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FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA


PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO
MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO
MEIO AMBIENTE

CLARICE MAYREMI TOSHIMITU HOYASHI

ENSINO DE ENFERMAGEM: PROPOSTA DE UM MANUAL DE


PRÁTICAS

VOLTA REDONDA– RJ
2011
FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO
MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO MEIO
AMBIENTE

ENSINO DE ENFERMAGEM: PROPOSTA DE UM MANUAL DE


PRÁTICAS

Dissertação de Mestrado apresentada ao


Programa de Pós-graduação (UniFoa) –
Mestrado Profissional em Ensino em
Ciências da Saúde e do Meio Ambiente como
requisito parcial para obtenção do Grau de
Mestre.

Mestranda: Clarice Mayremi Toshimitu


Hoyashi
Orientadora: Profª Dra. Denise Celeste Godoy
de Andrade Rodrigues
Co-orientadora: Profª Dra. Maria de Fátima
Alves de Oliveira

VOLTA REDONDA– RJ
2011
FICHA CATALOGRÁFICA

Bibliotecária: Gabriela Leite Ferreira -- CRB 7/RJ - 5521

H867e Hoyashi, Clarice Mayremi Toshimitu.

Ensino de enfermagem : proposta de um manual de


práticas / Clarice Mayremi Toshimitu Hoyashi. – Volta
Redonda: UniFOA, 2011.
61 f.: il

Dissertação (Mestrado Profissional) – Centro


Universitário de Volta Redonda – UniFOA. Pós-graduação
em Ensino em Ciências da Saúde e do Meio Ambiente, 2011.
Orientadora: Profª Dra. Denise Celeste Godoy de
Andrade Rodrigues e Co-orientadora: Profª Dra. Maria de
Fátima Alves de Oliveira.
1. Enfermagem -- Ensino. 2. Central de Material e
Esterilização. 3. Reprocessamento de artigos. 4. Manual
Didático. I.Título.
CDD: 617.73
DEDICATÓRIA

Aos meus pais e ao meu irmão pela grande participação


na minha formação moral, pelo apoio e incentivo à
realização do mestrado profissional.

Ao meu querido esposo e filhos, companheiros


inseparáveis, obrigada pelo amor e a paciência
dispensadas nos momentos mais difíceis.

A todos os amigos do Curso de Mestrado Profissional em


Ensino em Ciências da Saúde e do Meio Ambiente,
parceiros que acreditaram e incentivaram desde a
elaboração e até a conclusão da minha dissertação.

As minhas orientadoras Dra. Denise Celeste Godoy de


Andrade Rodrigues e Dra. Maria de Fátima Alves de
Oliveira, pelos ensinamentos, motivação e credibilidade.
Obrigada por compreenderem a importância do
desenvolvimento deste tema, tão significativo para a
enfermagem.
AGRADECIMENTOS

A todos os colaboradores pela contribuição inestimável,


certamente enriquecendo com detalhes significativos o
conteúdo da temática.

Ao Centro Universitário de Volta Redonda – UniFOA, pela


oportunidade da prática docente e discente, o ensino-
aprendizagem é uma satisfação imensurável.

Ao Hospital Unimed Volta Redonda, em específico a


Central de Material e Esterilização, cujo setor é
terceirizado pela firma BIOXXI, que gentilmente concedeu
o direito de imagem na elaboração do Manual de Práticas.

A professora responsável pela disciplina de Atenção à


Saúde Adulta II Mestra Míriam Salles Pereira, pela
confiança e por acreditar em um trabalho sério que visa
melhorar a compreensão sobre a CME, tema abordado na
disciplina.

A coordenação do Curso de Enfermagem Dra. Márcia


Batista Gil Nunes, pela motivação e apoio na realização
do mestrado profissional.
RESUMO

O reprocessamento de materiais tem sido atualmente um grande desafio para a


equipe de enfermagem, pois a diversidade de tipos, composições e formas dificultam
a realização do processo de desinfecção e esterilização de artigos hospitalares. Este
estudo tem como fim produzir um Manual Prático para Enfermagem em Central de
Material e Esterilização (CME) a ser utilizado como instrumento de apoio didático na
graduação de enfermagem. Os objetivos específicos traçados foram identificar as
concepções prévias sobre a CME, descrever as dificuldades encontradas por
acadêmicos de enfermagem em associar o ensino teórico com a prática; identificar
instrumentos do ensino teórico-prático que possam auxiliar os sujeitos da pesquisa e
levantar temas relevantes para a elaboração de um manual de prática para o ensino
acadêmico. O método utilizado foi o descritivo de caráter qualitativo e a pesquisa de
campo foi aplicada à acadêmicos do 6º período de enfermagem, onde os resultados
apontaram que embora eles tivessem algum conhecimento prévio sobre a CME,
identificaram certo grau de dificuldade na aprendizagem. Nesse sentido, acredita-se
que a utilização de um manual prático da CME, poderá contribuir para o ensino e
estimular debates entre alunos e professores confrontando a teoria ao exercício da
prática, o que poderá possibilitar uma análise crítica dos problemas atuais.

Palavras-chave: Enfermagem, Central de Material e Esterilização, Reprocessamento


de artigos, Manual Didático, Ensino.
ABSTRACT

The reprocessing of materials has been nowadays a great challenge for the
nursering team, because the diversity of kinds, compositions and shapes make
difficult the performance of desinfection process and hospital articles sterilization.
This study has as purpose produce a nursering practice manual in center of material
sterilization(CME) to be used as didatic support tool in nursering graduation. The
specific goals traced were identifying the previous conceptions about CME,
describing the difficulties found by nursering students in associating theorical
teaching with practice, identifying tools from the theorical practical teaching that can
help the research subjects and consider important themes to elaboration of a
practical manual for academicals teaching. The method used was the descriptive one
with qualitative feature and the field research was applied to academical students of
the sixth period of nursering, where the results pointed that although they had some
previous knowledge about CME they identified a certain grade of difficulty in learning.
In this sense, it is believed that the use of a practical manual of CME can contribute
for the teaching and estimulate debates among students and teachers, facing theory
to the practice exercise what can enable a critical analysis of nowadays problems.

key words: nursering, center of material and sterilization, reprocessing of articles,


didatic material, teaching.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 8

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...........................................................................................................13

2.1 Ensino Teórico e Prático na Enfermagem das Universidades ......................................................13

2.2 O Enfermeiro na Central de Material e Esterilização (CME) e o controle de infecção hospitalar .15

2.3 Dinâmica de funcionamento da CME .........................................................................................22

2.4 Ensino de Enfermagem e o recurso didático ..............................................................................23

3. DESENHO METODOLÓGICO .......................................................................................................27

3.1 Cenário, População, Amostra e Período da Pesquisa ...................................................................27

3.2 Instrumento de Coleta de Dados ...............................................................................................28

3.3 Submissão ao Comitê de Ética ...................................................................................................29

3.4 O Produto .................................................................................................................................30

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................................................32

4.1 Análise do Primeiro Questionário ..............................................................................................32

4.2 Análise do Segundo Questionário ..............................................................................................39

5. PRODUTO - MANUAL.................................................................................................................46

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................48

7. REFERÊNCIAS ............................................................................................................................49

APÊNDICE A: PRIMEIRO QUESTIONÁRIO............................................................................................59

APÊNDICE B: SEGUNDO QUESTIONÁRIO............................................................................................60


8

1. INTRODUÇÃO

A enfermagem tem se dedicado ao longo de sua história a cuidar de


pessoas. O atendimento prestado por uma equipe de enfermagem abrange em uma
visão holística, um olhar completo e profundo em torno da assistência. Sendo assim,
podemos dizer que o cuidado pode ser dividido em dois grupos, o primeiro é o
cuidado direto, realizado com procedimentos técnicos e semiológicos, tais como
administração de medicamentos, higiene, conforto, exame físico e outros. O
segundo é o cuidado indireto, atribuído ao preparo de materiais e equipamentos em
condições de uso seguro no paciente.

As dimensões do cuidado de enfermagem abrangem: dimensão assistir,


dimensão administrar, dimensão educar e dimensão pesquisar. Destaca-se que este
estudo insere-se em todas essas dimensões.

O importante papel do exercício da enfermagem na prestação de cuidados


ao paciente no contexto geral da saúde, exige a cada dia atualização e qualificação
profissional. A proposta do ensino de enfermagem na formação de profissionais, é
uma enfermagem consciente de ser deveres e postura ética, cabendo-lhes a
responsabidade de uma assistência de qualidade.

Conforme a lei 7498/86 de 25 de junho de 1986 existe quatro categorias


profissionais na enfermagem que atuam na prática: enfermeiras, técnicos, auxiliares
e parteiras (COFEN, 1986). Dentre estes se destacam o enfermeiro cuja formação é
universitária e o técnico de enfermagem, com formação do ensino médio
profissionalizante. Ambas são essenciais para o desenvolvimento de habilidades e
técnicas específicas, baseado no conhecimento científico.

Neste trabalho, sobre o ensino da assistência de enfermagem,


pretendemos abordar a importância da esterilização de materiais hospitalares, como
parte do cuidado indireto a que se destina oferecer artigos de qualidade no
atendimento ao paciente hospitalizado. Sendo assim, partimos do princípio de que
todo serviço de saúde visa à qualidade e está fundamentado na formação
profissional, inclusive o enfermeiro.
9

Compete ao enfermeiro o gerenciamento em diversas unidades de


trabalho no hospital, dentre essas o setor de Central de Material e Esterilização
(CME). A CME é o local onde se recebe a maioria dos materiais usados na
assistência médica, odontológica, fisioterápico e de enfermagem, cujo sua finalidade
é submeter materiais ao processo de esterilização e desinfecção de forma
padronizada, ofertando artigos livres de contaminação e seguros para serem
utilizados na assistência pela equipe de saúde.

O enfermeiro é o responsável técnico pela operacionalização das etapas


que constituem o reprocessamento de materiais na CME. Controla e supervisiona a
equipe de enfermagem que desempenha atividades de recebimento, limpeza,
preparo, esterilização/desinfecção, armazenamento e distribuição de materiais para
todas as unidades do hospital.

O reprocessamento é uma temática transversal a vários profissionais da


saúde que lidam com materiais, tornando-a significativa para o controle de infecções.
Nos serviços de enfermagem, a preocupação se estende desde o preparo até o uso
desses materiais no paciente, não importando que profissionais as utilizem, devem
estar sempre prontos e seguros para o uso.

