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Sintese Informativa e

Gramatical de Apoio- Manual


de Português 10º ano-
"Mensagens"
Português (Gramática - Literatura)
26 pag.

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SÍNTESE INFORMATIVA

SIGA
E GRAMATICAL DE APOIO

I. ESCRITA E ORALIDADE
Exposição.
Apreciação crítica.
Síntese.

II. GÉNEROS LITERÁRIOS


Texto poético.
Texto narrativo.
Texto dramático.

III. GRAMÁTICA
Morfologia.
Classes de palavras.
Sintaxe.
Lexicologia.
Semântica.
Análise do discurso e pragmática;
texto/linguística textual.

IV. RECURSOS EXPRESSIVOS

Kandinsky, Composição IX, 1936.

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SIGA 311

I. Escrita e oralidade

A Exposição sobre um tema

Uma exposição é um texto conciso, de caráter demonstrativo. Tem como


objetivo apresentar informações pormenorizadas sobre um assunto, tema,
situação, acontecimento e pessoa. Pode assumir uma forma narrativa, des-
critiva ou argumentativa. Assim, existem vários tipos de textos expositivos:
o currículo vitae, a biografia, o artigo de divulgação científica, a ata, a repor-
tagem, o relatório…

TEXTO EXPOSITIVO

O QUE DEVO FAZER?

1. Conhecimentos
t Escolher o tema a desenvolver e definir o objetivo do texto.
t Pesquisar informação relativa ao tema e selecionar os dados realmente im-
portantes.

2. Expressão/discurso
t Usar uma linguagem objetiva sem tecer juízos de valor.
t Utilizar um registo de língua corrente, de forma que o leitor comum compreenda
a mensagem que se pretende veicular, embora, por vezes, devido à natureza
do texto, se recorra a termos técnicos e/ou científicos.
t Fundamentar as ideias de forma clara e inequívoca através de exemplos
universais e/ou citações.
t Utilizar a terceira pessoa gramatical e o presente do indicativo.
t Utilizar predominantemente frases declarativas.
t Usar articuladores do discurso (consultar a página 328), para encadear de
forma lógica os tópicos abordados.
t Produzir um texto com clareza e com correção linguística.
t Utilizar recursos expressivos (comparação, enumeração…).
t Apresentar dados paratextuais (Ex.: título, bibliografia consultada, índice e
ilustração, notas de rodapé ou finais).

QUAL A ESTRUTURA?

Introdução: apresentação, de forma sucinta, da temática a abordar.


Desenvolvimento: descrição/informação do objeto em detalhe, fundamentados
com exemplos ilustrativos, de forma a elucidar sobre o tema e destacar o caráter
demonstrativo do mesmo.
Conclusão: breve referência à importância do assunto tratado tendo em conta a
informação apresentada.

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312 SÍNTESE INFORMATIVA E GRAMATICAL DE APOIO

B Apreciação crítica

Uma apreciação crítica é um comentário crítico, que visa apresentar e


analisar manifestações culturais, como um livro, uma música, uma exposi-
ção, uma peça de teatro, um filme, um documentário ou outro. É um texto
subjetivo e valorativo que parte da análise do objeto para a formulação de um
juízo de valor. Pode revestir uma forma oral ou escrita.

APRECIAÇÃO CRÍTICA ESCRITA OU ORAL

O QUE DEVO FAZER?

1. Conhecimentos
t Descrever sucintamente o objeto, acompanhando-o de um comentário crítico.
t Registar os sentimentos e as emoções suscitados pelo objeto.

2. Expressão/discurso
t Usar uma linguagem valorativa (depreciativa ou apreciativa) através do uso
de adjetivos, advérbios, repetições, etc.
t Utilizar um registo de língua corrente, de forma que o leitor comum com-
preenda a mensagem que se pretende veicular.
t Utilizar a primeira ou a terceira pessoas gramaticais e o presente do indicativo.
t Utilizar predominantemente frases declarativas e exclamativas.
t Utilizar recursos expressivos (metáfora, hipérbole, comparação, eufemismo,
ironia, etc.).
t Usar articuladores do discurso (consultar a página 328).
t Mobilizar adequadamente os recursos da língua, nomeadamente vocabulário
adequado ao tema.

Para a apreciação crítica oral:


t Utilizar adequadamente os recursos verbais e não verbais: postura, tom de
voz, articulação das palavras, dicção, entoação, ritmo e expressividade (ACO).
t Utilizar adequadamente, sempre que oportuno, ferramentas tecnológicas de
suporte à intervenção oral (ACO).

QUAL A ESTRUTURA?

Introdução: apresentação/descrição do objeto a apreciar.


Desenvolvimento: descrição/informação do objeto em apreciação; posicionamento
com apresentação de juízos de valor (argumentos a favor e/ou contra), fundamen-
tados com exemplos ilustrativos.
Conclusão: síntese do que foi apresentado e reforço do ponto de vista pessoal.

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SIGA 313

C Síntese

Uma síntese é a condensação de texto que pode ordenar de forma diferente


as sequências textuais do(s) texto(s)-fonte, sem, no entanto, desrespeitar o
seu conteúdo e a intenção do autor.

SÍNTESE ESCRITA E ORAL

O QUE DEVO FAZER?

1. Conhecimentos
t Ler/ouvir cuidadosamente o texto para apreender o seu sentido global.
t Sublinhar/tirar notas de palavras e expressões que contenham as ideias essen-
ciais do(s) texto(s)-fonte.
t Anotar a ideia principal de cada parágrafo, à margem do texto (se a fonte for
escrita).
t Manter a fidelidade ao conteúdo do texto original.
t Apresentar a ordem das ideias do texto original como achar mais conveniente.
t Emitir comentários ou juízos de valor que considerar pertinentes.

2. Expressão/discurso
t Transformar o discurso direto, caso esteja presente no(s) texto(s)-fonte, em in-
direto.
t Não utilizar marcas pessoais do autor do(s) texto(s)-fonte, tais como: «O autor
diz que...», «Segundo o autor...», entre outras.
t Utilizar a terceira pessoa gramatical e o presente do indicativo.
t Evitar citações e transcrições do(s) texto(s)-fonte, substituindo-as por outras
equivalentes.
t Manter a rede lexical (vocabulário específico/palavras-chave) do(s) texto(s)-fonte.
t Recorrer a hiperónimos com vista a uma linguagem mais económica.
t Usar uma linguagem objetiva, simples, clara, coerente, concisa e cuidada.
t Usar uma linguagem correta, respeitando as regras gramaticais.
t Articular as diferentes ideias, utilizando os articuladores do discurso mais con-
venientes (consultar a página 328).
t Manter o estilo de escrita pessoal, não sendo obrigatório o uso do registo de
língua utilizado no(s) texto(s)-fonte.

Para a síntese oral:


t Ter atenção aos recursos não verbais utilizados: postura, tom de voz, articulação
das palavras, dicção, entoação, expressividade.
t Utilizar adequadamente, sempre que oportuno, ferramentas tecnológicas de
suporte à intervenção oral.

