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DESENVOLVIMENTO LOCAL COM TECNOLOGIAS SOCIAIS: FOSSAS

SUSTENTÁVEIS
GRUPO EDUCACIONAL TUTORIAL - ECONOMIA - UFJF - 2019

Tutor
Lourival Batista de Oliveira Júnior

Membros
Alessandra Cristina Quirino
Joana D´Arc Costa Gomes
Matheus Mauricio Costa do Patrocínio
Nathan Freire Borges
Técia Cristina Carvalho de Souza
Vitória Laboury Rodrigues de Souza
Tecnologias sociais: Fossas Sustentáveis

Resumo
Este trabalho é um roteiro informativo de tecnologias sociais abrangendo alguns
tipos de “fossas sépticas sustentáveis” a serem analisados e que podem servir como
base para tomada de decisão por indivíduos, famílias, ONGs e órgãos públicos. O
roteiro tem o intuito de facilitar a escolha da tecnologia e sua implementação,
procurando levar as informações de forma referenciada. Neste sentido, são descritos os
tipos de “fossas sépticas sustentáveis”, bem como o levantamento do custo médio da
implementação da tecnologia.
PALAVRAS-CHAVE: Tecnologia social. Fossas sépticas sustentáveis.
Sustentabilidade.

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Introdução
O Brasil possui cerca de 23 milhões de pessoas na zona rural que carecem de
coleta ou tratamento de esgoto, esse número corresponde a 75% de toda a população
rural em 2009 (IBGE). Nota-se ainda que a diferença regional é significativa, na região
sul cerca de 48% da população rural teve acesso à coleta de esgoto, enquanto na
região centro-oeste apenas 9% da população rural teve esse acesso, percentual
comparável a de países da África subsaariana (COSTA; GUILHOTO, 2014).
A falta de um tratamento eficiente de esgoto traz consequências negativas para a
sociedade em geral. A ausência de tratamento de esgoto gera doenças feco-orais como
as doenças diarreicas; constata-se que cerca de 90% das mortes por diarreia são
devidas à má condição sanitária, sendo que no Brasil, em 2004, 28.900 pessoas foram
vítimas dessa doença (WHO, 2008; apud COSTA; GUILHOTO, 2014).
A tecnologia sociais “fossa séptica” pode contribuir para mudar esse cenário. Os
benefícios sociais e econômicos incluem a redução das internações hospitalares
causadas pela falta de saneamento básico, redução dos índices de infrequência e
abandono escolares, redução da mortalidade infantil, melhoramento da qualidade de
vida no campo, entre outros resultados que também podem ser alcançados com a
implementação dessa tecnologia.
De acordo com a Constituição Federal (CRFB/1988. Art. 23, IX), o poder
municipal fica encarregado de tomar ação quanto ao saneamento básico do próprio
município (Lei nº 11.445/2007 e Decreto nº 7217/2010). Porém, ainda são raras as
ações que incorporam tecnologia e que contam com políticas de universalização do
sistema de saneamento básico em áreas rurais.
Dito isso, o foco do projeto de tecnologias sociais, neste roteiro, e descrever e
divulgar a importância e viabilidade das fossas sépticas sustentáveis para a
conscientização e informação do público em geral na construção de sistemas de
saneamentos alternativos. Esse trabalho apresenta os principais sistemas e suas

