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Índice

N.° Cap.* item* NOME Pág.


II 10 Glossário Espírita-Cristão 11
2 1 10 Conselhos Simples ..... 14
8 II 6 Sugestões Renovadoras ... 16
4 II 5 Sem Demora ............. 18
5 II 6 A Quem Você Escuta? 20
6 II 7 Um e Outro ............... 22
7 UI 17 Mesmo Depois ............ 26
8 IV 22 Vizinho e Próximo ............ 27
9 V 4 Nótulas Oportunas ..... 29
10 V 6 Ponderações ............... 81
11 V 18 Impulsos .................. 88
12 V 16 Logicamente ............... 36
13 V 18 Sugestões Práticas .... 87
14 VI 8 Linhas de Segurança .. 39
15 VII 11 Notas Conclusivas ......... 41
16 VII 11 Com Efeito .................. 43
17 VIIJ 10 Discípulo do Cristo .... 46
18 IX 6 Gentilezas Salvadoras 48
19 IX 7 Conduta Verdadeira ... 60
20 IX 10 Decálogo da Vontade . 62
21 X 8 Com a Vida ................... 64
22 X 8 Com Nobre Esforço .......... 66
2S X 15 Gomo Respondeu 1 ....... 58
24 XI 8 Mais e Mais ................. 60
25 XI 11 Cultive a Prudência .......... 82
26 XI 12 O Sublime Alguém ............. 64
27 XI 12 Ofensas .......................... 67
28 XII 8 Pensamento e Sintonia . 70
29 XII 8 Advertências Fraternas ....... 73
30 XIII 4 Necessário e Supérfluo 76
81 XIII 11 Beneficência ............. 78
32 XIII 17 Observe Para Atender 80
33 XV 6 Linhas de Evolução ..... 82
84 XVI 7 Vá Além ....................... 84
85 XVI 8 No Trato com os Outros 86
36 XVI 9 Você e Ele .................... 88
87 XVI 13 Patrimônio e Posse ....... 90
88 XVn 3 Siga Você ....................... 92
39 XVII 4 Registros ..................... 95
40 XVII 8 Desfavoravelmente ... 97
41 XVII 10 Verifique ......................... .. • 99
42 XVIII 2 Chamamentos .............. 101
k 43 XVIII 9 Lembranças Fraternas 103
A 44 XVIII 16 Perturbadores ............ 105
■ 45 XIX 2 ....................... Hoje em Dia 108
■ 46 XIX 3 ....... Conserve o Equilíbrio 110
y 47 XIX 11 Sugestões Cordiais ..... 112
48 XX 5 No Serviço do Esclarecimento .. 114
49 XXI 7 Características Invioláveis 117
50 XXIII 14 Sugestões de Amigo .. 120
51 XXIV 12 Decididamente ............ 123
52 XXIV 16 Com Você Mesmo ....... 125
58 XXV 7 Através do Tempo ..... 127
54 XXV 11 Cooperação .......................... 129
55 XXVn 6 Em Nome do Pai .................. 131
56 XXVn 6 Segurança .................... 133
57 XXVn 8 Equilíbrio ...................... 135
58 XXVn 21 Causas e Efeitos.......... 137
59 XXVni 8 Observe e Lucre ................ 139
60 XXVm 11 Amigos Espirituais ..... 141
[•) Capital os e Itens de “O Evangelho Segundo 0 Espiritismo".

EXPLICAÇÃO
Prefaciando “ O Evangelho Segundo o Espiritis- mo", o Espirito de Verdade
conclama com ênfase:
"Nós vos convidamos, a vós homens, para o divino concerto. Tomai da Ura, fazei
uníssonas vossas vozes e que, num hino sagrado, elas se estendam e repercutam de
um extremo a outro do Universo.
“Homens, irmãos a quem amamos, aqui estamos junto de vós. Amai-vos também
uns aos outros e dizei do fundo do coração, fazendo as vontades do Pai, que está no
Céu: Senhor! Senhor!... e podereis entrar no reino dos Céus". (*)
Nessa afirmação da necessidade do amor, repete a sublime sentença da Boa
Nova por Jesus enunciada: “Amai-vos uns aos outros"...
O mundo, todavia, continua sem amor.
O homem prossegue sedento de amor.
O amor, no mundo, pede ao homem roteiro.
O amor, no homem, segue sem roteiro no mundo. No entanto, há dois mu anos, o
Evangelho é roteiro ...
Allan fCardcc, o Emissário da Codificação Espirita, estudando os ensinos
cristãos, no Capitulo l de ”0 Evangelho Segundo o Espiritismo”, é imperioso:
” Jesus não veio destruir a lei, isto i, a lei de Deus; veio cumpriria, isto é,
desenvolvê-la, dar-lhe o verdadeiro sentido e adaptá-la ao grau de adiantamento
dos homens” (1), reafirmando a necessidade imperiosa de roteiro iluminativo com
abastecimento de amor para os Espíritos em luta.
As leis, na Terra, ainda hoje não traduzem os nobres anseios de harmonia e paz
em prol de um mundo melhor.
Jesus não as desconsiderou, e o Espiritismo, respeitando-as, por considerarias
indispensáveis, revive a LEI DE AMOR do Cordeiro de Deus, conclamando o homem
para a sua real cristianização. ★
0 modesto trabalho mediúnico que apresenta- mos não pretende acrescentar
qualquer valiosa contribuição à obra kardequiana, ao estudar "O Evangelho
Segundo o Espiritismo
Representa o tíbio esforço de um companheiro desencarnado, que extraiu
dessa obra consoladora alguns ensinamentos nobres para tema de cada capítulo,

1 (•) A» frasea por asteriscos, bem como as que foram colocadas em epígrafe para os ligeiros
comentários apresentados, foram extraídas de “O Evangelho Segundo o Espiritismo", 61.a edição
da F.E.B. — Nota do Autor espiritual.
tecendo leves comentários-meditação, agora enfeixados em volume e oferecidos à
paciência do leitor

8
interessado nos problemas do Espírito, ainda ergas- tulado no domicílio celular.
Algumas das páginas aqui compiladas, a seu tumó, foram divulgadas na imprensa
espírita como na leiga, e se apresentam por nós reformuladas e reajustadas para
melhor continuidade no conjunto, sem que, contudo, perdessem suas
características essenciais.
Não pretendemos traçar roteiros novos.
Nem pensamos apresentar um guia de fácil manuseio.
Compreenderão o nosso labor os que se esforçam por ser úteis na gleba
espírita da atualidade, nestes dias convulsionados que envolvem o planeta.
A esses Espíritos lutadores e a quantos encontram em “0 Evangelho Segundo o
Espiritismo” as mãos generosas do Consolador a enxugarem lágrimas e suores,
colocando bálsamo eunguento nas feridas dos Espíritos, bem como roteiro seguro
para seus passos, dedicamos o presente livro. Aos críticos mais severos
solicitamos indulgência; e para todos nós rogamos a Jesus nos dispense Sua paz e
alegria, como fruto de uma consciência reta que se apoia no dever cumprido,
embora a condição de “servo imperfeito” que reconhecemos ser.
MARCO PRISCO
(Página recebida pelo médium Divaldo P. Franco, na sessão da noite de 16-5-1964, em Salvador,
Bahia).
"A cada um a sua missão, a cada um o seu trabalho."
Capítulo— item 10.

GLOSSÁRIO
ESPÍRITA-CRISTÃO
Escolha um texto evangélico e nele medite ao despertar, cada manhã.
A palavra de Jesus-Cristo é segurança para todas as circunstâncias.

Evite a contrariedade, considerando que o mal não merece seu sofrimento.
Quem não aprende a dominar a própria ira é tirano de Bua paz.

Valorize seu tempo e respeite o alheio.
Malbaratar as próprias horas é desconsideração à vida, tanto quanto impedir
que os outros cumpram seus deveres representa desequilíbrio pessoal a serviço da
inutilidade.
*
Considere as pequenas oportunidades de servir.
O Universo é constituído de mínimas partículas aparentemente insignificantes.

Atenda aos impositivos da gentileza.
A sinfonia imponente nlo prescinde das sete notas musicais.

Procure desculpar sempre.
A desculpa que se doa é como “água emprestada”, que mais tarde será
devolvida.

Cultive o sorriso discreto.
Se a gargalhada identifica o tolo, a carantonha caracteriza o atormentado.

Erradique de seus hábitos a improvisação.
A Lei Divina obedece a planificação sublime, desde o infinitamente pequeno ao
turbilhio galático.

Consolide os liames familiares no reduto doméstico.
A família universal começa em casa. Quem ama aquele a quem não conhece, em
detrimento dos próprios familiares, não está realmente preparado para a
verdadeira fraternidade.

Cumpra os deveres que lhe cabem, alegremente.
Ninguém serve bem se não o faz com serenidade e satisfação.

Persevere nos bons propósitos, mesmo quando o bem esteja aparentemente
fora de cogitação.
Somente os corações que se demoram fieis à causa do Cristo, quando tudo
conspira contra a Verdade, são dignos de socorro, quando todos conspiram contra
eles.

Encerre seu dia na luz da oração.
Examine a consciência ao deitar, fazendo melhores propósitos para o dia
seguinte, e entregue-se a Jesus antes do repouso, orando. A prece é luz de todas
as horas: não apague a claridade em seu íntimo.
“A revolução que te apresta 6 antes moral, do çue material."
Capitulo— ltcm 10.

CONSELHOS SIMPLES
Utilize as horas com moderação, realizando cada tarefa por sua vez, sem
interrupção.
Trabalho continuado — rendimento vultoso.

Modifique, sem mais tardança, o conceito negativo a respeito de quem você
conheceu num momento infeliz.
A opinião má que se renova contribui para a sementeira da fraternidade.

Antes que os labores diurnos o surpreendam, realize no leito a comunhão com o
Senhor, através da meditação.
O homem mantém a comunicação com o Pai Celeste pelos invisíveis fios do
pensamento.

Resguarde-se da enfermidade, cultivando a higiene mental
Mente asseada — corpo equilibrado.
Recolha, em cada dificuldade, a mensagem oculta de advertência para a vida.
Obstáculo vencido — aprendizagem inesquecível.
*
Acomode-se ao temperamento alheio, vencendo as imposições do instinto,
quando a serviço do auxílio.
Quem relaciona dificuldades n&o dispõe de tempo para ajudar.

Receba o intrujão com delicadeza, expondo-lhe a verdade sem arrogância
deliberada.
Todo usurpador se transforma em algoz de si mesmo.

Precavenha-se da agressão do ódio, pelo exercício do amor.
A constância no bem imuniza o homem contra o contágio das misérias morais.

Aceite o sofrimento como fenômeno natural da experiência evolutiva.
A enfibratura moral consolida-se no fragor das batalhas diárias.
Repare a terra submissa e boa, sulcada pelo arado para a dádiva do pâo.
Aprenda com ela a lição da humildade e deixe que o Agricultor Compassivo
transforme sua vida num seminário de amor para o bem de todos.
15
“Ora, o desejo do bem-estar força o homem a tudo melhorar, impelido que é pelo
instinto do progresso e da conservação, que está nas leis da Natureza. ”
Capitulo II — item 6.

SUGESTÕES RENOVADORAS
Atravesse, valoroso, o pantanal que lhe dificulta o avanço.
Depois dele, a terra firme o aguarda.

Contorne, resoluto, a montanha de problemas que se ergue à frente.
Após ela, a planície exuberante surgirá, gloriosa.

Vença, intimorato, a sementeira de espinhos e recolha, nas dores que advirão
da experiência, as lições de respeito à estrada.
Posteriormente, você voltará ali.

Rompa, confiante, a treva da via que inesperadamente se cobre de sombras.
Além dela, o sol brilha convidativo.
Arrebente, sem receio, as algemas do "eu” agastado.
Quem ontem o ofendeu, possivelmente hoje tem novo conceito a seu respeito.

Liberte-se, convicto, da lembrança da intriga, como quem deseja livrar-se de
enfermidade pertinaz.
A calúnia, que chega pela boca da maledicência, é infecção perigosa, que
compromete a alma.

Manipule, seguro, seus sentimentos, como químico interessado na conquista da
vida.
Virtudes isoladas são como esparsas gotas d’água que não matam a sede do solo.

Utilize, fervoroso, a crença como abençoado gerador de força.
No Reino das Sombras, muitos crentes inoperantes se demoram recordando a
teoria morta pela falta de obras.

Acenda, vitorioso, a luz de seu entendimento em todo lugar.
A roseira, que prende raizes na lama e cobre-se de espinhos, também se
arrebenta em perfumes, balsamizando o ar.
•k
Da jornada do Mestre sobre a Terra, o símbolo do Crucificado é o mais
lembrado...
Raros cristãos, no entanto, recordam que Ele ê igualmente o Bom Pastor.
"Para quem se coloca, pelo pensamento, na vida espiritual, queindefinida, a vida
corpóreo, se torna simples passagem, breve estada num pais ingrato."
Capitulo II — Itum 6.

SEM DEMORA
Enquanto há claridade, siga seu caminho.
Tempo nevoento — visibilidade difícil.

Avance, resoluto, para o grande porto.
Ancoradouro à vista — viagem abençoada.

Procure o labor humilde na senda por ondesegue.
Luz na estrada — oportunidade de realização.

Aplique as palavras, respeitando-lhes a significação.
Mão diga ‘‘jamais" — o amanhã é imprevisível
Durante as refregas da luta, fite o mapa e siga o rumo traçado com
desassombro.
Medo — adversário traiçoeiro.

Tenha cuidado com a observação.
Ácido sulfúrico e água potável têm semelhança aparentemente — constituição
e efeito diferentes. ★
Realize o trabalho com simplicidade e em silêncio.
“Muita trovoada — pouca chuva.”

Desenvolva a atividade do Cristo no programa mais singelo.
Confiar e olhar para trás — distância do objetivo.

Demore-se longe de pessoas mornas e águas paradas.
Águas quietas e corações mornos — abismos profundos e resoluções
inesperadas.

Escute o clarim evangélico, integrando-se no
bem.
Chamado superior — atendimento rápido.
"Aquele que se identifica com a vida futura assemelha-se ao rico que per• de sem
emoção uma pequena soma" Capítulo II — item 0.

A QUEM VOCÊ ESCUTA?


Prescreve o mundo: “Ame a quem o ame.”
Ensina o Evangelho: “Ame a todos como a você mesmo.”