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314 SÍNTESE INFORMATIVA E GRAMATICAL DE APOIO

II. Textos literários

A Texto poético

1. Noções de versificação

1. Verso
Um verso é cada uma das linhas de uma composição poética.

2. Métrica
De entre os elementos que criam o ritmo e a musicalidade dos versos, destaca-se a métrica.
De acordo com o número de sílabas métricas, os versos classificam-se:

N.º DE SÍLABAS CLASSIFICAÇÃO N.º DE SÍLABAS CLASSIFICAÇÃO


1 monossílabo 7 redondilha maior (ou heptassílabo)
2 dissílabo 8 octossílabo
3 trissílabo 9 eneassílabo
4 tetrassílabo 10 decassílabo
5 redondilha menor (ou pentassílabo) 11 hendecassílabo
6 hexassílabo 12 dodecassílabo (ou verso alexandrino)

3. Estrofe
Uma estrofe corresponde a um conjunto de versos que constituem uma unidade gráfica.
De acordo com o número de versos, as estrofes apresentam as seguintes designações:

N.º DE SÍLABAS CLASSIFICAÇÃO N.º DE SÍLABAS CLASSIFICAÇÃO

1 monóstico 6 sextilha
2 dístico 7 sétima
3 terceto 8 oitava
4 quadra 9 nona
5 quintilha 10 décima

4. Rima
Os versos de uma estrofe poderão não rimar (designam-se versos brancos ou soltos); poderão terminar
todos com a mesma rima (designam-se versos monórrimos), ou podem rimar de acordo com diferentes
combinações. As mais frequentes são:

TIPO DEFINIÇÃO
Emparelhada Os versos rimam dois a dois, de acordo com o esquema rimático AA, BB, CC.
Cruzada Os versos rimam intercaladamente, de acordo com o esquema rimático ABAB.
Interpolada Rima entre dois versos, com dois ou mais versos de permeio, como, por exemplo, nos seguintes
esquemas rimáticos ABBA ou ABCA ou ABBCA.

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SIGA 315

B Texto dramático

Elementos constitutivos do texto dramático


1. Ação – desenrolar dos acontecimentos, através do diálogo e da movimen-
tação das personagens em palco.

exposição – apresentação das personagens e da


situação inicial.

conflito – sucessão de acontecimentos ou peripécias


Interna que conduzem ao seu ponto culminante.

desenlace – conclusão da ação dramática.


ESTRUTURA

ato – grande divisão do texto dramático (corresponde


à mudança de cenário).
Externa
cena – divisão de ato, determinada pela entrada ou
saída de uma ou mais personagens.

2. Personagens – agentes/intervenientes da ação, encarnados por atores.

principal – assume um papel importante e é à volta dela


que gira toda a ação.

secundária – desempenha um papel de menor relevo,


RELEVO auxiliando a personagem principal.

figurante – não intervém diretamente na ação, servindo


apenas como figura decorativa.

modelada ou redonda – tem densidade psicológica, o seu


comportamento altera-se ao longo da peça.

plana – tem escassa complexidade psicológica, comporta-


COMPOSIÇÃO -se de forma previsível.

tipo – representa um determinado grupo/estrato social e/ou


profissional ou tipo psicológico.

autocaracterização – feita pela própria


personagem.
Direta
heterocaracterização – feita pelas outras
PROCESSOS DE
personagens.
CARACTERIZAÇÃO

deduzida pelo espectador a partir do


Indireta comportamento, atitudes ou falas da
personagem.

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316 SÍNTESE INFORMATIVA E GRAMATICAL DE APOIO

3. Espaço – lugar, ambiente ou atmosfera interior onde decorre a ação; real


ou imaginário.

cénico – corresponde ao ambiente recriado onde se movem as


personagens (presença de luz, som, guarda-roupa, adereços).

palco – espaço da representação.


ESPAÇO

representado – ambiente recriado pelos atores, interligado à


ação e ao espaço cénico.

4. Tempo – momento em que decorre a ação: passado, presente ou futuro.

de representação – é curto e corresponde à duração do


espetáculo teatral.
TEMPO
representado – corresponde ao momento histórico recriado pelos
atores.

Modalidades do texto dramático

texto principal, constituído pelas falas das personagens. Pode surgir


DISCURSO sob a forma de diálogo, monólogo ou aparte.
DRAMÁTICO

texto secundário, constituído pelas indicações cénicas, geralmente


dentro de parênteses (informações sobre movimentação das
DIDASCÁLIA personagens, tom de voz, cenário, luz, som, guarda-roupa,
adereços...).

Modos de representação do discurso

A personagem fala consigo mesma.


MONÓLOGO

As personagens falam entre si.


DIÁLOGO

Discurso de uma personagem que é dirigido ao público. Aparentemente,


APARTE e em jogo teatral, escapa às restantes personagens.

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SIGA 317

C Texto narrativo

Elementos constitutivos do texto narrativo


1. Ação – desenrolar dos acontecimentos, através do diálogo e da movimen-
tação das personagens.

principal – composta pelos acontecimentos principais.

RELEVO
secundária – composta pelos acontecimentos menos importantes, mas que contribuem para o
desenrolar da ação principal.

encadeamento – sequências ordenadas de forma cronológica.

ESTRUTURA
encaixe – sequência encaixada dentro de outra (ações narradas no interior de outra).
(SEQUÊNCIAS
NARRATIVAS)
alternância – várias sequências são narradas de forma alternada, interrompendo a narração da
ação principal.

situação inicial – apresentação do contexto da ação (tempo, espaço e personagens).

MOMENTOS desenvolvimento – desenrolar da ação, no qual decorrem as peripécias.

desenlace – desfecho da ação.

aberta – o desfecho da ação fica suspenso ou não é conhecido o destino das personagens.
DELIMITAÇÃO
fechada – o desfecho da ação é definitivo, conhece-se o destino das personagens.

2. Personagens – agentes/intervenientes na ação.

principal – assume um papel importante e é à volta dela que gira toda a ação.

RELEVO secundária – desempenha um papel de menor relevo, auxiliando a personagem principal.

figurante – não intervém diretamente na ação, servindo apenas como figura decorativa.

modelada ou redonda – tem densidade psicológica, o seu comportamento altera-se ao longo da


ação.

COMPOSIÇÃO plana – comporta-se sempre do mesmo modo.

tipo – representa um determinado grupo/estrato social e/ou profissional.

autocaracterização – feita pela própria personagem.


Direta
PROCESSOS DE heterocaracterização – feita por outras personagens ou narrador.
CARACTERIZAÇÃO

Indireta deduzida pelo espectador a partir do comportamento, atitudes ou falas da personagem.

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318 SÍNTESE INFORMATIVA E GRAMATICAL DE APOIO

3. Espaço – lugar, ambiente ou atmosfera interior onde decorre a ação.


físico – local onde decorre a ação ou se desenrolam os acontecimentos.
ESPAÇO
social – ambiente ou meio social a que pertencem as personagens ou onde elas se movem.

psicológico – espaço que reflete o interior/pensamento/reflexões das personagens.

4. Tempo – momento em que decorre a ação.


da história – período de duração da ação, é cronológico e pode ou não coincidir com um
momento da História (por exemplo, a Idade Média, os Descobrimentos...).

psicológico – período temporal vivido pelas personagens, segundo o estado de espírito das
mesmas.
TEMPO
do discurso – forma de apresentação do discurso ou maneira como o narrador relata os
acontecimentos, como, por exemplo, em analepse (recuo), prolepse (avanço), elipse (omissão),
pausa (reflexões, descrições que interrompem o desenrolar da ação) e sumário (resumo de
acontecimentos).

5. Narrador – entidade fictícia que narra a ação/os acontecimentos.

autodiegético – quando é a personagem principal (narra-a na primeira pessoa).

PRESENÇA homodiegético – quando é uma personagem secundária.

heterodiegético – quando não participa na ação e a narra na terceira pessoa.

omnisciente – quando tem conhecimento total da ação e das personagens.

