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Alagoas Pernambuco
Dedicatórias
As minhas irmãs
Maria Goretti
Silvana Maria
Márcia Alexandre
Ao enteado:
João Carlos Lucena
Aos netos:
Amanda
Aline
João Carlos
Lorena
Talita
Dedicatórias especiais:
Fernando Filizola
Luiz Clério Duarte
José Guedes
Amaro Rocha Guedes (in memoriam)
Pedro Pereira Neto (in memoriam)
Introdução…………………......................................……….....……………………… 06
Comentários iniciais…….......................................……....………………………….. 09
Pernambulano, Sim Senhor! ....................................................................................... 10
Do autor - Primeira infância que Delícia .....……….....…........................................ 12
O Nordeste brasileiro e a Civilização Árabe……….........................….................... 14
Revolução Pernambucana 1817 .................................................................................. 16
Bom Conselho, Palmeira dos Índios, Quebrangulo: Pequeno Histórico ………. 18
O Início de tudo – Fatos Históricos………………….....…….…............................... 21
Ideias de Libertação - Pernambuco Republicano ….……………………....……… 23
Ana Joaquina de Albuquerque - A Matriarca da família ……… ……………...... 26
A República de Pernambuco e a Maçonaria…….......................................……...... 29
Nos Tempos do Império………………………………….......................................... 30
Um grande homem……………………………………….......................................... 32
Livro de Lembranças……………………………………............................................ 35
Uma Luz, Um Sorriso, Uma Esperança………………............................................. 40
Mãe Zizi, Vovó Zizi, simplesmente Dona mãezinha …......................................... 41
A troca do nome…….……………………………………........................................... 43
Arthur de Araújo Pereira Ramos, “O cientista da Família” ................................... 45
O casamento de Lia Guedes ……………………………........................................... 48
Rainha Isabel, sua História …………………………................................................. 50
A Construção da Capela de Rainha Isabel ……………........................................... 52
Criação do Distrito de Rainha Isabel - Lei 35 ………….......................................... 54
Rainha Izabel – Luta pela Emancipação ……………….......................................... 55
Padre Dimas, um amigo, um educador ………………........................................... 57
A amizade do Cel. Zezé Abílio com Virgulino (Lampião) ................................... 59
Certidão de Nascimento de Lampião ……………….….......................................... 60
O Pau de Merda …..……………………………………............................................. 62
Palmeira dos Índios, anos dourados de 1964 a 1967 ….…………………............. 63
Alcançaremos o TRI? …………………………………............................................... 65
Uma transmissão esportiva ……………………………............................................ 66
Tio Silvino, Avelar Costa e uma pega de boi em Odésio…………………....….. 68
Automobilismo em Pernambuco – Duas últimas décadas ……………………... 71
José Marcolino – o Poeta ……...………………………............................................. 73
Pernambuco na Guerra do Paraguai ..…................................................................. 75
José Roberto Pereira, Cidadão Emérito de Bom Conselho-PE ............................ 77
Zé Múcio Monteiro, a bengala e um sonho ............................................................ 78
A importância do Professor e Maestro Zé Puluca na cultura carnavalesca
pernambucana ............................................................................................................. 80
Reflexões sobre a carta de Caminha ........................................................................ 82
E não raspei a cabeça ................................................................................................. 85
Assim morreu Lampião ............................................................................................ 86
Reza, Pirão e Sola ....................................................................................................... 88
O regime escravocrata em Pernambuco ................................................................. 90
O transporte rodoviário no Brasil ........................................................................... 92
Frei Caetano e a Guerra dos Maribondos .............................................................. 94
Taquary Velho e a Guerra dos Cabanos ................................................................ 96
Náutico: Hexa é luxo, 50 anos! Eu estava lá! ........................................................ 98
Meus encontros com Frei Damião de Bozzano ..................................................... 100
A morte de Che Guevara ......................................................................................... 102
Uma trilha de 400 anos ............................................................................................. 104
Grupo Glória/Relâmpago/Mavispuma ............................................................... 105
Jaboatão-PE, aqui nasceu a pátria brasileira.......................................................... 106
Pernambuco já foi Brasil .......................................................................................... 108
Aché Laboratórios S/A – Prodoctor Nordeste - Uma história de 50 anos ….. 110
Victor Siaulys, o maior gênio do marketing da Indústria Brasileira ................ 115
José Djalma Morais – O Campeão Nacional de Vendas do Lab. Aché de 1979 117
Aché Prodoctor Norte - Fotos históricas ………...……………………………… 119
INTRODUÇÃO
Nosso trabalho tem como meta principal tentar fazer com que os descendentes de
URBANO GOMES DE ARAUJO PEREIRA se conheçam. Temos inúmeros parentes,
primos, tios com a mesma origem de sangue, no entanto, para a maioria, são completos
desconhecidos entre si.
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Lima, conhecido como o Leão Coroado, foi um dos líderes do movimento Republicano
de 1817. Temos que nos falar mais, nos corresponder com maior frequência, não podemos
nos encontrar apenas em pequenas ocasiões sociais. Uma caminhada tem início com o
primeiro passo, e este passo estamos dando através deste trabalho, esta pequena
contribuição de juntar os elos perdidos.
Este trabalho visa esclarecer a origem de famílias tradicionais que chegaram nesta
região de Bom Conselho–PE e Quebrangulo–AL entre 1817 e 1825. Famílias como os
Araújo Pereira, os Barros Lima, os Veiga, os Silveira, os Pessoa. Não é só um trabalho que
retrata as famílias supramencionadas como também informa aspectos interessantes do
final do século 19. É contada também a origem dos municípios de Bom Conselho,
Palmeira dos Índios e Quebrangulo. História da Rainha Izabel, Distrito do Município de
Bom Conselho-PE, onde em suas terras se encontram a Fazenda Cacimbinhas (início de
tudo); outros fatos como o casamento de Lia Guedes, Livro de Lembranças de Simplício
Olavo de Araújo Pereira, Certidão de Nascimento de Virgulino Ferreira da Silva, O
encontro de Lampião com o Cel. Zezé Abílio , a juventude de Palmeira dos Índios-AL
entre 64/67, automobilismo pernambucano, a extraordinária história do Aché
Laboratórios S/A, e um pouco da Biografia do empresário Victor Siaulys, o maior gênio
de marketing da Indústria Farmacêutica.
Agradecimentos ao primo Elias Lima por atualizar alguns personagens da família
e pelo livro Revolução de 1817 do Mons. Muniz Tavares (pag. 85), onde mostra a
participação e feliz coincidência do nome e nosso antepassado (ele continuou
monarquista) o Marechal José Roberto Pereira da Silva.
Agradecimentos especiais à minha esposa e companheira Rosely Cristina de
Oliveira pelo incentivo e dedicação. Todas as pesquisas foram realizadas pelo primo, o
médico Pedro Pereira Neto (in memoriam), ele pesquisou toda a origem das nossas
famílias desde a Revolução Republicana de 1817. Não foi fácil este trabalho do primo,
porém, a você nossa eterna gratidão. O Pedro escreveu um capítulo específico transcrito
na íntegra neste livro.
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Galeria de honra do autor
Pai Mãe
João Alexandre da Silva Maria de Lourdes Pereira da Silva
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COMENTÁRIOS INICIAIS
Fernando Filizola
Produtor Cultural, Compositor e Músico
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"PERNAMBULANO SIM SENHOR!"
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Luiz Clério Duarte, papacaceiro, bonconselhense, editor do jornal A GAZETA de Bom
Conselho.
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Do Autor
PRIMEIRA INFÂNCIA, QUE DELICIA!
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Latim, Francês, Canto Orfeônico e aulas de nativismo todos os sábados onde
cantávamos os hinos, Nacional, de Alagoas, da República, da
Independência, da Bandeira, do Estudante. Eram aulas de puro civismo
exatamente o que está faltando hoje para nossos jovens.
Entre 1964 e 1967 morei na querida Palmeira dos Índios-AL. Dedico
um capítulo a esta época de ouro na Palmeira.
A partir de 1968 passei a residir e com muito orgulho, em minha
querida capital, a Capital da Cultura Nacional: RECIFE.
Agora que já nos conhecemos uma boa leitura.
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O NORDESTE BRASILEIRO E A CIVILIZAÇÃO ÁRABE
Portugal, por mais de duzentos anos, (durante a Idade Média) sofreu forte
influência dos Mouros procedentes do Norte da África. Estes Mouro-Muçulmanos
deixaram na Península Ibérica uma forte influência na arquitetura, música e outros
fatores de sua forte cultura.
Ao final da Idade Média vieram juntar-se a esta cultura, nesta região de Portugal,
inúmeras famílias judias e, desta junção de cultura e religiosidade, foram os que vieram
colonizar as colônias portuguesas, principalmente no Nordeste do Brasil.
Com a retomada de Portugal como Nação soberana, todos os descendentes dos
Mouros e Judeus tiveram que jurar fidelidade à Igreja Católica e passaram a se chamar
Cristãos Novos.
No início da colonização Pernambucana, numerosos senhores de engenho eram
cristãos novos que haviam se batizado à força, ou mesmo judeus que permaneciam fiéis
às crenças. Devido a esta situação, a Santa Inquisição Portuguesa enviou à Pernambuco
seus agentes, daí muitas pessoas consideradas de elite viveram horas amargas diante dos
inquisidores. Sabe-se hoje que até o Governador da época, JOÃO PAES BARRETO, era
de origem judia.
Muitos judeus e cristãos novos que viveram no Brasil nos anos quinhentos eram
de origem ibérica que viviam em Portugal, participando de bons negócios com o Reino
até a ocasião em que a Santa Inquisição se instalou nestes países e exigiu o confisco dos
bens e a expulsão dos que não quisessem se converter ao Catolicismo.
A Santa Inquisição foi um movimento orientado pela Igreja Católica com a
finalidade de converter, pela força da fogueira à referida religião, todos os Judeus,
Mouros, Alquimistas (eram considerados bruxos) e demais pessoas que não fossem leais
à Igreja de Roma.
Os judeus portugueses se dividiram, uns ficaram no país, outros, convertendo-se
e tornando-se cristãos novos, vieram para o Recife no período da ocupação holandesa e
aqui permaneceram após a expulsão dos flamengos.
Entre esses judeus havia sobrenomes bem portugueses como SILVA, Dias,
Azevedo, ARAUJO e os cristãos novos, que ao abandonarem os nomes judaicos,
adotavam sobrenomes de animais e de plantas como: Carneiro, Coelho, Cordeiro,
Figueira, PEREIRA, Oliveira, Salgueiro, Parreira, etc. O sobrenome SILVA, comum nas
famílias nordestinas, é a maior prova que os descendentes nordestinos são Cristãos
Novos convertidos ao Catolicismo.
Os nomes portugueses os ajudavam a fugir à identificação de sua origem em terra
distante. É provável que muito anti-semita de hoje, no Brasil e em Pernambuco, tenha em
suas veias uma boa dose de sangue hebraico. Logo, os ARAUJO PEREIRA são
descendentes diretos de Portugueses Católicos (Araújo) e Cristãos Novos (Pereira).
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Ao ficarem ricos, muitos “fidalgos” procuravam-se legitimar. A fidalguia e a
nobreza não são obtidas apenas por conquistas e feitos heróicos, o são também através
de doações ou de conchavos; e esta política ainda não mudou.
O exemplo marcante deste período era a compra da Bula Papal, que dava direito
à vida eterna no Paraíso, após a morte.
O berço da civilização brasileira é, sem sombra de dúvidas, o Nordeste, pois sua
etnia vem da origem da colonização, sua tradição seus costumes, vêm desde a época dos
Mouros e exemplos não faltam para comprovar estes fatos. (Movimento do Agrocultura)
O aboio de um vaqueiro, aquele canto que vem do fundo da alma, é um canto
Mulçumano.
As orações repetidas do Rosário de Maria têm origem no Mantra mulçumano.
As cavalhadas nordestinas mostram as lutas entre Cristãos e Mouros (azul e
vermelho).
O violeiro repentista é o próprio trovador de origem Árabe.
A Nau Catarineta (Pernambuco) ou Chegança (Alagoas) retratam também esta
luta contra os Mouros pela liberação de Portugal.
É importante salientar que os árabes (Mouros) foram os criadores do estribo
(equipamento da sela de montaria) e com esta invenção ganharam a Península Ibérica.
Eram invencíveis nas batalhas pela segurança e apoio oferecido ao cavaleiro pelo estribo
na sela.
Outra característica que nos aproxima dos Árabes é o gosto pela carne de carneiro,
carne de bode, coalhada, queijo de coalho. O nordestino é a mistura do cristão novo, do
índio e do negro africano. Todo mestiço é um forte.
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REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817
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Para concluir, os versos do Frei Joaquim do Amor Divino Caneca da sua Canção
Pernambucana:
“Cidadãos pernambucanos
Sigamos de Marte a lida;
É triste acabar no ócio,
Morrer pela pátria é vida
Quando a voz da pátria chama
Tudo deve obedecer;
Por ela a morte é suave,
Por ela se deve morrer
O patriota não morre,
Vive além da eternidade;
Sua glória, seu renome
São troféus da humanidade”.
Frei Caneca
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BOM CONSELHO, PALMEIRA DOS ÍNDIOS, QUEBRANGULO:
PEQUENO HISTÓRICO
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Havia. Pela própria cultura negra quando havia guerras entre tribos os vencedores
aprisionavam os vencidos e não poderia ser diferente no Quilombo dos Palmares.
Durante grande período esta paz foi estabelecida e se não fosse Zumbi a história
desta parte do nordeste poderia ser diferente.
Criado por um padre de Porto Calvo, Zumbi sabia ler e escrever, tendo um ódio
mortal aos brancos, apesar de ter entre suas esposas uma mulher branca.
Vaidoso, autoritário, Zumbi não concordava com os métodos humanos do Canga
Zumba. Aproveitando pequena revolta de alguns negros, Zumbi envenenou o Rei
Canga Zumba, assumiu o comando dos Palmares e reiniciou a guerra contra os brancos.
- Obrigado Governador
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Conselho e grande parte das terras de Palmeira dos Índios e Quebrangulo. Esta compra
foi realizada em 23 de julho de 1712.
Com a morte do Velho Manuel Villela, seu filho Antônio Anselmo da Costa Villela
assumiu as fazendas e associando-se a Joaquim Antônio da Costa deu início ao
povoamento de Bom Conselho - PE.
Bandeiras Municipais
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O INÍCIO DE TUDO - FATOS HISTÓRICOS
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VOL 7 46/48). Como retaliação pela Revolta de 1817, a Comarca de Alagoas foi
desmembrada de Pernambuco em 16 de setembro do mesmo ano. Outro castigo imposto
pelo Imperador Pedro I foi retirada da Comarca de São Francisco, que representava mais
de 50% do Território de Pernambuco, para o Estado da Bahia (7 de julho de 1824).
Esta mudança foi provisória e, no entanto, perdura até hoje.
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IDEIAS DE LIBERTAÇÃO
PERNAMBUCO REPUBLICANO
A maioria dos países do mundo era governado por imperadores, ditadores ou reis.
O regime de República era exceção como os Estados Unidos com uma República
Democrática muito nova (iniciada em 1775) e a França com sua República iniciada com a
Revolução Francesa de 1789.
Verifica-se que a República não tinha a sedimentação necessária como regime e foi
com estas ideias que Pernambuco partiu para modificar seu Estado de Direito em 1817.
Governava Pernambuco nesta época, CAETANO PINTO DE MIRANDA
MONTENEGRO.
Este movimento teve seu lado de filosofia adquirido no Seminário de Olinda, onde
as ideias republicanas tomaram eco. Foi um movimento de grande importância, pois
representou de fato e de direito o primeiro movimento contra o domínio português no
Brasil. Sendo elaborado com a finalidade principal de organizar um Governo
Republicano, este movimento não teve o êxito esperado, pois não conseguiu alcançar o
povo em sua base como os escravos e os pequenos comerciantes, ou seja, o povo não
vibrou com as mudanças.
