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FILTROS PASSIVOS

Parte I: Realização de
Funções de Acesso
Síntese de Circuitos – ENGC46
Professor: Maicon D. Pereira
Departamento de Engenharia Elétrica
Universidade Federal da Bahia
(Material original de autoria da Profª Ana Isabela Cunha)

1
Resumo

• Generalidades
• Métodos de realização de filtros passivos
• Funções de rede
• Propriedades de funções de acesso
• Síntese de funções de acesso: formas de Foster e de
Cauer

2
Generalidades

Filtros passivos são constituídos de:


• capacitores

• indutores

• resistores

• transformadores

L1 L3
...
Exemplo: Filtro LC
C2 C4 Cn
3
Generalidades
Comparação entre filtros ativos e filtros passivos

Filtros ativos Filtros passivos


• T(s) praticamente não  • T(s) depende da carga e 
depende da carga e fonte fonte
• Componentes de fácil  • Dificuldade para 
realização realização de indutores
• Necessitam de alimentação  • Prescindem de

DC alimentação DC
• Possibilidade de ganhos de • Sem ganhos de potência
potência  Pout,AC > Pin,AC
  Pout,AC = Pin,AC 
• Excursão limitada  • Excursão sem limite
• Operação limitada em  • Operação em banda 
frequência  limitações na muito larga
resposta AC dos transistores
• Sensibilidade baixa  4
• Sensibilidade alta 
Filtros passivos de 1a ordem

• Filtro RL PB de 1a ordem:

R
L K 0  1
T(s)  
R  0  R / L
s
L

• Filtro RC PB de 1a ordem

1
RC K 0  1
T(s)  
1  0  1/ RC
s
RC

5
Filtros passivos de 1a ordem

• Filtro RL PA de 1a ordem:

s K   1
T(s)  
R  0  R / L
s
L

• Filtro RC PA de 1a ordem

s K   1
T(s)  
1  0  1/ RC
s
RC

6
Filtros passivos de 1a ordem

• Efeitos do carregamento de um filtro passivo. Exemplo:


filtro PA com carga RL.

 RL   RL
 s K   R  R
 R  RL   L
T(s)  
 RL  R   RL 
s  0   R / L
 R  RL  L   R  RL 

Dependência de T(s) do valor de RL:


redução do ganho e da banda. 7
Filtros passivos de 2a ordem

• Filtro RC PB de 2a ordem:
R1 R2
1
+
+ R1R 2C1C2
Vin C1 C2 Vout T(s) 
- 2  1 1 1  1
- s     s 
 R1C1 R 2C1 R 2C2  R1R 2C1C2

• Filtro RC PA de 2a ordem
C1 C2
s2
+ T(s) 
+ 2  1 1 1  1
Vin R1 R2 Vout s    s 
-  R1C1 R 2C1 R 2C 2  R1R 2C1C2
-
8
Filtros passivos de 2a ordem

• Filtro RC PF de 2a ordem:
C1 R2
+
+
Vin R1 C2 Vout
-
-

1
s
R 2C 2
T(s) 
2  1 1 1  1
s     s 
 R1C1 R 2C1 R 2C2  R1R 2C1C2

9
Filtros passivos de 2a ordem

• Filtro RLC PB de 2a ordem:


R L 
K
+ max  1
1/ LC 
+ 
Vin Vout T(s)  2   0  1/ LC
-
C s   R / L  s   1/ LC  
- Q  L
 CR 2
• Filtro RLC PA de 2a ordem
C

R
K
max  1
+ s2 

+ T(s)  2   0  1/ LC
Vin
- L Vout s   R / L  s   1/ LC  
Q  L
-
 CR 2
10
Filtros passivos de 2a ordem

• Filtro RLC PF série (2a ordem):



K
max  1
 R / L s 

T(s)  2   0  1/ LC
s   R / L  s   1/ LC  
Q  L
 CR 2
• Filtro RLC PF paralelo (2a ordem):

K
max  1
s /  RC  

T(s)  2   0  1/ LC
s  s / RC    1/ LC   2
Q  R C
 L 11
Filtros passivos de 2a ordem

• Filtro RLC RF série (2a ordem):



K
max  1
s   1/ LC 
2 

T(s)  2   0  1/ LC
s   R / L  s   1/ LC  
Q  L
 CR 2
• Filtro RLC RF paralelo (2a ordem):

K
max  1
s   1/ LC 
2 

T(s)  2   0  1/ LC
s  s / RC    1/ LC   2
Q  R C
 L 12
Filtros passivos de 2a ordem

• Efeitos da resistência da fonte em um filtro passivo.


