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do copyright (Lei 9.6!".
GUILHERME PERES

 Do Instituto Hist órico e Geogr á fico


de S ã 
ã o Joã o de Meriti

 Da Arcádia de Letras e Artes


de Nova Igua çu

 Da Academia de Letras


Letras e Artes de
S ã 
ão
  Joã o de Meriti

 Do Instituto de Pesquisas


Pesquisas e An álises Hist óricas
e Ciências Sociais da Baixada Fluminense

S ócio do “Amigos do Instituto Hist órico


Vereador Thomé 
Thomé  Siqueira
 Siqueira Barreto da
C âmara Municipal de Duque de Caxias”

BAIXADA FLUMINENSE
 ___________________________________________________
 ___________________________________________________

UM LUGAR

NO PASSADO
ENSAIO
Editora IPAHB
2006
AGRADECIMENTOS
Quero registrar meus agradecimentos aos
amigos e professores que, de algum modo,
contribuíram com essa modesta tarefa, indicando
leituras, orientando pesquisas, incentivando, etc.

Antonio Lacerda de Menezes


Luzimar Cotta
Maurício Thomaz de Arauo
Milton Cabral
Maria !ita
"e#ton Menezes
"e$ Alberto de %arros
&aulo Clarindo
&edro Marcílio da 'ilva Leite
!og(rio Torres da Cunha
't(lio Lacerda
T)nia Maria da 'ilva Amaro

Minha gratid*o especial aos professores que


colaboraram diretamente com esse trabalho+
Arnaldo os( de Castro
-nesis &ereira Torres

Aos amigos do /&A0%+


1pio !odrigues "eto, M2nica 3erreira %arreto,
&atrícia 'ilvia de Campos, "ilce Campos, Carlos
!og(rio da 'ilva %rito, Carlos Alberto Azevedo
3erreira, 34bio 3rancisco de 'ouza.
Meus agradecimentos.
5
& ara estudar o passado de um povo, de uma
institui6*o, de uma classe, n*o basta aceitar
ao p( letra tudo quanto nos dei7ou a simples
tradi6*o escrita. 8 preciso fazer falar a multid*o
imensa dos figurantes mudos, que enchem o
panorama da hist9ria e s*o muitas vezes mais
interessantes e mais importantes do que os
outros, os que apenas escrevem a hist9ria:.

Sérgio Buarque de Holanda

; meus pais, e a minha irm* a quem


dedico este modesto trabalho, uma s9
palavra+ 'A<=A=>
poderes do /mp(rio. >sse ato desincorpora da &rovíncia
3luminense a 4rea de N.NN DmE.
A cria6*o do Município "eutro, com administra6*o
pr9pria, faz de "iter9i SN@IU capital provincial . CriouPse
a vila de /gua6u SN@@U, origem do municípioPm*e da
regi*o, desdobrado em unidades politicoPadministrativas
aut2nomas, anos depois.
>m NI o primeiro trecho da estrada de ferro chega
a Queimados, sobretudo para o transporte de
mercadorias. A come6ar do !io de aneiro, toda a regi*o
sempre se pontilhara de sítios, fazendas, ch4caras, em
produ6*o contínua . s propriet4rios, muitos nobilitados
SbarFes, comendadores etc.U pelo monarca, residiam nas
casasPgrandes ou vivendas e revezavam idas e vindas J
Corte onde cuidavam de interesses ou ocupavam cargos
de relevo social.
=e molde a tais contornos políticoPadministrativos
Ssumariamente delineadosU, -uilherme &eres, autor
consagrado de 5Caminhos do uro: SN@U e de 5Tropeiros
e Oiaantes: SRBBBU, formado no humanismo socialista, vai
buscar a dimens*o humana, a dor e o sofrimento que
intercorre os albores de uma sociedade inusta, de senhores
e escravos, que em parte n*o se teme de torturar at( J
morte. ApoiaPse em fontes prim4rias e aprofunda aspectos
das rela6Fes sociais, que est*o na base da forma6*o
metropolitana. Atento ao meio físico pFePse ombro por
ombro com ge9grafosPhistoriadores como Alberto S!ibeiroU
Lamego em obras capitais   0omem e o %reo SN?IU, e 
0omem e a -uanabara SNG?U  no desvendamento dos
fen2menos de povoa6*o e desenvolvimento.
As densas p4ginas de 5<m Lugar no &assado:
abremPse para as cogita6Fes da hist9ria social e da
sociologia hist9rica nesse capítulo da hist9ria fluminense.
&erpassam os comportamentos da vida religiosa, da vida
familiar, os problemas de conscincia na hora de testar as
Vltimas vontades, as generosidades e os seus contr4rios.
A utiliza6*o de pesquisa em ornais, na melhor linha
metodol9gica, de que d4 notícia, representa o suced)neo
para a ausncia de documentos pr9prios dos negros
Sausncia que -& lamentaU, a considerar que a escravaria era
4grafa, talvez com raras e7ce6Fes. utra saída n*o h4 que
buscar em cart9rios, igreas, na imprensa abolicionista e nos
anVncios sobre escravos o registro dos fatos.
Autoridade sem contraste pela ine7cedível
contribui6*o de sua obra, -ilberto 3reire ensina+ ...5como a
hist9ria econ2mica do %rasil (, at( a Aboli6*o, em grande
parte, a hist9ria do trabalhador negro  a significa6*o dos
anVncios relativos a escravos tornaPse capital. &or algum
tempo, chegaram esses anVncios a ocupar NW@ e at( X da
parte ineditorial dos di4rios. 'em compara6*o  a parte mais
humana e mais viva dos mesmos di4rios. A mais ligada J
economia da (poca  a patriarcal e agr4ria a mais ligada J
vida ent*o vivida pelos brasileiros, tanto nas cidades como,
principalmente, nas fazendas, nos engenhos, nas ch4caras, P
mais ou menos grandes Js quais eram indispens4veis sen*o
senzalas, escravos...: S >scravo nos AnVncios de ornais
%rasileiros do '(culo Y/Y
 /mprensa <niversit4ria, !ecife, NG@.U
Cumpre assinalar que 5<m Lugar no &assado: n*o
se desvincula do movimento de dinamiza6*o cultural do
-rande !io 3luminense, que data da implanta6*o das
institui6Fes universit4rias. 3ruto desse processo, de que
s*o partes  <>!, <"/-, <"/-!A"!/ 3><=<C,
/&A0%, e autores  -nesis Torres, ndemar 3erreira
=ias, 't(lio Lacerda, Ale7andre dos 'antos Marques,
Ant2nio Lacerda de Menezes, !og(rio Torres, "e$
Alberto, 'elma Chagas de liveira, >rcília Coelho de
liveira et alii  desaparecem as assimetrias culturais.
; bibliografia historiogr4fica fluminense, em posi6*o
de relevo, acede 5<m Lugar no &assado: a proetar sobre o
futuro o acervo de e7perincia modeladora da sociedade a
que se aspira P usta e fraterna.

=ia de Corpus Christi, NI de unho de RBBG.


PREFÁCIO

DevePse, em grande parte, ao estudo das


sobrevivncia religiosas, ou as culturas que a elas vieram
se integrar, a bibliografia do negro no %rasil. A escassez
de documenta6*o hist9rica sobre as conseqZncias da
escravid*o, tendo por obetivo o cativo, relega ao negro
um papel passivo de personagem que, sem ter dei7ado
um registro hist9rico de seus conflitos, fica J merc do
pesquisador, obrigado a valerPse de ornais e
documenta6*o da (poca, gerados pelo opressor.
>mbora o resultado alcan6ado neste setor constitua
hoe um acervo consider4vel, ( impossível negar que esse
unilateralismo tem preudicado a avalia6*o da pesquisa. A
condi6*o de escravo nunca ofereceu, ao negro, a
oportunidade de registrar sua e7perincia de oprimido
nas senzalas.
"*o s9 os negros que fugiam ao rigor do cativeiro,
mas tamb(m os crioulos Snegros nascidos no %rasilU mais
adaptados aos costumes do branco e do indígena, no
trabalho di4rio dos engenhos e na casa do senhor, n*o
dei7aram registrados, de alguma forma, seu sofrimento.
A sociedade definida em duas classes, mantinha
entre si grande dist)ncia social, e mesmo entre os
componentes da classe dominante, eram raros os
conhecimentos mais elementares, como ler e escrever,
privil(gio monopolizado pelas ordens religiosas.
'eria de esperar que ao menos nos quilombos,
pudessem ser recuperados, atrav(s de alguns valores de
sua cultura, denVncias dessa forma de relacionamento.
estrada de 'anta Cruz iniciaPse no Caminho de Terra
3irme entre as terras do >ng. "ovo e os 5Campos de
/ra4:, at( atravessar a fazenda, assinalada no mapa com o
nome de 5'anta Cruz =\el !ei:
"o litoral, v4rios portos serviam de embarque do
a6Vcar e cereais que chegavam atrav(s de rios naveg4veis
e canais artificiais, beneficiando os engenhos de 3ora,
"ovo, do Morgado e da /lha. "a 3reguesia de -uaratiba o
porto da &edra embarcava cereais e animais dom(sticos.
>videnciando a din)mica de 'anta Cruz, 5foi ali
instalada a primeira agencia dos Correios do país em
N?R:diz 3ania 3ridman.

