Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
LONDRINA
2020
LONDRINA
2020
TERMO DE APROVAÇÃO
_____________________________________________________
Prof. Dr. Fabio Cezar Ferreira
(UTFPR – Departamento Acadêmico de Química)
_____________________________________________________
Prof. Dr. Marcio Florian
(UTFPR – Departamento Acadêmico de Engenharia de Materiais)
_____________________________________________________
Prof. Dr. Fabiano Moreno Peres
(UTFPR – Departamento Acadêmico de Engenharia de Materiais)
_____________________________________________________
Profª. Drª. Silvia Midori Higa
(UTFPR – Departamento Acadêmico de Engenharia de Materiais)
Aos meus pais, Marcia Leme Vaz e Marcio Aparecido Conejo por todo o
apoio e suporte durante a graduação.
Ao meu orientador Prof. Dr. Fabiano Moreno Peres que me orientou e me
guiou em todas as etapas desse projeto de trabalho de conclusão de curso.
Ao Prof. Dr. Carlos Eduardo Cava que também me orientou e possibilitou a
utilização do laboratório e os equipamentos para a execução dos experimentos.
Ao técnico de laboratório Fillipe Bernadino que auxiliou nas etapas da
preparação das amostras.
Aos meus amigos que sempre estiveram ao meu lado durante todas as
etapas desse trabalho.
RESUMO
As espumas rígidas de poliuretano são materiais que são utilizados como isolantes
térmicos. Elas possuem várias aplicações em diversos setores da indústria, sendo
muito utilizadas em caminhões frigoríficos e em refrigeradores de uso doméstico,
comercial e industrial. A condutividade térmica do material é um parâmetro decisivo
no projeto e dimensionamento das barreiras térmicas dos equipamentos. A medição
da condutividade térmica pelas técnicas convencionais não são práticas, na maioria
dos casos. Portanto, este trabalho teve o objetivo de verificar a viabilidade de se
determinar a condutividade térmica de espumas rígidas de poliuretana destinadas ao
isolamento térmico utilizando a técnica do fio quente. Este método oferece
vantagens significativas, principalmente em termos de simplicidade, economia e
flexibilidade sobre os sistemas utilizados atualmente. Dois tipos de espuma foram
analisados, um tipo destinado à montagem de carrocerias de caminhões frigoríficos,
produzida por métodos industriais, e outro tipo fabricada e produzida no laboratório
de polímeros da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Os resultados
indicam que a técnica é viável, entretanto, a precisão e a reprodutibilidade das
medidas são muito afetadas pela preparação da amostra e pela corrente elétrica no
fio.
Rigid polyurethane foams are materials that are used as thermal insulators. They
have several applications in various sectors of the industry, being widely used in
refrigerated trucks and in refrigerators for domestic, commercial and industrial use.
The thermal conductivity of the material is a decisive parameter in the design and
dimensioning of the thermal barriers of the equipment. The measurement of thermal
conductivity by conventional techniques is not practical in most cases. Therefore, this
work aimed to verify the feasibility of determining the thermal conductivity of rigid
polyurethane foams for thermal insulation using the hot wire technique. This method
offers significant advantages, mainly in terms of simplicity, economy and flexibility
over the systems currently used. Two types of foam were analyzed, one type
intended for the assembly of refrigerated truck bodies, produced by industrial
methods, and another type manufactured and produced in the polymer laboratory of
the Federal Technological University of Paraná. The results indicate that the
technique is feasible, however, the precision and reproducibility of the measurements
are greatly affected by the sample preparation and the electric current in the wire.
