Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A produção
produção não autorizada
desta publicação, no todo ou
em parte, constitui violação
do copyright (Lei 9.6!".
GUILHERME PERES
BAIXADA FLUMINENSE
___________________________________________________
___________________________________________________
UM LUGAR
NO PASSADO
ENSAIO
Editora IPAHB
2006
AGRADECIMENTOS
Quero registrar meus agradecimentos aos
amigos e professores que, de algum modo,
contribuíram com essa modesta tarefa, indicando
leituras, orientando pesquisas, incentivando, etc.
-E.C$#OS
/&
um caminho que, partindo da esta6*o e ladeado por uma
alameda de palmeiras imperiais, ia terminar J entrada
principal desse palacete.
ES*RA!A !A PO#.CIA
0/
publicado. =urante a invas*o de &ortugal por tropas
francesas em NB, voltou com a comitiva real para o !io de
aneiro, onde faleceu no convento 'anto Ant2nio em NNN.
0omenageado pelo novo governo imperial brasileiro, frei
Mariano teve sua obra 53lora 3luminensis: postumamente
publicada entre NRI e NR, redimindo para a posteridade,
esse personagem que se destacou como referncia na hist9ria
da pesquisa bot)nica no %rasil.
CAMI16O 1O(O
Durante o início da minera6*o no final do s(culo
YO//, ao partir do centro da Cidade de '*o 'ebasti*o do !io
de aneiro, para se alcan6ar o caminho Oelho das Minas que
come6ava em &arati, o viaante tinha duas op6Fes+ atravessar
a %aia de 'epetiba em dire6*o a &arati e subir a trilha dos
-uaianazes, ou alcan6ar a mesma baia em busca dessa trilha,
pelo caminho de terra atrav(s da futura estrada !eal de
'anta Cruz, at( o embarque na /lha da &escaria J sua
margem, pertencente aos padres da Companhia.
Transferindo a sede administrativa do !io de
aneiro para a regi*o mineradora, segundo a carta r(gia
de NGG 5para ficar mais pr97imo Js minas:, o governador
Artur de '4 e Menezes, percorreu esse caminho 5longo,
penoso e temer4rio:, mas at( ent*o o Vnico e7istente.
=urante seu regresso em NG, o governador contratou
com -arcia !odrigues &ais, 5na %orda do Campo:, e7plorar
a possibilidade da abertura de um novo caminho que
partindo dali, alcan6asse as margens do !io &araibuna, e
57
subisse a 'erra das Ab9boras, atravessando o !io &araíba
em busca de uma saída para o mar. 'egundo proposta do
pr9prio -arcia &ais, 5em vez de trs meses, tempo que at(
ent*o se gastava, se poriam apenas quinze dias: entre a
capital do sul e o longínquo interior do ouro.
"o período de N meses, o filho do 5Ca6ador de
>smeraldas: internouPse na floresta seguindo antigas trilhas
indígenas, 5com alguns homens brancos e mais de ?B negros
Sdos quais lhe morreram cincoU e fizera despesas
consider4veis, saídas e7clusivamente do seu pr9prio bolso:.
JOHN MA<E
Especializado em pedras preciosas e aventuras, esse
ingls chegou ao %rasil em NB logo ap9s o decreto de =.
o*o O/ concedendo visto de entrada a estrangeiros.
&ercorreu
&ercorreu as principais
principais regiFes mineradoras,
mineradoras, e voltando
voltando em
seguida para seu país, publicou um livro com o relato dessa
viagem. >m um dos capítulos pin6amos suas observa6Fes
durante passagem por 'anto Ant2nio da '4. bservador
atento, ohn Ma#e partiu do !io de aneiro com destino a
Cantagalo, no dia NB de abril de NB acompanhado do =r.
-ardner, professor de química de um col(gio local.
"avegando em um barco a vela tipo falua tripulado
por remadores, 5favorecido por forte brisa, rumamos para a
entr
entrad
adaa do belo
belo rio
rio Maca
Macacu
cu:,
:, que
que ap9s
ap9s cess
cessar
ar o vento
vento
durante sua subida, foram impelidos pelos remos, at( chegar
em 5uma
5uma casa
casa deno
denomin
minad
adaa Oila
Oila "ova
"ova,, onde
onde inVm
inVmer
eros
os
barcos de carga destinados ao !io, aguardavam o vento da
terra e a mar( alta:. =epois do descanso continuaram a
viagem at( a estreiteza do rio 5que o barco freqZentemente
tocava nas margens, obrigando os homens a afast4Plo com
paus:. Acreditamos que Ma#e viaou durante a madrugada,
pois descreve a chegada a &orto das Cai7as ao amanhecer.