Exemplo: filtro PF com resistência da fonte Ri.

 R
K max 
 Ri  R
T(s) 
 R / L s 
  0  1/ LC
 R  Ri 
s2    s   1/ LC  
L
 L  Q 
 C R  Ri 
2

Dependência de T(s) do valor de Ri:
redução do ganho e da banda. 13
Métodos de realização de filtros passivos
de ordem n

• Serão analisadas em detalhes apenas redes LC


acrescidas de resistência de fonte e de carga.
• Técnicas:
1. Síntese por inspeção de associações série ou paralelo
dos componentes  adequada apenas para T(s) simples.
2. Uso de tabelas de valores normalizados de
componentes elétricos (capacitores e indutores),
específicas para determinadas funções de aproximação
 método de síntese limitado.
3. Síntese de funções de acesso (ou funções de imitância)
por expansão em frações parciais  técnica que será
apresentada.

14
Funções de rede
Funções de rede são relações entre variáveis elétricas (tensões ou
correntes) lidas em pares de terminais (ou portas) de uma rede
elétrica. Tipos:
Rede de 4 portas
(i) Funções de transferência: pares de
terminais diferentes: I1 + V1 -

V /V , V /I , I /I , I /V . I4 I2
1 2 2 3 4 2 3 1
+ +
(i) Funções de acesso: mesmo par de
terminais. São sempre IMITÂNCIAS: V4 rede V2
• Impedâncias (Z): V1/I1, V2/I2, V4/I4, - -
V3/I3.
• Admitâncias (Y): I1/V1, I2/V2, I4/V4,
I3
I3/V3. + V3 -

15
Propriedades de funções de acesso

Propriedades gerais de funções de acesso lineares, realizáveis


e estáveis:

(i) São funções racionais em s com coeficientes reais


(determinados pelos valores dos componentes).

amsm  ...
Z(s) ou Y(s) 
bmsn  ...

(ii) Não possuem pólos no semiplano lateral direito  estabilidade.


(iii) Não possuem pólos múltiplos no eixo j (de  = 0 a  = infinito),
 estabilidade. Atenção: pólos múltiplos são diferentes de um
par complexo conjugado.

16
Propriedades de funções de acesso

(iv) A inversa de uma FA (função de acesso) é uma FA, desta forma,


não possuem zeros no semiplano lateral direito e não possuem
zeros múltiplos no eixo j.
FA = Z(s) = V1/I1  1/Z(s) = I1/V1 = Y(s) = FA
(v) O grau do numerador difere do grau do denominador por
uma unidade (podendo ser maior ou menor), conforme (iii),
pois só pode haver UM zero ou UM pólo no eixo jω no infinito
ou na origem.
sm ...
Z(s) ou Y(s)  n |m – n|= 1
s ...

(vi) A parte real da FA deve ser maior ou igual a zero para


uma rede passiva.
Função de acesso Z(s) = a +jb  Re{Z(s)} = a > 0.
17
Propriedades de funções de acesso

Na FA (função de acesso) de uma rede LC:

(vii) Os pólos e zeros estão sobre o eixo j  pólos imaginários.

Resposta ao impulso para pólos complexos p = a + jb:

h(t) = eat.cos(t)
a < 0 (s.p.l.e):
amortecimento

Redes LC estão no limite da


Redes LC
a=0 p = + jb estabilidade: perdas vêm das
puras não resistências de fonte, de
têm perdas carga ou de não idealidades
nos componentes. 18
Propriedades de funções de acesso

(viii) o numerador ou denominador da FA só tem fatores do


tipo s ou (s2 + n2):
Im{s} = j

s  p (pólos) ou z s2 + n2  p ou
(zeros) = 0 (origem) z = +jn
Re{s} = s

(viii) é consequência de iii, iv e vii:


• (iii) - Não possuem pólos múltiplos no eixo j;
• (iv) - A inversa de uma FA (função de acesso) é uma FA;
• (vii) - Os pólos e zeros estão sobre o eixo j.
19
Propriedades de funções de acesso

Como consequência das propriedades (i-viii), a FA de uma


rede LC tem uma das seguintes formas:

Z(s) ou Y(s) 
   
s s2  2z1 s2   2z 2 ... s2  2zm 
s 2 2
 p1  s 2 2
 p2  ...  s 2 2
 pn 

Z(s) ou Y(s) 
 s    s    ...  s   
2 2
z1
2 2
z2
2 2
zm

s  s    s    ...  s   
2 2
p1
2 2
p2
2 2
pn

Aqui n e m são, respectivamente, o número de pares de


pólos e zeros imaginários não nulos e finitos (elementos s2 +
n2) da FA.
20
Propriedades de funções de acesso

(ix) Sempre ou um pólo ou um zero está no infinito: consequência


das ordens do numerador e do denominador diferirem por
apenas um.

