Respondendo à pergunta do objetivo: qual a principal orientação para a formação de um grupo mediúnico? Afirmamos: O estudo! Pois, em nossa opinião, é a partir do estudo em grupo, bem orientado, que tudo se desenvolve, quando a intenção é a constituição de um grupo de trabalho mediúnico sério e o mais proveitoso e produtivo possível, portanto, em primeiro lugar, o principal é o estudo. A comparação das sugestões do grupo com as dificuldades por ele apresentadas poderá nos dar uma boa ideia da assertividade da resposta oferecida acima. Façamos uma breve análise das dificuldades, pois são elas que precisamos solucionar para que possamos realizar um bom trabalho. O estabelecimento de critérios para admissão no grupo requer a sintonia, afinidade que o candidato possua com o grupo; com o que o novato poderá contribuir com o grupo, entre outros aspectos. Para a criação de um grupo essa condição é dificílima de ser realizada nos primeiros momentos, dias, semanas, meses... pois a equipe não está formada existirá, apenas um grupo de pessoas que se candidatam a integrar-se a um grupo mediúnico. Sendo assim, que critério e quem poderia ser estabelecê-lo? Em grupo familiar ou de amigos, o critério ficaria a cargo daquele que se predispõe a formar o grupo e com este discutir o assunto. Em uma instituição espírita estaria sob a responsabilidade dos seus dirigentes e responsáveis pelo trabalho. Levando em consideração as dificuldades apresentadas, por aqueles que desejam participar de um grupo mediúnico, observamos que a falta de preparo para ingressar no grupo aparece em segundo lugar. Por isso pensamos que para a primeira formação de um grupo ideal é que os candidatos devem se preparar para o trabalho. Ora, exatamente isso. Os candidatos devem se preparar para integrar-se ao grupo. Concordando com esse ponto de vista, surge a questão: Como preparar os candidatos? Essa é a próxima questão que precisamos responder, antes das questões antecedentes, pois que essa resposta faria parte dos critérios. Encontramos a resposta na terceira dificuldade relacionada, que é a falta de estudo dos médiuns, dos dialogadores e dos dirigentes. Parece-nos claro que o estudo é básico para os componentes, sendo assim será preciso a elaboração de um plano de estudo que possa proporcionar o aprendizado fundamental da Doutrina Espírita e as qualidades principais que os participantes devem possuir ou desenvolver para tornar o grupo harmônico, o mais homogêneo possível, com conhecimentos sobre as questões que envolvem o grupo, com visões e objetivos alinhados, recíprocos sentimentos fraternos entre outros tão importantes quanto esses para a harmonia do conjunto e desenvolvimento do trabalho sério. Pensamos que a questão do estudo anterior ao início dos trabalhos deve proporcionar certa segurança aos médiuns, dialogadores e dirigentes para distinguirem o caráter dos Espíritos que com eles se relacionarem dentro e fora da reunião mediúnica. Entretanto, o grupo para lidar com os Espíritos necessita de experiência, esta obtida pelo estudo profundo e observação das manifestações. O que nos remete a outra questão, também apresentada entre as dificuldades de um grupo, que é a avaliação dos trabalhos. Isso significa que, além do estudo, serão necessárias várias reuniões práticas para aquisição da experiência. Sendo assim, quem com experiência suficiente para dirigir os trabalhos do grupo? Essa questão, quando da formação do grupo, somente surgirá com o progresso dos estudos e das reuniões práticas conduzidas por pessoa que auxiliará o grupo a criar sua identidade e seu objetivo. Daí a importância da avaliação dos trabalhos e dos componentes da reunião para que cada um encontre sua posição dentro do grupo e possa oferecer o máximo de si para fortalecimento do trabalho. Não se pedirá a um leigo ou estudante iniciante que faça a avaliação de trabalhos complexos que necessitam estudo, experiência e tato para lidar com o assunto. Por isso, todo grupo iniciante deve ser orientado por pessoa responsável, segura e conhecedora das nuanças do trabalho, entre outras características. Essa pessoa deve ser alguém de confiança da casa espírita dos participantes. Vale lembrar que essa confiança é conquistada e não outorgada. Chegamos à última dificuldade que é a vaidade do dirigente, que substituiremos, sem receio de falhar, por afinidade, simpatia, respeito e confiança dos componentes da reunião com o dirigente. Sem essas boas relações com o dirigente dificilmente o candidato