7%
5Lugar muito procurado pelos viaantes do interior, por
ser
ser o post
postoo onde
onde as mula
mulass desc
descar
arre
rega
gamm suas
suas carg
cargas
as,,
oriunda de muitas planta6Fes dos arredores:.
Aqui
Aqui ele
ele regi
regist
stra
ra v4ri
v4rios
os arma
armaz(z(ns
ns serv
servin
indo
do de
dep9sito para produtos a serem embarcados, em torno de
arruamentos salpicados de habita6Fes pobres. A viagem
prosseguiu atravessando um grande p)ntano em dire6*o
a Oila de Macacu 5erguida sobre pequena eleva6*o, no
cent
centro
ro de bela
bela plan
planíc
ície
ie:.
:. Ali
Ali, um taltal coro
corone
nell os(
os(,,
5comandante: local, recebeuPos com aten6*o, 5o mesmo
fazendo os irm*os do convento que visitei:.
>str
>stran
anha
hamomoss a mane
maneir iraa r4pi
r4pidada com
com que
que Ma#e
Ma#e se
refe
refere
re ao conconun
unto
to arqu
arquit
itet
et2n
2nicicoo do mostmostei
eiro
ro,, pois
pois a
grandiosidade deveria surpreendPlo, e lev4Plo a tecer algum
coment4
coment4riorio sobre
sobre sua constru
constru6*o 6*o no fundo
fundo daquel
daquelee vale
vale
distante. prov4vel que sua cren6a religiosa contr4ria a
religi*o cat9lica a tenha discriminado, ignorando o registro
da presen6a de uma rdem 3ranciscana.
=ign
=ignoo de comen
coment4t4ri
rioo s*o
s*o suas
suas anot
anota6
a6Fe
Fess sobr
sobree o
caminho aberto por 3(li7 Madeira no início do s(culo YO///
descrito no capítulo anterior, e que seria usada para alcan6ar
5os sertFes de Cantagalo: pelos tropeiros no transporte do
caf(. Apesar da falncia das minas de ouro, essas veredas
continu
continuava
avamm a ter seus
seus viaan
viaantestes e tropei
tropeiros
ros fiscal
fiscalizad
izados
os
pela
pelass diver
diversa
sass patr
patrul
ulha
hass que
que se esta estabe
bele
lecia
ciam
m em suas suas
margens, conforme comenta Ma#e+ 5=epois de atravessar o
rio
rio pela
pela segu
segund
ndaa vez,
vez, chega
chegamo moss ao que que denomi
denomina namm o
primeiro registro ou casa de investiga6*o, a duas milhas da
fazenda. >ste posto ( guardado por um cabo e um pra6a,
encarregado de cobrar as ta7as e com poderes para revistar
os viaantes, visando impedir o contrabando do ouro.:
Ao entardecer, chegaram num segundo registro onde
resolveram passar a noite. 5<m lugar miser4vel, habitado
por cinco ou seis soldados, sob o comando de um sargento.
>ste bom homem acolheuPnos afetuosamente e, com au7ílio
7(
de seus camaradas preparouPnos galinhas, regalandoPnos
com tudo que a sua escassa dispensa podia proporcionar:.
IMI/RA1T*S
Em fins de NRB, 'anto Ant2nio de '4 assistiu a uma
das Vltimas cenas dram4ticas da viagem dos primeiros
imigrantes destinados J coloniza6*o na &rovíncia do !io de
aneiro. rigin4rios da 'uí6a, do cant*o de 3ribourg,
viaaram para este país centenas de famílias dispostas a
5fazer a Am(rica:, em dire6*o aos assentamentos de Morro
Queimado, mais tarde "ova 3riburgo. =urante oitenta dias
atravessando o oceano, sofreram na companhia 5do en2o,
da diarr(ia e da morte "os sete veleiros que partiram da
0olanda, conduzindo de início um total de RBN@ passageiros,
sucumbiram e tiveram o oceano por tVmulo @NN deles:, diz
!afael Luiz de 'iqueira accoud em seu livro 5s Colonos:.