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aplicações práticas. Sem embargo, é importante enfatizar que os sistemas são
amplamente flexíveis quanto à possibilidade de variações.
Serão descritos 4 modelos de fossas sépticas pois caracterizam-se como os
mais populares dentre as variações disponíveis. São eles, o modelo T-EVAP,
econômico, biodigestor e o modelo com pneus usados.
O sistema T-EVAP consiste na eliminação dos fluidos pela da absorção das
plantas. Este é um modelo que inclui pneus na construção de sua câmara principal,
sendo ideal para pessoas que têm acesso a pneus usados. Além disso, é possível
cultivar plantas alimentícias como a taioba e a bananeira, que são consideradas ideais
para o funcionamento do sistema, no qual o consumo dos mesmos não causam danos
à saúde.
A fossa econômica é um modelo simples e compacto, que consiste na utilização
de bombonas de plástico e canos PVC. Por esse motivo, o modelo é indicado para
pessoas que desejam gastar pouco, ou pessoas que tem um espaço reduzido para a
implementação do sistema. Um fato negativo desse modelo, é o de ter uma
durabilidade reduzida, se comparado às construções de alvenaria, por ser constituído
majoritariamente por bombonas.
O modelo biodigestor consiste na decomposição por bactérias anaeróbicas
advindas do esterco. É um sistema que comporta maiores volumes de fluidos, ou seja,
pode ser um sistema compartilhado com duas ou mais casas, e é ideal para produtores
rurais de gado, pelo fato de o sistema exigir um despejo periódico de esterco bovino.
Por fim, o modelo com pneus usados consiste na utilização de pneus de
caminhão e é um sistema resistente por ser constituído, basicamente, por pneus e
alvenaria.
Os tipos de fossas trabalhados são os seguintes:
1. T-EVAP
2. Fossa econômica

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3. Fossa biodigestora
4. Fossa com pneus usados

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Tipos de Fossas Sustentáveis
T-EVAP Fossa Econômica Fossa Biodigestora Fossa com pneus
usados

Público alvo Agricultores Agricultores familiares. Atende a casas de até 5 Agricultores rurais;
familiares; pequenos pessoas. famílias pequenas.
proprietários rurais
com áreas maiores
disponíveis

Preço do material R$ 900,00 R$ 253,00 R$ 950,00 R$500,00


(2019)

Materiais Brita, areia, cimento, 03 Tambores de 200 3 caixas d’agua (fibra de Dois módulos com 4
necessários entulhos de Litros(Bombonas); 01 Tubo vidro ou fibrocimento) de pneus cada,
construção e pneus de PVC de 100 milímetros 1000 litros interligadas, duas parafusos, barra de
usados (mm); no tamanho de 3 curvas longas de PVC 100 ferro, cimento, areia,
metros; 01 Joelho de PVC mm, um PVC 50mm, uma brita e tubo de PVC
de 100 milímetros (mm); válvula de retenção de 100
03 Canos T de PVC de mm, dois “tês” (T) 100 mm,
100 milímetros (mm); 01 um pedaço de cano de
Tubo de PVC de 40 50mm, um registro de esfera
milímetros( mm); 01 de 50mm, um frasco de
Flange de PVC de 40 silicone para vedação, nove
milímetros (mm); -01 câmaras de ar de bicicleta,
Silicone - Tubo de 300 moto ou carro usadas
gramas; -Meio metro
cúbico de pedra brita nº
03.

Trabalho Pedreiro e servente Pedreiro Pedreiro e servente Pedreiro e servente


necessário
Vantagens Não existe deflúvio, Trata o esgoto doméstico Não atrai animais e não gera Reutilização de
ou por meio dos processos de odores desagradáveis, pneus usados que
seja, não existe sedimentação anaeróbico, gerando produtividade no seriam descartados
nenhuma forma dos sendo realizado campo e uma melhor no meio ambiente
efluentes poluírem o naturalmente por agentes condição para a família.
ambiente ou de biológicos capazes de
prejudicar a saúde eliminar mais de 80% dos
humana, resíduos orgânicos que
são lançados nas águas.

Projetos realizados Ouro Branco - MG, Pindamonhangaba-SP / Exu- PE Uberlândia – MG


Lima Duarte – MG Caratinga – MG

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Tanque de evapotranspiração (TEVAP)

