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ANTHEM C - A ele gia do f im do mundo pt . 1

Ficha Técnica

Direção criativa e executiva: Carlos César / Nollan Rangelle / Gleiciane


dos Santos
Fotografia: Nollan Rangelle / Gleiciane dos Santos
Suporte: Mônica Alves / Felipe Dourado / Fábio Dias / Edison Mineiro
Composição / Concepção das faixas: Lucas Coimbra / Cássio Carvalho
Masterização / Produção: Cássio Victor
Arranjo: Cássio Carvalho
Captação / Mixagem / Masterização: Cássio Carvalho
Estúdio: Cassete Records/ Sem Selo
Ilustrações, edição e diagramação: Carlos César
Revisão: Paulo Narley
Artistas convidados: Edivan Alves, Yngla, Bia Magalhães, Julyane Andra-
de, Fernando Verniz e Bráulio Miranda.

“Para todos os que acreditam em mim. Obrigado também aos artistas


musicais que me inspiram, aqueles que não tem medo de sairem do óbvio da música
contemporânea. Definitivamente a vertente artírstica mais complexa do mundo.”

Todos os direitos reservados. Este é um produto de arte ficcional, qualquer


semelhança com a realidade é mera coincidência.
Capítulo 1 –

ANTHEM C

F inalmente, ANTHEM C. Este personagem me persegue por


anos, bem mais tempo do que os personagens dos meus livros ou dos
meus desenhos. Eu me recordo de que, quando tinha uns dez anos, entre
conflitos emocionais da época, me via dentro de uma figura enigmática,
sem rosto, preparada para trazer de forma excêntrica as minhas ondas
artísticas internas. ANTHEM C sempre fez parte dos meus sonhos, dos
meus delírios, é uma figura onipresente, enigmática, complexa, multi-
mídia, mais visual do que musical em si, às vezes. Mas sempre uma in-
terrogação para mim.
Mesmo com bastante afinidade com as artes visuais e um apro-
fundamento de anos dentro desse campo, nunca consegui me satisfa-
zer artisticamente só com desenhos ou jogos visuais. Sempre me faltava
algo. Eu tinha mundos, personagens. Eu brincava com eles dentro de
uma infância conturbada, e eles tinham poderes. Entre 9 e 10 anos, sem
querer, eu tinha criado boa parte dos personagens que iriam ilustrar
meus livros. Eram bonequinhos velhos do McDonald’s. Cada um com
uma personalidade, mas todos bastante importantes e efusivos.
Não seria justo para mim me definir somente como artista vi-
sual, mesmo com um vasto campo de possibilidades com o desenho.
Então, assim que completei dezoito anos, tomei uma decisão que para
mim foi ousada: me matriculei na Escola de Música Possidônio Queiroz
para estudar canto e teoria musical. Minhas melhores terças-feiras eram
sempre lá, ao lado dos meus colegas (Alô, Morgana e Aline) e professo-
res que me auxiliaram com a técnica vocal. Foi um caminho fácil? Não.
Mas eu precisava experimentar o mundo da música e ter a certeza de
que também podia participar dele.
Foram quatro anos de estudo, entre mínimas e semínimas,
aprendendo sobre a estrutura da música como um todo. Me apaixona-
va cada vez mais por esse universo, mas somente depois de um tempo
consegui parte da confiança para me arriscar mais dentro da música.
Foi com a oportunidade do edital da Lei Aldir Blanc, que impulsiona
projetos artísticos (e muito me ajudou), que consegui concretizar um
pouco mais de ANTHEM C.
Mas, antes de chegarmos lá, é importante eu frisar o outro mun-
do em que embarquei.
Sempre gostei também de contar histórias. Aos 10 anos eu cria-
va quadrinhos de um ursinho que tinha uma turma de amigos com
poderes. Leitor assíduo de Turma da Mônica, não foi à toa que acabei
também seguindo por esse rumo. Mas toda vez que eu começava uma
história me frustrava porque nunca “chegava lá”. Faltava algo naqueles
desenhos e roteiro. Maturidade? Talvez. Por um tempo, resolvi abando-
nar esse universo.
Aos 15 e 16 anos, adentrei no mundo da literatura. Me lembro
de que no meu terceiro ano do Ensino Médio engatei em diversos livros
ficcionais, que competiam com os do vestibular. As histórias me fasci-
navam, as propostas em torno dos livros também. Você sente muito sem
ter nenhuma imagem. ANTHEM C acabou me cutucando, meu perso-
nagem disse no meu ouvido: “Acho que você também pode brincar com
a imaginação das pessoas sem usar desenhos”. Eu tinha em mãos mais
um desafio.
Em 2018, engatei no meu primeiro romance. A sociedade do
Através foi o espetáculo esquizofrênico que desmembrava Teresina den-
tro da minha cabeça. A confiança deste livro me fez acreditar que eu po-
dia, sim, fazer qualquer coisa, e me expressar como eu bem entendesse.
A boa aceitação da obra me fez embarcar em uma continuação e, então,
temos O manifesto do fim do mundo (2021), escrito durante um dos
períodos mais sombrios da humanidade, a pandemia da COVID-19.
Não cito o meu livro Isabelle, que ainda está no forno, porque
ele ainda não amadureceu o suficiente para mim. Nessa jornada de au-
tor, acredito já ter escrito mais de mil páginas de versões tanto deste
quanto das continuações do mundo do Através. Sempre foi restaurador
visitar esses mundos, é como concretizar as ações dos meus brinquedos
da infância. Esses personagens estavam vivos, e eu podia compartilhá-
-los.
Depois de planos, uma graduação conturbada, tempos som-
brios, apresento a você um pouco do meu universo como um todo. São
tantos detalhes, que vou tentar pincelar o máximo que posso. Desde já,
aproveite a viagem visual, musical e literária proposta por ANTHEM C,
a figura à frente desta odisseia.
Capítulo 2 –