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 10
1.1 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................... 11
2 OBJETIVO ........................................................................................................................ 12
2.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................... 12
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................... 12
3 REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................................ 13
3.1 FUNDAMENTOS DA TRANSFERÊNCIA DE CALOR ................................................ 13
3.1.1 Condutividade Térmica ........................................................................................ 13
3.2 TÉCNICAS CONVENCIONAIS PARA MEDIÇÃO DE k .............................................. 14
3.2.1 A Técnica do Fio Quente ..................................................................................... 15
3.3 MATERIAIS CONVENCIONAIS PARA ISOLAMENTO TÉRMICO ............................. 18
3.4 ESPUMAS RÍGIDAS DE POLIURETANO .................................................................. 20
4 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................ 25
4.1 MATERIAIS ................................................................................................................ 25
4.2 MÉTODOS ................................................................................................................. 25
4.2.1 Preparação das Amostras.................................................................................... 25
4.2.2 Montagem do Aparato Experimental .................................................................... 26
4.2.3 Desenvolvimento dos Testes ............................................................................... 27
4.2.4 Tratamento dos Dados......................................................................................... 27
4.2.5 Cálculo de Densidade .......................................................................................... 27
4.2.6 Observação da Estrutura Celular ......................................................................... 28
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 29
5.1 ESTRUTURA CELULAR ............................................................................................ 29
5.2 DENSIDADE .............................................................................................................. 31
5.3 CONDUTIVIDADE TÉRMICA ..................................................................................... 32
6 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 36
7 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ................................................................ 37
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 38
APÊNDICE A – Curvas obtidas com a técnica do fio quente. .............................................. 41
APÊNDICE B – Tabela de resultados. ................................................................................. 47
10
1 INTRODUÇÃO
1.1 JUSTIFICATIVA
2 OBJETIVO
3 REFERENCIAL TEÓRICO
𝑞
𝑘=− (1)
𝐴. ∆𝑇
Figura 2: (a) Fluxo de calor dissipado na amostra; (b) Esquema experimental da técnica do fio quente.
𝑸 𝟒 ∝. 𝒕 𝒓𝟐 𝟏 𝒓𝟐
𝑻(𝒓, 𝒕) = [𝒍𝒏 ( 𝟐 ) + − ( ) − ⋯ 𝜸] (𝟐)
𝟒𝝅𝝀 𝒓 𝟒 ∝. 𝒕 𝟒 𝟒 ∝. 𝒕
Onde,
λ é a condutividade térmica (W/m K);
Q é a quantidade de energia por unidade de medida ( W/m);
α é a difusividade térmica da amostra (m2/s);
r é a posição radial de onde a temperatura é medida;
ϫ = 0,5772156 é a constante de Euler;
Como o termo entre parênteses é insignificante para valores muito altos para
o tempo;
𝒓𝟐
( )≪𝟏 (𝟑)
𝟒 ∝. 𝒕
𝑸 𝟒 ∝. 𝒕
𝑻(𝒓, 𝒕) = [𝒍𝒏 ( 𝟐 ) − 𝜸] (𝟒)
𝟒𝝅𝝀 𝒓
𝑸 𝟒∝
𝑻(𝒓, 𝒕) = [𝒍𝒏 𝒕 + 𝒍𝒏 ( 𝟐 ) − 𝜸] (𝟓)
𝟒𝝅𝝀 𝒓
𝑸 𝒕𝟐
∆𝑻 = 𝑻(𝒕𝟐 ) − 𝑻 𝒕𝟏 = 𝒍𝒏 ( ) (𝟔)
𝟒𝝅𝝀 𝒕𝟏
Então para que a condutividade térmica (k) possa ser calculada a partir da
diferença T2-T1 em função do tempo, é necessário calcular a inclinação da porção
linear do aumento de temperatura ∆T versus logaritmo natural do tempo.
O trecho inicial da curva não é linear, como visto na Figura 3, e deve ser
desconsiderado nos cálculos, pois sofre os efeitos indesejáveis de certos fatores,
como a fonte de calor (fio quente) não ideal e a resistência de contato entre o fio e a
amostra (CANEVAROLO, 2007; FRANCO, 2007).
Figura 3: Temperatura versus ln do tempo: (a) curva teórica , (b) curva experimental.
média é maior que 2, de forma que se desenvolve uma estrutura tridimensional com
ligações cruzadas que confere rigidez à estrutura molecular (PERES, 2018).