A formação acadêmica de enfermagem através de um ensino teórico e


prático inovador deverá ser capaz de formar enfermeiros preparados para atuarem
na prática, dando condições a esses futuros profissionais de administrar a CME. A
função exige responsabilidade e competência, apoiados em conhecimentos
adquiridos durante a graduação sobre os métodos empregados de esterilização e
desinfecção, e esses adequados a cada necessidade.

A problemática levantada para este estudo são as dificuldades de


acadêmicos de enfermagem em associar o ensino teórico à prática da Central de
Material e Esterilização na disciplina de Atenção à Saúde do Adulto II. Esta disciplina
tem um conteúdo programático que integra o funcionamento da CME, Centro
Cirúrgico e assistência de enfermagem cirúrgica.

O fato de esta disciplina associar enfermagem em CME ao Centro


Cirúrgico é justificado pela prática em hospitais, onde em muitas instituições ainda
10

vemos os setores compartilhando o mesmo espaço físico com um único enfermeiro


gerenciando as unidades, embora com produtos distintos.

De acordo com Moura (2009), a cultura de associar as duas unidades


hospitalares, vem desde a década de 50, considerando o fato que o Centro Cirúrgico
é um dos maiores clientes da CME, em relação a demanda de materiais cirúrgicos
para a esterilização e a proximidade entre elas diminui não só o tempo de transporte,
como a contaminação dos materiais. Em nossa prática, encontramos uma grande
demanda de materiais para a CME, mas vários gestores já reconheceram a
necessidade de separação das duas unidades, considerando finalidades distintas,
tendo o processo de trabalho gerenciado por enfermeiros em cada setor.

Avaliando enquanto docentes, a compreensão do conteúdo da disciplina e


a prática hospitalar, observamos que alguns alunos da graduação de enfermagem
apresentam dificuldades no entendimento da temática. Durante o estágio
supervisionado, não conseguem associar as aulas teóricas quando empregamos
procedimentos técnicos e administrativos na prática da CME.

Criar um instrumento didático para facilitar a compreensão da prática


poderia melhorar o desempenho desses alunos no campo de atuação?

Para responder a este questionamento, elegemos como objeto de estudo


o ensino de enfermagem na CME, tendo como fim a produção de um manual de
prática de procedimentos técnicos e administrativos do enfermeiro na CME para
utilização como material didático institucional. Optamos por enfocar um estudo que
pudesse contribuir no ensino-aprendizagem de acadêmicos de enfermagem para a
práxis na CME, com a utilização de um manual prático para a execução de
procedimentos técnico-administrativos.

Um olhar voltado para o ensino das universidades vislumbra uma


preocupação com a qualidade do ensino, a experiência profissional do docente no
campo de atuação, assim como a experiência didática em sala de aula, pode
contribuir para a aprendizagem dos alunos. Na nossa prática no ensino da
enfermagem, o perfil encontrado de alunos nas turmas é diversificado, sob o ponto
de vista da idade, sócio-econômico e vivência na área de saúde, assim como a
11

maturidade individual. Tornando-se um grande desafio para professores a missão de


ensinar e fazer aprender.

O interesse em desenvolver essa temática se deu pelo fato de ser


enfermeira atuante em Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização (CME) e
docente da disciplina de Atenção à Saúde de Adulto II, na Faculdade de
Enfermagem. Surgiu a idéia de buscar um instrumento de apoio didático que
pudesse auxiliar o aluno de graduação na realização da práxis na CME pela
preocupação que há certa dificuldade dos discentes de enfermagem em associar
teoria a prática em campo de estágio supervisionado. Entendemos que o diferencial
entre enfermeiros e técnicos de enfermagem é o conhecimento científico sobre a
prática executada.

Partindo deste enfoque algumas questões nortearam este estudo:

a) Qual são as concepções de acadêmicos de enfermagem sobre a finalidade e


a competência do enfermeiro na CME?

b) Que dificuldades os acadêmicos de enfermagem possuem em associar


ensino teórico à prática da CME?

c) Existe algum instrumento didático que possa auxiliar o professor no ensino


teórico-prático em CME?

d) Que assuntos poderiam ser abordados na elaboração de um manual de


práticas para o ensino acadêmico?

Para responder as questões citadas, traçamos como objetivo geral:

Produzir um manual para acadêmicos de enfermagem, que possa auxiliá-


los na prática dos procedimentos da CME, como instrumento de apoio didático na
graduação de enfermagem.

Sendo ainda estabelecidos os seguintes objetivos específicos:


a) Identificar as concepções prévias dos estudantes de Enfermagem sobre a
finalidade do CME em uma instituição de saúde e o papel do enfermeiro nesta
unidade.
12

b) Descrever as dificuldades encontradas por acadêmicos de enfermagem em


associar o ensino teórico com a prática da CME.

c) Identificar instrumentos do ensino teórico-prático que possa auxiliar os


acadêmicos de enfermagem na CME.

d) Levantar temas relevantes para a elaboração de um manual de práticas para


o ensino acadêmico.

O estudo visa contribuir no ensino para a formação de futuros enfermeiros, com a


qual sua atuação possa estar voltada para o gerenciamento da CME, garantindo
qualidade no fornecimento de materiais esterilizados e desinfetados a toda
equipe interdisciplinar de saúde no local de atuação, assim como, estimular a busca
de uma visão holística e reflexiva acerca de suas responsabilidades. Um manual de
práticas da CME, além de instrumentalizar o acadêmico para atuar no estágio
supervisionado, poderá estimular debates entre alunos e professores, confrontando
a teoria ao exercício da prática, possibilitando uma análise crítica dos problemas
atuais. Para a prática profissional, poderá contribuir como literatura científica para
fundamentar com segurança algumas ações de enfermagem na CME. E, na
pesquisa, poderá ser útil como referência aos novos estudos científicos e servir de
modelo para o mestrado profissional.
13

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Ensino Teórico e Prático na Enfermagem das Universidades

Entendemos que a essência do ensino nas universidades não visa apenas


o ensino-aprendizagem, cuja formação esteja voltada somente para o exercício
profissional, mas a prática ser fundamentada pela teoria. Com base no exposto, o
ensino deve retratar experiências práticas do cotidiano profissional dos docentes,
aliada a literatura e preparar alunos para o gerenciamento de pessoas no ambiente
de trabalho, habilidade nas relações interpessoais, assim como o desenvolvimento
de habilidades técnicas específicas.

Na visão de Teixeira et al. (2006), o aprender a fazer oportuniza o


desenvolvimento de competências para o enfrentamento dos desafios do mundo do
trabalho e está relacionado à competência que possibilita o profissional a trabalhar
coletivamente e a adquirir qualidades para as relações interpessoais no trabalho, em
detrimento da pura qualificação profissional.

As Universidades buscam efetivamente acompanhar as mudanças


científicas e tecnológicas, incentivam docentes ao aprimoramento do conhecimento
científico e aplicação no ensino, contudo, as diretrizes do ensino estabelecem a
formação de profissionais da saúde responsáveis, com postura ética e uma inserção
na política de saúde que seja inovadora.

Para Reibnitz e Prado (2006) apontam para a necessidade de uma


postura inovadora, pois o que a escola quer, e seria interessante enquanto
formadora de profissionais de Enfermagem, formar um profissional critico-criativo,
consciente de sua responsabilidade ética, política e profissional.

Ainda com enfoque no ensino da saúde, é importante ressaltarmos que


futuros profissionais devem estabelecer uma relação entre as informações obtidas e
apreendidas na graduação e serem capazes de aplicá-las em ações na prática.

Pinheiro et al (2006), enfatizou que o conhecimento deve receber


tratamento multidirecional, permitindo a compreensão complexa da realidade, a
14

circulação de diferentes valores (interesses ou ponto de vista) presentes nas


questões humanas, científicas e sociais. Deve haver uma relação mais estreita entre
os conteúdos que são trabalhados no currículo e as necessidades dos estudantes,
de maneira que possam ser utilizados em diferentes contextos e situações
profissionais cotidianas.

Atualmente, o ensino de enfermagem privilegia o cuidar do indivíduo com


uma visão holística, abrangendo o psico-emocional, o físico e o social. Devemos
valorizar o humano e oferecer cuidados específicos e individualizado, é preciso
concomitantemente acompanhar a evolução da ciência e da tecnologia, pois a cada
dia surgem novos equipamentos para elucidação diagnóstica e tratamento de
doenças. A mudança de postura frente as novas necessidades do cotidiano é uma
realidade dos profissionais de saúde.

Mas foi graças à evolução tecnológica que muitos no passado evoluíam a


óbito, hoje possuem boa expectativa de vida, muitas vezes sem seqüelas. Uma vez
que a tecnologia é como um conjunto de saberes e fazeres relacionados com
produtos e materiais que definem terapêuticas e processo de trabalho que
constituem em instrumentos ou extensões de nossa habilidade física e mental de
realizar ações (RODRIGUES et al, 2008; ARONE e PHILIPPI, 2009).

A evolução da ciência, por si só, demanda readaptações às novas


realidades, inovações e estratégias de ações. Com a vivência no ensino da
enfermagem, o que encontramos muitas vezes, são alunos que atuam na prática da
enfermagem como técnicos de enfermagem e através de suas experiências
participam efetivamente complementando com citações, novos procedimentos,
materiais e equipamentos que utilizam em suas práticas, tornando a aulas mais
dinâmicas. No entanto, o professor deve estar atualizado, estando apto a
acompanhar o raciocínio do aluno e incentivar debates.

Na graduação de enfermagem da disciplina de Atenção à Saúde do Adulto


II, o professor utiliza aulas expositivas com fotografias projetadas no quadro em
projetor, que identificam o cenário da CME, mostrando equipamentos e materiais
que fazem parte do processo de esterilização e desinfecção de artigos hospitalares.
Para complementar o conteúdo teórico, e facilitar a aprendizagem associando a
teoria à prática, o aluno participa de aulas práticas no laboratório de habilidades da
15

universidade. Durante as aulas, os alunos também são motivados com perguntas,


identificando situações problemas, na intenção de estimular sua interação e
participação na construção do conhecimento.

Baseado nessa realidade, Silva et al (2009), explica que a educação em


enfermagem tem sentido a necessidade de mudanças, visto que o aluno da
atualidade participa como sujeito na construção de conhecimentos e não mais como
somente um espectador. Criar novas estratégias de ensino, mais criativo e inovador
onde se busca motivar o aluno é um caminho a seguir.