O sistema de evapotranspiração (TEVAP) foi, nos criado por Tom Watson EUA,
com o intuito de prover um reaproveitamento dos nutrientes advindos do vaso sanitário
por uma tecnologia de sistema de saneamento individual. Este sistema conta apenas
com uma entrada de dejetos e um escape para gases, sem nenhuma saída para
efluentes. A proposta é utilizar as plantas como “saída” para os dejetos que ao longo do
tempo sofrem processos de decomposição anaeróbica e se transformam em fertilizante,
proporcionando a água e os nutrientes necessários às demandas nutritivas das plantas
no sistema, transferindo-os à biomassa das mesmas. Não existe deflúvio, ou seja, não
existe nenhuma forma dos efluentes poluírem o ambiente ou de prejudicar a saúde
humana, diferente de muitos métodos de fossa séptica, que mesmo com um processo
de tratamento do esgoto bruto, ainda despejam o material no solo (EMATER-MG, S/D).
O segredo para o funcionamento harmônico do método consiste em quatro
etapas, sendo primeiro a fermentação, no qual o efluente é decomposto por bactérias
anaeróbicas na câmara de pneus, a segurança no isolamento correto do sistema,
encurralando a saída e a proliferação de patógenos prejudiciais à saúde, na
capilaridade para a absorção dos nutrientes pelas plantas, e na evapotranspiração, que
consiste no processo final do tratamentos, no qual os nutrientes alimentam a vida das
plantas, e a água sai do sistema pela evapotranspiração das plantas (EMATER-MG,
S/D).
No que se deve às plantas da superfície, existe um grupo específico de espécies
consideradas ideais para o correto funcionamento dos processos. São elas espécies
que demandam quantidades elevadas de água, e que contém folhagem densa e com
folhas largas, para maior eficácia do processo de evapotranspiração. As mais
recomendadas são a bananeira e taioba como plantas que podem ser utilizadas para
consumo, e também ornamentais como copo-de-leite, maria-sem-vergonha e lírio-do-
brejo (EMATER-MG, S/D).

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Como funciona
Em um projeto padrão, e feito um buraco no chão de 2 metros de largura por 1
metro de profundidade. O seu comprimento varia de acordo com o número de usuários,
sendo 1 metro por pessoa. As paredes e o fundo são impermeabilizados com cimento,
para evitar o contato dos resíduos com o solo. Depois disso, colocam-se os pneus em
formato de túnel no centro que vai de uma ponta a outra, e em sua volta a brita, areia e
os entulhos. A primeira etapa da fermentação da matéria orgânica acontece dentro do
túnel de pneus e a segunda na zona de absorção das raízes de plantas cultivadas
sobre a fossa, como por exemplo, flores ornamentais, taiobas e bananas. Só assim é
possível o tratamento final da água, que só sai do tanque por evaporação e absorvida
pelas raízes das plantas (EMATER-MG, SD). As etapas de construção do tanque de
Evapotranspiração TEVAP estão expostas na Figura 1.

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Figura 1: Etapas de construção do Tanque de Evapotranspiração TEVAP

Fonte: Elaboração própria a partir de (2019):


https://g37.com.br/c/estadual/emater-mg-orienta-produtores-sobre-a-implantacao-de-fossas-septicas ;
https://www.diariodoaco.com.br/noticia/0048651-projeto-sanear-assegura-100-fossas-septicas-para-
zona-rural-de-ipatinga-
http://www.unirv.edu.br/conteudos/fckfiles/files/DIMENSIONAMENTO%20E%20CONSTRU%C3%87%C3
%83O%20DE%20TANQUE%20DE%20EVAPOTRANSPIRA%C3%87%C3%83O%20PARA%20O%20TRATAME
NTO%20DE%20ESGOTO%20SANIT%C3%81RIO.pdf

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Material necessário
Os materiais necessários para construção da fossa TEVAP estão listados no
Quadro 1.

Quadro 1:. Quantidade de materiais necessários para construção do tanque de


evapotranspiração

Material Utilizado Quantidades

Cimento 4 pc / 50 Kg

Areia 1m³

Brita 1 m³

Entulho (diversos) 3 m³

Pneus 20 pneus

Cano PVC 100mm 6 metros

Joelho PVC 100mm 1 unidade

Tijolo 40 tijolos

Fonte: Emater-MG, (S/D).

