Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
(http://www.agenciaalagoas.al.gov.br/)
(https://www.historiadealagoas.com.br/)
MEMÓRIA (HTTPS://WWW.HISTORIADEALAGOAS.COM.BR/HISTÓRIADEALAGOAS/MEMORIA)
PERSONALIDADES (HTTPS://WWW.HISTORIADEALAGOAS.COM.BR/HISTÓRIADEALAGOAS/PERSONALIDADES)
INSTITUIÇÕES (HTTPS://WWW.HISTORIADEALAGOAS.COM.BR/HISTÓRIADEALAGOAS/INTITUICOES)
OPINIÃO (HTTPS://WWW.HISTORIADEALAGOAS.COM.BR/HISTÓRIADEALAGOAS/OPINIAO)
CULTURA (HTTPS://WWW.HISTORIADEALAGOAS.COM.BR/HISTÓRIADEALAGOAS/CULTURA)
(https://www.historiadea
(https://www.composal.z
Fazendo-as desejo muito mais servir aos silvios romeros de nossa literatura de
bitola estreita do que opor embargos ao estimado confrade a quem me ligam os
laços de velha estima que o tempo e a distância não destruíram, como diria uma
norma de carta do Secretário Moderno.
(https://i0.wp.com/www.historiadealagoas.com
Parece-me um tanto ousado afirmar-se ter sido por influência do sr. José Lins do
.br/wp-content/uploads/2015/10/Escritor-
Rego que o nosso Jorge de Lima deixou de contar nos dedos as saladas dos seus 00:00
Mendonça-Júnior.jpg)
versos e atirou-se ao ritmo dissoluto de Essa Nega Fulô.
Escritor Mendonça Júnior
https://www.historiadealagoas.com.br/a-arte-nova-em-alagoas.html 1/3
01/04/2023, 22:59 A Arte Nova em Alagoas – História de Alagoas
Mas isso é uma questão entre o Jorge de Lima e Arnon de Mello, os quais, sendo brancos e ricos, não irão além de uma conversinha
amistosa pelo telefone. O que desejo escrever, à margem da crônica do preclaro confrade, concerne ao movimento literário de 1928,
feita nesta mui heroica cidade de Maceió.
Acontece não ser verdade que os rapazes da Academia Guimarães Passos aderissem aos modernos processos literários. Pelo
contrário, os componentes do Guimarães Passos, ainda Grêmio Literário, ficaram contra e sabotaram o movimento com todos os
recursos de que dispunham.
A Semana da Arte chegou, em Maceió, com um pequeno atraso de oito anos e se fez por iniciativa do Cenáculo Alagoano de Letras e
com a colaboração do Instituto Rosalvo Ribeiro.
O que pouca gente sabe é que sofremos uma campanha tenaz por parte da Academia Alagoana de Letras. O Jornal de Alagoas chegou
ao cúmulo de recusar dar notícias e publicar a nossa colaboração de crítica aos velhos ou de propaganda do novo credo. Houve quem
procurasse D. Santino Coutinho, arcebispo de então, a fim de que ele não consentisse na publicação do noticiário e das crônicas de
Waldemar Cavalcante, no O Semeador.
O Grêmio Guimarães Passos (Arnon de Mello, Diégues Júnior, Aristeu Bulhões, Raul Lima e outros) era uma espécie de
Departamento infantil de Academia e hostilizou o mais que pôde a nossa cruzada de libertação literária. Raul Lima, numa secção
que mantinha no Jornal de Alagoas, sob o pseudônimo de Ramil, não se cansou de atirar ironias sobre nós.
A nossa geração dividiu-se e dos velhos apenas Jorge de Lima e Jaime d’Altavila ficaram conosco.
O próprio José Lins do Rego, que tentamos atrair para o nosso lado, esquivou-se prudentemente numa atitude de quem não era
peixe nem carne.
Ora, vir agora, o meu distinto amigo Arnon de Mello afirmar que os rapazes do Guimarães Passos se bandearam para o arraial em
que Jorge de Lima construíra o Mundo do Menino Impossível, é um modo de duvidar da memória dos outros, a memória que, na
província, principalmente em Alagoas, é muito boa por via dos peixes e das ostras que deglutimos e dos fosfatos que os boticários
nos vendem fiado para que não nos esqueçamos de liquidar as contas.
A turma do Grêmio Guimarães Passos (perdoem, amigos, a rude franqueza) não se adaptaria, de modo algum, ao ambiente
desordenado do Mundo do Menino Impossível, pois eram todos eles rapazes bem comportados, que andavam bem vestidinhos e
tiravam notas ótimas nos estudos e no comportamento. A instituição que fundaram era uma miniatura da nossa Academia e eles
timbravam em ser embriões de imortais, da imortalidade estadual com que o nosso silogeu conquistou Arnon de Mello e a mim.
É verdade que, tempos depois, a Guimarães Passos se renovava com a entrada para o seu seio de Alvaro Dória, Sebastião da Hora,
Freitas Cavalcante, Alvaro Fagundes, Padre Sizenando Silva, Maciel Filho, Felix Lima Júnior, Paulino de Araújo Jorge, Carlo Paurílio,
Lavenère Machado, Lobão Filho e muitos outros.
Além disso, porém numa noite memorável na Perseverança, a que estávamos presentes Arnon de Mello e eu, depusemos Mota Maia
da presidência e elegemos Alvaro Dória, não sem ter havido uma ligeira cena de pugilato.
Desculpem se os ofendo, amigos fundadores do Grêmio Guimarães Passos, mas, entre vocês, jamais houve um só que fosse capaz
de atirar uma pedra de verdade num lampião de esquina ou um petardo verbal no acendedor de lampiões, pois vocês se babavam
de gozo diante de um alexandrino e eram capazes de cair de joelhos ouvindo o elogio de um patrono em nossa Academia.
Nós, os que fomos reprovados no liceu, que nunca conseguimos um plenamente nos exames, é que saímos atrás de Jorge de Lima
repetindo o hoje tem goiabada da poesia moderna. E quando o poeta, por pudor ou medo de perder a clientela, se retraiu, nós
rapazes de então, ficamos gritando sozinhos para surpresa da província e desgosto da Academia…
https://www.historiadealagoas.com.br/a-arte-nova-em-alagoas.html 2/3
01/04/2023, 22:59 A Arte Nova em Alagoas – História de Alagoas
Literatura (https://www.historiadealagoas.com.br/HistóriadeAlagoas/literatura)
Maceió (https://www.historiadealagoas.com.br/HistóriadeAlagoas/maceio)
Deixe um comentário
Seu e-mail não será publicado.
Comentário
Nome*
E-mail*
Website
Publicar comentário
https://www.historiadealagoas.com.br/a-arte-nova-em-alagoas.html 3/3