Enquanto docente, é gratificante quando percebemos que, o que


ensinamos na teoria está sendo aplicado na prática. Formar profissionais consciente
de seus deveres e acima de tudo, ser resolutivo frente aos problemas do cotidiano.
Então, o aluno estará pronto para assumir responsabilidades e atuar de maneira
eficaz no trabalho em que desenvolverá futuramente. Costa Aguiar et al (2009),
ainda complementa, durante a formação dos profissionais de enfermagem há a
necessidade de compreender de forma ampliada o processo de cuidar, de maneira a
ser possível uma renovação da dinâmica administrativa dos serviços de
enfermagem. Mas, a valorização do conhecimento específico do enfermeiro na CME
é um reflexo da excelência na qualidade da assistência prestada.

O aluno de graduação em enfermagem tem um grande desafio a ser


enfrentado, além de aprender a cuidar de pessoas, também deve aprender a
administrar serviços, e nenhum desses papéis pode ser mais relevante que o outro,
mas inter-relacionado para um objetivo comum, a recuperação e o bem estar do
indivíduo.

2.2 O Enfermeiro na Central de Material e Esterilização (CME) e o


controle de infecção hospitalar

Um fator preponderante na prática da enfermagem desde o começo da


sua história foi a preocupação no atendimento ao indivíduo enfermo e o ambiente
onde ele se encontra. A teoria de Florence Nightingale de 1860 (POTTER, 2005),
preconiza que o estado de saúde pode ser relacionado aos fatores ambientais.
16

Segundo Potter (2005), Nightingale forneceu conceitos e proposições


básicos que puderam ser apoiados e utilizados para a prática da enfermagem. A
teoria descritiva de Nightingale ofereceu aos enfermeiros um modo de pensar sobre
a enfermagem, com um parâmetro de referência focalizado nos pacientes e no
ambiente. Pode-se dizer então que, foi a partir dessa teoria que houve um interesse
à investigação sobre as infecções hospitalares e a necessidade de controle.
Florence Nightingale foi a primeira enfermeira epidemiologista profissional onde
mostrou através da observação e registros da época que poderia realizar o controle
das doenças com intervenções no meio ambiente. Durante a guerra da Criméia,
promoveu melhorias nas condições sanitárias e de higiene, constatando
estatisticamente a redução da mortalidade.

Além de Nightingale, Faye Abdellah em 1960, defendeu a teoria de


enfermagem de prestação de cuidados de enfermagem ao indivíduo como um todo,
consistindo em atender todas as necessidades físicas, psicoemocionais, intelectuais,
espirituais e sociais do paciente e da família. Ressalta a questão da higiene e
segurança do paciente, na qual materiais e equipamentos podem ser incluídos para
a promoção da saúde do indivíduo, contribuindo para o tratamento.

O enfermeiro tem uma visão individualizada das necessidades do


paciente, que podem ocorrer nas quatro áreas: 1) conforto, higiene e segurança; 2)
equilíbrio fisiológico; 3) fatores psicológicos e sociais; 4) fatores sociológicos e
comunitários (POTTER, 2005).

Essas teorias de enfermagem fundamentam o enfermeiro em suas


atividades assistenciais direta no cuidado ao paciente, e indireta, no sentido de
repensar melhorias que se destinam ao saneamento, a higiene do paciente e do
local. Na visão que envolve as teorias citadas, entendemos que materiais e
equipamentos de uso em procedimento médicos e de enfermagem estão sujeitos à
gerar riscos aos pacientes hospitalizados pela veiculação de microrganismos
patogênicos presentes nos materiais, se não houver um tratamento adequado após
sua utilização.

Para Taube, Zagonel e Méier (2005), as atividades desenvolvidas pelo


enfermeiro da CME é um cuidado de enfermagem indireto, observado na
17

organização do ambiente de saúde e na garantia de qualidade e segurança aos


procedimentos de intervenção por meio do processamento adequado de artigos.

Confere-se ao enfermeiro a responsabilidade de uma assistência integral e


completa àqueles que estão hospitalizados. Figueiredo et al (2009), afirma que “a
equipe de enfermagem pode cuidar de qualquer tipo de cliente, pois sua formação
lhe confere essa capacidade e competência”.

São indiscutíveis as inúmeras atividades da enfermagem em relação às


ações destinadas ao cuidado com o cliente, sempre serão relacionadas ao uso de
materiais e este, com enfoque no controle de infecção hospitalar.
Epidemiologicamente, a infecção hospitalar tem sido um dos grandes problemas
enfrentados no ambiente hospitalar, considerado um dos agravos de maior
preocupação da equipe interdisciplinar de saúde, podendo levar o individuo a morte.
A assistência oferecida por toda a equipe de saúde, deve ser considerada de risco,
por entender que o hospital é propício à contaminação e à proliferação de
microrganismos ou a instalação de infecção entre os doentes.

Vários fatores podem levar as infecções, à aquisição através de pessoas


que cuidam dos pacientes, por meios de materiais utilizados pelos profissionais de
saúde em diversos procedimentos durante o tratamento, que envolvem técnicas e/ou
uso de materiais, bem como falhas no processo de esterilização ou desinfecção.
Não se pode, no entanto, desprezar o fator intrínseco do paciente, considerando o
estado de imunidade, idade, fase da doença e outros que aumentam os riscos.

Figueiredo (2005) afirma que a infecção é um processo de invasão,


instalação e crescimento de microrganismos patogênicos nos tecidos do corpo.
Geralmente, a presença desses microrganismos gera uma resposta inflamatória por
parte dos tecidos. Silva; Pereira e Mesquita (2004), revelaram grande preocupação
com os profissionais de saúde que devem garantir uma assistência de qualidade
com vistas principalmente à prevenção de infecção hospitalar, destacando a Portaria
Ministerial 2.616 de 12/05/98 (BRASIL,1998), que define as infecções hospitalares
como aquelas adquiridas após admissão do paciente e que se manifestem durante a
internação ou procedimentos hospitalares.
18

As ações de enfermagem devem ser constantes e voltadas para a


preocupação do ambiente hospitalar e o controle de infecções (SANTOS, 2005).
Tendo visto que todo paciente, quando hospitalizado, fica suscetível a contrair um
quadro infeccioso, devido à baixa resistência do próprio indivíduo enfermo e aos
microrganismos resistentes no meio ambiente. Desta forma, o processamento de
artigos na CME ocupa um lugar importante no hospital, estando relacionado com a
qualidade do produto final ou seja, interfere significativamente no controle das
infecções hospitalares (TIPPLE et al, 2005; SANTOS, 2005; LIMA, 2007).

A grande dificuldade no controle de infecção hospitalar é o envolvimento e


a conscientização de toda a equipe interdisciplinar em ações preventivas. Conforme
Oliveira e Ciosak (2007), as estatísticas do Centro para Controle e Prevenção de
Doenças (CDC) indicam que 14 a 16% das infecções hospitalares são atribuídas às
infecções de sítio cirúrgico, fato esse que se adiciona a significativos custos relativos
a cuidados de saúde devido a complicações. Da mesma forma, KUNZLE et al, 2006,
constatou que estes pacientes que evoluem para infecção podem levar a um gasto
de até três vezes o valor comparado ao paciente que não teve infecção.

A CME contribui na prevenção e controle de infecção hospitalar


produzindo materiais com qualidade no reprocessamento. Na tentativa de assegurar
os direitos do cidadão na busca da sua saúde, foi criada a Portaria do Ministério da
Saúde n.1.286, de 26/10/93, art. 8º, e n. 74, de 04/05/94, cujo paciente pode exigir
que todo o material utilizado seja rigorosamente esterilizado ou descartável e
manipulado segundo as normas de higiene e prevenção (SANTOS e VIANA, 2009).

Em um breve histórico, Possari (2003) citou que foi por volta de 1950 que
começaram a serem implementados nos hospitais brasileiros as primeiras Centrais
de Materiais parcialmente centralizados. A maioria dos artigos médico-hospitalares,
exceto gazes, aventais e compressas cirúrgicas, era submetida à limpeza, secagem
e acondicionamento nas unidades de internação, em ambiente nem sempre
adequado e por pessoal muitas vezes sem conhecimento e a esterilização realizada
na CME.

Somente a partir de 1970, alguns hospitais de grande porte, os


universitários e os localizados nas capitais, iniciam suas atividades como unidades
autônomas e independentes dos Centros Cirúrgicos (POSSARI, 2003). Contudo,
19

ainda nos anos 90, verifica-se com muita frequencia a CME agregada ao Centro
Cirúrgico, sob a responsabilidade de uma única enfermeira. O fato é preocupante,
uma vez que as duas unidades possuem atividades distintas, dificultando o
gerenciamento.

Os setores eram afins e se complementavam, o centro cirúrgico como


fornecedor de materiais procedentes das cirurgias e a CME um local dentro do
centro cirúrgico que atendia rapidamente ao reprocessamento e a entrega dos
materiais devidamente esterilizados. Porém, a evolução das cirurgias, levou o
aumento de procedimentos cirúrgicos cada vez mais complexos e o uso dos mais
diversos materiais, passando a ser necessária a separação dessas unidades. No
entanto, Santos (2005) reforçou que se trata de um setor específico, com serviço
próprio, independente do Centro Cirúrgico, com o objetivo de cuidar de todo o
material inerente à instituição; material cirúrgico ou não.

Lacerda (2003) lembra que foi-se a época onde a CME era considerada
como um verdadeiro “expurgo” do hospital, eram colocados os piores equipamentos
e materiais, assim como pessoal sem qualquer qualificação, ou seja, não havia
qualquer investimento no setor. Felizmente, houve o despertar quanto à
necessidade de uma assistência qualificada, o que tornou e vem tornando cada vez
mais a CME mais bem equipada e a adoção de pessoas capacitadas, sob o ponto
de vista quantitativo e qualitativo o processo de trabalho.

O despertar da necessidade de qualificação dos serviços na CME, volta-se


para o gerenciamento dessa unidade de trabalho (POTTER, 2005). Colocar um
profissional de saúde capacitado, com conhecimento técnico específico para
planejar, coordenar e controlar todo o processo de trabalho na área operacional é
atribuição do enfermeiro, que desde os primórdios do surgimento da profissão é
dado a ele a condição de promover o cuidado dos pacientes, promovendo também
materiais e a organização do ambiente terapêutico (LACERDA, 2003; RODRIGUES
et al, 2008; MOURA, 2009). Portanto, a chefia da CME deve ser delegada a um
enfermeiro, conforme a regulamentação lei nº 7.498/1986 pelo Decreto-Lei nº
94.406/1987, que dispõe sobre o exercício da enfermagem e dá outras providências.
No que se refere à responsabilidade no preparo de materiais e equipamentos
20

hospitalares para o uso, este é um dos papéis fundamentais da equipe de


enfermagem.