(x) Sempre ou um pólo ou um zero está na origem:


consequência da existência de pólos ou zeros apenas simples e
apenas sobre o eixo jω.

(xi) A forma da FA apresenta sempre grau ímpar/par ou


par/ímpar para numerador/denominador.

21
Propriedades de funções de acesso

Como consequência das propriedades (ix) - (xi).

Para uma FA com um zero na origem (elemento s no numerador):

Se n = m  pólo no infinito. Ex.: Z(s) ou Y(s) 



s s2  2z1 
s 2 2
 p1 
Se n = m + 1  zero no infinito. Ex.: Z(s) ou Y(s) 

s s2  2z1 
s 2 2
 p1 
s2  p2
2

Aqui n e m = número de pares de pólos e zeros imaginários


não nulos e finitos (elementos s2 + n2) da FA.

22
Propriedades de funções de acesso

Como consequência das propriedades (ix) - (xi):

Para uma FA com um polo na origem (elemento s no denominador):

Se n = m  zero no infinito. Ex.: Z(s) ou Y(s) 


 s  
2 2
z1

ss   
2 2
p1

Se m = n + 1  pólo no infinito. Ex.: Z(s) ou Y(s) 


 
s2  2z1 s2  2z 2 

s s2  p1
2

Aqui n e m = número de pares de pólos e zeros imaginários
não nulos e finitos (elementos s2 + n2) da FA.

23
Propriedades de funções de acesso

Como consequência das propriedades (ix) - (xi).


Expandindo uma FA em frações parciais, Z(s) ou Y(s) podem
ser escritos na seguinte forma geral:

Z(s) ou Y(s) 
    
s s2  2z1 s2  2z2 ... s2  2zm 

s2  p1
2
 s2  p2
2
  
... s2  pn
2
 K Kis

0
 Ks   2
 2 2
 2 2
 2

2
s   z1 s   z2 ... s  zm  s is   2
pi 
Z(s) ou Y(s)  
 2 2
 2 2
 2
s s  p1 s  p2 ... s  pn  2

24
Propriedades de funções de acesso

Representação de circuitos da expansão em frações


parciais:
• Todos os termos da soma são ligados em série na
representação de circuitos de Z(s) e em paralelo para Y(s).

K0 Kis
Z(s) ou Y(s)   Ks   2
s i 
s  pi2 
Existência deste termo implica em
pólo na origem. Componente: • Z(s): K0 tem unidade de
Z(s)  K0/s = capacitor série inverso de capacitância
• Y(s): K0 tem unidade de
Y(s) K0/s = indutor paralelo
inverso de indutência

25
Propriedades de funções de acesso

Representação de circuitos da expansão em frações


parciais:
• Todos os termos da soma são ligados em série na
representação de circuitos de Z(s) e em paralelo para Y(s).

K0 Ks
Z(s) ou Y(s)   Ks   2 i 2
s is  pi 

Existência deste termo implica em


pólo no infinito  componente:
• Z(s): K∞ tem unidade de
indutância.
Z(s)  K∞s = indutor série • Y(s): K∞ tem unidade de
Y(s)  K∞s = capacitor paralelo capacitância.
26
Propriedades de funções de acesso

Representação de circuitos da expansão em frações


parciais:
• Todos os termos da soma são ligados em série na
representação de circuitos de Z(s) e em paralelo para Y(s).