Orienta a sociedade: “Ajude a quem o possa ajudar.”
Propõe a Boa Nova: “Faça aos outros tudo quanto você desejaria que eles lhe
fizessem.”

Prega o comodismo: “Primeiro eu; depois, talvez, o próximo.”
Assevera Jesus: “Faça o bem e viverá.”

Diz o utilitarista: “Caridade é crime. Ao governo compete a solução do
problema da miséria.”
Afirma o bom-senso: “Ninguém erige felicidade pessoal junto à miséria alheia.
Servir é a honra que cada um deve diaputar.”

Clama a impiedade: "Puna-ae o infrator em nome da Justiça.”
Acode a misericórdia: "Ajude-se o marginal em nome da Lei de Justiça Social.”
*
Fala a impetuosidade: "Nunca mais você tornará À afeição que agora destrói.”
Informa o equilíbrio: "O amanhã não tem fim...”

Expõe o cinismo: "Viver é gozar.”
Explica a razão: "Quem goza não vive. Gozar na carne, é materializar a paixão,
vitalizando-a. O gozador é louco.”
Prometem as religiões: "Arrependa-se do mal e você entrará no Paraíso.”
Elucida o Espiritismo: "Faça o bem, porque o mal que você praticar só a você
mesmo prejudicará. Arrependimento que não repara é perseguidor que não
concede trégua. Jesus é o Senhor da ação edificante. Siga-0 e você terá o Reino.”
"0 Espiritismo dilata o pensamento c lhe rasga horizontes novos. Em vei dessa
visão, acanhada e mesquinha, que o concentra na vida atual, que faz do instante em
que vivemos na Terra único e frágil eixo do porvir eterno, ele, o Espiritismo,
mostra que essa vida não passa de um elo no harmonioso e magnifico conjunto da
obra do Criador."
Capitulo II — fiem 7.

UM E OUTRO
Nas realizações a que você doa o melhor de seus melhores labores, não se
escravize ao homem que as dirige, mas entregue-se à obra em si mesma.
O homem passa — a obra fica.

Nas operações socorristas em nome da fraternidade, não se empolgue somente
com o servidor, mas entusiasme-se com o serviço.
O servidor é aprendiz — o serviço é mestre.

Nas tarefas cristãs do Espiritismo em que você empenha, não se detenha nas
casas de trabalho, mas ofereça-se à causa que as inspira.
A casa perece — a causa permanece.
Nos serviços da Seara Espírita, ajude a mediu- nidade, mas incorpore-se à
Doutrina.
A mediunidade é meio — a Doutrina 6 fim.
*
Nas lutas de responsabilidade que você assume no Cristianismo novo, não
abandone o dever por causa do espírita, mas prossiga pelo compromisso com o
Espiritismo.
O espírita é alma em resgate — o Espiritismo é via de redenção.
Na órbita das ações realizadoras, não se entregue às mãos dos médiuns, mas
estude a mediunidade incessantemente.
O médium é candidato — a mediunidade é porta de serviço.

Na trilha por onde você segue, ouça a mensagem que o Espírito transmite, mas
busque o espírita que a pode identificar através da valiosa herança de Allan
Kardec.
O Espírito expõe — o espírita examina, identifica e age.
Nos compromissos com a fé espiritista, não se abata com as fraquezas do
pregador, mas identifique-se com a força do Mestre Jesus.
O pregador é temporário — Jesus é permanente.

N&o basta fazer ou deixar de fazer algo na tarefa espirita. Ê essencial
verificar o que faz, como faz e para quem faz.
Um e outro identificam-no.
Um é breve — outro é eterno.
N&o é responsável o Espiritismo pelos atos doa espiritistas. Nesse sentido, há dois
mil anos, ensinava o Apóstolo dos Gentios: MExamine tudo e retenha o que é bom**;
e Allan Kardec registra: M0 Espiritismo dilata o pensamento e lhe rasga horizontes
novos”....%Ainda Um que suportar proveu, porém, sem as pungentes angústias da
expiação
Capitulo m — ítom 17.

MESMO DEPOIS
Conserve a confiança, mesmo depois da queda inesperada.
Enquanto a imperfeição não desaparecer, você lhe sofrerá a espreita.

Guarde a paciência, mesmo depois do tropeço que o conduziu a rude aflição.
Só haverá liberdade quando você atingir a luz plena.

Continue animado, mesmo depois que a tentação o tenha vencido.
Contra o anseio de espiritualizaçáo, você tem milênios de animalidade.
Prossiga resoluto, mesmo depois do estágio na região do desânimo.
Dificultando as aspirações de enobrecimento, vivem, nos recessos da alma, os
séculos de primitivis- mo espiritual.

Reafirme os propósitos de serviço, mesmo depois do naufrágio de suas
aspirações.
Enquanto você se veste nas indumentárias d* carne, nfio poderá fugir aos
conflitos do caminho íisico.

Renove o entusiasmo na fé, mesmo depois da longa noite de dúvidas.
Para que o conhecimento iluminativo se realize plenamente, tem, no mundo,
muitos óbices a vencer.

Volte à alegria que estimula, mesmo depois da fuga dos sorrisos.
A dor é a irmã que aperfeiçoa; receba-a com júbilo.

Sirva, mesmo depois que a incompreensão dos beneficiários de seu afeto
esfriou sua coragem.
A caridade não distende apenas benefícios imediatos, mas também as luzes da
compreensão e do amor.

Renove o entusiasmo, mesmo depois que a dificuldade fê-lo recuar.
Só a cegueira interna enxerga dificuldade onde somente há favor divino.
*
Atenda ao convite do amor, mesmo depois da sementeira do ódio triunfante.
Louvando o Senhor pelos problemas solucionados e as provas vencidas, você
receberá a bênção d'£le, mesmo depois de todas as aflições.
“Ajudados, encorajados e amparados pelos que os amam, um dia sairdo do lodaçal
em que se enterraram.” Capitulo IV — item 22.

VIZINHO E PRÓXIMO
Estabeleça os liames da simpatia com o vizinho de seu domicílio residencial: a
Humanidade inteira ali está representada.
Quando você se dispõe à cooperação com todos, obedece um impulso natural
que o conduz à multidão em cujo seio você perde muitos ensejos de uma realização
produtiva.
Depois do parente no lar, o vizinho é o ser com quem você tem de exercitar a
fraternidade e a tolerância, colocando a seu alcance essas mil nonadas das
gentilezas cativantes.
Recorde que o próximo da palavra evangélica é aquele alguém que está mais
próximo de você.
Por que cultivar as mudas da amizade, em zonas distantes de sua casa, se esta
se encontra cercada de sarças e espinhos?
Comece, pela saudação amável de cortesia, seu programa de entendimento
fraterno com o morador a seu lado.
Evite, entretanto, a intimidade que favorece o desrespeito,..
Nem a distância que limita.
Nem a proximidade que confunde.
Proporcione a seu vizinho uma situação em que ele possa contar com você para
uma noite de vigília à cabeceira da enfermidade.
Ofereça-lhe uma posição na qual ele desfrute de serenidade ao bater à porta
de sua generosidade sem o constrangimento que humilha...
Favoreça-lhe a oportunidade que o capacite a buscar sua fonte de fé num
momento aflitivo.
Quando você conseguir vencer a antipatia que um vizinho lhe inspira, nele você
estará amando a Humanidade toda.
Se a maledicência de alguém começar turvando a água cristalina da amizade
nascente, apresente, com naturalidade, o caráter nobre que você descobre no
amigo novo.
Mas não se esqueça de cultivar as afeições antigas, em cuja sombra você
encontra agasalho acolhedor.

Deixe-se renovar na correnteza incessante das oportunidades, gerando
entendimento e alegria onde você esteja.
Cada momento desperdiçado é ensejo que você perde de dilatar a floração do
bem.
Sirva a dor, no casebre onde a miséria edificou sua fortaleza, mas atenda ao
dever da cordialidade cristã com seu vizinho, o próximo muito próximo de seu
coração, mesmo que ele não o mereça, recordando que Majudado, encorajado e
amparado pelos que o amam, um dia sairá do lodaçal em que se enterrou **, como
recomenda o ensino evangélico.
“0 homem as evitará (as vicissitudes) quando trabalhar por se melhorar
moralmente, tanto quanto intelec• tualmente
Capítulo V — (tom 4.

NÓTULAS OPORTUNAS
Modere suas aspirações e mantenha o padrão de seus sonhos no nível que o
Evangelho delineia.
A mariposa morre queimada pela chama que a fascina.

Faça o culto da reflexão antes das atividades novas.
Uma ação irrefletida faz-se mãe de muitos males.

Cultive os deveres morais, como você presta obediência ao estômago.
0 grande rio é escravo do leito que o conduz ao mar.
Organize seus trabalhos em cuidadosos programas.
A boa vontade sem diretriz gera muitos arrependimentos.

Pregue o respeito à justiça, mas seja justo.
O espinho que defende a rosa afeia-lhe a haste.
*
Afaste da mente as vibrações da cólera que o aflige.
O cão raivoso morde a própria cauda.
Aplique o verbo que corrige, como se usasse perigoso estilete.
A lâmina que extrai o tumor maligno é irmã do punhal assassino.
*
Lecione o amor e viva o amor.
Dose, entretanto, o sentimento, porquanto o crime passional é também
conhecido como gerado pelo amor.
*
Observe o que faz e faça-o bem.
A fonte sonhadora pode transformar-se em abismo de morte.
*
Eduque as emoções que seguem com você.
Chore em silêncio, sorria sem algazarra, ajude sem tumulto. O Mestre segue
conosco silenciosamen- te."Deus, porém, quer que toda* a* suas criatura* progridam *,
portanto, nâo deixa impune qualquer desvio do caminho reto."
Capitulo V — item 8.

PONDERAÇÕES
A conduta cristã só tem uma face: retidão.
*
Moratória com o dever, mais problemas com o resgate.

Reflexões muito demoradas resultam em ações retardadas.
*
Caridade muito discutida, auxilio que chega tarde.

Conversação ponderada significa trabalho em programação.

Nenhum homem se encontra esquecido pelas Leis de Deus.
* Cada Espirito expressa nas atividades naturais o clima da fé que esposa.

Repòe-ae na ordem universal, através do sofrimento, todo abuso perpetrado
com desrespeito.

A dor funciona como cronômetro de desperta- mento.

Equilíbrio é medida de justeza.

Consoante o Evangelho de Jesus, agredido que não revida nem foge é,
realmente, o corajoso.

A convicção de um homem se faz conhecida pelas ações que ele pratica.

Aceitar a fé é acomodar-se a ela, enquanto que realizar a fé é vivê-la.**0 homem
pode suavizar ou aumentar o amargor de suas provai, conforme a marcha por que
encare a a vida terrena
Capítulo V — ftam 18.

IMPULSOS
Todo homem é comandado por impulsos. Impressões superiores e inferiores
resultam dos impulsos nobres ou infelizes.

A generosidade é impulso que ajuda.
A cólera é impulso que envenena.
A fé é impulso que santifica.
A sensualidade é impulso que degrada.
O egoísmo é impulso que aniquila.
A caridade é impulso que sublima.
A preguiça é impulso que inutiliza.
A compaixão é impulso que renova.
O medo é impulso que inibe.
A bondade é impulso que vitaliza.
A ira é impulso que entenebrece.
O amor é impulso que liberta.
Deixe-se arrastar pela comodidade e seus impulsos o levarão ao azedume e à
loucura.

Ligue-se às atividades edificantes e impulsos nobres renovarão seus anseios.
*
Cada Espirito se demora em sintonia com a faixa emocional em que se expressa.
Impulsos positivos e negativos a todo momento trabalham para a sua mudança
mental.
Se lhe aprazem as emoções grosseiras, os impulsos o reterão no solo da
animalidade.
Se você anseia paz e gozo libertador, impulso» superiores o alcançarão,
erguendo-o aos cimos das dificuldades com as asas das ações santificantes.
Siga a atração da luz, abra os braços em movimentos de amor e, impulsionado
pela força do bom, você desdobrará possibilidades, libertando o Espirito dos
apelos primitivos sob o comando de impulsos que o conduzirão aos páramos
sublimes.
34“Com o Espiritismo, tomada impossível a dúvida, muda o aspecto da vida."
Capitulo V — ftom 16.

LOGICAMENTE
Não há raciocínio sem compromisso.
Direito e dever caminham com todo homem.

Não há colheita feliz sem sementeira nobre. Passado e presente são
complemento« do tempo. *
Não há progresso sem trabalho.
O serviço constante é alavanca de crescimento. ★
Não há crime com razáo.
Só o bem é perfeito.
*
Não há impulso incontroláveL O Espírito é a fonte criadora de todos os
impulsos.
*
Não há verdadeira paz em Espíritos inertes.
A serenidade somente viceja em corações trabalhados pelos instrumentos do
serviço ao próximo. *
Nâo há reflexão em alma« tumultuada«.
O equilíbrio frondeja era clima« de realização disciplinada e ordeira.
*
Não há termo para o amor verdadeiro.
Amor que cessa traduz desejo saciado.
*
Não há obstáculo que não possa ser superado.
O óbice de agora transforma-se era vitória do futuro.
*
Não há Cristianismo sera sacrifício para o cristão.
Fé inoperante é orquídea encravada em abismo montanhoso.M0 fardo é
proporcionado às forças, como a recompensa o será à resigna- çáo e à coragem.”
Capítulo V — ítcm 18.
SUGESTÕES PRÁTICAS
Se você deseja vitória final na luta do bem, lembre-se de que ela surge das
pequenas vitórias no caminho evolutivo.

Quando você se candidatou ao Evangelho Libertador, inaugurou uma nova fase
na vida. Para mantê-la, são necessários inauditos esforços que, lentamente, o
aclimatam à esfera de lutas por onde você segue. E, à medida que o tempo lhe
robustece a fibra moral, você experimenta segurança com alento renovado para as
constantes batalhas do futuro.

Vença a “hora vazia“ com trabalho santificante.
“Hora vazia“ — perigo à vista.
*
Intercepte o impulso negativo com bondade prestimosa.
Impulso negativo — mensagem do crime.
*
Rompa a tormenta da vindita, confiando no serviço nobre.
Tormenta da vindita — predomínio do instinto.

Suporte o asorrague da discórdia, mantendo serenidade.
Asorrague da discórdia — arma de guerra.