-E.C$#OS

Usada como transporte durante longo período da


vida nacional, a sege 5consistia em uma carruagem
pequena de um s9 assento e dois varais, com cortina de
couro na frente. Com teto, lateralmente fechada e apoiada
sobre o ogo de duas ou quatro rodas grandes, pu7ada por
uma besta:. Tradicionalmente usadas nas aldeias
portuguesas, um desses modelos foi trazido pelo príncipe
regente =. o*o em NB para seu uso, mas 4 eram
conhecidas no %rasil desde o s(culo anterior.
8 Luís >dmundo quem nos conta os h4bitos de =.
 o*o em seus passeios pelos arredores da cidade+ 5'e a
tarde n*o estava chuvosa ou muito quente, vinha o Conde
de &arati anunciar que a sege estava pronta para sair. ;
frente da carruagem ia um batedor, dentro do seu fard*o
ganga encarnada. A seguir ia o lacaio no degrau, e mais
um outro lacaio na sua dupla fun6*o de guardaPcomida e
criado mudo, levando dois alforges. "um deles, achavaP
se a malotagem do &ríncipe+ uns dois frangos tostados ao
forno ou ao espeto, p*o e 4gua, e no outro alfore, que
((
segundo a frase do revelador de t*o curiosos detalhes, era
igual Js que, mesmo nas alcovas, discretamente se
escondem.
>m dado momento =. o*o reclamava o alfore das
comesainas. A coisa ia por ordem. &aravaPse a sege. 
camarista aí tomava conta do protocolo. &or que um
&ríncipe n*o come, assim como n9s outros. Oinha o lacaio
dos alfores. =esatava os cordFes da primeira bolsa.  aio
metia a m*o at( o fundo da mesma, pescando um frango,
que era a quem r4pido e guloso, o encostava J mancha
branca da dentu6a forte...>m torno era como se o &ríncipe
estivesse rezando. Todos punham os olhos no ch*o,
respeitosamente em silencio...> a carruagem partia. Mais
adiante, a carruagem estaca. =e novo o lacaio dos alfores,
ativo e solícito funcion4rio.  caso agora ( mais
complicado.  sítio ( um tanto ermo.  obeto retirado do
segundo saco ( posto sobre uma tripe6a em forma de
retrete. 04 historiadores que v*o a detalhes menos
elegantes, completando a ignomínia do quadro.
&referimos ficar aí:...

0enderson, c2nsul ingls residente no !io de


 aneiro, citado por liveira Lima, tamb(m descreve o
&ríncipe atravessando a cidade 5num carrinho aberto que
ele pr9prio guiava, de um feitio Vnico entre o carro de
guerra romano com o anteparo para tr4s, e a tina de
banho de que se perdeu o modelo:.
"os primeiros dias de grande gala passados
no !io, descreve o anivers4rio da !ainha+ 5formavam todo o
corteo seis seges abertas pu7adas por mulas e guiadas por
negros pouco asseados:, poucos anos depois 5se viam nas
ocasiFes de beiaPm*o rodar muitas carruagens decentes,
algumas at( esplndidas, atreladas com cavalos finos e
conduzidas por lacaios brancos de libr(:.
liveira Lima em 5=om o*o O/ no %rasil:
(/
afirma que nessa (poca a carestia de vida era uma
preocupa6*o constante entre os diplomatas residentes no
!io de aneiro. 'egundo um registro e7istente no Arquivo
do Minist(rio dos "eg9cios >strangeiros de 3ran6a,
datado de NN+ 5<ma e7curs*o a 'anta Cruz, quinze
l(guas distante da Capital, custava no c4lculo de Maler,
?BB francos+ por isso, n*o tendo ainda recebido seus
ordenados ao tempo do convite de =om o*o para que
fosse passar alguns dias na antiga fazenda dos esuítas,
viraPse compelido a declinar a honra:. !egistrava ainda
que as viagens e o aluguel de cavalos 5( de uma carestia
inconcebível. "*o h4 cantinho do universo onde se sea
pior alimentado, pior aloado e por pre6os t*o e7cessivos.:

"o mesmo registro o c2nsul quei7avaPse que+


5<m carro, ou para melhor dizer uma sua traquitana,
custava RG francos por meio dia e IB francos pelo dia todo.
"ada era barato...a pr9pria 4gua  inVtil ( observar que
n*o havia canalizada em casa  pagavaPse N franco o
barril:. =escrevendo os veículos usados pela Corte
chamandoPos de 5ridículos, podiam antes chamarPse
pobres berlindas. A &rincesa !eal, mais en(rgica e varonil
que o marido, preferia muito sair a cavalo, a ser sacudida
pelas ruas mal cal6adas e pelas estradas esburacadas
numa sege inc2moda.:
'ervidos como t47is no !io de aneiro a partir
de NRR, eram os veículos preferidos pelos membros da
corte e 5almofadinhas: da (poca, fazendo ponto na porta
dos teatros e pra6as da cidade, sofrendo a concorrncia
das g2ndolas, diligncias, berlindas e tilburis,
pertencentes a inVmeras empresas de transporte que, com
a e7pans*o da cidade, serviam J forma6*o de novos
bairros e subVrbios.
A intensifica6*o do com(rcio no centro atraia
consumidores principalmente em busca das confeitarias
(0
movimento político local.
'egundo os( Mattoso Maia 3orte, 'oares foi
eleito vereador da C)mara, atuando como seu presidente
entre os anos de N@ a N?B. 3ez parte de um corpo de
milícias em N?R e assumindo o posto de tenentePcoronel,
partiu para as margens do !io &reto no comando da
artilharia contra os revoltosos de Minas.
Oiaando pela &rovíncia em N?, =. &edro //
cheg
chegou
ou a 5Oil
5Oilaa de /gua
/guass
ssV:
V: hosp
hospededan
ando
doPs
Psee em sua
sua
residncia, ocasi*o em que ofereceu um conto de r(is para
a constru6*o do chafariz da Oila.
Casa
Casadodo com
com =. Carl Carlot
otaa oaq
oaqui
uina
na 'oar
'oares
es,,
tive
tivera
ram
m cinco
cinco filh
filhos
os.. <m
<maa de suas
suas filh
filhas
as 5=.
5=. Mari
Mariaa
Ang(lica, casouPse com o comendador Manoel Luiz de
'ouza e Mello a outra, =. C$priana Maria casouPse com
%ernardino os( de 'ouza e Mello, ambos sobrinhos de
seu s9cio, acinto Manoel de 'ouza e Mello, este com
'oar
'oares
es comp
compununhahamm a firm
firmaa 'oar
'oares
es ^ Mell Mello:
o:.. Casa
Casa
Comiss4ria que atuou durante muitos anos no com(rcio
de Caf( e demais gneros, estabelecida no porto da Oila,
n*o ( de se estranhar portanto que 3rancisco os( 'oares
tenha participado, mesmo por curto período de tempo,
como s9cio da 5Companhia /guassuana:.

Aos 'ouza e Mello devePse a constru6*o sede


da fazenda '*o %ernardino Shoe em ruínasU, onde se via J
margem da >strada de 3erro !io d\uro, sua bela casa
assobradada
assobradada em uma eleva6*o do terreno e sinalizada por

/&
um caminho que, partindo da esta6*o e ladeado por uma
alameda de palmeiras imperiais, ia terminar J entrada
principal desse palacete.

"IM !A 3COMPANHIA IG$ASS$ANA4

No 5AlmanaD: referente ao ano de NI,


encontramos a 5Companhia de mnibus: ocupando 5um
vasto terreno de sua propriedade na rua do 'enado, entre
as ruas do Lavradio e a rua dos /nv4lidos:, revelando que
a partida dos 5omnibus: havia mudado para o Largo de
'*o
'*o 3ran
3ranci
cisc
scoo de &aul
&aula,
a, n*o
n*o faze
fazend
ndoo refe
refer
rnc
ncia
ia J
5Companhia /guassuana:, provavelmente e7tinta ap9s a
inaugura6*o da >strada de 3erro =. &edro //. 3azendo
parte
parte da direto
diretoria
ria como
como tesour
tesoureir
eiro,
o, contin
continuav
uavaa o 'r.
 er2n$mo os( de Mesquita, e n*o constava mais o nome
do 'r. 3rancisco os( 'oares.