Foi simplesmente uma mudança de liderança e ideias, sem a propaganda devida
para alcançar as bases. Um fato não comprovado afirma que o comerciante Antônio da
Cruz Cabugá entrou em contato com oficiais franceses exilados em Recife para sequestrar
o Imperador Napoleão Bonaparte, que estava preso na Ilha de Santa Helena, e trazê-lo
para Pernambuco. Napoleão seria uma bandeira para a República que estava nascendo.
Caso isto tivesse acontecido, Pernambuco iria criar sérios problemas com a Inglaterra, o
que não seria bom para a causa revolucionária.
JOSÉ DE BARROS LIMA, “O LEÃO COROADO”, PRINCIPAL ANTEPASSADO.
Nascido em São Lourenço da Mata-PE em 1764 engajou-se como soldado no
Regimento de Infantaria do Recife em 1783. Foi promovido a Alferes (Tenente), porém
encontrou dificuldades em promoção simplesmente por ser brasileiro.
Apenas em 1794 foi estudar Matemática em Lisboa e na sua volta foi promovido a
Primeiro Tenente do Regimento de Artilharia em Olinda.
Em 1815 foi promovido a Capitão, posto que ocupava quando do Movimento
Revolucionário em 1817. Nesta época o Capitão José de Barros Lima já tinha 53 anos de
idade.
Da sua família, se tem notícia de dois filhos: José de Barros Lima Filho e Ana
Joaquina de Albuquerque casada com José Mariano de Albuquerque Secretário Geral do
Regimento de Artilharia em Olinda. Ana Joaquina de Albuquerque tinha nesta ocasião
16 anos incompletos.
Em 1817, Pernambuco era governado pelo Sr. CAETANO PINTO DE MIRANDA
MONTENEGRO e, segundo o povo: Caetano no nome, Pinto na coragem e negro nas
ações e como se sabe, a voz do povo é a voz de Deus.
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Nesta época Dom João VI Príncipe Regente do Reino Unido Brasil/Portugal e
Algarves, teve a ideia de conquistar a Guiana Francesa em retaliação pelo que fez
Napoleão Bonaparte, forçando a saída da Família Imperial Portuguesa para o Brasil.
Pernambuco teria que cooperar com 1000 Homens e como não havia motivação no seio
da tropa apenas 300 homens se apresentaram para a empreitada.
A elite pernambucana não se conformava com a situação de caos do Governo
Caetano Pinto e teve início a conspiração republicana.
Várias autoridades de prestigio participaram deste movimento revolucionário
como o ouvidor de Olinda, Antonio Carlos Ribeiro de Andrada, irmão de José Bonifácio
de Andrada (Patriarca da Independência).
Quando os fatos foram apresentados ao Governador Caetano Pinto ele achou que
os PERNAMBUCANOS DE DIVERTEM E NADA PODEM FAZER (GALVÃO SV 1910 3
V 209/217). Toda revolta tem o seu lado romântico e esta de 1817 não poderia ser
diferente. O comerciante Domingos José Martins estava apaixonado por uma filha do
Governador e como não teve acolhido este namoro, o comerciante Domingos José
Martins passou a conspirar contra o seu futuro sogro.
Durante o período que durou a Revolução, Domingos José Martins casou com a
filha do Governador na igrejinha da Jaqueira, em Recife, teve uma lua de mel atribulada
e acabou fuzilado, tudo isso em menos de 2 meses.
Recebendo uma denúncia formal, o Governador solicitou ao Brigadeiro Manoel
Joaquim Barbosa de Castro e ao General José Roberto Pereira da Silva que fossem
verificar o que de fato estava acontecendo. Prepotente, desumano, grosseiro e
imprevidente, o Brigadeiro Barbosa de Castro se dirigiu aos oficiais brasileiros com
palavras não amistosas, provocando-os a todos.
Todos os oficiais brasileiros estavam armados e o clima ficou tenso entre eles.
Neste instante, foi preso o Capitão Domingos Teotônio Jorge Pessoa da Veiga
(tronco inicial das famílias Pessoa e Veiga).
O Capitão Domingos Teotônio Jorge, sob protesto, gritava TRAIÇÃO! TRAIÇÃO!
Na sequência dos fatos, seria preso o Capitão José de Barros Lima, o qual puxou
da espada e, junto com seu genro, Capitão José Mariano de Albuquerque, matou o
enviado do Governador, Brigadeiro Manoel Joaquim Barbosa de Castro.
Os descendentes destes três Capitães, José de Barros Lima, Domingos Teotônio
Pessoa da Veiga e José Mariano de Albuquerque, tornaram-se fugitivos e que foram para
o Sul de Pernambuco.
Para não ficarem isolados no movimento, os patriotas enviaram emissários para
os estados vizinhos. Para a Bahia, foi enviado José Inácio de Abreu e Lima, conhecido
como Padre Roma, pois tinha sido seminarista em Olinda. Ao chegar às praias baianas
foi preso e, num julgamento sumario, foi fuzilado. Quem assistiu a este fuzilamento foi o
próprio filho do Padre Roma, o então Capitão Abreu e Lima.
Já como General, Abreu e Lima foi o braço direito de Simão Bolívar na libertação
dos países como Bolívia, Colômbia, Venezuela.
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Vale salientar que, quando da morte do General Abreu e Lima, o mesmo por ser
maçom, não pode ser enterrado em cemitério católico, sendo seu corpo sepultado no
cemitério dos Ingleses em Recife.
Um fato que merece comentário nesta revolução foi à figura de José Carlos
Mayrink da Silva Ferrão. Tinha sido Secretário do Governador Caetano Pinto, seguiu no
posto com os novos governantes revolucionários e continuou no posto, após o
movimento ser vencido, ainda como Secretário do Governo seguinte à revolução que foi
chefiado pelo General Luís do Rego Barreto.
Ficar no poder em situações tão diferentes só tivemos bem mais tarde o
Pernambucano Marco Antônio de Oliveira Maciel que passou por diversos governos sem
perder o poder.
O sonho da República em Pernambuco durou pouco, pois entre março de 1817 a
20 de junho do mesmo ano tudo ficou definido, com a morte por fuzilamento dos
principais patriotas. No combate do engenho Trapiche, em Ipojuca, foram presos,
enviados para Bahia e fuzilados, Domingos José Martins e José Mariano de Albuquerque
Cavalcante, este casado com a filha de José de Barros Lima, Ana Joaquina de
Albuquerque.
Os amigos e quase irmãos, Capitães José de Barros Lima e Domingos Teotônio
Jorge Pessoa da Veiga foram presos em Paulista em 6 de junho de 1817.
Já no dia 20 de junho foram fuzilados na Praça da República, em Recife. Foram
conduzidos para a morte vestidos com uma alva, escoltados pela tropa e acompanhados
pelas confrarias religiosas. Foram fuzilados junto com José de Barros Lima e Domingos
Teotônio Jorge, o Padre de Itamaracá, Pedro Tenório e Antonio Rabelo. Após a execução,
os corpos foram esquartejados, ficando expostos em locais bem visíveis e as vísceras
enterradas em vala comum.
Apesar de tudo isto, o espírito do Pernambucano em se tornar independente não
morreu e, movimentos posteriores como a Convenção de Beberibe e a Confederação do
Equador, provam esta tenacidade revolucionária.
Vista
panorâmica do
Recife, 1817
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ANA JOAQUINA DE ALBUQUERQUE,
A MATRIARCA DA FAMÍLIA
Pedro Pereira Neto
Esta senhora era filha de José de Barros Lima “O Leão Coroado”. Ana Joaquina de
Albuquerque foi casada com o revolucionário José Mariano de Albuquerque, que era
Secretário do Regimento, e foi acusado junto com o sogro, José de Barros Lima, da morte
a golpes de espada do Brigadeiro Manoel Joaquim Barbosa de Castro. José Mariano de
Albuquerque foi um covarde na Revolução. Abandonou sua tropa no combate de
Ipojuca. Foi julgado e enviado para a Índia em degredo perpétuo.
Nesta situação, Ana Joaquina de Albuquerque, que era de Igarassu, casou-se em
segundas núpcias com Francisco Gomes de Araújo Pereira, que era filho natural de
Nazaré da Mata-PE.
Carta por Clemência de Ana Joaquina de Albuquerque, na época com 16 anos, ao
Desembargador José Ferreira da Cruz, em favor do seu marido o covarde José Mariano
de Albuquerque. Ana Joaquina de Albuquerque gerou Urbano Gomes de Araújo Pereira,
que gerou Simplício Olavo de Araújo Pereira, que gerou Maria de Lourdes Pereira que
gerou José Roberto Pereira, o autor deste trabalho.
Jamais se esquecera a caridade, honra e bons ofícios com que Vossa Senhoria me recebeu
quando aflita procurei o seu patrocínio ficando certificada ter em Vossa Senhoria uma Generosa
proteção, porém, muito mais realçou a minha esperança quando recebi a oficiosa atestação de
Vossa Senhoria a favor daquele infeliz (José Mariano de Albuquerque) tudo são produções de
uma alma grande e eterno o meu reconhecimento. Tenho notícia que está o Sr. Ouvidor de Olinda
com devassa aberta para conhecer as culpas dos réus que se acham presos, cujo procedimento me
tem consternado e afligido o mais possível na consideração de qual será a sorte de meu infeliz
marido se vossa senhoria não orar por ele e neste lance eu me sacrifico literalmente e sem limite a
minha aflição me transportar de modo que me não sei explicar e só se bradar que por vida da Ilma
Sra. Companheira e pelo Deus que nos sustenta valha a uma desesperada mulher e quase viúva
que fica em consumidoras esperanças pela resposta de vossa senhoria mandando-me a certeza do
que realmente se tem passado se já se devassou nesta praça, e se vem o Ministro conhecer dos
fatos nesta Vila de Igarassu onde e nossa moradia dentro do seu termo. VS me fará o favor de
entregar essas lasquinhas de açúcar a Ilustríssima Senhora Companheira e que me perdoe à
afoiteza, pois é um sinal de que lhe sou tributaria. Deus guarde a Vossa Senhoria com saúde e
felicidade por dilatados anos para maior prazer e amparo de quem é.
De vossa Senhoria muito atenciosa e obrigadíssima sua serva: ANA JOAQUINA DE
ALBUQUERQUE. ”
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Após estes acontecimentos toda a família, ou parte dela, fugiu para o Sul de Pernambuco.
Consta que José de Barros Lima tinha um filho homem e três filhas mulheres. Desta prole
fugiram para o Sul de Pernambuco (Bom Conselho do Papa Caça) José de Barros Lima
Filho, sua esposa Luiza de Barros Lima, a outra irmã Ana Joaquina de Albuquerque (a
mudança do sobrenome Barros Lima por Albuquerque foi devido seu primeiro marido
ser José Mariano de Albuquerque).
Nesta fuga, além dos dois filhos de José de Barros Lima, fugiu também Francisco
Gomes de Araújo Pereira (Frade). Esta alcunha de Frade foi devido a Francisco Gomes
de Araújo Pereira ter fugido vestido de batina, pois, como o mesmo teve alguma
participação na revolta, poderia ser apanhado pelas patrulhas. Fugiu também sua irmã,
Francisca Maria de Barros Pereira e seu marido Simplício Olavo Coelho da Silveira
Barros. Também participaram desta caravana Luís da Costa Pereira, sua esposa Cândida
Angelina de Lima, Alípio Coelho de Barros Lima e sua esposa Maria Izabel de Barros
Lima.
É importante observar que todos os Barros Lima, Araújo Pereira, Pessoa da Veiga,
Silveira são famílias aparentadas e unidas nesta situação de fuga pelo Agreste
pernambucano. Por ser viúva, sem filhos, e em pleno vigor da sua adolescência, ANA
JOAQUINA DE ALBUQUERQUE casou-se com FRANCISCO GOMES DE ARAUJO
PEREIRA (FRADE). Desta união nasceram: Urbano Gomes de Araujo Pereira, (nasceu em
1841 na Fazenda Cacimbinhas, falecendo em 06/03/1927, no Engenho Carangueja), Luis
Gomes de Araujo Pereira; José Gomes de Araújo Pereira (conhecido com JOSÉ DE
FRADE, morreu nas Cacimbinhas em 16/06/1896) e Ana Joaquina de Araújo Pereira.
Do casamento de Simplício Olavo da Silveira Barros e Francisca Maria de Barros
Pereira (irmã de Francisco Gomes de Araujo Pereira (Frade) nasceram: Ana de Azevedo
Lima (nasceu em 1845, falecendo no dia 09/04/1893 aos 48 anos de idade), Ângela de
Azevedo Lima; Cândida de Azevedo Lima; Maria Hermana de Azevedo Lima; Fracelina
Gertrudes de Azevedo Lima e Luzia de Azevedo Lima. (Luzia Menina).
O casamento de Urbano Gomes de Araujo Pereira com Ana de Azevedo Lima foi
realizado em 8/1/1866. Sobre o casamento, é importante esclarecer que Urbano viajou
mais de 30 dias a cavalo entre Bom Conselho e Recife para comprar o enxoval. Foi
acompanhado nesta viagem pelo seu escravo de confiança. A foto de Urbano Gomes de
Araujo Pereira que está neste trabalho foi tirada em Recife por Cassiano Souza (o original
desta foto se encontra em poder de José Roberto Pereira, seu bisneto). Deste casamento
nasceram: Francisco Gomes de Araujo Pereira (mesmo nome do seu tio FRADE), José
Gomes de Araujo Pereira (Cazuza), Antonio Gomes de Araujo Pereira (Totonho),
Simplício Olavo de Araujo Pereira (nasceu em 1867), Laura de Araujo Pereira, Cândida
de Araujo Pereira, Mocinha de Araujo Pereira, Jacinta de Araujo Pereira, Francisca de
Araujo Pereira, Maria Leopoldina de Araujo Pereira (Yaia) Observem que Urbano Gomes
de Araujo Pereira era primo legítimo de Ana de Azevedo Lima. Pois era comum nesta
família o casamento entre primos.
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Um fato histórico é que todos os descendentes das famílias revolucionárias foram
residir na Fazenda Cacimbinhas, que fica localizada entre os Municípios de Bom
Conselho - PE e QUEBRANGULO - AL, adquirida em 1823.
Todas as terras que hoje compreendem as fazendas Cacimbinhas, Garrincha,
Impueiras, Baça, Lagoa dos Colatinos, Borges e Lages, foram compradas por Francisco
Gomes de Araújo Pereira (Frade) e seu cunhado Simplício Olavo Coelho da Silveira
Barros pela quantia de 600 réis. Vale salientar que um escravo na época valia 800 réis
aproximadamente (Diário de Pernambuco).
Na fuga para Cacimbinhas, as famílias levaram dois escravos de campo e um
escravo de confiança. Já sabemos que Urbano Gomes de Araújo Pereira casou com sua
prima legítima Ana de Azevedo Lima. Vamos então, relacionar os casamentos das demais
filhas do Simplício Olavo Coelho da Silveira Barros com Francisca Maria de Barros
Pereira.
Foram elas:
OBSERVAÇÃO:
Antes de casar-se com Luiza Menina, João Evangelista da Silveira Barros, foi
casado com uma irmã de Luiza Menina. Do primeiro casamento de João Evangelista da
Silveira Barros nasceu uma filha de nome MARIA LIMA SILVEIRA BARROS.
Os descendentes desta Maria Lima Silveira Barros são: Maria Lima da Silveira; José
Mariano Lima da Silveira; Nilo Lima da Silveira e Mario Lima da Silveira (MARIO
VEIGA).
Toda a fazenda Borges foi dividida entre estes Silveiras.