Cale a “voz do sangue”, dilatando a fraternidade.
“Voz do sangue” — materialismo dominante.
*
Evite o segredo, mantendo vida ilibada.
Boca de segredo — trombeta da difamação.

Aniquile a bajulação menos digna com vida simples.
Bajulação doirada — veneno perigoso em taça de cristaL

Respeite o ausente, mesmo que ele não o mereça. Ausente — irmão distante que
confia em nós.
Os princípios redentores do amor e do perdão, da esperança e da caridade, são
as armas de que dispomos na grande batalha.
Sem uso, desaparecem na fumaça das ambições ] mortas.
Em atividade, vestem-se de poder, infundem respeito e brilham, gloriosos,
assinalando seus condutores anónimos.
"O sentimento do dever cumprido vos dará repouso ao Espirito e resigna- çáo."
Capitulo VI — item 8.
LINHAS DE SEGURANÇA
Náo permita que sua precipitação interrompa o interlocutor. Se ele náo é claro
na exposição, certamente faz um grande esforço para ser entendido. ★
Náo confie excessivamente na audição.
Uma suposição infeliz coloca na mente uma frase que não foi ouvida.

Não suponha que, gritando, conseguirá compreensão.
Há silêncios que falam muito alto.

Não suspeite da afeição alheia, por náo simpatizar com os outros.
Nem todos têm as mesmas emoções.

Não reaja negativamente quando defrontado pela incompreensão.
A serenidade é manifestação de equilíbrio.
Não examine o próximo através das lentes de sua emoção.
Frequentemente, uma pessoa que nunca em numa dedução psicológica”,
raramente acerta.
*
Não transmita uma opinião má a um amigo n pretexto de adverti-lo.
Ajuda-se mais sem envenenamento verbal.
*
Não guarde mágoas dos jovens.
Os que parecem maus são apenas desajustados.

Não repita com segurança o que lhe contaram.
Bem afirma o refrão: 44Quem conta um conto...”

Não assuma responsabilidades, pensando no -fiel amigo”.
Embora seu companheiro, nem sempre ele poderá atendê-lo.

Para a sua própria felicidade, faça aos outros, como recomenda o Evangelho, o
que deseja que lhe façam eles, guardando no imo Mo sentimento do dever
cumprido”, para fruir “repouso” e “resignação”.
"0 orgulho é o terrível adversário da humildade
Capítulo VII — ftin 11.

NOTAS CONCLUSIVAS
A humildade resiste sempre.
O orgulho reage imediatamente.
k
A fé ilumina qualquer caminho.
A dúvida atormerta em todo lugar.
*
A bondade compreende ajudando.
A indiferença aterroriza sorrindo.

O amigo procura as formas de socorrer.
O rival enceta programas de dificuldade.

O homem disciplinado medita para agir.
O homem rebelde age para depois meditar.
O realizador apresenta sem falar.
O expositor fala para apresentar.

O esclarecido desculpa.
O teórico do esclarecimento revolta-se.O servidor constante conhece os
processos do auxílio.
O trabalhador extemporâneo treina métodos novos de serviço com prejuizo do
tempo.

O bem suporta as dificuldades de qualquer clima, supêrando-as.
O mal desenvolve-se em qualquer lugar propicio» alastrando-se .
*
O crente comum ajuda para gaiihar o céu.
O espírita-cristão serve edificando o próprio
Céu."Todos vós, que doa homens sofreia injustiças, sede indulgentes para as
fedias dos vossos irmãos, ponderando que também vós não vos achais isentos de
culpas;isso caridade, mas é igualmente humildade.”
Capitulo VII — íttm 11 .

COM EFEITO
Exercite a humildade ao lado dos modestos servidores do lar doméstico.
Ser humilde com os superiores, de quem se depende, é muito fácil.

Suporte com resignação as dificuldades da tarefa nova.
Quem muda de clima sofre a modificação da temperatura.

Retorne ao trabalho com ânimo redobrado, no lugar em que o insucesso o
magoou.
Nem sempre o triunfo pode ser sentido nas moedas de lucro fácil.
Submeta-se à a vicissitudes naturais da luta, mas prossiga na direção do
serviço honrado.
Não há repouso justo sem o cansaço haurido nas tarefas da aprendizagem.

Cultive o verbo Mcooperar**.
O progresso nasce quando todos se ajudam.

Levante-se do erro e siga renovando-se.
Muita correnteza cristalina nasce em lodo.
Seja indulgente com aqueles que ainda se demoram sob as fortes luzes da
ilusão.
O perdão que você oferece aos outros funciona como lubrificante nas
engrenagens de sua alma.
Desperte na criança o ardor evangélico, atestando sempre junto a ela a
excelência da Mensagem Crista.
As atitudes hostis que você mantém, supondo que ~a criança não entende**,
anulam quaisquer palavras da pregação apaixonada.

Combata a onda materialista que domina o mundo, deixando de apoiar as
indústrias de perversão doa valores morais.
O prazer do cinema, teatro e televisão, muitas vezes se transforma em
“labaredas para o coração'

Empenhe-se na implantação do Evangelho na Terra.
Faça-se, entretanto, uma M carta-vi va do Cristo**uNão basta se tenham as
aparências da pureza; acima de tudo, 4 preciso ter a do coração.”
Capitulo VIII — item 10.

DISCÍPULO DO CRISTO
Muitas criaturas atravessam o dia perdidas na rotina material, à maneira de
aranha operosa que se encarcera na própria teia.
O discípulo sincero sabe atingir os cimos espirituais onde realiza algo em favor de
todos.

Pessoas bem intencionadas guardam valiosas expressões de serviço nos
depósitos bem esculpidos da opinião pessoal.
O discípulo sincero utiliza todos os recursos quando está em jogo a
necessidade de alguém.

Homens conscienciosos reconhecem a necessidade de renovar os conceitos
humanos à base de trabalhos inadiáveis.
O discípulo sincero renova-se em si mesmo e opera a transformação do mundo
em labores continuados.

Cidadãos distintos acreditam na virtude e apresentam cuidadosos programas
para a felicidade geral.
O discipulo sincero corrige o erro, educa a ignorância e serve o bem.

Idealistas cultos preconizam métodos modernos e eficientes de trabalho,
inspirados em leis sociais de proteção ao homem.
O discipulo sincero exercita a paciência em contacto com os outros e, inspirado
nas fórmulas do Kvangelho, ajuda o homem a progredir.

Didatas e pedagogos eméritos estabelecem diretrizes práticas para o ensino
em nome da cultura.
O discípulo sincero acende a lâmpada do ensino onde passa, com o que sabe.
*
Autoridades sanitárias prescrevem normas de saúde e advertem, através de
farto material de propaganda.
O discípulo sincero lava feridas, limpa detritos, saneia valas, asseia.

Professores responsáveis defendem teses e estudam soluções para os velhos
problemas humanos em gabinetes de debates e banquetes sociais.
O discípulo sincero semeia a esperança onde o sofrimento reina e insculpe a
bondade como luz onde .e espalha a sombra da revolta.

Os homens do mundo vivem interessados teoricamente no bem-estar alheio,
assombrados com a perspectiva da morte.
O discípulo sincero, nas lides em que se empenha sem cansaço, aguarda a morte,
nela esperando encontrar a porta de acesso à vida verdadeira.

Conhecimentos mais amplos — responsabilidades mais significativas.
Problemas excessivamente estudados — soluções retardadas.
Pureza não somente de intenções, maa sobretudode ação, quando se é discípulo
do Cristo.
"Aquele cuja afabilidade e doçura não «do fingidas nunca se desmente: é o mesmo,
tanto em sociedade, como na intimidade."
Capitulo IX *— íum 6.

GENTILEZAS SALVADORAS
Quando você afasta do piso uma casca de fruta deixada pela negligencia de
alguém, não pratica apenas um ato de gentileza. Evita que algum desavisado
escorregue, sofrendo tombo violento.

Ao ceder o lugar num transporte coletivo a um ancião, você não realiza um
gesto de cortesia somente. Atende a um corpo cansado, poupando as energias de
quem poderia ser seu genitor.

Se você oferece braço moço à condução de um volume, poupando aquele que o
carrega, não pratica unicamente uma delicadeza. Contribui fraternalmente para o
júbilo de alguém que, raras vezes, encontra ajuda.

Portando a boa palavra em qualquer situação, você não atende exclusivamente à
finura do trato. Realiza entre os ouvintes o culto do verbo são, donde fluem
proveitosos e salutares ensinamentos.
Silenciando uma afronta em público, você não atesta apenas o refinamento
social. Poupa-se à dia- logaçâo violenta, que dá margem a ódios irremediáveis.
*
Se você oferece agasalho a algum desnudo, não só atende à delicadeza humana,
por filantropia. Amplia a cultura da caridade pura e simples.

Ao sorrir, discretamente, dando ensejo a um desafeto de refazer a amizade,
você não age tão-sò- mente em tributo à educação. Apaga mágoas e
ressentimentos, “enquanto está no caminho com êle.
**.
Procurando ajudar um enfêrmo cansado a galgar e vencer dificuldades, você
não procede imbuído apenas de gentileza. Coopera para que a vida se dilate no
debilitado, propiciando-lhe ensejos evolutivos.

Atendendo impertinente criança que o molesta, num grupo de amigos, você não
se situa só na formosura da conduta externa. Liberta um homem futuro de uma
decepção presente.
No exercício da gentileza, a alma dilata recursos evangélicos e vive o precioso
ensino do Mestre ao enfático doutor da lei, com afabilidade e doçura, quando Êle
afirmou: “Vai e faze o mesmo!
**
“A vida é difícil, bem o sei. Compõe- •se de mil nódoa, que ado outras tantas
picadas de alfinetes, mas que acabam por ferir.9*
Capitulo IX — Item 7.

CONDUTA VERDADEIRA
Não há mérito quando se mantém paz somente entre corações pacíficos.
Exercite a segurança entre belicosos, ar
Não é vantagem amar somente cordatos e bons. Atenda aos odientos e viva
cristãmente entre eles.
*
Não é atestado de fé conservar a alegria entre os que gozam de saúde.
A verdadeira felicidade se comprova, vivendo-se com júbilo entre enfermos e
infelizes.

Não demonstra retidão quem se porta dignamente junto a caracteres austeros.
Viva com dignidade ao lado de defraudadores
*
Nâo produz exeepcionalmente aquele que trabalha vivendo com trabalhadores.
Trabalhador real é quem labora entre preguiçosos.

Não reclamar quando todos reclamam, embora com razfto.


Não maldizer quando a cólera se alastra, apesar do desejo de imprecar.
Não agredir quando a luta se trava, mesmo com oportunidade de o fazer.
Ser inocente e superar injúrias.
Não fazer o mal nem com o corpo, nem com a língua, nem com o pensamento.
A bs ter-se de toda violênda com fracos e fortes, seguindo o rumo certo.
Guardar a lealdade, quando o oportunismo oferece fácil triunfo, é despertar
para a luz da verdadeira sabedoria, encontrando o Cristo íntimo dentro do coração
e alegrando-se com o alimento divino da integração no bem, sem qualquer
recompensa do mundo para a própria satisfação.
" Toda» as virtude» e todo» o» viciot »do inerente» ao Espirito"
Capitulo IX — ítcm 10.

DECÁLOGO DA VONTADE
Poupe-me à tentação, antes que me fortaleça, e eu o salvarei dos vícios futuros.
Ainda sou muito jovem no equilíbrio.

Conduza-me ao dever e eu o ajudarei no caminho evolutivo. Necessito de um
serviço nobre para manter-me.

Inspire-me a caridade e eu enflorescerei as avenidas de sua alma. Tenho sede
de crescimento.

Impila-me ao trabalho e eu expulsarei de seu lar interior a preguiça


destruidora. É imprescindível que ocupe minhas horas.

Ajude-me na resistência, oferecendo-me a oração, e eu deixarei asseada sua
casa mental. Requeiro imediato auxílio para não desfalecer.
Exercite-me na inspiração do bem e eu o coroarei de luz. Tenho eido servidora
da indolência e preciso de renovação.

Procure conhecer-me com mais atenção e o farei feliz. Sou velha amiga que a
indiferença venceu.

Conceda-me nova oportunidade, quando eu tombar, e lhe darei força
desconhecidia. Lembre-se de que sou vulnerável à reincidência.

Evite-me os embates muito rudes, no momento, e vencerei para a sua paz todas
as forças negativas que trabalham contra você. Necessito de tempo para
fortalecer-me.

Tenha paciência comigo e, juntos, chegaremos ê felicidade plena. Nasci com você e
nunca nos separaremos. Ajude-me e o farei livre.**0 cristão n&o oferece dons
mate- riais, pois que espiritualizou o sacrifício.*'
Capitulo X — ftcvn 8.

COM A VIDA
Ampare todos. Serenidade interior n&o se empresta.

Use o conhecimento superior no reduto doméstico. O mundo começa em casa.

Renove suas disposições para o trabalho, sem cessar. Perseverança nos
serviços difíceis traduz maioridade espiritual.

N&o fuja da luta. Observe o esforço tia débil plântula vencendo o solo adusto.

Retorne ao lugar do erro para repará-lo. Erro — expressão de aprendizagem;
reparação — notícia evolutiva.

Expulse a animalidade de seu íntimo. Com Jesus, tudo é possível pars o
bem.Cultive a amizade simples. A velha árvore oferece o lenho a orquídeas
delicadas.

Cresça no dever. A Terra — academia de aprimoramento; dever — lição difícil.

Favoreça o serviço alheio com sua bondade. O deserto árido abriga pequeninos
animais que se nutrem com o ósculo da umidade da noite.

Não se apresse no programa da destruição. Da crisálida aparentemente morta
surge a borboleta colorida.

Atenda à caridade. Recorde que Deus mantém o Universo com discrição e
sabedoria.
"Deixai a vossa oferenda junto g0 aliar e ide primeiro reconciliar^» com o vosso
irmão, se quiserdes ter agradável ao Senhor."
Capitulo X — Item 8.

