra como sua casa, mas desde que revelei sobre seu passado você
insiste nesta história, Não tem nomes ou testemunhas, como vai achar duas pessoas que
viviam como invasores? Entenda Nora- A interrompi sem temer
-É Noah! E você não entende Sukra! Tem a mínima chance de eles estarem aqui, e se não
estiverem eu vou pelo menos querer saber o nome deles! -
No mínimo, manterão meu nome de nascimento, Noah, pelo menos é o que acham, afinal,
junto comigo havia apenas uma folha de papel com este nome, que está guardada em algum
lugar da maldita casa em que vivo.
Quando de repente me lembrei disso, fechei o livro e suspirei, voltando ao meu estado de
reflexão.
- “Viviam como Invasores”, Como ela sabe disso? Ela mesmo disse que não sabia o nome
deles... – 
Desde Tempos que Sukra vem soltando esse tipo de coisa, raramente na minha frente, mas as
paredes são finas, e eu não controlo minha audição.
Yury estava certo quando me deu a sugestão de fugir para “Esfriar a cabeça”, já havia colocado
tudo que precisava para passar pelo menos 3 dias na casa de Yuna, Ela mora em uma cidade
relativamente longe de Candra e do Distrito de Pani; mas há um caminho perfeito que demoro
menos de 2 horas para atravessar a barreira do distrito e chegar na casa dela.
Como eu a conhecia? Ela fingiu ser do meu distrito apenas para frequentar a escola, durou um
mês até que alguém descobriu e ela teve que voltar para sua casa em Dayona no Distrito de
Aga. 
Yury também conhece ela, éramos o trio maravilha da sala até Yuna ir embora.
Logo saí de minha nostalgia com Yury e Yuna quando ouvi o som indicando o fim do intervalo
de almoço, levantei e peguei minha bolsa me direcionando para a saída da biblioteca, mas
escutei uma conversa do lado de fora e parei para ouvir.

- Você ficou sabendo? Parece que o pó de Tarot da professora Sina foi roubado – Uma garota
que eu não reconheci por voz falou

- Sim, me disseram que estão suspeitando da garota sem Tatva, o pó de Tarô é a única coisa
que ajuda uma coitada daquelas – A outra garota pronunciou, pela voz, era Luna a garota mais
plagiada da minha classe.
Ela se gaba por ser filha de uma conselheira da baixa classe, falando que pode entrar e sair do
Distrito Génikos quando quiser; por algum motivo ela me odeia, talvez seja pelo fato de eu ser
a “Ação de Caridade da Conselheira Geral da Elite”.
Elas continuaram falando de mim e quando percebi as vozes se aproximando da porta, eu a
abri e sai, as duas me olharam como se fosse um fantasma, apenas olhei pra elas de cima a
baixo e soltei um “Tsc Idiotas”, Em seguida tomei meu rumo até a sala com a duplinha de
perfeitinhas atrás de mim, elas sussurravam demais, pareciam duas moscas no meu pé do
ouvido.
Entrei na sala e me sentei no meu lugar, quando os alto-falantes soaram novamente, Todos
ficaram em silêncio esperando a voz da diretora sair, finalmente explicando o porquê de ter
chamado a atenção de todos.

- Noah Sáfi, Venha a minha sala – Confesso que mesmo com a cara assustada, sabia porque
estavam me chamando 
Levantei-me e um grupo inteiro se juntou para ficar falando “Eiiiita”, Apenas decidi ignorar e
saí da sala.
No Caminho para a sala da diretora, um rastro de algo brilhante ia para uma direção oposta à
da Sala principal, Olhei para todos os lados e me certifiquei de que ninguém me visse, assim
segui o rastro até o armário do zelador, ouvi barulhos vindo dali e encostei minha orelha para
ouvir melhor, Com certeza eram sussurros, Femininos por sinal, mas não consegui abrir a porta
de imediato.