Na nossa prática, cabe ao enfermeiro o planejamento de cuidados com


base na necessidade do cliente, são exigidos recursos materiais e humanos, no que
refere ao atendimento, o treinamento e a capacitação profissional é advindo da
própria formação, uma atualização constante de conhecimentos específicos também
se faz necessário.

Para a realização de procedimentos na CME exige-se um processo


rigoroso e detalhado na limpeza, passando por inspeção visual, preparo,
esterilização ou desinfecção, armazenamento e distribuição dos artigos de forma
controlada na Central de Material e Esterilização (CME). Portanto, há que considerar
que o conhecimento técnico-científico é a mola mestra que rege o planejamento das
ações de enfermagem na CME.

De acordo com o manual do MINISTÉRIO DA SAÚDE (2001), e reforçado


no Manual de PRÁTICAS RECOMENDADADAS - SOBECC (2005), a CME foi
definida como sendo um setor, uma unidade ou um serviço destinado à limpeza, ao
acondicionamento, à esterilização, à guarda e à distribuição dos produtos para
saúde. E, conforme a Resolução RDC nº 307, de 14 de novembro de 2002, a área é
uma unidade de apoio técnico que tem como finalidade o fornecimento de produtos
para saúde adequadamente processados. O reprocessamento, por sua vez, é o
processo a ser aplicado a artigos médico-hospitalares para permitir sua reutilização.

Além disso, foi descrito também no manual de PRÁTICAS


RECOMENDADAS - SOBECC (2007), que o reprocessamento é o processo a ser
aplicado a artigos, exceto os de uso único. Descreve que a etapa do
reprocessamento deve seguir a legislação vigente, com a avaliação da integridade
física de amostras e controle de qualidade.

Para Graziano et al (2006), os Artigos de Uso Único (AUU) trouxeram


benefícios, por solucionarem a sobrecarga de trabalho atribuída ao reprocessamento
e monitoramento da performance dos artigos permanentes, além de facilitarem a
disponibilidade desses materiais.
21

Os materiais permanentes são instrumentos que não são desprezados ao


serem usados, podendo ser reutilizados várias vezes após submeter-se a um
processo que obedece às etapas de esterilização e desinfecção já citados.

De acordo com Bartolomei e Lacerda (2006), nos últimos 30 anos, três


fatores relevaram ainda mais a CME: a emergência da infecção hospitalar, a
evolução tecnológica dos artigos médico-hospitalares, incluindo reutilização
daqueles originalmente de uso único e os riscos ocupacionais. Tais fatores vêm
determinando produção de pesquisas nessa área solidificando uma importante área
do saber.

O embasamento teórico, prático e administrativo é uma das exigências no


nosso campo de trabalho, o que nos permite realizar treinamento contínuo e
atualização do nosso conhecimento e também da nossa equipe de trabalho. Essa
pode ser uma garantia de um serviço mais organizado e de técnicas de enfermagem
padronizadas. O envolvimento da equipe interdisciplinar em harmonia com a equipe
de enfermagem pode produzir um resultado satisfatório no controle das infecções
hospitalares.

A diversidade de materiais existentes hoje, fabricados com tecnologia de


ponta, é um desafio para os profissionais de saúde, tanto para aqueles que
manuseiam durante o procedimento realizado no paciente, quanto para o
reprocessamento. A equipe de enfermagem da CME deve garantir não só a
qualidade do processo submetido, mas também a integridade do material a ser
usado.

A conscientização quanto ao problema das infecções hospitalares fez com


que todos os profissionais que direta ou indiretamente assistem os pacientes se
envolvessem no combate a esse mal, e a CME passou a adquirir um peso maior, na
medida em que constitui a mola mestra para a qualidade assistencial (MOURA,
2009).
22

2.3 Dinâmica de funcionamento da CME

A CME é considerada uma unidade de acesso restrito às pessoas que não


trabalham no setor, assim como o centro cirúrgico, esta medida diminui o risco da
exposição dos materiais processados à contaminação.
Rosa (2009) relatou que a localização da CME deve permitir fácil acesso
das unidades para retirada e entrega de materiais, sempre estando distante das
áreas de grande circulação que possam atrair insetos e roedores. Pode estar anexo
ao Centro Cirúrgico ou não. Com a mesma idéia Moura (2009), citou que a
proximidade com centros fornecedores como o almoxarifado e a lavanderia facilitam
o transporte e a comunicação com os centros receptores, no caso o centro cirúrgico
e a CME.

Nesta linha de raciocínio, foi descrito no manual de PRÁTICAS


RECOMENDADAS – SOBECC (2009) que a CME pode estar fora da instituição de
saúde, como empresa terceirizada prestadora do serviço de esterilização, desde
que não haja nenhum prejuízo para a qualidade do produto final.

Sob o ponto de vista estrutural, o setor deve estar em um ponto


estratégico que possa atender a demanda de materiais dos vários setores, com
prioridades àqueles que possam necessitar com maior urgência nos procedimentos.

Para Machado e Gelbcke (2009), a CME é um dos setores das instituições


de saúde em que a localização e arquitetura muito têm a dizer em relação à
valorização dada a ele, tendo em vista os locais inadequados em que alguns ainda
operam.

Além da estrutura física, outra questão importante para um bom


funcionamento da CME, são os recursos humanos. Basicamente a equipe é formada
por enfermeiros, auxiliares ou técnicos de enfermagem, pois considera-se que este
grupo de profissionais possui uma bagagem de conhecimentos técnicos específicos
fundamentados nos conceitos da microbiologia. A diferenciação do trabalho da
enfermagem, comparado a outras unidades ocorre pela necessidade de aprofundar
e aplicar os conhecimentos da área de microbiologia, da infecção hospitalar, dos
processos de limpeza, desinfecção e esterilização de material (SANCINETTI e
GATTO, 2007).
23

De acordo com Moura (2009), “Tradicionalmente os profissionais que


realizam suas atividades no Centro de Material e Esterilização pertencem à
enfermagem, destacando-se o papel do auxiliar/técnico de enfermagem”. A
operacionalização da desinfecção e esterilização deve ser minuciosamente
detalhada em todas as etapas do reprocessamento, empregando o conhecimento
técnico-científico adquirido em sua formação.

Taube e Meier (2007) citaram que o enfermeiro necessita somar à


estrutura física da CME, um conjunto de saberes estruturados que venha lhe conferir
competência, responsabilização pelo setor. Sendo assim, a competência é utilizada
para empregar diferentes tecnologias de enfermagem sobre os seus objetos de
trabalho, no intuito de transformá-lo e alcançar as finalidades propostas para o
sucesso do trabalho.

É importante ressaltar que a estrutura física, assim como o


dimensionamento da equipe de trabalho deve estar de acordo com as áreas da
CME: recebimento e expurgo, preparo e acondicionamento, esterilização,
armazenamento e distribuição de materiais. Com essa distribuição de pessoal, é
necessário preservar separadamente a área contaminada da área limpa, evitando a
contaminação de materiais com a circulação inadequada da equipe de trabalho em
áreas distintas. O treinamento contínuo em serviço é um instrumento que pode
melhorar a dinâmica do trabalho evitando o retrabalho, o que pode elevar o custo
institucional.

2.4 Ensino de Enfermagem e o recurso didático

No ensino pós-modernização, as mudanças política e social


caracterizaram mudanças na educação pela forma de viver o cotidiano, ocorreu uma
reformulação do ensino e seus conceitos reavaliando a realidade vigente, atitudes,
formas de pensar e agir, expectativas e o ambiente social. A educação é concebida
como um instrumento fundamental e essencial para a formação da consciência
crítica e da capacitação específica dos indivíduos de uma dada sociedade (PERES
et al, 1998).
24

Diante desta afirmativa, o professor por ser considerado um elemento


fundamental na educação de seus alunos, onde deve ter um preparo adequado,
sendo este um perfil que agrega a sua competência.

Scherer et al (2006) em suas reflexões sobre o ensino de enfermagem e o


primeiro contado de alunos com a profissão, percebe que tendência da sociedade
como um todo, neste novo mundo é a globalização. A educação que antes visava o
professor repassar o saber através do seu conhecimento empírico, hoje é requerido
dos órgãos formadores prepararem e formarem indivíduos capazes de incorporar os
aspectos inerentes a esse mundo globalizado. Porém a inserção e incorporação dos
valores da globalização em crescentes exigências não podem tirar o foco da visão
humanitária.

Pinhel e Kurcgant (2007) associaram o desenvolvimento exarcebado da


microeletrônica, a expansão tecnológica-industrial e as novas descobertas na área
da química fina com o surgimento da chamada era do conhecimento, tão decantada
pelas novas práticas transnacionais e pela mundialização das economias.

A partir daí, há a transformação para um novo paradigma que determina a


valorização da informação, um mercado de trabalho mais exigente, onde se busca
profissionais não só portadores de conhecimentos relevantes e dotados de
habilidades específicas, mas criativos e competentes, consequentemente levando as
universidades a buscarem novas competências nos profissionais nela formados, e a
buscar novas competências nos docentes nela inseridos.

Com um mesmo ponto de vista Scherer (2006), Rodrigues e Peres (2008)


apontaram como uma das mudanças mais significativas na educação nesta última
década, a utilização das tecnologias de informação e comunicação (TICs), pois esse
tipo de ferramenta torna o ensino mais dinâmico e interativo. Dentre as novas
tecnologias citam o uso de televisão, vídeo, telefone, fax e computador, entre outras.
Segundo eles, hoje a educação não pode ser restrita apenas aos recursos da sala
de aula, aos livros, ao quadro negro e ao giz. Novos modelos estão surgindo, de
modo a modificar formas de construir o conhecimento, transformando tanto o método
do ensino como o papel do professor e sua relação com os alunos.
25

Atualmente, as instituições de ensino se fundamentam em teorias


metodológicas da educação tradicional, no entanto, a globalização, o uso da
tecnologia, aflora também a necessidade do ensino à distância, que
progressivamente vem ocupando o seu espaço (RODRIGUES E PERES, 2008). Já
citava Nunes (1994) em sua publicação sobre o ensino à distância que alunos,
geralmente, têm forte influência dos métodos presenciais e, principalmente, são
pouco educados a estudar a partir de seu próprio esforço individual. Neste caso, é
fundamental que se oriente o estudante (não só em um momento inicial, mas
durante todo o período em que estiver realizando atividades a distância) a estudar
por conta própria, desenvolvendo habilidades de independência e iniciativa.

Para Rodrigues e Peres (2008), o ensino à distância ainda é um método


ainda pouco utilizado no Brasil, necessitando de maior investimento nas instituições
de ensino de saúde, capacitação docente e discente, reestruturação física, assim
como equipamentos.

