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Cálculo II/Cálculo Dif.

e Integral II
Máximos e Mínimos

Equipe de CII e CDI-II

Universidade do Estado do Rio de Janeiro Setembro - 2021


Conteúdo
1. Determinação de extremos locais
2. Extremos absolutos
3. Teorema de Weierstrass
4. Máximos e Mínimos Condicionados
Antes da aula de 10/09, estude as seções 6.4 a 6.6 do Capítulo 6 do
livro Cálculo II: volume I, disponível em Cálculo Diferencial e Integral II
– Cálculo II – Vol. 1
Há arquivos auxiliares disponíveis no AVA para entendimento dos
conceitos. Eles estão indicados na parte superior do slide associado a
cada arquivo. Os .ggb devem ser abertos com o Geogebra Classic e os
scripts .txt, com o CalcPlot3D.
Além dos demais canais de comunicação com nossa equipe, você
também pode tirar dúvidas por email: nunes@ime.uerj.br (Patrícia)

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Determinação de
extremos locais

Determinação de extremos locais 1/26


Hessiano

Definição
Seja f : U → R uma função de classe C2 no conjunto aberto U ⊂ R2 . A
função [ ]
fxx (x, y) fyx (x, y)
H(x, y) = det , (x, y) ∈ U
fxy (x, y) fyy (x, y)
é chamada hessiano de f.

Determinação de extremos locais 2/26


Classificação de PC

Teorema
Sejam f uma função de classe C2 no conjunto aberto ⊂ R2 e (x0 , y0 ) ∈ U
um ponto crítico de f
1. Se H(x0 , y0 ) > 0 e fxx (x0 , y0 ) > 0, então (x0 , y0 ) é ponto de
mínimo local de f em U.
2. Se H(x0 , y0 ) > 0 e fxx (x0 , y0 ) < 0, então (x0 , y0 ) é ponto de
máximo local de f em U.
3. Se H(x0 , y0 ) < 0, então (x0 , y0 ) é ponto de sela de f em U.
4. Se H(x0 , y0 ) = 0, nada se pode concluir.

Determinação de extremos locais 3/26


Exemplos myScript-online3-185.txt

Classifique os pontos críticos de f(x, y) = 4xy2 −2x2 y−x.

{
4y2 −4xy − 1 = 0
∇f(x, y) = (0, 0), ,
2x(4y−x) = 0
( ) ( )
1 1
PC: 0, − e 0, .
2 2

Determinação de extremos locais 4/26


Exemplos myScript-online3-185.txt

Classifique
( os
) pontos
( críticos de f(x, y) = 4xy2 −2x2 y−x.
)
1 1
PC: 0, − e 0, , ∇f(x, y) = (4y2 −4xy − 1, 2x(4y−x)).
2 2
[ ] [ ]
fxx (x, y) fyx (x, y) −4y 8y−4x
H(x, y) = det = det
fxy (x, y) fyy (x, y) 8y−4x 8x
= −32xy − (8y − 4x)2

(x0 , y0 ) H(x0 , y0 ) fxx (x0 , y0 )


( )
0, − 12 <0 – ponto de sela
( 1)
0, 2 <0 – ponto de sela

Determinação de extremos locais 5/26


Exemplos myScript-stewart-37-978.txt

Classifique os pontos críticos de f(x, y) = −(x2 − 1)2 − (x2 y − x − 1)2 .

fx (x, y) = −4x3 (y2 + 1) + 6x2 y + x(4y + 2) − 2


fy (x, y) = −2x2 (x2 y − x − 1)

PC: (x, y) = (−1, 0) ou (x, y) = (1, 2).

fxx (x, y) = −12x2 (y2 + 1) + 12xy + 4y + 2


fxy (x, y) = −8x3 y + 6x2 + 4x
fyy (x, y) = −2x4
H(x, y) = fxx (x, y)fyy (x, y) − (fxy (x, y))2
H (−1, 0) = −10 · (−2) − 22 = 16, fxx (−1, 0) = −10
H (1, 2) = −26 · (−2) − 6 = 16, fxx (1, 2) = −26
2

Determinação de extremos locais 6/26


Exemplos myScript-stewart-37-978.txt

Para funções de uma variável, é possível uma função contínua admitir


dois máximos locais e nenhum mínimo local? E para funções de duas
variáveis?
Classifique os pontos críticos de f(x, y) = −(x2 − 1)2 − (x2 y − x − 1)2 .
PC: (x, y) = (−1, 0) ou (x, y) = (1, 2).

