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Introdução

Concordância nominal e concordância verbal

A concordância orienta a combinação das palavras na frase (CEREJA; MAGALHÃES, 2016). Para
Bechara, “a concordância consiste em se adaptar a palavra determinante ao gênero, número e pessoa da
palavra determinada. A concordância pode ser nominal ou verbal”. (2014, p. 105).

A concordância nominal é estabelecida pelos adjetivos, pronomes, artigos e numerais, que


concordam em gênero (feminino ou masculino) e número (singular ou plural) com os substantivos a que
fazem referência. É, portanto, a concordância entre o substantivo e seus determinantes.

A concordância verbal, por sua vez, ocorre entre verbo e sujeito da oração. O verbo concorda com o
sujeito em número e pessoa (1ª, 2ª e 3ª pessoas).

No tópico Fontes complementares de estudo deste módulo, há indicações de ótimos vídeos disponíveis no
YouTube para complementar seu aprendizado.

A seguir, propõe-se a análise específica dessas concordâncias:


1. Concordância nominal
Concordância nominal

A regra geral da concordância nominal é concordar o adjetivo em gênero em número com o


substantivo a que se refere. Em outros termos, a “palavra determinante irá para o gênero e número da palavra
determinada” (BECHARA, 2009, p. 544).

O alto ipê cobre-se de flores amarelas. (Domingos Paschoal Cegalla).


Nós estamos quites.
Amo os dias ensolarados.

Nos casos em que há mais de um substantivo associado ao adjetivo, ou seja, mais de uma palavra
determinada, são apresentadas as seguintes soluções:

Se as palavras determinadas (substantivos) forem do mesmo gênero, a palavra determinante


(adjetivo) irá para o plural e para o gênero comum ou poderá concordar em gênero e número com a
mais próxima.

A língua e (a) literatura portuguesas ou A língua e (a) literatura portuguesa. (Evanildo Bechara).
Busco sapato e vestido amarelo ou Busco sapato e vestido amarelos.

Se os substantivos pertencerem a gêneros diversos, o adjetivo irá para o plural masculino ou


concordará em gênero e número com a palavra mais próxima (BECHARA, 2014, p. 105).

Busco uma meia e um sapato pretos ou Busco uma meia e um sapato preto.
Quero legumes e frutas orgânicos ou Quero legumes e frutas orgânicas.

Se forem substantivos próprios ou substantivos que retratam graus de parentesco, o adjetivo irá
para o plural.

Meus confiantes primo e prima viajaram nesta madrugada.


Os aplicados João e Ricardo acabaram a prova antes de todos.

Na hipótese de o adjetivo ser predicativo de sujeito composto, valem as seguintes regras:

Predicativo do sujeito
https://www.normaculta.com.br/predicativo-do-sujeito/
1) O adjetivo vai para o mesmo gênero, no plural, quando os substantivos pertencerem
ao mesmo gênero: "O documento e o livro estavam rasgados".
2) O adjetivo vai para o masculino plural quando os substantivos pertencerem a
gêneros diferentes: "A casa e o apartamento estavam limpos".
Nos casos em que há uma só palavra determinada (substantivo) e mais de uma determinante
(adjetivo), o substantivo irá para o plural ou ficará no singular, sendo, neste último caso, facultativa
a repetição do artigo. Veja as possibilidades:

As comidas brasileira e argentina


A comida brasileira e argentina
A comida brasileira e a argentina

Essa regra pode ser observada no título da seguinte notícia publicada na intranet:

Magistrado lança obra sobre recursos extraordinário e especial

O título, portanto, poderia também ser escrito da seguinte forma:

Magistrado lança obra sobre o recurso extraordinário e (o) especial.

Há um outro tipo de concordância chamada de concordância ideológica (silepse). Trata-se da


“concordância na qual o termo flexionado concorda com as ideias de número, gênero ou pessoa associadas ao
referente do sujeito da oração. Por esse motivo, ela pode ser classificada como silepse de número, silepse de
gênero e silepse de pessoa” (ARAÚJO, 2019).

- Pronome de tratamento: a concordância nominal levará o gênero do ocupante do cargo: Vossa Excelência [a
juíza] é ocupada (silepse de gênero).
- Porto Alegre [cidade] foi visitada por muitos turistas (silepse de gênero).
- Os servidores buscamos auxílio (silepse de pessoa – quem fala e escreve se inclui no sujeito em terceira pessoa
do plural).