Fernandes et al (2006) utilizou o computador em seu estudo em que


apresentou um software com o conteúdo de exame físico no recém nato para alunos
da graduação de enfermagem, acreditando ser um instrumento didático mais
organizado e rápido onde se veicula informações escritas, tendo como vantagem
ilustrações ou imagens, além textos científicos atualizados. Nessa perspectiva
possibilita na educação, permitir um ensino-aprendizagem individualizado, ou seja, o
instrumento pode ser um facilitador e ao mesmo tempo potencializador no processo
da aprendizagem. O instrumento pode contribuir para estimular a curiosidade de
determinados assuntos, assim com utilizá-los como fonte de pesquisa.

Ainda sobre os recursos didáticos, assim como o computador, o manual


de práticas também é considerado uma ferramenta útil e dinâmica, quando forem
explorados como forma de estudo, contribuindo para a reflexão de idéias
empregando-as em futuras práticas do coditidiano.

Valdemarin e Campos (2005) citaram que o manual permite a


compreensão, no plano das prescrições, dos mecanismos implícitos ao processo de
produção e circulação das idéias pedagógicas, bem como o poder discursivo que
exercem enquanto normatizadores de práticas docentes.
26

O manual consiste em direcionar de forma organizada os procedimentos


práticos na CME, os vários eventos de atividades executados pela equipe de
enfermagem são fundamentados em teorias.

A CME é uma unidade de trabalho onde passam os materiais de quase


todos os setores de um hospital, e a cada etapa configura-se uma metodologia
própria na sequência do reprocessamento. O manual pode ser utilizado naquelas
disciplinas que necessitarem de apoio didático à formação de profissionais
competentes para atuarem na CME. No caso específico do UniFOA será utilizada
na disciplina de Atenção à Saúde Adulto II.

Santana e Silva (2005) instrumentalizaram a prática no ensino com a


elaboração de um manual, com a participação dos alunos da graduação de
enfermagem. Acreditou que os manuais devem ser elementos facilitadores das
ações de enfermagem, orientando suas ações. No entanto, esse material didático
deve ser constantemente submetido à análise crítica, ser atualizado sempre que
necessário, considerando também, os avanços advindos dos resultados das
pesquisas realizadas na área.

A idéia do estudo proposto é a padronização de algumas ações técnico-


administrativas do enfermeiro que atuará na CME. Gerar uma manual de condutas é
planejar as ações de forma mais organizada e responsável. Visando sistematizar
nossas ações enquanto educadores, faz-se necessário considerarmos que na nossa
prática de ensino e atuação como docente requer um planejamento prévio.

Assim, espera-se que este manual de práticas da CME possa ser usado
efetivamente pelos alunos da graduação de enfermagem, e que este seja
compartilhado com professores na busca de qualidade no ensino da prática.
27

3. DESENHO METODOLÓGICO

Segundo Lopes et al (2006), a metodologia é a descrição dos métodos e


técnicas de pesquisa, aplicados à caracterização dos sujeitos/ população/ amostra
investigada ou ao material que foi manipulado para o levantamento dos dados da
pesquisa, instrumentos e procedimentos de coleta de dados.

O método utilizado para o estudo foi de caráter descritivo e abordagem


qualitativo. Cervo e Bervian (2007) consideraram que a observação, o registro,
análise e a correlação de fatos ou fenômenos (variáveis) não manipulados determina
a pesquisa descritiva. Tenta descobrir, com a maior precisão possível, a freqüência
com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e
suas características, buscando conhecer as diversas situações e relações que
ocorrem na vida social, política, econômica e demais aspectos do comportamento
humano.

Minayo e Sanches (1993) citaram que a abordagem qualitativa consiste


em realizar uma aproximação, fundamental e íntimo entre sujeito e objeto, uma vez
que ambos são da mesma natureza: ela se envolve com empatia aos motivos, pode
ir ao encontro de intenções, projetos dos atores, a partir dos quais as ações e as
relações tornam-se significativas. Baseia-se na compreensão dos fenômenos que
envolvem os sujeitos.

3.1 Cenário, População, Amostra e Período da Pesquisa

O Centro Universitário de Volta Redonda – UniFOA, localizado no


município de Volta Redonda, R.J, foi o cenário escolhido para a pesquisa.

O curso inserido no estudo foi o de graduação em Enfermagem e a


disciplina envolvida Atenção à Saúde do Adulto II, por ser nessa disciplina, o
desenvolvimento do tema Central de Material e Esterilização.
28

A população foi de 90 alunos do 6º período de enfermagem totalizados na


turma vespertina e noturna. Este número foi levantado antes da realização da
pesquisa.

Participaram da pesquisa respondendo o primeiro questionário 66


acadêmicos e respondendo ao segundo questionário 80 acadêmicos do 6º período
de graduação de enfermagem das turmas vespertino e noturno. Foram excluídos do
estudo, alunos de dependência na disciplina de Atenção à Saúde do Adulto II e
alunos transferidos após a aplicação do primeiro questionário de avaliação.

O período da pesquisa foi entre os meses de agosto à novembro de 2009.


Neste período foram aplicados os questionários nas turmas vespertino (1) e noturno
(1) em um único dia, em agosto foi aplicado o primeiro questionário e em novembro,
o segundo questionário.

3.2 Instrumento de Coleta de Dados

Os Instrumentos de coleta de dados foram dois questionários. O primeiro


questionário contendo duas perguntas abertas (apêndice 1), e o segundo
questionário contendo duas perguntas abertas e uma fechada (apêndice 2) que
foram aplicados no início e no término, respectivamente, na disciplina Atenção à
Saúde do Adulto II.

Conforme Cervo e Bervian (2007), o questionário possibilita medir com


mais exatidão o que se deseja, portanto, é a forma mais usada para coletar dados.
Em geral, a palavra questionário refere-se a um meio de obter respostas às
questões por uma fórmula que o próprio informante preenche. As perguntas
fechadas são padronizadas, de fácil aplicação, simples de codificar e analisar. As
perguntas abertas, destinadas à obtenção de respostas livres, embora possibilitem
recolher dados ou informações mais ricas e variados, são codificadas e analisadas
com mais dificuldade.

Este foi um instrumento facilmente aplicável e de retorno rápido,


principalmente quando distribuído em sala de aula, antes das aulas serem iniciadas.
29

Antes de aplicar o instrumento, os alunos foram orientados quanto a recusa ou não


obrigatoriedade em participar da pesquisa. E, ao consentir sua participação, dúvidas
foram esclarecidas sobre as perguntas antes de responderam o questionário.

A intenção da primeira avaliação foi levantar o conhecimento prévio do


aluno sobre a atuação do enfermeiro na CME, antes de ser implementada a
disciplina de Atenção à Saúde Adulto II, cuja temática é abordada. Na segunda
avaliação, buscou-se através dos registros dos depoentes, analisar o nível de
conhecimento adquirido durante as aulas expositivas. Portanto não há correlação
entre o primeiro e o segundo questionário aplicado, ou seja, nenhum dado
comparativo entre os dois questionários.

Utilizamos como referencial teórico de Bardin em 2002, baseando-se na


análise de conteúdo, descrito como um conjunto de técnicas de análise das
comunicações que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do
conteúdo das mensagens. Tais procedimentos são criteriosos, com muitos aspectos
observáveis, que colaboram muito no desvendar dos conteúdos dos documentos.
(GOLDEMBERG E OTUTUMI, 2008).

Segundo Secaf (2007), a participação na pesquisa deve ser espontânea,


portanto sem obrigatoriedade, o sujeito é autônomo para decidir sua escolha,
também é uma forma de proteção daqueles que estão com sua autonomia alterada
ou diminuída, mais vulneráveis a abusos ou danos; por exemplo: o idoso, o menor, a
gestante ou o paciente com presumível restrição para manifestar seu consentimento.
O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) é o documento que,
apresentado e assinado pelo sujeito da pesquisa ou seu responsável, evidencia o
cumprimento a esse princípio ético.

3.3 Submissão ao Comitê de Ética

O projeto de pesquisa foi encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa


em Seres Humanos (CoEPS) do Centro Universitário de Volta Redonda - UniFOA,
processo nº 184/09, protocolo Fundação Oswaldo Aranha nº 063323, data de
11/08/2009, tendo sido aprovada sem restrições.
30

A partir de então, o primeiro questionário foi aplicado aos sujeitos da


pesquisa após concordância dos mesmos no Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido. No segundo questionário, mesmo aqueles que participaram do primeiro
assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, autorizaram em novo
termo, a segunda participação.

Após a coleta e análise dos dados, foi possível identificar as concepções


dos alunos para fundamentar o estudo. Com relação à análise dos dados,
primeiramente, todos os questionários foram numerados, na intenção de manter o
sigilo das informações, independente da identificação nominal dos depoentes,
optando por identificar cada questionário numericamente de 1 a 66, na primeira
etapa e, 1 a 80, na segunda etapa. Depois, cada resposta foi analisada
individualmente e ao mesmo tempo sendo agrupadas por descrições similares. Os
agrupamentos de respostas formaram em cada pergunta, categorias.

Ao término da análise dos resultados, foi possível delinear o conteúdo do


produto elaborado, o manual de procedimentos da CME.

3.4 O Produto
O produto é um manual que contém itens que foram sugeridos pelos
próprios alunos durante a pesquisa, com a interação do pesquisador/docente da
disciplina, buscando-se estimular alunos da graduação para o ensino-aprendizagem.

O conteúdo é de orientações técnico-administrativas sistematizados e


organizados sobre a dinâmica de funcionamento de uma CME. Para minimizar a
dificuldade no entendimento da temática, procurou-se elaborar uma linguagem clara
e objetiva que pudesse explicar e possibilitar a compreensão das informações com
imagens fotográficas de equipamentos, materiais e técnicas mais utilizadas no
reprocessamento de materiais da CME.

Para que essas imagens pudessem ser divulgadas no meio científico, foi
aprovado o projeto encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa em Seres
Humanos (CoEPS) do Centro Universitário de Volta Redonda – UniFOA,
certificando-se para dar prosseguimento à pesquisa com o nº do processo 184/09.
31

O manual de práticas da CME foi elaborado a partir da seleção das


melhores fotografias e bibliografias atualizadas escolhidas pela autora. As fotografias
foram tiradas em uma firma de esterilização terceirizada com 6 meses de
funcionamento em um hospital privado, em áreas do expurgo, preparo e
armazenamento de materiais, tendo sido as fotos separadas de acordo com os itens
abordados.