- Acabei de te chamar para minha sala Sáfi, o que faz aqui? – A diretora me abordou, me 
Assustando

- Diretora, Acho que encontrei o Ladrão de Pó de Tarô, abra a porta- Falei sussurrando, não
queria que sei lá quem fosse, soubesse que tinham descoberto

A diretora entrou em minha frente e abriu a porta com força, logo revelando uma garota do
com os saquinhos de pó de Tarô, A Garota olhou assustadoramente para nós e sorriu
debochadamente.
Logo notei que ela não tinha nenhum traço de Paniana, Ela tem olhos violeta e suas mãos
tinham desenhos, provavelmente rituais de magia para o uso do pó de Tarô, mas antes que
terminasse de analisá-la, a mesma decidiu se pronunciar.

- Ops, achei que tinha limpado tudo... que pena, mas acho que sua reserva de pó acabou – ela
sorriu e jogou um pouco de pó no chão, sumindo misteriosamente.
Eu e a Diretora nos entreolhamos espantadas, Nunca tinha visto aquela raça, não parecia ser
um híbrido, o violeta que emanava da garota era mais forte do que a combinação de Pani com
Aga, era uma raça de Tatva nova? Ou algo pior que isso?
Não tive muito tempo pra pensar no que aquela garota era, a diretora me puxou me levando
até a sua sala, ela estava ofegante, parecia desesperada com algo.
Ela se sentou na sua cadeira e pegou o telefone, ligando para alguém, provavelmente do
conselho.
Minutos depois, Sukra e os seus dois Sub conselheiros apareceram na sala da diretora, pedindo
para que ela explicasse a situação.

- Hoje quando estava voltando de uma reunião, alguns alunos me informaram que o Pó de
Tarô da professora Sina havia sumido e presumiam que Noah tinha cometido o roubo – Ela
tentava se acalmar mas ainda parecia assustada

- Chamei Noah para vir aqui, mas quando ela não apareceu decidi procurá-la e dei de cara com
ela na frente do armário do zelador e um rastro brilhante pelo chão –
Enquanto ela falava, resolvi encostar num canto, e voltei a pensar naquela garota,
Sua aparência não era deteriorada, era extremamente jovem, e o violeta que iluminava seus
olhos e os desenhos em suas mãos pareciam me chamar, pedindo para que eu me
aproximasse dela.
Logo fui retirada de meus pensamentos quando percebi que estavam me chamando.

- Noah? Você confirma esses acontecimentos? – A sub conselheira falou enquanto todos os
presentes ali me observavam

- Ah, sim claro, É Tudo verdade... – eu acabei falando meio desnorteada

- Obrigada por nos informar, Darcy, iremos comunicar a central da Conselheira Mestre, no
entanto, é melhor dispensar os alunos mais cedo, como vou demorar no conselho, pode ir pra
casa sozinha Noah – Sukra pronunciou, dei um leve sorriso vitorioso, era a minha oportunidade
de sumir de vista

- Certo, Noah está dispensada- A diretora falou e assim eu fui até a porta da sala, abri e sai,
observei novamente a trilha de pó, agora ela estava num tom arroxeado, acabei me
aproximando ainda mais, quase tocando no pó, algo dentro de mim dizia para tocar.
Não consegui conter minha curiosidade e toquei.
A última coisa que vi e ouvi foi a porta da diretoria sendo aberta e uma fala de Sukra

- Noah?!- e assim desmaiei

Acordei sentindo dificuldade de ver com a claridade do local, me sentei e esfreguei um pouco
os olhos, tentando me acostumar com a luz.
Observei o local em que estava, A enfermaria da escola, comecei a escutar uma discussão
então prestei atenção para saber o que estava acontecendo

- Ela estava perto do pó Sra, Temos a confirmação de que ele foi modificado pela cor do
mesmo –

Estavam falando de mim, logo mudei minha atenção, minha bolsa estava na cadeira e a janela
estava aberta, era minha oportunidade de Fugir, mas não me sentia bem, ainda não tinha
muita noção do que eu estava fazendo então decidi ficar.
Sukra entrou no quarto com uma cara preocupada e rapidamente me abraçou 

-Você está bem? Sente Alguma dor?- Ela se separou e olhou para mim
-Sim Estou, Só sinto tontura ainda- falei meio arrastado 

Ela me abraçou forte novamente

- Que bom... Podemos ir pra casa agora? -

-Sim…-

Eu ia levantar quando ela me pegou no colo, foi estranho, Mas eu não questionei, sentia falta
de quando ela fazia essas coisas então deixei apenas acontecer.
Ela me colocou na minha cama assim que chegamos, esperei ela sair do quarto para pegar meu
telefone na bolsa, verifiquei se tinha algum gravador de chamadas ou localizador, felizmente
ela não mexeu em nada, logo liguei pra Yuna.