Outros casos de concordância nominal

Apresentam-se, a seguir, outros casos de concordância nominal:

Mesmo e só são invariáveis quando funcionarem como advérbio. Por outro


lado, mesmo, próprio e só, quando forem adjetivos, concordam com a palavra determinada em
número (mesmo, só e próprio) e em gênero (mesmo e próprio):

Ela mesma foi ao local dos fatos.


Ela própria assumiu a culpa.
Eles permaneceram sós.

Especificamente sobre a dobradinha só adjetivo e só advérbio, Napoleão Mendes de Almeida (1981,


p. 300) formulou a seguinte explicação:

"Só, sós - ´Sós, os diplomas não forjam profissionais’ - assim não estava no título da notícia de jornal, senão,
erradamente: ‘Só os diplomas não forjam profissionais’ - sem s e sem vírgula após só.
É elementar a distinção entre só advérbio e só adjetivo. Quando equivalente a sozinho, é adjetivo e a flexão
numérica exatamente como a do sinônimo: sozinhos, sós.
[...]
Quando equivalente a somente é que não varia, pois é então advérbio: só fiz o que você pediu - não
estudamos só essa lição, mas as duas seguintes para a manhã."

Menos exerce principalmente a função de advérbio. É, portanto, invariável.

Mais amor e menos raiva.


Os ipês floresceram menos neste ano.
Nenhuma mulher é menos bonita.

O adjetivo leso concorda com o substantivo em gênero e número. Ele pede o uso do hífen: lesa-
gramática, lesos-patriotismos.
Os adjetivos anexo, apenso e incluso devem concordar em gênero e número com a palavra
determinada (substantivo).

Segue anexa (apensa, inclusa) a cópia da inicial.


Correm anexos (inclusos, apensos) aos processos vários documentos. (Evanildo Bechara).

Em anexo, em apenso são invariáveis, contudo.

Os particípios dado e visto, usados adjetivamente, concordam em gênero e número com o


substantivo determinado. Exemplo: "Dadas (vistas) as condições do tempo, o evento foi
cancelado".
Quando usado adjetivamente, com valor de metade, meio concorda em gênero e número com o
termo determinado. Exemplo: "Ela comeu meia pizza sozinha".

Contudo, como advérbio, meio é invariável. Exemplo: "Ela estava meio cansada".

Pseudo e todo permanecem invariáveis quando usadas em palavras compostas: Todo-


poderosa, pseudossigla.
Como adjetivo, bastante concorda em número com o substantivo. Como advérbio, é invariável.
Havia bastantes documentos para análise.
Gosto bastante de estudar.
Almoçamos bastante.

Nas expressões o mais possível , o menos possível, o melhor possível, o pior


possível, quanto possível, o adjetivo possível permanece invariável. Com os mais, os menos, os
piores, os melhores, o adjetivo possível vai para o plural.
As expressões é necessário, é bom, é preciso são invariáveis quando se deseja fazer referência a
um termo vago e impreciso. Entretanto, se o sujeito vier determinado por um artigo, pronome ou
adjetivo, tanto o verbo como o adjetivo concordam com ele.

O uso da expressão "o mais possível"


http://www.linguabrasil.com.br/nao-tropece-detail.php?id=695

Estudar é bom.
É preciso coragem para enfrentar os problemas.
Os programas utilizados pela Seção são bons.
É necessária a colaboração de todos para a execução do trabalho.
Cerveja é bom.
É proibida a entrada de estranhos.

A palavra todo tem duas acepções, a de inteiro e a de qualquer:


Todo o ou toda a devem ser utilizados no sentido de inteiro.
Todo ou toda, sem artigo, significam qualquer.

Todo o dia, o réu está no balcão do cartório, à espera da sentença. (o dia inteiro);
Todo dia, o réu está no balcão do cartório, à espera da sentença. (todos os dias).
(José Maria da Costa)

A locução junto a é invariável. O uso dessa locução é muito restrito, pois equivale a adido a,
próximo, ao lado. Por isso, evite o uso da locução junto a em orações que a vinculem à ideia de
fazer pedidos, solicitar providências.
Mais bem, mais mal. Classicamente, antes de particípio, devem ser usadas as expressões mais
bem ou mais mal. Quando o advérbio não for seguido de particípio, o uso de melhor e pior será
realizado de forma natural:

Dentre nós, ele foi o mais bem colocado no concurso.


