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Bosque Astronômico:

um equipamento de ensino-aprendizagem
(Astronomical Grove: a teaching learning device)

Gentil César Bruscato1 , Luiz Carlos Gomes2

Colégio Militar de Porto Alegre, Porto Alegre, RS, Brasil


1,2

Este trabalho relata a construção de um equipamento de ensino-aprendizagem não


usual, onde se buscou incluir a preocupação com a interdisciplinaridade, a contextualização e
a significação, condições que ajudam a estimular a aprendizagem significativa, para
atividades educacionais do ensino fundamental e do ensino médio.
O Bosque Astronômico1, termo criado para definir esta intervenção educativa, à
princípio, causa estranheza pois o que tem a ver um bosque com Astronomia?
Quando adequadamente contextualizado um bosque pode ser encarado sob vários
aspectos, inclusive ter a intenção explícita de ser um ambiente de ensino-aprendizagem e não
somente um conjunto de espécies de árvores plantadas com próximidade.
O impulso inicial para pensar esta ideia foi o evento “100 Anos, 100 Árvores”,
incluído na comemoração do centenário do CMPA [4]. Buscando integrar as disciplinas
trabalhadas em sala de aula e contextualizar o evento no ambiente escolar, os autores,
pensaram em criar um bosque com cem árvores onde se contemplou de maneira direta
Astronomia, Matemática, Geografia e Biologia e de maneira indireta recuperação de área
vegetal degradada e disseminação de espécies arbóreas nativas do Rio Grande do Sul.
Na proposta de criação deste ambiente escolar tivemos em mente a condução das
tarefas com foco nas teorias de aprendizagem de Ausubel, principalmente com a
aprendizagem significativa e organizadores prévios, e Vygotsky, com a zona de
desenvolvimento proximal e interação social.
Pensamos ser o Bosque Astronômico um equipamento didático com alto potencial de
realização de trabalhos de campo com abordagem de conteúdos de diversas disciplinas, e
desenvolvimento de habilidades........ e competências........podendo ser replicado em outros
ambientes educacionais com a devida adaptação e regionalização

Palavras-chave: Bosque astronômico, Astronomia, Geografia, Matemática ensino-


aprendizagem, Ausubel, Vygotsky, ensino fundamental, ensino médio.
ABSTRACT

Para fazer o abstract pedimos para a Ana Rita, ela já se ofereceu. Fechamos o resumo
e enviamos a ela.
1. Introdução
Este projeto visa efetivar a implantação do plantio de cem espécies de árvores de
pequeno e médio porte em área do Parque Histórico Marechal Osório, com a dimensão
aproximada de 50 m x 50 m, e também a criação de um espaço onde o plantio das árvores
obedeça a quesitos matemáticos e astronômicos.
Na abordagem do ensino através das habilidades e competências, sobresai a ideia do
tratamento interdisciplinar, onde a abordagem da apropriação do conhecimento se mostra
múltipla e mais consistente com a realidade das pessoas.

2. Objetivos e metas
Efetivação do evento “Cem Anos, Cem Árvores”, com a realização do plantio de cem
espécies de árvores formando um Bosque Astronômico, com orientação astronômica e
distribuição em acordo com plano cartesiano.
O projeto ora apresentado constituirá local para futuros trabalhos de campo dos alunos
e profissionais do CMPA, prestando-se também como vetor de divulgação do Parque
Histórico Marechal Osório. Na definição das espécies está planejado plantio de árvores com
floração de diferentes cores, de maneira a desenhar no solo, em certa época do ano, a
constelação do Cruzeiro do Sul com seu eixo maior apontando para o pólo geográfico Sul.

3. Referencial teórico
Toda atividade que queira chegar a resultados satisfatórios, procurando deixar ao
máximo a questão sorte de lado, e minimizar as consequências da inexperiência, precisa de
preparação e cuidados redobrados.