Ao desembarcarem no !io de aneiro, foram
transportados em pequenos barcos at( /tamb$, 5pequeno
porto fluvial, pr97imo J foz do !io Macacu, onde havia
sido improvisado um hospital para receber os colonos
doentes:. >m seguida foram transferidos para o convento
de '*o %oaventura na Oila de 'anto Ant2nio de '4, 4
sendo desativado quer pela decadncia da constru6*o que
amea6ava desabar, quer pelas febres palustres que
come6avam a fazer suas primeiras vítimas.
Ali o ano da morte continuou estendendo suas asas
5sobre aquela pobre gente durante seis meses. As doen6as
contraídas na 0olanda, a bordo dos navios e na bai7ada
paludosa do Macacu, ainda fizeram v4rias vítimas.
"aquele interregno morreram mais N@N colonos, fora os @I
que foram sepultados na Oila de Macacu, inclusive o
padre oseph Aeb$ que se afogou no rio quando nele se
banhava:, registra !afael acoud.
7/
POR*O !AS CAIAS
70
a falta de polícia tem atrasado o adorno pVblico,
satisfazendoPse a C)mara com o cuidado de conservar
desimpedidas e sempre limpas as estradas, a benefício de
quem as cultiva at( as Minas "ovas de Cantagalo:, diz
&izarro, beneficiando tamb(m os lavradores e tropeiros
que desciam a produ6*o pela estrada do 5Quebra
3rascos: na 'erra dos Krg*os passando por Teres9polis.
a6Vcar era embalado em cai7as destinados ao
embarque 5onde embarca6Fes de at( quarenta toneladas
i6avam velas, proporcionando significativo elemento de
composi6*o da paisagem:. !uas cal6adas facilitavam o
tr)nsito das mulas em volta dos armaz(ns que surgiam,
para se destacarem na província do !io de aneiro como
significativo entreposto comercial, durante a e7pans*o da
cafeicultura fluminense.
/taboraí, distrito sede ao qual pertencia &orto das
Cai7as, orgulhaPse de ali ter nascido o escritor oaquim
Manoel de Macedo. 'egundo sua descri6*o, a 5Oila se
assentava sobre graciosa colina pouco elevada mas em
situa6*o t*o feliz que do alto dela se domina e aprecia o
mais belo quadro de natureza campestre:.
Al(m da igrea Matriz, completava o seu conunto
arquitet2nico a C)mara Municipal, o mercado pVblico e
um teatro, al(m de um pr(dio 5que havia hospedado =.
o*o O/ e =. &edro //, quando em visita ao município:.
5*CA5:1CIA
Depois de um longo ciclo de esplendor, essa regi*o voltou
ao estado de insalubridade e abandono. Com a fVria que se atacou
as florestas, transformadas em lenha para alimentar os fornos
dom(sticos e os engenhos, a natureza cobrou seu pre6o. As
precipita6Fes intensas na 'erras do Mar determinando grandes
chuvas, concorreram para a inunda6*o da v4rzea onde len69is de
vegeta6*o aqu4tica impediam as correntes retardando o
escoamento. Com o leito do rio assoreado e a conseqZente
72
vento, que da %aia sopra para o interior diariamente a
partir das NN horas, fazendo com que esses barcos
chegassem rapidamente ao seu destino.
"aquele período, a sinuosidade e o grande
tr4fico de embarca6Fes pelo crescente transporte do caf(,
o /nhomirim recebeu cuidados especiais para facilitar a
sua navegabilidade desde a sua embocadura at( o porto.
>m N@G por determina6*o do presidente da &rovíncia,
5em aten6*o ao com(rcio e a freqZncia do &orto da
>strela: determinava em seu relat9rio de de novembro
daquele ano, a coloca6*o de lampiFes que sinalizassem J
noite 5os lugares onde demoram as pedras, que lhe s*o
perigosas e, as vezes fatais:.