- E aí Rapunzel de Pani, vai vir não? – Yuna atendeu e nem consegui falar primeiro

- Não vai dar Yuna, Deu uma merda aqui –

- Pode ir contando, Sabe que vou guardar segredo –

- Talvez os distritos entrem em estado de emergência, Hoje na escola uma garota estranha
roubou o pó de Tarot de todos os professores e funcionários, o problema é que ela parece ser
uma raça desconhecida e ela modificou o pó –

- Uou, então você tem que dar um jeito no plano, antes que isso seja informado ao conselho,
vão fechar as fronteiras e iniciar as caças a essa nova raça, você sabe né? – 

- Sim eu sei, o problema é que eu toquei no pó modificado daquela garota – 

- VOCÊ O QUE?! Já se olhou no espelho? Vê se tem algo diferente em você! –

- Ainda não, espera vou olhar aqui – fui até o banheiro do meu quarto e liguei a luz,
observando meu rosto – Eu acho que não- QUE MERDA É ESSA?! –

- O que foi? FALA LOGO DESGRAÇA –

- M-meus olhos, TÃO MUDANDO DE COR?! – Eu estava desesperada, vez ou outra a cor roxo
oscilava com o castanho natural da minha íris

-  Meu senhor amado... – escutei um barulho de tapa, ela com certeza tinha feito o facepalm

- Tá ficando roxo Yuna, o que eu faço?! Se a Sukra ver isso el- Yuna me interrompeu

- precisamos saber o que é isso, minha mãe é especialista em raças, lembra? Arruma um jeito
de vir logo –

- Tá, tudo bem, vou tentar –

- Tenho que ir agora, se cuida pelo amor do senhor Noah Sáfi, ou eu te esgano –

- Tá tá se cuida também Yuna LeBlanc–


 
E assim a ligação terminou, ainda estava assustada pelo que estava acontecendo, olhei no
espelho novamente e a cor continuava a oscilar, mas parando pra pensar, será que eu estou
virando algo parecido com aquela garota?
Mandei uma mensagem pra Yury contando tudo que estava acontecendo, ele enlouqueceu
quase acabando com a memória do meu celular com as mensagens.
Eu apenas visualizei o surto do meu amigo e resolvi não responder, nem eu sei porque.
Tomei banho e quando saí, olhei para meu reflexo no espelho novamente, a cor parou de
oscilar, suspirei aliviada me encarando.
Isso é uma loucura, Aonde eu tô me metendo? O que está acontecendo comigo? E o mais
importante, Porque justo agora?!
Acabei caindo na realidade, as lágrimas desciam pelo meu rosto, fazendo meus olhos ficarem
inchados e ardentes, Eu não estou triste, Na verdade, Eu não sei quem sou, Não sei se estou
vivendo uma mentira inventada por alguém, Não sei se posso confiar de verdade em alguém e
isso me mata por dentro, todas as dores e tristezas da minha vida, Eu escondi de Sukra e de
qualquer outra pessoa.
E agora, eu estava escondendo algo de novo, iria fugir para manter isso em segredo, confiando
que vai dar tudo certo, Mas, eu nem cheguei a pensar no que iria fazer depois disso, Como
seria minha vida? Eu viveria escondida para sempre? Seria dada como morta?
Nessas horas eu queria que minha mãe ou meu pai estivessem comigo, mesmo que eu nem
saiba quem eles são, talvez, eles fossem o meu porto seguro, minha ajuda nos momentos
difíceis, igual os pais de Yure ou a Mãe de Yuna.
Não queria me comparar a ninguém, mas fica difícil quando a ausência de algo para você, é
presente essencialmente para alguém.
Coloquei meu pijama, sai do banheiro e sentei na minha cama, pegando o celular e os meus
fones de ouvido, naquele momento, escutar música me faria bem, por algum tempo...