CIÊNCIA Focalização interna – quando adota o ponto de vista de uma personagem.

externa – quando apenas conhece o exterior da personagem.

subjetivo – quando narra de forma parcial, ou seja, tece juízos de valor ou opiniões e adota
determinado ponto de vista.
POSIÇÃO
objetivo – quando narra de forma imparcial, não tecendo juízos de valor ou opiniões.

6. Modos de expressão
relato de acontecimentos/eventos que promovem o desenvolvimento da ação, o que lhe imprime
maior dinamismo, requerendo os tempos verbais no pretérito perfeito e pretérito mais-que-
NARRAÇÃO
-perfeito. Há ainda uma predominância de nomes e maior objetividade no que é relatado.
Constitui, por isso, um momento de avanço na ação.

espaço textual no qual se transmitem informações sobre as personagens, os objetos, o tempo


e o espaço, requerendo os tempos verbais no pretérito imperfeito do indicativo. Há ainda uma
DESCRIÇÃO
predominância de adjetivos e advérbios, recursos expressivos e maior subjetividade no que é
relatado. Constitui, por isso, um momento de pausa na ação.

DIÁLOGO as personagens falam entre si.

MONÓLOGO a personagem fala consigo mesma.

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SIGA 319

III. Gramática

A Morfologia

Processos regulares de formação de palavras

1. Derivação
AFIXAL

adição de um prefixo antes de uma forma de base.


Prefixação Ex.: ante + braço = antebraço; vice + reitor = vice-reitor;
re + fazer = refazer

adição de um sufixo depois de uma forma de base.


Sufixação
Ex.: caldeira + ão = caldeirão; laranja + eira = laranjeira

adição simultânea, não obrigatória, de um prefixo e de um sufixo


Prefixação a uma forma de base.
e sufixação Ex.: in + sensato + ez = insensatez; des + leal + dade =
deslealdade

adição simultânea e obrigatória de um prefixo e um sufixo a uma


Parassíntese forma de base; sem os dois, a palavra não tem sentido.
Ex.: em + bainha + ar = embainhar; en + ruga + ado = enrugado

formação de nomes a partir de verbos no infinitivo, substituindo-


Derivação não -se as terminações –ar, –er, –ir por –a, –e ou –o.
afixal Ex.: err(ar) – erro; compr(ar) – compra; debat(er) – debate;
toss(ir) – tosse

uma mesma palavra pode pertencer a classes ou subclasses de


Conversão palavras diferentes.
ou derivação
imprópria Ex.: silva (nome comum) / Silva (nome próprio);
andar (verbo) / o andar (nome)

2. Composição

por associação de palavras Ex.: passatempo, fim de semana, terça-feira

por associação de vários Ex.: fot[o]grafia; carn[i]voro; astr[o]fot[o]metria


radicais
(ligados pelas vogais i ou o)

por associação de radicais Ex.: agr[i] doce; afr[o]-lus [o]-americano


e palavras

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320 SÍNTESE INFORMATIVA E GRAMATICAL DE APOIO

B Classes de palavras

Classes e subclasses de palavras


1. Nome
Próprio: designa uma entidade individualizada (nome de Comum: designa uma entidade de uma classe, sem a
pessoa, localidade…). individualizar.
Ex.: Luís, Lisboa Ex.: escola, mãe, festa
Coletivo: conjunto de entidades do mesmo tipo.
Ex.: turma, década, ramalhete, flora, fauna, gente

2. Adjetivo
Qualificativo: refere uma qualidade do nome; admite Numeral: refere a ordem ou sucessão de algo;
grau; normalmente aparece depois do nome. normalmente aparece antes do nome, precedido por um
Ex.: interessante, azul, saudável determinante.
Ex.: O quinto rei; Esta nona música

3. Verbo

Principal: é a forma verbal que atribui tJOUSBOTJUJWP não exige complementos.


significado à frase, pois constitui o Ex.: Nós sorrimos.
núcleo do grupo verbal; pode inserir-se tUSBOTJUJWPEJSFUPexige um complemento direto.
num complexo verbal. Ex.: Estou a comprar um carro novo.
tUSBOTJUJWPJOEJSFUP exige um complemento indireto ou oblíquo.
Ex.: Escrevi ao Zé; Eu fui à Madeira.
tUSBOTJUJWPEJSFUPFJOEJSFUPexige um complemento direto e um indireto
ou oblíquo.
Ex.: A mãe leu o romance à avó; O Luís levou a prenda no carro.
tUSBOTJUJWPQSFEJDBUJWP exige um complemento direto e um predicativo
do complemento direto.
Ex.: O juiz declarou a Ana inocente.

Auxiliar: ocorre num complexo verbal, tUFNQPSBM ação acabada (fui escolhida); ação durativa (tenho andado a
conjugado antes do verbo principal estudar)…
ou copulativo e é precedido, ou não, tNPEBM desejo, possibilidade, dever, necessidade, certeza, permissão.
por uma preposição; apenas transmite Ex.: Tenho de alcançar o meu sonho; Podem sair.
informação.
tBTQFUVBM ação habitual, pontual, durativa…
Ex.: Acabei de chegar; Estou a ler.
tEPTUFNQPTDPNQPTUPT verbos ter e haver, antes do particípio do verbo
principal ou copulativo.
Ex.: Eu havia acreditado nele; Ele tem estado ausente.
tEBQBTTJWB verbo ser, antes do particípio do verbo principal.
Ex.: A notícia foi publicada por mim.

Copulativo: apenas liga o sujeito a Ex.: Eu permaneço quieta;


uma informação característica que Ele é inteligente;
consta no predicativo do sujeito Tu estás aqui;
(estado, qualidade, localização). A data é 21 de setembro de 2014.

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SIGA 321

4. Advérbio e locução adverbial


QUANTO AO VALOR SEMÂNTICO QUANTO ÀS FUNÇÕES
de negação: nega uma ideia. interrogativo: introduz interrogações, diretas ou indiretas.
Ex.: não Ex.: Onde, quando, como, porquê, por que

de afirmação: afirma ou reforça uma ideia. conectivo: estabelece a ligação entre frases ou partes de frases.
Ex.: sim, certamente, realmente, efetivamente… Ex.: assim, logo, portanto, porém, contudo, todavia, assim,
pois (posposto), depois, primeiramente…
de quantidade e grau: transmite ideia de porção ou de relativo: introduz uma oração relativa.
intensidade. Ex.: onde, como, quando
Ex.: bastante, pouco, mais, tanto, tão, quase, bem...

de modo: indica a forma ou maneira de realizar uma ação.


Ex.: assim, depressa, melhor, mal, calmamente…

de tempo: indica o tempo da ação.


Ex.: hoje, agora, depois, nunca, brevemente, já…

de lugar: indica o local da ação.


Ex.: abaixo, ali, através, longe, algures, aquém…

de inclusão: inclui algo de um grupo.


Ex.: até, mesmo, também...

de exclusão: exclui algo de um grupo.


Ex.: apenas, senão, simplesmente, só, somente,
exclusivamente…
de designação:
Ex.: eis

de dúvida:
Ex.: acaso, porventura, talvez, provavelmente…

locução adverbial: constituída por duas ou mais palavras, sendo a primeira uma preposição.
Ex.: no entanto, por consequência, em breve, para onde, à vontade, de mais, no mínimo, de facto, de manhã,
ao contrário, na verdade, de propósito, por vezes, sem dúvida, de repente, de vez em quando...

5. Quantificador

Numeral: indica a quantidade numérica de algo.