As espumas rígidas de poliuretano são utilizadas em diversos segmentos
industriais, comerciais e doméstico, devido a excelente característica de isolamento
térmico, elevada resistência mecânica, boa estabilidade dimensional e pela sua
facilidade de produção. Quando comparado com isolantes utilizados como cortiça, lã
de vidro, lã de rocha, poliestireno expandido e madeira, a espuma rígida de
poliuretano (PUR) apresenta menor coeficiente de condutividade térmica (k), ou
seja, possui a melhor propriedade de isolamento térmico (BOLSONI, 2010). A Figura
7 ilustra o desenvolvimento da estrutura celular de uma espuma rígida de
poliuretana.
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 MATERIAIS
4.2 MÉTODOS
designada por espuma de laboratório, foi deixada em descanso por uma semana. A
partir do bloco de espuma produzido foram cortados corpos de provas, na forma de
paralelepípedos com dimensões de 200mm x 75 mm x 30 mm, com auxílio de uma
serra de fita.
Para a preparação da amostra efetiva, o fio quente foi posicionado entre dois
corpos-de-prova, firmemente comprimidos com auxílio de fita crepe, na qual a Figura
8 ilustra o aparato experimental. O termopar foi simplesmente espetado nas
amostras a uma profundidade de 10 mm, ou seja, a 20 mm do fio quente.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 9: Superfícies das amostras, sem aumento, da (a) espuma industrial; (b) espuma de
laboratório; com aumento de 20X, da (c) espuma industrial; (d) espuma de laboratório, com aumento
de 30X, da (e) espuma industrial; (f) espuma de laboratório, com aumento de espuma de laboratório,
com aumento de 40X, da (g) espuma industrial; (h) espuma de laboratório.
5.2 DENSIDADE
35 60
Amostra 2 - 1,5 V Amostra 12 - 1,5 V
30 50
y = 11,377x - 55,064 y = 18,625x - 58,321
25 40 R² = 0,9991
R² = 0,999
20
30
∆T
15
∆T
20
10
5 10
0 0
-5 0 5 10 -10 0 2 4 6 8
ln (t) ln (t)
Tabela 4: Condutividades térmicas da espuma industrializada obtidas com a técnica do fio quente.
fio quente é promissor, desde que a corrente do fio seja tal que não provoque a
degradação do polímero.
Outro fator interessante a se observar é que os resultados apresentam maior
dispersão quando comparados com trabalhos publicados – os resultados de
Harishkrshan (2008), em um procedimento alternativo, também em regime
transiente, apresentaram coeficiente de variação em torno de 1%. É provável que
fatores como o posicionamento do termopar e do fio aquecido, assim como
variações na montagem da amostra tenham prejudicado a reprodutibilidade do teste
e também afetado os resultados.
36
6 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BIEDERMAN, A., MERTEN, A., MINOGUE, E., ROTERMUND, U., EBERT, H. P.,
HEINEMANN, U., FRICKE, J., SIEFERT, H. Analysis of heat transfer mechanisms
in polyurethane rigid foam. Journal of Cellular Plastics; 37; 467, 2001.
CHOI, S.W.; JUNG, J.M.; YOO, H.M.; KIM, S.H.; LEE, W.I. Analysis of thermal
properties and heat transfer mechanisms for polyurethane foams blown with
water. Journal of Thermal Analysis and Calorimetry, vol. 132, nº 2, pp 1253-1262
HARIKRISHNAN, G.; MACOSKO, W.; CHOI, J.H.; BISHOF, J.C.; SINGH, S.N. A
simple transient method for measurement of thermal conductivity of rigid
polyurethane foams. Journal of Cellular plastics, Vol. 44, pp. 481-491, 2008.
JIAO, L. XIAO, H.; WANG, Q.; SUN, J. Thermal degradation characteristics of rigid
polyurethane foam and the volatile products analysis with TG-FTIR-MS. Polymer
Degradation and Stability, vol. 98, nº 12, pp. 2687-2696, 2013.
39
KIM, H.K.; LIM, H.; SONG,J.C.; KIM, B.K. Effect of blowing agent type in rigid
polyurethane foam. Journal of Macromolecular Science, Part A: Pure and
Applied Chemistry, 45, pp 323-327, 2008a.