K0 Kis
Z(s) ou Y(s)   Ks   2
s is  pi2 
Cada par de pólos imaginários
não nulos e finitos na expansão
em frações parciais dá origem em Z:
em Y:
a um termo que pode ser
representado pela associação
em paralelo (Z) ou série (Y) de
um indutor com um capacitor.
27
Propriedades de funções de acesso
Li
Em Z:
K is
=
s 2
 2
pi 
1 s Ci Ks Ci
Z i (s)    2 i 2
sCi 
1
s2 
1 s  pi   Ki = 1/Ci pi 2 = 1/(LiCi)
sLi L iCi

Em Y: Li Ci
K is
=
s 2
 2
pi 
1 s Li Kis
Yi (s)    Ki = 1/Li pi 2 = 1/(LiCi)
sLi 
1
s2 
1 s 2
 2
pi 
sCi L i Ci 28
Propriedades de funções de acesso

As constantes K0 (se houver), K∞ (se houver) e Ki permitirão


encontrar os componentes do circuito e podem ser obtidas
da FA da seguinte forma:
K0 Kis
FA(s)  Z(s) ou Y(s)   Ks   2
s i s  pi2  
K 0  s.FA(s) s 0
FA(s) 
 
s s2  2z1 s2  2z2 ... s2  2zm   
FA(s) s 2 2
 p1  s 2 2
 p2  ...  s 2 2
 pn 
K 
s s ou

 s 2
 2
pi  FA(s) FA(s) 
 s    s    ...  s   
2 2
z1
2 2
z2
2 2
zm
Ki  s  s    s    ...  s   
2 2 2 2 2 2
s p1 p2 pn
s2  pi
2

29
Propriedades de funções de acesso

(xii) Os pólos e zeros são alternados sobre o eixo jω 


monotonicidade.
K0 Kis
Z(s)   Ks   2
s i 
s  pi2 
K0 K i j
Z( j)  jX      K  j   2
j i 
pi   2 
Derivando X(ω) para K0, K∞ e Ki > 0:
X() é monotônica crescente:

 0
característica possível
apenas para pólos e zeros dX    K0 K i pi2  2
alternados. O mesmo  2  K  
 
2
acontece com a d  i pi2  2
susceptância, pois B(ω) =
Y(ω)/j = 1/(jZ(ω)) = -1/ X(ω).
30
Exemplo: A partir do gráfico, escrever a expressão para Z(s) e
esboçar a curva de reatância de uma função de acesso
com: X()

Zeros

Pólos

• 6 zeros: um na origem, 2 pares imaginários e um no infinito.


• 6 pólos: 3 pares imaginários.
31
Z(s) 
 
s s2  2z1 s2  2z 2 
 s2  p1
2

s2  p2
2
 s2  p3
2

X()

Zeros

Pólos
Zero na
origem

Zero no
Par de infinito
pólos
imaginários
Par de zeros
imaginários 32
Exemplo: Plotar X(ω) para a função de acesso abaixo.

Z(s) 
 
s2  1 s2  9 s2  25 
 
s s2  4 s2  16 
20

15

10

-5

-10

-15

-20
0 1 2 3 4 5 6
33
Realização de funções de acesso

Técnicas para realização de funções de acesso de


redes LC: formas de Foster e de Cauer.

• Formas de Foster: baseiam-se na expansão da


impedância ou da admitância em frações
parciais para identificação dos componentes.
• Formas de Cauer: baseiam-se na expansão
continuada em frações e no comportamento da
função de acesso (impedância ou admitância)
no infinito ou na origem para extrair da FA cada
elemento.
34
Formas de Foster

1ª Forma de Foster

Baseia-se na expansão da impedância em frações


parciais:
1 s Ci
Z(s)   sL    2
sC0 i s   2
pi 
Consiste em identificar na FA os elementos que
sintetizam pólos.

Os componentes que realizam cada termo de Z(s) são associados


em série.
35
Formas de Foster

1 s Ci
Z(s)   sL    2
sC0 i 
s  pi2 
Pólo na origem Associações LC paralelo: freq. de
Pólo no infinito
cada par de pólos pi 2 = 1/(LiCi)

L1 Lk
C0 L∞

Z(s)
C1 Ck

36
Formas de Foster

O componentes podem ser obtidos da FA da seguinte forma:

1 s Ci
Z(s)   sL    2
sC0 i s  pi2 
1
 s.Z(s) s 0
C0

Z(s)
L 
s s

1 

s 
2
  2
pi  
Z(s)  2
 
1
pi
Ci  s  L iCi
  s2  pi2 37
Formas de Foster
Exemplo:
Realize a impedância ímpar-par de sexta ordem aqui apresentada.