ES*RA!A !A PO#.CIA

Durante quase cem anos, a %ai7ada 3luminense viu


passar por seus caminhos toda a riqueza mineral que se
e7traía das Minas -erais. >sgotados os veios auríferos no
final do s(culo YO///, essas veredas foram preteridas por
outr
outras
as que
que encu
encurt
rtav
avam
am dist
dist)n
)nci
cias
as,, faci
facili
lita
tava
vam
m o
transbordo ou levavam as mercadorias diretamente para a
Corte, no momento em que se iniciava o ciclo de uma
nova opulncia+ o caf(.
Antes que as vias f(rreas deslocassem o ei7o
comercial desse tr)nsito antes que a >strada do Com(rcio,
ainda na primeira metade do s(culo Y/Y, tivesse sido
/'
cal6ada em grande e7tens*o sobre a 'erra do Tingu4, pelo
engenheiro militar coronel Conrado acob "ieme$er, um
novo caminho iria surgir+ a >strada da &olícia.
Caminho de referncia aos viaantes que partiam
da Corte por terra em dire6*o a Minas -erais ou ao interior
da &rov
&rovín
ínci
ciaa nas
nas prim
primeieira
rass d(ca
d(cada
dass do s(cus(culo
lo Y/Y,
Y/Y,
testemunhou a descida 5dos cargueiros gemendo ao peso
dos algodFes, dos a6Vcares, dos rolos de fumo, dos caf(s, dos
toucinhos,
toucinhos, dos queios
queios e outros produtos
produtos da Capitania,
Capitania, bem
como as boiadas do sert*o, as r(cuas de mulas e varas de
porcos. &or ele subiam as tropas carregadas de ferramentas e
baetas
baetas para
para os escrav
escravosos empreg
empregado adoss na minera6
minera6*o *o e na
lavoura, as bruacas de sal, para o gado, as fazendas e alfaias
de lu7o
lu7o,, as fina
finass igua
iguaririas
as,, os vinh
vinhos
os capi
capito
toso
sos.
s. >ra
>ra um
movim
movimen entoto contí
contínunuoo de gran
grande dess comit
comitiv
ivas
as,, com
com a suasua
escr
escrav
avat
atur
ura,a, as suassuas lite
liteir
iras
as,, os seus
seus cava
cavalos
los e best
bestas
as
rica
ricame
mentntee aae
aaezazada
das:
s:,, regis
registrtraa =ani
=aniel
el de Carv
Carval alho
ho em
5>studos e =epoimentos:.
&artin
&artindo
do da &avuna
&avuna,, atrave
atravessa
ssava
va o engenh
engenhoo do
%re
%reo,
o, do marq
marqu
uss de %arb
%arbac
acenena,
a, hoe
hoe %elf
%elfor
ord
d !o7o
!o7o,,
engenho de Ma7ambomba, hoe "ova /gua6u, freguesia
de ". '. de %el(m e Menino =eus, atualmente aperi,
contornando a 'erra Oelha que era a parte mais íngreme
da 'erra do Tingu4, atravessava a 'erra de 'ant\Ana e o
rio do mesmo nome, descendo a 'erra do %otais passava
pela regi*o da futura Oila de Oassouras, atravessava o !io
&araíba no local denominado =esengano, passando pela
futura Oila de Oalen6a, atingindo s9 ent*o, a margem
direita do !io &reto. A abertura desse caminho, proetado
e iniciado em NN, devePse ao /ntendente -eral de &olícia
da Cort
Corte,
e, &aul
&auloo 3ern
3ernan
ande
dess Oian
Oiana,
a, 5fut
5futur
uroo sogr
sogroo de
Ca7ias
Ca7ias:,:, que al(m
al(m de dirigi
dirigirr um organi
organismo
smo polici
policial,
al,
tamb(m era encarregado de cuidar das obras pVblicas,
originandoPse daí o nome, 5da &olícia:.
Luiz -on6alves dos 'antos, o 5&adre &erereca:,
0)
registra em seu livro de NN 5Mem9rias &ara 'ervir a
0ist9ria do !eino do %rasil:+ 5Tendo >lP!ei "osso 'enhor
mandado que se abrisse uma nova estrada entre esta
província do !io de aneiro e a de Minas -erais, pelas
freguesias da 'acra 3amília, e de nossa senhora da -l9ria
no sert*o de Oalen6a, com o interessante proeto de
facilitar as comunica6Fes das ditas duas províncias pelo
sert*o, que medeia entre os rios &reto e &araíba, a fim de
animar o com(rcio interior, aumentar a lavoura e ampliar
a povoa6*o:. >ntregues as obras ao maor 3elipe 3erreira
-ularte pelo /ntendente -eral, este comunicava o
adiantamento das obras+ 5pouco adiante do alto da 'erra
da OiVva, e continua at( o barranco do !io &araíba em
dist)ncia de trs l(guas, e trs quartos, tendo de largura
nove a doze palmos nos sítios:.
Louvando o trabalho de sua maestade o
&ríncipe =. o*o, o 5padre &erereca: assinala que dentro
em breve, se poderia trafegar por essa estrada, 5livre de
subidas e descidas 4speras... a trote e mesmo a galope
como se fosse uma planície... para que haam de passar
muito comodamente carros, seges e carruagens o que
geralmente se tinha por impossível:.
>strada de custosa conserva6*o por atravessar
uma planicie freqZentemente alagada, em conseqZncia
dos trasbordamentos dos rios em tempos chuvosos que
esta transpunha+ os afluentes do -uandV, o Camboat4, o
d\uro, o 'anto Antonio, o '*o &edro e o 'ant\Ana,
entroncandoPse em Mangang4 nas pro7imidades do
!iach*o, com outra estrada ligada a Oila de /guassV, que
era muito freqZentada pelos tropeiros e moradores da
regi*o+ 5ComunicandoPse com a Corte ao rio &reto, era
das mais movimentadas, preferida por passageiros:, diz
Clodomiro de Oasconcellos na edi6*o do 5 ornal:
comemorativa ao segundo centen4rio do caf( em NR.
Ali tamb(m vamos encontrar referncia Js
estradas dos 3azendeiros e do !odeio encontrandoPse com
0%
a de Mato -rosso 5na zona de MarapicV e por esta seguia
at( entroncar, logo adiante no lugar denominado
Calhama6o, com a da &olícia, indo pelo ramal desta a
/guassV: encaminhandoPse tamb(m para esse porto 5a
produ6*o de outras regiFes de serra acima, como do &iraí
e de Oalen6a:.
bra empreitada por Cust9dio 3erreira Leite,
o futuro bar*o de Aiuruoca, durante dois anos, teve suas
RN l(guas SN?B Dm.U do trecho b4sico construído em
territ9rio 3luminense.
&ara conserva6*o dessa estrada, eram
freqZentemente publicadas licita6Fes para sua
recupera6*o. =ivididas em quatro se6Fes, conforme lemos
no !elat9rio da &rovíncia do !io de aneiro de NI, o
primeiro trecho ia do 5rio &avuna a '. Ant2nio do Mato, o
R_ e @_ do rio '. Ant2nio ao &araíba, e o ?_ do !io &araíba
ao !io &reto:, em '*o os( do !io &reto, N_ distrito de
&araíba do 'ul.
>m NG, quando da abertura da >strada de
3erro !io d\uro, a chamada 5ferrovias das 4guas:, para
sua capta6*o nas serras que contornam a %ai7ada
3luminense, em fun6*o do abastecimento da corte, seus
trilhos foram assentados sobre esta estrada a partir da
&avuna, at( seu entroncamento no %reo, hoe %elford
!o7o. Ap9s o desaparecimento desse trecho, o caminho
continuou a ser trafegado, conforme vemos no !elat9rio
da 'ecretaria de bras &Vblicas do !io de aneiro,
publicado em NBR, 5a partir do %reo, passando por Cava,
!io d\uro, '*o &edro, 'ant\Ana das &almeiras e
terminando na >strada de %el(m ao &ati do Alferes:,
desaparecendo assim aos poucos, uma das vias mais
movimentadas no 5ciclo do caf(: que abasteciam a Corte
diretamente, ou atrav(s dos portos de 5/guassV:, %reo ou
&avuna.
'aindo da cidade em dire6*o J %ai7ada o
0(
caminho inicial era seguido pela estrada !eal de 'anta
Cruz, como vemos em Moacir 'ilva em seu livro
5]il2metro ero:, descrevendo a constru6*o da 5>strada
do Autom9vel Club: em NRG+ 5 trecho at( &avuna pode
ser facilmente melhorado, pois ( em parte a antiga >st.
!eal de 'anta Cruz, que, bifurcandoPse continua J direita
em dire6*o ao rio &avuna, afluente do Meriti:.
"a 5Carta Topogr4fica da Capitania do !io de
 aneiro feita por Manoel Oieira Le*o por ordem do Conde
da Cunha no ano de N:, vemos que a saída do !io de
 aneiro era comum aos dois itiner4rio+ tanto para a
%ai7ada da -uanabara como para a %ai7ada de 'epetiba.
'egundo "oronha 'antos, 5o caminho tinha início
pr97imo da travessa da Oala, hoe rua <ruguaiana.
&assava pela Capela de Catumbi, costeando o 5salgado:
at( a atual praia de '*o Crist9v*o, que figura na Carta
com o nome de L4zaros:. >m seguida atingia a matriz de
'*o Tiago de /nhaVma, nas vizinhan6as de uma olaria,
ponto em que a estrada se bifurcava.
5 galho esquerdo tomava a dire6*o nascente
poente, tocava em Campinhos e, em seguida transpunha o
5/ngenho dos Afonsos:, 3reguesia de ". 'ra. do =esterro
do Campo -rande, 5/ngenho do Lamar*o: e 5/ngenho
/nhuaiba:, atingindo 'anta Cruz Sfazenda d\>lP!eiU. =esta
propriedade que pertenceu aos esuítas at( a e7puls*o da
Companhia, partiam duas veredas+ uma margeava o !io
-uandu, passava pela matriz de 5". 'ra. da Concei6*o do
Marapecu: e ia se ligar ao 5Caminho da Terra 3irme:, na
freguesia de 'to. Ant2nio de acutinga, assinalada na
Carta com a letra L.
 galho direito se dirigia para Minas, conhecido
como 5Caminho de Terra 3irme:, passando por /ra4 e
&avuna sem transpor a %aia de -uanabara, 5cua viagem
marítima era temerosa para os mineiros:.

0/
publicado. =urante a invas*o de &ortugal por tropas
francesas em NB, voltou com a comitiva real para o !io de
 aneiro, onde faleceu no convento 'anto Ant2nio em NNN.
0omenageado pelo novo governo imperial brasileiro, frei
Mariano teve sua obra 53lora 3luminensis: postumamente
publicada entre NRI e NR, redimindo para a posteridade,
esse personagem que se destacou como referncia na hist9ria
da pesquisa bot)nica no %rasil.

A cria6*o do convento devePse a 3rei o*o %atista,


primeiro 5Cust9dio: da &rovíncia 3luminense, durante
sua visita em NG? aos conventos do 'ul, 5percorreu a 4rea
em companhia de outros frades naquela oportunidade,
nomeando seu primeiro 'uperior, 3rei -erardo de '*o
%oa Oentura, e dando início as obras do recolhimento:.
Com a imagem de seu padroeiro no altarPmor,
ostentava em seus nichos laterais 5as imagens de ". 'ra.
da Concei6*o e '*o 3rancisco, e entre as colunas, 'anto
Ant2nio e '*o %enedito:, conforme registro de 3rei %asílio
!o#er 5( possível que a pequena imagem desse Vltimo
santo, hoe na capela de &orto das Cai7as sea a mesma
que pertencia ao convento:.
"o final do s(culo YO/// SN?U, as paredes do pr(dio
estavam amea6adas de ruir, principalmente a igrea, quando foi
demolida em parte tendo sido ampliadas e 5eretas a nova igrea
da rdem e a igrea da rdem Terceira, toda formada por
pessoas de fora por n*o e7istirem em Macacu moradores que
pudessem estar na rdem:. A grandiosidade da torre sineira,
integrada ao conunto arquitet2nico, foi aumentada durante sua
restaura6*o e at( hoe impressiona, apesar das ruínas.
8 ainda 3rei %asílio !o#er quem nos conta em sua
50ist9ria da &rovíncia 3ranciscana: que a reforma desse
convento foi planeado pela Mesa &rovincial, confirmando o
estado em que se achava, mandando 5alguns oficiais que
todos opinaram pela reconstru6*o a 5fundamentis:. ; vista
disso, reuniuPse a Mesa no dia RB de fevereiro de N? 5e
deramPse as necess4rias ordens a 3rei /n4cio da Anuncia6*o
52
recomendando que se acostasse aos votos de oficias
inteligentes e segundo o risco que fosse conforme aos
preceitos da arte:.
=esenvolvendo intensa atividade, 3rei /n4cio
5conseguiu levantar de pedra e cal as paredes da frente,
n*o obstante de reunir o material preciso, que l4 perto n*o
h4. Custou mais quatro anos at( o acabamento de todo o
lan6o da frente do Convento e da /grea. 3oi dito que o
&relado obedecesse aos preceitos da arte. 8 o que se fez,
resultando daí o belo frontispício da igrea e da torre,
estilo barroco, que ainda hoe aparece nas ruínas:
Com uma porta e trs anelas, situada J esquerda do
observador, a igrea da rdem Terceira 5ligavaPse J /grea do
convento por uma parede com arco:. >ssa igrea principal
que ostentava a torre tinha trs portas de entrada, encimadas
por trs anelFes do andar superior.  mosteiro completava o
conunto num corpo de dois andares vazados de anelas.