H (−1, 0) = −10 · (−2) − 22 = 16, fxx (−1, 0) = −10


H (1, 2) = −26 · (−2) − (−6) = 16, 2
fxx (1, 2) = −26

(x0 , y0 )
(−1, 0) ponto de máximo local
(1, 2) ponto de máximo local
Determinação de extremos locais 7/26
Exemplos
Encontre a menor distância
entre o ponto (1, 0, −2) e o
plano x + 2y + z = 4.

Distância até (1, 0, −2):



D(x, y, z) = (x − 1)2 + (y − 0)2 + (z + 2)2

Para pontos que pertencem ao


plano dado, temos z = 4−x−2y.
Podemos obter a distância pedida minimizando em R2 a função:

d(x, y) = (x−1)2 +(y−0)2 +(4−x−2y+2)2 = (x − 1)2 + y2 + (6 − x − 2y)2

Determinação de extremos locais 8/26


Exemplos
Para encontrar a menor distância entre o ponto (1, 0, −2) e o plano
x + 2y + z = 4, vamos minimizar em R2 a função:

d(x, y) = (x − 1)2 + y2 + (6 − x − 2y)2 .

{
2(x − 1) − 2(6 − x − 2y) = 0
∇d(x, y) = (0, 0),
2y − 4(6 − x − 2y) = 0
{ ( )
4x + 4y = 14 11 5
, (x, y) = ,
4x + 10y = 24 6 3
[ ] [ ]
fxx (x, y) fyx (x, y) 4 4
H(x, y) = det = det = 40 − 16 = 24
fxy (x, y) fyy (x, y) 4 10

( 11 )
6 , 53 ponto de mínimo local
Determinação de extremos locais 9/26
Exemplos myScript-online-4-186.txt

Classifique os pontos críticos de f(x, y) = 2(x2 + y2 )e−(x +y ) .


2 2

{ }
PC: (x, y) = (0,(0) ou qualquer elemento de (x, y) ∈ R2 , x2 + y2 = 1)
2 ( ) 2 ( )
e ∇f(x, y) = 4xe−(x +y ) 1 − (x2 + y2 ) , 4ye−(x +y ) 1 − (x2 + y2 ) .
2 2

fxx (x, y) = 4e−(x


2 +y2 )
[(1 − (x2 + y2 ))(1 − 2x2 ) − 2x2 ]
fxy (x, y) = −8xye−(x
2 +y2 )
[1 + (1 − (x2 + y2 ))]
fyy (x, y) = 4e−(x
2 +y2 )
[(1 − (x2 + y2 ))(1 − 2y2 ) − 2y2 ]
fxx (0, 0) = 4, fxy (0, 0) = 0, fyy (0, 0) =4
−1 2
x20 + y20 = 1, fxx (x0 , y0 ) = −8e x0 ,
fxy (x0 , y0 ) = −8e−1 x0 y0 , fyy (x0 , y0 ) = −8e−1 y20

Determinação de extremos locais 10/26


Exemplos myScript-online-4-186.txt

Classifique os pontos críticos de f(x, y) = 2(x2 + y2 )e−(x +y ) .


2 2

{ }
PC: (x, y) = (0, 0) ou qualquer elemento de (x, y) ∈ R2 , x2 + y2 = 1
e ∇f(x, y) = (4xe−(x +y ) (1 − (x2 + y2 )), 4ye−(x +y ) (1 − (x2 + y2 ))).
2 2 2 2

fxx (0, 0) = 4, fxy (0, 0) = 0, fyy (0, 0) =4


−1 2
x20 + y20 = 1, fxx (x0 , y0 ) = −8e x0 ,
fxy (x0 , y0 ) = −8e−1 x0 y0 , fyy (x0 , y0 ) = −8e−1 y20
H(x, y) = fxx (x, y)fyy (x, y) − (fyx (x, y))2

(x0 , y0 ) H(x0 , y0 ) fxx (x0 , y0 )