!espons4vel pela segunda se6*o das obras de
recupera6*o da >strada da >strela iniciadas no mesmo ano, o
ent*o primeiro tenente Vlio 3rederico ]oeler recebeu a
tarefa de providenciar os lampiFes que atendessem J
necessidade da navega6*o. &or recomenda6*o, comprou de
um francs chamado =uprat, um lampi*o por quarenta mil
r(is, cua bonita aparncia era enganadora 5e n*o prestava
sen*o nas primeiras noites, em que depois de consertado e
arranado pelo vendedor, se acendia:, convencido da
deficincia do sinalizador, ficou o tenentePcoronel %ento os(
Oeloso de arranar outro lampi*o 5a fim de indicar a pedra
sobre a qual estava posto e n*o de servir de farol:.
>ra necess4rio por(m mantPlo suspenso e iluminar
o obst4culo, por isso foi recomendado ao mesmo %ento
Oeloso 5construir uma barra de ferro de RI palmos de altura
com trs roldanas: e colocar b9ias de cobre 5no lugar
verdadeiro:, ficando a sinaliza6*o desse rio a cargo do citado
tenentePcoronel que era tamb(m vereador em Mag(.
>m um relat9rio assinado por 3rederico ]oeler em
aneiro de N?B sobre o farol e as b9ias do !io /nhomirim,
relata+ 5Continuou a ser aceso com regularidade todo o ano
o lampi*o que serve de farol aos navegantes do &orto
&0
da >strela, em substitui6*o das b9ias de cobre que marcavam o
canal da %arra do /nhomirim ou da >strela, colocaramPse b9ias
de madeira, fabricadas e fornecidas pelo arsenal de Marinha J
requisi6*o de O. >7. So presidente da &rovínciaU. >ssas b9ias
s*o bem feitas e preenchem atualmente o seu fim:.
=urante muitos anos, da entrada da %arra at( o
&orto, os obst4culos que ofereciam perigo para a
navega6*o noturna estiveram iluminados, guiando os
navegantes na faina incans4vel dos transportes de
mercadorias e passageiros.
RE"ORMA !A ES*RA!A
IMIGRAN*ES A#EM8ES
>m N@G, era criada na Corte a 'ociedade &romotora
de Coloniza6*o do !io de aneiro com a participa6*o de
diversos acionistas, tornandoPse id2nea gra6as a sua boa
situa6*o financeira e e7emplo de organiza6*o, com o obetivo
de promover a 5vinda de colonos brancos Vteis:. >ntretanto
essa promo6*o nunca foi efetuada pois era grande a chegada
de imigrantes na sede do /mp(rio, bastando apenas pagarP
lhes a passagem e alberg4Plos com alimenta6*o, depois
naturalmente da assinatura de um contrato, cua
rganiza6*o se comprometia a arranarPlhes emprego.
5/nstalaraPse a 'ociedade na rua do &asseio @?, onde
funcionava a sua secretaria:, &ossuindo, 5no Largo da
Lapa, um dep9sito para aloar os colonos:. 'egundo uma
estatística de N@G, entraram cerca de .BBB imigrantes no
!io de aneiro.
>ntretanto, o transporte de escravos continuava
abarrotando o mercado dessa &rovíncia. 'egundo a
mesma estatística, cerca de NIB navios aportaram na
cidade trazendo ?B.BBB negros vindos da 1frica, a maior
parte destinados Js fazendas de caf(.
Quanto aos imigrantes, o 5ornal do Comm(rcio:, de
NI de novembro de N@, trazia um anuncio que ( e7emplo
dos muitos que essa 'ociedade publicava durante todo o ano
nessa cidade+ 5&ela 'ociedade &romotora de Coloniza6*o se
h*o de contratar os servi6os de alguns colonos, vindos
diretamente das /lhas dos A6ores, dos ofícios de carpinteiros,
pedreiros, sapateiros, calceteiros, serrador e tanoeiro, assim
como mulheres de todas as idades, pr9prias para o servi6o
dom(stico as pessoas que os
&7
quiserem tomar a contrato ou a ornal, podem dirigirPse
ao dep9sito no Largo da Lapa:.
&assagem obrigat9ria dos navios que se dirigiam Js
possessFes europ(ias na 1frica ou Austr4lia, o porto do !io
de aneiro recebia anualmente centenas de embarca6Fes
conduzindo imigrantes ou condenados destinados a essas
col2nias. <m desses navios, o 5ustine:, entrou na %arra no
dia N@ de novembro de N@, comandado pelo mestre .