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A REPÚBLICA DE PERNAMBUCO
E A MAÇONARIA
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NOS TEMPOS DO IMPÉRIO
Imperador Pedro II
Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula
Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga
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A unidade monetária do Império, o mil réis, correspondia a 0,9 (nove décimos) de grama
do ouro equivalente a libra esterlina.
Embora o orçamento geral do Império tivesse crescido dez vezes entre 1841 a 1889
a dotação da casa Imperial se manteve a mesma, isto é, 800 contos de réis anuais. Vale
salientar que, Pedro II destinou ¼ de seu orçamento pessoal à Guerra do Paraguai. 800
contos de réis anuais representavam 67 contos de réis mensais. Uma das alegações dos
que deram o golpe republicano no Império era que a Coroa gastava muito e isto não é
verdade, pois o primeiro ordenado de Deodoro da Fonseca foi de 120 contos ao mês,
praticamente o dobro do que ganhava o Imperador.
Dom Pedro II se recusou a receber a quantia de 5 mil contos de réis quando foi
deposto, explicando que este dinheiro era do povo brasileiro.
No Império, o salário de um trabalhador sem nenhuma qualificação era 25 mil réis.
Esta quantia era equivalente hoje a 3 salários mínimos.
O maior empresário do Segundo Império foi José Evangelista de Souza, O Barão
de Mauá. Em tempos de hoje, era como se o Barão fosse dono de todas as estradas de
ferro, todos os estaleiros, Grupo Votorantin, Bradesco e Vale do Rio Doce.
Nesta época áurea do Império nasceu em 1867 na Fazenda Cacimbinhas, ao Sul de
Bom Conselho, SIMPLÍCIO OLAVO DE ARAUJO PEREIRA, meu avô materno.
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UM GRANDE HOMEM
Simplício Olavo de Araújo Pereira era filho de Urbano Gomes de Araújo Pereira e
Ana de Azevedo Lima. Ainda jovem, não quis continuar trabalhando com os negócios de
fazenda e saiu para procurar vida na cidade.
Morou negociando em Santa EFIGÊNIA - AL. Conta-se que ele, solteiro em Santa
Efigênia não sabendo cozinhar, colocou arroz na panela em quantidade grande e quanto
mais o arroz inchava mais a panela derramava. Uma das poucas coisas que o jovem
Simplício deixou de fazer, foi cozinhar.
Em seguida, o jovem Simplício veio morar em Capela, cidade do interior de
Alagoas, onde se casou com Maria José de Melo, tendo os filhos: Luis, José e Izaura.
Simplício era homem calmo, bom prestativo e a todos queria bem. Sendo
inteligente e prestativo, ele sempre achava tempo para ajudar qualquer pessoa que o
procurava. Consertava relógios, máquinas, instrumentos musicais e em certas
circunstâncias era enfermeiro e “médico”.
Os seus conselhos e remédios alopáticos serviam a todos sem distinção de cor ou
credo. Segundo sua filha Izaura, até pequenas cirurgias ele fazia, sempre com o intuito
de aliviar a dor do próximo. Foi tesoureiro da Prefeitura de Capela, sendo autodidata em
contabilidade. Por serviços prestados à comunidade, foi agraciado pelo Presidente
Floriano Peixoto com o Titulo de Tenente Coronel da Guarda Nacional. Esta comenda o
enchia muito de orgulho. Muito Católico devoto do Sagrado Coração de Jesus, não perdia
uma Primeira Sexta Feira do Mês e frequentava a Missa diariamente.
Toda noite rezava o Terço antes de deitar, sempre diante do quadro do Sagrado
Coração de Jesus. Simplício Olavo tocava violino e flauta, tendo como companhia seu
filho José, alternando os instrumentos.
Seu filho José era de uma personalidade muito parecida com a sua e, com morte
daquele ainda, muito jovem, deixou de tocar. Só voltou à música para ensinar violino a
sua filha Maria de Lourdes Pereira. Sua habilidade manual era tão grande que chegou a
fabricar um violino. Faleceu em Pilar - Alagoas em 27 de fevereiro de 1947.
Como já vimos do seu primeiro casamento, com Maria José de Melo, nasceram os
filhos LUIZ, JOSÉ e IZAURA.
Luiz casou-se com Antonia e teve os filhos José Melo e Lourdes.
José Melo ficou solteiro e Lourdes, casando-se com o Dr. Barreira (Médico) gerou
Elionora, Eliane e Edmilson.
Da união de Elionora com Enéias Fernandes nasceram Noryane e Luis Carlos.
Da união de Eliane com Sérgio Roberto nasceram: Armando e Tadeu.
Da união de Edmilson com Maria Helenisa nasceram: Carlos Eduardo, Helena e
Renata.
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Izaura, filha de Simplício Olavo, casou-se com Enéias Vieira e, desta união,
nasceram: Raimundo (morreu pequeno), Anchises, Maria Dorali, Maria de Avelar, Maria
de Nazaré, Rubem Pereira e Maria Geobertine.
Do casamento de Anchises com Vicência Simão nasceram: Enéias Fábio, Cristina e
Anabela. Dos filhos de Anchises, Enéias Fábio casou com Kátia Maria, nascendo Fábio.
Anabela tem os filhos: Gabriel e Guma.
Maria Geobertine casou-se com José Vespasiano e desta união nasceram: Josemar
e Geovani.
Josemar casou-se com Betânia Pedrosa nascendo Júnior, Igor e Melania.
Geovani casou-se com Pedro Lima nascendo: Rafael e Diogo. Maria de Avelar
casou-se com Samuel Meira Henrique e desta união nasceram: Raimundo, Roberto,
Rossane, Rogério e Ricardo.
Raimundo casou-se com Fátima nascendo: André e Juliana
Roberto casou-se com Cássia.
Rossane casou-se com Isnard Freitas nascendo: Marcela, Mariana e Manoela.
Maria de Nazaré casou-se com Clovis Alencar nascendo: Clovis Fernando (tem um
filho, Iago).
Rubem Pereira casou-se com Marlene Durão que gerou: Lavínia, Monica, Rubem
Fernando e Geanice.
Lavínia casou-se com Paulo Galvão nascendo: Leandro, Marcelo e Henrique.
OBS.: Todos estes são os descendentes do primeiro casamento de Simplício Olavo
de Araujo Pereira.
Ficando viúvo, Simplício Olavo de Araujo Pereira casou-se com Olívia Nobre, que
era filha de pais Cearenses (Mateus e Guilhermina). Desta Segunda união nasceram,
Maria de Lourdes Nobre Pereira e Elodia Nobre Pereira.
Maria de Lourdes Nobre Pereira casou-se com seu primo João Alexandre da Silva
(filho de Maria Caridade de Araujo Pereira e Julio Alexandre da Silva). Desta união
nasceram: José Roberto Pereira da Silva, Maria Goretti Pereira da Silva e Silvana Maria
Pereira da Silva.
Do casamento de José Roberto Pereira nasceram: Alexandre Dimas, Christiane,
João Roberto e Jorge Romero.
Da união de Maria Goretti com José Pereira Lima nasceram: Lindalva Maria, Ligia
e Rafael Augusto.
Silvana Maria casou-se com José Hilton Tenório, nascendo: Alan Victor, André
Vinicius e Maria Clara.
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• NETOS: Raimundo, Anchises, Dorali, Georbetine, Maria de Avelar, Rubem, Nazaré,
José Melo, Lourdes Barreira, José Roberto, Goretti e Silvana.
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LIVRO DE LEMBRANÇAS
1920
Observação:
Procuraremos transmitir de maneira cronológica este Livro de Lembranças, o qual
é rico em datas e acontecimentos.
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Batizou-se no dia Terça 4 de abril do mesmo ano, pelo Padre Manoel
Correia tendo como padrinhos Hermenegildo de Almeida e Nossa Senhora da
Conceição.
Morreu Josefina no dia de sábado às 8 horas da noite, 8 de abril do
mesmo ano, sendo sepultada na Igreja de Santa Ephigenia às 5 horas da
tarde.
Morreu minha mãe Ana de Azevedo Lima no dia de domingo de 11 para
12 horas da noite de 9 de abril do ano de 1893 com 48 anos de idade. Sepultou-
se na Igreja de Santa Ephigenia às 3 horas da tarde.
No dia Quinta feira às 9 horas da manhã 9 de novembro de 1893 morreu
Dedinho com idade de 59 anos. Foi sepultado na Igreja de Santa Ephigenia
às 2 da tarde do corrente.
No dia Quarta-feira pelas 5 horas da manhã 23 de maio de 1894; nasceu
meu filho Luiz Pereira de Mello. Foi batizado pelo Padre Manoel Correia de
Capela no dia 29 de março do mesmo ano. Foram padrinhos Luiz de França
de Araujo Mello e Santa Ephigenia.
No dia Sábado às 3 para 4 horas da madrugada 29 de julho de 1895
morreu Theolinda e sepultou-se no Cemitério do Engenho Bálsamo.
No dia de quinta-feira, 12 de setembro de 1895, foi Maria José para o
Engenho Mumbaça dar a luz a criança Eudócia.
Nasceu Eudocia no dia de Sábado às 03 da madrugada no dia 05 de
outubro de 1895. Batizou-se no dia Quinta 10 do mesmo mês e ano. Foi seu
padrinho Francisco Gomes e Nossa Senhora das Doures. Foi batizada pelo
Padre Manoel Correia de Capela. Morreu esta criança em 16 de outubro do
mesmo ano sendo sepultada na Capela de São José no Engenho Mumbaça.
Cheguei aqui nesta cidade de Viçosa no dia de Sábado 2 horas da tarde,
2 de maio de 1896, vindo da povoação de Santa Ephigenia.
No dia Quinta-feira 11 de junho de 1896 abri a minha casa de negócio
aqui na Viçosa. Meu filho Luizinho com dois anos de idade está com 80
centímetros de altura nesta data Viçosa 23 de maio de 1896.
Casou-se o meu mano Francisco Gomes no dia Quinta feira 30 de julho
de 1896. Foi casado pelo Padre de Quebrangulo.
No dia Segunda feira 16 de julho de 1896 as 5 horas da manhã, morreu
meu tio José de Frade no Sítio Caranguejo. Sepultou-se na Capelinha desta
localidade.
No dia Segunda feira às 9 horas do dia 26 de abril de 1899 nasceu minha
filha Izaura e foi batizada no dia 1 de maio do mesmo ano pelo Padre Manoel
de Capela sendo seus padrinhos José Guilherme e Nossa Senhora das
Doures.
No dia quarta-feira às 3 horas da tarde, 8 de dezembro de 1899 morreu
tio Alípio e foi sepultado no Engenho Bálsamo.
No dia de Terça feira 29 de março de 1898 mudei-me de Viçosa para a
Villa do Parnaíba.
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Casou-se meus manos Cazuza e Totonho no dia quarta feira 16 de
outubro de 1901 no Sítio Carangueja.
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No dia 3 de abril de 1913 casou-se o Luiz com Toinha no Engenho
Búzios pelo Vigário Bancaré.
Casou-se minha filha Izaura no dia 17 de janeiro de 1917 na idade de 19
anos. Foi casada pelo Padre Bancáro.
Morreu Maria José no dia de Quinta feira às 10 horas da manhã de 28 de
julho de 1919. Sepultou-se no mesmo dia.
Eustáquio embarcou no dia Terça feira, 16 de setembro de 1913 para
Alemanha.
Casei-me com Olívia Nobre no dia de Sábado às 9 horas da manhã em
24 de junho de 1922. Fomos casados pelo Vigário Francisco Maria (Vigário
do Pilar).
Nasceu minha filha Maria de Lourdes no dia de Segunda feira às 10
horas da manhã, 2 de abril de 1923 na Cidade do Pilar - AL, sendo batizada
com seis dias de vida. Foi batizada pelo Vigário Francisco Maria, sendo o
mesmo seu padrinho com a madrinha Maria Nobre da Silva.
No dia de Quinta feira às 5 horas da tarde, 25 de junho de 1925 nasceu
minha filha Elódia Nobre na Cidade de Paraíba (Capela - AL). Batizou-se, com
8 dias de idade pelo Vigário Bancarel, sendo seus padrinhos Luiz de Melo
Pereira e Comadre Toinha.
Morreu meu pai Urbano Gomes de Araujo Pereira no Sítio Carangueja
às 10 horas da noite do Domingo 6 de março de 1927, na idade de 86 anos.
Sepultou-se no dia 07 de março as 06:00 horas da tarde no Cemitério de
Quebrangulo. Deixando uma prole de 11 filhos, 30 netos e 17 bisnetos.
Vacinei-me com minha família no mês de maio de 1926 na Cidade de
Capela - AL.
No dia de sábado 26 de maio de 1928 morreu o compadre Totonho em
Quebrangulo - AL.
No dia quinta-feira 18 de abril de 1929, mudei-me para minha casa
construída por mim no mesmo ano.
No dia de sexta-feira às 07 horas da noite, dia 18 de outubro de 1929, na
Cidade de Pilar - Alagoas morreu meu filho Luiz e sepultou-se no Cemitério
de Capela no dia seguinte as 10 horas da manhã.
No dia de Terça feira 6 de maio de 1930 foi embora o Vigário Bancarel
para França.
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No dia de Terça feira 21 de abril de 1936 mudei-me de Capela onde
morei 38 anos para esta Cidade de Pilar.
No dia de Segunda feira às 5 horas da tarde 8 de junho de 1936 morreu
minha Segunda esposa Olívia Nobre, na idade de 44 anos.
No dia de sexta-feira 18 de fevereiro, às 2 horas da madrugada no ano
de 1938 morreu Guilhermina na idade de 79 anos.
Morreu Comadre Candinha no Rio de Janeiro no dia 8 de setembro de
1938.
Morreu minha irmã Sinhá no dia 18 de março de 1938 em Victoria estado
do Espírito Santo.
Minha filha Lourdes entrou no Colégio no dia 4 de fevereiro de 1937 às
4 horas da tarde. Fez exame de admissão no dia 20 de fevereiro do mesmo
ano.
Nossa casa em Pilar foi comprada em maio de 1940 ao Sr. José Felipe.
Viemos morar na referida casa no dia 20 de junho do mesmo ano.
No dia 14 de junho de 1940 compramos a Drogaria Cruzeiro em Pilar.
No dia 30 de outubro de 1940 acabei com a loja que tinha.
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UMA LUZ, UM SORRISO, UMA ESPERANÇA
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MÃE ZIZI, VOVÓ ZIZI, SIMPLESMENTE DONA MÃEZINHA
Por: Amaro Rocha Guedes
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TODA PARTE O BEM, desfraldando a bandeira acolhedora de suas boas maneiras
àqueles que necessitavam de uma palavra carinhosa, a fim de solucionar um problema
íntimo qualquer.
Mas, creio, o Céu deve ter aberto suas portas, festivo, para a entrada de mais um
justo.
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A TROCA DO NOME
A família Medeiros teve seu tronco inicial na Lagoa do Meio, região que fica entre
Palmeira dos Índios e Quebrangulo, mesmo local que nasceu o escritor e quebrangulense
Graciliano Ramos.
Aí nasceram: Júlio, Nelson, Sebastião, José e outros irmãos, todos com o
sobrenome Medeiros. Júlio Alexandre da Silva, conhecido também como Júlio Costa (no
início de sua vida trabalhou com um cunhado Lourenço Costa, daí o Costa), tinha como
nome de batismo Júlio Medeiros da Silva.
Quis o destino que Gumercindo Medeiros, primo legitimo de Júlio tomasse deste
uma namorada. Aí o pau cantou, e Júlio não teve dúvida, foi ao cartório e trocou o
Medeiros por Alexandre.