Ex.: dois, metade, o triplo…

6. Interjeição e locução interjetiva

ALGUNS VALORES SEMÂNTICOS


de chamamento: socorro!, psiu!, alô… de saudação: olá, adeus…

de surpresa: ah!, credo!, hi!, caramba!... de ordem: rua!, caluda!, alto!...

de resignação: pronto!, paciência!... de desejo: oh!, oxalá!...

locução interjetiva: essa agora!, deixa lá!, toca a andar!, vamos lá!, Deus queira!, muito bem!

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322 SÍNTESE INFORMATIVA E GRAMATICAL DE APOIO

7. Determinante

definido o(s), a(s)


Artigo
indefinido um, uma, uns, umas

este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s), o(s) mesmo(s), a(s) mesma(s),
Demonstrativo
o(s) próprio(s), a(s) própria(s), o(s) outro(s), a(s) outra(s), tal, tais

Possessivo meu(s), minha(s), teu(s), tua(s), seu(s), sua(s), nosso(s), nossa(s), vosso(s), vossa(s)

Interrogativo quanto(s), quanta(s), qual, quais, que

Relativo cujo(s), cuja(s), quanto(s), quanta(s)

Indefinido certo(s), certa(s), outro(s), outra(s)

8. Pronome

PESSOAL, com função sintática de…


Sujeito Complemento Complemento indireto Complemento Complemento
direto oblíquo agente da passiva
com sem (antecedido por (antecedido por por)
preposição preposição até, contra, de,
entre, para, sem,
perante…)
eu me (a) mim me mim, comigo mim
tu te (a) ti te ti, contigo ti
ele/ela/você o, a, se (a) ele/ela/si lhe si, consigo ele/ela/si
(com) ele/ela
nós nos (a) nós nos nós, connosco nós
vós vos (a) vós vos vós, convosco vós
eles/elas/ os, as, se (a) eles/elas lhes si, consigo eles/elas/si
vocês (com) eles, elas

este(s), esta(s), isto, esse(s), essa(s), isso, aquele(s), aquela(s), aquilo, o(s) mesmo(s),
Demonstrativos
a(s) mesma(s), o(s) outro(s), a(s) outra(s), tal, tais

Possessivos meu(s), minha(s), teu(s), tua(s), seu(s), sua(s), nosso(s), nossa(s), vosso(s), vossa(s)

Interrogativos quanto(s)?, quanta(s)?, qual?, quais?, que?, quê?, quem?, onde?

Relativos o/a qual, os/as quais, quanto(s), quanta(s), que, quem, onde

algum, alguma(s), alguns, nenhum, nenhuma(s), nenhuns, tanto(s), tanta(s), todo(s),


Indefinidos toda(s), muito(s), muita(s), pouco(s), pouca(s), outro(s), outra(s), qualquer, quaisquer,
alguém, ninguém, tudo, nada, outrem

9. Preposição e locução prepositiva

ante, após, até, com, conforme, contra, consoante, de, desde, durante, em, exceto, entre,
Preposições
mediante, para, perante, por, salvo, sem, segundo, sob, sobre, trás…
constituída por duas ou mais palavras, sendo a última uma preposição: abaixo de, acerca de,
Locução
acima de, a fim de, além de, antes de, aquém de, apesar de, a respeito de, através de, de
prepositiva
acordo com, em frente de, em vez de, perto de, longe de, quanto a...

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SIGA 323

10. Conjunção e locução conjuncional


a) Coordenativa

Conjunções Locuções conjuncionais

e, também, nem nem… nem, não só… mas também, não só… como
Copulativa (adição) também, tanto… como
mas
Adversativa (oposição)

logo
Conclusiva (conclusão)

ou ou… ou, já… já, ora… ora, quer… quer, seja… seja
Disjuntiva (alternativa)

Explicativa pois, que


(explicação, justificação)

b) Subordinativa adverbial

Conjunções Locuções conjuncionais

porque, como (= porque), já que, pois que, por isso mesmo que, por isso que, visto
Causal (causa) pois, porquanto, que que, uma vez que…
(= porque),…
que de modo que, de forma que, de maneira que
Consecutiva (consequência)

se, caso desde que, a menos que, a não ser que, contanto que,
Condicional (condição) desde que, exceto se, salvo se, sem que, uma vez que…

embora, conquanto… apesar de (que), ainda que, por mais que, por menos
Concessiva (concessão) que, não obstante, se bem que, mesmo que/se, nem
que…
como, qual (depois de ao passo que, assim como… assim, assim como… assim
Comparativa (comparação) tal), (do) que, quanto também, mais… do que, menos… do que, tão/tanto…
(depois de tanto)… como, conforme… assim…
quando, mal, apenas, à medida que, antes que, ao passo que, assim que,
Temporal (tempo) enquanto… até que, depois que, desde que, logo que, sempre que,
todas as vezes que…
que (= para que), para para que, a fim de que, de modo que, a fim de…
Final (fim, finalidade,
objetivo)

c) Subordinativa substantiva

Completiva (completa o que, se, para


sentido do verbo)
(o) que, onde, quem
Relativa

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324 SÍNTESE INFORMATIVA E GRAMATICAL DE APOIO

C Sintaxe
B

1. Funções sintáticas
FUNÇÕES SINTÁTICAS AO NÍVEL DA FRASE EXEMPLOS

simples: um grupo nominal ou oração. A Rute vai à praia.


É possível que chova.

composto: dois ou mais grupos nominais ou O Gil e o Manel vão à praia.


oração coordenada. É possível que chova e troveje.

Sujeito: grupo nominal nulo indeterminado: não se consegue Fala-se de novos impostos.
ou oração. determinar o referente (na 3.ª Dizem que vão aumentar os impostos.
pessoa do singular/plural e,
normalmente, acompanhado do
pronome impessoal -se).

subentendido: subentende-se o A Ana está cansada. [A Ana] Vai agora


referente pelo contexto e flexão dormir.
verbal.

Verbo ou complexo verbal, com os seus O Gil leu o livro na sala.


Predicado: grupo verbal. complementos e/ou modificadores.

Interlocutor separado por vírgulas dos outros Manel, traz-me esse livro, por favor!
Vocativo: grupo nominal. constituintes frásicos.

Referência a um domínio do saber ou Matematicamente, o exercício está


juízo de valor sobre o que foi ou vai ser correto.
Modificador: grupo dito – separado por vírgulas dos outros Chove bastante, infelizmente!
adverbial, preposicional constituintes frásicos.
ou oração. De facto, está mau tempo.
Se chover, não saio.

FUNÇÕES SINTÁTICAS INTERNAS AO GRUPO NOMINAL EXEMPLOS

Complemento do nome: grupo preposicional ou grupo O retrato do Pedro ficou perfeito.


adjetival, menos frequente. A oferta turística a sul é enorme.

Modificador restritivo do nome: grupo adjetival, grupo O chapéu azul fica-te bem.
preposicional, oração adjetiva relativa restritiva e oração A reunião de acionistas foi produtiva.
adverbial final.
O livro que me deste é interessante.
Os instrumentos para a cirurgia estão preparados.

Modificador apositivo do nome: grupo nominal, grupo Dom Dinis, o rei lavrador, também foi poeta.
adjetival, grupo preposicional, oração adjetiva relativa O Gil, estudioso e trabalhador, teve boas notas.
explicativa – sempre separado por vírgulas dos outros
O Gil, com trabalho e estudo, teve boas notas.
constituintes frásicos.
Dom Dinis, que escreveu poesia, plantou o pinhal
de Leiria.