/capítulo 3/

Acordei totalmente desanimada, levantei e fui me arrumar para a escola, fiquei pronta rápido,
mas quando eu abri minha bolsa, vi os itens que havia colocado junto dos livros para fugir,
retirei tudo e guardei em seus devidos lugares, peguei a mochila e saí, mas não peguei o
caminho para a escola, resolvi passear pela floresta que fica ao lado contrário ao da escola.
Quando cheguei na “entrada” da Floresta eu resolvi olhar para trás vendo todas as crianças
felizes indo encontrar seus amigos na escola junto com seus pais, olhei novamente para a
floresta e entrei.
Não é tão assustadora como dizem, Não parecia haver monstros ou vultos, É extremamente
bonita e bem iluminada, andei por bastante tempo até achar um lago, coloquei minha bolsa
encostada numa árvore e fui até a beira do lago.
A Aura do lugar era calma e reconfortante, dava vontade de ficar ali pra sempre, Eu estava
admirando quando ouvi um barulho atrás de mim, me virei assustada e dei de cara com uma…
garota? mas era baixa com um cabelo meio curto com uma franja que cobria quase 100% de
seus olhos, pele parda, Usava um moletom roxo com uma saia branca, meias de cano alto
pretas e um tênis branco. 

- D-desculpa ter te assustado, Eu só fiquei curiosa em saber quem era você – Essa garota é
tão... diferente, mas muito bonita 

- Não tem problema, Prazer em te conhecer, Sou Noah – Levantei ficando de frente para ela
- O P-prazer é todo meu, Sou Nour- Ela falou timidamente  

- Você é de que distrito? Nunca vi olhos desta cor, são realmente bonitos –

- Muito Obrigada pelo elogio primeiramente, E felizmente não moro em nenhum distrito –

- Como assim? – 

- Sou um híbrido de Fogo e Ar, Não posso entrar nos distritos por não ser de uma raça pura,
então vivo numa aldeia apenas com híbridos – Ela Sorriu

- Achava que os híbridos estavam extintos –

- As mentiras que o conselho principal conta são muito comuns, não entendo o porquê de nos
odiarem tanto, mas e você? É de que raça? – Ela perguntou com entusiasmo

- Humana... eu acho, fui adotada por uma conselheira e nem sei quem são meus pais – falei
meio cabisbaixa

- Ei, não fica triste – Ela me abraçou – Também não sei quem é meu pai, então relativamente
estamos no mesmo barco –

Eu retribui o abraço, me senti confortável naquele momento, quando senti uma dor no meu
olho esquerdo, me afastei de Nour e fui rapidamente a beira do lago para ver o reflexo. 

- O que aconteceu??- Nour perguntou preocupada

- M-minha íris tá completamente roxa – falei assustada e olhei para ela

- deveria ficar assim? – Ela perguntou 

- Óbvio que não! – Falei preocupada

Eu estou uma pilha de nervos, O efeito não passou, só tá piorando! Olhei para Nour e saí
correndo, se eu perdesse o controle, em hipótese alguma queria machuca-la, não sabia o que
esse maldito pó tinha feito comigo, queria evitar fazer algo ruim.

- Noah?! Onde você tá indo?! – Escutei ela falar, parecia um pouco distante, pra não deixar ela
sem resposta, gritei uma resposta rápida