Kavanagh (2007) enfatizou que o manual de procedimentos de


enfermagem é um instrumento que reune, de forma sistematizada, normas, rotinas e
procedimentos para a execução das ações de enfermagem. Deve ser atualizado e
um facilitador das ações de enfermagem, uma vez que há uma padronização das
informações.

Para elaborar o manual, utilizamos algumas referências bibliográficas com


a intenção de priorizar assuntos que melhor identificaram a necessidade dos alunos
à prática do cotidiano. Nesse momento, contamos também com a experiência e o
entendimento da autora sobre a temática.

Echer (2005), explicou que no momento da construção do manual é


necessário selecionar quais informações realmente são importantes para constar no
manual, porque ele precisa ser atrativo, objetivo, não pode ser muito extenso, mas
deve dar uma orientação significativa sobre o tema a que se propõe; precisa ser de
fácil compreensão e atender às necessidades específicas de uma determinada
situação de saúde para que as pessoas se sintam estimuladas a lê-lo.

O manual foi o instrumento didático idealizado, por ser um documento de


fácil consulta acadêmica, com informações consistentes, claro, objetivo e atualizado
com o intuito de facilitar o ensino-aprendizagem. Este deve ser um material de bolso,
que acompanhe o aluno até o campo da prática e ser referência para a execução de
procedimentos no campo profissional.
32

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Ao analisar o discurso de acadêmicos de enfermagem, interpretando e


comparando os dados dos questionários, foi possível agrupá-los de acordo com a
semelhança, e assim realizar o processo de elaboração dos resultados.

Para Goldemberg e Otutumi (2008) o tratamento dos dados pela técnica


da análise temática ou categorial utilizada por Bardin em 2002, baseia-se em
operações de desmembramento do texto em unidades, ou seja, descobrir os
diferentes núcleos de sentidos que constituem a comunicação, e posteriormente,
realizar reagrupamento em classes ou categorias.

A análise do discurso, na visão de Rocha e Deusdará (2005), com base no


referencial teórico de Bardin, não pretende instituir uma nova lingüística, mas
consolidar uma alternativa de análise, mesmo que marginal, à perspectiva
tradicional. Possibilita um alargamento teórico, originada de um olhar diferenciado
que se lança sobre as práticas linguageiras.

4.1 Análise do Primeiro Questionário

Em relação ao primeiro questionário aplicado, composto de duas


perguntas, foram respondidos por 66(100%) alunos.

A primeira pergunta referiu-se ao entendimento de acadêmicos de


enfermagem sobre a finalidade da CME em uma instituição de saúde. Os
agrupamentos formados pela similaridade das respostas resultaram nas seguintes
categorias: 1) Procedimentos técnicos de esterilização e desinfecção de artigos
hospitalares e 2) Prevenção e controle de infecção relacionado ao material
reutilizável.

 Procedimentos técnicos de esterilização e desinfecção de artigos


hospitalares
33

Os resultados revelaram que 37 (56,1%) depoentes mostraram em suas


respostas possuir algum conhecimento prévio sobre a CME, mesmo que não tenham
tido a disciplina de Saúde Adulto II, no 6º período. Esses depoentes apontaram a
CME como o setor responsável pela esterilização e desinfecção de artigos
hospitalares.

O processo de esterilização de artigos hospitalares foi a resposta descrita


por 30 depoentes como sendo a atividade principal da CME, talvez, relacionando a
identificação do setor com a função executada por seus integrantes no setor em
questão.

“A Central de Material e Esterilização hospitalar é como se fosse o coração


de qualquer unidade onde deve ocorrer toda esterilização correta dos
materiais, a fim de evitar contaminação e prejuízos à saúde de todos.”Dep.
15.

“Esterilizar e processar todo o material que possa ser reutilizado.” Dep. 25

“Separar e esterilizar materiais de modo que possa ser reutilizado em outros


procedimentos.”Dep. 47.

“A finalidade é de preparar instrumentos que necessitem ser estéreis, para


que desta forma os pacientes não sejam contaminados por microrganismos
do meio externo.” Dep. 48.

Se por um lado a identificação do setor facilita relacionar a finalidade do


setor, pode-se observar através das respostas, uma riqueza de detalhes a serem
considerados. Pois, as informações conferem com a literatura encontrada.

Moura (2009) citou que no contexto hospitalar, a CME é o setor


encarregado de expurgar, preparar, esterilizar, guardar e distribuir materiais estéreis
ou não para todas as unidades que prestam cuidados aos pacientes.

Talhaferro et al (2007) conferem à CME a uma unidade vital e fundamental


do contexto hospitalar, tendo como função prover materiais livres de contaminação
para serem utilizados nos mais variados procedimentos hospitalares.

Entretanto, do quantitativo de 37 depoentes, 7 descreveram a desinfecção


e esterilização de artigos hospitalares como a principal atividade que envolve a
CME. As respostas identificam certo detalhamento do reprocessamento de
34

materiais, visto que, na CME são realizados simultaneamente os dois


procedimentos.

O processo de desinfecção de artigos é tão importante quanto o processo


de esterilização, pois ao considerar que as instituições de saúde possuem grandes
quantidades de materiais necessários aos diversos procedimentos invasivos ou não,
muitos são de uso único e outros são reutilizáveis. Os materiais de reuso podem ser
submetidos a dois procedimentos na CME, à esterilização ou à desinfecção, o
processo à ser empregado vai depender do tipo de material e sua utilização.

“Realizar a esterilização dos materiais hospitalares, assim como o


armazenamento e distribuição dos mesmos após estéreis. Tem como
finalidade também realizar a desinfecção dos materiais.” Dep. 40.

“Desinfetar, esterilizar e remover bactérias dos materiais contaminados do


hospital com o objetivo de serem reutilizados.”Dep. 45.

“Fazer a desinfecção e esterilização dos materiais hospitalares com mais


agilidade e maior quantidade, ajudar na preparação do controle de infecção
hospitalar, preparar materiais esterilizados para o centro cirúrgico, em
rotatividade às cirurgias, preparar campos, etc.” Dep.50.

Entender que a CME é o local adequado para o reprocessamento de


artigos hospitalares, no qual abrange métodos apropriados de esterilização e
desinfecção, faz pensar que os artigos hospitalares deverão ser classificados quanto
a condição de uso, considerando a composição do material e a finalidade do
procedimento. Essa relação é necessária para o encaminhamento correto do método
a ser empregado.

Guadagnin et al (2005), enfatizaram que hoje a tendência é que esta


unidade, principalmente nos hospitais de grande e médio porte, seja independente e
autônoma com a finalidade de apoiar todos os setores que prestam atendimento
diagnóstico e terapêutico aos pacientes. Desta forma, garante que todas as etapas
do reprocessamento dos artigos (limpeza, secagem, preparo, acondicionamento,
desinfecção e/ou esterilização, armazenamento e distribuição) sejam cumpridas,
passando por processos padronizados e controlados.
35

De acordo com manual de PRÁTICAS RECOMENDADAS-SOBECC


(2009), Spaulding em 1968, propôs uma abordagem racional à desinfecção e à
esterilização, ao dividir os artigos ou produtos usados na assistência prestada aos
pacientes em três distintas categorias, conforme seu grau de risco de infecção –
artigos críticos, semicríticos e não-críticos. Essa classificação prevalece até os dias
atuais e contribui para nortear o método mais adequado de processamento de
materiais.

 Prevenção e controle de infecção relacionado ao material reutilizável

Com base ainda na primeira pergunta, constatou-se que 26(39,4%)


relacionaram a finalidade da CME com os materiais contaminados e o controle de
infecção hospitalar, revelando de certa forma uma compreensão indireta e não a
uma ideal concisa sobre a CME.

“Manter a integridade do material visando a descontaminação de cada um


deles, Sendo assim, eliminando microrganismos que possam de alguma
forma causar danos à saúde do paciente e a segurança do profissional.”
Dep. 13.

“Promover limpeza e cuidado com os materiais utilizados pelo


paciente.”Dep.44.

“Para prevenir contra infecção hospitalar.” Dep.64.

“Eliminar bactérias e possíveis causadores de infecções, para estar apto ao


uso corriqueiro e para dar qualidade ao material.” Dep. 66.

Associar limpeza e descontaminação dos materiais usados na assistência


de enfermagem está relacionada ao controle da infecção hospitalar, visto que o
material é um dos veículos de maior acesso ao cuidado de pacientes hospitalizados.
A falha ocorrida em um dos processos que segue a recomendação dos métodos de
esterilização pode induzir o paciente a infecção.

Tipple et al (2005) citou que para compreender a contextualização do CME


no processo de controle de infecção, basta atentar-se ao fato da utilização dos
36

artigos odonto-médico-hospitalares sem o devido comprometimento dos serviços


prestados ao cliente. É necessário que tais artigos tenham previamente passado por
um fluxograma unidirecional que se resume em limpeza, secagem, preparo e
esterilização e estocagem. Qualquer falha ocorrida durante o processamento implica
em possíveis complicações como, por exemplo, infecção trans ou pós-operatória.

Para o encerramento da primeira pergunta, constatou-se que somente 3


(4,5%) alunos não souberam emitir nenhum conceito ou relacionar situações que
pudessem dar algum entendimento à CME. Esses alunos alegam que não possuem
vivência na área, pois trabalham em áreas distintas.

Quanto à segunda pergunta, buscou-se levantar através da descrição das


respostas dos questionários, se acadêmicos de enfermagem conhecem o papel do
enfermeiro na CME, embora ainda não tenham sido discutidos sobre a temática na
disciplina de Saúde Adulto II.

Ao analisar as respostas de 66 (100%) alunos que responderam o primeiro


questionário, os resultados apontaram três categorias de respostas. 1)
Gerenciamento de ações na CME, 2) Perfil do enfermeiro na CME e 3)
Desconhecimento sobre o papel do enfermeiro da CME.

 Gerenciamento de Ações de Enfermagem

Evidenciou-se que 56 (84,8%) alunos conseguiram descrever algum dos


papéis do enfermeiro na CME. Nota-se nas entrelinhas detalhamento das atividades
realizados no setor, o que pode tornar-se fácil a compreensão do aluno com a
exposição da temática.

“Garantir que todo o material seja limpo, esterilizado e embalado, bem como
separados de acordo com sua devida finalidade. Gerenciar a equipe e toda
a burocracia desta unidade.” Dep. 33.

“Garantir o cumprimento de todas as etapas da esterilização, assim como


verificar a temperatura da autoclave e paramentação da pessoa que
manuseia o material.” Dep. 49.