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SIGA 325

FUNÇÕES SINTÁTICAS INTERNAS AO GRUPO VERBAL EXEMPLOS


Complemento direto: grupo nominal ou oração substantiva Comprei um carro novo.
completiva finita ou substantiva infinitiva. Disse que ia à praia.
Espero ganhar o prémio.
Complemento indireto: grupo preposicional introduzido por a. Dei a boneca à menina.

Complemento oblíquo: grupo adverbial ou grupo Moro aqui.


preposicional. Moro em Lisboa.

Complemento agente da passiva: grupo preposicional, Os Lusíadas são uma epopeia escrita por Camões.
introduzido por por.
Modificador: grupo adverbial, grupo preposicional ou oração. Ontem jantei bem.
Ontem jantei na sala.
Ontem jantei logo que pude/porque tinha fome.
Predicativo do sujeito: grupo nominal, grupo adjetival, grupo O Manel é um génio.
adverbial ou grupo preposicional. O Pedro está doente.
O Gil ficou ali.
A Maria permanece em casa.
Predicativo do complemento direto: grupo nominal, grupo Os alunos elegeram o Gil delegado de turma.
adjetival ou grupo preposicional. A turma considerou a Maria inteligente.
A professora tratou o Manel por tu.

FUNÇÕES SINTÁTICAS INTERNAS AO GRUPO ADJETIVAL EXEMPLOS


Complemento do adjetivo: grupo preposicional. O Pedro está consciente da verdade.

VERBOS QUE SELECIONAM COMPLEMENTO OBLÍQUO (verbos regidos por preposição)


abdicar de concorrer a entrar em partir para
abster-se de confiar em esquecer-se de pensar em
abusar de contar com estar em precisar de
acabar com convencer-se de falar de recordar-se de
aceder a crer em ficar em recorrer a
acreditar em cuidar de fugir de renunciar a
aderir a delegar em gostar de residir em
afastar-se de depender de importar-se com sair de
aludir a descer de insistir em simpatizar com
apaixonar-se por desconfiar de interessar-se por sofrer de
apoderar-se de descrer de interferir em subir a
aspirar a desistir de investir em suspeitar de
assistir a dirigir-se a, para ir a, para transformar em
atrever-se a discordar de livrar de vir de
candidatar-se a dispor de munir-se de viver em
cansar-se de dispor-se a necessitar de voltar a, de
chegar a dotar de olhar por votar em
concordar com duvidar de participar em zelar por

VERBOS QUE SELECIONAM PREDICATIVO DO SUJEITO (verbos copulativos)


ser, estar, continuar, ficar, parecer, permanecer, revelar-se, tornar-se, andar (no sentido de estar)...
VERBOS QUE SELECIONAM PREDICATIVO DO COMPLEMENTO DIRETO (verbos transitivos predicativos)
achar, chamar, considerar, declarar, eleger, julgar, nomear, supor, ter(-se) por, tornar, tratar por...

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326 SÍNTESE INFORMATIVA E GRAMATICAL DE APOIO

2. Colocação do pronome pessoal átono

FUNÇÕES SINTÁTICAS INTERNAS AO GRUPO VERBAL EXEMPLOS

1.Os pronomes pessoais átonos (me, te, se, o/a, lhe, nos, O João leu o romance todo. O João leu-o todo.
vos) surgem à direita do verbo em frases com polaridade
afirmativa.
Casos particulares:
i. mudam para -lo(s), -la(s), se a forma verbal terminar A Lara traz as chaves. A Lara trá-las.
em -r, -s ou -z. Estou a terminar o trabalho. Estou a terminá-lo.
ii. mudam para -no(s), -na(s), se a forma verbal terminar Eles dão as mãos. Eles dão-nas.
em -m, ditongo ou vogal nasal (ã, ãe, ão, õe). Elas concluíram o projeto. Elas concluíram-no.

2. Quando os verbos estão flexionados no futuro do O Dinis dará um concerto. O Dinis dá-lo-á.
indicativo ou condicional, os pronomes surgem integrados Leria o texto, se conseguisse. Lê-lo-ia, se
na forma verbal. conseguisse.
Enviarei um e-mail ao Tiago. Enviar-lho-ei.

3. Os pronomes pessoais átonos são colocados à


esquerda da forma verbal quando surgem integrados em:

i. frases com polaridade negativa. Não trouxe o livro. Não o trouxe.

ii. frases do tipo interrogativo começadas por advérbios Que fizeste ao Pedro? Que lhe fizeste?
ou pronomes. Onde viste as alunas? Onde as viste?

iii. frases com alguns advérbios/locuções adverbiais (bem, Já visitei o Oceanário. Já o visitei.
mal, ainda, antes de, já, talvez, sempre, só…). Talvez veja o João. Talvez o veja.

iv. frases com pronomes indefinidos. Ninguém viu a Sofia na festa. Ninguém a viu na festa.

v. orações subordinadas. Lamento que tenhas perdido o espetáculo.


Lamento que o tenhas perdido.

3. Transformação da voz ativa em passiva

A utilização da voz ativa ou da voz passiva resulta de uma escolha feita pelo locutor, de
acordo com a sua intenção.
Na passagem de uma frase na voz ativa para a voz passiva verificam-se as seguintes
modificações:

VOZ ATIVA VOZ PASSIVA EXEMPLOS

t 0sujeito da frase na voz ativa passa a DPNQMF Camões dedica o poema a D. Sebastião. (voz ativa)
mento agente da passiva da frase na voz passiva. O poema é dedicado a D. Sebastião por Camões. (voz passiva)

t 0DPNQMFNFOUPEJSFUPEBGSBTFOBWP[BUJWB Camões dedica o poema a D. Sebastião. (voz ativa)


passa a sujeito da frase na voz passiva. O poema é dedicado a D. Sebastião por Camões. (voz passiva)

t "GPSNBWFSCBMOBWP[QBTTJWBÏGPSNBEBQFMPWFSCP Camões dedica o poema a D. Sebastião. (voz ativa)


auxiliar ser, no tempo em que se encontra o verbo O poema é dedicado a D. Sebastião por Camões. (voz passiva)
principal da frase na voz ativa + particípio do
verbo principal da frase na voz ativa.

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SIGA 327

4. Coordenação e subordinação
COORDENAÇÃO

Frases complexas – com dois (ou mais) grupos verbais

SUBORDINAÇÃO

4.1 Coordenação

ORAÇÕES CONJUNÇÕES/ EXEMPLOS


COORDENADAS LOCUÇÕES CONJUNCIONAIS/
ADVÉRBIOS CONECTIVOS

Copulativas (adição) e, nem… nem, também… A Joana foi ao cinema e viu um filme excelente.

Adversativas (oposição) mas, porém, todavia… Não gosto de bananas, mas gosto de maçãs.

Conclusivas (conclusão) portanto, logo, pois… O Ferrari é mais rápido, logo vai à frente.

Disjuntivas (alternativa) ou , ora… ora, quer… quer Ou lês ou vês televisão.

Explicativas porquanto, pois, que Quero falar contigo, porquanto tenho notícias
(explicação, justificação) para te dar.

4.2. Subordinação
4.2.1 Adverbiais

SUBORDINADAS CONJUNÇÕES/LOCUÇÕES CONJUNCIONAIS EXEMPLOS

Causais porque, como (= porque), pois, porquanto, que (= porque), A Joana foi ao cinema
(causa) já que, pois que, por isso mesmo que, por isso que, visto que porque queria ver o filme.

