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A BEM-AVENTURANÇA DO JUSTO
O Salmo 1 serve como introdução a todo o livro dos Salmos. Ele contrasta os dois
únicos tipos de pessoas do ponto de vista de Deus, tendo cada tipo um conjunto distintivo de
princípios de vida: (1) os justos, que são caracterizados pela retidão, pelo amor, pela
obediência à Palavra de Deus e pela separação do mundo (Sl 1.1,2); e (2) os ímpios, que
representam o modo de ser e as ideias do mundo, que não permanecem na Palavra de Deus, e
que por isso não têm parte na assembleia do povo de Deus (Sl 1.4,5). Deus reconhece e
abençoa o justo, mas o ímpio não tem parte no Reino de Deus (1 Co 6.9) e perecerá (v. 6). A
separação entre esses dois grupos de pessoas existirá no decurso da história da redenção e
continuará na eternidade1.
Os seus seis versos apresentam, de maneira maravilhosa, que embora levado pelos
prazeres e conselhos pecaminosos, o ímpio não pode ser chamado bem-aventurado, pois não
encontra a verdadeira alegria constante na Palavra do Senhor. Por outro lado, rejeitando andar
segundo o conselho dos ímpios, deter-se no caminho dos pecadores e assentar-se na roda dos
escarnecedores, o justo é chamado de feliz, pois está com seu prazer voltado à Lei do Senhor.
A justiça divina aqui está destacada pelo fato do justo obedecer a Lei do Senhor e
meditar nas Sagradas Escrituras de dia e de noite. Assim são transformado a cada manhã, e
produzem frutos que permanecem como testemunho de uma vida piedosa orientada pela
Palavra de Deus.
O primeiro versículo do livro dos Salmos ressalta a distinção entre os justos e os ímpios.
Os crentes verdadeiros podem ser conhecidos pelas coisas que praticam, pelos lugares que
frequentam e pelas pessoas com as quais convivem. Ninguém pode experimentar a bênção de
Deus sem evitar as coisas danosas ou destrutivas. […] Os santos de Deus evitam o mal, como
também edificam a sua vida em torno das palavras do Senhor. Procuram obedecer à vontade
de Deus porque seus corações realmente têm prazer nos caminhos e mandamentos do Senhor.
[…] A motivação dos atos dos salvos provém dos seus espíritos e emoções redimidos,
conquistados pela verdade de Deus conforme a temos na sua Palavra1.
A trajetória dos ímpios, em contraste com a vida do justo, é ilustrada neste salmo pela
palha inútil dos campos que é levada pelo vento. Isso significa que o ímpio, ao contrário do
que acontece com o justo, não produz frutos em abundância, visto que são estéreis. E, por
serem infrutíferos, há uma promessa de juízo divino sobre os ímpios2.
A moinha é a casca ou a palha, que deve ser removida para se obter o valioso grão. A
moinha era removida por dois processos: a debulha e o joeiramento. Depois de os ramos serem
cortados, eram triturados, e os pedações lançados ao ar. Por ser muito leve, a moinha é levada
para longe pelo vento mais tênue, enquanto o bom grão cai de novo sobre a superfície. A
moinha é a alegoria do ímpio que segue sem direção. O grão, do justo, o homem que pode ser
usado por Deus3.
Os ímpios acabam envolvendo-se e sendo guiados por conselhos fúteis, assumindo
uma posição que vai de encontro à Palavra de Deus e adotando um comportamento
pecaminoso, desprezando os assuntos divinos e relativizando o pecado, demonstrando total
desprezo à Lei de Deus.
O próprio escritor da lição afirma que “na juventude, é natural que sentimentos e
emoções tornem-se vulneráveis aos conselhos de amigos e colegas que podem levar o jovem
cristão a viver em oposição à vontade direta de Deus para a sua vida (Pv 1.10). O viver
segundo os conselhos de amigos ou atender a orientação direta do Espírito Santo passa a ser
uma questão de escolha”2.
Aqueles que adotam essa postura e procuram caminhar nessa direção, terá como
destino um caminho que perece (Sl 1.6). O jovem cristão que assim deseja viver, precisa
entender que sua jornada pode até iniciar prazerosa, porém, será vazia a todo o momento.
Referências:
1 – STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
2 – NEVES, Natalino das. Separados para Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2022.
3 – Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.