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Garças em perigo

Um bando de garças vivia, feliz e


descontraidamente, na planície junto ao rio. Elas
estavam seguras de dia, porque voavam quando se
sentiam em perigo; e estavam seguras à noite, pois
tinham colocado os seus ninhos entre os ramos de
uma grande árvore. E todas ouviam a voz da garça
mais velha, sempre cheia de bons conselhos.
Ao longo do tempo cresceu uma planta
trepadeira no caule da grande árvore. A garça mais
velha, sempre atenta e protetora, avisou o bando:
- É melhor cortarmos a trepadeira, pois alguém
pode subir por ela e colocar-nos em perigo.
Mas as outras garças, habituadas à segurança,
nada fizeram. E a trepadeira cresceu até aos ramos.
Uma noite, as garças dormiam profundamente,
depois de um dia de fartas refeições, quando de
repente, uma delas piou estritamente, sentindo-se
agarrada pelas patas por umas mãos fortes de
homem. Todas as outras esvoaçaram, alvoroçadas,
para fora dos ninhos e da árvore. Todas, menos a
garça mais velha, que não abandonou a garça em
perigo. E, do alto da árvore, piou:
- Finge-te de morta! Ele vai soltar-te.
Desta vez, a garça mais nova seguiu o
conselho, tombou o longo pescoço e deixou cair as
pernas e as asas. O caçador, convencido de que a
presa não lhe escapava, atirou-a ao chão. E a garça,
agora livre, voou para o alto e para longe. Mas os
ovinhos, esses, desapareceram todos.

Frase fabulosa: Os mais experientes evitam que


nos coloquemos em situações de perigo. Mas
também nos ajudam a sair dela.
“Nosso Amiguinho”
Rosa-Dos-Ventos, Agosto-Setembro, 2022, Ano 54,
Nº 594, Santa Casa da Misericórdia do Porto, CPAC,
Edições Braille.

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