Consecutivas que, de forma que, de maneira que, de modo que, de sorte que Gosto tanto de maçãs, que
(consequência) as comi todas.

Condicionais se, caso, desde que, a menos que, a não ser que, contanto que, Desde que sejas mais rápido,
(condição) desde que, exceto se, no caso que, salvo se, sem que, uma vez que ganhas.

Concessivas embora, conquanto, apesar de que, ainda que, ainda quando, Ainda que digas a verdade,
(concessão) por mais que, por menos que, posto que, se bem que, sem que não acredito em ti.

Comparativa como, conforme, qual, que, segundo, ao passo que, assim O Ferrari é mais rápido do
(comparação) como… assim, assim como… assim também, mais… do que, que é o Mini.
menos… do que, tão (tanto)… como

Temporal à medida que, antes que, ao passo que, assim que, até que, Mal chegou, pôs-se a ler.
(tempo) depois que, desde que, logo que, primeiro que, sempre que,
tanto que, todas as vezes que

Final que (= para que) Leva o casaco para que não


(fim, finalidade, para que, a fim de que, por que tenhas frio.
objetivo)

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328 SÍNTESE INFORMATIVA E GRAMATICAL DE APOIO

4.2.2 Adjetivas relativas

SUBORDINADAS CONJUNÇÕES/LOCUÇÕES CONJUNCIONAIS EXEMPLOS

Restritivas Dá-me aquele livro que está sobre a mesa.


(limitam, restringem) A situação que ele criou é insustentável.
que, quem, onde, cujo, qual
Explicativas O restaurante, onde a comida é deliciosa,
(explicam, adicionam) é do meu pai.

4.2.3 Substantivas

PRONOMES RELATIVOS/
SUBORDINADAS CONJUNÇÃO/DETERMINANTE/ EXEMPLOS
QUANTIFICADOR…
Relativas sem antecedente (o) que, onde, quem Quem desdenha, quer comprar.
(o pronome relativo não tem um antecedente)

Completivas que É possível que chova.


(completam o sentido da frase) Lamento que seja assim.

Completivas interrogativas indiretas que, se, para Perguntou se ia à praia.


(interrogativas indiretas, no discurso indireto) Ela pediu-me para descansar.

Infinitivas para Digo para estares aqui a horas.


(verbo no infinitivo pessoal)

D Lexicologia
B

Arcaísmo: palavra ou construção cujo uso é considerado Ex.: u (onde), ca (porque), coita (dor, sofrimento),
antiquado pela comunidade linguística.1 al (outra coisa)

Neologismo: palavra cujo significante ou cuja relação Ex.: teclar, googlar, internauta
significante-significado era inexistente num estádio de língua
anterior ao da sua atestação.1

Campo semântico: conjunto dos significados que uma palavra Ex.: «peça» – peça de teatro, peça de carne, peça
pode ter nos diferentes contextos em que se encontra. de automóvel, peça de arte…

Campo lexical: conjunto de palavras associadas, pelo seu Ex.: «escola» – professor, aluno, aula, teste,
significado, a um determinado domínio conceptual. disciplina…

1
Dicionário Terminológico (disponível em http://dt.dgidc.min-edu.pt, consultado em março de 2015)

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SIGA 329

E Semântica
B

1. Valores de tempo, modo e aspeto em algumas formas verbais


MODO VERBAL VALOR EXEMPLOS
Infinitivo utiliza-se para exprimir ideias/verdades intemporais. Ex.: Falar sem cuidar é atirar sem
apontar.
Indicativo utiliza-se para exprimir, geralmente, uma ação, um estado Ex.: O meu pai corre muito.
ou um facto considerado como realidade.
Conjuntivo utiliza-se para exprimir as ações, os estados ou os factos Ex.: Não sei o que faça.
incertos, prováveis, eventuais ou irreais. Se eu soubesse os números do
Euromilhões…
Imperativo utiliza-se para exprimir permissão, obrigação ou ordem, Ex.: Vai para casa!
podendo também ser usado para transmitir informações, Segue este caminho.
instruções, conselhos, convites, súplicas…
Condicional utiliza-se para referir factos que não se realizaram e cuja Ex.: Perderia menos tempo se fosse
realização é incerta. por ali.

TEMPO VERBAL VALOR EXEMPLOS


Presente do – refere um evento que ocorre no momento de enunciação; Ex.: Daqui fala o João.
indicativo – enuncia ações ou estados permanentes; Ex.: A água ferve aos 100 ºC.
– refere ações habituais ou características do sujeito; Ex.: As aulas começam às 8:30.
– narra factos do passado com vivacidade; Ex.: Fernão Lopes narra com pormenor.
– apresenta um facto no futuro próximo. Ex.: Amanhã, vou à praia.

Pretérito perfeito – indica ações ou eventos ocorridos num determinado Ex.: Ontem, comprei um CD.
do indicativo momento no passado.

Pretérito – apresenta factos ocorridos no passado, mas inacabados; Ex.: Estava a ler, quando ela chegou.
imperfeito do – transmite valores de continuidade e duração; Ex.: Ele continuava a andar sem
indicativo perceber o que se passara.
– indica ações simultâneas; Ex: Ele lavava a loiça enquanto eu
aspirava.
– designa ações passadas habituais ou repetidas; Ex.: Todos os sábados íamos ao
cinema.
– expressa delicadeza/cortesia; Ex.: Queria um café, por favor.
– situa narrações em tempos indefinidos. Ex.: Era uma vez…

1SFUÏSJUPNBJT – enuncia ações mais distantes no passado relativamente Ex.: Ele continuou a andar sem
RVFQFSGFJUPEP a um ponto de referência que já é passado também. perceber o que se passara.
indicativo

Futuro do – indica factos futuros; Ex.: Irei amanhã ao Porto.


indicativo – expressa incerteza acerca de factos atuais; Ex.: Será ele o assaltante?
– manifesta uma súplica ou pedido. Ex.: Fará o favor de se calar?

Presente do – usa-se para apresentar hipóteses, probabilidades ou Ex.: Eu quero que o meu filho mais
conjuntivo intenções a partir de um ponto de enunciação no presente. novo coma mais.
Pretérito – usa-se para apresentar hipóteses, probabilidades, intenções, Ex.: A minha mãe queria que eu
imperfeito do colocando o ponto de ocorrência do evento no passado. comesse mais.
conjuntivo
Futuro do – usa-se para apresentar hipóteses, probabilidades, intenções, Ex.: Se nós o virmos, damos-lhe o
conjuntivo colocando o ponto de ocorrência do evento no futuro. recado.

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330 SÍNTESE INFORMATIVA E GRAMATICAL DE APOIO

F Análise do discurso e pragmática


B
Texto/linguística textual

1. Articuladores/conectores do discurso
Os conectores ou articuladores do discurso são palavras e/ou expressões que
servem para ligar frases, períodos/parágrafos de um texto. Estes vocábulos/
expressões asseguram a coesão textual e podem ser conjunções/locuções
conjuncionais, preposições/locuções preposicionais e advérbios/locuções
adverbiais.