A preparação começa por saber quais caminhos trilhar, e onde se quer chegar. Temos
em mente a condução das tarefas realizadas no ambiente de ensino do Bosque Astronômico
com foco nas teorias da aprendizagem significativa e motivação dos alunos de Ausubel e da
interação social e zona de desenvolvimento proximal de Vygotsky por serem as referências
que mais se aproximam do que pensamos ser importante na condução das atividades
pedagógicas.
4. Procedimentos metodológicos e didáticos
Determinação dos locais de plantio. Após a autorização da Fundação Parque Histórico
Marechal, [5] Osório, foi escolhido local próximo a área de hospedagem, Pousada Ana
Joaquina, e de acesso dos visitantes com a intenção de facilitar a divulgação e acesso do
equipamento.
As espécies a serem plantadas foram de árvores nativas para colaborar com a
recuperação vegetal da área uma vez que anteriormente haviam espécies exóticas de Pinus
que pouco contribuem para a evolução da flora e da fauna.
Demarcação da linha meridiana e dos pontos cardeais pelos alunos e coordenadores do
Clube de Astronomia do CMPA no mês de agosto de. O plantio das árvores em número de
uma centena, em área de, aproximadamente, 2500 m², está espaçado de quatro metros e
orientado segundo um plano cartesiano onde o eixo Y aponta para o ponto cardeal norte, o
eixo X aponta para o ponto cardel Este. O plantio, no seu conjunto, observará a formação de
figura de estrela estilizada com oito pontas representando uma “rosa-dos-ventos” indicando as
direções Norte (N), Nordeste (NE), Este (E), Sudeste (SE), Sul (S), Sudoeste (SO), Oeste (O)
e Noroeste (NO). A figura do conjunto deste plantio está esquematizado no anexo A.
Foi confeccionada e instalada próximo ao ponto cardeal Norte do bosque uma placa de
granito preto com tamanho de 40 cm x 60 cm, identificando o local como Bosque
Astronômico e com breve explicação sobre as espécies plantadas. As plantas serão localizadas
pelo par ordenado (X,Y), sendo a planta existente no ponto (0,0) árvore da espécie Pau-Brasil.
As posições referentes aos pares ordenados (0,5), (0,-5), (-4,2), (4,2), (2,0) serão
preenchidas com árvores da espécie ipê-branco e quando de sua floração formam o desenho
da constelação do Cruzeiro do Sul, com seu eixo maior apontando para o pólo geográfico Sul.
As posições referentes aos pares ordenados (1,-1), (3,-3) e (5,-5) serão preenchidas com
árvores da espécie ipê-amarelo e quando de sua floração formam o desenho do asterismo das
Três Marias. As posições referentes aos pares ordenados (-4,0), (-1,-1), (-3,-3), serão
preenchidas com árvores da espécie ipê-roxo e quando de sua floração formam o desenho da
constelação do Triângulo Austral. As posições referentes aos pares ordenados (0,6), (0,-6), (-
6,0) e (6,0), serão preenchidas com árvores da espécie erva-mate.
Sinalização com estacas dos locais do plantio das espécies. A distância de separação
entre as árvores obedecerá o intervalo padrão de quatro metros.
Abertura de covas .Preparação das covas com material orgânico.
Colocação de terra preta na véspera do plantio.
Plantio das mudas pelos alunos, professores e convidados.
Cuidados pós plantio, poda de condução, irrigação, adição de adubo, já será sugerido
trabalho de campo com turmas de alunos.
Realização de trabalho de campo interdisciplinar das disciplinas curriculares e
extracurriculares.

5. Cronograma
Mar 12 Abr 12 Jul 12 Ago 12 Set 12 Out 12
Apresentação X X
do projeto
Aprovação do X X
projeto
Produção das
covas
Preparação das X
covas
Solicitação dos X X
exemplares
Plantio X
Cuidados X
iniciais pós
plantio
Início das X
atividades de
campo

6. Avaliação
As avaliações dos trabalhos dos alunos serão conduzidas pelos professores das
disciplinas.

7. Referências

4. LORENZI. Harri. Arvores Brasileiras: Manual de Identificação e Cultivo de


Plantas Arbóreas Nativas do Brasil. Nova Odessa, Ed. Plantarum, 1992

2. MOREIRA, M. A.; MASINI, E. F. S. Aprendizagem significativa: a teoria de


David Ausubel. São Paulo: Moraes, 1982.

3. VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.


4. http://100anos.cmpa.tche.br/ . Acesso em: 15 Out 2012.
5. http://www.osorio.org.br/site/index.php?
option=com_content&task=view&id=12&Itemid=26. Acesso em 15 Out 2012

Anexo A
BOSQUE ASTRONÔMICO

NW NE

W
E

SW SE

Legenda: Árvore O intervalo entre as árvores é de quatro metros.


Plano cartesiano orientador da localização das árvores
Y

X
Localização das espécies na disposição do plano cartesiano, nome popular e nome científico.

Par Nome popular Nome científico


ordenado
(0,0) Pau-Brasil Caesalpinia echinata
(0,5) Ipê-branco Tabebuia roseoalba
( 0 , -5 ) Ipê-branco Tabebuia roseoalba
( -4 , 2 ) Ipê-branco Tabebuia roseoalba
(4,2) Ipê-branco Tabebuia roseoalba
(2,0) Ipê-branco Tabebuia roseoalba
( 1 , -1 ) Ipê-amarelo Tabebuia chrysotricha .
( 3 , -3 ) Ipê-amarelo Tabebuia chrysotricha
( 5 , -5 ) Ipê-amarelo Tabebuia chrysotricha
( -4 , 0 ) Ipê-roxo Tabebuia avellanedae
( -1 , -1 ) Ipê-roxo Tabebuia avellanedae
( -3 , -3 ) Ipê-roxo Tabebuia avellanedae
(0,6) Erva-mate Ilex paraguaiensis
( 0 , -6 ) Erva-mate Ilex paraguaiensis
( -6 , 0 ) Erva-mate Ilex paraguaiensis
(6,0) Erva-mate Ilex paraguaiensis

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