Localizado Js margens do !io Macacu, facilitava o


interc)mbio comercial e cultural com esse mosteiro
franciscano, que abrigava entre 5RI a @B religiosos:,
rivalizandoPse com &orto das Cai7as que, numa febril
agita6*o de embarque e desembarque, tornaraPse o
emp9rio comercial da Oelha &rovíncia, recebendo
centenas de cai7as de a6Vcar e ton(is de aguardente
'endo a primeira das freguesias criada no rec2ncavo,
'anto Ant2nio de '4 tinha seu territ9rio estendido por uma
vasta e7tens*o de terras, cortadas pelos !ios Macacu,
AguapeiPa6u, Cassarebu e seus afluentes, da qual se
desmembraram mais tarde, as freguesias de /tambí, /taboraí,
Trindade, Maric4 e 'ernambetiba
=esenvolvendo uma agricultura de subsistncia e de
e7porta6*o, esses nVcleos de povoamento, representavam
um papel importante no desenvolvimento econ2mico do !io
de aneiro. 'ituados J margem dos rios, constituíam a
principal via de comunica6*o por onde se conduziam 5os
55
efeitos da lavoura para a cidade:.
Al(m de a6Vcar e aguardente, eram numerosos os
engenhos de farinha. Com a fuga da popula6*o do !io de
 aneiro no início do s(culo YO///, para as 5minas de ouro:,
as lavouras 5ficaram ao abandono: e a popula6*o
assolada pela fome. 5>m NBR a c)mara da Oila de 'anto
Ant2nio de '4, era convocada para remeter farinha com
toda a brevidade:.
Conta o prof. ndemar =ias que quando da invas*o do !io
de aneiro por =ugua$ Trouin em NNN, 5coube a Oila participar do
pagamento do resgate com uma parcela correspondente a IB.BBB
cruzados:. '9 que os vereadores e o 5povo: resistiram e
reclamaram dizendoPse multados e apelaram
para o rei. At( NNI, pelo menos, n*o tinham pago nada.

CAMI16O 1O(O
Durante o início da minera6*o no final do s(culo
YO//, ao partir do centro da Cidade de '*o 'ebasti*o do !io
de aneiro, para se alcan6ar o caminho Oelho das Minas que
come6ava em &arati, o viaante tinha duas op6Fes+ atravessar
a %aia de 'epetiba em dire6*o a &arati e subir a trilha dos
-uaianazes, ou alcan6ar a mesma baia em busca dessa trilha,
pelo caminho de terra atrav(s da futura estrada !eal de
'anta Cruz, at( o embarque na /lha da &escaria J sua
margem, pertencente aos padres da Companhia.
Transferindo a sede administrativa do !io de
 aneiro para a regi*o mineradora, segundo a carta r(gia
de NGG 5para ficar mais pr97imo Js minas:, o governador
Artur de '4 e Menezes, percorreu esse caminho 5longo,
penoso e temer4rio:, mas at( ent*o o Vnico e7istente.
=urante seu regresso em NG, o governador contratou
com -arcia !odrigues &ais, 5na %orda do Campo:, e7plorar
a possibilidade da abertura de um novo caminho que
partindo dali, alcan6asse as margens do !io &araibuna, e
57 
subisse a 'erra das Ab9boras, atravessando o !io &araíba
em busca de uma saída para o mar. 'egundo proposta do
pr9prio -arcia &ais, 5em vez de trs meses, tempo que at(
ent*o se gastava, se poriam apenas quinze dias: entre a
capital do sul e o longínquo interior do ouro.
"o período de N meses, o filho do 5Ca6ador de
>smeraldas: internouPse na floresta seguindo antigas trilhas
indígenas, 5com alguns homens brancos e mais de ?B negros
Sdos quais lhe morreram cincoU e fizera despesas
consider4veis, saídas e7clusivamente do seu pr9prio bolso:.

 A EN*RA!A !E "E#I MA!EIRA


Preocupado com a demora em receber informa6Fes
sobre a difícil diligncia a cargo de -arcia &ais, e tudo
lavando a crer que esse problema da liga6*o !ioPMinas era
uma das tarefas mais importantes para os governantes da
(poca, o governador =. 1lvaro da 'ilveira de Albuquerque
SNBRNBIU, optou por uma segunda solu6*o, encarregando
3(li7 Madeira e -usm*o e seu filho 3(li7 -usm*o Mendon6a
$ %ueno, 5tidos e havidos por homens nobres: a abrirem um
caminho em dire6*o Js minas partindo da Oila de 'anto
Ant2nio de '4, Js margens do !io Macacu.
'egundo >n(as Martins 3ilho, o mapa da Am(rica
&ortuguesa reproduz essa trilha que corresponde 5grosso
modo, ao tra6ado que ligam 'ant\Ana de apuíbaP"ova
3riburgoP'umidouroPCarmo no >stado do !io, a '*o os(
de Al(m &araíba, em Minas:.
>ntretanto com a notícia da chegada de -arcia &ais ao
alto da 'erra do Couto, que segundo o padre Antonil 5em
dia claro se descobre o !io de aneiro, e inteiramente o
5&
seu rec2ncavo:, e continuava acompanhando a descida do
!io &ilar um dos formadores do /gua6u, o governador
e7pediu uma ordem a 3(li7 Madeira, para que 5n*o fa6a a
entrada que intentava fazer no sert*o e a suspenda at(
nova ordem minha:.
>stava assim suspensa oficialmente a abertura dessa
trilha, mas que provavelmente foi usado pelos
5descaminhos: durante a primeira metade do s(culo
YO///, at( que em NGI, atendendo Js ordens de 'ua
Maestade, o Conde da Cunha e7pediu um 5aviso:+ 5que
se e7tinguisse at( a mem9ria do que se intentara:.
 regime de clausura a que ficou submetido o %rasil
durante o período da minera6*o aurífera, foi tratado com
rigor na fiscaliza6*o dos caminhos a partir da descoberta
dos diamantes em NR, atingindo o isolamento quase
total do =istrito =iamantino.
"o mapa feito pelo sargentoPmor Manoel Oieira
Le*o em NG, por ordem do pr9prio conde da Cunha,
vicePrei do %rasil, a passagem desse caminho ( assinalado
com uma legenda lac2nica 53azendas que se demoliram:.
>stava assim e7tinto para a hist9ria, mais uma variante do
caminho de -arcia &ais, que partindo de 'anto Ant2nio
de '4, buscaria o caminho das -erais.

 A IN-AS8O !OS 3SER*;ES !O MACAC$4


Com a distribui6*o de sesmarias aos que
participaram do massacre aos Tupinamb4s, a bacia do rio
Macacu e seus afluentes foram ocupadas 4 no final do s(culo
YO/, surgindo no s(culo seguinte, pequenos nVcleos de
5'
povoamento como 5'*o o*o de /taborahí, "ossa 'enhora
do =esterro de Thambi, 'antana de apuhíba e &orto das
Cai7as:. Criada a Oila de 'anto Ant2nio de '4, cua
e7tens*o pertencia 5aos desconhecidos:, al(m da serra do
Mar, os cursos d\4gua ali e7istentes foram invadidos por
garimpeiros clandestinos, sofrendo rigorosa persegui6*o
por parte da Coroa.
A carta r(gia de R de abril de NR proibindo a
abertura de picadas para as minas, era confirmada pelo
Alvar4 de R@ de outubro de N@@, determinando aos que
ousassem penetrar nas 5Areas &rohibidas: Scompreendendo
os sertFes do leste e do Macacu,U que fossem interditadas, 5e
o descobrimento de novas azidas sem pr(via autoriza6*o,
al(m de instituir o confisco do ouro:.
>stimulando a dela6*o, premiava com metade do
produto arrecadado 5todos aqueles que denunciassem a
pr4tica do descaminho:, e mantivessem sigilo absoluto
sobre as novas fontes de minera6*o.
A organiza6*o das tropas regulares, compostas de
soldados fardados pagos pelo /mp(rio, foi instituída a partir
dessa data. 5As variantes: que surgiram ap9s a abertura dos
caminhos novo do &ilar e do /nhomirim, eram percorridos
diariamente pelos 5regimentos de %ragan6a, Moura e
>7trem9s, no !io, e os =ragFes de Oila !ica, na regi*o das
minas:, al(m dos 5!egistros:, postos de fiscaliza6*o que
revistavam as tropas e seus condutores.
A vertente interior das serras que contornam Macabu,
%oa Oista, Maca( e 'ubaio, 5com uma 4rea de quase seis mil
quil2metros quadrados, hoe pertencente aos municípios de
Cantagalo, Cordeiro, '*o 'ebasti*o do Alto, /taocara, Carmo,
'umidouro, "ova 3riburgo, =uas %arras, %om ardim,
Traano de Morais, 'anta Maria Madalena e Teres9polis:,
permaneciam no mais denso mist(rio at( quase o final do
s(culo YO///, apesar do !io de aneiro ter se transformado na
Capital da Col2nia em NG@.
7)
Conhecido como os 5'ertFes de Macacu:, a regi*o do
m(dio &araíba situada atr4s da serra do Mar, mesmo estando
longe da bacia desse rio, e sendo registrado em NG no
mapa
mapa de Oiei
Oieira
ra Le*o
Le*o como
como 5ser
5sert*
t*oo ocup
ocupado
ado por
por índio
índioss
brab
brabos
os:,
:, cont
contin
inua
uava
va a ser
ser inva
invadi
dido
do por
por gari
garimp
mpei
eiro
ross
sequio
sequiosos
sos de ouro
ouro e pedras
pedras precios
preciosas.
as. /nform
/nformado
ado dessas
dessas
ocupa6Fes, de homens que faiscavam na aba da serra e no
seu interior, o governo da metr9pole determinou 5por Carta
de fício de @N de aneiro de NGI: ao OiceP!ei Conde da
Cunha, 5que proibisse tais incursFes:.