Ele será mais bem representado pela Defensoria Pública da União.
Foi ele quem obteve a melhor posição no certame.
Milhão/milhar. Milhão e milhar são substantivos masculinos, razão pela qual o numeral ou o
adjetivo que os modificarem deve com eles concordar. A concordância verbal, contudo, deve
ocorrer com o objeto expresso, não com o número. O numeral mil, por outro lado, concorda com o
substantivo que o modifica, em gênero e número:

Dois milhões de ações penais foram distribuídas no Brasil.


Alguns milhares de pessoas foram prejudicadas com a estiagem.
Duas mil inscrições foram apresentadas.

Essas são as principais regras relacionadas à concordância nominal. Convidamos você a resolver os
exercícios propostos e a avançar no curso. Bons estudos!
2. Concordância verbal
Concordância verbal

A concordância verbal se estabelece basicamente da seguinte forma: o verbo concorda com o sujeito
em número e pessoa.

Os autores prestaram informações à Polícia Federal.


O procurador analisou os autos eletrônicos com atenção.

Neste tópico, seguem as principais regras para o bom desenvolvimento da concordância verbal. Para
isso, em primeiro lugar, serão analisadas as especificidades da concordância que se realiza com os
verbos ser, haver e fazer. Em um segundo momento, serão abordados regramentos relacionados à passiva
sintética, ao sujeito determinado e ao sujeito composto.

Por fim, apresentar-se-ão os casos especiais de concordância verbal.

Verbo ser

Estas são as principais regras de concordância relativamente ao verbo ser:

Concorda com o sujeito:

Lúcia é assessora da 15ª Vara Federal de São Paulo.

Concorda com o predicativo quando o sujeito for isto, aquilo, tudo, o resto e o (no sentido de
aquilo):

Tudo são exemplos.


Aquilo são práticas da Justiça Restaurativa.
Nem tudo são flores.

O tema, contudo, apresenta variações entre os estudiosos da língua. Observe o esquema


apresentado por MARTINS e SILBERKNOP (2019, p. 299-300):

“Verbo SER

Na concordância do verbo ser, observa-se, de acordo com a ordem abaixo, se:


a) um dos termos é não personativo;
b) um dos termos é personativo;
c) um dos termos é pronome pessoal;
d) o pronome pessoal ocupa o lugar de sujeito;

[…]

Vejamos como se dá a concordância do verbo ser:

1. Não personativo (sujeito) + não personativo (predicativo) = concordância facultativa com o sujeito ou com o
predicativo:

- O perigo (sujeito) seria as febres. (predicativo).


- O perigo (sujeito) seriam as febres (predicativo).
- Na vida, nem tudo (sujeito) é flores (predicativo).
- Na vida, nem tudo (sujeito) são flores (predicativo).
- Isto (sujeito) é vaias (predicativo).
- Isto (sujeito) são vaias (predicativo).

Na primeira frase de cada exemplo, o verbo concorda com o sujeito; na segunda, o verbo vai para o plural,
concordando com o predicativo.

2. Personativo (sujeito) + personativo (predicativo) = concordância facultativa com o sujeito ou com o


predicativo (se nenhum dos dois for pronome pessoal):

- Aqueles escritores eram uma só pessoa.


- Aqueles escritores era uma só pessoa.

3. Personativo (sujeito ou predicativo) mais não personativo (predicativo ou sujeito) = concordância com o
personativo.

- O homem é sofrimentos e alegrias.


- Estas garotas são uma joia.

4. Personativos (sujeito ou predicativo) + pronome pessoal (predicativo ou sujeito) ou não personativo (sujeito
ou predicativo) + pronome pessoal (predicativo ou sujeito) = concordância com o pronome pessoal:

- O acusado sou eu.


- “O Brasil, senhores, sois vós.” (Rui Barbosa)
- Tu és um farrapo.
- Naquela casa, ele é pai, companheiro e chefe.

5. Pronome pessoal (sujeito) + pronome pessoal (predicativo) = concordância com o sujeito:

- Eu não sou ela.”

Que tal recordar os verbos de ligação e o predicativo do sujeito? São temas importantes para o estudo da
concordância verbal.
Acesse o artigo do site Toda Matéria: https://www.todamateria.com.br/verbos-de-ligacao/

Concorda com o predicativo quando o sujeito for formado pelos pronomes


interrogativos que ou quem:
Quem são os responsáveis pela obra?
Quem é o responsável pela obra?