Cidade
Esse tipo de fossa séptica é indicada pela Empresa de Assistência Técnica e
Extensão Rural do Estado de Minas Gerais - EMATER-MG. Já foi construída na cidade

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de Ouro Branco na região central de Minas Gerais e também na cidade de Lima Duarte
na Zona da Mata Mineira e entre outras.

Links para mais informações


● Tanque de evapotranspiração para o tratamento de efluentes do vaso sanitário
domiciliar – EMATER, (S/D):
http://www.emater.mg.gov.br/doc/intranet/upload/DETEC_Ambientaltvap_com_d
efluvio.pdf
● Construção de fossas sépticas beneficia famílias na Zona da Mata - Agência
Minas Gerais 29 de março de 2019:
http://www.agenciaminas.mg.gov.br/noticia/construcao-de-fossas-septicas-
beneficia-familias-na-zona-da-mata
● EMATER-MG Orienta produtores sobre a implantação de fossas sépticas - Portal
G37, S/D:
https://g37.com.br/c/estadual/emater-mg-orienta-produtores-sobre-a-
implantacao-de-fossas-septicas

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Fossa séptica econômica

Imagem 1: Etapas de construção da fossa séptica econômica com tambores.

Fonte: Fundação Banco do Brasil, 2011.

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Descrição
A fossa séptica biodigestora econômica é um tipo de tecnologia social que tem o
objetivo de proporcionar uma maior qualidade de vida ao homem do campo. Essa
tecnologia foi desenvolvida na cidade de Pindamonhangaba-SP e usada em parceria
com a Prefeita Municipal de Caratinga-MG. Comparada a uma fossa tradicional de
alvenaria, que custa em média R$ 1.000,00 a fossa séptica econômica, que tem média
de preço de R$ 250,00, tem um barateamento do custo, pois ela dispensa a mão de
obra especializada, ou seja, o pedreiro utiliza tambores de plástico de 200 litros, que
também são conhecidos como “bombonas”, e pela sua facilidade de instalação
(COSTA, 2011).

Método adotado
Existem três questões que devem ser seguidas para a instalação da fossa. A
primeira é o escoamento, que pode ser feito por meio da vala de infiltração ou do
sumidouro, que farão o escoamento para dentro do solo dos efluentes provenientes da
fossa séptica. A vala de infiltração é recomendada para as localidades onde o lençol
freático é próximo da superfície. Cava-se uma ou mais valas, nas quais são colocados
tubos de dreno com brita, permitindo escoar para dentro do solo os efluentes. É
recomendada a plantação (capim apropriado) em toda a vala de infiltração, tornando um
pequeno filtro com raízes. O sumidouro é um poço sem laje no fundo, que permite a
penetração do efluente no solo e é recomendado para locais onde o lençol freático é
mais profundo. O diâmetro e a profundidade dependem do tipo de sumidouro, porém
não deve ter menos de um metro de diâmetro e mais de três metros de profundidade.
A montagem da fossa se divide em duas partes. Primeiro cavar o buraco da
fossa, em seguida montar a fossa. No primeiro passo o local escolhido deve ficar longe

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de qualquer fonte de captação de água, pelo menos 30 metros para evitar
contaminação, no caso de eventual vazamento. O buraco, cavado no solo, deverá ter
as seguintes dimensões: 1,40m profundidade; 2,50m de comprimento e 0,80m de
largura. Na segunda etapa da montagem, os tambores deverão ser colocados em
sequência, como mostra a figura 2, que são interligados por tubos de 100mm,
exemplificados na figura 3 os joelhos e o cano T. O tubo deverá ser cortado de modo
que cada extremidade fique com 10 centímetros (cm) para dentro do tambor, que
servirá para encaixe das conexões. Na tampa do primeiro tambor deverá ser colocado a
flange, que servirá de suspiro para saída dos gases. O tubo de 40 milímetros (mm)
deverá ser encaixado no flange para que a liberação dos gases seja disperso no ar.
Todo esse processo de construção tem a função de tratar o esgoto doméstico por meio
dos processos de sedimentação, anaeróbico e de decomposição do esgoto, sendo
realizado naturalmente por agentes biológicos que são capazes de eliminar mais de
80% dos resíduos orgânicos que são lançados nas águas. Além de colaborar com o
progresso da saúde, as fossas resgatam a dignidade da pessoa humana e melhora a
sua qualidade de vida (COSTA, 2011).