 JOHN MA<E
Especializado em pedras preciosas e aventuras, esse
ingls chegou ao %rasil em NB logo ap9s o decreto de =.
 o*o O/ concedendo visto de entrada a estrangeiros.
&ercorreu
&ercorreu as principais
principais regiFes mineradoras,
mineradoras, e voltando
voltando em
seguida para seu país, publicou um livro com o relato dessa
viagem. >m um dos capítulos pin6amos suas observa6Fes
durante passagem por 'anto Ant2nio da '4. bservador
atento, ohn Ma#e partiu do !io de aneiro com destino a
Cantagalo, no dia NB de abril de NB acompanhado do =r.
-ardner, professor de química de um col(gio local.
"avegando em um barco a vela tipo falua tripulado
por remadores, 5favorecido por forte brisa, rumamos para a
entr
entrad
adaa do belo
belo rio
rio Maca
Macacu
cu:,
:, que
que ap9s
ap9s cess
cessar
ar o vento
vento
durante sua subida, foram impelidos pelos remos, at( chegar
em 5uma
5uma casa
casa deno
denomin
minad
adaa Oila
Oila "ova
"ova,, onde
onde inVm
inVmer
eros
os
barcos de carga destinados ao !io, aguardavam o vento da
terra e a mar( alta:. =epois do descanso continuaram a
viagem at( a estreiteza do rio 5que o barco freqZentemente
tocava nas margens, obrigando os homens a afast4Plo com
paus:. Acreditamos que Ma#e viaou durante a madrugada,
pois descreve a chegada a &orto das Cai7as ao amanhecer.
7%
5Lugar muito procurado pelos viaantes do interior, por
ser
ser o post
postoo onde
onde as mula
mulass desc
descar
arre
rega
gamm suas
suas carg
cargas
as,,
oriunda de muitas planta6Fes dos arredores:.
Aqui
Aqui ele
ele regi
regist
stra
ra v4ri
v4rios
os arma
armaz(z(ns
ns serv
servin
indo
do de
dep9sito para produtos a serem embarcados, em torno de
arruamentos salpicados de habita6Fes pobres. A viagem
prosseguiu atravessando um grande p)ntano em dire6*o
a Oila de Macacu 5erguida sobre pequena eleva6*o, no
cent
centro
ro de bela
bela plan
planíc
ície
ie:.
:. Ali
Ali, um taltal coro
corone
nell os(
os(,,
5comandante: local, recebeuPos com aten6*o, 5o mesmo
fazendo os irm*os do convento que visitei:.
>str
>stran
anha
hamomoss a mane
maneir iraa r4pi
r4pidada com
com que
que Ma#e
Ma#e se
refe
refere
re ao conconun
unto
to arqu
arquit
itet
et2n
2nicicoo do mostmostei
eiro
ro,, pois
pois a
grandiosidade deveria surpreendPlo, e lev4Plo a tecer algum
coment4
coment4riorio sobre
sobre sua constru
constru6*o 6*o no fundo
fundo daquel
daquelee vale
vale
distante.  prov4vel que sua cren6a religiosa contr4ria a
religi*o cat9lica a tenha discriminado, ignorando o registro
da presen6a de uma rdem 3ranciscana.
=ign
=ignoo de comen
coment4t4ri
rioo s*o
s*o suas
suas anot
anota6
a6Fe
Fess sobr
sobree o
caminho aberto por 3(li7 Madeira no início do s(culo YO///
descrito no capítulo anterior, e que seria usada para alcan6ar
5os sertFes de Cantagalo: pelos tropeiros no transporte do
caf(. Apesar da falncia das minas de ouro, essas veredas
continu
continuava
avamm a ter seus
seus viaan
viaantestes e tropei
tropeiros
ros fiscal
fiscalizad
izados
os
pela
pelass diver
diversa
sass patr
patrul
ulha
hass que
que se esta estabe
bele
lecia
ciam
m em suas suas
margens, conforme comenta Ma#e+ 5=epois de atravessar o
rio
rio pela
pela segu
segund
ndaa vez,
vez, chega
chegamo moss ao que que denomi
denomina namm o
primeiro registro ou casa de investiga6*o, a duas milhas da
fazenda. >ste posto ( guardado por um cabo e um pra6a,
encarregado de cobrar as ta7as e com poderes para revistar
os viaantes, visando impedir o contrabando do ouro.:
Ao entardecer, chegaram num segundo registro onde
resolveram passar a noite. 5<m lugar miser4vel, habitado
por cinco ou seis soldados, sob o comando de um sargento.
>ste bom homem acolheuPnos afetuosamente e, com au7ílio
7(
de seus camaradas preparouPnos galinhas, regalandoPnos
com tudo que a sua escassa dispensa podia proporcionar:.

 IMI/RA1T*S
Em fins de NRB, 'anto Ant2nio de '4 assistiu a uma
das Vltimas cenas dram4ticas da viagem dos primeiros
imigrantes destinados J coloniza6*o na &rovíncia do !io de
 aneiro. rigin4rios da 'uí6a, do cant*o de 3ribourg,
viaaram para este país centenas de famílias dispostas a
5fazer a Am(rica:, em dire6*o aos assentamentos de Morro
Queimado, mais tarde "ova 3riburgo. =urante oitenta dias
atravessando o oceano, sofreram na companhia 5do en2o,
da diarr(ia e da morte "os sete veleiros que partiram da
0olanda, conduzindo de início um total de RBN@ passageiros,
sucumbiram e tiveram o oceano por tVmulo @NN deles:, diz
!afael Luiz de 'iqueira accoud em seu livro 5s Colonos:.
Ao desembarcarem no !io de aneiro, foram
transportados em pequenos barcos at( /tamb$, 5pequeno
porto fluvial, pr97imo J foz do !io Macacu, onde havia
sido improvisado um hospital para receber os colonos
doentes:. >m seguida foram transferidos para o convento
de '*o %oaventura na Oila de 'anto Ant2nio de '4, 4
sendo desativado quer pela decadncia da constru6*o que
amea6ava desabar, quer pelas febres palustres que
come6avam a fazer suas primeiras vítimas.
Ali o ano da morte continuou estendendo suas asas
5sobre aquela pobre gente durante seis meses. As doen6as
contraídas na 0olanda, a bordo dos navios e na bai7ada
paludosa do Macacu, ainda fizeram v4rias vítimas.
"aquele interregno morreram mais N@N colonos, fora os @I
que foram sepultados na Oila de Macacu, inclusive o
padre oseph Aeb$ que se afogou no rio quando nele se
banhava:, registra !afael acoud.
7/
POR*O !AS CAIAS

Nos primeiros anos de ocupa6*o, a rede hidrogr4fica


determinou a e7pans*o desses povoamentos. /taboraí
tinha seu territ9rio cortado por v4rios rios e a sua
produ6*o era transportada atrav(s do &orto das Cai7as.
"ossa 'enhora da &iedade do /gua6u possuía ao longo do
seu territ9rio dezenas de portos dispersos pelos !ios
/gua6u, Mantiquira, %ananal, 'aracuruna, &ilar, Meriti e
'arapuí, todos naveg4veis.
>m suas visitas pastorais a partir de N? Js
freguesias do rec2ncavo, Monsenhor &izarro registrava
em seus apontamentos+ 5A maior parte dos habitantes
desse distrito se e7ercita na lavoura da cana para a6Vcar,
trabalhada em quinze f4bricas e para aguardente em duas
engenhocas, na mandioca para farinha, milho, fei*o e
arroz, entretanto que outros se aplicam pelos matos ao
trato de madeira de falqueo e de serra, e ao com(rcio de
lenha e de carv*o, cuos efeitos s*o transportados por
canoas desde as origem dos rios principais, AquapeíPa6u,
AquapeíPmirim e Cassarebu, at( algumas l(guas acima do
lugar da freguesia, onde chegam as barcas a carregar
madeiras, se conduzem os sobreditos efeitos, dali ou
continuam as canoas com as suas cargas at( a cidade:.
'urgido no mesmo período da cria6*o da Oila de 'anto
Ant2nio de '4, um porto surgido J margem do !io da
Aldeia, afluente do Macacu, era o ponto de referncia do
aglomerado urbano que crescia em torno da igrea,
tornandoPse lugar de descanso dos tropeiros que desciam as
serra em busca desse porto. 5'uficiente nVmero de casas,
quase todas t(rreas, fazem aparatoso o lugar da vila, que
pudera ser mais brilhante se com perfei6*o se e7ecutasse o
delineamento das propriedade e se cal6assem as ruas mas

70
a falta de polícia tem atrasado o adorno pVblico,
satisfazendoPse a C)mara com o cuidado de conservar
desimpedidas e sempre limpas as estradas, a benefício de
quem as cultiva at( as Minas "ovas de Cantagalo:, diz
&izarro, beneficiando tamb(m os lavradores e tropeiros
que desciam a produ6*o pela estrada do 5Quebra
3rascos: na 'erra dos Krg*os passando por Teres9polis.
 a6Vcar era embalado em cai7as destinados ao
embarque 5onde embarca6Fes de at( quarenta toneladas
i6avam velas, proporcionando significativo elemento de
composi6*o da paisagem:. !uas cal6adas facilitavam o
tr)nsito das mulas em volta dos armaz(ns que surgiam,
para se destacarem na província do !io de aneiro como
significativo entreposto comercial, durante a e7pans*o da
cafeicultura fluminense.
/taboraí, distrito sede ao qual pertencia &orto das
Cai7as, orgulhaPse de ali ter nascido o escritor oaquim
Manoel de Macedo. 'egundo sua descri6*o, a 5Oila se
assentava sobre graciosa colina pouco elevada mas em
situa6*o t*o feliz que do alto dela se domina e aprecia o
mais belo quadro de natureza campestre:.
Al(m da igrea Matriz, completava o seu conunto
arquitet2nico a C)mara Municipal, o mercado pVblico e
um teatro, al(m de um pr(dio 5que havia hospedado =.
 o*o O/ e =. &edro //, quando em visita ao município:.