Com o passar do tempo, a rusga terminou e a amizade dos primos Júlio e
Gumercindo continuou. Todos os filhos de Júlio têm Alexandre como sobrenome
quando, o certo, o correto, deveria ser Medeiros. Não importa se Júlio Medeiros, Júlio
Alexandre, Júlio Costa ou Seu Júlio como era conhecido, o que importa ratificar é a grande
personalidade da qual foi possuidor esta extraordinária criatura.
Amigo dos amigos, tendo como característica principal do seu caráter a
honestidade com que tratava seus negócios. Esta principal característica ele conseguiu
incutir em cada um dos seus filhos e netos.
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pelos seus. Seu Júlio gostava de cozinhar e seu café da manhã tinha um prato especial:
Ovos mexidos com mel de abelha, acompanhando de cuscuz de milho e leite.
Não dormia sem lavar os pés em água morna e todas as doenças ele tratava com
Aguardente Alemã, Quixabeira, Sambacaitá, Aroeira, Jindiroba, Cabacinho, Mussambê.
Era um amante dos produtos fitoalopáticos.
Seu grande amigo, o amigo certo de todas as horas, foi seu cunhado Silvino, que
ele chamava com carinho de Compadre Sirvino.
Seu Júlio está em outra dimensão, porém seu legado de exemplos jamais será
esquecido.
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ARTHUR DE ARAUJO PEREIRA RAMOS
“O CIENTISTA DA FAMÍLIA”
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A dignidade do homem – De fato, sua “Introdução à Antropologia Brasileira”
compõe um mosaico que representava gente de todas as nacionalidades convivendo
pacificamente no cenário rico e único de um grande país acolhedor, trazendo e fundindo
suas culturas de origem, para a formação de algo ainda indefinido, mas de grandeza
previsível. Negros, Índios, Judeus, Holandeses, Portugueses, Espanhóis, Ingleses e
Franceses, imigrantes de todas as latitudes, enriquecendo o patrimônio de um país,
somando culturas, temperamentos, tipos físicos diversos – essa a visão global transmitida
pela obra de Artur Ramos.
Alguns conceitos modernos, entre eles o de desenvolvimento, surgiram desse
trabalho, em que se evidenciava antes de tudo a preocupação com o bem-estar e a
dignidade do homem. Em conferência que realizou em 1941, na Sociedade Brasileira de
Antropologia – é o etnólogo Manuel Diegues Junior quem lembra no prefácio de um dos
volumes -, Arthur Ramos pregava a aplicação dos resultados da antropologia à solução
dos problemas do homem brasileiro. Sem esse sentido, ele achava que essa ciência social
perdia muito do seu significado e corria o risco de passar por um jogo fascinante, mero
entretenimento intelectual.
Dr. Manoel Ramos de Araújo Pereira, médico (1920), primo legítimo de Simplício de Araújo
Pereira e pai do Dr. Arthur de Araújo Pereira Ramos
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Arthur Ramos não teve, muitas vezes, por premência de tempo ou por modéstia, a
intenção de interpretar, a não ser em suas linhas gerais, a infinidade de dados de que
dispunha. Mas a realidade em que baseou sua obra não envelhece nem depende de
pontos de vista. No museu da Casa de José de Alencar em Fortaleza tem um espaço
científico para este grande cientista, e na cidade de Pilar-AL, terra natal de Arthur Ramos,
existe outro museu na casa que nasceu o ilustre parente.
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O CASAMENTO DE LIA GUEDES
José Guedes
Maria José Araújo, conhecida na família por LIA, era filha de José Gomes de Araújo
(Cazuza) e de Maria Cândida de Araújo.
Esta excelente criatura e mãe exemplar nasce no dia 15/08/1903 na Fazenda
Carangueja no Município de Quebrangulo - AL.
Era dia da festa de Assunção de Nossa Senhora. Casou com Manoel Guedes
Sobrinho no dia cinco de setembro de 1922.
Casou, como se dizia na época, fugida, pois seus pais não aceitavam este namoro
devido ser norma dos Araújo Pereira o casamento entre primos. Manoel Guedes foi o
primeiro a enfrentar esta situação, pois, viu, gostou e roubou.
Nesta ocasião, havia um circo instalado em Quebrangulo de nome MOSA e, foi
aproveitando que todos os parentes estavam no espetáculo, que Manoel Guedes e Lia,
decidiram fugir. Talvez a alegria de viver e as boas risadas de Lia e Manoel Guedes tenha
origem neste fato, pois tudo começou no circo. Fugir para casar nesta época era uma festa,
pois os pais às vezes sabiam e faziam vista grossa.
Família Guedes
Década de 50
Fizeram parte da caravana para a fugida de Lia, Pedro Tenório Madruga, Didier
Bernardo, Belarmino de Albuquerque (Belo) e como não poderia deixar de ser, tudo isso
na companhia do sanfoneiro afamado José de Guiler.
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Todos os preparativos para a fuga tiveram a cooperação de duas amigas de Lia;
Anália e Natália. As roupas pessoais e o enxoval foram costurados em grandes toalhas e
colocadas nas garupas dos cavalos. Lia fugiu montada no cavalo “Ensião” indo
inicialmente para a Fazenda Encantado, de propriedade do Sr. José Guedes, onde casou
na Capela do Colégio de Nossa Senhora do Bom Conselho, na cidade do mesmo nome,
município de Pernambuco. Já casada, foi morar na Fazenda Pirauá para em seguida ir
residir nas Cacimbinhas fazenda recebida como herança da sua mãe.
Figura alta, olhar penetrante e possuidor de uma gostosa gargalhada, Manoel
Guedes foi líder político na região de Cacimbinhas e Rainha Izabel, chegando a Vereador
por Bom Conselho. Seu partido a UDN (União Democrática Nacional).
A sua principal rival na política local foi Dona Tercília do Amaral Vilanova, da
Fazenda Taquari. Tomador inveterado de rapé, Manoel Guedes Sobrinho é nome do
Mercado Público de Bom Conselho, numa justa homenagem a este grande homem.
Lia faleceu no dia 25/3/1987, sendo dia de festa da Anunciação de Nossa Senhora,
deixando mais de 200 descendentes diretos.
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RAINHA IZABEL, SUA HISTÓRIA
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Com o passar dos anos o MORRO DO QUILOMBO foi crescendo, sendo seus
pretos bastante caracterizados dentre as raças iniciais provenientes da África, como os
Catimbaus, Semeões, Satus e os Queles.
Parte destas famílias de negros chegaram à região acompanhando os fugitivos da
Revolução de 1817.
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A CONSTRUÇÃO DA CAPELA DE RAINHA IZABEL
1) No Brasil não houve Rainha com o nome de Izabel e sim, Princesa Izabel, a
Redentora dos Escravos.
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Sobrinho, Aristides Tenório, Otaviano Pereira, Izaura Tenório de Albuquerque, Antônio
Meireles de Souza, José Mecena, João Mecena, Lúcio Duarte, Pedro Ribeiro dos Anjos,
Luiz Salmon dos Anjos, além de inúmeros fieis que assistiram à Missa de lançamento da
Primeira Pedra Fundamental.
Os trabalhos da construção foram iniciados em janeiro de 1938, tendo a
coordenação de Manoel Ribeiro Sobrinho. A Capela tem 27 metros de largura por 8
metros de altura, sendo sua planta elaborada pelo Padre Alfredo Damasco. Em 19 de
novembro de 1939 foi feita a bênção da imagem de Santa Izabel da Hungria, juntamente
com a inauguração da casa Paroquial. Neste dia, realizou-se a primeira festa da Padroeira.
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CRIAÇÃO DO DISTRITO DE RAINHA IZABEL
LEI 35
José Abílio
Prefeito
José Abílio foi nomeado pelo governador Manoel Borba em fevereiro de 1919
Chefe Político de Bom Conselho
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RAINHA IZABEL.
LUTA PELA EMANCIPAÇÃO
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2. Maior movimentação, esclarecimento e orientação ao povo da Rainha Izabel, através
das suas lideranças locais, informando as vantagens desta emancipação. FALTOU
GARRA, LUTA e MARKETING.
É importante informar à comunidade de Rainha Izabel todos que lutaram por sua
emancipação: GERALDO GUEDES, FELIPE COELHO, JOSÉ ROBERTO PEREIRA, Dr.
CID, JOSÉ GUEDES, CICI PADILHA, SÓSTENES, ANTÔNIO DE BRÁS, VALDOMIRO
COLATINO, ANTÔNIO GUEDES, JOSÉ AMORIM, ALUIZIO FILIZARDO CLARICIO
PESSOA, JOÃO COSTA e tantos outros que amam nossa gente e só desejam nosso
desenvolvimento.
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PADRE DIMAS,
UM AMIGO, UM EDUCADOR
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caixote de madeira cheio de livros completamente solto o qual foi o instrumento que
casou os ferimentos mortais nos Padres Dimas e Oséias.
Aparentemente em bom estado de saúde e sem nenhuma escoriação visível, Pe.
Dimas retirou seu companheiro das ferragens retorcidas e nos braços fortes o levou até a
pista.
Era à tarde do dia 11 de abril de 1968 e a estrada com pouco movimento. Após
espera angustiosa Pe. Dimas conseguiu uma carona até Natal, com a preocupação de
socorrer Pe. Oséias na UTI do hospital. Com toda a burocracia resolvida, Pe. Dimas
solicitou um quarto para tomar um banho e descansar um pouco. Morreu dormindo,
devido derrame interno provocado pelas pancadas recebidas.
José Roberto perdeu um amigo, Deus ganhou um confidente. Numa simples
homenagem a este grande homem, seu filho mais velho chama-se Alexandre DIMAS.
O corpo do Pe. Dimas está enterrado no Cemitério da Várzea, em Recife.
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A AMIZADE DO CEL. ZEZÉ ABÍLIO COM VIRGULINO (LAMPIÃO)
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CERTIDÃO DE NASCIMENTO DE “LAMPIÃO”
Este trabalho retrata fatos interessantes passados não só com a Família Araujo
Pereira, como também informa acontecimentos que podem servir de consulta para
futuras gerações.
Como se sabe, um dos maiores fenômenos do Nordeste foi a figura do Capitão
Virgulino Ferreira da Silva, conhecido por Lampião, “O Rei do Cangaço”.
É importante observar que durante a GUERRA DO PARAGUAI, como o Brasil
não possuía um bom exército regular de linha, o Imperador D. Pedro II, através de
Decreto Lei, criou os Voluntários da Pátria. Estes Voluntários eram em sua maioria
formados pela comunidade negra, aos quais era prometida sua liberdade se fossem servir
na Guerra do Paraguai através dos Voluntários da Pátria. A responsabilidade destes
regimentos ficava sempre com um Major ou Coronel da Guarda Nacional e eram
localizadas no interior dos estados nordestinos.
Com o término da Guerra, estes voluntários voltaram para sua origem, sem
emprego, sem dinheiro, sabendo apenas manusear bem a sua arma. Estes ex-voluntários
passaram a servir sobre as ordens de algum Coronel, alugando sua arma nesta guerra de
fronteiras, pela posse da Terra entre fazendeiros dos sertões nordestinos. Organizaram-
se também em bandos e passaram a ser chamados de cangaceiros. Existem algumas
versões sobre o nome cangaço. Alguns historiadores afirmam que o nome vem da canga
do boi, ou seja, o cangaço era uma amarração “de vida muito forte entre o ex-voluntário
e o dono das terras”. Cangaço também é conhecido no Nordeste como os restos do gado
bovino comido pelo urubu.
No final do século passado, o mais importante cangaceiro foi Jesuino Brilhante.
No início do século passado tivemos Antônio Silvino o “Rifle de Ouro”. O mais
importante de todos eles foi, VIRGOLINO FERREIRA DA SILVA.
Existem algumas dúvidas sobre a data correta do nascimento de Lampião e, para
tirar estas dúvidas, passamos a transcrever o original desta certidão de nascimento.
Rita Gomes Filha, Oficial do Registro Civil de Tauapiranga, Município e Comarca
de Serra Talhada do Estado de Pernambuco; em virtude da Lei, etc., etc.
CERTIDÃO
Certifico que no livro número 02, folhas S.V. Foi lavrado aos doze dias do
mês de agosto de mil novecentos neste terceiro distrito do Município de Villa Bella
Estado de Pernambuco, compareceram ao meu cartório José Ferreira dos Santos, e
perante as testemunhas abaixo assignadas e nomeadas declarou. QUE NO DIA SETE DE
JULHO DE MIL OITOCENTOS NOVENTA E SETE nasceu uma criança do sexo
masculino filho legitimo delle declarante e Maria Sulena da Purificação. Avós paternos:
Antônio Ferreira de Barros e Maria Francisca da Chaga e avós maternos: Manoel Pedro
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Lopes e Jacoza Vieira da Solidade e que foi baptizado com o nome de VIRGULINO
FERREIRA DA SILVA sendo padrinhos: Manoel Pedro Lopes e Maria José da Solidade.
E para constar lavrei o presente termo em vias pelas testemunhas do declarante
assignado a rogo do declarante por não saber escrever. Manoel Pedro Lopes.
Eu José Honório de Maura, escrivão, escrevi. José Ferreira dos Santos. Manoel
Pedro Lopes. Antônio Francisco de Souza. José Bernardino de Souza. José Honório de
Moura.
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O PAU DE MERDA
Estamos no inverno de 1933, mais uma tarde melancólica caía sobre Quebrangulo.
Dona Mãezinha, sentada na calçada em sua cadeira preferida, fumava seu cigarro de
palha. Padre Moisés ultimava os preparativos para a novena que teria início aquela noite.
O trem que chegava de Maceió resfolegava por trás da casa de Dona Mãezinha. A
chegada do trem trazia as novidades da Capital como os últimos combates de Lampião
com a Força Pública Alagoana. Brincando no oitão da Matriz, os netos de Dona Mãezinha;
Antônio Ivo, Vanutério, João, e outras crianças da Rua da Matriz estavam planejando
uma maneira de “pegar” o Padre Moisés. Antônio Ivo, o mais prezepeiro dos primos,
teve uma boa idéia: Apanhou uma vara, lambuzou-a de merda e quando avistaram a
chegada do Padre Moisés teve início o “bate boca” entre Vanutério e Antônio Ivo:
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PALMEIRA DOS ÍNDIOS-AL, ANOS DOURADOS DE 1964 a 1967.
José Roberto Pereira, com 17 anos, morava em Palmeira dos Índios, na casa do Tio
Chico, marido de Nazaré.
Deste casal nasceram Gláucia, Geraldo e Beto. São primos que José Roberto
considerava irmãos, pois, sem sombra de dúvidas, Naza, como é carinhosamente
chamada, foi para José Roberto uma segunda mãe.
Palmeira dos Índios passa por uma época de ouro com a sua juventude
fervilhando de cultura. Os Colégios Estadual Humberto Mendes, Pio XII, Cristo Redentor
brigavam entre si para saber qual o melhor.
Brigavam pela qualidade das bandas marciais, nos júris simulados, nos
movimentos estudantis como CLSJ (Clube Lítero Social da Juventude).
Padre Odilon Amador dos Santos, Diretor do Estadual, Padre Mauro Daniel,
Diretor do Pio XII, cada um querendo o melhor para seus alunos. Mario Cata Osso, Pedro
Piru, João Pizunho, Aloísio Filho do Padre, Jarbas de Boca da Mata, José Osmando, Pedro
Olimpio, José Tadeu Cavalcante, Francisco Medeiros, Sebastião Lessa Neto, Cláudio
Pessoa, Clarício Pessoa, Luiz Antônio, Mozart Noronha, Chico Cabelinho, José Roberto,
Marcelo Arruda, Pedro Tupã todos lutando pelo seu espaço e todos conseguiram chegar
lá.