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Figura 2: Etapas de construção da fossa séptica econômica com tambores.

Fonte: Fundação Banco do Brasil, 2011.

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Figura 3: ilustração das interligados com tubos.

Fonte: Fundação Banco do Brasil, 2011.

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Resultados alcançados
No município de Caratinga-MG já foram instaladas 117 fossas sépticas
econômicas. O projeto é feito em parceria com os moradores, que ficam responsáveis
pela compra do material, enquanto o técnico de saneamento da Prefeitura orienta sobre
o local apropriado para a construção e montagem da fossa gratuitamente.
De acordo com COSTA (2011):
O último laudo de análise das fossas aponta uma redução de 80%
da Demanda Biológica de Oxigênio (DBO), índice que indica a
diminuição das bactérias e, com isto, ajuda na diminuição da
contaminação do lençol freático e córregos próximos a
comunidades que possuem agora as fossas sépticas econômicas.

Links para mais informações


● Fossas Sépticas Econômicas Pindamonhangaba - vídeo;
● Fossas Sépticas Econômica - Folder.

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Fossa séptica biodigestora

Figura 3: Etapas de construção da fossa séptica biodigestora.


Fonte: PORTAL EMBRAPA, 2001

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Descrição
A fossa séptica biodigestor tem como objetivo trazer para a população mais
pobre, principalmente do campo, uma forma sustentável de descartar os dejetos e ainda
obter um adubo orgânico para auxiliar nas plantações. A foto acima representa uma
fossa séptica biodigestora já instalada, podemos observar que ela demanda de um
espaço grande para funcionar.

Método adotado
O modelo de fossa séptica biodigestora foi criado pela EMBRAPA com objetivo
de auxiliar as pessoas que moram e trabalham no campo, é um sistema básico
dimensionado para uma casa com cinco pessoas. Ele é formado por três caixas
d’águas de 1.000 litros interligadas com uma única manutenção por mês adicionando
uma mistura de água e esterco bovino (5 litros de água e 5 litros de esterco) para a
manutenção das bactérias que estimulam a biodigestão dos dejetos, transformando-os
em adubo orgânico. Um ponto muito positivo nesse tipo de fossa é que ele não atrai
animais e não gera odores desagradáveis, gerando produtividade no campo e uma
melhor condição para a família.
A estrutura dessa fossa deve ser construída no padrão de a cada 5 pessoas na
casa deve-se colocar 3 caixas de 1.000 litros, pois gera a quantidade de dejetos e
bactérias necessárias para transformar em adubo após 25 dias. É preciso que as caixas
d’água sejam de fibrocimento ou fibra de vidros, as caixas d’águas não podem ser de
plástico por serem fáceis de estragar e podem afetar na construção da fossa séptica,
pois é preciso uma vedação e uma impermeabilização adequada para o processo
acontecer, dessa forma, os materiais mais recomendados são materiais mais
resistentes a mudanças de calor e a impactos.

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Não é recomendado que o encanamento da pia e do chuveiro estejam ligados a
fossa séptica para se obter uma melhor condição de adubo. Além disso, não é um
sistema recomendado para sítios e chácaras de fim de semana, pois seu sistema de
biodigestão anaeróbica precisa de ser “alimentado” regularmente (GALINDO, et al;
2010).