Z(s) 
 
s s2  5 s2  9 
  
s2  2 s2  8 s2  11 
6 zeros: 1 na origem
• Não existem pólo no infinito (L∞)
2 pares imaginários e nem pólo na origem (C0)
1 no infinito • Três pares de pólos finitos  três
associações LC paralelo.
6 pólos: 3 pares imaginários

Expressão de Z(s):
1 s Ci s Ci
Z(s)   sL    2 Z(s)  
sC0 i 
s  pi2  i 1..3 s 2
 pi2  38
Formas de Foster
Circuito a ser realizado para garantir os três pólos finitos de Z(s):

L1 L2 L3

Z(s)
C1 C2 C3

Z(s)  
s Ci 1 

s 2
  2
pi  
Z(s)  2
 
1
i  s2  pi2  Ci 

s 
 s2  pi2
pi
LiCi
39
Formas de Foster

Z(s) 

s s2  5 s2  9 
 
s2  2 s2  8 s2  11  
2
p1  2 
1 

s 2
2 
Z(s) 
 
Primeiro
C1  s 
par de   s2 2
polos
1 


s 2
2   

s s 2  5 s2  9


C1 

s  2 2

s  2 s  8 s  11  2
2

s  2

1  s
 2
2
 5 s 2
9     C1 
18
F

C1  s  8 s2  11
    s2 2
7

2 1 7
p1   L1  H
L1C1 36 40
Formas de Foster

Z(s) 

s s2  5 s2  9  
 
s2  2 s2  8 s2  11  

Segundo 2
 8
1 

s 2
8 
Z(s) 
 
p2
par de C2  s 
polos   s2 8
2 1 1
C2  6 F p2   L2  H
L 2C 2 48

Terceiro 2
  11 
1 

s 2
 11 

Z(s) 

par de p3
C3  s 
polos   s2  11
9 2 1 4
C3  F  p3   L3  H
4 L 3C3 99
41
Formas de Foster

Z(s) 
 
s s2  5 s2  9 
  
s2  2 s2  8 s2  11 
7/36 H 1/48 H 4/99 H

Z(s)
18/7 F 6F 9/4 F

42
Formas de Foster

2ª Forma de Foster

Baseia-se na expansão da admitância Y(s) em


frações parciais:
1 s Li
Y(s)   sC   2
sL0 i 
s  pi2 
Consiste em identificar na FA os elementos que
sintetizam pólos.
43
Os componentes que realizam cada termo de Y(s) são associados
em paralelo.
Formas de Foster

1 s Li
Y(s)   sC   2
sL0 i s  pi2  
Pólo na origem Associações LC série: freq. de
Pólo no infinito
cada par de pólos pi 2 = 1/(LiCi)

L1 L2 Lk
Y(s) L0 C∞

C1 C2 Ck
44
Formas de Foster

O componentes podem ser obtidos da FA da seguinte forma:

1 s Li
Y(s)   sC   2
sL0 i s   2
pi  
1
 s.Y(s) s 0
L0

Y(s)
C 
s s

1

 s2  pi2  Y(s) 2
 
1
pi
Li s L i Ci 45
s2  pi
2
Formas de Foster
Exemplo:
Realize a admitância par-ímpar de sexta ordem aqui
apresentada (mesma impedância do exercício anterior).

Y(s) 
  
s2  2 s2  8 s2  11 
 
s s2  5 s2  9 
• Existem pólo no infinito
6 zeros: 3 pares imaginários (C∞) e pólo na origem (L0).
• Dois pólos finitos  duas
associações LC série.
6 pólos: 1 na origem
• Expressão para Y(s):
2 pares imaginários
1 s Li
Y(s)   sC   2
1 no infinito sL0 
i  1..2 s  pi
2

46
Formas de Foster

1
 s.Y(s) s 0  s
 
s2  2 s2  8 s2  11    L0 
45
H
L0 
s s2  5 s2  9  s 0
176

C 
Y(s)

 
s2  2 s2  8 s2  11    C  1 F
s s s 2
s 2

5 s 92
 s

47
Formas de Foster

  2 1 1
5 
 s2  5  Y(s)
p1
L1C1 L1 s
s2 5

10 27
L1  H C1  F
27 50

2
 
1
9
1

 s2  9  Y(s)
p2
L 2C2 L2 s
s2 9

18 7
L2  H C2  F
7 162
48
Formas de Foster

Y(s) 
 s 2
 
 2 s2  8 s2  11 
 
s s2  5 s2  9 

10 18
45 H H
Y(s) H 27 7
1F
176
27 7
F F
50 162

49
Formas de Cauer

1ª Forma de Cauer

• Baseia-se no comportamento da função de


acesso (impedância ou admitância) no infinito.
• Consiste em extrair da FA, sequencialmente,
cada elemento que sintetiza um pólo no infinito.
• FA de rede LC: ou a impedância ou a admitância
possuirá um um pólo no infinito.