O Jornal Juventude Palmeirense, O Coral de Irmã Cecília, O Bispo D. Otavio
Aguiar, A festa da Juventude na Praça das Cassuarinhas (O Prefeito Minervo Pimentel
mandou arrancar acabando com a sombra destas árvores seculares), Os Carnavais do
Aeroclube, o trabalho do primo Avelar Costa na construção de sua casa na Rua Graciliano
Ramos, (carregando tijolo e pedra no velho Jeep cinza do Tio Silvino). O incêndio da
Maloca do Índio, as piadas e anedotas de Neto Costa, o Professor Americano Mister Paul,
a Banda Marcial do Colégio Pio XII (sob o comando de Padre Ludgero) e o famoso clarim
do Elcio, os taróis de Guilherme e Pedro Olímpio, a Banda Mirim do Colégio Pio XII, os
grandes desfiles de sete de setembro, a luta pela Presidência dos Estudantes de Palmeira
dos Índios com Helenildo Ribeiro, as crônicas diárias do Jornalista José Rabelo Torres
(“quando os ponteiros apontam para o infinito marcando 12 horas, sua Rádio Sampáio
passa a apresentar a crônica do jornalista José Rabelo Torres”...), o assassinato do ex
prefeito e deputado Robson Mendes pelos pistoleiros José Crispim e José Gago, o timaço
do Centro Social Esportivo-CSE com Pompeia, Dija, José Leite, Roberval, Saci, Pinto,
Pedro Tupan, Givaldo Leôncio, Cabeludo, dentre outros, as vaquejadas do Parque São
José, as fofocas de Sebastião Tupã na esquina do DIVA (Departamento de Informação da
Vida Alheia), o teatro amador no Colégio Cristo Redentor com a peça Francisco José da
Áustria tendo José Roberto no papel do Imperador e Ângela Arruda como a Imperatriz
Cissi, as poesias de Ivan Barros (Palmeira dos Índios, cidade, estradas, ruas estreitas e
tortuosas...” Palmeira dos Índios, mocinhas acanhadas e dengosas...) As aulas de
Educação Física de Margarida Ferro, as amigas Tereza Duarte, Mariana, Isvãnia,
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Lourdinha, Irene Márcia, Zenivalda, Eulália, Betânia. Palmeira dos Índios era uma festa
só.
Da esquerda p/ a direita:
Aluísio Alves de Sousa, José Osmando de Araújo e José Roberto Pereira
Amizade de 55 anos
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ALCANÇAREMOS O TRI?
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UMA TRANSMISSÃO ESPORTIVA
José Roberto morava na Vila Maria e todo dia ia estudar no Colégio Pio XII
passando sempre pela Rádio Educadora Sampaio onde abraçava alguns amigos, pois
todos estudavam juntos.
De uma feita, José Roberto deixou gravado uma transmissão esportiva imitando
um locutor da Rádio Globo, chamado Waldir Amaral. Foi o bastante para que Gileno
Sampaio, Diretor da emissora, convidasse José Roberto para um teste.
Após passar no teste, José Roberto passou a treinar no coletivo do CSE (Centro
Social Esportivo) dentro destas características: “Boa tarde senhoras e senhores sua Rádio
Sampaio passa a falar do Estádio Edson Amaro, nesta tarde bonita, tropical, muito boa
para a prática do futebol.”
Esta abertura ficou no inconsciente do futuro “narrador”. É importante lembrar
que o locutor esportivo da Rádio Sampaio era Antônio Manuel, funcionário do Banco do
Brasil, porém, com excelente voz e um grande narrador esportivo.
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Este, sem dúvidas, um dos melhores times de Futebol de Salão da época. O locutor
titular Antônio Manoel estava com faringite, logo, Gileno não teve dúvidas em promover
a estreia de José Roberto.
A quadra do Colégio Pio XII, lotada para o grande jogo, uma rivalidade tremenda,
prenúncio de uma grande noite de Futebol da bola pesada. Após a trilha sonora de
abertura, característica das jornadas esportivas da Rádio Sampaio, José Roberto não teve
dúvidas e sapecou um “Boa tarde Senhores e Senhores, o Estádio Edson Amaro
completamente lotado” a vaia foi grande, porém, eram todos amigos e a primeira
transmissão esportiva de José Roberto foi ao final com uma vitória do Estadual
levantando o campeonato.
O locutor Antônio Manoel continuava doente e no próximo Domingo haveria um
clássico entre CSE e o ASA de Arapiraca. Gileno pediu calma ao José Roberto nesta sua
Segunda transmissão e orientou que em cada parada do jogo ele deveria ler um texto dos
patrocinadores, os quais eram uma sapataria, uma padaria e uma farmácia.
“Durante o primeiro tempo, José Roberto seguiu à risca a orientação do Gileno,
porém, pensando que já sabia de cor os textos, quando iniciou o segundo tempo, José
Roberto soltou a voz” “compre pão na Sapataria Rejane, aquela que vende remédio mais
barato”.
Não foi demitido da Rádio devido, o Gileno ter em cada um dos seus funcionários
um amigo. Gileno sempre foi um paizão para todos, sendo a Rádio Educadora Sampaio
o primeiro trabalho de José Roberto Pereira.
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TIO SILVINO, AVELAR COSTA E UMA PEGA DE BOI EM ODÉSIO
Era muito cedo ainda, e João Costa, filho de Júlio e Caridade, (avós paternos de
José Roberto) já tinha tirado o leite e enviado para a fábrica de Queijo de Zezinho Vitório
em Rua Nova, Distrito de Quebrangulo. Nesta época, início dos anos cinquenta, João
morava numa casa construída por ele às margens do Rio Alabarí, na divisa com Alagoas,
em terras da Fazenda Garrincha.
Esta fazenda pertence às terras originais compradas pelos antepassados em 1817.
Fica localizada aproximadamente no centro do triângulo entre os municípios de Bom
Conselho, Palmeira dos Índios e Quebrangulo.
Esta fazenda pertencia a Júlio Costa e Maria Caridade de Araújo, os quais ainda
em vida dividiram-na com os seus filhos, Vanutério, João, Jerusa, Reinaldo e Auristela.
Um pouco a Oeste do Rio Alabarí ficava a sede da fazenda, sede esta construída
na década de trinta por Júlio Costa. A sede da fazenda dividia suas terras com a Fazenda
Borges dos Irmãos Veiga. O açude da sede fica ao lado da casa e foi construído segundo
a orientação do Padre Cícero Romão Batista.
O Santo do Juazeiro orientou Júlio Costa que o barro da parede do açude deveria
ser misturado com cinza de angico (árvore nativa), pois, com estas misturas jamais o
açude seria destruído pela força das águas.
Foi nesta sede da fazenda Garricha que aos 19 de novembro de 1949, num dia de
Sábado às 11 horas do dia nasceu José Roberto Pereira.
Era dia da Bandeira e aniversário de criação do Distrito de Rainha Izabel. A
parteira Mãe Sinhá Vidal conhecida em toda a região. Vamos aos fatos:
João acabava de lavar seu cavalo Pinga Fogo e vinha puxando a animal pelo
cabresto assobiando “a ema gemeu no tronco do juremá, será que é nosso amor, benzinho
que vai se acabar ”...?
Aquele era um dia especial, pois, haveria uma festa de pega de boi em Odésio que
tinha uma fazenda vizinho a Fazenda Lages e era nestes encontros que os primos e
amigos se reuniam numa confraternização onde as cachaças, “Chora na Rampa, Canta
Calo, Gato Preto, Chica Boa e cigarro Astória” falavam mais alto.
João Costa amarrou seu cavalo Pinga Fogo no oitão da casa e deu ao animal uma
ração de milho reforçada, afinal de contas aquele era um dia especial.
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Seu irmão João Cazuza era especialista em montar animal bravo, fosse burro, égua,
cavalo, não importava a raça, cor ou origem.
Sebastião pegava e João montava. Era um “trupé” pesado, a dupla de irmãos.
Lourdes Pereira, prima e esposa, de João Costa já estava com o café pronto, café
preparado num fogão de lenha.
Daí eles iriam todos para a fazenda Lages, onde morava tio Chico, irmão de
Silvino. Lá já estavam esperando tio Silvino, seu filho Avelar Costa, seu tio Francisco e
Vanutério montado em Lenço Branco.
João Costa dava os últimos retoques no arreio de Pinga Fogo. No dia anterior
passara cebo na perneira, no gibão e na corda de couro cru.
Odésio era conhecido em toda a região pela sua vaquejada e pelas pegas de boi no
mato.
Nesta época a vaquejada era “pega e puxa”, ou seja, assim que o boi saia da sangra
tinha que ser derrubado, pois, quanto mais perto da sangra o boi fosse derrubado maior
a contagem de pontos. (Os tios Silvino e Vanutério participaram da primeira vaquejada
em Maceió no ano de 1954)
Numa grande faixa de terra com muita madeira, chique-chique, espinho de Cruz,
unha de gato, alastrado, jurema e marmeleiro, Odésio deixara crescer uma novilha
mestiça de nelore e como a garrota era muito brava, Odésio lançou o desafio a todos os
vaqueiros da região para a pega da garrota.
Desafio lançado, desafio aceito.
Chegaram João Costa, João Cazuza, Sebastião Cazuza e Batista, todos bem
montados foram para as Lages onde já esperavam, tio Chico, (marido de Nazaré e pai de
Gláucia, Geraldo e Beto), Avelar e tio Silvino conhecido e respeitado por todos eles como
o vaqueiro modelo, o melhor, o professor.
Todos se juntaram aos primos e sobrinhos e num galope só, foram para a fazenda
de Odésio. Participei desta cavalgada, ainda criança, montado no meu cavalo Bodinho.
Fiquei na sede da Fazenda Lages brincando com os primos Géo e Beto, e comendo raspas
de queijo da fábrica comandada por Nazaré Bezerro.
Anfitrião por natureza, querido por todos, Odésio, dava as últimas ordens para
que em sua festa nada faltasse. Na hora marcada todos os vaqueiros foram bater a
capoeira atrás da novilha.
Seguiu também a equipe de Tio Silvino. As horas passaram e nada de encontrar a
novilha. Os vaqueiros vão chegando a sede da fazenda desanimados e ainda, Odésio
gozando com todos eles:
- E aí vocês parecem mulheres vestidas de vaqueiro. Onde está a novilha?
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- Odésio, a novilha encantou-se, pois o cercado foi batido e nada.
- A novilha ta lá vocês é que são uns vaqueiros de merda, rebatia Odésio.
Vendo aquela situação, um peão da fazenda, amigo de tio Silvino, informa que a
novilha arrebentou uns arames e está pastando no cerrado vizinho. A estratégia foi
montada, ficando Batista e Avelar no buraco da cerca. E os demais foram procurar e
tanger as novilhas. Não deu outra e a novilha procurou a saída. “O boi sabe onde arromba
a cerca”
A carreira foi bonita, a quebradeira na madeira foi grande e os gritos de levante de
Tio Silvino, eram ouvidos a distância. Na saída do buraco da cerca Avelar Costa deu na
cauda da novilha derrubando-a. Na queda Batista caiu em cima e pela jugular da novilha
enterrou uma faca peixeira bem amolada. Com poucos movimentos a novilha morre.
A noite estava chegando quando a equipe de Tio Silvino volta a sede da fazenda.
Odésio torna a fazer piada.
Odésio engoliu em seco não disse nada, porém, ele sabia que desafiar os Araujo
Pereira numa pega de boi só poderia terminar assim.
O forró foi até de madrugada. “A ema gemeu...”
João Costa montado no cavalo Patuá e seu filho Zé Roberto montado no cavalo branco de
nome Ferro Velho. Vaquejada de Fred Brito.
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AUTOMOBILISMO EM PERNAMBUCO
DUAS ÚLTIMAS DÉCADAS
Num dia qualquer do mês de janeiro de 1979 passei a conhecer, vibrar, e trabalhar
pela Federação Pernambucana de Automobilismo. Neste dia conheci duas
personalidades deste esporte o piloto e preparador Joca Ferraz e o extraordinário piloto
Ricardo Menezes. O Joca, sempre valente, trouxe um BOOK do Ricardo Menezes com
suas principais vitórias e uma proposta para à Transportes Gloria S/A, da qual
trabalhava como Gerente Geral patrocinasse este piloto no Campeonato Nordestino de
Formula Wolks no Autódromo do Euzebio em Fortaleza. O chassi do Formula do Ricardo
era um HAVE antigo que pertencia ao Paulo Leão.
A partir desta corrida e com o apoio total dos irmãos Ferreira dos Santos (Mauricio,
Luiz Ricardo e Artur) proprietários do Grupo Relâmpago/Mavispuma Colchões
Champion, passamos a cooperar com a FPA fazendo a comunicação e transmissão de
todos os eventos do automobilismo.
Tive a honra de trabalhar nas administrações de Carlos Alberto Pires de Castro,
Paulo Sergio de Macedo e com o maior executivo da história do automobilismo
Pernambucano o eterno Presidente da FPA o dileto e querido amigo Cleiton Pinteiro (hoje
o Cleiton é Vice-Presidente da Confederação Nacional de Automobilismo). Quantas lutas
e decepções para a construção do nosso autódromo. Passamos pelo Bairro da Várzea, pela
Ilha de Itamaracá para solidificar o marco do automobilismo em terras de Caruaru com
a construção do Autódromo Internacional Airton Sena da Silva. Este sonho, sempre com
a liderança do Cleiton Pinteiro, teve a aprovação e apoio do então Prefeito João Lira Neto.
A partir de 1979 conhecemos grandes pilotos, desde a conversa preliminar com o
Joca e Ricardo. Conhecemos Fernando Pires o fundador e primeiro Presidente do Kart
Clube (foi quem trouxe o Kart para Pernambuco sendo as primeiras “brincadeiras” no
estacionamento da casa de Jorge Baptista da Silva lá na Av. Rui Barbosa). Pilotos de Kart:
Fernando Pires, Cleiton Pinteiro, Roberto da Fonte, Joca Ferraz, Mauricio Monte, Ricardo
Menezes, Luiz Antônio Totó, Tomás Comber, Rui Turza, Leonardo Barcelos, Irmãos
Parafina, George Padilha, Carlos Borba, Gilberto Guedes, Antônio Teixeira, Alexandre
Siqueira e Pinteiro Neto.
Pilotos de Formula VW 1.300 como Aluisio de Castro, Antônio Teixeira, Carlinhos
Feitosa, Elcio Pelegrini, Neném Pimentel, Roberto Fiúza, João Quevedo, Fernando
Macedo, Ricardo Menezes. Na classe turismo pilotos como Joca Ferraz, Mauricio Monte,
Bruno Monte, Elias Alexandre, Rogério Santos, Robson Santos, Nelsinho Albuquerque,
Rui Turza (o Angolano Voador), Leonardo Barcelos, Armando da Fonte, Toinho da Fonte,
Tomas Comber, Zeca Monteiro, e o pai espiritual de todos eles o extraordinário Gegê
Bandeira (lenda do automobilismo Pernambucano).
O amigo Rogério Santos já conhecia desde 1968 quando estudávamos no Colégio
São João do saudoso Padre Dimas. É importante lembrar do melhor Diretor de Provas e
ex-presidente do Kart Clube o Deodato Terra Teodoro também conhecido com o
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Visconde de Cazua e Pango já que o Deodato descende de nobres portugueses que
colonizaram Angola.
Jornalistas que deram uma força muito grande ao nosso automobilismo: Robson
Sampaio, Júlio José, Claudemir Gomes, Jaime Ubiratan, Otávio Jr, José Santana, Gomes
Neto e o eterno e inesquecível Adonias Moura. Esperamos que as futuras gerações de
pilotos e dirigentes sigam estes exemplos de amor ao esporte automotor.
Outra personagem ilustre desta galeria de honra, que foi um grande dirigente do
Kart e do automobilismo é o Alceu Leal. Grande cartola o Alceu Leal, português de
nascimento, foi quem criou a primeira torcida organizada lá nos Aflitos.