Material necessário
Os materiais necessários para a construção da fossa séptica biodigestora são:
● 3 caixas d’água;
● 2 curvas longas de PVC de 90° e 100 mm de diâmetro;
● 1 flange de PVC soldável de 50mm;
● 1 válvula de retenção de 100 mm;
● 2 “tês” (T) de inspeção de 100 mm de diâmetro;
● 2 pedaços de cano de ¾ de polegada de 30 cm;
● 1 pedaço de cano de 50mm;
● 5 pedaços de canos de 30 cm de tubo de PVC de 100mm;
● 1 registro de esfera de 50mm;
● 1 frasco de silicone para vedação;
● 2 flanges de PVC soldáveis de 25mm;
● 9 câmaras de ar de bicicleta, moto ou carro usadas;
● 1 tubo de cola de PVC;
● 9 pedaços de arame galvanizado de 15 cm;
● 2 tampões de PVC de 25mm. (OTENIO, M.H., et al; 2014)

Links para mais informações

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● Como montar e usar a fossa séptica modelo Embrapa
https://www.embrapa.br/busca-de-solucoes-tecnologicas/-/produto-
servico/721/fossa-septica-biodigestora
● Perguntas e Respostas Fossa Séptica Biodigestora
https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/908011/perguntas-e-
respostas-fossa-septica-biodigestora
● Fossa Séptica Biodigestora - Portal Embrapa https://www.embrapa.br/busca-de-
solucoes-tecnologicas/-/produto-servico/721/fossa-septica-biodigestora

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Fossa séptica com pneus usados
Descrição
Na maioria das regiões rurais do Brasil não possuem um sistema público de
coleta de tratamento de esgoto, e a construção de fossas sépticas e uma das melhores
opções para conter essa ausência. Elas impedem que os resíduos sejam despejados
diretamente na natureza. Um tipo de fossa séptica que solucionaria isso seria a fossa
séptica com pneus usados. Além disso, resolveria o acúmulo de pneus usados jogados
no meio ambiente de forma inapropriada.

Como funciona
A fossa séptica de pneus é composta por dois módulos, cada um com 4 pneus. A
conexão é feita diretamente no vaso sanitário. Dentro do módulo 1, o esgoto é
decomposto pela ação de bactérias. Essa matéria orgânica se deposita no fundo e o
líquido gerado segue para o segundo módulo, nesse estágio as bactérias remove cerca
de 95% da matéria orgânica contaminante. O passo a passo para sua instalação
encontra-se na Figura 4.

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Figura 4: Estrutura de fossa séptica com pneus usados

Fonte: Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE), (S/D).

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Material necessário
Os matérias necessários para construção da fossa com capacidade para atender
uma moradia composta por quatro pessoas estão descritos no Quadro 2.

Quadro 2. Quantidade de materiais necessários para construção da fossa com pneus


usados.

Material Utilizado Quantidades

Pneus de caminhão 8

Parafusos 5/8 24

Barra de ferro 12 metros (4.8mm) 1

Barra de ferro 12 metros (6mm) 1

Arruela 5/8 aba larga 48

Cimento ½ p 50Kg

Lata de areia 24

Lata de Brita Zero 6

Fita aluminizada 20 m

Curva PVC 100mm 4

Barra de tubo PVC 100mm 3

Fonte: Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE), (S/D).

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Cidade
Esse tipo de fossa séptica foi desenvolvido pelo Departamento Municipal de Água e
Esgoto (DMAE) de Uberlândia.

Links para mais informações


● Departamento Municipal de Água e Esgoto(DMAE), (S/D):
http://servicos.uberlandia.mg.gov.br/uploads/cms_b_arquivos/17803.pdf

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Referências
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de
1988. Brasília, DF: Presidência da República. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm. Acesso em: 29 abr.
2019.

BRASIL. Decreto nº 7.217, de 21 de junho de 2010. Regulamenta a Lei no 11.445, de


5 de janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, e
dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2010/Decreto/D7217.htm. Acesso em 29 abr. 2019.

BRASIL. Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o


saneamento básico. Brasília, 5 de janeiro de 2007; 186º da Independência e 119º da
República. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2007/Lei/L11445.htm. Acesso em 29 abr. 2019.

COSTA, Cinthia Cabral da; GUILHOTO, Joaquim José Martins. Saneamento rural no
Brasil: impacto da fossa séptica biodigestora, 2014. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/esa/v19nspe/1413-4152-esa-19-spe-0051.pdf. Acesso em: 10
abr. 2019.