COM NOBRE ESFoRÇO


Esqueça o aborrecimento que o insulta.
Contrariedade é dano nos tecidos da alma.
*
Fuja da "nebulosa província da queixa”.
A lamentação é tóxico de fácil absorçáo.
*
Vença a ansiedade injustificada.
A impaciência é nuvem de pó na estrada da fé. *
Domine a insatisfação com seu material de serviço.
O bom trabalhador valoriza todos os elementos de que dispóe.
*
Discipline a ambição que o conduz a amontoar os empréstimos amoedados.
O tesouro que você ajunta transforma-se em algoz de sua tranquilidade.
Respeite a mocidade do corpo, junto aos prazeres embriagadores.
A velhice, em breve, pedirá o tributo de seus remorsos.

Reaja contra o tumulto das coisas exteriores.
A iluminação surge com o silêncio realizado na região interior.

Acostume-se com as mudanças no caminho evolutivo, permanecendo firme nos
propósitos sadios.
O quadro de conquistas morais apresenta processos de transformações
permanentes.
*
Habitue-se à dor. O discípulo jamais reclama.
O Espírito unido ao Senhor é um alegre servi, dor em honrosa discrição.
"Perdoar aoa inimigos 6 pedir per. dâo para ei próprio; perdoar aoi amigos é
dar-ÍKre uma prova de amizade; perdoar ae ofensas c mostrar- se melhor do que
era.9*
Capitulo X — Item 15.

COMO RESPONDEU?
À hora da cólera, você exclamou: “Vingar* -me-ei! “
E perdeu uma feliz oportunidade de exercitar o perdão.
*
Escarnecido pela ignorância, você retrucou: “Infeliz perseguidor!“
E malbaratou o ensejo de iluminar em silêncio. *
Esbofeteado pela agressividade da intolerância, vocé reagiu: “Nunca mais terás
outra ocasião dc ferir-me!“
E desperdiçou a lição do sofrimento.

Dominado pela preguiça, vocé justificou: “Amanhã farei a assistência
programada.“
E olvidou que agora é a hora da ação edificante. *
Acuado pela perseguição gera), você indagou: “Por que Deus me abandonou?”
£ não enxergou a Divina Presença na linguagem do testemunho que lhe era
solicitado.

Aturdido pela maledicência, você desabafou: “Ninguém presta!”
E feriu, sem motivo, muitas almas boas, generalizando a invigilància e a
crueldade.
A
Esmagado pela pobreza, você inquiriu: “Onde o socorro celeste?”
£ atestou o apego às coisas terrenas.
*
Ante a felicidade aparente dos levianos, você disse: “Só os maus vencem!”
£ desrespeitou a fé cristã que você vive, inspirada na cruz de ignomínia onde
Ele pereceu.

Ao impacto de acusações injustas, você baqueou: “Estou perdido!”
E não se recordou d’Aqueie que é o nosso Caminho.

Entretanto, poderia dizer sempre: “Em ti confio, Senhor, e a Ti me entrego.”
E Ele, que nunca abandona os que n’Kle confiam, saberia ajudá-lo
incessantemente.
“O Espirito precisa ser cultivado, como um campo. Toda riqueza futura depende do
labor atual, que vos granjeará muito mais do que bens terrenos: a elevação
gloriosa.”
Capitulo XI — Item 8.
MAIS E MAIS
Quanto mais você aprofunda a mente nas pesquisas espirituais da meditação
superior, mais se aclaram os horizontes da existência, decifrando os enigmas da
vida.
Nascentes profundas — cursos d’água poderosos.

Quanto mais você trabalha atrelado à satisfação de servir, mais se desdobram
as possibilidades de execução.
Estátua brilhante — pedra muito burilada.
*
Quanto mais você compreende o infortúnio, mais se dilata a capacidade de
amar.
Colheita farta — solo abençoado.
*
Quanto maia você negligencia o dever, maia dificuldades encontra para viver.
Região palustre — tona de águas paradas.
*
Quanto maia você amaldiçoa, maia desesperos perturbam sua marcha.
Vendaval em curso — searas destruídas.
*
Quanto maia você se revolta no trabalho, mala trabalho reponta no caminho.
Obatáculo à frente — eco que ae repete.

"Maia receberá aquele que maia der" — afirmou Jesua.
Toda realização nobre coroa o aer de bênçãos.
Todo abuso assinala-ee com vigorosos sulcos.
Mala amor, e o mundo todo ae renovará.
Com Jesus-Criato, você aprendeu a entender aa necessidades e desventuras,
sendo imprescindível esforçar-se mais e mais, cada dia, parq extirpar em silêncio a
crueldade e o mal de si mesmo, sooorrendo aa vitimas da ignorância, onde se
enoontram, com a força da bondade espontânea em Justa cooperação.
“Que cada um, portanto, empregou todos os esforços a combatido (o egoísmo) em
si, certo de que este monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do
orgulhoo causador de todas as misérias do mundo terreno
Capitulo XI — ítom 11.

CULTIVE PRUDÊNCIA A

Não diga: “Desta água não beberei!“


O amanhã é incerto.
*
Não afirme: “Tudo fiz e nada consegui!”
Tente novamente; há sempre um recurso que não foi usado.
*
Não informe: “Não posso mais, desistirei!”
Você ignora os próprios recursos; sempre há possibilidades latentes,
aguardando movimentação.

Não ateste: “Eu vi; exijo severa punição para o infrator!”
Você pode ter visto, mas o fato não aconteceu como você viu; há antecedentes
que você ignora t fatores que você não pode penetrar.
Não imponha: “Eu quero!”
Nem tudo quanto você quer pode ser como você quer e, mesmo que seja
possível, nem sempre deve ter como você deseja.
*
Não fale: “Ingrato! Abandonou-me.”
Ninguém está esquecido do amor de nosso Pai; sua aparente solidão é ensejo
evolutivo para a sua alma.
*
Dilate seu amor entre todos, cultivando a paciência.
Recorde-se do Senhor Jesus:
Era Rei, fez-se vassalo.
Magistrado Celeste, deixou-se julgar injusta- mente.
Mestre Excelente, consultou virias vezes os escritos antigos.
Médico Divino, utilizou-se de saliva e barro para limpar a treva dos olhos do
cego de Jericó.
Amigo Fiel, foi abandonado pelos companheiros.
E, morrendo por amor a todas as criaturas, ainda ss chama e as espera,
oferecendo-lhes o Espiritismo que O desvela e atualiza, como atestado
Incorruptível de Sua infinita bondade, ensejando libertação e felicidade.
Não diga, pois: “Não posso maial”
Jesus é o Caminho... E seguindo, valorosamente, você atingirá, ao fim de todas as
lutas, o porto felis de gloriosa destinação.0 Cristo jamais se escusava.'
Capítulo XI — item 11

O SUBLIME ALGUÉM
Ningtrétn poderá carregar o fardo de suas dores. Eduque-se com o sofrimento.

Ninguém entenderá os problemas complexos de sua existência.
Exercite o silêncio.
*
Ninguém seguirá com você indefinidamente. Acostume-se com a solidão.

Ninguém acreditará que suas aflições sejam maiores do que as do vizinho.
Liberte-se delas com o trabalho de auto-ilumi-
Ninguém lhe atenderá todas as necessidades. Subordine-se apenas ao que você
tem.

Ninguém responderá por seus erros.
Tenha cuidado no proceder.
ir 64Ninguém suportará suas exigências.
Faça-se brando e simples.
*
Ninguém o libertará do arrependimento após o crime.
Medite na paciência e domine os impulsos.

Ninguém compreenderá seus sacrifícios e renúncias para a manutenção de uma
vida modesta c honrada.
Persevere no dever bem cumprido.
*
Sábio é todo aquele que reconhece a infinita pequenez ante a infinita grandeza
da vida. Embora ninguém possa servi-lo sempre, você encontrará un sublime
Alguém, que tem para cada anseio de eua alma uma alternativa de amor.
Por você, Ele carregou o fardo do mundo. . .
Compreendeu os conflitos da vida. . .
Caminhou com todos...
Socorreu todos que O buscaram...
Matou a fome, saciou a sede e ouviu as multidões inquietas.. .
Atendeu à viúva de Naim, ao apeio materno em Caná...
Carregou a cruz da injustiça sem nenhuma reclamação ...
Perdoou a traição de Judas, desculpou as ne gativas de Pedro e a ambos
libertou do remorso com a concessão do trabalho em novos avatares...
Compreendeu aa lutas da mulher atormentada, sedenta de paz; esclareceu o
enfático doutor do Sinédrio, sedento de saber; arrancou das trevas o cego
Bartimeu, sedento de claridade,,.
Ensinou que diante do amor todos os enigmas do Universo se aclaram, por ser o
Pai Celeste a Suprema Fonte do Amor.
*
Nfto se imponha, pois, a ninguém.
Embora você dependa de todos, nada aguarde dos outros.
Receba e agradeça o que lhe chegue e como chegue, ajude e passe...
*
Aprenda que a luta é a lição de cada hora no abençoado livro da existência
planetária, e siga adiante com Ele, que Mjamais se escusava".“0 mal então
desapareceria, ficai bem certos."
Capitulo XI — Item 12.

OFENSAS
Sem que o desejasse, você foi o veículo inconsciente da animosidade.

Impensadamente, você plasmou o petardo da infâmia, atirando-o aos ouvidos
aguçados de companheiros levianos, que o reproduziram adiante.

Embora infundada, você repetia a referência que lhe deram.

Você não pretendia ferir; até mesmo buscava ajudar. Mas feriu. Num momento
impensado, atingiu a sensibilidade do amigo que agora lhe volta a face com rancor.
Certamente, você não acha justo. E não o é.
Todavia, o tropeço na estrada atira o corpo ao chão.
0 descuido do engenheiro retira a segurança da construção.
Você dirá que não íoi intencional e o diz bem Nio pretendia ultrajar. Mesmo
assim, há-de convir em que o pequeno talho na pele é porta aberta à Infecção.
A minúscula picada do anófele injeta o hemato- zoário da febre palustre.
*
Existem almas doentes que preferem recolher calhaus a descobrir as flores da
vida.
Sofrem muito e agravam os próprios sofrimentos, demorando-se encasteladas
no “ estou com a razão**.
Rogam um mundo de seres perfeitos.
Amarguram a existência, sorvendo o fel que escorre, abundante, em forma de
lágrimas.
Não conseguem desculpar nem compreender.
Constrangem -se e fogem, ficando deslocadas.
Brincam, mas não toleram gracejos.
Zombam, todavia não admitem apontamentos.
Merecem e necessitam de compreensão.

Se algum amigo se afastou, agastado, de seu circulo, sindique a consciência e,
se ela o acusa, busque o companheiro retraído e desculpe-se, enquanto é cedo.
Não procure saber os motivos do constrangimento.
Distenda um coração gentil, ofereça Ânimo novo, demonstre, com naturalidade,
que tudo está como anteriormente.
Uma expressão delicada consegue milagres.
Um gesto de escusas representa muito.
Você não tem o direito de roubar a alegria do próximo.
Evite, então, qualquer palavra ríspida e esforce-se para reprimir toda
referência pouco digna.
Exercitando-se nas bagatelas de sacrifício, você atingirá o cume do supremo
esforço pela paz de nossos irmãos na Terra, coroando de bênçãos seu próprio
labor na conjugação do verbo “acertar”, verificando que o “mal então
desaparecerá”.“0 pensamento malévolo determina uma corrente fluídioa que
impressiona penosamente. 0 pensamento benévolo nos envolve num apradável eflú-
mo.
Capítulo XII —- lUm 8.

PENSAMENTO E SINTONIA
Observe a harmonia da Lei a sugerir-lhe equilíbrio e ordem em todas as
manifestações do Universo.
A Terra é escrava do Sol, em torno do qual vo- luteia incansável, dele haurindo
vitalidade e energia.
A planta é serva da luz, vivendo sob sua dependência.
i★

O homem igualmente, através da “lei de sintonia”, na investidura carnal ou livre


da indumentária física, aofre o efeito das experiências que vitaliza.
O insensato se demora atado à irresponsabilidade do circulo em que se detém.
O orgulhoso se perde entre os valores da mentira, sintonizando com os
ouropeis a que se demora atado.
O vaidoso se fixa, incauto, nas teias perigosas do desequilíbrio que lhe aniquila
o raciocínio.
0 criminoso fica retido nas malhas da rede da delinquência, atormentando-se,
com a mente inquieta.
O possuidor dominado pela posse arrasta-se ligado aos elos da corrente com
que subjuga os dependentes.
O viciado de qualquer matiz permanece jugulado ao prazer animalizante,
perseguido por fantasmas crueis da imaginação desvairada...

Quem se afina com as organizações impiedosas do mal, de qualquer natureza,
experimenta o demorado efeito da própria leviandade.
Quem se fascina pela visão das baixadas contempla verme e lama, adaptando-se
à sombra e ao pântano.

A harmonia nasce do equilíbrio que surge no trabalho ordeiro de construção do
bem.
Pense, medite, tenha cuidado
Antes de qualquer realização, a elaboração mental.
Mente — força atuante.
Antes da obra, o projeto bem planificado.
O programa precede a tarefa.
E o pensamento é energia viva a condensar-se irradiante em toda parte.
Alce-o para cima e você penetrará na Espiritualidade Superior.
Espraie-o na terra e você se deterá no chão.
O Espírito reside na casa mental onde se projeta, construindo a estrutura da própria
morada.
Pensamento e sintonia.
Mente e ação.
*
Pense no bem e sorrirá em paz.
Pense no mal e assinalará aflição intima.
“O pensamento malévolo**, adverte o Codificador do Espiritismo, “determina uma
corrente fluí- dica que impressiona penosamente; o pensamento benévolo nos envolve num
agradável eflúvio**.
"Lançai para diante o olhar; quanto mait vot elevardes pelo pensamento, acima da
vida material, tanto menos voe magoarão as coisas da Terra."
Capitulo XII — Item 8,

ADVERTÊNCIAS
FRATERNAS
Cultive o alento em sua gleba de realizações cristãs.
0 desânimo é anestésico a serviço do mal.

Persevere, confiante, na difusio da vontade.
O medo é o embaixador das sombras.

Abra o coração e a mente à fé robusta.
A dúvida é fumaça que dificulta a visão.
Favoreça o próximo com seu socorro.
O egoísmo é cárcere crueL ★
Dê com alegria as bênçãos de seu amor.
A tristeza é mensageira da morte.

Exercite a piedade fraternal a seu redor.
A maledicência é fluido perigoso.
Coloque a simplicidade em suas tarefas.
A vaidade é pintura corrosiva.

Satisfaça-se com o patrimônio que herdou na vida.
A ambição é serpente traiçoeira.