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JOSÉ MARCOLINO – O POETA
Um dos últimos compositores do Rei Luiz Gonzaga, José Marcolino Alves era filho
da Prata, Município do Estado da Paraíba, divisa com o sertão Pernambucano.
Apesar de ser filho da Paraíba, foi no Estado de Pernambuco precisamente em
Serra Talhada, que o José Marcolino Alves ficou conhecido nacionalmente.
José Marcolino Alves era para os amigos apenas “Zé” a todos ele tratava por
POETA.
Quem gosta de boa música sertaneja, quem gosta do cheiro de terra molhada, do
vaqueiro aboiador, do poeta repentista, tem no Poeta Marcolino uma referência musical
da melhor qualidade.
Sala de reboco, Cacimba Nova, Serrote Agudo, Pássaro Carão, Pedra de Amolar,
A Estrada são Exemplos marcantes deste gênio sertanejo.
Amigo dos amigos, José Marcolino era também Vendedor Viajante ou
Representante Comercial, como ele gostava de ser tratado. Seu setor de atuação como
Viajante sempre foi o Sertão de Pernambuco. Trabalhou ligado a José Roberto (Gerente
geral) por três anos, na fábrica de Colchões Mavispuma como Representante Comercial.
Gostava de vender ouro e prata. Como todo mundo do comércio é sabedor,
qualquer primeiro pedido do cliente para a fábrica tem que ser acompanhado de um
cadastro, com as referências do cliente, relação dos seus fornecedores, etc.
Na simplicidade sertaneja e por conhecer todos os clientes do seu setor, o Poeta
Marcolino não gostava de preencher cadastro e no rodapé do primeiro pedido daquele
cliente, ele colocava uma observação: “Este cliente é pessoa de minha confiança, conheço
o Pai dele que é meu compadre e se ele não pagar, eu pago”.
Todos os pedidos do Poeta sempre foram aprovados pelo setor de crédito.
Para não cometer injustiça com todos os poetas retratados pelo José Marcolino em seu livro,
e como estamos falando sobre saudade, vamos lembrar os versos deste filho de Itapetim-PE,
ANTONIO PEREIRA, conhecido como “Poeta da Saudade”.
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Saudade é um parafuso
Que na rosca quando cai
Só entra se for torcendo,
Porque batendo não vai
Depois que enferruja dentro
Nem distorcendo não sai.
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PERNAMBUCO NA GUERRA DO PARAGUAI
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combate é um importante registrar o relatório escrito pelo seu Comandante o Major
Antônio Joaquim Bacellar ao quartel General: “Vossa Senhoria me permitirá que com
orgulho diga que nenhum Batalhão do Exército Brasileiro faria mais do que fez o 21º
Corpo de Voluntários da Pátria, com algumas praças do 2° de Infantaria e outras do 5º
da mesma arma. Na luta encarniçada que teve este Batalhão dentro das trincheiras
inimigas morreram bravamente os intrépidos Capitães José Antônio de Albuquerque
e José Libano Ribeiro, o Tenente Antônio Gregório Leite e os Alferes José Gonçalves
de Magalhães Cardoso, Vitalino Cordeiro Lino, Silvino José Fontana o Rego; e foram
contusos o Tenente Noval da Sila Pereira de Lucena e não pequeno número de praças
mortas e feridas, como verá Vossa Senhoria da Relação inclusa.”
Com orgulho registramos os principais Comandantes do 21º Corpo de Voluntários da
Pátria do nosso Pernambuco.
1- Tenente Coronel Joaquim Pereira Lobo;
2- Tenente João Paula Ferreira;
3- Major Genuino Olimpio de Sampaio;
4- Major Antônio Joaquim, Bacellar;
5- Major José Antônio de Oliveira Boteilho.
Antes do Fim da guerra o 21º Corpo de Voluntários da Pátria de Pernambuco passou a
ser 53º com o mesmo espirito de luta, bravura, denodo e garra, por isso Pernambuco será
sempre imortal! Imortal!
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JOSÉ ROBERTO PEREIRA, CIDADÃO EMÉRITO DE
BOM CONSELHO-PE
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ZÉ MÚCIO MONTEIRO, A BENGALA E UM SONHO
Há um tempo atrás vi uma foto dos filhos de Zé Múcio na página social da Folha
de Pernambuco. No centro da foto ladeado, por suas irmãs, José Múcio Neto, hoje um
homem feito. Veio a lembrança o último dia da contagem de votos para Governador e
Senador nos idos de 1986. Zé Múcio morava numa casa à beira-mar de Piedade e toda a
coordenação da campanha sob a direção de Marcos Dubeux, a escutar pela Rádio Jornal
o resultado final e como se sabe ganhou Dr. Miguel Arraes de Alencar. Eis que entra na
sala Zé Múcio Neto, uma criança, chorando muito e com uma bandeira de Arraes
afirmando entre soluços: “meu candidato ganhou”. Talvez tenha sido sua maneira de
explicar a decepção que sentia naquele momento com a derrota do seu pai. Zé, daquele
jeito que nós conhecemos, abraçou o filho deixando-o tranquilo.
Na época Zé Múcio foi candidato do antigo PFL sendo o Valmir Soares ex-prefeito
de Bom Conselho quem primeiro lançou o nome de Zé Múcio para enfrentar o mito
Arraes. Zé teve uma derrota eleitoral, porém, sua vitória política foi extraordinária, com
16 anos como Deputado Federal, Presidente Nacional do PFL, Líder de Partido e de
Governo, Ministro de Estado e hoje ocupando a Presidência do Tribunal de Contas da
União – TCU, sendo o pernambucano melhor colocado no Centro do Poder em Brasília.
Desde 1978, eleito vice-prefeito de sua terra Rio Formoso, prefeito desta cidade em 1982,
Presidente da Celpe, secretário de vários governos pernambucanos. São mais de 40 anos
de serviços prestados ao nosso Estado. Passando por Collor, Itamar Franco, Henrique
Cardoso e Lula nunca vimos o nome de Zé Múcio envolvido em corrupção, convites não
faltaram, porém o berço e o caráter do Zé não deixam dúvidas.
Se não houvesse a “Lei da Bengala” (aposentadoria só com 75 anos) tenho quase
que certeza que o Zé Múcio tinha condições de disputar o governo de Pernambuco na
última eleição, inclusive seu nome foi ventilado pela imprensa. Se não faltar força na
bengala do Zé ele tem condições éticas, morais e políticas de disputar o governo.
Quem hoje na política de Pernambuco tem melhor currículo do que o amigo Zé
Múcio?
Quem tem maior poder de agregar partidos em torno de um projeto para o
desenvolvimento socioeconômico do nosso Estado?
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Em 2022 Zé Múcio será um jovem de 75 anos para dar muita bengalada nesses
políticos que estão levando nosso Estado para fora dos trilhos, a exemplo da
Transnordestina, arco-metropolitano, duplicação de São Caetano a Garanhuns e outras
obras paradas por falta de gestão. É pra frente Zé, bengala neles!!! Nada segura um sonho.
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A IMPORTÂNCIA DO PROFESSOR E MAESTRO ZÉ PULUCA NA
CULTURA CARNAVALESCA PERNAMBUCANA
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iriam se destacar, como nos festivais passados. Falta pernambucanidade, falta uma
política de governo voltada para o resgate cultural em cada município pernambucano.
Hoje a AMABC luta junto aos parlamentares pernambucanos para transformar o
Carnaval de Zé Puluca em Patrimônio Cultural Pernambucano. Senhores e Senhoras
parlamentares não é só o Maestro José Duarte Tenório, o Zé Puluca, que merece este
título. Quantos movimentos culturais existem em Pernambuco, em cada município,
completamente desconhecidos? Falta convênio entre Governo de Estado e Prefeituras
para um levantamento completo da cultura de raiz em Pernambuco, um resgate da sua
história.
Pernambuco com certeza e defendendo nossas tradições históricas têm o
Parlamento Nativista. Pernambuco e Zé Puluca, imortais! imortais!
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REFLEXÕES SOBRE A CARTA DE CAMINHA
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Deram-lhes ali de comer: pão e peixe cozido, confeitos, fartéis, mel e figos passados.
Não quiseram comer quase nada daquilo; e, se alguma coisa provaram, logo a lançaram
fora.
Trouxeram-lhes vinho numa taça; mal lhe puseram a boca; não gostaram nada, nem
quiseram mais.
Trouxeram-lhes a água em uma albarrada. Não beberam. Mal a tomaram na boca, que
lavaram, e logo a lançaram fora.
Ali andavam entre eles três ou quatro moças, bem moças e bem gentis, com cabelos
muito pretos, compridos pelas espáduas, e suas vergonhas tão altas, tão cerradinhas e
tão limpas das cabeleiras que, de as muito bem olharmos, não tínhamos nenhuma
vergonha.
Eles não lavram, nem criam. Não há aqui boi, nem vaca, nem cabra, nem ovelha, nem
galinha, nem qualquer outra alimária, que costumada seja ao viver dos homens. Nem
comem senão desse inhame, que aqui há muito, e dessa semente e frutos, que a terra e as
árvores de si lançam. E com isto andam tais e tão rijos e tão nédios, que o não somos
nós tanto, com quanto trigo e legumes comemos.
Estavam na praia, quando chegamos, obra de sessenta ou setenta sem arcos e sem nada.
Tanto que chegamos, vieram logo para nós, sem se esquivarem. Depois acudiram
muitos, que seriam bem duzentos, todos sem arcos; e misturaram-se todos tanto
conosco que alguns nos ajudavam a acarretar lenha e a meter nos batéis. E lutavam
com os nossos e tomavam muito prazer.
E quando veio ao Evangelho, que nos erguemos todos em pé, com as mãos levantadas,
eles se
levantaram conosco e alçaram as mãos, ficando assim, até ser acabado; e então
tornaram-se a
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assentar como nós. E quando levantaram a Deus, que nos pusemos de joelhos, eles se
puseram assim todos, como nós estávamos com as mãos levantadas, e em tal maneira
sossegados, que, certifico a Vossa Alteza, nos fez muita devoção.
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E NÃO RASPEI A CABEÇA
O ano de 1968 foi com certeza um dos melhores da minha vida. Neste ano, o ano
que não terminou, passei a morar no Colégio São João. Ano do hexa do Náutico; passei a
conhecer bem nossa capital, o Recife; novas amizades;
Infelizmente na política tivemos o AI 5; atentado a Dom Helder; assassinato do Pe.
Henrique; bomba no aeroporto dos Guararapes com a morte do jornalista Edson Regis e
a perna amputada do jogador Paraíba do Santinha. Terminei o científico, passei a
trabalhar no Aché-Prodoctor e chegamos a janeiro de 1971. Em julho de 70 (entrei no
Aché-Prodoctor em 02/11/70) passei no vestibular para Administração de Empresas e
fui fazer minha matrícula no início de 1971. Aqui vale salientar um detalhe, o Aché-
Prodoctor proibia na época, que um representante comercial, não cursasse faculdade,
com a desculpa que nada poderia atrapalhar ou desviar o foco do trabalho no laboratório.
Era ordem do presidente Adalmiro que o gerente Natale cumpria religiosamente.
Aproveito a oportunidade para lembrar os pioneiros na formatação e lançamento da
linha do Aché-Prodoctor nos estados da região. Em Recife nossa equipe Zé Roberto,
Roney e Esvalter; Alagoas o Vilela, na Paraíba o Peletó (família tradicional) e no interior
de Pernambuco o Fabrício. Com minha mudança para Fortaleza lembro dos nossos
primeiros colaboradores: Maia, Zé Maria, Silvan, Djalma, Vilmar, Gustavo, Simonesi,
Helder e o Nóbrega.
Voltando a matrícula na universidade. Entrei no prédio, fiz a matrícula e na saída
a turma estava “raspando” a cabeça dos novatos. Aparecer no Aché-Prodoctor com a
cabeça raspada era demissão sumária. E agora? As salas da universidade são do tipo
auditório, sendo a janela que dava para a rua bastante alta para um pulo. 20 anos, preparo
um físico de ex-remador pelo Sport, tranquei os dentes e saltei correndo para o Fusca 66
comprado a prestação. Na segunda cortei o cabelo bem baixo, passei 15 dias sem
frequentar a faculdade, e com dificuldade fui cercando a noite. Até hoje Natale não sabe
que cursei faculdade.
Uma vez acheano, sempre acheano. A filosofia implantada pelo Aché-Prodoctor
até hoje é imbatível no trato com a classe médica.
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ASSIM MORREU LAMPIÃO
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Na fuzilaria morreram: Lampião, Maria Bonita, Luiz Pedro, Desconhecido, Cajarana,
Diferente, Mergulhão, Elétrico, Caixa de Fósforo, Quinta-feira e Enedina.
Cabeças cortadas, colocadas com formol em latas de querosene. Falou João Bezerra em seu
livro de memórias: “é sempre melhor apagar uma lamparina do que apagar um Lampião”.
Estas cabeças que estavam expostas no museu Nina Rodrigues, em Salvador, foram
sepultadas por ordem judicial atendendo uma solicitação da família na década de sessenta
O resto é história, são lendas.
Lampião, nem mito, nem bandido, nem herói, apenas um brasileiro.
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REZA, PIRÃO E SOLA
Quando tinha em torno de seis anos, ouvi uma conversa entre minha bisavó Zizi,
minha avó Caridade e minha mãe.
Falou a Bisa: “Lourdes (minha mãe) qualquer criança deve ser criada com Reza, Pirão e
Sola. Toda criança tem que aprender todas as rezas e ensinamentos da nossa amada Igreja
Católica; nunca deixe faltar alimento para sua criança, pois uma criança nutrida será
inteligente, e minha filha!, quando precisar “corrigir” nunca bata nem nas costas ou na
cabeça, agora na bunda e nas pernas não tem problema e outra coisa, só se corrige uma
criança até os 8, 9 anos no máximo, do contrário ela poderá ser um adulto introvertido
ou medroso. Ficava sempre no colo da Bisa, numa cadeira de balanço ao lado da Matriz
de Quebrangulo e vendo o movimento da estação. Bons tempos aqueles. Minha mãe
seguiu religiosamente o conselho da sua tia (minha avó paterna era prima legítima da
minha mãe). Fui uma criança levada, dentro da normalidade, e quase toda semana
entrava na “correção”.
Fui criado e criei meus filhos dentro desta filosofia e todos (três filhos e uma filha) do
bem, dentro dos princípios éticos da sociedade. Já não se faz pai, filho e família como
antigamente. Está havendo uma degradação de valores muito grande, e como a sociedade
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procura uma saída, existe o vale tudo das Novas Igrejas Evangélicas (tenho um respeito
muito grande pelos tradicionais). Não sou saudosista, apenas procuro acompanhar o
próprio tempo, sem perder as origens e seus ensinamentos.
Esta degradação que está passando a sociedade ocidental, principalmente no sentido da
família, não acontece com a sociedade árabe, ou asiática. Nestas os valores seculares estão
preservados, o ancião respeitado, sentido de união tribal. Naquela não existe respeito, o
idoso maltratado, pai matando filho (e vice-versa) não existe fé nem religiosidade. Eu me
pergunto:
Quantos Frei Caetano, Frei Damião, Padre Cícero, Antônio Conselheiro e tantos outros
seriam necessários hoje para a propagação da ética e decência? Hoje a religião (berço
máster da sociedade) tem que ser e continuar laica.
Todas as religiões desde Confúcio (5.000 anos A. D), Buda, Maomé, Abraão e Jesus
sempre tem o respeito humano e a paz como princípios fundamentais. Radicais e guerras
religiosas sempre existiram e fazem parte da cultura tribal desde o início da raça humana.
Que me desculpem os que defendem os “direitos humanos” o que está faltando na
sociedade ocidental é o velho princípio do Reza, Pirão e Sola. Se naquele tempo houvesse
a Lei da Palmada minha saudosa e querida mãe Lourdes pegaria uns 30 anos e este seu
amigo uma perpétua. Nunca devemos esquecer nossos valores familiares, são a base de
tudo.
