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A Ostra e o Rato

Baseado na fábula de Leonardo Da Vinci, esta


peça de teatro ensina que pensar apenas em si
mesmo pode trazer consequências prejudiciais ou
mesmo fatais.
Todavia, quando há boa vontade, pode-se ser
altruísta.

Personagens: Narrador, Ostra, Peixes, Rato e Gato.

Narrador: Certo dia, uma ostra viu-se,


juntamente, com um grande número de peixes,
dentro da casa de um pescador, a pouca distância
do mar.
Peixes: Que triste sorte a nossa! Vamos morrer
asfixiados
Ostra: Aguentem-se! Ânimo. Ouço alguém a
chegar.
Peixes: É um rato. Menos mal que não é um
gato.
Ostra: Rato, será que poderias levar-nos para o
mar, se fazes favor?
Rato: Peixes, lamento, mas são muitos e
demasiado pesados para mim.
Narrador: Na verdade, o Rato estava
interessado na Ostra. Era grande e bonita. E
pensava que devia ser deliciosa. Por isso, decidido a
comê-la, disse:
Rato: A ti, Ostra, posso certamente. Mas é
preciso que abras a tua concha, porque assim
fechada não posso carregar-te.
Narrador: A Ostra, prevenindo-se, abriu
cautelosamente a concha. O Rato meteu
imediatamente o focinho para a abocanhar.
Ostra: Rato, a tua maldade vai custar-te caro.
Rato: Solta-me a cabeça, solta-me a cabeça!
Ostra: Não a tivesses enfiado de mais.
Rato: Estás a magoar-me o pescoço. Solta-
me…
Narrador: E como o Rato não parava de gritar,
um gato ouviu-o, veio a correr e devorou-o.
A Ostra e os Peixes, temendo pela própria vida,
e porque nada tinham a perder, apelaram para a boa
vontade do Gato:
Ostra: Gato, será que poderias levar-nos para o
mar, se fazes favor? Dentro de pouco tempo,
estaremos crescidos e, então, poderás pescar
peixes grandes e ficar com a minha pérola.
Gato: Estaria a ser ingénuo se vos soltasse em
troca de uma pescaria incerta. Mas estou com sorte,
porque, por hoje, já estou saciado.
“Audácia”
Rosa-dos-Ventos, outubro, 2019, Ano 51, Nº 562,
Santa Casa da Misericórdia do Porto, CPAC,
Edições Braille.

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