Difunda o equilíbrio e viva com mansidão.
A ira é algoz implacável.

Dinamize, em Jesus, seus cometimentos para o bem.
Confiança absoluta em si mesmo é candidatura a fragoroso desastre. Lembre-se
do Senhor e bus- que-O sem cessar.“Quem é esta mulher de ar diitinto, de traje
tdo simples, embora bem cuidado, e que traz em sua companhia uma mocinha tão
modestamente vestida?"
Capítulo XIII — ítem 4.

NECESSÁRIO E SUPÉRFLUO
A previdência que lhe ensina a armazenar para o futuro é necessária, mas a
disposição que o convida a acumular haveres é supérflua.

A alimentação dentro das leis de manutenção da vida é necessária; no entanto,
o alimentar em excesso é prejudicial e supérfluo.

A palavra oportuna é necessária para o entendimento entre os homens,
conquanto as palavras desordenadas sejam supérfluas e confundam.

O vestuário é necessário; entretanto, o acúmulo de roupas é supérfluo.
*
A alegria é necessidade imperiosa para a alma; no entanto, os exageros dos
sorrisos são supérfluas para a paz interior.
75O dinheiro bem dirigido, nos misteres da solução das exigências terrenas, é
necessário; todavia, a preocupação monetária é supérfluo em construção aflitiva.
*
O humorismo seleto funciona na vida como alimento necessário. O anedotário
vulgar, no entanto, é supérfluo e dispensável repasto.

A conversação edificante traduz manifestação necessária de felicidade. A
palestra irreverente representa supérflua aplicação do tempo com imprevisíveis
consequências.

A vida, em sua sabedoria, impõe necessidades que atendem ao programa
evolutivo.
A extravagância expõe-se como supérfluo que desequilibra a organização de
quem lhe presta culto de servidão.

A necessidade satisfeita mantém.
O supérfluo mantido infelicita.

O amor é necessidade natural.
A paixão é supérfluo na existência, ár
Necessário é fenômeno a que o homem tem c dever de atender.
Supérfluo é cúmplice da ociosidade mental qu< se deve combater.

Receber e confiar é da Lei.
Acumular e abusar é agressão à Lei.
*
A bênção divina ampara a necessidade.
0 desequilíbrio segue o supérfluo.

O homem comum escraviza-se ao supérfluo e perde as melhores concessões da
vida.
O homem cristianizado serve-se do necessário e vive.

Por essa razão, o necessário faz o equilíbrio e o supérfluo motiva a ambição
criminosa.

Aplique o necessário em favor de você mesmo e do próximo, para que o supérfluo


não abunde em suas mãos.“Caridade! sublime palavra que sintetiza todas as vii
tudes, és tu que hás-de conduzir os povoe à felicidade.”
Capitulo XIII — item 11.

BENEFICÊNCIA
Dilate a generosidade no ministério da beneficência, sem muita inquirição nem
exigência.
Caridade que se desdobra — luz que se expande, dourando a vida.

Ajude com aproveitamento de tempo e de oportunidade.
Hora perdida — prejuízo irreparável.

Não é necessário que você se converta em cofre abarrotado de cédulas ao
alcance de todos para que a piedade favoreça os que guardam necessidades
imperiosas.
Nem é preciso que o desperdício caracterize suas expansões socorristas.
Quem nio se dispõe a ajudar não adquire credencial para ser ajudado.
VAlorize a contribuição do sorriao gentil, da palavra amiga, da audição
compreensiva, do interesse pela dor alheia, da paciência fraternal...
As necessidades mais veementes são de ordem moral.
Há quem aguarde amizade, caminhando sozi
Não se faça desconfiado.
A pretexto de evitar compromisso com o mal, não desdenhe a ocasião de fazer
o bem.
A água parada, que fomenta a morte, aguarda uma vala para movimentar-se,
assim como o cadáver que espalha a peste pede, somente, remoção e sepul- ta
mento.
Ofereça as mãos e doe suas possibilidades à beneficência e compreenderá que o
mal não merece consideração, porque, fadados à luz e à verdade, sejam quais
forem nossas limitações de hoje, o tempo e o trabalho em nome do amor de Deus
nos conduzirão à felicidade verdadeira, onde morrem todas as aflições, praticando
a beneficência, que é também caridade."A piedade é o melancólico, mas ce~ leste
precursor da caridade, primeira das virtudes que a tem por irmã e cujos
benefícios ela prepara e enobrece."
Capitulo XIII — (Um 17.

OBSERVE PARA ATENDER


Você comentará falhas alheias, sem resultado edificante, e se fará dilapidador
das fraquezas do próximo.
Você censurará, o vizinho, sem lhe retificar a posição, e se converterá em juiz
impiedoso das vicissitudes dos outros.
Você discutirá as imperfeições do amigo, sem lhe modificar a situação moral, e
se transformará em algoz de quem já é vitima de si mesmo.
Você debaterá problemas dos conhecidos, sem os solucionar, e se tornará
leviano examinador das causas que lhe não pertencem.
Você exporá feridas do caráter das pessoas, sem as medicar, e se situará na
condição de enfermeiro negligente em doenças a que lhe não cabe oferecer
assistência.Cale o verbo que não ajuda, observe e sirva.
Você caminha sob a mesma ameaça. Os outros observam-no também.
Deixe que a tentação da censura morra asfixiada no algodão do silêncio.
Ninguém é infeliz por prazer.
Os que mais erram são doentes contumazes que requerem o medicamento
fraterno da prece e do entendimento.
O comentário improdutivo é gás que asfixia as plantas da esperança alheia.
Sua censura é espinho na alma do vizinho.
A exposição dos insucessos do próximo é estilete a ferir-lhe a chaga aberta.
*
Recorde o Mestre e examine-se.
Sua ascensão apoia-se na ascensão dos companheiros.
A queda de alguém é embaraço em seu caminho.
Auxilie sem exigência e indistintamente.
Permita ao grande tempo a tarefa de corrigir e educar. Confira a você mesmo o
impositivo somente de ajudar.MCaridade e humildade, tal a senda única da
salvação."
Capítulo XV — ÍUm 6.

UNHAS DE EVOLUÇÃO
Observando os companheiros a quem você deseja ajudar, seja breve na
exposição e demorado no socorro.
Sem o suor do exemplo, os mais belos comentários perdem a legitimidade.

Utilize-se do poço do caminho, sem lhe tisnar a limpidez das águas. Mais tarde
você poderá necessitar dele novamente.

Seu vestuário desvela para os outros suas íntimas inclinações. Use a roupa, sem
a ela escravizar-se.

Mantenha a higiene de seu corpo para preservar a saúde. No entanto, viver
excessivamente preocupado com a limpeza é sintoma de desequilíbrio.

Cobiçando o melhor de cada dia, viva cada minuto nobremente, como se fosse o
último a que você tivesse direito. O depois começa agora.
Pare para refletir* não obstante sabendo refletir para não parar. Quem
avança, sem estacionar, pára sem forças para avançar.

Planifique, antes de agir, e demonstrará respeito pelo serviço. Evite, porém,
píanificar assoberbado de preocupações, pois que assim você jamais realizará algo.
*
Se você acredita em felicidade vivendo a sós, disponha-se para inquietantes
aflições. A gota de orvalho no deserto reflete a glória de longínqua estrela, mas
não dá vitalidade à terra onde se aquieta e consome, sem ajudar.
*
Em todas as conjunturas de sua vida, recorde-se da caridade, primeiro, e da
humildade, k>go depois.

Caridade e humildade, tal a senda única da salvação.”
“Seu desejo de obter a vida eterna não ia até ao extremo de adquiri 4a com
sacrifício.”
Capítulo XVI — fiem 7.

VA ALÉM
Náo se detenha na contemplação da paisagem exterior enquanto fulgura a luz
da oportunidade de ajudar em seu caminho.
Levante-se e faça algo.

Há multidões atormentadas, de olhos fixos em panoramas sombrios de miséria
e dor.
Há criminosos foragidos da lei, apavorados nos escuros antros do remorso e da
loucura.
Há grande massa humana à borda de abismos profundos, fugindo à sanha de
crimes não catalogados nos códigos da justiça humana.
Há vivos na carne, em dourados sepulcros da ilusão mentirosa.
Há mortos nas sombras da morte, revivendo as experiências que os consumiram
sem conseguirem morrer.
Há pranto sobre coxins de veludo em grandiosas residências, erguidas em sítios
encantadores, e muita aflição era forma de desgraça sobre lixo, donde muitos
retiram o pão...

Ê necessário que você dilate as bênçãos que lhe enriquecem a vida.
A calúnia destrói esperanças.
A mentira bem urdida esfacela corações.
A crueldade engendra planos perigosos e, sutilmente, administra o crime no
coração das almas tíbias.
A cólera mata tanto quanto a tuberculose.
A luxúria compete com o câncer.
As enfermidadees da alma dizimam tanto quanto as baciloses que se
desenvolvem no corpo.
A terra de belos horizontes e coloridos paineis se transforma, lentamente, em
hospital de alienados e cárcere de punições.
*
Ajude o homem que segue com você.
Dê-lhe algo de sua comunhão com o Senhor.
A mulher excessivamente pintada esconde, muitas vezes, a palidez dos
desapontamentos.
O infinito muito azul que fascina é ilusão de ótica.
O aparente silêncio dos céus é pobreza de seus ouvidos.
Cumpra dignamente, com otimismo e diligência, seu dever como lidador que
você é, descobrindo novos céus e novos mundos para os que estão perdidos nas
tormentas do mundo íntimo, assolados por sofrimentos indescritíveis, indo além...
“até ao extremo de adquirir a vida eterna com sacrifício**.

"A origem do mal reside no egoísmo e no orgulho; os abusos ds toda espécie


cessarão quando os homens se regerem pela lei da caridade
Capítulo XVI — ítcm 8.

NO TRATO COM OS OUTROS


Conserve a paciência com aqueles que não aplicam a solicitude no trato com
você. Recorde que a enfermidade pode estar a minar-lhes o organismo.

Quando alguém admoestá-lo, mesmo injustamente, silencie e desculpe. Deixe,
que a vida se encarregará de colocar os pretensiosos em seus devidos lugares.

Se a intriga dificultar-lhe os bons propósitos, nâo lhe confira a honra de sua
revolta. Quase sempre o intrigante é colhido nas malhas da rede que tece.

Procure entender a explicação deficiente que t amigo lhe dá. Êle não dispõe de
melhores recursos de expressão.
Quando convidado a opinar em assunto que desconhece, afirme sua ignorância
sobre o caso. Melhor é apresentar-se com simplicidade do que informar
erradamente.
*
Se o interlocutor, magoado com a força de seu argumento, deixa bruscamente
o tema da palestra, cale e desculpe-se. Ê provável que ele nio se encontre
preparado para a lógica das argumentações seguras.
*
Insista no auxílio, mesmo que este seja feito com o silêncio de sua intenção
superior. O recalcitrante é infeliz pela própria organização nervosa que lhe aciona
a vida.
*
Quando constrangido a arbitrar entre discuti - dores, a melhor posição é a
humildade. Cada antagonista conta com a certeza da vitória para a opinião que
defende. Passado o calor do debate, exponha com naturalidade seu pensamento.

Se a informação solicitada demorar em ser atendida, guarde calma e repita o
pedido. Talvez seu interpelado seja surdo.

HÁ comezinhos incidentes no trato com os homens que, evitados, realizam a paz
em todos os corações.
Cultive a confiança, na serenidade, e caminhará com segurança, no trato com os
outros.
~0 homem §6 possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo."
Capitulo XVI — ÍUvn 9.

VOCÊ E ELE
Não se afadigue pela coleta de bens terrenos.
— “Reúna tesouros no céu...”

Não se detenha junto à mesa farta de acepipes.
— “Aquele que matar a fome a um destes...”
ir
Não arregimente argumentos para se defender dos maus.
— “Bem-aventurados os que sofrem perseguição em nome da justiça..."

Não revide aos golpes que a cólera alheia lhe impõe.


— “Bem-aveturados os pacíficos... ”

Não se empolgue nos amplos caminhos do prazer.
— “Estreita é a porta...“Não lote tanto pela conquista dos lugares de destaque
na coletividade onde você vive.
— “Os primeiros serio os últimos..."

Não se agaste com a vitória da mentira.
— “Eu sou a Verdade.,."

Não se abata ao desânimo quando as trevas campearem.
— “Eu sou a Luz do Mundo... ”
*
Não se inocente de culpa à hora da aflição.
— “E quando Eu for erguido, atrairei todos a Mim.. .**

Não se preocupe com a glória dos tiranos.
— “Eu venci o mundo... “
*
Não se detenha no caminho do bem. por se acreditar indigno.
— “Vinde a Mim todos vós..

Não faça. dá oração, moeda de valor aquisitivo.
— “Ore em silêncio para comungar com o Pai...”

Escute a voz do Mestre, emergindo das páginas vivas do Evangelho, e prossiga
sem receio.
" Sendo o homem o depositário} o administrador dos bens que Deus lhe pós nas
mãos, contas severas lhe sardo pedidas do emprego que lhes haja ele dado, em
virtude do seu livra ar- bitrio
Capitulo XVI — item 18.

PATRIMÔNIO E POSSES
Você acredita em segurança nos termos com que o mundo bonra seus
adoradores. Por isso, você pode ser forte...
Na bolsa de valores...
Nos títulos bancários...
Nos juros capitalizados...
Na posse de ações industriais...
Nas jóias valiosas...
Na residência confortável...
Nos amigos que o cercam na mesa farta...
Na robustez física...
Na juventude da carne breve...
★Lembre-se, porém, d* hora da morte — a partida inevitável para todo« os
seres, através dos caminho* do tempo.
Segurança representa tranqOilidade.
Sem paz interior, nio há pode# real.
Os bens ficam no mundo.
Juventude e saúde sâo épocas rápidas da estaçáo dos anos.

Só o Bem acompanha o homem além do mundo...
O poderoso na Terra é apenas mordomo de recursos que desaparecem.
Todos os valores pertencem, em última instância, ao Senhor de todas as coisas.
Património financeiro é problema para -o Espirito.
Comodidade física é caminho para a doença da alma.
Aproveite as possibilidades que o tempo faz passar através de suas mios, antes
que escorram para a inutilidade, e utilize esse património para assegurar sua volta
ao Reino, vitoriosa mente.
"Nunca se compra* em rebuscar os defeitos alheios, nem ido^pouco em
evidenciá-los. Se a isso se vê obriga- do, procura sempre o bem que possa atenuar
o mal."
Capítulo XVII — item 3.
SIGA VOCÊ
Cultive a sinceridade, mas nfto intente a modificação do caráter alheio a golpes
de verdades rudes.
Representa facilidade comum a repreensão, sendo, porém, muito complexa a
tarefa da correção para quem realmente deseja cooperar.