Cabo da FEB
João Alexandre da Silva (João Costa) – 1944
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O REGIME ESCRAVOCRATA EM PERNAMBUCO
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Foi o Duarte Coelho que trouxe o gado criolo da Ilha da Madeira, via São Francisco
e o levou para o sertão Pernambucano e Piauí. Com a morte do Duarte Coelho, quem
tocou a capitania foi sua esposa, Dona Mirtes e seu cunhado Jerônimo de Albuquerque
Maranhão (o sobrenome Maranhão foi anexado ao nome devido o Jerônimo ter
conquistado aquela região).
Vamos analisar a diferença da cultura escravocrata entre o litoral, agreste e sertão
pernambucanos.
▪ No litoral o senhor de engenho era perverso na compra dos escravos, ou seja, dividia
as famílias, comprava por peças, filhos eram apartados das mães numa desumanidade
total. No litoral só os escravos pertencentes aos jesuítas e beneditinos eram bem
tratados.
▪ No sertão e agreste a situação era bem diferente. Geralmente o comerciante rico tinha
seu comércio em Recife no térreo, morava no 1º andar e muitos deles possuíam
grandes glebas de terras no sertão. Para produzir e criar gado o referido comerciante
precisava de mão de obra escrava, com algumas diferenças em relação ao senhor de
engenho. Vamos aos pontos:
1) O comerciante/fazendeiro comprava a família completa de escravos. Não dividia
a unidade familiar.
2) O acerto do comerciante com a família escrava era o seguinte: a cada quatro
bezerros nascidos, o escravo ficava com um. Assim, também com cabras e ovelhas,
permitindo plantar roças, principalmente mandioca.
3) Com esta situação, grande parte dos escravos sertanejos comprava sua liberdade
e ficava morando na própria fazenda.
4) Não havia senzalas no sertão, as famílias moravam em mocambos (casa de taipa)
e permanecia a unidade familiar.
5) Muitos dos ex-escravos prosperaram, ficaram ricos e para casar suas filhas
enviavam procuradores para Portugal a fim de trazer um genro branco e pobre.
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O TRANSPORTE RODOVIÁRIO NO BRASIL
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maxambomba a tetravó do metrô. Em 1901 surgiu a Companhia de transporte de Goiana,
fundada por Manoel Borba, Mr. Edward Johnon e Henrique Bernardes. Importaram da
Europa um veículo motorizado (um ônibus).
A primeira dificuldade foi retirá-lo da alfândega já que no Brasil nunca ninguém
importou este tipo de equipamento. Sendo Pernambuco o primeiro estado do Brasil a
importar um veículo motorizado.
A segunda dificuldade foi encontrar um motorista. O Diretor da Empresa Henrique
Bernardes que teve algumas aulas de direção na Europa foi o primeiro motorista do Brasil
(Revista do Instituto Histórico de Pernambuco vol. XXXIX, 1944. Pág. 187).
A empresa deu uma geral na estrada e o percurso passou a ser de um dia de viagem. É
sempre o velho Pernambuco dando exemplo de pioneirismo. Conheça mais a história de
Pernambuco, ela é fundamental para o nosso nativismo.
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FREI CAETANO E A GUERRA DOS MARIMBONDOS
Hoje vamos narrar um fato, que poucos pernambucanos conhecem, por falta de
nativismo dos nossos gestores que não se preocupam em ensinar nossa belíssima história.
Pernambuco em meados do século XVIII, tinha 280 mil km² (hoje apenas 90 mil)
de terras que dividiam com Minas Gerais, pois, toda a metade da Bahia era nossa. O
Bispado de Olinda mandava em todo o Nordeste. As capitanias da Paraíba, Rio Grande do
Norte, Ceará, Piauí e Maranhão eram subordinados, politicamente a Olinda, sendo
Alagoas parte do nosso território.
Pernambuco sempre quis liderar uma autonomia maior para o Nordeste, daí
várias revoltas e conspirações sempre contra a Coroa Portuguesa. Pernambuco participou
da Insurreição Pernambucana, Quilombo dos Palmares, Guerra dos Mascates,
Conspiração dos Suassuna, Revolução de 1817, Convenção de Beberibe, Confederação do
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Equador, Setembrizada, Abrilada, Guerra das Cabanas, Revolução Praieira e guerra dos
Marimbondos da qual Frei Caetano de Messina teve participação direta.
Em Pernambuco (1850) o agricultor pobre não tinha acesso à propriedade da terra e
dependia diretamente dos senhores de terra. Na época eleitoral não tinha direito a voto,
pois não tinha renda suficiente para ser um “homem bom”. A presença do governo só
chegava para cobrar impostos. Esta situação de desprezo contribuía para formar uma
população acovardada, temerosa, mas que também podia reagir com uma violência
imediata.
Alguns Capuchinhos se tornaram famosos como Frei Caetano de Messina que não
só construiu o Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho, como pregou em diversos pontos
da província sendo um dos responsáveis, em 1852, por pacificar o movimento popular
“Guerra dos Marimbondos” que iniciou em Pau D’alho em 1 de janeiro e tinha como
objetivo ser contra Decreto Imperial de 18 de junho de 1851 que tornava obrigatório o
registro de nascimento e óbito em todos as paróquias. Os “matutos” tinham medo que
esse registro facilitasse a convocação para as forças armadas. O movimento foi para a
Paraíba com o nome de “Ronco das Abelhas”. Os matutos não formavam uma força
organizada, pois chegavam em grupos nas vilas e povoados, assaltavam os cartórios
queimando os livros de registros e se dispersavam.
Fato semelhante aconteceu em 31/10/1874 com a Revolta do Quebra Quilos.
Movimento iniciado na Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco contra o sistema
métrico decimal. Os “matutos” estavam acostumados a medir através de braça, arroba,
léguas, côvados, cuias. Chegavam nas feiras e quebravam tudo que representavam o novo
sistema, invadindo cartórios e queimando escrituras.
Nosso Pernambuco sempre indomável.
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TAQUARY VELHO E A GUERRA DOS CABANOS
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Eram numerosos os amancebados, havendo um hábito denominado “despique”
onde os homens trocavam as mulheres uns com os outros. Na Guerra dos Cabanos já
havia uma igreja onde hoje se localiza o cemitério de Taquary Velho. A mando de um
coronel absolutista foi assassinado nesta igreja o Pe Morais que era um representante dos
Cabanos na região. Já escrevi sobre a trilha de 400 anos que liga Quebrangulo a Bom
Conselho. Esta trilha foi usada pelos Cabanos, e Taquary Velho fica à margem desta
estrada.
É o Taquari velho fazendo parte de nossa gloriosa história Pernambucana. Hoje
Taquary pertence ao distrito de Rainha Isabel, município de Bom Conselho-PE.
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NÁUTICO: HEXA É LUXO, 50 ANOS! EU ESTAVA LÁ!
Após ter feito o 1º Científico no Colégio Pio XII em Palmeira dos Índios-AL no ano
de 1967, fui transferido para o Recife e morando no Colégio São João na Rua Benfica,
prédio que no início do Século XX era um hotel onde se hospedava Dantas Barreto.
Iniciamos o ano letivo de 68 e na nossa classe do 2º científico estudavam Carlos Wilson,
seu irmão Wilson Campos Jr., Marcantônio Dourado, Severino Farias, dentre outros. No
ano anterior o Náutico foi vice-campeão Nacional, perdendo para o Palmeiras, com gol
feito em completo impedimento pelo ex-alvirrubro Reinaldo. O juiz deste jogo foi o
Armando Marques. Voltando a 68, Náutico ganhou o 1º e 2º turnos, ficando o Sport
campeão do 3º turno, levando a decisão do campeonato para uma melhor de três.
Primeiro jogo nos Aflitos com a vitória do Náutico por 1x0 gol de Ramos de
pênalti.
Segundo jogo na Ilha com vitória do Sport por 3x2, marcando para o Sport Zezinho,
Acelino e Valter, e para o Náutico Nino e Ivan.
O terceiro jogo seria nos Aflitos. Era um domingo, dia 21/07/1968. Domingo de
sol e de agitação no Recife. Só se falava na grande final. Muita gente comprou ingresso e
não conseguiu entrar. O jogo foi transmitido ao vivo pela TV Jornal.
Eu tinha marcado com o rubro-negro Marcantônio Dourado para irmos juntos ao
jogo. Marcantônio morava num apartamento que ficava ao lado da ponte que liga a Praça
do Internacional ao Derby. Passei no apartamento do Marcantônio às 11 horas, conforme
o combinado. Encontrando-o fechado, fui andando até os Aflitos. Arataca do interior,
peguei a primeira fila e quando entrei nos Aflitos fui parar na torcida do Sport. Talvez
tenha sido o único alvirrubro a presenciar o jogo do Hexa na torcida contrária. Foi uma
das piores sensações, calado e sem poder torcer.
O Náutico estava invicto nos Aflitos a 74 jogos (perdera pela última vez para o Santa em
29/12/1963 por 3x0). Os Aflitos com capacidade para 16 mil recebeu um público de
23.320 pessoas.
O Náutico jogou com Valter, Gena, Fernando Matias, Ivan Limeira e Toinho; Jardel
(Ede) e Ivan; Miruca (Rato), Ramos, Nino e Lala. Técnico Davi Ferreira o famoso Duque.
O Sport jogou com Miltão, Valdeci, Bibiu, Gilson Costa e Altair (Zequinha); Walter e
Soares; Dema, Acelino, Zezinho e Garcia (César). Técnico Astrogildo Ney.
O árbitro Erilson Gouveia, um sargento da Aeronáutica.
1º tempo 0x0, 2º tempo 0x0, 1º tempo da prorrogação 0x0. No intervalo da prorrogação o
árbitro por contusão, foi substituído pelo bandeirinha nº 1 Armindo Tavares.
No início da prorrogação Duque colocou pelo entrosamento, o ataque que o Náutico
cumpriu na Venezuela, Rato, Ramos e Ede. Aos 2 minutos do 2º tempo da prorrogação o
lateral Valdeci do Sport perdeu uma bola pela esquerda para o ponta Ede que cruzou na
medida para Ramos que chutou no canto esquerdo do Miltão fazendo 1x0.
Era o Hexa conquistado.
O resto é história.
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Eu vi, eu estava lá!
Esta crônica é dedicada ao grande alvirrubro, um dos maiores e melhores
Diretores do Náutico, o bom-conselhense, filho da Japicanga, Cauby Urquisa, ao ex-
Diretor Jurídico, Presidente da Rádio Papacaça, o Hélio Urquisa, e ao grande alvirrubro,
o meu filho Alexandre Dimas, Executivo do Banco Central em Brasília e a todos os
alvirrubros pelos 50 anos do Hexa.
Um detalhe a considerar, na madrugada do dia 22 (segunda) chegou ao Colégio
São João a turma do Carlos Wilson e a estátua do Leão que ficava na Praça em frente à
Ilha do Retiro, foi pintada de alvirrubro. Essa estátua do Leão encontra-se hoje na Sede
do Sport.
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MEUS ENCONTROS COM FREI DAMIÃO DE BOZZANO
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Quando lembro este fato me vem à memória a multiplicação dos pães e peixes, um
dos principais Milagres de Jesus.
E hoje como está nossa religiosidade?
E a unidade familiar?
Com certeza está tudo na sua rede social.
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A MORTE DE CHE GUEVARA
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Em Vallegrande, Che foi lavado pelos médicos seguindo as instruções do exército,
já que eles queriam que nas fotos da imprensa o cadáver se parecesse com Che Guevara.
A aparência dele quando foi capturado.... vocês não o reconheceram. Havia outros corpos
no chão, mas eles não foram limpos. Apenas Che recebeu este tratamento. Claro, agora
ele é um ícone: sua imagem é vida em todos os lugares. Ainda assim, a maioria das
pessoas não sabem quem ele foi ou o que ele fez.
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UMA TRILHA DE 400 ANOS
Como prêmio, após comandar a 1ª Batalha dos Guararapes e expulsar os
holandeses de Pernambuco, o Governador Francisco Barreto de Menezes foi nomeado o
Governador Geral do Brasil com sede em Salvador, ficando como Governador de
Pernambuco o paraibano André Vidal de Negreiros.
Pernambuco tinha em sua alma a independência e o André Vidal não respeitava
as ordens de Francisco Barreto. Estamos em 1660 e apesar dos protestos do Francisco
Barreto a coroa portuguesa ofereceu maior autonomia a Pernambuco e foi transferido
para este Estado para resolver o impasse o comendador Cristóvão de Burgos e Contreiras
e seu amigo e compadre o Coronel Nicolau Aranha Pacheco.
A sesmaria dos Quilombos de Pedro Papacaça, Quilombo Tupiaty de Rainha
Izabel e o Quilombo de Quebrangulo foi doada a Cristóvão de Burgos e Contreiras e a
sesmaria que compreendia o quilombo Castainho em Garanhuns foi doado a Nicolau
Aranha Pacheco.
A trilha original que liga o quilombo de Quebrangulo até Bom Conselho ainda
hoje existe e nunca foi explorada para o turismo. Nasci na Fazenda Garrincha sendo suas
terras situadas ao Sul de Bom Conselho - o Rio Bálsamo divide Bom Conselho de
Palmeiras dos Índios-AL e o Rio Alabary divide Bom Conselho de Quebrangulo-AL. Esta
trilha foi criada a partir do Movimento Quilombola em 1595, movimento este que foi até
1695 com a morte do Zumby.
Esta foi a grande trilha da minha infância, tendo início em Quebrangulo passando
pela Fazenda Larges, sempre margeando o Rio Bálsamo, passa pelo encontro dos Rios
Bálsamo e Alabary, ultrapassa o Rio Alabary e se chega a Pernambuco, na Fazenda
Garrincha. Após passar nesta fazenda a trilha cruza a Fazenda Cacimbinhas, dos
descendentes de tio Cazeza e desemboca na estrada que liga Lagoa da Pedra - terra da
preguiça gigante – até Rainha Izabel - Quilombo Tupiaty. Da Rainha vai pela estrada do
Taquary até Bom Conselho. 40% dessa trilha nunca passou um carro, sendo seu percurso
feito a cavalo.
Estou em contato com o produtor cultural Carlos Alberto para elaborar um projeto
e apresenta-lo ao prefeito de Quebrangulo, o primo Marcelo Lima, para ser criada a 1ª
Cavalgada da Integração Quebrangulo/Bom Conselho. São duas cidades com a mesma
história e famílias.
Uma pergunta para os jovens: qual foi o cidadão que foi prefeito de Quebrangulo
e posteriormente prefeito de Bom Conselho?
Não podemos esquecer nosso passado e foi por essa trilha que em 1911
Quebrangulo invadiu Bom Conselho com 300 homens em apoio a Dantas Barreto. Aqui
não houve eleição e todas as urnas foram queimadas. Na trilha encontramos o cemitério
das Larges, construído por Frei Caetano de Messina para atender a demanda dos que
morreram de cólera numa grande epidemia em 1865, aproximadamente. O cemitério de
Quebrangulo também foi construído por Frei Caetano de Messina. Esta trilha, com
certeza, é uma das mais antigas de Pernambuco. Só falta você conhecer.
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GRUPO GLÓRIA /RELÂMPAGO /MAVISPUMA
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JABOATÃO-PE, AQUI NASCEU A PÁTRIA BRASILEIRA
O município de Jaboatão dos Guararapes foi criado pela Lei Provincial nº 1.093 de
24 de maio de 1873, enquanto a Lei Provincial de 27 de junho de 1884 o elevou a categoria
de cidade. Atualmente, Jaboatão dos Guararapes faz parte da Região Metropolitana do
Recife. Estima-se que no início do século em 1908, sua população fosse de 30 mil
habitantes. Já em 1960, sua população chegava a 105.261 pessoas. Seu crescimento
demográfico foi bastante significativo, com um contingente populacional
predominantemente urbano, sendo a maior concentração no distrito de Prazeres. A
cidade de Jaboatão tornou-se distrito sede do município em 12 de dezembro de 1901. O
município tinha uma divisão territorial que comportava três distritos em 16 de dezembro
de 1948.