50
Realização de funções de acesso

1ª Forma de Cauer

Se a FA é uma impedância Z(s) e tem pólo no


infinito, é extraída uma indutância em série: L∞.
Determinação de L1 = L∞:
L1 = L ∞
Z(s)
L1 
s s
Z(s) Z1(s)
Impedância remanescente Z1(s):

Z(s) = sL1 + Z1(s)


Z1(s) = Z(s) – sL1

51
Realização de funções de acesso

1ª Forma de Cauer

Se a FA é uma admitância Y(s) e tem pólo no infinito,


é extraída uma capacitância em paralelo: C∞.
Determinação de C1 = C∞:

Y(s)
C1 
s s 
Y(s) C1 = C∞ Y1(s)
Impedância remanescente Y1(s):

Y(s) = sC1 + Y1(s)


Y1(s) = Y(s) – sC1

52
Realização de funções de acesso

Após a extração do elemento que realiza um pólo no


infinito:
• A FA remanescente passa a ter um zero no infinito.

• A inversa da FA remanescente,1/Z1(s) ou 1/Y1(s),


tem um pólo no infinito.

• O próximo elemento é extraído da inversa da FA


remanescente.

53
Realização de funções de acesso

Z(s) tem pólo no


infinito
Z ( s)
L1 
L1 = L∞ s s 
Z1(s) tem
Z(s) zero no
Z1(s) Z1(s) = Z(s) – sL1
infinito

Y1(s) tem 1
Y1(s) 
pólo no Z1(s)
L1 = L ∞ infinito
C2 Y2(s) tem Y1(s)
Z(s) Y1(s) Y2(s) C2 
zero no s s 
infinito
Y2(s) = Y1(s) – sC2
54
Y2(s) tem zero no infinito Z2(s) tem pólo no infinito

L1 = L ∞ L3

C2
Y1(s) Z3(s)
Z(s) Z2(s)

1 Z 2 ( s)
Z2  L3  Z3(s) = Z2(s) – sL3
Y2 s s 
O procedimento deve se repetir, alternando-se indutor em série com
capacitor em paralelo, extraídos respectivamente de uma impedância
com pólo no infinito e de uma admitância com pólo no infinito, até que
55
não haja mais elementos para serem extraídos.
Possíveis aspectos da 1a forma de Cauer
Z(s) tem pólo no infinito
L1 L3
Z(s) tem ordem ...
par: rede
começa com
um indutor e C2 C4 Cn
termina com
um capacitor.

L1 L3
Z(s) tem ordem ...
ímpar: rede
começa com
um indutor e C2 C4 Ln
termina com
outro indutor.
56
Possíveis aspectos da 1a forma de Cauer

Y(s) tem pólo no infinito


L2 L4

Y(s) tem ...


ordem ímpar:
rede começa C1
com um C3 C5 Cn
capacitor e
termina com
um capacitor.
L2 L4

Y(s) tem ...


ordem par:
rede começa
C1 C3 C5 Ln
com um
capacitor e
termina com
um indutor. 57
Realização de funções de acesso
Exemplo:
Realize a admitância par-ímpar de sexta ordem aqui
apresentada utilizando a primeira forma de Cauer.

Y(s) 
 s 2
 
 2 s2  8 s2  11 
 
s s2  5 s2  9 
Y(s) tem pólo no infinito e ordem é par (6): a rede
começa com um capacitor e termina com um
indutor.
L2 L4

C1 C3 C5 L6

58
L2 L4

C1 C3 C5 L6

Y(s) s6  21s4  126 s2  176


C1   6 4 2
 1F
s s s  14 s  45 s s

s6  21s 4  126 s 2  176 7 s4  81s 2  176


Y1(s)  Y(s)  sC1  5 3
s
s  14 s  45 s s 5  14 s3  45 s

5 3
tem zero
1 s  14 s  45 s tem pólo no infinito
Z1(s)   4
Y1(s) 7 s  81s2  176 no infinito
59
L2 L4