%ernard Lucas, origin4rio do porto francs de 0avre,
trazendo a bordo R@ passageiros de nacionalidade alem*
que seguiam para 'idne$, na Austr4lia.
>sses imigrantes n*o eram simples passageiros
indigentes, mas famílias que haviam fretado o 5ustine:
para ir ao encontro dessas novas terras. =epois de v4rias
divergncias com o Comandante, 5pelo mau tratamento
que este lhes dispensara:, resolveram desembarcar e
permanecer no !io de aneiro, aceitando a oferta da
'ociedade em alo4Plos e arranarPlhes emprego.
'abedor da chegada J Corte desses patrícios, ]oeler
desceu a serra buscando conhecPlos, e oferecerPlhes
trabalho na estrada da futura Col2nia de &etr9polis.
Comunicando ao presidente da &rovíncia, &aulino de
'ouza e, segundo o relat9rio de de fevereiro de N@, foi
autorizado a contratar 5R famílias dos alem*es e7istentes
no dep9sito da Lapa:.
>m relat9rio redigido pelo pr9prio ]oeler endere6ado
ao &residente, relatava+ 5recebi e coloquei na estrada da
>strela R famílias alem*es, e entre elas @R trabalhadores. ;
dist)ncia de uma l(gua do porto da >strela ficaram seis que
se empregaram em consertar e aperfei6oar os importantes
aterros na vizinhan6a:. ]oeler segue descrevendo a
distribui6*o dos obreiros ao longo da estrada, finalizando
com a coloca6*o de 5cinco trabalhadores e trs carpinteiros:
pr97imos J f4brica de p9lvora, aqueles empregados no
aterro do 3ragoso, e estes em fazer 5portas e anelas para os
&&
"o final do relat9rio Caldas Oiana prev a breve
transforma6*o do arraial em vila, recomendando que seu novo
proeto de remodela6*o sea abrangente 5dada ao plano da
futura vila, que nesse lugar, tem necessariamente de fundarPse:.
Antevis*o confirmada, pois trs anos depois, mesmo
sem estar pronto o pr(dio para abrigar a c)mara e a cadeia, a
Lei &rovincial de RB de maio de N?G elevou J Oila, o arraial
da >strela, abrangendo em seu termo as freguesias de -uia
de &acopaiba, &ilar, /nhomirim e o curato de &etr9polis.
CO#ONOS A#EM8ES
> m N@ de unho de N?I, atracava no porto do !io de
aneiro, o primeiro dos N@ barcos que se ocuparam do
transporte dos colonos alem*es, o brigue francs 5Oirginie:,
trazendo a bordo NGN colonos contratados pelo -overno da
&rovíncia para serem assentados e trabalharem nas obras de
&etr9polis, dando início J sua coloniza6*o. 5=i4rio do !io
de aneiro:, citado por 'oares de 'ouza, relata+ 5 nVmero
destes colonos, transportados numa s9 embarca6*o ( de NGN
homens, mulheres e crian6as todos s*o robustos e de bela
aparncia, n*o havendo nem um s9 falecido durante a
viagem, por terem vindos suficientemente acomodados e
bem tratados:.
Aloados em "iter9i, onde aguardaram alguns dias
para embarcarem em dire6*o J serra, tiveram a visita de =.
&edro //. 5'ua Maestade o /mperador, sempre solícito pela
prosperidade e engrandecimento do seu /mp(rio, logo que
chegou de =unquerque o primeiro navio 5Oirginie:,
trazendo a seu bordo NGB colonos, n*o s9 autorizou o seu
mordomo a oferecer ao -overno da &rovíncia as suas terras
de &etr9polis para logo se estabelecerem os novos colonos
visto que eram destinados aos trabalhos de 'erra da >strela
como mesmo se dignou vPlos no Arsenal de Marinha,
quando, vindo de "iter9i, partiram para &etr9polis, e lhe
assegurou a sua prote6*o por meio de alocu6Fes, que lhes
'5
mandou fazer, e de donativos pecuni4rios:.
s transportes at( &orto da >strela foram feitos em
faluas, onde descansaram. &rosseguindo o caminho em
cima de carro6as e lombo de mulas, fizeram uma segunda
parada na 34brica de &9lvora+ 5 tempo que aí
permaneceram devera ser maior+ um ou dois dias. =a
34brica subiram a serra pela estrada velha at( &etr9polis,
onde chegaram a R de unho de N?I:.
