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~DESENHOSELEGENOASDE
NBELMONTE
INSPIWlDOS EM GRAVURAS DE
ROOE~A~
Quando D. João VI veio para o Brasil, em 1808, muitos
artistas e homens de ciência da Europa vieram conhecer e estudar
nossa terra. Esses viajantes não se limitavam a ficar nas cidades,
cômodamente, mas percorriam todo o sertão, estudando a nossa
flora e a nossa fauna, entrando em contato com o nosso homem
do campo e com os nossos indígenas e colhendo dados para as
grandes obras que, depois, na Europa, fizeram publicar. Spix
e Martius, Augusto de Saint-Hilaire, Daniel P. Kidder, John Luc-
cock, Carlos Seidl, R. Walsh, Príncipe Alberto da Prússia, Barão
de Eschwege, Carlos Ribeyrolles e outros, além dos grandes de-
senhistas João Maurício Rugendas, alemão, e João Batista Debret,
francês, integrantes de uma grande missão artística, publicaram
notáveis trabalhos sôbre o Brasil, nos tempos coloniais e no pri-
meiro reinado. Na gravura ao lado, inspirada num dos desenhos
de Rugendas, vemos dois viajantes, em pleno sertão, confabulando
com os índios .

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Minas Gerais era, no século XIX, uma das províncias
mais visitadas pelos estrangeiros. Afamada por suas minas, desde
que os bandeirantes paulistas as descobriram no século XVII,
minas que, durante largo tempo, canalizaram toneladas de ouro
para o Reino, poucos foram os estrangeiros que não visitaram as
regwes montanhesas. Mas não era apenas a curiosidade ou in-
terêsse das minas que os levavam às Minas Gerais. Era, para
muitos, o desejo de conhecer e estudar a fauna e a flora pe-
culiares daquelas regiões. Viam-se, então, pelos campos e pelos
Yales, tropas que desfila,~ am e que, à noite, paravam nos «pousos »
erguidos à beira das estradas para seguirem viagem no dia se-
guinte. Durante meses, muitas vêzes durante anos, êsses viajantes
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percorriam o i:qterior do Brasil, a cavalo, seguidos de um ou mais
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«camaradas » conhecedores das regiões que iam percorrer.

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Como se viaJava no Brasil antigamente?
A maneira mais generalizada era, como vimos atrás, a
viagem a cavalo, principalmente as viagens longas, através dos
sertões. Mas, desde os primeiros anos da vida brasileira, um cos-
tume que se conservou imutável foi o das viagens em rêde. Êsse
modo de se ir, mais ou menos cômodamente, de um lado para
outro, foi antecessor de outros meios de transporte mais eficientes·
mas, durante quase dois séculos, foi usado largamente no Brasil
pelas pessoas que precisavam viajar e não gostavam de andar
a cavalo. Embora muitos viajantes usassem uma espécie de dos-
sei sôbre a rêde, para resguardá-los dos rigores do tempo, não
se pode afirmar que a viagem s·e tornasse muito confortável. Em
todo o caso, dentro das possibilidades da época, a rêde prestava
serviços consideráveis, tanto dentro de casa, servindo de cadeira
e de cama, como ao ar livre, servindo de meio de transporte.

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O «carro de bois » é um meio de transporte que vem
de tempos imemoriais e tem sido usado por todos os povos. Nos
baixo-relevos da Assíria, da Grécia e do Egito, ainda hoje exis-
tentes, lá está o «carro de bois » sendo utilizado pelo homem. No
Brasil, êsse veículo ronceiro foi muito usado nos séculos XVIII
e XIX e, ainda hoj·e, é êle utilizado pelas nossas populações ru-
rais. De sorte que a gravura ao lado, representando uma cena
campestre do princípio do século XIX, é uma cena que, com li-
geiras variantes, pode ser vista hoje em muitos lugares do nosso
sertão. Luccock, que estêve no Rio de 1808, escreveu: «O ve-
lho carro de Portugal, puxado por bois e rolando sôbre rodas de-
sajeitadas e ronoeiras, fixadas nas pontas do eixo e fazendo com
que êste também girasse a despeito do enorme atrito produzido
pelas pesadas cargas, em geral penetrava na cidade na fresca da
noite, produzindo um ruído terrível. Quem fôr capaz de continuar
dormindo junto a uma rua por onde passem êsses instrumentos
de barulho, é porque recebeu graças especiais de Morfeu ».
Todavia, apesar da sua lentidão enervante e do seu feitio
rotineiro, o «carro de bois » tem sido, não um símbolo de atraso,
mas um notável elemento de progresso.