C1 C3 C5 L6

Z1(s) s 5  14 s3  45 s 1
L2   5 3
 H
s s  7s  81s  176 s 7
s 

s 5  14 s3  45 s
s 17 s3  139 s
Z 2 (s)  Z1(s)  sL 2  4  
7s  81s  176 7 49s4  567 s3  1232 s
2

1 49 s4  567 s2  1232 tem pólo no infinito


Y2 (s)  
Z 2 (s) 17 s3  139 s
60
L2 L4

C1 C3 C5 L6

Y2 (s) 49 s 4  567 s 2  1232 49


C3   4 2
 F
s s  17s  139 s 17
s 

49s 4  567 s2  1232 49s 2828 s 2  20944


Y3 (s)  Y2 (s)  sC3   
17s3  139 s 17 289s3  2363 s

1 289 s3  2363 s
Z 3 (s)   tem pólo no infinito
y 3 (s) 2828 s2  20944
61
L2 L4

C1 C3 C5 L6

Z 3 ( s) 289 s3  2363 s 289


L4   3
 H
s s  2828 s  20944 s 2828
s 

289 s3  2363 s 289s 629748 s


Z 4 (s)  Z 3 (s)  sL 4   
2828 s 2  20944 2828 7997584 s2  59229632

1 7997584 s2  59229632
Y4 (s)   tem pólo no infinito
Z 4 (s) 629748 s
62
L2 L4

C1 C3 C5 L6

Y4 (s) 7997584 s2  59229632 7997584


C5   2
 F
s s  629748 s 629748
s 

7997584 s 2  59229632 7997584 s 59229632


Y5 (s)  Y4 (s)  sC 5   
629748 s 629748 629748 s

1 629748 s
Z 5 (s)   tem pólo no infinito
Y5 (s) 59229632
63
L2 L4

C1 C3 C5 L6

Z 5 (s) 629748 s 629748


L6    H
s s 59229632s s 59229632

Verificação do 629748 s 629748


término do processo
Z 6 (s)  Z 5 (s)  sL6  s 0
59229632 59229632

Observação: após a extração de C3, a rede toma a 1ª forma de


Foster e a impedância Z3 poderia, alternativamente, ser
sintetizada diretamente por esta técnica.
64
Realização de funções de acesso

2ª Forma de Cauer

• Baseia-se no comportamento da função de


acesso (impedância ou admitância) na origem.
• Consiste em extrair da FA cada elemento que
sintetiza um pólo na origem.
• FA de rede LC: ou a impedância ou a
admitância possui um um pólo na origem.

65
Realização de funções de acesso

2ª Forma de Cauer

Se a FA é uma impedância Z(s) e tem pólo na


origem, é extraída uma capacitância em série: C0.

C1 = C0
1
 sZ(s) s 0
C1
Z(s) Z1(s)
1
Z1(s)  Z(s) 
sC1

66
Realização de funções de acesso

2ª Forma de Cauer

Se a FA é uma admitância Y(s) e tem pólo na


origem, é extraída uma indutância em paralelo: L0.

1
 sY(s) s 0
L1
L1 = L 0
Y(s) Y1(s) 1
Y1(s)  Y(s) 
sL1

67
Realização de funções de acesso

Após a extração do elemento que realiza um pólo


na origem:
• A FA remanescente terá um zero na origem.

• A inversa da FA remanescente tem um pólo na


origem.

• O próximo elemento é extraído da inversa da


FA remanescente.

68
Z(s) tem pólo a
origem
1
 sZ(s) s 0
C1 = C0 Z1(s) tem C1
zero na
Z1(s) 1
Z(s) origem Z1(s)  Z(s) 
sC1

1
Y1(s) tem Y1(s) 
pólo na Z1(s)
C1 = C0
origem 1
 sY1(s) s 0
Y2(s) tem L2
Z(s) Y1(s) L2 Y2(s) zero na
origem 1
Y2 (s)  Y1(s) 
sL 2
69
Y2(s) tem zero na origem Z2(s) tem pólo na origem

C1 = C0
C3

L2
Y1(s) Z2(s) Z3(s)
Z(s)

1 1 1
Z 2 (s)   sZ 2 (s) s 0 Z 3 ( s)  Z 2 ( s ) 
Y2 (s) C3 sC3

E assim por diante até se extrair o último elemento!