Concorda com o predicativo quando o sujeito for formado por uma expressão de sentido
partitivo ou coletivo:

A maioria são idosos.


O restante são besteiras.

Concorda com o número que expressa as horas nas orações impessoais (a mesma regra é aplicada
com relação aos verbos soar, bater e dar):

São cinco horas


Deu uma hora no relógio.
Bateram oito horas no relógio da Igreja.

Concorda com a expressão que introduz narrações:

Era uma ação que tramitava na Vara Ambiental.


Eram ações que tramitam na Vara Criminal.

A expressão era uma vez, contudo, ficará sempre no singular, independentemente de vir seguida
de nome no singular ou no plural.

É invariável na expressão é que:

Eu é que pedi para ela assinar a procuração, Excelência. (singular)


Eles é que pediram para serem exonerados do encargo. (plural)

Concorda com a indicação numérica da data. Por outro lado, concorda com a palavra dia.

Hoje são 4 de julho.


Hoje é dia 4 de julho.

Verbo haver

Estas são as principais regras de concordância relativamente ao verbo haver:

Como verbo auxiliar: o verbo haver terá sentido de ter e se orientará pela flexão do verbo
principal:
VERBOS PRINCIPAIS PESSOAIS
Os governantes haviam alertado à população dos riscos da medicação.
Eu havia elaborado a minuta.
Eles haviam encaminhado o pedido.

EXISTIR x HAVER
Hão de existir alternativas para crise. (O verbo principal - existir - é pessoal e pode ser conjugado em todas as
pessoas.)
Há de haver alternativas para a crise. (O verbo principal - haver - é impessoal)

Como verbo impessoal: o verbo haver é impessoal no sentido de existir, acontecer ou quando
apresenta a ideia de decurso de tempo. Portanto, segue a flexão da terceira pessoa do singular:

Há autos de processos sobre a mesa.


Havia brigas constantes entre os vizinhos.
Agem como se não houvesse regras.
Havia muitos anos que residia no local.

Pessoal: o verbo haver é pessoal na expressão houver por bem; no sentido


de adquirir, considerar, conseguir, alcançar; no sentido de ajustar contas, quando reflexivo; no
sentido de portar-se, proceder e comportar-se.

“Os sentenciados houveram do poder público a comutação da pena.” (Carlos Góis) (conseguiram).
Todos me haviam por rabugento. (considerar).
Os estagiários se houveram bem na tarefa (portar-se, comportar-se).

Verbo fazer

O verbo fazer é impessoal quando empregado no sentido de tempo, contagem de tempo ou quando
indicar fenômeno da natureza. Nesses casos, ele se conjuga só na terceira pessoa do singular.

Faz cinco anos que trabalho na Justiça Federal.


Fazia muito tempo que não eram distribuídas ações dessa natureza.
Faz calor agora.

Passiva sintética e sujeito indeterminado

Importante analisarmos as duas formas da voz passiva:

Analítica: Os réus foram intimados.


Sintética: Intimaram-se os réus. Aqui o pronome se exerce a função de partícula apassivadora.
Essa forma somente poderá ser realizada quando o verbo for transitivo direto. Neste caso, o
verbo, em regra, deverá concordar com o sujeito.

Muito cuidado com os casos em que o se venha a representar índice de indeterminação do sujeito,
identificado quando o verbo for transitivo indireto:

Trata-se de embargos de declaração opostos por Fulano de Tal. (e não tratam-se...)


Precisa-se de estagiários com experiência em informática. (e não precisam-se...)

Uma vez identificado o índice de indeterminação do sujeito, não é possível identificar o sujeito
(desculpe-nos pela redundância). Assim, mesmo que o complemento esteja no plural (embargos, por
exemplo), tal circunstância não terá repercussão no verbo. Em síntese, não haverá concordância. Dessa forma,
uma construção como tratam-se de embargos de terceiro é inadmissível.

Sujeito composto (3ª pessoa)

Anteposto ao verbo, este geralmente vai para o plural:

A ação e a reconvenção tramitam de forma regular.

Anteposto ao verbo, quando os núcleos do sujeito forem sinônimos ou formem sequência


gradativa, é aconselhável deixar o verbo no singular.

Uma lágrima, uma súplica, um apelo era suficiente.

Quando resumido pelos pronomes indefinidos tudo, nada, alguém, ninguém, o verbo fica no
singular:

As partes, os advogados, o procurador, ninguém apresentou uma solução possível.