VALOR DE EXEMPLOS
Adição/enumeração e, ora, pois, também, além disso, e ainda, não só… mas também, por um lado… por outro
(lado)…
Alternativa fosse... fosse, ou, ou então, ou... ou, ora... ora, quer... quer, seja... seja, alternativamente, em
alternativa, senão...
Causa visto que, pois, porque, pois que, por causa de, dado que, já que, uma vez que, porquanto…

Certeza sem dúvida, é evidente que, evidentemente, certamente, com toda a certeza, decerto,
naturalmente…
Consequência de tal modo, de tal forma que, de modo que, tanto… que, por tudo isto…

Conclusão/inferência assim, portanto, logo, daí, enfim, em conclusão, em suma, por conseguinte…

Dúvida possivelmente, talvez, provavelmente, porventura, é provável, é possível…

Ênfase/realce efetivamente, com efeito, na verdade, como vimos, note-se que, atente-se em, repare-se que,
veja-se que, constate-se que…
Esclarecimento quer isto dizer que, (não) significa isto que, com isto não se pretende que, não se pense que…

Exemplificação por exemplo, como se pode ver, isto é, é o caso de, é o que acontece com…

Sequência/ordem em primeiro lugar, em segundo lugar, de seguida, depois, por fim, antes de mais…

Finalidade/objetivo para, para que, com o fim de, com o intuito de, a fim de, com o objetivo de…

Hipótese/condição se, a menos que, (mesmo) admitindo que, exceto se, supondo que, salvo se…

Espaço aqui, ali, acolá, além, lá, ao lado, sobre, à esquerda, no meio, naquele lugar, o lugar onde,
mais adiante…
Tempo quando, após, antes, depois, seguidamente, anteriormente, em seguida, até que, por fim, então…

Opinião a meu ver, parece-me que, estou em crer que, em nosso entender…

Oposição, contraste mas, apesar de, no entanto, porém, contudo, todavia, por outro lado, pelo contrário,
contrariamente, com a ressalva que…
Reafirmação, resumo por outras palavras, ou melhor, ou seja, em resumo, em suma, em nosso entender, a meu ver…

Semelhança do mesmo modo, tal como, pelo mesmo motivo, assim como…

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SIGA 331

2. Reprodução do discurso no discurso


2.1 Transformação do discurso direto para indireto
1. Discurso direto: reprodução do discurso anterior de um enunciador, respei-
tando o que foi dito e como foi dito.

CARACTERÍSTICAS (NA ESCRITA) EXEMPLOS


1. É representado por dois pontos, parágrafo e travessão. Logo a secundá-lo, Fernando sussurava:
– Uma coroa, Inês. Rainha de Portugal.
2. É introduzido por verbos declarativos, que podem surgir no início, no
meio ou no fim do discurso: dizer, responder, indagar, explicar… João Aguiar, Inês de Portugal

3. O verbo declarativo pode, por vezes, ser eliminado. Diz-lhe a deusa: «Ó trasunto, reduzido
Em pequeno volume, aqui te dou
4. É marcado por aspas, itálicos, quando se apresenta diretamente no Do Mundo aos olhos teus…»
meio do discurso direto. Luís de Camões, Os Lusíadas

2. Discurso indireto: reprodução do discurso de um enunciador, através de


um narrador.

DISCURSO DIRETO DISCURSO INDIRETO


1. Uso da 1.ª e 2.ª pessoas (pronomes, verbos): 1. Uso da 3.ª pessoa (pronomes, verbos):
eu, tu, nós, me, (con)vosco; fiquei, ficaste, ele, o/a, lhe, se, eles; ficara, ficaram.
ficastes.
2. Pronomes e determinantes demonstrativos: 2. Pronomes e determinantes demonstrativos:
este, esta, esse, essa, isto e isso. aquele, aquela, aquilo.

3. Pronomes e determinantes possessivos: 3. Pronomes e determinantes possessivos:


meu, minha, teu, tua... seu/sua, dele/dela...

4. Advérbio de predicado aqui. 4. Advérbio de predicado ali.

5. Advérbios de predicado: 5. Locuções adverbiais de predicado:


hoje, agora, amanhã... nesse dia, naquele dia, naquele momento, no dia seguinte...

6. Vocativo. 6. Complemento indireto.

7. Frase interrogativa direta. 7. Oração subordinada substantiva completiva.

8. Verbos no presente do indicativo. 8. Verbos no pretérito imperfeito.

9. Verbos no presente do conjuntivo. 9. Verbos no pretérito imperfeito do conjuntivo.

10. Verbos no pretérito perfeito do indicativo. 10. Verbos no pretérito mais-que-perfeito.

11. Verbos no pretérito imperfeito do conjuntivo. 11. Verbos no pretérito imperfeito do conjuntivo.

12. Verbos no futuro do indicativo. 12. Verbos no modo condicional.

13. Verbos no futuro do conjuntivo. 13. Verbos no pretérito imperfeito do conjuntivo.

14. Verbos no modo imperativo. 14. Verbos no pretérito imperfeito do modo conjuntivo.

15. Verbos no modo infinitivo. 15. Verbos no modo infinitivo.

16. Verbo vir. 16. Verbo ir.

17. Verbos introdutores do discurso. 17. Verbos introdutores do discurso não sofrem alterações.

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332 SÍNTESE INFORMATIVA E GRAMATICAL DE APOIO

3. Paratextos

3.1 Índice
Elemento paratextual que serve para situar o leitor quanto ao conteúdo
de uma obra, listando os itens que a compõem e a respetiva página onde
se encontram. Existem diferentes tipos de índice: geral, onomástico (lista
alfabética dos autores referidos numa obra), remissivo (lista alfabética dos
assuntos principais referidos numa obra), de tabelas, de figuras/imagens, de
abreviaturas.

3.2 Citação textual


Não é correto, nem legítimo recorrer a citações sem indicar a sua fonte
(origem), isto é, apropriarmo-nos indevidamente de parte ou da totalidade
do trabalho de outrem e apresentá-lo como nosso. Podes e deves usar
ideias e discursos de outros, pois estes comprovam as tuas ideias e ajudam
a fundamentá-las. No entanto, terás sempre de indicar a sua fonte, caso
contrário isso será plágio.

Apresentamos-te duas formas de evitares o plágio:


t citação direta – verifica-se quando citas integralmente (ipsis verbis) as
ideias/discurso do autor;
t citação indireta – verifica-se quando fazes um resumo ou paráfrase das
ideias/discurso do autor, introduzindo expressões como «segundo...», «de
acordo com…», «tal como afirma/defende…», que indicam a fonte do que
estás a expor/defender.

A citação deverá ser inserida no corpo do texto e entre aspas («»).


As citações não deverão ser longas. Apenas deves escolher o excerto
que contribui para enriquecer o teu texto como forma de complemento ou
fundamentação. Quando se citam versos, estes devem ser separados por uma
barra oblíqua (/) com um espaço antes e depois.

3.3 Nota final e de rodapé


São indicações que surgem no final do documento ou no final da página
(rodapé) e que são utilizadas para explicar, comentar ou fazer referências
a uma parte do texto no documento. Ao utilizar a nota final ou de rodapé
podemos não complicar o nosso texto com informação adicional, tornando-o
mais fluido e entendível.

3.3.1 Nota final

Podem utilizar-se as notas finais para inserir comentários (explicação de


um determinado termo ou estrangeirismo, por exemplo) ou para citação de

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SIGA 333

fontes, em alternativa à inserção de citações ou de bibliografia. Poderão ter


o inconveniente para o leitor de não estarem junto ao texto, mas sim no final
do capítulo ou da obra.

3.3.2 Nota de rodapé

Podem utilizar-se as notas de rodapé para inserir comentários (explicação


de um determinado termo ou estrangeirismo, por exemplo) ou indicação
breve do autor e obra a que nos referimos no corpo do texto, sem a referência
bibliográfica completa. Permitem ao leitor dispor da informação na mesma
página, o que não acontece com as notas finais.