 5*CA5:1CIA
Depois de um longo ciclo de esplendor, essa regi*o voltou
ao estado de insalubridade e abandono. Com a fVria que se atacou
as florestas, transformadas em lenha para alimentar os fornos
dom(sticos e os engenhos, a natureza cobrou seu pre6o. As
precipita6Fes intensas na 'erras do Mar determinando grandes
chuvas, concorreram para a inunda6*o da v4rzea onde len69is de
vegeta6*o aqu4tica impediam as correntes retardando o
escoamento. Com o leito do rio assoreado e a conseqZente
72
vento, que da %aia sopra para o interior diariamente a
partir das NN horas, fazendo com que esses barcos
chegassem rapidamente ao seu destino.
"aquele período, a sinuosidade e o grande
tr4fico de embarca6Fes pelo crescente transporte do caf(,
o /nhomirim recebeu cuidados especiais para facilitar a
sua navegabilidade desde a sua embocadura at( o porto.
>m N@G por determina6*o do presidente da &rovíncia,
5em aten6*o ao com(rcio e a freqZncia do &orto da
>strela: determinava em seu relat9rio de  de novembro
daquele ano, a coloca6*o de lampiFes que sinalizassem J
noite 5os lugares onde demoram as pedras, que lhe s*o
perigosas e, as vezes fatais:.
!espons4vel pela segunda se6*o das obras de
recupera6*o da >strada da >strela iniciadas no mesmo ano, o
ent*o primeiro tenente Vlio 3rederico ]oeler recebeu a
tarefa de providenciar os lampiFes que atendessem J
necessidade da navega6*o. &or recomenda6*o, comprou de
um francs chamado =uprat, um lampi*o por quarenta mil
r(is, cua bonita aparncia era enganadora 5e n*o prestava
sen*o nas primeiras noites, em que depois de consertado e
arranado pelo vendedor, se acendia:, convencido da
deficincia do sinalizador, ficou o tenentePcoronel %ento os(
Oeloso de arranar outro lampi*o 5a fim de indicar a pedra
sobre a qual estava posto e n*o de servir de farol:.
>ra necess4rio por(m mantPlo suspenso e iluminar
o obst4culo, por isso foi recomendado ao mesmo %ento
Oeloso 5construir uma barra de ferro de RI palmos de altura
com trs roldanas: e colocar b9ias de cobre 5no lugar
verdadeiro:, ficando a sinaliza6*o desse rio a cargo do citado
tenentePcoronel que era tamb(m vereador em Mag(.
>m um relat9rio assinado por 3rederico ]oeler em
 aneiro de N?B sobre o farol e as b9ias do !io /nhomirim,
relata+ 5Continuou a ser aceso com regularidade todo o ano
o lampi*o que serve de farol aos navegantes do &orto
&0
da >strela, em substitui6*o das b9ias de cobre que marcavam o
canal da %arra do /nhomirim ou da >strela, colocaramPse b9ias
de madeira, fabricadas e fornecidas pelo arsenal de Marinha J
requisi6*o de O. >7. So presidente da &rovínciaU. >ssas b9ias
s*o bem feitas e preenchem atualmente o seu fim:.
=urante muitos anos, da entrada da %arra at( o
&orto, os obst4culos que ofereciam perigo para a
navega6*o noturna estiveram iluminados, guiando os
navegantes na faina incans4vel dos transportes de
mercadorias e passageiros.

RE"ORMA !A ES*RA!A

TratandoPse da principal via de comunica6*o entre


a Corte e Minas -erais, e segundo o pr9prio ]oeler
revelava nos 5assentos:, colhidos nos registros e barreiras,
5constava a passagem de NIB.BBB animais, contada ida e
volta. Oinham de Minas -erais pela ponte do &araibuna
NBB.BBB. &elo ramal do 'umidouro mais @B.BBB:. >m seu
relat9rio afirmava que 5( a mais freqZentada da
província, de maneira que nela s9 transitam mais
viandantes que nas outras do centro reunidas:.
"o final de seu relat9rio ]oeler apresenta o or6amento
da 'e6*o compreendida entre &orto da >strela e o /tamaratí,
fi7ando o pre6o de R+BBB[BBB, para os trabalhos realizados
nesse trecho, 5algumas cal6adinhas a fazer, para o esgoto das
4guas, e ?BB bra6as de terreno pantanoso a corrigir por meio
de fa7ina:. !elaciona tamb(m a cal6ada da 'erra com 5NRB
bra6as arruinadas: e ro6ar em ambos os lados da estrada.
Autorizando o -overno a contratar uma companhia
para realiza6*o da obra, a Assembl(ia determinava que na
&2
reda6*o do contrato em seu artigo R_., a estrada prestasse
5c2modo servi6o para o tr)nsito de carro e carruagens e se
conserve sempre livre de atoleiro. A ponte do rio &araíba
ser4 edificada de pedra:.
'em a presen6a de empresas que e7ecutassem a
obra, modificouPse o plano anterior, desmembrandoPse a
constru6*o da ponte sobre o !io &araíba do resto da
estrada, ficando ambas sob a responsabilidade de ]oeler
que aproveitou um proeto por ele elaborado alguns anos
antes. 58 de se notar que fora intentada desde NN a
constru6*o das pontes sobre o &araíba, que se iniciava em
N@G, dezoito anos depois, e sobre o paraibuna, mais feliz
do que a outra, pois construída, foi queimada em N?R
pelos revoltosos e reconstruída pouco depois. "o decreto
de RB de fevereiro de NN, referiuPse =.o*o O/ aos
inc2modos que sofriam os viaantes na passagem dos rios
&araíba e &araibuna, sendo esta feita em barcos ou canoas,
principalmente nos tempos das cheias destes rios:.
0avia interesse dos produtores mineiros e
fluminenses na reconstru6*o dessa estrada principal, para
circula6*o de suas tropas de bestas no transporte n*o s9
do caf(, mas ainda de 5gneros de consumo: destinados J
Corte.
A m*o de obra escrava alugada, criava dificuldades
para a continuidade das obras dos caminhos, pois seus
senhores n*o permitiam que esses se afastassem muito do
local de trabalho temendo que facilitasse sua fuga, tendo o
empreiteiro que ensinar o servi6o a outro plantel alugado
mais J frente, com perda de tempo 5e a pr4tica do trabalho,
&5
que 4 haviam os primeiros, adquiridos:, com isso o
servi6o tornavaPse vagaroso e imperfeito.

IMIGRAN*ES A#EM8ES
>m N@G, era criada na Corte a 'ociedade &romotora
de Coloniza6*o do !io de aneiro com a participa6*o de
diversos acionistas, tornandoPse id2nea gra6as a sua boa
situa6*o financeira e e7emplo de organiza6*o, com o obetivo
de promover a 5vinda de colonos brancos Vteis:. >ntretanto
essa promo6*o nunca foi efetuada pois era grande a chegada
de imigrantes na sede do /mp(rio, bastando apenas pagarP
lhes a passagem e alberg4Plos com alimenta6*o, depois
naturalmente da assinatura de um contrato, cua
rganiza6*o se comprometia a arranarPlhes emprego.
5/nstalaraPse a 'ociedade na rua do &asseio @?, onde
funcionava a sua secretaria:, &ossuindo, 5no Largo da
Lapa, um dep9sito para aloar os colonos:. 'egundo uma
estatística de N@G, entraram cerca de .BBB imigrantes no
!io de aneiro.
>ntretanto, o transporte de escravos continuava
abarrotando o mercado dessa &rovíncia. 'egundo a
mesma estatística, cerca de NIB navios aportaram na
cidade trazendo ?B.BBB negros vindos da 1frica, a maior
parte destinados Js fazendas de caf(.
Quanto aos imigrantes, o 5ornal do Comm(rcio:, de
NI de novembro de N@, trazia um anuncio que ( e7emplo
dos muitos que essa 'ociedade publicava durante todo o ano
nessa cidade+ 5&ela 'ociedade &romotora de Coloniza6*o se
h*o de contratar os servi6os de alguns colonos, vindos
diretamente das /lhas dos A6ores, dos ofícios de carpinteiros,
pedreiros, sapateiros, calceteiros, serrador e tanoeiro, assim
como mulheres de todas as idades, pr9prias para o servi6o
dom(stico as pessoas que os
&7 
quiserem tomar a contrato ou a ornal, podem dirigirPse
ao dep9sito no Largo da Lapa:.
&assagem obrigat9ria dos navios que se dirigiam Js
possessFes europ(ias na 1frica ou Austr4lia, o porto do !io
de aneiro recebia anualmente centenas de embarca6Fes
conduzindo imigrantes ou condenados destinados a essas
col2nias. <m desses navios, o 5ustine:, entrou na %arra no
dia N@ de novembro de N@, comandado pelo mestre .
%ernard Lucas, origin4rio do porto francs de 0avre,
trazendo a bordo R@ passageiros de nacionalidade alem*
que seguiam para 'idne$, na Austr4lia.
>sses imigrantes n*o eram simples passageiros
indigentes, mas famílias que haviam fretado o 5ustine:
para ir ao encontro dessas novas terras. =epois de v4rias
divergncias com o Comandante, 5pelo mau tratamento
que este lhes dispensara:, resolveram desembarcar e
permanecer no !io de aneiro, aceitando a oferta da
'ociedade em alo4Plos e arranarPlhes emprego.
'abedor da chegada J Corte desses patrícios, ]oeler
desceu a serra buscando conhecPlos, e oferecerPlhes
trabalho na estrada da futura Col2nia de &etr9polis.
Comunicando ao presidente da &rovíncia, &aulino de
'ouza e, segundo o relat9rio de  de fevereiro de N@, foi
autorizado a contratar 5R famílias dos alem*es e7istentes
no dep9sito da Lapa:.
>m relat9rio redigido pelo pr9prio ]oeler endere6ado
ao &residente, relatava+ 5recebi e coloquei na estrada da
>strela R famílias alem*es, e entre elas @R trabalhadores. ;
dist)ncia de uma l(gua do porto da >strela ficaram seis que
se empregaram em consertar e aperfei6oar os importantes
aterros na vizinhan6a:. ]oeler segue descrevendo a
distribui6*o dos obreiros ao longo da estrada, finalizando
com a coloca6*o de 5cinco trabalhadores e trs carpinteiros:
pr97imos J f4brica de p9lvora, aqueles empregados no
aterro do 3ragoso, e estes em fazer 5portas e anelas para os
&&
"o final do relat9rio Caldas Oiana prev a breve
transforma6*o do arraial em vila, recomendando que seu novo
proeto de remodela6*o sea abrangente 5dada ao plano da
futura vila, que nesse lugar, tem necessariamente de fundarPse:.
Antevis*o confirmada, pois trs anos depois, mesmo
sem estar pronto o pr(dio para abrigar a c)mara e a cadeia, a
Lei &rovincial de RB de maio de N?G elevou J Oila, o arraial
da >strela, abrangendo em seu termo as freguesias de -uia
de &acopaiba, &ilar, /nhomirim e o curato de &etr9polis.