Posposto ao verbo, este poderá ficar no plural ou concordar com o substantivo mais próximo:

Surgirá a prova e a verdade.


Surgirão a prova e a verdade.

Quando os núcleos do sujeito estiverem ligados por nem, o verbo normalmente vai para o plural:
Nem a pensão nem a indenização foram depositadas pelo devedor.
Nem os servidores nem os estagiários puderam participar do curso.

Identificada, contudo, a série nem um ... nem outro, o verbo ficará no singular:

Nem um nem outro candidato compareceu à entrevista.

Sujeito ligado por ou:

a) O verbo concordará com o elemento mais próximo se na oração estiver demonstrada a ideia de
exclusão, retificação de número gramatical, identidade ou equivalência:

João ou Maria se equivocou.


Um ou dois documentos foram extraviados.
José ou nosso querido mentor merece nosso aplauso.

b) O verbo irá para o plural se o predicado puder referir-se a toda a série do sujeito composto.

Hora extra ou adicional noturno são regulamentados por lei.

O verbo poderá ficar no singular ou no plural se o sujeito no singular vier seguido por termo com a
preposição com ou locução equivalente:

O procurador, com seus assessores, participou/participaram da reunião.

Na sequência do módulo, serão abordados alguns casos especiais de concordância verbal.


2.1 Casos especiais de concordância verbal
Casos especiais de concordância verbal

Pronomes de tratamento

Importante regra a ser destacada se relaciona à apresentação do pronome de tratamento como


sujeito da oração. Neste caso, o verbo ficará na terceira pessoa. Seguem exemplos:

Vossa Excelência está convidado para a solenidade de posse.


Vossa Senhoria deverá se apresentar na sede deste juízo até às 19 horas.

Coletivo partitivo

Se o sujeito for representado por expressão partitiva e por um substantivo ou pronome plural, o
verbo poderá ir para o singular ou para o plural:

Uma porção de manifestantes apareceram/apareceu em frente ao prédio da prefeitura.


A maioria dos brasileiros acreditam/acredita no casamento.
A maior parte dos servidores são sindicalizados/é sindicalizada.

Bechara destaca que, se o caso se tratar de coletivo geral, contudo, o verbo deverá ficar no
singular, exemplificando: Uma equipe de médicos entrou em greve (2014, p. 113).

Porcentagens

Há uma tendência de o verbo concordar com o termo preposicionado que especifica a referência
numérica (processo de concordância por atração).

Noventa e cinco por cento dos inscritos compareceram à prova.


Cinquenta por cento do eleitorado fez o recadastramento biométrico.
Quarenta por cento da meta foi cumprida.

Se o termo preposicionado não estiver explícito, a concordância será realizada com o termo
numérico:

Quarenta por cento foram sentenciados.

Se a porcentagem for particularizada, a concordância do verbo será realizada com ela (a


porcentagem):
Os primeiros vinte por cento do valor fixado no acordo serão liberados amanhã.

Se o verbo estiver anteposto, a concordância será realizada com a referência numérica:

Foi examinado um por cento dos processos parados há mais de sessenta dias.
Foram examinados cinquenta por cento dos processos parados há mais de sessenta dias.

Cada um

Neste caso, o verbo ficará na 3ª pessoa do singular.

Cada um dos sucessores foi intimado.

Quem x que

Quem: o verbo deve ficar na terceira pessoa do singular:

Fui eu quem elaborou a proposta de acordo.

Contudo, o verbo irá para o plural quando o pronome quem se referir a que pessoas:

Quem são os advogados do autor?

Que: o verbo concorda em número e pessoa com os antecedentes:

Foram os autores que procuraram a Defensoria Pública da União.


Fui eu que sugeri a alteração no contrato.

Plural aparente

Nomes de lugares e títulos de obras que têm forma de plural levam o verbo para o singular se não
houver artigo diante deles. Por outro lado, quando houver artigo diante do nome, o verbo normalmente irá
para o plural.

Minas Gerais se destaca por sua rica culinária.


As Minas Gerais se destacam por sua rica culinária.

Lembre-se de que a identificação do sujeito da oração é o primeiro passo essencial para a


realização da concordância verbal. Atente-se também para a impessoalidade de alguns verbos.
Faça as atividades propostas!

O próximo módulo abordará a regência verbal.

Bons estudos!

Nas fontes complementares de estudo deste módulo, você encontra dicas de vídeos e artigos para aprofundar
seus estudos. Clique e acesse!

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