Desenvolva a austeridade em todos os seus atos; no entanto, evite a aparência
de superioridade moral entre as pessoas de suas relações.
Austeridade é meio de sublimação intima, e não azrorrague disfarçado com que
se ferem “crianças espirituais*’.

Guarde a seriedade na palavra e na ação; todavia, evite a máscara da rigidez
muscular na face e sorria.
Imobilidade no rosto não expressa virtude, sendo, muitas vezes, manifestação
de suplício interior
Exercite a introspecção, qual mergulhador de pérola* no oceano da alma;
contudo, procure horas propícias para fazê-lo.
A vida moderna exige atividade renovada em todo lugar.
*
Apague o cansaço da expressAo facial enquanto você permanece em serviço,
mas não o diga a ninguém.
0 salário do trabalhador é a fecundidade da sementeira.
*
Busque o que lhe seja útil e santo; porém, nâo exija que os outros tenham os
mesmos ideais.
A evolução registra sua marcha com múltiplas estacas.

Ligue-se ao bem comum em nome de todos; no entanto, nio force os demais a se
ligarem a seu empreendimento, mesmo que seja o melhor, em sua opinião.
A gota d’água se une a outra gota d’água e, unidas, fazem correr filetes que se
perdem no grande mar.
*
Anote os chamados do Cristo, no cerne de sua alma, e entregue seus caminhos a
Ele.
Não espere, porém, que os demais amigos sigam com você.

93Muitos ouvem, mas não entendem.
Escutam e não discernem.
Vêem e não distinguem.
Participam, mas não vibrara em sintonia.
*
Você constatará que pessoas ilustres e amigo* diletos falam em dever e
repetem expressões de Jesus, dispondo de largos depósitos de valores sem uso,
mas, por enquanto, encontram-se muito empenhados nas ilusões da forma,
enganados pelas fantasias da mente, sem poderem seguir.
Que espera você? — Siga!“Muito», entretanto, doe que acreditam Tios fatos das
manifeetaçõee não lhes apreendem as consequências, nem o alcance moral, ou, ee
oe apreendem, não oe aplicam a ei meemos Capitulo XVII — íttm 4.

REGISTROS
No Cristianismo, você pode ocupar duas posições: cristão e cristico.
Cristão é todo aquele que segue Jesus.
Cristico é todo aquele que vive Jesus.
Há muito cristáo que segue o Senhor a distância, sem viver o Cristo nas
atitudes.
E há muito cristico que, não seguindo o Senhor consoante as convenções do
mundo, nunca se aparta d’Ele.

No Cristianismo, você pode manter a posição de crente e consciente.
O crente apenas ouviu noticias a respeito do Senhor.
O consciente, no entanto, manteve oportunidade de conviver com o Senhor.
O crente quase sempre deserta à hora do testemunho.
O consciente silencia na dor e, edificando o Reino de Deus na própria alma,
confia até o fim.
No Cristianismo, você pode escolher a posição de adepto ou de servidor.
O adepto mantém compromisso com a rotulagem da fé.
O servidor tem ligação com o trabalho.
O adepto guarda n*alma o entusiasmo que o tempo apaga.
O servidor oferece contribuição de sacrifício pessoal e persevera, infatigável
sempre.

Fenômeno consentâneo ao Cristianismo, o Espiritismo é o sol da atualidade.
Nele, você pode ser alguém que se beneficia com sua dádiva, sem, no entanto,
beneficiar a ninguém.
Também você pode beneficiar-se, espalhando sua claridade no mundo inteiro
com a vitalização de seu amor.
Por isso, há espiritistas sem Espiritismo e Espiritismo sem espiritistas.

Você encontrará, na Doutrina Espirita, adeptos e praticantes. Os primeiros
escutam e passam; os segundos realizam e ficam.
Alguns vivem à escuta, aguardando oportunidade de realizar, indefinidamente.
Outros, porém, produzem enquanto ouvem a mensagem da Fé Viva.

Registre, nas telas de sua mente, a posição em que você se encontra no campo
da fé e, quanto antes, fixe com seus atos a diretriz para onde segue, como segue,
com quem segue e para quem segue, “apreendendo as consequências e o alcance
moral das manifestações e aplicando-os a si mesmo**, conforme a diretriz da
Doutrina Espírita.
"Não imiteis o homem que ee apresenta como modelo e trombeteia ele práprio suas
qualidades a todos os ouvidos complacentes. ”
Capítulo XVII — item 8.

DESFAVORAVELMENTE
Não julgue desfavoravelmente, mesmo que sua observação o ajude na conclusão
precipitada.
Você não pode pretender ter examinado o assunto sob todos os ângulos. Muita
coisa, que você vê, não é exatamente como você vê...
*
Não comente desfavoravelmente, mesmo que tenha sobejas razões para
fazê-lo.
Você não sabe como se portaria» se estivesse na posição do antagonista. O que
você sabe não se deu realmente como você sabe...

Não pense desfavoravelmente, mesmo que encontre apoio na atitude de todos.
Você não conhece o assunto com a consideração devida. O que você conhece não
expressa a realidade como você pensa...

Não informe desfavoravelmente, mesmo que você esteja senhor do assunto.
Você nio dispõe de possibilidades para prever as mudanças que se operam num
minuto. O de que você está informado nio é conhecimento bastante para que você
informe como foi informado...

N&o opine desfavoravelmente, quando você puder ajudar, só porque muitos são
contra.
Você nio pode discordar, somente para agradar a maioria. O de que você tem
noticia nio se passou como lhe disseram...

Ouça a opinião de duas pessoas de gostos musicais diferentes, saindo de um
concerto de música clássica...
No dia do julgamento de Jesus-Cristo, a multidão julgava, comentava, pensava,
informava e opinava desfavoravelmente a Ele...
Crucificado, deu ganho de causa aos assassinos e perseguidores.
No entanto, o material com que O julgaram e as testemunhas que O acusaram
não representavam a verdade, porque, enquanto todos estavam ligados aos
interesses inconfessáveis do mundo, desejavam ali- já-Lo da Terra.
Ele, que era o Senhor do mundo, ficou, porém, em silêncio, fiel ao Supremo Pai,
porfiando até o fim.
"Purificai, pois, os vossos corações; ndo consintais que neles demore qual- quer
pensamento mundano ou fútil." Capitulo XVII — (Um 10.

VERIFIQUE
Você se afirma cristão e vacila na fé.
*
Você se acredita generoso e nega compreensão ao primeiro Espírito que o
ofende.
Você se acha detentor da verdade e caminha entre as sombras do erro.

Você proclama o amor sem limite e partilha o pão da cólera.

Você exalta a alegria e mergulha a alma na angústia.
*
Você participa do Evangelho e situa a conduta longe dele.
*
Você enuncia sentenças orientadoras e segue sem roteiro definido.

Você promete trabalhar pela Causa do Bem e abraça o comodismo,
*
Você prega a liberdade e vive no labirinto da* paixões.
*
Você já pensou nisto?
Quem tem a luz da crença vive em claridade permanente.
Verifique seus atos, recorde a exemplificação do Mestre e entenderá que a maior
lição de sabedorh universal ainda é o atestado das ações, no campo do Ideal." Quão
poucos se tomam dignos de entrar no reino dos Céus!"
Capítulo XVIII — (tom 2.

CHAMAMENTOS
Escute o apelo constante do céu, convidando-o ao dever durante a vida inteira.

A voz da vida abundante se manifesta em toda parte, conclamando-o à
renovação.

O carinho da família...
Os demorados anos da infância...
A doação da saúde constante...
Os anseios da mocidade coroando-se de venturas ...
Os ideais nascidos na fé religiosa...
Os objetivos elevados a se delinearem no pensamento ...
Os livros nobres...
A contribuição dos mestres...
O concurso da ciência...
A harmonia da Natureza...
O equilíbrio da mente.. •
Os favores do organismo sadio •..
A inspiração das Altas Esferas,. .
O amor de Deus em todas as coisas.. .
No entanto, quantos atingem a maioridade e A velhice sem conseguirem o alto
desiderato do equilíbrio e da paz, por se demorarem na viciação e no desrespeito!
Quantos que, herdeiros dos divinos legados, só depois da morte despertam
para as realidades que hoje malbaratam

Aproveite o convite que lhe chega à sensibilidade e siga o rumo do bem.
Talvez, mais tarde, a voz que o convoca não mais enuncie os suaves apelos que
agora você desdenha. Posteriormente, quando você despertar, somente a dor
poderá realizar o trabalho que a negligência hoje lhe impede desenvolver."O
caminho único que vos está aberto, para achardes graça perante ele, é o da prática
sincera da lei de amor e de caridade
Capitulo XVIII — Item 9.

LEMBRANÇAS FRATERNAS
Escrevendo aos romanos, Paulo informava, referindo-se À expressão verbal
sem atos: — **A sua garganta é um sepulcro aberto.**
*
Suas realizações revelam os pendores que o caracterizam.
O homem comum cultiva o Cristo externo em nome da fé.
O homem renovado pela fé cultiva o Cristo interno que o vitaliza.
Tenha, pois, cuidado! Registre e evite:
palavra apenas — sepultura luxuosa;
inteligência improdutiva — encadernação doirada em folhetim vulgar;
virtude inoperante — livro de belo formato com folhas em branco;
boa vontade estacionada — água em perigosa estagnação;
tolerância a tudo — jardim adornado de espinhos traiçoeiros;
piedade sem contribuição socorrista — sol frio sobre terra encharcada;
fé sem obras — adorno extravagante;
auxílio sob impropério — chuva de granizo.

O incêndio voraz começa na fagulha pequenina.
O cristão moderno se tem caracterizado como a gota d'égua da açêo no
deserto da produção.
Acredita-se tomado de intenções superiores que malbarata na ociosidade.
Guarda-se em preciosa casca religiosa, forrando com aparência brilhante a própria
inutilidade.
Você, porém, que vive o Cristo interior, ateie fogo à aparência mentirosa e ao
verbalismo sem vitalidade, com a fagulha da ação elevada, e exerça “a prática
sincera da lei de amor e de caridade"."Cultivai «m drvor* da vida, cujos fruto» dão
a vida eterna."
Capitulo XVIII — ftom 18.

PERTURBADORES
Você diz crer nos Espíritos. No entanto, descuida do domicilio mental e segue
arrastado por forças maléficas da Erraticidade.
Você informa a es peei fcação da fé espirita, u que se liga, e conhece algo da
vida espiritual. Todavia, descura o equilíbrio e vive a braços com perturbações de
Espíritos infelizes, que o arrastam ao país-d as-sombras.
Você afirma a certeza de que a vida prossegue. Apesar disso, não vigia as
“entradas do coração“ e permite que vândalos desencarnados o transformem em
microfone da insensatez.
Você insiste quanto à realidade doe Espiritos e à comunicação deles com os
homens da Terra. Entretanto, não se arma de piedade e amor para os ajudar, de
molde a que as façanhas deles não o surpreendam no dia-a-dia da neblina carnal.
Você prescreve roteiros de advertência aos de- savisados sobre obsessores e
seus sequazes, que retornam do túmulo para cobrar dividas do pretérito. Segue,
todavia, como se estivesse indene à influéncia deles, na qualidade de quem já nio
tivesse vivido antes.
Você expõe com arroubos verbais, se inflama na fé e esclarece sobre a vida
depois do vaso de lama e cinza; mas não vive de maneira a atestar a excelência da
convicção, colocando-se a salvo das influências perniciosas de vingadores do
além-da-morte.
Você ora e pede socorro aos Espíritos, porque sabe de sua legitimidade no
mundo depois-das-for- mas. Porém, não se conduz qual nauta que, conhecendo as
dificuldades das travessias, sabe descobrir entre as águas tumultuadas o canal de
segurança até o porto de repouso.

Acautele-se mais.
Os Espíritos infelizes, de mente ultrajada, vivem mais com os companheiros
encarnados do que se supõe. Misturam-se nas atividades comuns, perambulam no
ninho doméstico, participam das conversações, seguem com os comensais, de quem
dependem em processo legitimo de varapirização...
Perturbam-se e perturbam.
Sofrem e fazem sofrer.
Odeiam e geram ódios.
Amesquinhados em si mesmos, amesquinham os outros.
Infelicitados, infelicitam.
Ore e trabalhe.
Alce o pensamento aos Cimos da Vida e atue nas baixadas do vale em que se
encontra.
Não mande fazer o bem — faça-o você.
Não receite fórmulas de socorro — ajude você mesmo.
Não delegue a outrem serviços de beneficência — seja o anjo do auxilio.
E, preservando a casa somática pela conduta reta, seu Espirito, respeitado em
si mesmo, alçar-se-á das lutas inferiores às fronteiras da serenidade, pairando
distante das ciladas impiedosas dos adversários da paz.
"A fé robusta dá a perseverança, a energia e os recursos que fazem ss vençam os
obstáculos, assim nas pequenas coisas, que nas grandes."
Capitulo XIX — Item 2.

HOJE EM DIA
Mesmo que tudo em aparência esteja contra suas nobres aspirações em favor
do próximo, guarde a calma sempre.
Irritação — porta da loucura.

Sempre que a perseguição gratuita seguir empóe de seus passos, confie no
valor da verdade.
Receio — urna de fatais aflições.
•★
Quando a descrença lhe impossibilitar a disseminação da verdade que o
Evangelho desdobra, insista. certo de que o valor da fé se patenteia na força da
realização perseverante.
Trabalho — insígnia de heróis.