“Orientar sua equipe a realizar a esterilização de forma adequada, seguindo


todas as etapas e os métodos corretos.”Dep.55.
37

“Orientar e supervisionar o trabalho de esterilização.”Dep.65.

A concepção teórica prévia do aluno, no contexto desta temática, poderá


contribuir para agregar ou assimilar melhor o conteúdo sobre o funcionamento da
CME e seu futuro desempenho como líder de equipe frente a situações de
coordenação e gerenciamento de ações na CME.

Para Aguiar et al (2009), o enfermeiro é um administrador que precisa


preocupar-se com a questão gerencial de recursos materiais e humanos adequando
à realidade institucional, sem contudo esquecer da importância da adoção de
medidas dinâmicas e planejadas na organização do trabalho. Para tanto se faz
necessário que os enfermeiros que atuam em CME desenvolvam formas de
qualificar suas práticas frente às crescentes apresentações de produtos usados na
assistência, que estabelecem novos modos de produção e novas relações de
trabalho.

A atualização profissional é um constante desafio para o enfermeiro, pois


ele será o multiplicador de ações no setor onde atua, mantendo sua equipe
preparada no atendimento aos clientes. É fundamental o professor estar
constantemente atualizado e estimular acadêmicos na busca de novos
conhecimentos que possam aplicar em futuras práticas.

 Características do Enfermeiro na CME

Os resultados mostraram que 5 (7,6%) dos alunos responderam como o


enfermeiro da CME deve se comportar diante do processo de trabalho nesse setor, o
que caracteriza o perfil profissional. Vale enfatizar que o perfil está associado ao
papel do enfermeiro.

“Ser responsável pela normatização das rotinas da CME e o controle dos


materiais que ali se encontram. O controle de entrada e saída dos materiais,
bem como a validade, a acomodação e o processo de esterilização
dispensado a cada material específico.”Dep. 18.
38

“Estar atento e ser capacitado para assumir o seu papel sendo responsável
por garantir a esterilidade dos materiais a serem utilizados.” Dep. 13.

“Ser um profissional organizado, que domine o assunto, capaz de separar


corretamente o ambiente dos materiais estéreis dos não estéreis, entender
dos diferentes tipos de autoclaves e os materiais indicados para cada uma
delas, a fim de não danificá-los. Tem como papel também, a instrução de
seus funcionários quanto a maneira correta de esterilização e desinfecção
para garantir o sucesso do trabalho.”Dep. 40.

Embora tenha sido um pequeno grupo de acadêmicos a identificar o perfil


desejado do enfermeiro na CME, é algo bastante significativo se associado a sua
competência desse profissional exercida no setor.

Compartilhando do mesmo pensamento Possari (2008) e Aguiar et al


(2009), citaram que exercer liderança perante o grupo, ter pensamento estratégico
com capacidade de decisão e solução de problemas, ter uma visão crítica da
realidade sócio-político-econômica do país para uma participação efetiva no sistema
de saúde, gerenciar ações de enfermagem no âmbito da saúde, buscar sua
constante capacitação e atualização e atuar como membro educador desenvolvendo
processos e tecnologias nos serviços de saúde e comunidade, são características
que um enfermeiro deve possuir.

Entretanto, tal perfil, pode contribuir para otimizar o processo de trabalho,


reduzir custos e os riscos para os usuários (AGUIAR et al, 2009).

 Desconhecimento sobre o papel do enfermeiro da CME

Apesar de a grande maioria ter bom entendimento sobre o papel do


enfermeiro na CME, às vezes confundidos ao perfil, pode-se identificar ainda que,
infelizmente, alguns acadêmicos de enfermagem 5(7,6%) desconhecem a temática
por falta de vivência na área da saúde.

O trabalho, como princípio educativo, não pode ser uma mera


aprendizagem formal, teórica ou intelectualizada (GRINSPUN, 2010). Há de ser uma
39

reflexão orientada por professores e especialistas com base na experiência vivida


pelos alunos no trabalho desenvolvido dentro e fora da escola. Grande parte de
nossos alunos das classes populares já ingressou no trabalho, portanto, não o
desconhece.

Dessa maneira, é possível entender que aqueles alunos que trabalham ou


trabalharam na área de saúde, especificamente em hospitais, possuem concepções
que podem favorecer o seu aprendizado.

De acordo com Teixeira et al (2006) o conhecimento consiste em


representações da realidade, constituídas no decorrer das experiências vividas e no
processo de formação.

4.2 Análise do Segundo Questionário

O segundo questionário foi aplicado a 80(100%) acadêmicos de


enfermagem da mesma turma que participou do primeiro questionário, após a
administração das aulas teóricas e práticas em laboratório de habilidades, usando os
recursos que a universidade oferece.

Com base na primeira pergunta, referente à descrição de dificuldades


relacionadas por acadêmicos de enfermagem em associar o ensino teórico à prática,
emergindo as seguintes categorias de respostas: 1) Aulas práticas insuficientes
para o conteúdo e 2) Dificuldade em relacionar procedimentos técnicos à prática.

 Aulas práticas insuficientes para o conteúdo

Revelou-se nessa categoria de respostas 48(60%) depoentes que


demonstraram dificuldades em assimilar o conteúdo da temática com a quantidade
de aulas práticas. Os acadêmicos de enfermagem atribuem às aulas práticas, a
possibilidade de melhorar o entendimento teórico da disciplina.

“Muito conteúdo na teoria e pouca prática.” Dep. 8.

“Acho que a maior dificuldade são as poucas aulas práticas e o pouco


contato com os materiais da CME, os professores tentam fazer o possível
40

para nos aproximar da realidade, mas nada comparado com o campo


prático dentro o hospital.” Dep. 37.

“As aulas teóricas não tem material para mostrar aos alunos, quando
estamos na prática é difícil para identificarmos os materiais, pois não foram
vistos e tocados na teoria.” Dep. 46.

“Pois o teórico é todo certo (método correto a ser ensinado) e na prática é


totalmente diferente, a realidade é muito diferente da teoria.” Dep.61.

O entendimento que se tem a partir da análise dos depoentes é que deve


existir uma interseção da prática fundamentada na teoria aplicada, entretanto, para
haver essa fusão, no qual se concretiza o ensino e a aprendizagem, são necessários
recursos como materiais e equipamentos e a quantidade de aulas práticas que
possam aproximar o aluno da realidade.

Para Teixeira et al (2006), as aulas práticas precisam ser desenvolvidas


em espaços adequados ao número de estudantes, ter material de consumo
suficiente e ainda equipamentos disponíveis para uso e/ ou demonstração.

 Dificuldade em relacionar procedimentos técnicos à prática

Para essa categoria de resposta, 28(35%) dos depoentes descreveram


que a dificuldade na aprendizagem se identifica em procedimentos técnicos
relacionados ao manuseio de equipamentos existentes na CME e materiais diversos.

“Conhecer os equipamentos e materiais disponíveis.” Dep.6.

“A falta de conhecimento do ambiente da CME. Acho que a dificuldade


maior é ter noção dos tipos de autoclaves se não conhecemos nem mesmo
a mais comum, estudar as diferentes embalagens sem vê-las. Isso dificulta
a fixação da matéria.”Dep.40.

“A dificuldade é associar os materiais que são falados com a prática. Temos


que ter figuras ou até conhecer uma Central de Material e Esterilização para
que a teoria seja melhor absorvida.”De.p 45.

“A identificação dos instrumentais na prática.”Dep.72.

“A maior dificuldade é reconhecer o material usado para procedimentos


específicos.”Dep.74.
41

Pinheiro et al (2006), conferiu às ações da prática, uma ferramenta de


assimilação e descreveu que analisar experiências, significa conceber o cotidiano
como o lugar onde as ações desenvolvidas, sejam elas simbólicas ou práticas,
produzem sentidos e se configuram como práxis.

A preocupação acadêmica é significativa, se considerar que a CME, é um


setor exclusivamente operacional e complexo no sentido de que todos os
procedimentos técnicos estão associados ao funcionamento de materiais e
equipamentos hospitalares. Contudo, a aprendizagem será gradativa quando o
aluno tiver contato regularmente com o ambiente cirúrgico e a CME.

Neste aspecto, embora entendendo as dificuldades encontradas para


assimilar todo o conteúdo necessário do processo de trabalho da CME, Rosa (2009),
persistiu em colocar que, a CME deve ser administrada por profissional responsável
e competente para exigir uma qualidade de atendimento necessário à instituição
com conhecimento profundo das técnicas de esterilização, manejo dos
equipamentos e diferentes instrumentais cirúrgicos.

Caberia então uma reflexão: que estratégia de ensino poderia minimizar


as dificuldades encontradas por alunos em associar teoria à prática. Talvez um
manual de práticas bem fundamentado e simplificado poderia facilitar o
entendimento desses acadêmicos.

É importante citar que, na primeira pergunta do segundo questionário dos


80(100%) dos depoentes que responderam sobre as dificuldades encontradas em
associar o ensino teórico à prática na CME, 4 (5%) depoentes que não revelaram
qualquer dificuldade na aprendizagem sobre a temática.

“Acredito que a única dificuldade que eu tive foi a quantidade de matéria


dada. O conteúdo é bem extenso, mas acredito que foi bem dado.”Dep.7.

“Acredito que as dificuldades não são muitas, pois estudando primeiro a


parte teórica, fica bem mais fácil entender a parte prática.” Dep.11.

“Foi muito boa, muito bem explicado pela professora. Mas seria bom se
tivéssemos mais vezes aulas assim, pois é muita coisa para se ver.”Dep.14.

“Não tenho nenhuma dificuldade.” Dep.24


42

Felizmente, embora citadas por poucos alunos, as aulas expositivas foram


satisfatórias, pois houve a apreensão do conhecimento pelo aluno, apesar do
conteúdo ser extenso. Esse é o nosso maior desafio enquanto professor, tornando-
se gratificante quando o objetivo é alcançado.

Segundo Freire (2010), quando o professor possui experiência na


execução da prática, conhecendo as diferentes dimensões que caracterizam a
prática, o professor torna-se mais seguro para desempenhar seu papel enquanto
educador.

Ao analisar a segunda pergunta do segundo questionário, pode-se


levantar entre os 80(100%) dos depoentes, os instrumentos didáticos que na opinião
de acadêmicos de enfermagem auxiliariam no ensino-aprendizagem da temática
CME, as semelhanças de respostas, possibilitaram o agrupamento e a formação das
seguintes categorias de respostas: 1) Vídeos, filmes e aulas práticas em hospitais e
laboratório de habilidades e 2) Manuais, apostilas e cartilha.