- Desculpa, eu tenho que ir! – 


Enquanto eu corria, tropecei em uma pedra e caí com força no chão, Não desmaiei, mas fiquei
sem forças pra levantar, jogada no chão, tonta, minha cabeça e meu corpo doíam e eu não
conseguia pensar em nada, quase um estado de morta-viva, após longos minutos que pra mim
pareciam horas, eu finalmente desmaiei. 
Acordei no meio de uma vila, confusa, não sentia mais as dores dos machucados, nem minha
cabeça doía, quando olhei para meus braços e pernas, estava completamente bem, dei uma
olhada em volta, vendo a movimentação das pessoas, nenhuma delas parecia me ver.
Logo uma trilha de pó roxo foi se formando, parecia-se com a trilha que havia tocado na
escola, Ela indicava um caminho que não hesitei em seguir, chegou a entrar dentro de uma
casa, Achei estranho, afinal eu não conseguiria entrar.
Resolvi tentar bater na porta, talvez não houvesse alguém na casa, mas quando ia bater,
minha mão ultrapassou a madeira.
“Então realmente estou sonhando” pensei e ultrapassei a porta sem dificuldade, uma simples
casa em que uma família normal viveria, simples e confortável, logo ouvi sons, muito
semelhantes a um choro, vindos do andar de cima, fiquei curiosa e resolvi subir, meu medo de
ultrapassar a escada sem querer era grande, mas consegui subir.
Os sons ficaram mais altos, no andar de cima haviam duas portas, mesmo que eu escutasse o
som vindo do segundo quarto, entrei no primeiro apenas por curiosidade.
Tem lençóis em cima dos móveis, mas consegui presumir o que era, o quarto de um bebê, vi
um quadro que parecia ter um nome e me aproximei, estava escrito “Maya Nossa
Princesinha”, o quadro tinha uma tonalidade lilás, na verdade, todo o quarto tinha, Era muito
fofo e lindo, mas tinha que descobrir quem estava chorando, então saí do cômodo e me dirigi
ao segundo quarto da casa.
Havia uma mulher e um homem sentados na cama, a mulher chorava descontroladamente,
enquanto o homem tentava acalmá-la e eles começaram a conversar, provavelmente eram os
Pais da “Maya”, mas, Onde a menina estava?
Resolvi prestar atenção nos dois para tentar descobrir algo.

- Emilly, sei que até hoje você fica abalada com esse assunto, mas temos que esquecer –

- CALA A BOCA ARTHUR! Você realmente quer esquecer tudo?! Quer esquecer que a SUA
FILHA existe!? – A mulher, Emilly eu presumo, Se levantou e ficou de frente para o homem,
gritando em um tom de raiva 

- Emilly, A NOSSA FILHA não vai voltar! Com certeza Maya nem sabe que existimos, Esse nem
deve ser o nome dela hoje, se ela não estiver morta! – 

Eu resolvi olhar a aparência dos dois, A mulher tinha cabelos curtos, de uma cor roxa muito
clara, pele morena e olhos de tom violeta.

O Homem tinha cabelos e barba castanhos claros, seus olhos apresentavam um tom azul
marcante e uma pele parda levemente mais clara que a da mulher.

- Eu vou atrás da Maya – A mulher falou decidida

- Sabe que não pode se expor, nossa raça está perto de ser revelada para o Conselho Génikos,
indo até Pani, você só facilitaria o trabalho da guarda – Ele se levantou e colocou as mãos nos
ombros dela – Apenas Sukra sabe da nossa existência e você sabe o que ela fez para guardar
nosso segredo –

Sukra?! Então ela já sabe dessa raça? Desde quando? Ugh que ódio, ela esconde tudo de
todos, eu sou a “filha” dela e nem isso ela confia em mim? Mas também, porque ela confiaria
em mim, né?

- Eu vou tomar cuidado, mas eu não saio de lá sem ter no mínimo falado com Maya, sabe que
nessa idade ela pode estar tendo a crise do Tatva certo? Quero ajuda-la –

O Homem suspirou antes de falar – Tudo bem – e abraçou ela. 

/capítulo 4/ caindo na realidade

Ouvi uma voz, provavelmente me chamando, pisquei os olhos e dessa vez, acredito ter
acordado de verdade.
Senti rapidamente a dor em minhas pernas e braços, quando direcionei o meu olhar para
quem estava me chamando, era Nour, Ela deve ter ido atrás de mim.
 