3.4 Referência bibliográfica


A referência bibliográfica pode ser elaborada de vários modos, sendo funda-
mental manter a coerência nas escolhas.

1. nome do autor apelido, em maiúsculas ou minúsculas, seguido de nome


próprio (esta inversão só é necessária numa lista bibliográfica), título da
obra (em itálico), volume, número da edição (se apenas houver uma, não
se indica), tradutor, coleção, local de edição, editora, ano da publicação,
número de páginas (totais ou consultadas).
Ex.: MATHIAS, Énard, Fala-lhes de batalhas, de reis e de elefantes, trad.
de Pedro Tamen, Lisboa, Dom Quixote, 2013.

2. TJTUFNB BVUPSEBUB nome do autor, em maiúsculas ou minúsculas, ano


da publicação entre parênteses, título da obra, volume, número da edição,
tradutor, coleção, local da edição, editora, ano de publicação, páginas (totais
ou consultadas), conforme o caso.
Ex.: ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner (1996), Navegações, 3.ª edição,
Lisboa, Editorial Caminho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Livros ZINK, Rui, Anibaleitor, Lisboa, Teorema, 2010.

MONTEIRO, N. G., «Sistemas familiares», in J. Mattoso (dir.), História


Capítulos de livros de Portugal, vol. IV: O Antigo Regime, Lisboa, Círculo de Leitores, 1993,
pp. 278-283.

AMADO, Teresa, «Fernão Lopes, in Giulia Lanciani e Giuseppe Tavani (org.


Verbetes de dicionário/
e coord.), Dicionário da literatura medieval galega e portuguesa, 2.ª edição,
enciclopédia
Lisboa, Caminho, 2000, pp. 271-273.

MOURA, Vasco Graça, «A escrita e o real», in Jornal de Letras Artes e Ideias,


Artigos de revista e jornal
17 de agosto, 2005, pp. 17-18.

«Caravela», in Instituto Camões (disponível em http://cvc.instituto-camoes.pt,


Página de internet
consultado em 25/07/2014).

BOTELHO, João (2010), Filme do desassossego [filme], distribuído por Ar de


Material audiovisual
Filmes.

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334 SÍNTESE INFORMATIVA E GRAMATICAL DE APOIO

IV. Recursos expressivos


Adjetivação (simples, dupla, tripla) – apresentação sucessiva de vários adjetivos.
Ex.: É simplesmente rápido, perfeito e natural.

Alegoria – «No seu significado etimológico, alegoria significa dizer uma coisa
por outra, representando figurativamente um conceito ou uma abstração.»1
Ex.: O diabo (concreto) representa o mal (abstrato).

Aliteração – «Repetição da mesma consoante, muitas vezes na sílaba inicial


de palavras contíguas, tanto no verso como na prosa.»1
Ex.: «Menina e moça me levaram de casa de minha mãe para muito longe.»
(Bernardim Ribeiro)

Anáfora – repetição da mesma palavra ou conjunto de palavras no início de


cada verso ou de frases sucessivas.
Ex.: «Cresci de mais, como destino.
Cresci de mais para o meu berço.» (José Régio)

Anástrofe – inversão da ordem direta dos elementos da frase.


Ex.: «Longas são as estradas da Galileia.» (Eça de Queirós)

Antítese – combinação de ideias contrárias ou opostas.


Ex.: «o berço de um era magnífico e de marfim entre brocados; o berço do
outro, pobre e de verga» (Eça de Queirós)

Apóstrofe – chamamento ou interpelação a alguém ou a alguma coisa personificada.


Ex.: «Ó glória de mandar, ó vá cobiça»
«Bem puderas, ó Sol, da vista destes…» (Luís de Camões)

Comparação – Relação de semelhança entre dois elementos, através da


palavra «como» ou das expressões «parecer-se com» e «assemelhar-se a».
Ex.: «Dentro da casa o mar ressoa como no interior de um búzio.»
(Sophia M. B. Andresen)
«A rua [...] parece um formigueiro agitado.» (Érico Veríssimo)

Enumeração – «[…] nomeação acumulativa das partes de um todo e de


elementos que mantêm entre si uma correlação lógica ou semântica».1
Esta nomeação pode ser feita através de nomes ou verbos.
Ex.: «Os Romanos chegaram, viram e venceram.»
«As cerejas, peras e maçãs transbordavam da fruteira.»

Eufemismo – forma de suavizar o caráter desagradável, horrível, penoso, de


uma notícia, de um pensamento, de uma situação.
Ex.: «Entregar a alma ao criador.» (por «morrer»)
1
Dicionário Terminológico
Hipérbole – exagero (por excesso ou defeito) da realidade. (disponível em http://dt.dgidc.
Ex.: «A sua alma era um vulcão»; min-edu.pt, consultado em
«Red Bull dá-te asas». março de 2015)

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SIGA 335

Interrogação retórica – questão retórica, isto é, que não visa uma resposta,
antes procura dar ênfase e criar expectativa através de uma formulação
próxima da exclamação ou da afirmação.
Ex.: «Sem a loucura que é o homem / Mais do que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?» (Fernando Pessoa)

Ironia – exprimir uma ideia dizendo o significado contrário ou divergente, o


que corresponde ao propósito do emissor e que o recetor deve descodificar
de acordo com a situação.
Ex.: Fizeste um lindo serviço!

Metáfora – «substituição de uma palavra própria […] por uma palavra com a
qual aquela possui elementos sémicos em comum, com supressão daquela,
ao contrário do que acontece na comparação […]. A transposição do signifi-
cado baseia-se numa analogia manifesta ou oculta, que a metáfora desvela
e dá a conhecer.»
Ex.: «Amor é fogo que arde sem se ver» (Camões)

Metonímia – emprego de um vocábulo por outro, com o qual estabelece uma


relação de contiguidade (o continente pelo conteúdo; o lugar pelo produto,
o autor pela sua obra, etc.).
Ex.: «Belém mantém-se na expectativa» = O Presidente da República
«amigo de Baco» = amigo do vinho

Perífrase – utilização de um número de palavras maior do que o necessário


para exprimir determinada ideia.
Ex.: «E aqueles que por obras valorosas / Se vão da lei da morte libertando.»
(Camões)

Personificação – atribuição de qualidades/propriedades humanas a animais,


objetos ou entidades abstratas.
Ex.: «Sobre as ervas, entre as folhagens, / O vento passa, sonhador e distraído.»
(Sophia de M. B. Andresen)

Pleonasmo – palavra ou palavras que reforça(m) uma ideia que já está expressa.
Ex.: «pera sobir acima» (Fernão Lopes)

Sinédoque – transferência de significado de uma palavra para outra, numa


relação que toma a parte pelo todo ou vice-versa.
Ex.: «Que da Ocidental praia lusitana» (= Portugal)

Trocadilho – «[…] jogo de palavras, ou jogo do equívoco, sendo que o mais


comum é utilizar uma palavra recorrendo ao signo de uma outra, porque as
duas são homófonas (por exemplo “conselho” por “concelho”) ou servir-se
de palavras ou expressões homónimas, utilizando a sua ambiguidade de sen-
tidos. Esta figura de estilo constitui um jogo verbal para tornar animado, ou
para avivar um determinado momento da escrita […].»2
Ex.: Joana flores colhia. / «Jano colhia cuidados.» (Bernardim Ribeiro)
2
Dicionário de Termos Literários
(Carlos Ceia)

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