(0, 0) >0 >0 ponto de mínimo local
x20 + y20 =1 =0 – inconclusivo

Determinação de extremos locais 11/26


Exemplos myScript-online-4-186.txt

Para classificar os pontos críticos


(x0 , y0 ) de f(x, y) = 2(x2 + y2 )e−(x +y )
2 2

tais que x20 + y20 = 1, observe


que o gráfico de f pode ser
obtido pela rotação do gráfico de
z = g(x) = 2x2 e−x em torno do eixo z
2

Como 0 ≤ g(x) ≤ g(−1) = g(1) = 2e−1 (verifique!). Isto nos permite


concluir que os pontos críticos de f satisfazem:

f(0, 0) = 0 ≤ f(x, y) ≤ 2e−1 = f(x0 , y0 ),

para todo (x, y), (x0 , y0 ) ∈ R2 , tais que x20 + y20 = 1.

Determinação de extremos locais 12/26


Extremos absolutos

Extremos absolutos 13/26


Máximos e mínimos absolutos

Definição
Sejam A ⊂ Rn um conjunto aberto, f : A → R uma função e x0 ∈ A.
1. Um ponto x0 é um ponto de mínimo absoluto de f em A, se
f(x0 ) ≤ f(x), para todo x ∈ A.
2. Um ponto x0 é um ponto de máximo absoluto de f em A, se
f(x0 ) ≥ f(x), para todo x ∈ A.

Extremos absolutos 14/26


Teorema de Weierstrass

Teorema de Weierstrass 15/26


Conjuntos fechados e limitados
Definição
Seja A ⊂ Rn .
1. Um ponto x ∈ Rn é dito ponto da fronteira ou do bordo de A
se toda vizinhança de x intersecta A e Rn −A.
2. Denotamos o conjunto dos pontos da fronteira do conjunto
A por ∂A.

Definição
Um conjunto A ⊂ Rn é dito fechado em Rn se ∂A ⊂ A.

Definição
Um conjunto A ⊂ Rn é dito limitado se existe uma constante c > 0 tal
que ∥x∥ ≤ c, para todo x ∈ A.

Teorema de Weierstrass 16/26


Exemplos
1. A = {f(x, y, z) ∈ R3 , x2 + y2 + z2 ≤ r2 , r > 0} é fechado,
pois sua fronteira é
{ }
∂A = (x, y, z) ∈ R3 , x2 + y2 + z2 = r2 , r > 0 .

Logo ∂A ⊂ A. Claramente, A é limitado.


2. A = {(x, y) ∈ R2 , x2 + y2 < r2 , r > 0} não é fechado, pois
sua fronteira é :
{ }
∂A = (x, y) ∈ R2 = x2 + y2 = r2 , r > 0 .

Logo, ∂A ̸⊂ A. A é limitado.
3. A = [a, b] × [c, d] é um conjunto fechado e limitado, pois ∂A
é o retângulo formado pelas retas x = a, x = b, y = c e y = d.
4. Os planos em R3 são fechados e não limitados.
Teorema de Weierstrass 17/26
Teorema de Weierstrass

Teorema
Seja f : A ⊂ Rn → R uma função contínua no conjunto A, fechado e
limitado. Então, existem pontos de máximo e mínimo absolutos de f em
A, isto é, existem x0 , x1 ∈ A tais que:

f(x0 ) ≤ f(x) ≤ f(x1 ), para todo x ∈ A.

Teorema de Weierstrass 18/26


Exemplo
Encontre os extremos de f(x, y) = (x − 2)2 y + y2 − y no conjunto
D = {(x, y) ∈ R2 , x ≥ 0, y ≥ 0, x + y ≤ 4}
f, contínua; D, fechado e limitado
Análise no interior de D (pontos críticos) e
na ∂D.
{
2(x − 2)y = 0
∇f(x, y) = (0, 0),
(x − 2)2 + 2y − 1 = 0
1
x = 2, y = ; y = 0, x = 1 ou x = 3
2
( )
Candidato no interior de D: 2, 12 .

Teorema de Weierstrass 19/26


Exemplo
Encontre os extremos de f(x, y) = (x −
2)2 y + y2 − y no conjunto D = {(x, y) ∈
R2 , x ≥ 0, y ≥ 0, x + y ≤ 4}( )
Candidato no interior de D: 2, 12 .