Apesar das agressões do mal impersonificado, não se deixe esmorecer nos
empreendimentos a que se propõe.
Coragem — mensagem de fé.
Embora o atestado negativo do inundo em rela* ção à honra e ao dever,
persevere no objetivo de servir.
Fidelidade — manifestação de sintonia moral com a vida.
*
Certamente, tudo em volta do crente é um apelo ao desequilíbrio e ao
desencanto, quando este se encontra disposto a /enovação. No entanto, convém
não esquecer que, se o mundo fosse um Êden, não teria sido necessária a
ressurreição do Cristianismo através da Mensagem Espírita.
Em razão disso, é imprescindível perseverar como ensina o Evangelho “e nunca
temer**. O futuro falará de seu hoje, nos abençoados frutos da paz intima, por
você ter cumprido o dever.
A calma na lutasempre um de força e de confiança; a viol ao contrário, denota fraqueza
vida de si mesmo
Capítulo XIX — /tem 3

CONSERVE O EQUILÍBRIO
Sua felicidade começa quando a felicidade do outros ae realiza.

Seu triunfo e libertação dependem do esforço desenvolvido para atingir as metas
que você objetív».
*
Cuide do íntimo --------- fiscalize a mente.
Exaltação e frieza são estados patológico» e passageiros da emoção.
Moderação e discernimento nas realizações expressam convicção e saúde mental.

O entusiasmo exagerado deforma a realidade.
A afeição desenfreada subscreve perigosos compromissos morais.
A paixão partidária impele a injustiças irreparáveis.
O esporte desmedido consome preciosas energias.
A cegueira religiosa conduz a intolerância criminosa.
HOA vaidade descabida arrasta a situações ver* gonhosas.
A cobiça desvairada leva a loucuras deploráveis.
A irreflexão é a geratriz de muitos infortúnios. *
O pessimismo constante traduz desequilíbrio.
A indiferença contumaz revela enfermidade.
A critica renitente voz da inferioridade.
A mordacidade incessante exprime pequenez moral.
O desdém a tudo responde como brutalidade.
A negligência continuada expressa anomalia mental.
A agressividade persistente representa prirni- tivismo.
A descrença obstinada reflete animalidade.
*
Os extremos se encontram no infinito.
Meio-termo não significa acomodação morna.
Há a exaltação nascida no discernimento, como manifestação superconsciente
da razão.
No equilíbrio originário da segurança interior, surge a paz inspiradora da
felicidade irradiante.
Comece a felicidade onde sua realização felicito alguém e “guarde a calma na
luta“, que “é sempre um sinal de força e de confiança“.
“Pregai pelo exemplo da vossa fé, para a incutirdes nos homens."
Capítulo XIX — ítflm 11.

SUGESTÕES CORDIAIS
Solucione o problema quando surja e como surja, nio se deixando contaminar
por ele. Aja conservando a paz, para que nio reaja mais tarde, dominado pelo
desespero.
Problema adiado, problema complicado — solução demorada.
*
Receba a dificuldade que aparece, como se a aguardasse, perseverando na
serenidade, mesmo que o choque movimente as forças de sua revolta em la- tència.
Dificuldade compreendida, dificuldade'aceita — superação rápida.

Encare a enfermidade que desponta, com equilíbrio, reservando as energias
para a luta necessária durante o embate orgânico.
Enfermidade recebida, enfermidade atendida — saúde regularizada.
Reivindique o direito de servir, como ae o dever constituísse elemento
essencial de sua existência.
Dever atendido, dever simplificado — prazer demorado.
*
Use a severidade evangélica, retificando em você mesmo o que você censura
nas atitudes alheias. Não exija esclarecimento: demonstre o seu através dos atos
sadios.
Severidade vivida, severidade amenizada — realizações fáceis.
Afeiçoe-se ao conhecimento e estude sem cessar A ignorância que se retrai
deixa campo à felicidade que se expande.
*
Transforme a própria fé num Evangelho de ações superiores. A maior religiio e
a mais necessária é aquela que, fundamentando-se na crença em Deus, na
imortalidade da alma e na Justiça Divina pelo renascimento, se converte em
bênção a favox de todos.
Fé ativa, fé consoladora — religiio ideal.
“Deus procede, neste momento, ao censo dos seus servidores fieis e já marcou
com o dedo aqueles cujo de- votamento é apenas aparente, a fim de que não
usurpem o salário dos servidores animosos, pois aos que não recuarem diante de
suas tarefas é que ele vai confiar os postos mais difíceis na grande obra da
regenera ção pelo Espiritismo ”
Capítulo XX — item 5.

NO SERVIÇO DO
ESCLARECIMENTO
Você sempre pode fazer mais pela obra de amor com que o Espiritismo honra
sua vida.
A palavra que esclarece, colocada a serviço de alguém, é mensagem libertadora
que felicita e enobrece.

Espalhe a claridade da fé até onde não chegam suas mãos.

Traslade uma página consoladora e encaminhe-a a um coração amargurado.
Nunca você poderá avaliar a extensão de tal benefício, senão quando for o
beneficiado.

Renuncie a uma carteira de cigarros, em cada semana, e converta-a num cartão
portador de boas novas.

Una-se a outros companheiros e, cancelada uma entrada de cinema, uma vez por
semana, imprima essas delicadas mensagens, com que os* Espíritos embelezam a
vida, e distribua-as entre os aflitos, sedentos de roteiro e paz.

Abandone, em definitivo, o aperitivo malfazejo e transforme as moedas, que
ele consome, em páginas de luz num serviço radiofônico.

Adquira selos postais e oferte-os àqueles que se dedicam ao ministério da
correspondência salutar.

Há dores que são apenas miasmas da ignorância, tanto quanto muitas podridões
são apenas ausência de drenos. Quem esclarece, drena o mal e a enfermidade.

O homem verdadeiramente feliz, somente o é, quando se sente livre. E, para
que sua liberdade seja plena, faz-se mister que esteja esclarecido.

O conhecimento é o dínamo da renovação interior.

O Espiritismo não é apenas uma mensagem de alevantamento. É a própria vida
da vida em nome da Eterna Vida.

É indispensável que expresse em termos de ação superior a luminosidade que
lhe aclara as realizações.

Não creia que nada mais pode ser 'feito.
Há muito, ainda, á espera de quem se disponha ao culto da produtividade.

Diariamente registram-se no mundo milhares de novas fórmulas que a técnica
aperfeiçoa.
Na operosidade espiritista, a cada momento, é possível fazer-se algo no setor
da cultura, que é também caridade santificante.

Há corações esperando por vocè. Não espere por
eles.
A luz vem de cima.
Quem está elucidado, solucione os enigmas pax os outros.

Jesus-Cristo, padronizando as determinações vida, retrucou à mulher que
exaltava o ventre O gerara, afirmando que mais 44bem-aventura< aquele que ouve a
palavra e a pratica”, renov a face da Terra, e o Iluminado Codificadortrou: “ . . .
pois aos que não recuarem diante d< tarefas é que Ele vai confiar os postos mais d
na grande obra da regeneração peio T&spiritr
“0 Espiritismo nos faculta os meios de experimentá-los, apontando os caracteres
pelos quais se reconhecem os bons Espíritos, caracteres sempre morais, nunca
materiais.”
Capítulo XXI — item 7.

CARACTERÍSTICAS
INVIOLÁVEIS
Milhares desejavam-no diferente em sua configuração básica.
Porta de acesso à glória.
Fórmula simples para problemas.
Urna de surpresa.
Solucionador conjugal.
Divertimento de fácil aquisição.
Roteiro aprazível.
Triunfo ligeiro.

No entanto, apresenta-se com feição diametralmente oposta à em que se o
desejaria.
Conduz à glória; todavia, exige caminhada áspera em solo difícil.
É fórmula para quaisquer problemas, mas usa ingredientes como a renúncia e o
sacrifício.
Oferece surpresas, porque desbrava os campos da alma e amplia o horizonte
espiritual do homem.
Soluciona dificuldades conjugais; no entanto, condiciona o êxito ao perdão e ao
amor.
Divertimento ao alcance de todos; porém, senda por onde caminham pernas
firmes a se rasgarem nos espinhos do dever.
Roteiro do infatigável prazer de servir.
Triunfo rápido da alma que se empenha na escalada complexa da imortalidade.

Revivendo o Cristo Apostólico, o Espiritismo conduz o homem pela via dolorosa
até o portal da ressurreição triunfante, oferecendo a felicidade total.
Não glorificação fulgurante.
Nem orgulho prepotente.
Nem sedas brilhantes.
Nem jóias preciosas.
Nem triunfos temporais.
Nem compensações que se acabam.

Sustenta a renúncia como portal de luz e apregoa o amor como gema rara de
aquisição eterna.
Conclama o Espírito ao labor incessante, porque o trabalho é a estrada de
acesso ao país da ventura plena.

Em razão disso, muitos milhares que o buscam, ávidos, abandonam-no,
revoltados.
Desejavam o que não mereciam.
Pediam o que não podiam receber.
Olvidavam que se recebe sempre o reflexo do que se doa.
A posse legítima é decorrência do que se oferece.
E, debandando embora das fileiras do Cristianismo Redivivo, as legiões de
aventureiros da ilusão, desenxabidos e tristes, levam consigo, no coração, o lume
da verdade que um dia brilhará como luz inextinguível, apontando-lhes o porto
sublime das realizações eternas para a felicidade de todos.“Sabe ele (o
Paganismo) muito bem que está errado, mas isso não o abala, porquanto a
verdadeira fé não lhe está na alma. O que mais teme é a luz, que dá vistas aos
cegos."
Capítulo XXIII — ítem 14.

SUGESTÕES DE AMIGO
Mesmo que você esteja com a razão, escute em silêncio a reprimenda
injustificada.
Ouvir para examinar é oportunidade de aprendizado e experiência.

Mesmo que a lição lhe amargure o Espírito, receba-a como dádiva preciosa.
Antes uma verdade que magoa, mas salva, do que uma ilusão que agrada e se
desvanece.

Mesmo que você seja chamado ao debate em nome da causa que ama,
desculpe-se e prossiga na ação.
Muitas palavras exaltam poucas razões.

Mesmo que a dor se constitua parceira única de seus labores evangélicos,
prossiga resoluto.
0 cinzel que fere a pedra, dela arranca a escultura valiosa.

Mesmo que a espada invisível da calúnia abra feridas em seu coração, continue
animado.
O bem é luz inapagável.

Mesmo que a urna sombria do “eu” apele para que você viva somente para você,
arrebente a grilheta e ajude a comunidade naquele que segue a seu lado.
A ostra mais resistente, em solidão, despedaça- -se de encontro aos recifes do
mar imenso.

Mesmo que a luta pareça inútil, confie no valor da perseverança que sabe agir.
Os pólens de uma única flor são suficientes para multiplicá-la indefinidamente,
embelezando a Natureza

Mesmo que o fel da amargura verta em seus lábios, cada noite, o acre sabor do
desespero, desperte, no dia seguinte, abençoando a aurora.
Quem contempla uma noite de vendaval acreditará na impossibilidade de um
claro sol na manhã porvindoura. No entanto...

Mesmo que o alarde da maledicência empane a claridade de sua luz, não revide
mal por mal.
A árvore ultrajada responde à ofensa com produtividade.

Mesmo que seus sonhos formosos de assistência fraternal e socorro cristão se
transformem em pesadelos aflitivos nos dias de atividade, siga adiante, confiando
intimorato.
Considerado pelos familiares, em Nazaré, como embusteiro e endemoninhado, o
Mestre prosseguiu no ministério da Verdade, alargando as possibilidades da Boa
Nova no vergel desfeito dos corações humanos, para, na cruz, atestar a suprema
vitória do amor como única via de “luz que dá vista aos cegos” e enseja libertação
para o Espírito sedento de imortalidade.“0 bom médium, pois, não é aquele que
comunica facilmente, mas aquele que é simpático aos bons Espíritos e somente
deles tem assistência Capítulo XXIV — item 12.

DECIDIDAMENTE
Dedique-se à mediunidade com respeito e abnegação.
Mediunidade — porta de serviço.

Vibre no trabalho medianímico com entusiasmo e devotamento.
Trabalho medianímico — caminho de sublimação.

Mantenha a ordem nas obrigações mediúnicas que você se impôs.
Ordem — via de progresso.

Fixe os pensamentos na inspiração superior com firmeza e intensidade.
Concentração — elemento essencial.

ïncorpore-se ao Evangelho com decisão e renúncia.
Evangelho — fonte de vitalidade.

Desenvolva os dons psíquicos na escola do auxílio.
Dons psíquicos — empréstimo divino.

Medite e estude com ardor para o serviço me- diúnico.
Meditação e estudo — degraus de elevação.

Deixe que a canga mediúnica repouse em seus ombros, mesmo que você sofra.
Canga mediúnica — instrumento disciplinante.

Demore-se, no recinto mediúnico, em equilíbrio e serenidade.
Recinto mediúnico — hospital de almas.

Dê assistência ao aparelho mediúnico com lubrificação da vida reta e da prece
constante.
Aparelho mediúnico — instrumento de felicidade ou ruína.
“Eles semeiam na Terra o que colherão na vida espiritual. Colherão lá os frutos da
sua coragem ou da sua fraqueza
Capítulo XXIV — item 16.

COM VOCÊ MESMO


Argumente com equilíbrio.
Você convencerá pela força da expressão, e não pela expressão da força.

Pondere com bondade.
Você, examinando por outro ângulo, verificará que sua expressão pode não
estar correta.

Advirta com serenidade.
Você conseguirá êxito pelo que diga, e não como diga.

Ensine com brandura.
Você esclarecerá pela repetição incessante e otimista, e não pelo tumulto que
provoque.

Aja com paciência.
Você caminhará sempre com os recursos que tenha, e não com os que pense ter.

Ajude com discrição.
Você recolherá alegria pelos favores que # faça, e não pelos que propale.

Corrija com simplicidade.
Você retificará através da compreensão fraterna, e não da imposição violenta.

Fale com moderação.
Você exporá melhor com exemplos do que com palavras.

Escute com atenção.
Você informará mais tarde consoante ouviu, e não como desejaria ter escutado.

Cresça com decisão.
Você chegará à paz consigo mesmo pelo que realize, e não pelo que desejaria
ter realizado.

O que você semear na Terra colherá no Mundo Espiritual...
“Deus conhece as nossas necessidades e a elas provê, como for necessá- >1
TIO.
Capitulo XXV — Item 7.
ATRAVÉS DO TEMPO
Respeite o tempo, esse patrimônio valioso que o Senhor lhe concede para a
glória de seu Espírito.
Ele é o abençoado auxiliar de sua felicidade.

Não se detenha no passado.
O “ontem” é uma chama que ardeu e se demora extinta.