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Enquanto uns andavam a cavalo, de rêde ou em carro
de bois, outros preferiam condução mais rápida e confortável: a
sege. Havia, ainda, quem usava liteiras, bangüês e palanquins.
Mas, com o aparecimento das seges, aquêles meios de transporte
foram caindo no esquecimento, pois o novo veículo, mesmo quando
rodando por estradas péssimas, era muito melhor que as condu-
ções vindas do século anterior. Trata-se, contudo, de um veículo
que somente as pessoas abastadas podiam usar, dado o seu alto
preço. A sege sucedeu à berlinda, à cadeirinha, ao palanquim e
ao bangüê, e foi a precursora de outros veículos melhores, tais
como o côche, a caleça, o «landeau », o « phanteon », o «tilbury »,
o «coupé », a «vitória », carros de tração animal em que viajavam
e passeavam os nossos avós pelas estradas difíceis ou pelas ruas
mal calçadas de outros tempos ...

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Cena característica da cidade do Rio de Janeiro é a qoo
se Yê na graYura. Com a chegada de D. João VI, o Rio passou,
pouco depois, a ser a capital do Brasil, a qual, até então, era
situada em Salvador, na Bahia. Começou, logo, com a abertu-
ra dos portos brasileiros, o afluxo de estrangeiros ao Brasil e a
cidade de São Sebastião adquiriu um aspecto diferente, entrando
num período de extraordinário progresso. A gravura mostra-nos
uma cena de rua, no outeiro da Glória. Vêem-se alguns popula-
res, entre os quais um franciscano e um escravo sentado junto
à parede. Ao fundo um panorama da cidade, com os arcos do cé-
lebre aqueduto.

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Os jesuítas, lançando-se à catequese dos índios no Bra-
sil, contribuíram muito para a nossa Civilização. Lutando con-
tra tôdas as dificuldades, removendo os maiores obstáculos, êles
trouxeram os indígenas ao convívio dos civilizados, contribuindo
mui to para que a colonização do Brasil se fizesse com menos
derramamento de sangue do que se faria sem a sua ação evan-
gelizadora. Não encontravam facilidades nessa missão, mas não
esmoreciam, nem desanimavam. Afrontavam os maiores perigos,
embrenhando-se pelos sertões e, mui tas vêzes, no desempenha de
sua ação, eram trucidados por aquêles a quem desejavam arran-
car da vida primitiva e bárbara que levavam nas selvas. Os ín-
dios, quando compreendiam a sua missão respeitavam-nos e se
acolhiam, confiantemente, à sombra de sua bondade sem limites.

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Os índios do Brasil sempre usaram armas para caça. En-
tre estas, destacam-se o arco e a flecha, que êles manejam com
notável habilidade. No tempo de Rug-endas, o arco dos índios bra-
sileiros tinha geralmente seis ou sete pés de comprimento, isto é,
dois metros mais ou menos. As flechas eram feitas de várias es-
pécies de taquara. Para a guerra e a caÇa, usavam uma fl-echa
de ponta larga, feita de bambu tangaruçu. «Para aumentar ainda
a fôrça de penetraÇão - escreve Rugendas - a ponta é encerada,
e a taquara, também encerada ao fogo, torna-se tão dura quanto
o chifre ».

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A vida dos vaqueiros em certos lugares do Brasil, no
princípio do século passado, é - segundo nos relata Rugendas,
- «mais retirada e mais grosseira que a dos roceiros ou colo-
nos propriamente ditos. Suas funções exigem muita coragem e
habilidade, tanto para laçar e domar os cavalos selvagens como
para cuidar do gado bovino, se é que se pode aludir aqui a cui-
dados. As manadas vivem em liberdade e é somente em certas
estações do ano que os peões a cavalo se reuriem em lugares
para o rodeio ». O cavaleiro persegue o animal e, ao atingi-lo,
atira-o ao chão com uma vara e, em seguida, amarra-lhe os pés.


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Os índios do Brasil dividiam-se em duas grandes tribos,
ou melhor, em duas raças distintas: Tupis e Tapuias. Ambas com
características diferentes, não só quanto à língua, mas também
quanto à organização física .. Quando os portuguêses chegaram ao
Brasil, encontraram os Tupis que, então, ocupavam todo o lito-
ral, depois de terem, em gue~ras contínuas, rechaçado os Tapuias
para o interior. À raça tupi pertenciam grandes tribos, devendo
destacar-se os Tupinambás, na região litorânea da Bahia, os Tu·
pinaés na costa do Rio de Janeiro, os Tupininquins, que cons-
tituíam um dos .ramos dos Tupinambás, e os Guaianás, famosa
tribo que tão relevante papel des·empenhou na fundação de São
Paulo. Ao tempo em que Rugendas estêve no Brasil, já tôdas es-
sas tribos se achavam em decadência, pois, segundo se depreende
do relato de mais antigos viajantes - Jean de Lery, Hans Staa-
den, etc. - na época do descobrimento êss·es índios estavam num
estádio de civilizaçãó muito mais adiantado.