Antecipando a chegada desses colonos, em um ofício
dirigido ao diretor da 34brica de &9lvora, o maor ]oeler
solicitava+ 5...rogo a O. >7a. se digne mandar os carros,
carretas e a tropa da 34brica para o &orto, coaduvar n*o s9 o
transporte de crian6as, velhos e doentes que haam, como
das roupas e obetos mais precisos desta pobre gente:.
> em outro ofício+ 5Oenho pedir a O. >7a. se digne
coaduvar por todos os meios ao alcance de O. >7a. e
nominalmente com o carro6*o da 34brica a condu6*o dos
colonos alem*es do &orto da >strela J 34brica e de novo
pe6o a O. >7a. n*o s9 mandar dar quart(is mais
suficientes aos ditos colonos, como com especialidade um
c2modo para neles se recolherem os doentes:.
=e acordo com o contrato celebrado entre a
presidncia da &rovíncia e a Casa =elrue, chegaram ao
!io de aneiro nos meses seguintes em cinco navios, mais
de mil colonos. primeiro dessa s(rie foi o navio francs
5Marie:, que o 5ornal do Com(rcio: registrou+
5Chegaram ontem a bordo do Marie, NGB colonos alem*es.
8 a 'egunda e7pedi6*o feita pela Casa =elrue, em
conformidade com o contrato celebrado entre ela e a
presidncia do !io de aneiro. >sses colonos s*o na maior
parte lavradores, carpinteiros, ferreiros, ferradores,
pedreiros, cavouqueiros e oleiros:.
segundo a atracar foi o 5Marie Louise:, trazendo RBB
colonos. 'eguiuPse a barca prussiana 5Leopold: com R?I. brigue
francs 5Curieu7: com NB e a barca inglesa 5Agrepinne: com RNB.
s passageiros desembarcados dos navios 5Curieu7: e 5Marie
Louise:, foram transportados diretamente para o &orto
'7
da >strela, os demais 5aloaramPse nos dep9sitos da !ua
da -l9ria e no Quartel do Corpo &olicial em "iter9i:.
Algumas dessas famílias que n*o seguiram para a
serra, fizeram uma peti6*o ao /mperador 5pedindoPlhe a
gra6a de serem enviados para '*o Leopoldo: pois eram
lavradores acostumados com a cultura do arroz e 5onde
eles 4 tm seus ?arentes e @onhe@idos4+
>m fins de N?I era tal o nVmero de colonos chegados no
porto do !io de aneiro e transferido para a serra, que achandoP
se esgotada a capacidade de 5hospedagem: na regi*o,
amontoavamPse nos v4rios pousos da estrada, conforme
assinalado no relat9rio de ]oeler, que s9 no porto da >strela
achavamPse arranchados esperando acomoda6Fes cerca de ?BB
alem*es, acrescentando mais @BB na 34brica de &9lvora IIB no
Meio da 'erra, N?B na Oolta do Conselheiro, IIB em
Munginagens, perto da Oila !eal, NBB em 'cincia, RNI.
P*TR7PO2IS
"o 5!elat9rio da &rovíncia: que temos em m*os,
datado de NI@, referindoPse J col2nia de &etr9polis,
afirma que esta 5n*o apresenta uma perspectiva de uma
grande riqueza, nem possa ser considerada agrícola:,
entretanto 5os colonos em geral continuam mostrarPse
satisfeitos, e a respeitar as leis do país, sendo quase todos
dotados de boa índole e )nimo pacífico:.
!eferindoPse J falta de mercado de trabalho, relata que
5v*oPse empregando utilmente nas obras da casa imperial,
nas da &rovíncia e nas particulares, 4 como oficiais de
diversas artes mec)nicas, 4 como ornaleiros, e empreiteiros
de servi6os de aterro e escava6*o aplicamPse tamb(m ao
corte de madeiras, de que fazem n*o pequena e7porta6*o, ao
transporte de cargas e de passageiros por meio de carros e
de seges, de que muitos s*o propriet4rios:.