A prevalência maciça da população urbana, com suas relações sociais de maior
complexidade, assinala uma imensa distância dos seus primeiros tempos de história,
quando predominavam os engenhos de açúcar que remontam ao primeiro século da
colonização portuguesa. Para os habitantes do Jaboatão, fica difícil imaginar que por aqui
passaram escravos, viveram-se tempos de grande fausto para uma chamada aristocracia,
enriquecida com a venda do açúcar para seus primeiros habitantes não foram porém, os
escravos, nem tão pouco invasores europeus, mas os indígenas, que sofreram a violência
da colonização portuguesa, perderam suas terras, foram desrespeitados nos seus
costumes, ficaram subordinados a uma cultura diferente, com símbolos e códigos que os
oprimiam.
Assim, registrava-se o primeiro grande conflito da história brasileira no primeiro
século da colonização portuguesa. A sociedade colonial movia-se determinada pelos
interesses da Metrópole.
O que se buscava era produzir riqueza que ajudasse Portugal a manter-se no
poderio, que já enfrentava dificuldade no século XVI. A esperança de que a colônia
salvasse a Metrópole dos seus infortúnios trouxe investimentos europeus. Não era fácil
ocupar esse imenso território. Sonhava-se com os metais preciosos que os espanhóis
encontraram nas suas colônias. Expedições foram montadas, seduzidas pelo desejo de
enriquecimento rápido. Mas, só no século XVII, Portugal conseguiria acumular e ao
mesmo tempo desperdiçar as grandes riquezas vindas das jazidas descobertas. Assim,
Portugal procurava manter seu Império Colonial de extensão considerável, para manter
o lugar que ocupava nas relações internacionais de poder. As terras brasileiras foram
exaustivamente exploradas. Nada mais promissor nos primeiros séculos de colonização,
do que a doce riqueza vinda das plantações de cana-de-açúcar. Os engenhos de açúcar
tiveram na Capitania de Pernambuco um lugar privilegiado. Nas terras atuais do
município de Jaboatão tornou-se num lugar privilegiado. Nestas terras, muito se
produziu e se exportou, durante séculos que atravessaram os tempos coloniais e
chegaram aos nossos tempos, aproveitando-se da fertilidade da terra.
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Dois fatos importantes na cidade de Jaboatão dos Guararapes-PE:
1. Foi em Jaboatão que se iniciou a unidade nacional quando foi expulso o invasor
holandês e pela primeira vez nosso exército foi composto por negros (Henrique Dias),
índios (Felipe Camarão) e brancos (João Fernando Vieira, André Vidal de Negreiros e
Francisco Barreto de Menezes).
2. Foi em Jaboatão dos Guararapes o primeiro prefeito comunista eleito
democraticamente pelo voto no início da década de 60.
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PERNAMBUCO JÁ FOI BRASIL
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1938: Num campo encharcado, Leonidas da Silva perdeu uma chuteira marcando o gol
com pé descalço.
1958: Comentário do jogador Garrincha: “Que campeonato pequeno e parece que a final
será contra o São Cristóvão” (camisa da Suécia parecida com a do time carioca).
1962: Vavá foi o único jogador do mundo a marcar gols em finais de copa 58 e 62. No jogo
contra o Chile (dono da casa) e para evitar uma possível contaminação na alimentação os
jogadores do Brasil comer um sanduíche de salame com refrigerante antes da partida.
1966: Segundo comentários, o jogador Gérson (canhotinha de ouro) para não entrar em
campo comeu pasta de dente provocando vômitos.
1970: Jairzinho, o furacão da copa, foi o único jogador do mundo a marcar gols em todas
as partidas.
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ACHÉ LABORATÓRIOS S/A - PRODOCTOR NORDESTE
UMA HISTÓRIA DE 50 ANOS
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o Hormocardino, o Hormoplacentino, dentre outros. Foram lançados também o
Hormoltámico e o Travasma. Com a morte do Dr. Philippe Aché, esta família deixou o
laboratório o qual passou por dificuldades, continuando vivo graças a Carmem Travassos
com apenas 20 anos de idade. Em 1960, a Carmem Travassos vendeu o Laboratório Aché
para Agostinho Cabreira, que já tinha um laboratório o Nitrafarma. Agostinho, com
alguns sócios que incluía a Dra. Lúcia Aché que era filha do Dr. Philippe Aché, decidiram
construir um novo laboratório Aché na Rua Nova dos Portugueses em São Paulo, um
local com 600 m2 aproximadamente. Escrevo um pouco mais sobre a fundação do nosso
Aché no próximo capítulo.
É importante salientar que a indústria farmacêutica nacional, teve duas fases
distintas, antes e depois do Aché Laboratórios.
Victor Siaulys e seus sócios criaram uma verdadeira revolução no conceito de
propaganda médica, distribuição e cobrança. Nunca mais a indústria farmacêutica foi a
mesma.
Os conceitos filosóficos do Aché Laboratórios têm como base a extraordinária
formação profissional de seus dirigentes e o resumo deste conceito sendo passado para
todos os colaboradores.
- O jovem candidato tem que ter boa formação pessoal e familiar. Ter o Segundo Grau
completo, boa dicção e apresentação.
- Após a admissão, treinamento constante, é o oxigênio que nunca irá faltar durante
todo o período que este colaborador prestar serviços ao Aché Laboratórios.
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- O aumento de venda unitária dentro do princípio de visitar a maior quantidade de
médicos com a melhor propaganda irá, por tabela, facilitar a cobrança junto as
farmácias. A luta constante por uma boa cobrança são um dos primeiros princípios
do Aché, pois, esta valorização do Capital fez o laboratório crescer sem precisar de
favores do governo.
- Ter e lançar produtos de alto giro de acordo com um segmento específico de mercado.
Galeria dos Saudosos Vultos da Medicina Brasileira
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Estamos no segundo semestre de 1970. O Brasil acabara de ganhar o Tri
Campeonato Mundial de Futebol. O novo modelo econômico estava dando certo. A
inflação com menos de 10% ao ano.
Dentro deste clima de ufanismo o próprio Adalmiro Delape Baptista então
Presidente, veio ao Recife para entrevistar, admitir e treinar a primeira equipe de vendas
do Aché/Prodoctor Nordeste. Quando todos os grandes laboratórios estavam fechando
suas distribuidoras Victor e seus sócios fizeram o contrário, em mais um lance de
criatividade fundaram esta distribuidora a Prodoctor Nordeste LTDA, que passa a ser a
distribuidora exclusiva do Aché, para os estados do Nordeste.
Com distribuição local e exclusiva a reposição dos produtos seria automática e a
filosofia do laboratório melhor representada.
A primeira equipe de vendas foi entrevistada em uma pequena sala do Ed.
Continental no centro do Recife. Esta sala era de um contador responsável pela
contabilidade da Prodoctor Nordeste. Os escolhidos, aqueles que formaram a primeira
equipe do Aché na região foram: Roney, José Roberto e Esvalter (Recife); Reginaldo (Int.
de Pernambuco); Vilella (Estado de Alagoas) e Palettó (Estado da Paraíba). Para o
comando desta equipe o Adalmiro escolheu um seu velho conhecido da Squib o Teixeira
que passaria a ser o Gerente de Vendas e também escolheu o Nilo para gerente
administrativo.
Esta equipe foi registrada na Prodoctor Nordeste em 02 de novembro de 1970 com
o propagandista recebendo CR$ 40,00 (quarenta cruzeiros) de salário mais comissão
sobre as vendas.
O primeiro endereço do Aché em Recife foi a Rua Real da Torre, 1046.
O Teixeira, fruto da velha escola de propaganda médica, não assimilou esta nova
filosofia que o Aché estava plantando na indústria farmacêutica e logo em seguida foi
demitido.
O Teixeira era um bom treinador e ensinava que todo produto farmacêutico tem o
seu DAVIDA, ou seja: Definição do produto, Ação de cada componente, Vantagens do
medicamento, Indicação do produto, Dose ou Posologia e Apresentação (creme, pomada,
injetável, etc.).
Para assumir a Gerência da Prodoctor Nordeste foi promovido de Supervisor no
Paraná a Gerente no Nordeste, NATALE VANUCCI NETO.
Este executivo, deu andamento a tudo que o Adalmiro imaginava como certo e
grande parte do que existe com o nome Aché em todo o Norte/Nordeste tem o carimbo
de Natale.
Formador de equipe por excelência, emérito treinador, cobrador implacável de
resultados, o Natale criou grandes executivos para a própria formação dos futuros
acheanos. Da primeira equipe do Aché seria promovido a primeiro Supervisor do Norte
/ Nordeste José Roberto Pereira no final de 1971.
Esta Supervisão Regional seria responsável pelo treinamento e acompanhamento
da equipe nos estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Nesta
época foram admitidos, Rinaldo Miranda, Josimar Henrique, Carlos Fabrício, Paulo
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Cavalcante, João Vieira, Paulo Rocha, Fred, Wanderley e tantos outros colaboradores
cada um plantando um tijolo nesta grande construção.
Com o equilíbrio neste setor, José Roberto Pereira foi convidado para criar e
assumir a Prodoctor Norte como Gerente Geral (vendas, administração e procurador).
Esta nova Prodoctor seria a distribuidora do Aché nos estados do Ceará, Piauí, Maranhão,
Pará e Amazonas. A primeira equipe da Prodoctor Norte era por Maia, Tonho, Gustavo,
Firmino, José Maria. Com o crescimento dos setores chegaram para somar; José Djalma
Morais, Euclides Albuquerque, Ciro, Vilmar Pinto, Eider, Roberto Nobrega, Simonassi, a
Secretária Doralice e tantos outros bons colaboradores.
Vários laboratórios farmacêuticos tentaram copiar o trabalho do Aché, como não
conseguiram partiram para tirar seus bons elementos na propaganda. O bom elemento
ia, no entanto, a filosofia ficava e novos elementos eram treinados para substituir o ex.
O jeito de ser do Aché é próprio, pessoal intransferível. Será imitado nunca
igualado. A formação profissional do Aché é uma formação de vida para cada um dos
que colaboraram com esta empresa. Exemplos não faltam dos que conseguiram ter seu
próprio negócio, são excelentes pais de família, executivos vencedores em outras
organizações.
São vencedores, primeiro por que são inteligentes, trabalhadores, segundo, pela
formação profissional adquirida no Aché Laboratórios onde o trabalho de equipe, o
treinamento constante e a vontade férrea de atingir objetivos são pontos em comum em
todos eles.
Tudo que Victor Siualys e seus sócios nos incentivaram em 1970 tornou-se
realidade e agora com novas gerações no comando do Aché Laboratórios S/A, teremos
em breve uma nova unidade desta indústria implantada em Suape em solo
pernambucano, talvez em agradecimento pela contribuição não só de Pernambuco, como
também dos demais estados do Norte e Nordeste onde a filosofia do Aché/Prodoctor foi
plantada com raízes profundas.
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VICTOR SIAULYS, O MAIOR GÊNIO DO MARKETING DA
INDÚSTRIA FARMACÊUTICA
- Foi quem criou a Prodoctor (que significa para o médico) em 1965 para
representar o Sintofarma. Convidou Adalmiro e Depieri para sócios, em seguida entrou
na sociedade o Rafael, irmão do Adalmiro.
- Lendo o Jornal Estado de São Paulo, o Victor descobriu o anúnco da venda de
um laboratório farmacêutico, era o Aché, isto em 1966.
- O principal “cliente” era o médico, porém, o público alvo era o feminino. O Victor
mudou a embalagem do Aché para rosa, não só para homenagear as mulheres como
também pela visão dos produtos na prateleira. A cor não foi mudada até hoje.
- Criou as táticas que eram manual de instrução e propaganda para os próximos
15 dias.
- Foi ideia do Victor, as famosas “intrigas promocionais” que era um material de
propaganda deixado com os médicos e nem nós sabíamos o porquê.
- 115 -
Exemplos: 1. Quando colocou sabor cereja no Iodepol ele distribuiu com toda a classe
médica um sachê com sabor cereja.
2. No pré-lançamento do Menopax, uma folha estilizada que representava o outono foi
entregue como intriga promocional.
3. No pré-lançamento do Energizan, o Victor mandou fabricar um pequeno brinquedo
que apertando fazia um “clic” representando a energia.
Todos os lançamentos do Aché tinham uma sacada genial do Victor Siaulys.
Na minha época de Aché (1970 a 1976), nossa linha básica era: Dextrovitase, Sorini,
Sensiclase, Combiron, Iodepol, Moderex, Menopax, Somalium, Somalium GI, Diazetard,
Energizan e Levoid. Foi também iniciativa do Victor explorar ao máximo junto aos
médicos e acadêmicos o sistema C.L.R. (Crono Liberação Regulada). Os produtos
soltavam microdoses na corrente sanguínea durante 8 horas aumentando o nível
plasmático. Na época foi sucesso absoluto.
Digo sempre que se o Adalmiro Delape Baptista foi o grande apóstolo desta nova
filosofia de propaganda, o Victor Siaulys foi o evangelista, aquele que escreveu e mudou
toda a evolução do marketing farmacêutico nacional.
Conforme já afirmei, deixei o Aché Prodoctor Norte em 1976, passando a gerência
para um colaborador admitido por mim, o Josimar Henrique da Silva. Através de amigos
comuns e da imprensa nunca deixei de acompanhar o trabalho do Victor, principalmente
após junto com sua esposa Mara, criarem a LaraMara neste extraordinário trabalho,
visando tão somente o bem-estar do ser humano. Hoje o profissionalismo do Victor
continua nas mãos da sua filha Tatiana Siaulys dando sequência a esta geração do bom
sangue lituano.
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JOSÉ DJALMA MORAIS – O CAMPEÃO NACIONAL DE
VENDAS DO LAB. ACHÉ DE 1979
Conheci o José Djalma Morais em março de 1973 quando era Gerente do Aché
Prodoctor Norte. Estava eu comprando um terno nas Lojas Milano e fui atendido por um
vendedor que tinha todas as características de um bom propagandista (uma das nossas
missões no Aché era procurar sempre novos valores). Convite feito, convite aceito e o José
Djalma Morais passou a trabalhar conosco. Quando deixei a organização em 1976, deixei
o Djalma como Supervisor. Seguindo religiosamente as Táticas do Aché, encontro o
Djalma Campeão Nacional de Vendas em 1979. José Djalma Morais, amigo da família
Siaulys, continua morando em Fortaleza.
Leia com atenção o agradecimento do Victor Siaulys ao José Djalma Morais,
Campeão Nacional de Vendas com 89% do objetivo atingido:
- 117 -
Prova disto, que reconhecendo seu valor e capacidade, já está em construção a nova
sede Prodoctor, pioneira no modelo a ser implantado em outras áreas do Brasil, de
linhas arquitetônicas arrojadas que será o símbolo da nossa pujança e sobretudo
confiança no futuro do NORTE.
Destemido e valente em busca das metas que são propostas, não medindo esforços e
sacrifícios, prova a todo instante que “Querer é poder”.
Amável e solícito, no contato com seus comandados, consegue mostrar que trabalho e
união são uma constante na busca dos sucessos que vão se acumulando, numa prova
inconteste de conhecimento e perseverança.
Nós nos juntamos à Norte que deve estar toda engalanada, nas homenagens ao seu
grande líder.”
Parabéns Campeão’ Parabéns Campeões 1979!!!
Victor Siaulys
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ACHÉ PRODOCTOR NORTE – FOTOS HISTÓRICAS