CO#ONOS A#EM8ES
> m N@ de unho de N?I, atracava no porto do !io de
 aneiro, o primeiro dos N@ barcos que se ocuparam do
transporte dos colonos alem*es, o brigue francs 5Oirginie:,
trazendo a bordo NGN colonos contratados pelo -overno da
&rovíncia para serem assentados e trabalharem nas obras de
&etr9polis, dando início J sua coloniza6*o.  5=i4rio do !io
de aneiro:, citado por 'oares de 'ouza, relata+ 5 nVmero
destes colonos, transportados numa s9 embarca6*o ( de NGN
homens, mulheres e crian6as todos s*o robustos e de bela
aparncia, n*o havendo nem um s9 falecido durante a
viagem, por terem vindos suficientemente acomodados e
bem tratados:.
Aloados em "iter9i, onde aguardaram alguns dias
para embarcarem em dire6*o J serra, tiveram a visita de =.
&edro //. 5'ua Maestade o /mperador, sempre solícito pela
prosperidade e engrandecimento do seu /mp(rio, logo que
chegou de =unquerque o primeiro navio 5Oirginie:,
trazendo a seu bordo NGB colonos, n*o s9 autorizou o seu
mordomo a oferecer ao -overno da &rovíncia as suas terras
de &etr9polis para logo se estabelecerem os novos colonos
visto que eram destinados aos trabalhos de 'erra da >strela
como mesmo se dignou vPlos no Arsenal de Marinha,
quando, vindo de "iter9i, partiram para &etr9polis, e lhe
assegurou a sua prote6*o por meio de alocu6Fes, que lhes
'5
mandou fazer, e de donativos pecuni4rios:.
s transportes at( &orto da >strela foram feitos em
faluas, onde descansaram. &rosseguindo o caminho em
cima de carro6as e lombo de mulas, fizeram uma segunda
parada na 34brica de &9lvora+ 5 tempo que aí
permaneceram devera ser maior+ um ou dois dias. =a
34brica subiram a serra pela estrada velha at( &etr9polis,
onde chegaram a R de unho de N?I:.
Antecipando a chegada desses colonos, em um ofício
dirigido ao diretor da 34brica de &9lvora, o maor ]oeler
solicitava+ 5...rogo a O. >7a. se digne mandar os carros,
carretas e a tropa da 34brica para o &orto, coaduvar n*o s9 o
transporte de crian6as, velhos e doentes que haam, como
das roupas e obetos mais precisos desta pobre gente:.
> em outro ofício+ 5Oenho pedir a O. >7a. se digne
coaduvar por todos os meios ao alcance de O. >7a. e
nominalmente com o carro6*o da 34brica a condu6*o dos
colonos alem*es do &orto da >strela J 34brica e de novo
pe6o a O. >7a. n*o s9 mandar dar quart(is mais
suficientes aos ditos colonos, como com especialidade um
c2modo para neles se recolherem os doentes:.
=e acordo com o contrato celebrado entre a
presidncia da &rovíncia e a Casa =elrue, chegaram ao
!io de aneiro nos meses seguintes em cinco navios, mais
de mil colonos.  primeiro dessa s(rie foi o navio francs
5Marie:, que o 5ornal do Com(rcio: registrou+
5Chegaram ontem a bordo do Marie, NGB colonos alem*es.
8 a 'egunda e7pedi6*o feita pela Casa =elrue, em
conformidade com o contrato celebrado entre ela e a
presidncia do !io de aneiro. >sses colonos s*o na maior
parte lavradores, carpinteiros, ferreiros, ferradores,
pedreiros, cavouqueiros e oleiros:.
 segundo a atracar foi o 5Marie Louise:, trazendo RBB
colonos. 'eguiuPse a barca prussiana 5Leopold: com R?I.  brigue
francs 5Curieu7: com NB e a barca inglesa 5Agrepinne: com RNB.
s passageiros desembarcados dos navios 5Curieu7: e 5Marie
Louise:, foram transportados diretamente para o &orto
'7 
da >strela, os demais 5aloaramPse nos dep9sitos da !ua
da -l9ria e no Quartel do Corpo &olicial em "iter9i:.
Algumas dessas famílias que n*o seguiram para a
serra, fizeram uma peti6*o ao /mperador 5pedindoPlhe a
gra6a de serem enviados para '*o Leopoldo: pois eram
lavradores acostumados com a cultura do arroz e 5onde
eles 4 tm seus ?arentes e @onhe@idos4+
>m fins de N?I era tal o nVmero de colonos chegados no
porto do !io de aneiro e transferido para a serra, que achandoP
se esgotada a capacidade de 5hospedagem: na regi*o,
amontoavamPse nos v4rios pousos da estrada, conforme
assinalado no relat9rio de ]oeler, que s9 no porto da >strela
achavamPse arranchados esperando acomoda6Fes cerca de ?BB
alem*es, acrescentando mais @BB na 34brica de &9lvora IIB no
Meio da 'erra, N?B na Oolta do Conselheiro, IIB em
Munginagens, perto da Oila !eal, NBB em 'cincia, RNI.

 P*TR7PO2IS
"o 5!elat9rio da &rovíncia: que temos em m*os,
datado de NI@, referindoPse J col2nia de &etr9polis,
afirma que esta 5n*o apresenta uma perspectiva de uma
grande riqueza, nem possa ser considerada agrícola:,
entretanto 5os colonos em geral continuam mostrarPse
satisfeitos, e a respeitar as leis do país, sendo quase todos
dotados de boa índole e )nimo pacífico:.
!eferindoPse J falta de mercado de trabalho, relata que
5v*oPse empregando utilmente nas obras da casa imperial,
nas da &rovíncia e nas particulares, 4 como oficiais de
diversas artes mec)nicas, 4 como ornaleiros, e empreiteiros
de servi6os de aterro e escava6*o aplicamPse tamb(m ao
corte de madeiras, de que fazem n*o pequena e7porta6*o, ao
transporte de cargas e de passageiros por meio de carros e
de seges, de que muitos s*o propriet4rios:.
Lamenta que apesar da auda do governo, poucas
'&
socorro o 5surto endmico: devastava o município, e que
a pr9p
pr9pri
riaa C)ma
C)marara 5dei
5dei7a
7a de se reun
reunir
ir por
por que
que os
vereadores haviam sido cometidos de febres, e o pr9prio
m(dico tamb(m estava grandemente enfermo:.

BACIA !O RIO MACAC$ 


Localizado Js margens do !io Macacu, no fundo
da %aia de -uanabara, a freguesia de 'anto Ant2nio de '4
facilitava atrav(s de seu porto o interc)mbio comercial e
cultural com o Mosteiro 3ranciscano de '*o %oaventura,
abrigando entre 5RI a @B religiosos:, rivalizando com
&orto das Cai7as, numa febril agita6*o de embarque e
desembarque, tornaraPse importante emp9rio comercial
da 5Oelha &rovíncia:, recebendo anualmente centenas de
cai7as de a6Vcar e ton(is de aguardente.
>m NII
NII,, a epid
epidem
emiaia repr
repres
esent
entad
adaa pelo
pelo c9le
c9lera
ra
morb
morbus us cheg
chegouou J regi
regi*o
*o espa
espalh
lhan
ando
doPs
Psee por
por toda
toda a
província. MultiplicaramPse os tVmulos do cemit(rio local
 4 quase totalmente ocupado anteriormente pelas vítimas
das
das 5feb
5febre
res:
s:,, obri
obriga
gand
ndoo que
que 5os
5os sepu
sepultltam
amen
ento
tos,
s, se
fizessem em terrenos pertencentes ao convento de '*o
%oaventura, abandonado e 4 em princípio de ruínas, o
que motivou protestos dos 3ranciscanos, sendo necess4ria
uma composi6*o entre estes e o -overno &rovincial, que
os indenizou:.
"o relat9rio da &rovíncia
&rovíncia do !io de aneiro do ano de
NII, encontramos esse relato de abandono feito por Mattoso
Maia 3orte, em que se encontrava o mosteiro+ 5s religiosos
3ranciscanos possuem na Oila de 'to. Antonio de '4 um
conven
convento,
to, sob a invoca
invoca6*o
6*o de '*o %oaventur
%oaventura,a, mas esse
esse
convento h4 muito se acha abandonado e em ruínas. Tinha
ele um patrim2nio em terras na mesma Oila, as quais est*o
ocupadas por pessoas que pagam renda aos religiosos do
convento da Corte:.
%)7 
 IMI/RA1T*S

>m fins de NRB, 'anto Ant2nio de '4 assistiu a uma


das Vltimas
Vltimas cenas
cenas dram4t
dram4tica
icass da viagem
viagem dos primei
primeiros
ros
imigrantes
imigrantes destinados
destinados J coloniza6*o na &rovíncia do !io de
 aneiro. rigin4rios da 'uí6a, do cant*o de 3ribourg,
viaaram para este país centenas de famílias dispostas a
5fazer
5fazer a Am(rica:,
Am(rica:, em dire6*o
dire6*o aos assentamentos
assentamentos de Morro
Queimado, mais tarde "ova 3riburgo. =urante oitenta dias
atravessando o oceano, sofreram na companhia 5do en2o,
da diarr(ia e da morte "os sete veleiros que partiram da
0olanda, conduzindo de início um total de RBN@ passageiros,
sucumbiram e tiveram o oceano por tVmulo @NN deles:, diz
!afael Luiz de 'iqueira accoud em seu livro 5s Colonos:.
Ao dese
desemmbarc
barcar
arem
em no !io
!io de ane
aneir
iro,
o, fora
foram
m
transportados em pequenos barcos at( /tamb$, 5pequeno
porto fluvial, pr97imo J foz do !io Macacu, onde havia
sido improvisado um hospital para receber os colonos
doentes:. >m seguida foram transferidos para o convento
de '*o %oaventura na Oila de 'anto Ant2nio de '4, 4
sendo desativado, quer pela decadncia da constru6*o
que amea6ava desabar, quer pelas febres palustres que
come6avam a fazer suas primeiras vítimas.
Ali o ano da morte continuou estendendo suas asas
5sobre aquela pobre gente durante seis meses. As doen6as
contraídas na 0olanda, a bordo dos navios e na bai7ada
palu
paludo
dosa
sa do Maca
Macacu
cu,, aind
aindaa fize
fizera
ram
m v4ri
v4rias
as vítim
vítimas
as..
"aquele interregno morreram mais N@N colonos, fora os @I
que foram sepultados na Oila de Macacu, inclusive o
padre oseph Aeb$ que se afogou no rio quando nele se
banhava:, registra !afael acoud