ou o dirigente se manterá no grupo para realizar um trabalho sério e proveitoso. Essas condições somente serão conquistadas com o convívio em grupo e com o tempo. E isso somente acontecerá se o grupo estiver estudando e trabalhando juntos, dedicando-se ao aperfeiçoamento individual e coletivo. O que o preparo simultâneo do grupo promoverá, independentemente do nível de conhecimento individual, de idade e outras diferenças. As diferenças servirão para o exercício da compreensão, da humildade, da tolerância, do prazer de servir e outras virtudes que devemos desenvolver. A seguir relaciono algumas falas de Hermínio Correia de Miranda, que penso corroborar, endossar o que foi dito. “O importante é que, ao iniciarmos o trato com os Espíritos desencarnados, voluntária ou involuntariamente, estejamos com um mínimo de preparação, apoiada num mínimo de informação.” “Aquele que se atira à fenomenologia mediúnica sem estes petrechos indispensáveis, ou aquele que é arrastado a ela pela mediunidade indisciplinada ou desgovernada, estará se expondo a riscos imprevisíveis para o seu equilíbrio emocional e orgânico. A prática mediúnica não deve ser improvisada, pois não perdoa despreparo e ignorância”. (...) “nos afinamos com maior facilidade com aqueles que também se acham perturbados por desequilíbrios de maior ou menor gravidade.” “Nunca é demais enfatizar que a organização de um grupo de trabalho mediúnico começa muito antes de dar-se início às suas tarefas propriamente ditas, com o estudo sistemático das obras básicas, e das complementares, da Doutrina Espírita” (...) “Muita ênfase precisa ser posta no estudo dos escritos que cuidam do complexo problema da mediunidade, suporte indispensável de toda a tarefa programada. Assim, é preciso insistir: a formação ou nascimento de um grupo é muito importante, e deve ser cercado dos mesmos cuidados que precedem à formação e ao nascimento de uma criança, ou seja, a educação dos pais.” “E, acima de tudo: estão prontos e dispostos a se doarem integralmente, sem reservas, ao amor ilimitado, sem condições e sem imposições?” “Se estamos com essas disposições, podemos começar. E começar pelo planejamento, e não pela execução atabalhoada e sem preparo.” “De fato, há alguns problemas ligados à frequência de trabalhos mediúnicos. O primeiro deles — e dos mais sérios — é o da própria mediunidade, essa estranha faculdade humana sobre a qual ainda há muito o que estudar. Outra dificuldade ponderável é a organização de um bom grupo que se incumba, com regularidade e seriedade, das tarefas a que se propõe.” “A análise das questões mais complexas quase sempre começa pelas definições acacianas e de vez em quando é bom a gente recorrer a velhos conceitos para iluminar obstáculos novos.” “Se é incompleto o conhecimento sem a prática mediúnica, também o é o exercício desta sem o estudo daquilo que já se sabe sobre o fenômeno.” “Há riscos, sim.” O grupo deve ser “composto de pessoas que se harmonizem perfeitamente e que estejam interessadas num trabalho sério e contínuo.” (...) “demonstrada a seriedade de propósitos, os trabalhos irão surgindo sob a orientação de Espíritos esclarecidos.” Podemos dizer que, embora possa haver exceções, todos queremos progredir, obter alguma algo para ficarmos melhores, mais confortáveis, mais felizes... De uma forma geral, também com exceções, com pouco ou nenhum esforço. No caso do trabalho sério com a mediunidade, sem esforço, sem vontade firme e perseverante consegue-se pouco ou quase nada, mas podemos adquirir muitas dificuldades intelectuais e morais. Por isso a avalição das atividades que desenvolvemos, seja em que campo for, de maneira o mais imparcial possível, criteriosa, à luz da Doutrina Espírita é fundamental. Importante aprender a trabalhar alguns pontos que facilitam o aproveitamento de nossas atividades. Eis alguns: Esforçar-se em trabalhar em cima de fatos. Para isso, aprender a identificar o que é fato, o que é imaginação, o que é dedução, o que é opinião, o que está ligado as impressões, sentimentos individuais e coletivos e as diversas influências dos Espíritos encarnados e desencarnados, além do que provém do caráter de cada pessoa. Isto requer observação e estudos perseverantes da Doutrina Espírita. O texto de Hermínio Correia de Miranda oferece a possibilidade do levantamento de variadas questões, mas que devo formular de acordo com a discussão do assunto com o grupo e as falas dos interessados.
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