Análise na ∂D: 3 etapas.


x = 0, y ∈ [0, 4]: f(0, y) = 4y + y2 − y= 3y + y2 = y(3 + y)
y = 0, x ∈ [0, 4]: f(x, 0) = 0
x = 4 − y, y ∈ [0, 4]:

f(4 − y, y) = (4 − y − 2)2 y + y2 − y= (2 − y)2 y + y2 − y


= y3 − 3y2 + 3y
Teorema de Weierstrass 20/26
Exemplo myScript-diomara-138.txt

Encontre os extremos de f(x, y) = (x −


2)2 y + y2 − y no conjunto D = {(x, y) ∈
R2 , x ≥ 0, y ≥ 0, x + y ≤ 4}( )
Candidato no interior de D: 2, 12 .

x = 0, y ∈ [0, 4]: f(0, y) = y(3 + y) – parábola, f(0, y)


estritamente crescente em [0, 4]. Candidatos: (0, 0) e (0, 4).
y = 0, x ∈ [0, 4]: f(x, 0) = 0 – f(x, 0) constante. Candidatos:
(x, 0), x ∈ [0, 4].
x = 4 − y, y ∈ [0, 4]: f(4 − y, y) = y3 − 3y2 + 3y

Teorema de Weierstrass 21/26


Exemplo myScript-diomara-138.txt
Encontre os extremos de f(x, y) = (x − + 2)2 y y2 − y no conjunto
D = {(x, y) ∈ R2 , x ≥ 0, y ≥ 0, x + y ≤ 4}
( )
Candidato no interior de D: 2, 21 .

x = 0, y ∈ [0, 4]: f(0, y) = y(3 + y) Candidatos: (0, 0) e (0, 4).


y = 0, x ∈ [0, 4]: f(x, 0) = 0 – f(x, 0) constante. Candidatos:
(x, 0), x ∈ [0, 4].
x = 4 − y, y ∈ [0, 4]: f(4 − y, y) = y3 − 3y2 + 3y

[f(4 − y, y)]′ = 3(y2 − 2y + 1) = 3(y − 1)2

f(4 − y, y) estritamente crescente em [0, 4]. Candidatos:


(4, 0) e (0, 4).

( )
(x0 , y0 ) 2, 12 (0, 0) (0, 4) (x, 0), x ∈ [0, 4] (4, 0)
f(x
Teorema de Weierstrass
0 , y0 ) −1/4 0 28 0 0
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Exemplo

Encontre os extremos de f(x, y) = (x − 2)2 y + y2 − y no conjunto


D = {(x, y) ∈ R2 , x ≥ 0, y ≥ 0, x + y ≤ 4}

( )
(0, 4) (x, 0), x ∈ [0, 4]
(x0 , y0 ) 2, 12
f(x0 , y0 )28 −1/4 0
( )
Extremos: mínimo absoluto em D: 2, 12 e máximo absoluto em D:
(0, 4).

Teorema de Weierstrass 23/26


Otimização
É preciso construir uma tubulação de
água do ponto P ao ponto S. Ela
deve atravessar regiões nas quais os
custos de construção são diferentes
(ver figura). O custo por o quilômetro
em dólares é 3k de P a Q, 2k de Q a R e k
de R a S. Encontre x e y de modo que o
custo total C seja mínimo.

√ √ √
PQ = 4 + x2 C(x, y) =3k 4 + x2 +2k 1 + (y − x)2 +k(10 − y)

QR = 1 + (y − x)2
RS = 10 − y

Teorema de Weierstrass 24/26


Otimização otimizacao-24-03-dominio.ggb

Encontre x√ e y de √ modo que o custo total


C(x, y) =3k 4 + x2 +2k 1 + (y − x)2 +k(10 − y)
seja mínimo.
C : A ⊂ R2 → R
A ={(x, y) ∈ R2 , 0 ≤ x ≤ y ≤ 10}

Pontos críticos: interior de A ={(x, y) ∈


R2 , 0 < x < y < 10}
Na ∂A: 3 partes
C(0, y), y ∈ [0, 10]
C(x, x), x ∈ [0, 10]
C(x, 10), x ∈ [0, 10]

Teorema de Weierstrass 25/26


Referências e imagens

The Only Critical Point in Town Test,


https://doi.org/10.1080/0025570X.1985.11977172

Teorema de Weierstrass 26/26

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