 Vídeos, aulas práticas em hospitais e laboratório de habilidades

Essa categoria de resposta foi definida por 58 (72,5%) depoentes, esses


apontaram a imagem real da prática, como a forma didática que pode facilitar o
ensino-aprendizagem acadêmico.

“Os instrumentos que poderiam melhorar é ter aulas com vídeo e prática
nos hospitais.”Dep.35.

“Os que já são usados vídeo e fotos.”Dep.48

“Vídeos, aulas práticas com materiais e equipamentos utilizados.” Dep.57.

“Aulas em laboratórios, visitas programadas à instituições, especificamente


em CME.”Dep.80.

O mundo em que vivemos encontra-se em constante mudança, uma delas


é a evolução tecnológica, não obstante, a educação deverá acompanhar essas
inovações. Rever métodos de ensino que possam motivar a participação dos alunos
em aula, facilitando a apreensão do conteúdo proposto.
43

Pinheiro et al (2007), defenderam a idéia de que não há mais espaço para


passividade e a alienação. No ensino atual, o que se espera é a mudança de
comportamento, a interação do aluno com o professor em buscar de respostas para
os problemas. O desenvolvimento de uma atitude proativa. Então, Nascimento e
Filho (2002) complementam que as novas tecnologias da informação e
comunicação, além de proporcionar rápida difusão de material didático de interesse
para professores e alunos, permitem, entre outras possibilidades, a construção
interdisciplinar de informações produzidas individualmente ou em grupo por parte
dos alunos. Moran (2008) incluiu a televisão, o cinema e o vídeo como meios de
comunicação audiovisuais mais usados que desempenham indiretamente, um papel
educacional relevante.

Os alunos recebem subsídios para questionar, desenvolver a imaginação


e a fantasia, abandonando o estado de subserviência diante do professor e do
conhecimento apresentado em sala de aula.

A influência da tecnologia na comunicação, especificamente na educação,


vem ocupando um espaço cada vez maior, no cotidiano das universidades. Tornou-
se quase que uma necessidade na tentativa se equiparar com a realidade do
cotidiano das pessoas. Mudanças comportamentais ocorrem diante das inovações
tecnológicas e consequentemente, os alunos necessitam de um instrumento
motivacional no ensino-aprendizagem, e não simplesmente, aula expositiva.

 Manuais, apostilas e cartilha

Apesar de não ser a maioria, mas apenas de 22 (27,5%) dos depoentes,


esses representam uma parcela significativa que apontam as orientações escritas
como meio didático viável que possibilita auxiliar na aprendizagem dos acadêmicos
sobre a temática CME. A vantagem é que esse instrumento pode ser um material de
bolso utilizado para consultas em aulas teóricas e práticas, possibilitando debates e
esclarecimento às duvidas, interação entre professor/aluno e aluno/CME.
44

“Um manual ou cartilha que os alunos pudessem ter em mãos para


possíveis consultas.”Dep.1.

“Apostilas para acompanhar a matéria e para melhor entendimento.”Dep.4.

(...) elaboração de apostilas contendo materiais da CME, bem como a


atuação do enfermeiro na mesma. (...). Dep.33.

“Um manual mais objetivo, com informações específicas que realmente o


enfermeiro precisa saber (...)”. Dep.55.

“Manuais explicativos.”Dep.59.

As vantagens oferecidas de um manual, uma apostila ou uma cartilha é a


portabilidade, possibilita-se levar a qualquer lugar onde houver a necessidade de
consulta. Tendo o conteúdo mais objetivo e voltado para a praticidade das ações,
pode acompanhar o acadêmico durante a prática em laboratório ou em campo da
prática hospitalar.

Para finalizar as questões referidas ao segundo questionário, a última


pergunta, diz respeito ao conteúdo do manual proposto como produto desse estudo
científico. A interação de acadêmicos de enfermagem que assistiram as aulas
teórico-prático da disciplina de Atenção à Saúde do Adulto II elegeram os seguintes
conteúdos para a confecção do manual da temática CME, mostrado em números
absolutos na Figura 1.

Na visão de alunos da graduação de enfermagem ficam claro que todos os


conteúdos sugeridos são considerados por eles importantes, entretanto, alguns itens
foram escolhidos como de maior relevância, talvez por serem mais significativos
para o processo de trabalho.

Piletti e Piletti (2008) acreditaram que para sejam atingidos os objetivos


educacionais é importante que os conteúdos sejam vistos como vivos dinâmicos e,
mais do que isso, sejam redescobertos e reconstruídos pelos próprios alunos.
Assim, sentir-se-ão sujeitos da própria educação e estarão aprendendo a redescobrir
e reconstruir a realidade e o mundo em que vivem.
45

Recursos humanos na CME 37


Sistema de armazenamento e controle 64
Uso de indicadores químicos e … 52
Tipos de embalagens e empacotamento 59
Cuidados com os artigos… 26
Métodos de desinfecção e esterilização 71
Classificação de artigos… 22
Descrição das áreas de trabalho da CME 44
Características e objetivos da CME 58
Equipamentos 60
Outros 9

0 10 20 30 40 50 60 70 80

Figura 1: Conteúdo do Manual de Prática da CME, apontados na pesquisa

A participação de acadêmicos de enfermagem na elaboração do próprio


manual poderá contribuir para o direcionamento de um conteúdo mais consistente e
claro para o seu entendimento. A interação de alunos no processo educativo poderá
torná-los mais proativos em busca de seus ideais, tornando-o mais críticos em
relação à realidade.
46

5. PRODUTO - MANUAL

O manual constitui-se em um material educativo, contendo 68 páginas.


Estas têm a dimensão de 24X18 cm, impressas na cor preta, branca e verde
contendo em papel couche fotos coloridas, presas por espiral, cuja capa é mostrada
na Figura 2. O manual foi denominado “Manual de Práticas para Enfermagem –
Central de Material e Esterilização”.

Figura 2: Capa do Manual

A idealização do Manual de Práticas em Central de Material e


Esterilização teve como princípio a descrição de pontos significativos da
operacionalização da prática com a descrição de textos simples e de fácil
compreensão. O bom entendimento de acadêmicos e profissionais de enfermagem
pode proporcionar melhorias da qualidade técnica na execução de atividades no
cotidiano nesse setor.
47

Procurou-se neste manual ofertar não só as bases teóricas para a


formação dos alunos, mas um instrumento didático útil e atualizado para todos os
profissionais. O manual apresenta inicialmente, nos dois primeiros capítulos, a
finalidade e os objetivos de uma CME, localizando não só a área física necessária
para a realização de um trabalho com qualidade, como também situando os
profissionais de enfermagem nesse contexto.

No terceiro capítulo, apresenta-se a classificação de artigos


odontomédico-hospitalar. O conteúdo do quarto e quinto capítulos versa sobre
métodos de desinfecção e esterilização, identificando vantagens e desvantagens
inerentes a cada um. No sexto capítulo, mostram-se todas as etapas do
reprocessamento de materiais na CME com a exposição de figuras ilustrativas que
podem contribuir para compreensão dos textos escritos. No sétimo capítulo, é
enfatizada a importância da realização do empacotamento de materiais em
embalagens que sejam adequadas aos métodos de esterilização, garantindo não
somente a permeabilidade do agente esterilizante, mas para obter a barreira eficaz,
evitando a recontaminação dos materiais. Seguindo o oitavo capítulo com a
apresentação dos testes padronizados pelo Ministério da Saúde, no que se refere à
garantia da qualidade da esterilização nos vários métodos.

E finalmente, o último capítulo aponta sucintamente alguns cuidados


especiais com os instrumentos cirúrgicos e seu controle nas etapas do processo na
CME.

A intenção do instrumento é fornecer informações objetivas, claras, porém


com todo o conteúdo escolhido por eles.
48

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados da pesquisa puderam comprovar que o primeiro


questionário identificou que a maioria possuía algum conhecimento prévio à
disciplina, quanto a finalidade e o papel do enfermeiro na CME, mesmo aqueles que
nunca atuaram no setor. O segundo questionário aplicado, que ocorreu
posteriormente ao conteúdo apresentado em sala de aula e aulas práticas, mostrou
que a maioria referiu dificuldades em associar ensino teórico à prática, relacionando-
as à pouca carga horária na disciplina dada e dificuldade para assimilar os
procedimentos técnicos à prática em campo.

Os instrumentos didáticos sugeridos pelos alunos que poderia contribuir


para o desenvolvimento da prática, citados pela maioria, foram vídeos, aulas práticas
em hospitais e laboratório de habilidade da universidade. Entretanto, a proposta para
a melhoria desse ensino, é um instrumento que possa ser acessível a todos os
alunos, independente do local, ensino teórico ou prático, em hospital ou laboratório.

O manual elaborado será utilizado na disciplina de Atenção à Saúde do


Adulto II e com o patrocínio de uma empresa de saúde suplementar servirá como
ferramenta de trabalho. Além disso, ficará à disposição para consultas de
profissionais enfermeiros, orientando o trabalho na CME e áreas afins.

Nesse sentido, acredita-se que a utilização de um manual prático da CME,


aqui apresentada, poderá possibilitar discussões entre o professor e o aluno,
motivando reflexões sobre a prática.
49

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APÊNDICE A: PRIMEIRO QUESTIONÁRIO

Instrumento de coleta de dados da pesquisa intitulada: Ensino de Enfermagem:


Proposta de um Manual de Práticas.

Primeira parte:
Responda:

1) Qual a finalidade da Central de Material e Esterilização Hospitalar (CME) em


uma instituição de saúde?

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2) Qual o papel do enfermeiro como responsável pela Central de Material e


Esterilização (CME)?

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_________________________________________________________________
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60

APÊNDICE B: SEGUNDO QUESTIONÁRIO

Segunda parte:
Responda:

1) Descreva quais as dificuldades encontradas em associar o ensino teórico à


prática na Central de Material e Esterilização (CME)?

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______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________

2) Na sua opinião, quais os instrumentos didáticos poderiam auxiliar no


desenvolvimento da prática na CME?

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______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________

3) Quais temas você considera relevantes para a elaboração de um manual de


prática da CME?

( ) Características e objetivos da CME


( ) Descrição das áreas de trabalho da CME
( ) Classificação de artigos odontomédico-hospitalar
( ) Métodos de desinfecção e esterilização
61

( ) Cuidados com os artigos odontomédico-hospitalar


( ) Tipos de embalagens e empacotamento
( ) Uso de indicadores químicos e biológicos
( ) Sistema de armazenamento e controle
( ) Recursos humanos na CME
( ) Equipamentos
( ) Outros

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