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Mares em fora, trazendo nos porões, como rebanhos, cen-
tenas de negros caçados brutalmente na Africa para o trabalho
forçado na América. A descoberta do Novo Mundo, afirma Ru-
gendas, «deu ao comércio de escravos uma importância nova, iné-
dita até então. Muito breve, tôdas as nações européias que dis-
punham de uma frota, sentiram-se, instadas pelo lucro, a parti-
cipar dêsse comércio. As antigas feitorias da costa da Africa pas-
saram, em grande parte, para as mãos dos holandeses, dos in-
glêses, dos franceses e dos dinamarqueses; fundaram-se outras,
tôdas com o objetivo confessado, e quase exclusivo, de comerciar
com escravos ». Depois qU<e, nos congressos realizados em Paris,
Viena e Aix-La-Chapelle, as nações européias se comprometeram
a combater e extinguir o tráfico de escravos, êste arrefeceu um
pouco mas não se extinguiu. Os navios negreiros armavam-se e
chegavam a dar combat~ aos cruzadores inglêses que tentavam
interceptar-lhes a marcha. Conta Rugendas que, para o Brasil,
vinham 120 000 negros por ano.

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Depois que, em maio de 1727, Francisco de Melo Pa-
lhêta introduziu o café no Brasil) levando-o de Caiena ao Pará,
foi se espalhando por várias regiões brasileiras, até chegar, em
1760, ao Rio de Janeiro por intermédio do desembargador João
Alberto de Castelo Branco. Trinta anos depois penetrou em Mi-
nas Gerais e em São Paulo pelo val,e do Paraíba. Em São Paulo,
como se sabe, o café foi cultivado em escala gigantesca, a ponto
de chegar a constituir a maior indústria agrícola do mundo, tor-
nando-se a base da economia brasileira. A gravura ao lado -
inspirada em detalhe de uma das gravuras de Rugendas - mos-
tra-nos um escravo secando café, junto à cascatinha da Tijuca,
no Rio, onde também se cultivava a «preciosa rubiácea », embora
em escala pequeníssima.

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Os escravos eram obrigados a dedicar-se aos mais varia-
dos trabalhos, tanto nas fainas da lavoura, como nos s·erviços do-
mésticos e na pequena indústria agrícola. O que vemos na gra-
vura é um grupo de negros fazendo farinha de mandioca. Esta
sempre foi no Brasil uma das bases da alimentação do povo, por-
que é um grande substituto do pão. Enquanto os escravos tra-
balham, o feitor os vigia porque nunca há negros trabalhando sem
que um guarda os acompanhe, castigando os que se mostram mo-
rosos no serviço. Sôbre esta personagem sinistra, diz Rugendas:
<~ O que mais importa é o caráter do feitor. De rebenque em pu-
nho, êle conduz os escravos ao trabalho e os fiscaliza de perto
durante todo o dia. O que mais nos revolta nesse infeliz sistema,
é o horrível pensamento de submeter o homem, como o animal,
à ação do chicote ».

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Escreve Rugendas: «Da alfândega são os negros condu-
zidos para os mercados, verdadeiras cocheiras: aí ficam até en-
contrar comprador. A maioria dessas cocheiras de escravos se acha
situada no bairro do Valongo, perto da praia. Para um europeu,
o espetáculo é chocante e quase insuportável. Durante o dia in-
teiro êsses miseráveis homens, mulheres, crianças, se mantêm sen-
tados ou deitados perto das paredes dêsses imensos edifícios e
misturados uns aos outros; e, fazendo bom tempo, saem à rua.
Seu aspecto tem algo de horrível, principalmente quando ainda
não se refizeram da travessia ». «Essa situação, por mais desa-
gradável que possa ser, pareoe-lhes realmente suave depois dos
sofrimentos da travessia. Isso explica porque não se mostram os
negros muito infelizes nesses mercados; raramente se queixam e
são mesmo vistos de cócoras em redor do fogo, entoando can-
tos monótonos e barulhentos, que acompanham batendo as mãos ».