70
Possíveis aspectos da 2a forma de Cauer

Z(s) tem pólo na origem

C1 C3
... Z(s) tem ordem
par: rede
começa com
L2 L4 Ln um capacitor
e termina com
um indutor

C1 C3
... Z(s) tem ordem
ímpar: rede
começa com
um capacitor
L2 L4 Cn e termina com
outro
capacitor
71
Possíveis aspectos da 2a forma de Cauer

Y(s) tem pólo na origem

C2 C4
... Y(s) tem
ordem ímpar:
a rede
L1 L3 L5 Ln começa com
um indutor e
termina com
outro indutor
C2 C4
... Y(s) tem
ordem par:
rede começa
L1 L3 L5 Cn com um
indutor e
termina com
um capacitor72
Realização de funções de acesso
Exemplo:
Realize a admitância par-ímpar de sexta ordem aqui
apresentada utilizando a segunda forma de Cauer.

Y(s) 
 s 2
 
 2 s2  8 s2  11 
 
s s2  5 s2  9 
Y(s) tem pólo na origem e n par: rede começa com um
indutor e termina com um capacitor.

C2 C4

L1 L3 L5 C6
73
C2 C4

L1 L3 L5 C6

1 s6  21s 4  126 s 2  176 176 45


 sY(s) s 0   L1  H
L1 s4  14 s 2  45 s 0
45 176

1 s6  21s4  126 s2  176 176 45 s 5  769 s3  3206 s


Y1(s)  Y(s)   5 3
 
sL1 s  14 s  45 s 45 s 45 s4  630 s 2  2025

1 45 s4  630 s2  2025 tem pólo tem zero


Z1(s)  
Y1(s) 45 s5  769 s3  3206 s na origem no origem
74
C2 C4

L1 L3 L5 C6

1 45s 4  630 s 2  2025 2025 3206


 sZ1(s) s 0   C2  F
C2 4 2 2025
45s  769 s  3206 s 0 3206

1 45 s 4  630 s2  2025 2025


Z 2 (s)  Z1(s)   
sC 2 45 s5  769 s3  3206 s 3206 s
53145 s3  462555 s
Z 2 s 
144270 s4  2465414 s 2  10278436

144270 s4  2465414 s 2  10278436


Y2 s  3
tem pólo na origem
53145 s  462555 s 75
C2 C4

L1 L3 L5 C6

1 144270 s 4  2465414 s 2  10278436 10278436


 sY2 (s) s 0  
L3 53145 s 2  462555 s 0
462555
462555
L3  H
10278436
1 144270 s 4  2465414 s 2  10278436 10278436
Y3 s  Y2 s   3

sL 3 53145 s  462555 s 462555 s

66732809850 s3  594142091550 s
Y3 s 
24582485475 s 2  213957128025

Z 3 s  1 Y3 s  tem pólo na origem 76


C2 C4

L1 L3 L5 C6

1 24582485475 s 2  213957128025 213957128025


 sZ 3 (s) s 0  2

C4 66732809850 s  594142091550 s 0 594142091550
594142091550
C4  F
213957128025
1 24582485475 s 2  213957128025 213957128025
Z 4 ( s)  Z 3 ( s)   3

sC 4 66732809850 s  594142091550 s 594142091550 s
327528995069564190000 s
Z 4 s 
396488140777272157267500 s2  353004824951408581402500

Y4 s  1 Z 4 s tem pólo na origem 77


C2 C4

L1 L3 L5 C6

1 353004824951408581402500
 sY4 (s) s 0 
L5 327528995069564190000

327528995069564190000
L5  H
353004824951408581402500

1 396488140777272157267500 s
Y5 s  Y4 s   
sL 5 327528995069564190000

1
Z5  s  tem pólo na origem
Y4  s  78
C2 C4

L1 L3 L5 C6

327528995069564190000
Z5  s 
396488140777272157267500 s
1 327528995069564190000
 sZ 5 (s) s 0 
C6 396488140777272157267500
396488140777272157267500
C6  F
327528995069564190000
Observação: após a extração de L3, a rede toma a 1ª forma
de Foster e a impedância Z3 poderia, alternativamente, ser
sintetizada diretamente por esta técnica. 79
Referências e leituras recomendadas

Seções 2.1 a 2.3 e 6.2, Daryanani, Gobind,


“Principles of Active Network Synthesis and
Design,” John Wiley & Sons, New York.

Capítulo 4, Noceti-Filho, Sidnei, “Filtros Seletores


de Sinais,” Editora da UFSC, Florianópolis, 2003.

Van Valkenburg, “Analog Filter Design,” Oxford,


New York.

80

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