%)&
C72*RA<MOR=O

Surgida no !io de aneiro Capital do /mp(rio em


NII,
NII, trazid
trazidaa pela
pela galera
galera portug
portugues
uesaa 5=efen
5=efensor
sor:: e se
espalhando para o interior, a epidemia de c9leraPmorbo
ceif
ceifou
ou mi
milh
lhar
ares
es de vida
vidass em sua
sua pass
passag
agem
em por
por essa
essa
&rovíncia, invadindo as vilas de com(rcio da %ai7ada
3luminense. /gua6u, >strela, Mag( e 'to. Ant2nio de '4
tiveram seus movimentos comerciais reduzidos com essa
trag(dia que enlutou lares de ricos fazendeiros e seus
escravos. Atingindo no início 5quase que e7clusivamente
aos pretos, cabras, caboclos e pardos:, em breve infectaria
indiscriminadamente
indiscriminadamente toda popula6*o.
"a Oila de /gua6u, segundo o relat9rio apresentado J
Asse
Assemb
mbl(
l(ia
ia Legis
Legislat
lativ
ivaa pelo
pelo pres
presid
iden
ente
te da Comis
Comiss* s*oo
'anit4
'anit4ria
ria,, =r.
=r. 3rancis
3rancisco
co de &aula
&aula C)ndido
C)ndido,, 5um escrav
escravoo
empregado na cabotagem entre aquela Oila e esta Corte, em
tornaPviagem, sentia na altura da &onta do -ale*o P /lha do
-overnador  as primeiras amea6as do c9lera, e foi morrer
ao chegar J Oila. utros companheiros foram em seguida
afetados ...a epidemia declarouPse em diferentes pontos:.
"o mesmo !elat9rio, o =r. 3rancisco relata ao 5>7mo.
'r. Ministro do /mp(rio: sua visita a Oila, descrevendoPa
como um 5novo teatro de devasta6*o:, e relatando 5a grande
impo
import
rt)n
)nciciaa de m(
m(didico
coss dedi
dedica
cado
doss e inte
inteli
lige
gent
ntes
es,, de
autoridades que cumprem gloriosos deveres de cidad*os. s
 ovens doutores Luiz Alves de 'ouza Lobo, . A. -omes,
'ai*o Lobato, um alun luno da >scol cola de Medici icina, o
subdele
subdelegad
gadoo "ascime
"ascimento
nto 3aria
3aria e numero
numerosos
sos cidad*o
cidad*oss da
Oila haviam em harmoniosa e e7emplar coopera6*o tomado
mui profícuas e acertadas medidas:
&or esse tempo levado ao /gua6u desta Corte, ou de
outros lugares, difundiaPse tamb(m a epidemia por Macacu,
Mag(, MarapicV, acotinga e Merit$:, especialmente nas
%)'
fazendas da Cachoeira SMesquitaU e '*o Matheus
S"il9polisU ambas do visconde de %onfim
"o início de setembro de NII, %ento !odrigues Oiana,
fazendeiro da Oila, assiste a um de seus escravos 5que se
torce em dores com os olhos esbugalhados:, ser atingido
com o mal que se espalhava por toda a regi*o. 5s grandes
casarFes de sobrados, os armaz(ns alpendrados e o colorido
das casas 4 n*o s*o palco do reboli6o, da agita6*o nervosa,
do estonteante com(rcio de /gua6u. Tudo ( sossego, tudo (
tristeza:. =e NN a R? daquele ms, ?N escravos morrem
atacados de c9leraPmorbo, diz o &rofessor !u$ Afr)nio
&ei7oto em seu livro 5/magens /gua6uanas:.
Apesar do pronto atendimento m(dico com a
chegada tamb(m do acadmico 3rancisco &otella,
acompanhado de 5trs irm*s da Congrega6*o do
'antíssimo Cora6*o de Maria,: s9 na Oila 5de NN a R? de
setembro, ?N escravos haviam pago com a morte o seu
tributo ao mal: diz Mattoso Maia 3orte.
A e7tens*o da epidemia trou7e em conseqZncia a
amea6a de fome, com o abandono do porto e das lavouras
fazendo com que o governo imperial providenciasse a
remessa de víveres para serem vendidos a pre6o de custo
em todas as freguesias da %ai7ada, 5acompanhado do =r.
&aula C)ndido, a fim de verificar a e7tens*o do mal:.
 =r. 'ouza Lobo ofereceu sua residncia 5para
nela instalarPse um hospital:. MobilizaramPse os
comerciantes locais se cotizando a favor da pobreza,
tendo J frente 5o presidente da C)mara Municipal de
/guassV, /gnacio Ant2nio de 'ouza Amaral:.
A chegada a '*o Matheus e Cachoeira do ent*o
acadmico de medicina Luiz de Queiroz Mattoso Maia,
5onde ocorreram IN casos, sendo RN graves al(m de nove
mortos: veio minorar o sofrimento daquela gente. Mesmo
assim, registrouPse em todo o município 5@@ casos, dos
quais NRN fatais:.
%%)
"essas fazendas, os mortos foram sepultados no
cemit(rio unto J capela '*o Matheus S"il9polisU, 5devido
a quantidade e por serem escravos, foram sepultados em
grupos, em grandes valas, envoltos apenas por uma
mortalha bastante parecida com sacos de estopa, de cor
ro7a, conforme pesquisa arqueol9gica de N:, diz
Marcus Monteiro em seu livro 5A 3azenda '*o Matheus:.
"essa ocasi*o foram registrados em Meriti e acutinga
5mais de G? 9bitos: e em Marapicu 5mais ?G:, todos
vitimados pelo c9lera. 'egundo o =r. Couto 3erraz 5foi nos
barcos e margens dos rios onde primeiro fez e7plos*o a
mol(stia. A esclarecedora dedica6*o das autoridades, o
e7emplar comportamento dos m(dicos, e a rigorosa
e7ecu6*o das medidas tomadas para e7tinguir o e7citador
epidmico, acabou ali repentinamente com a mais
amea6adora calamidade.  rio entretanto foi o caminho:.
"o porto de /gua6u diminuiu a navega6*o. %arcos
vazios balan6avam ao sabor das Jguas enquanto os
trapiches estavam abarrotados de caf(, 5acumulandoPse
mais de @B.BBB arrobas:. A ausncia do bra6o escravo
devido Js mortes ou doen6as fezPse sentir durante o resto
daquele aquele ano. "o porto dos saveiros a epidemia
5acometera dois ter6os dos escravos empregados no
servi6o fluvial:, segundo Maia 3orte.

-AR.O#A
No dia R de novembro de NR, o subdelegado de
polícia de acutinga notificava a C)mara que haviam surgido
os primeiros casos de varíola em seu distrito, solicitando na
mesma nota que 5os variolosos seam tratados em uma casa
longe da povoa6*o, com os recursos necess4rios.  livro da
C)mara Municipal de /guassV do dia R? de setembro de
N@, segundo aldicD &ereira, assinala que as verbas
votadas no ano N foram 5insuficientes para o socorro
%%%
aos indigentes atacados de varíola:, e o mal voltava
novamente a se alastrar.
A carncia de socorro fez com que o Minist(rio do
/mp(rio autorizasse a despesa 5com os variolosos at( a
quantia de N.BBB,BBB: recomendando 5a mais severa
economia nessas despesas: no ano de N? com o fantasma
da varíola presente em toda a e7tens*o do município,
ocasionando um apelo da unta do N_. =istrito 5"o intuito de
impedir que a invas*o da terrível enfermidade que est4
assolando em ponto n*o muito distante providenciasse a
imediata remo6*o dos presos que se encontravam na cadeia
e a continua6*o assídua de desinfetantes:.
 mesmo pedido assinalava ainda uma 5ordem
terminante ao m(dico da C)mara para comparecer
diariamente nesta cidade onde aconselhar4 o que for
conveniente:, autorizando a 5obten6*o de uma casa que
sirva para isolarPse pessoas atacadas do mal, se
porventura tivesse a desgra6a de vir aqui a terrível peste:.
Atendendo Js e7igncias da C)mara, os fiscais
tomaram as providncias necess4rias ordenando a todos
os moradores que 5caiassem suas casas interna e
e7ternamente removendo o li7o dos quintais, e por conta
da C)mara, o das ruas e pra6as para pontos distantes e em
seguida incinerados:. rdenava tamb(m que 5comprasse
barricas de alcatr*o para serem queimados na rua:.
&ara atender as pessoas pobres que eram maioria, a
C)mara fez contratar os servi6os do =r. %ernardo Yavier
!abelo mediante gratifica6*o como forma de pagamento
5at( que se vote o or6amento:.
As medidas profil4ticas se arrastaram durante os anos
seguintes, at( que em dezembro de NI uma providncia
mais eficaz de combate J varíola se efetuasse em Meriti
5quando os( Manoel de 'anta !ita, farmacutico e uiz de
paz naquele distrito comunicava haver aplicado em NN@
pessoas os seis tubos de 5l$mpha: enviados pela C)mara, e
%%(
Al(m dos cativos citados no relat9rio, o visconde
relaciona um grande nVmero de bois de carro, gado,
carneiros, animais de montaria e carga, formas de barro e
de madeira para a6Vcar, pipas para transporte de
aguardente, balsas, en7adas, machados pe6as de
carpinteiro, mesas de ogo, quadro de santos, rel9gio,
lou6as etc. =ei7a tamb(m para cobran6a, sob a
responsabilidade do administrador, o aluguel 5dos pretos
que andam trabalhando na estrada de /guassV: a soldo do
-overno da &rovíncia+ 5sendo os cabouqueiros a R?[BBB e
os outros a NI[BBB por ms, cua cobran6a devePse realizar
logo que o -overno &rovincial, efetive o pagamento:.
'egundo "oronha 'antos, parte do local em que
e7istiu a fazenda de -ericin9 ( hoe propriedade do
>7(rcito, que o adquiriu em NB a Ale7andrino &ires
Coelho por GBB contos de r(is, destinandoPa untamente
com a de 'apopemba S=eodoroU, incluída na compra,
5para a constru6*o de uma Oila Militar e um campo de
treinamento:.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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Autor, 'W=
'A"T', "oronha  5Mem9ria Acerca dos Limites do
=istrito 3ederal com o >stado do !io de aneiro: !evista
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>scravid*o: L(o Cristiano >ditorial  N  !.
Anais da %iblioteca "acional, vol. NB P !.

%(7 
%(&

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