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Muitos escravos, cansados do trabalho forçado ou dese-


josos de fugir aos castigos que lhes virão por qualquer falta co-
metida, fogem. Outras vêzes, fazem economias para comprarem
sua liberdade mas possuindo senhores perversos que não lha ven-
dem, não encontram outro recurso senão abandonarem tudo e em-
brenharem-se na mata, em busca de uma existência livre. Aí, então,
entra em cena um indivíduo sinistro: o «capitão do mato ». Este
é, geralmente, um negro livre, que tem um ordenado fixo e S€
incumbe de pegar negros fugidos para levá-los de novo a seu S€-
nhor. A captura do negro é anunciada por um cartaz coíocaào
à porta de igreja, quando o «capitão do mato » não sabe a quem
p~rtence o negro aprisionado. Neste caso, o senhor vai procurá-lo
na cadeia. E' muito difícil um negro fugir e não ser capturado.
Temendo os índios e as feras, êl,e nunca se embrenha a fundo
nas matas e isso facilita o seu encontro pelo «capitão do mato ».

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A propósito da capoeira, escreveu Couto de Magalhães em


«O Selvagam »:
«O europeu luta com a espada, florete ou pau. O bra-
süeiro luta com a faca e com à agilidade do corpo, tendo neste
caso por única arma, a cabe·ç a e os pés, arma terrível para um
bom capoeira; êste modo de lutar é também aborígene e, longe
de ser perseguido como é, devia ser dominado, regularizado em
nossas escolas militares, porque um bom capoeira é um homem
que equival<e a dez homens. Já vi vinte soldados, armados, ten-
ta:r.em prender um desarmado, mas capoeira. Êste derrubou a to-
dos e só pôde s·e r prêso à bala. »

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Em geral, o escravo também trabalhava para si. Os se-
nhores permitiam que êles se tornassem maroeneiros, seleiros, al-
faiates, carregado11es ... Com isso ganlíavam o suficiente para pa-
garem a pequena importância que lhes era exigida mensalmente
pelos amos e fazerem economias para, em oito, nove ou dez anos,
comprarem sua liberdade. Adquirida esta por meio de uma carta
de alforria, deixavam a casa dos senhores e iam morar em ca-
sebres que êles tratavam de construir - choças de taipa de mão
ou de pau-a-pique, oobertas de sapé ou de fôlhas de palmeiras
- onde não havia beleza nem confôrto, mas onde não faltava o
supremo bem do homem: a liberdade.

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Os brasileiros, no início do século XIX, acompanhavam
sempre os costumes e modas dos europeus. Como, até então, era
proibida a instalação de fábricas no Brasil, as classes mais fa-
vor·ecidas pela fortuna importavam seus trajes da metrópole. Daí
a grande s·e melhança entre os costumes dos brasil·eiros e os de
Portugal e Espanha. No Rio de Jan·eiro, segundo o testemurtho
de Rugendas, os homens usavam paletós curtos de linho ou al-
godão, calças compridas com cintas de sêda de côres variadas,
chapéu de palha, de aba larga e capa espanhola. O traje das mu-
lheres, como sempre, varia mais, de acôrdo com a moda, embora
o tecido e. a côr sejam invariáveis - tafetá prêto. Preta também
era a mantilha sem a qual mulher nenhuma saía à rua. Usa-
vam, geralmente, flores no cabelo e na cintura, enquanto as aias
de certa idade usavam um grande manto e cobriam a cabeça com
um lenço. Em São Paulo, porém, não era comum a mantilha; usa-
va-s-e mais um chapéu redondo enfeitado de plumas.

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Depois que D. João VI chegou ao Rio, a capital do Bra-
sil que, até então, se situava em Salvador (Bahia), passou para a
bela cidade da Guanabara. Dotado de uma natureza exuberante
e maravilhosa, situado junto a uma baía que é a mais bela do
mundo, o Rio é uma ~erdadeira cidade de alegoria e, já naquele
tempo, constituía um deslumbramento para os estrangeiros que
o visitavam. Dêle, diss,e Rugendas: «Talvez não exista no mundo
uma região como a do Rio de Janeiro, com paisagens e belezas
tão variadas, tanto do ponto de vista da forma grandiosa das mon-
tanhas como dos contornos das praias ». A gravura mostra-nos um
aspecto da baía de Botafogo, vendo-se ao fundo o Corcovado .


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OBRAS DE BELMONTE
PUBLICADAS PELAS EDIÇÕES MELHORAMENTOS

NO TEMPO DOS BANDEIRANTES


'Cexto e deóenhoó de 13eLmonie C·<$ 35,00

COMO NÁSCEU A CIDADE MARAVILHOSA


'Cexto de 'Caleó de Andi'Ode, deóenhoó de 13eLmonte Cr$ c'l,OO

SANTOS 0 U M O N T 1 'Cexioó de 'Renato Sêneca


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Veóenhoó de 13elmonte
O DUQUE O E CAXIAS Cada: Cr$ 7,00

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