- Finalmente você acordou, fiquei preocupada, quando te vi desmaiada e cheia de arranhões e


machucados mais sérios, te trouxe para cá – Ela sorriu levemente

- Onde estamos...? – 

- Na minha casa, quando você saiu correndo eu achei estranho e te segui, fiquei preocupada
quando te vi cheia de machucados, resolvi te ajudar –

- Obrigada, Não sei como agradecer – Sentei e sorri para ela, quando um garoto entrou no
quarto

- Ela acordou? Finalmente né – Ele tem cabelos pretos, havia um óculos por cima de seus olhos
verdes, usava um moletom preto com shorts e tênis da mesma cor.

- Tá sendo rude ou insuportável como sempre? – Nour perguntou num tom de deboche e ele
riu em resposta.

- Pra uma humana ela é até bonitinha – ele se aproximou e sentou na cama, me encarando

- Pra sua informação, seu desavisado, ela tem um tatva, só não sabe qual é –

- Enquanto ela não souber, ela é humana não é? – Ele sorriu debochado se aproximando do
rosto de Nour, quando ela deu um tapa na cara dele

- Eu ainda tô em greve, não se aproveita não, babaca –

Eles são namorados?!

- Tô me sentindo uma vela aqui - Resolvi finalmente falar, e os dois começaram a rir

- Não namoramos – Nour falou enquanto ria

- Ainda – ele parou de rir e deu um selinho nela

- Bem, agora que você acordou, já se sente bem? - Ela ficou de frente para mim novamente

- Sim, Não diria que 100%, mas me sinto sim – respondi

- Então, que tal a gente te apresentar a vila? – Jack pronunciou

- Boa ideia! Se quiser Noah, posso te emprestar umas roupas, afinal as suas... – Ela fez uma
pausa me olhando de cima a baixo

- Tão piores que roupa de mendigo – Jack falou e riu pela própria piada
- Nisso eu concordo – sorri desajeitada – Estraguei uma das minhas roupas favoritas nesse rolo
todo –
Nour me emprestou um moletom azul, um short branco e eu calcei os meus tênis pretos
mesmo, estão sujos mas, dão pro gasto.
Terminei de me arrumar e saí do quarto indo pra sala.

- Tá pronta cinderela? – Jack estava encostado numa parede, olhando pra mim

- Cinderela mesmo, ficou linda com essa roupa! – Nour que estava no sofá falou

- Obrigada – sorri levemente – podemos ir? – Perguntei alternando o olhar entre os dois

- Claro – Nour se levantou

- Simbora – Jack foi atrás de Nour

Fui logo em seguida.


Nós conversamos e rimos muito, a vila deles era muito bonita, não era muito simples nem
moderna, mas tinha tudo que os moradores precisavam.
Quando estávamos passando por um beco, eu achei que tinha visto algo, e voltei pra ver.
Fiquei de cara com o chão, Era o Yury! Beijando... Um Garoto?!
Eu fiquei feliz e pasma, será que é o garoto que ele tanto falava?
Rapidamente peguei meu celular, desativei o flash e tirei uma foto dos dois
Quando ia me virar, Jack e Nour estavam atrás de mim, pareciam tão impressionados quanto
eu, quando em sincronia os dois falaram:

- Leo?! –

Os pombinhos pararam o que estavam fazendo e nos olharam assustados, ainda ofegante,
Yury percebeu minha presença.

- Noah?! – Ele falou

Depois de todo mundo processar o que estava acontecendo a gente finalmente conseguiu
conversar “normalmente”

- Olha eu sei que vocês estão achando isso esquisito mas- Nour decidiu interromper Leo,
Amigo de infância dela

- Não é esquisito nada Leo! A gente te apoia completamente não é Jack? – Ela deu uma
cotovelada nele

- Sim óbvio, a gente tem que se apoiar né, você sabe que eu e a Nour somos Poli amorosos,
MAS PODERIA TER CONTADO QUE É VIADO NÉ! – Jack falou indignado

- Não fala alto cacete! Se descobrirem que o Yuri tá aqui, eu tô fodido – Leo falou apertando
forte a mão de Yury
- Aliás, desculpa ter te deixado sozinha Noah, mas é que foi a primeira vez que minha mãe me
deixou vir encontrar com o Leo – Yury falou levemente envergonhado
- Não tem problema Yury, Não quero ser uma empata foda nem uma vela de vocês – Falei
debochadamente.

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