Lamenta que apesar da auda do governo, poucas
'&
socorro o 5surto endmico: devastava o município, e que
a pr9p
pr9pri
riaa C)ma
C)marara 5dei
5dei7a
7a de se reun
reunir
ir por
por que
que os
vereadores haviam sido cometidos de febres, e o pr9prio
m(dico tamb(m estava grandemente enfermo:.
%)&
C72*RA<MOR=O
-AR.O#A
No dia R de novembro de NR, o subdelegado de
polícia de acutinga notificava a C)mara que haviam surgido
os primeiros casos de varíola em seu distrito, solicitando na
mesma nota que 5os variolosos seam tratados em uma casa
longe da povoa6*o, com os recursos necess4rios. livro da
C)mara Municipal de /guassV do dia R? de setembro de
N@, segundo aldicD &ereira, assinala que as verbas
votadas no ano N foram 5insuficientes para o socorro
%%%
aos indigentes atacados de varíola:, e o mal voltava
novamente a se alastrar.
A carncia de socorro fez com que o Minist(rio do
/mp(rio autorizasse a despesa 5com os variolosos at( a
quantia de N.BBB,BBB: recomendando 5a mais severa
economia nessas despesas: no ano de N? com o fantasma
da varíola presente em toda a e7tens*o do município,
ocasionando um apelo da unta do N_. =istrito 5"o intuito de
impedir que a invas*o da terrível enfermidade que est4
assolando em ponto n*o muito distante providenciasse a
imediata remo6*o dos presos que se encontravam na cadeia
e a continua6*o assídua de desinfetantes:.
mesmo pedido assinalava ainda uma 5ordem
terminante ao m(dico da C)mara para comparecer
diariamente nesta cidade onde aconselhar4 o que for
conveniente:, autorizando a 5obten6*o de uma casa que
sirva para isolarPse pessoas atacadas do mal, se
porventura tivesse a desgra6a de vir aqui a terrível peste:.
Atendendo Js e7igncias da C)mara, os fiscais
tomaram as providncias necess4rias ordenando a todos
os moradores que 5caiassem suas casas interna e
e7ternamente removendo o li7o dos quintais, e por conta
da C)mara, o das ruas e pra6as para pontos distantes e em
seguida incinerados:. rdenava tamb(m que 5comprasse
barricas de alcatr*o para serem queimados na rua:.
&ara atender as pessoas pobres que eram maioria, a
C)mara fez contratar os servi6os do =r. %ernardo Yavier
!abelo mediante gratifica6*o como forma de pagamento
5at( que se vote o or6amento:.
As medidas profil4ticas se arrastaram durante os anos
seguintes, at( que em dezembro de NI uma providncia
mais eficaz de combate J varíola se efetuasse em Meriti
5quando os( Manoel de 'anta !ita, farmacutico e uiz de
paz naquele distrito comunicava haver aplicado em NN@
pessoas os seis tubos de 5l$mpha: enviados pela C)mara, e
%%(
Al(m dos cativos citados no relat9rio, o visconde
relaciona um grande nVmero de bois de carro, gado,
carneiros, animais de montaria e carga, formas de barro e
de madeira para a6Vcar, pipas para transporte de
aguardente, balsas, en7adas, machados pe6as de
carpinteiro, mesas de ogo, quadro de santos, rel9gio,
lou6as etc. =ei7a tamb(m para cobran6a, sob a
responsabilidade do administrador, o aluguel 5dos pretos
que andam trabalhando na estrada de /guassV: a soldo do
-overno da &rovíncia+ 5sendo os cabouqueiros a R?[BBB e
os outros a NI[BBB por ms, cua cobran6a devePse realizar
logo que o -overno &rovincial, efetive o pagamento:.
'egundo "oronha 'antos, parte do local em que
e7istiu a fazenda de -ericin9 ( hoe propriedade do
>7(rcito, que o adquiriu em NB a Ale7andrino &ires
Coelho por GBB contos de r(is, destinandoPa untamente
com a de 'apopemba S=eodoroU, incluída na compra,
5para a constru6*o de uma Oila Militar e um campo de
treinamento:.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
%(7
%(&