O documento discute como a tradução de Meu estranho diário de Carolina Maria de Jesus para o inglês em The Unedited Diaries foi antropofágica. Teóricos como Campos e Arrojo argumentam que uma tradução antropofágica absorve elementos de uma cultura dominante para transformá-los e perturbar sua posição de poder. A pesquisa qualitativa compara o texto original e sua tradução para o inglês e encontra que esta última desafia a língua inglesa central tensionando seu repertório linguístico e cultural
O documento discute como a tradução de Meu estranho diário de Carolina Maria de Jesus para o inglês em The Unedited Diaries foi antropofágica. Teóricos como Campos e Arrojo argumentam que uma tradução antropofágica absorve elementos de uma cultura dominante para transformá-los e perturbar sua posição de poder. A pesquisa qualitativa compara o texto original e sua tradução para o inglês e encontra que esta última desafia a língua inglesa central tensionando seu repertório linguístico e cultural
O documento discute como a tradução de Meu estranho diário de Carolina Maria de Jesus para o inglês em The Unedited Diaries foi antropofágica. Teóricos como Campos e Arrojo argumentam que uma tradução antropofágica absorve elementos de uma cultura dominante para transformá-los e perturbar sua posição de poder. A pesquisa qualitativa compara o texto original e sua tradução para o inglês e encontra que esta última desafia a língua inglesa central tensionando seu repertório linguístico e cultural
A TRADUÇÃO ANTROPOFÁGICA DE CAROLINA MARIA DE JESUS PARA O
INGLÊS EM THE UNEDITED DIARIES
Aurielle Gomes (UFCG)1
Sinara Branco (UFCG)2
No contexto do debate sobre a tradução do cenário decolonial, é relevante pensar em como
muitas línguas passaram por um processo violento para se adequar aos interesses da cultura de países colonizadores, como os de língua inglesa, por exemplo. Sob tal perspectiva, teóricos como Campos (1963) e Arrojo (1986) apontam para a tradução como meio de tensionar e desestabilizar os valores de línguas centrais, constituindo-se também como um mecanismo para dar voz a culturas que estão em uma posição periférica. Ambos recorrem, nesse sentido, à metáfora do canibalismo: uma tradução antropofágica absorveria os elementos de uma cultura de prestígio, de modo a transformá-los com vistas a um texto que perturba e rompa com essa posição de poder. No presente trabalho, busca-se analisar como a tradução de Carolina Maria de Jesus de Meu estranho diário para o inglês - The unidited diaries - configura-se como antropofágica. A pesquisa é de natureza qualitativa e, no âmbito dos Estudos da Tradução, se insere no campo de comparação de traduções e seus textos fontes (WILLIAM; CHESTERMAN, 2002). Os resultados apontam para uma tradução que desafia os valores de uma língua central - a língua inglesa - por tensionar o repertório linguístico e cultural do sistema de chegada. Portanto, no texto em inglês, os elementos da língua de prestígio são transformados para acompanhar em diversos momentos a escrita fragmentada de Carolina Maria de Jesus.
PALAVRAS-CHAVE: Tradução. Carolina Maria de Jesus. Antropofagia.