COSTA, José Corintho Araujo. Fossas sépticas econômicas. Caratinga, 2011


Disponível em: http://tecnologiasocial.fbb.org.br/tecnologiasocial/banco-de-tecnologias-
sociais/pesquisar-tecnologias/fossas-septicas-economicas.htm. Acesso em: 29 abr.
2019.

Construção de fossas sépticas beneficia famílias na Zona da Mata. Publicado em


29 de março de 2019. Disponível
em:http://www.agenciaminas.mg.gov.br/noticia/construcao-de-fossas-septicas-beneficia-
familias-na-zona-da-mata. Acesso em: 24 abr. 2019.

Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE). Disponível em:


http://www.dmae.mg.gov.br/. Acesso em: 10 abr. 2019.

Emater-MG orienta produtores sobre a implantação de fossas sépticas. Publicado


em 27 de abril de 2015 Disponível em:https://www.g37.com.br/c/estadual/emater-mg-
orienta-produtores-sobre-a-implantacao-de-fossas-septicas. Acesso em: 24 abr. 2019.

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EMATER, Tanque de evapotranspiração para o tratamento de efluentes do vaso
sanitário domiciliar. S/D:
http://www.emater.mg.gov.br/doc/intranet/upload/DETEC_Ambientaltvap_com_defluvio.
pdf

Fossa Séptica Biodigestora desenvolvida na Embrapa é adotada pelo Governo


como política pública. Disponível em:
http://www.agenciaminas.mg.gov.br/noticia/construcao-de-fossas-septicas-beneficia-
familias-na-zona-da-mata. Acesso em: 10 abr. 2019.

Fossas sépticas econômicas, Prefeitura Municipal de Caratinga-MG, 2011. Disponível


em: https://transforma.fbb.org.br/tecnologia-social/fossas-septicas-economicas. Acesso
em: 10 abr. 2019.

Fossas Sépticas Econômicas, Pindamonhangaba. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=cqyLX_8nIx0. Acesso em: 06 mai. 2019.

Fossa séptica sustentável. Uberlândia. Disponível em:


http://www.uberlandia.mg.gov.br/uploads/cms_b_arquivos/17803.pdf. Acesso em: 10
abr. 2019.

GALINDO, N. et al Perguntas e respostas: fossa séptica biodigestora. In, PORTAL


EMBRAPA, Brasília, 2010. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-
publicacoes/-/publicacao/908011/perguntas-e-respostas-fossa-septica-biodigestora.
Acesso em: 17 abr. 2019.

PORTAL EMBRAPA: Soluções tecnológicas: Fossa Séptica Biodigestora. In,


PORTAL EMBRAPA, pag 4,Brasília, 2001. Disponível em:
https://www.embrapa.br/busca-de-solucoes-tecnologicas/-/produto-servico/721/fossa-
septica-biodigestora.Acesso em: 17 abr. 2019.

SustentArqui, FOSSA séptica ecológica com pneus: veja como fazer. 2017.
Disponível em: <https://sustentarqui.com.br/fossa-septica-ecologica-pneus>. Acesso
em: 10 abr. 2019.

OTENIO, M. H. et al Como montar e usar a fossa séptica modelo Embrapa:


Cartilhas adaptadas ao letramento do produtor In: EMBRAPA, 2014, Brasília, DF.
Disponível em: http://www.campinas.sp.gov.br/arquivos/meio-
ambiente/cartilha_embrapa_pmc.pdf. Acesso em: 17 abr. 2019.

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TV Alterosa Zona da Mata e Campo das Vertentes - Publicado em 12 de maio de 2017.
JF: Emater ensina a construir uma fossa ecológica. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=1dYQnGCWPts&pbjreload=10. Acesso em 24 abr.
2019.

WHO. World Health Organization (2008). The global burden of disease: 2004 update.
Genebra: World Health Organization. Disponível em:
https://www.who.int/healthinfo/global_burden_disease/2004_report_update/en/. Acesso
em: 10 abr. 2019.

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