KIM, S.H.; KIM, B.K.; LIM, H. Effect of isocyanate index on the properties of rigid
polyurethane foams blown by HFC 365 mfc. Macromolecular Research, Vol. 16,
nº 5; pp 467-472, 2008b.
LEE, D-W; KIM, H-N; LEE, D-S. Introduction of Reversible Urethane Bonds Based on
Vanillyl Alcohol for Efficient Self-Healing ofPolyurethane Elastomers. Molecules, 24,
2201, 2019.
LIM, H.; KIM, S.H.; KIM, B.K. Effects of silicon surfactant in rigid polyurethane
foams. Express Polymer Letters, Vol. 2, nº 3, pp 194-200, 2008.
MINOGUE, Edel. An In-situ Study of the Nucleation Process f Polyurethane Rigid Foam
Formation. Tese. Department of Chemical Sciences, Dublin City University. Dublin, 2000.
MONDAL, P.; KHAKHAR, D.V. Regulation of cell structure in water blown rigid
polyurethane foam. Macromolecular Symposia, 216, pp 241-254, 2004.
THIRUMAL, M.; KHASTGIR, D.; SINGHA, N.K.; MANJUNATH, B.S.; NAIK, Y.P.
Effect of foam density on properties of water blown rigid polyurethane foam.
Journal of Applied Polymer Science, Vol. 108, pp 1810-1817, 2008.
WU, J-W.; SUNG, W-F.; CHU, H-S. Thermal conductivity of polyurethane foams.
International Journal of Heat and Mass Transfer, Vol. 42, pp. 2211-2217, 1999.
ZHANG, H.; FANG, W-Z.; LI, Y-M.; TAO, W-Q. Experimental study of the thermal
conductivity of polyurethane foams. Applied Thermal Engineering, Vol. 115, pp. 528-
538, 2017.
41
12 y = 5,0381x - 23,583
R² = 0,9994
10
8
∆T
6
Amostra 1
4
0
0 2 4 6 8 10
ln (t)
35
y = 11,377x - 55,064
30 R² = 0,999
25
20
∆T
15
Amostra 2
10
0
0 2 4 6 8 10
-5
ln (t)
10
∆T
6 Amostra 3
0
0 5 10
ln (t)
25,00
(b)
y = 7,2562x - 29,456
R² = 0,9931
20,00
15,00
∆T
10,00 Amostra 4
5,00
0,00
0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00
ln (t)
12
10 y = 5,6355x - 29,832
R² = 0,9979
8
∆T
6 Amostra 5
0
0 2 4 6 8 10
-2
ln (t)
12
(b)
10
y = 3,8788x - 20,595
8 R² = 0,9964
∆T
6
Amostra 6
4
0
0 2 4 6 8 10
ln (t)
12
(b)
y = 4,343x - 22,34
10 R² = 0,9989
6
Amostra 8
∆T
0
0 5 10
-2
ln (t)
18
(a)
16
14
12 y = 15,532x - 95,213
10 R² = 0,9991
∆T
8
Amostra 9
6
4
2
0
2 4 6 8
ln (t)
60
50 y = 18,823x - 63,521
R² = 0,9998
40
Amostra 10
∆T
30
20
10
0
0 2 4 6 8
ln (t)
50 y = 23,456x - 80,465
R² = 0,9991
40
30
∆T
Amostra 11
20
10
0
0 2 4 6
-10
ln (t)
60
50
y = 18,625x - 58,321
40 R² = 0,9991
30
∆T
Amostra 12
20
10
0
0 2 4 6 8
-10
ln (t)
Tabela 5: Condutividades térmicas da espuma industrializada obtidas com a técnica do fio quente.
1 1,5 0,308
2 1,5 0,136
3 2 0,420
4 2 0,229
5 1 0,089
6 1 0,129
7 1 0,143
8 1 0,118
9 1,5 0,061
10 1,5 0,051
11 1,5 0,062
12 1,5 0,011