Não se inquiete pelo futuro.
O “amanhã” é uma labareda que ainda não foi acesa e, por isso, não produz
claridade.

Preocupe-se com o presente e aja agora.
O “hoje” é uma fagulha queimando flamejante. ★
Utilize a dádiva do minuto-a-minuto que passa e se extingue, utilizando-o como
oportunidade de santificação e felicidade.

Compadeça-se de seu “hoje” e dê-lhe valor.
Viva e vitalize o fugaz momento, oferecendo-lhe real significação.

Dê a sua “hora presente” — luz que arde na mensagem da vida — uma aplicação
positiva e sã, porque, ao se apagar, essa claridade jamais voltará a reacender.

“Eia, agora!” — diz o Evangelho; e acrescenta a Mensagem Espírita: “Deus
conhece nossas necessidades . . . ”

Caminhe, neste momento alígero, produzindo luz através de sua integração nos
altos compromissos com a oportunidade.

Este é o instante de adquirir, no tesouro do tempo, os títulos de felicidade a
que você aspira.
Aproveite essa concessão da eternidade, e Deus “proverá como fòr
necessário”.
“Não violenteis nenhuma consciência; a ninguém f orceis 'para que deixe a sua
crença, a fim de adotar a vossa; não anatematizeis os que não pensem como vós;
acolhei os que venham ter convosco e deixai tranquilos os que vos repelem.”
Capítulo XXV — item 11.
COOPERAÇÃO
Ninguém pede que você reprima o mal a violentos golpes de insensatez.
Cooperação é clima de paz.

Ninguém combate a ingorância com arroubos culturais.
Cooperação é luz a se espraiar na escuridão.

Ninguém ajuda um coração rebelde, contaminando-se de cólera.
Cooperação é mensagem de equilíbrio.

Ninguém atesta segurança, na tarefa de ajudar, quando revida ultrajes.
Cooperação é alma da serenidade.

Ninguém mantém a ordem no trabalho com gritaria e aflição.
Cooperação é expressão de valor moral.

Ninguém modela caracteres com imposição de uma hora.
Cooperação é medicamento vitalizante em todo o tempo.

Ninguém liberta almas, criando problemas do consciência.
Cooperação é força do direito.

Quem realmente coopera nada exige, nada revida, criando sempre um clima de
simpatia e bondade.
Recorde o Divino Mestre, o Cooperador por Excelência; não imponha sua
maneira de ver, não modifique o roteiro alheio. Ajude sem restrição, abrindo os
braços sem embargo a todos os que necessitam, porque cooperação, em última
análise, é comunhão do bem como o bem em nome do Sumo Bem, “não
anatematizando os que não pensam como você; acolhendo os que venham ter com
você e deixando tran- quilos os que o repelem”, como preceitua o Evangelho ...
“Sem dúvida alguma há leis naturais e imutáveis que não podem ser ab- -rogadas ao
capricho de cada um; mas, daí a crer-se que todas as circunstâncias da vida estão
submetidas à fatalidade, vai grande distância Capítulo XXVn — item 6.

EM NOME DO PAI
Dilate a confiança em favor de você mesmo, esperando em Jesus.
O erro alimenta-se do erro.
A sombra nutre-se da sombra.
O crime vive do crime.
Vitalizar, através de receios, os elementos negativos é oferecer base aos
adversários da felicidade, fortalecendo os verdugos do coraçfio.
A ideia é poderosa força em criação ininterrupta.
Cada pensamento infeliz é como um ser à parte, destruindo sua alegria.
Cada ideia deprimente é semelhante a vírus sutil, aniquilando sua saúde.

Liberte-se das influências inferiores, cultivando a serenidade e desenvolvendo
a esperança.
Quebre, assim, as armas do mal.
Alimentando os elementos do bem com as expressões mentais da cooperação
psíquica, desenvol- ver-se-ão eles, formando a legião benfeitora e vigilante de sua
prosperidade espiritual.

Recear o mal é sintonizar com ele.
Esperar o insucesso significa confiar nele.
Aguardar a infelicidade representa vive-la por antecipação.
Renove a paisagem mental de seus conceitos ha bituais e povoe seu mundo
individual com o exército da edificação constante, sem esquecer que a mente é
campo de luta onde se travam batalhas constantes.

É imprescindível visitar a treva em seu reduto e vence-la com a claridade da
esperança.
Surpreenda o mal, sem lhe dar maior importância, e aniquile-o na gruta onde se
acolhe.
Levante as próprias energias e lute.
Toda luz que você acender no mundo, nascida em seu íntimo, tranformar-se-á
em lâmpada luminosa no caminho de todos, porquanto nenhum vendaval poderá,
jamais, apagar uma única luz alimentada pela energia a derramar-se do Pai, que nos
inspira e guia através de suas “leis naturais e imutáveis“. ..
“Sendo livre o homem de agir num sentido ou noutro, seus atos lhe acarretam, e
aos demais, consequências subordinadas ao que ele faz ou não .” Capitulo xxvn — item
6.

SEGURANÇA
Desperte, cada manhã, fixando o novo dia como bênção de Deus.
A misericórdia divina jamais cessa.

Descubra em qualquer problema o ensejo de aprender.
Quem pode examinar e discernir, lucra sempre.

Faça sua parte com espontaneidade e alegria.
O recalcitrante sempre encontra motivos para envinagrar as próprias horas.

Ajude quanto lhe seja possível.
O egoísta respira no clima da inutilidade a que se entrega.

Organize seus deveres com aproveitamento das horas.
Minuto desperdiçado — oportunidade perdida.

Atenda à disciplina.
0 progresso desenvolve-se nos braços da ordem.

Evite a complicação.
O labirinto jamais conduz a lugar algum.

Esqueça qualquer ofensa.
A mente que pára a examinar ultrajes não difere do abutre que se compraz nos
cadáveres.
Difunda a clara lição do Evangelho em toda parte, não esquecendo que, no lar, a
claridade da Boa Nova deve permanecer brilhando em suas atividades.
Use as lições do Cristo, entre os familiares, com a doçura em que as vive junto
aos companheiros da fé.

Para o seu êxito guarde a paz, mantendo fidelidade ao ideal cristão.
Recorde-se de que, após a multiplicação dos peixes e dos pães, enquanto a
turba saciada saudava, no Rabi, o Salvador de Israel, Ele, solitário e humilde,
desdenhando as homenagens, procurou comungar com o Pai, num ameno colóquio de
prece, antevendo os testemunhos do porvir.
“Um homem se acha perdido no deserto. A sede o martiHza horrivelmente.
Desfalecido, cai por terra. Pede a Deus que o assista, e espera. Nenhum anjo lhe
virá dar de beber. Contudo, um bom Espírito lhe sugere a ideia de levantar-se e
tomar um dos caminhos que tem diante de si.” Capítulo XXVII — ftem 8.

EQUILÍBRIO
Comece o trabalho diário na luz da oração.
O céu não atende a pedidos que não são formulados.

Estimule alguém com uma palavra gentil.
Você ignora o poder incendiário de uma faísca. ★
Cultive a cordialidade onde esteja.
Uma gota de narcótico, injetada na artéria, conduz a mente inquieta ao repouso
necessário.

Renuncie à opinião de quem dá a última palavra.
Há serpentes que matam de uma só picada.

Conclame suas forças à realização do bem.
A noite de tenebra rasga-se ante uma fagulha de luz.

Domine as emoções, como se dirigisse fogosos corceis.
As grandes alturas produzem quedas desastrosas.

Quando ultrajado, antes de reagir utilize a boa palavra e, se não puder,
mantenha o silêncio.
Ninguém se arrependerá de ter silenciado uma ofensa, desculpando e
prosseguindo firme.

Recorde-se de Jesus em todos os dias e circunstâncias de sua vida, vendo n’Ele
o homem que se venceu a si mesmo, e dirija-Lhe o pensamento quando convocado
pela aflição.
Senhor do Mundo, respeitou a insignificante moeda de pobre viúva entre
opulentas doações.
Administrador da Terra, considerou o fermento humilde.
Enviado de Deus,' buscou a Lázaro, leproso, arrancando-o da sepultura.
Sol da Vida, esteve nas trevas do vale humano, sem humilhar.
Rei Amoroso, aceitou desdenhada manjedoura para nascer. . .
Guarde, você também, seu equilíbrio em qualquer situação. A tormenta vigorosa
e destruidora fica esquecida ante a paz da madrugada, que tudo renova e
embeleza. Saiba, pois, que, orando na dificuldade, “um bom Espírito lhe sugere a
ideia de levantar-se e tomar um dos caminhos que tem diante de si”.
“0 homem sofre sempre a consequência de suas faltas; não há uma só infração à lei
de Deus, que fique sem a correspondente punição ” Capítulo XXVII — item 21.

CAUSAS E EFEITOS
Os tecidos sutis da alma são as fontes vitaliza- doras das células do corpo.
Pense no bem constantemente e a saúde tomará seus membros.
Mente — vida.

Do Espírito procedem todas as exigências que o corpo pratica.
A carne é frágil argila — o Espírito é o modelador.

A casa física é departamento passageiro do mundo espiritual.
Construção robusta ou frágil — consequência dos val&res acumulados no
pretérito.

Viver não é somente nutrir o corpo, guardar o corpo, proporcionar conforto e
gozo ao corpo.
Sacrifício do corpo em favor da alma — viver bem, bem vivendo.

A boca, instrumento da voz e porta de entrada do tubo digestivo, é também
grave instrumento. da vida.
Boca educada, emoções disciplinadas — enunciado? salutares.

As células se intercomunicam por vibrações eletromagnéticas que as vitalizam.
Espírito — dínamo; Jesus — Fonte de Energia.

Conduza sua alma para Deus e dirija o corpo no sentido do dever, certo de que
todo sofrimento é decorrência de faltas que não ficam “sem a correspondente
punição”.
Sofrimento — efeito dos erros.
“A cada desgraça que nos chegue, cuidemos de saber se não teria estado em
nossas mãos evitã-la
Capítulo XXVm — item 8.

OBSERVE E LUCRE
Aonde quer que você vá, encontrará a mensagem da sabedoria divina,
concitando-o à renovação.
Observe com atenção todas as coisas e retenha o lucro.

Examine onde você está e o que tem: A Terra — um educandário; a vida — uma
lição; a saúde — uma concessão; a enfermidade — um aviso; a mediunidade — uma
porta de serviço; a obsessão — um chamamento; a alegria — uma bênção; o
acidente — uma advertência; o poder — um perigo; a felicidade — uma promessa; a
riqueza — um fardo; a miséria — um resgate; a solidão — uma prova; o adversário
— uma oportunidade; o amigo — um prêmio.

Aqui você enxergará a dor, essa página constante da lição da vida, retificando
almas.
Ali você descobrirá a aflição, corrigindo hoje os infratores de ontem.
Mais além perceberá a saúde, malbaratada pelo desrespeito em jogos de ilusão.
Em toda parte você defrontará a Lei, corrigindo ou sendo violada, mas sempre
funcionando como mensagem de Deus.“Todos temos ligado a nós, desde o nosso
nascimento, um Espírito bom, que nos tomou sob a sua proteção. Desempenha,
junto de nós, a missão de um pai para com seu filho: a de nos conduzir pelo caminho
do bem e do progresso, através das provações da vida."
Capítulo XXVIII — item 11.
AMIGOS ESPIRITUAIS
Você errou muitas vezes, comprometendo as mais nobres aspirações da vida.
No entanto, seus Amigos Espirituais não o deixaram à margem da senda. Voltaram
a inspirá-lo, impulsionando-o à reabilitação.

Você enganou a própria opinião quando julgou precipitadamente, entregando a
mente e o coração à revolta injustificada. Todavia, seus Amigos Espirituais não
demonstraram ressentimentos, prosseguindo nas tarefas a seu lado.

Você acusou seus anjos benfeitores, porque não o libertaram da provação
necessária a seu progresso espiritual. Contudo, seus Amigos Espirituais
continuaram sustentando-lhe a fé deficitária.

Você usou de violência nas expressões socorris- tas, como quem pretende
balsamizar feridas, pene- trando-as com aguilhões ou utilizando substância
corrosiva. Apesar disso, seu Amigos Espirituais permaneceram fieis, ajudando-o
com bondade e paciência.

Você faliu ante o testemunho inadiável e irre- movível, escorregando no dever a
que se liga. Entretanto, não o abandonaram seus Amigos Espirituais, recomeçando,
humildes, os exercícios da dignidade com você.

Você sucumbiu ante a dor, entregando-se ao pessimismo quando tudo lhe
ensejava oportunidade de luta e confiança. Mas, assim mesmo, seus Amigos
Espirituais porfiaram sem reclamação.

Você excluiu de seu círculo de amizade o companheiro que fracassou na
jornada. Todavia, seus Amigos Espirituais não lhe disseram que você errava quando
a impiedade4'zurzia em suas mãos. Prestimosos, estenderam o auxílio àquelé que
você repudiou.

Os Espíritos Superiores, refletindo a Infinita Misericórdia de nosso Pai, são
pacientes e gentis com nossas fraquezas.
Não reclamam — ensinam em silêncio.
Não se queixam — socorrem sem cessar.
Não acusam — amparam sempre.
Não desistem — porfiam confiantes.
São embaixadores da luz em missão de esclarecimento.

Embora o grande amor deles por nós todos, não fazem o que nos cabe realizar,
nem se inclinam a um protecionismo pernicioso e inconsciente.
Paradigmas do bem, expressam a Mensagem Divina em roteiro de trabalho, no
qual as parcelas do suor e da lágrima, como manifestação do esforço de renovação
e da dor do burilamento, não se demoram esquecidos.

Ajudam e aguardam auxílio.
Insistem e pedem receptividade.
Instruem e esperam disciplina no trabalho.
No entanto, quando sentem baldados os esforços iluminativos, sem qualquer
paixão compreendem que o grande amigo do aluno rebelde e indisciplinado ainda é o
tempo, nos caminhos da aprendizagem, onde a alma descobre a necessidade de
lutar para ser feliz, retornando às sendas por onde eles também já caminharam.

Aproveite, ainda hoje, a presença e a inspiração de seus Amigos Espirituais e
esforce-se para acertar. Mesmo devotados, não se podem deter indefinidamente
aguardando por você.
E, quanto esteja ao alcance de seu esforço, seja para com os amigos de seu
caminho essa mesma indulgência e bondade que são seus Amigos Espirituais em
relação a você.

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