A s ocie dade do
At ravés

T eresina em evidência. Quando menos percebemos, um uni-


verso dimensional está escondido através da realidade cinza e comum.
Já repeti esta história diversas vezes, mas aqui vai mais uma.
A inspiração para a escrita de A sociedade do Através começou com a
atenção incomum que eu tinha para com os arredores da cidade, prin-
cipalmente, entre passeios de ônibus a caminho da universidade. O que
acontece quando todos dormem e a cidade fica quieta e silenciosa? Foi o
questionamento que surgiu e me ajudou a trilhar a história de Cristina.
Num dado dia de outubro (acredito eu que seja outubro), minha cabe-
ça pesou com uma narrativa despretensiosa sobre a menina de cabelos
encaracolados que podia visitar dois mundos. A primeira página de ro-
teiro ocupou apenas 1 lauda e foi construída em poucas horas. Eu ainda
não tinha um vislumbre completo da história, mas sabia aonde queria
chegar: até à morada sombria e complexa do Senhor Amarelo.
Cristian, Marília, Camila, Daniela, Helena, Geleia, Carla, Num
se Pode, Senhor Cinza, Monstro do B-R-O BRÓ, e muitos outros, com-
pletam o elenco deste livro que me desafiava a revisitar cada canto da
cidade sob uma perspectiva onírica. Andar pelo Centro deveria ser fan-
tástico, visitar o Troca-Troca também. A Frei Serafim à noite poderia ser
palco de um espetáculo com fantasmas. Todas as ideias me vieram por
meio de sussurros do além para que eu conseguisse completar a jornada
de Cristina, a protagonista destemida e confusa que pincela parte do
que eu sou. A figura tão misteriosa quanto o mundo que ela conhece.

Passados os eventos de lançamento, estresse com logísticas de
compras e muitos sorrisos e Feedbacks positivos sobre a obra, me achei
confiante para seguir a jornada de Cristina e seus amigos. Então, rapida-
mente, criei uma continuação com dois volumes. A Sociedade do Atra-
vés iria ser uma trilogia, o desfecho seria algo espetacular envolvendo
um dos meus melhores amigos, Nollan Rangelle. Estava tão inspirado
que consegui completar ambas as obras em um ano e, dentro da euforia,
pedi que amigos lessem.
E deixei a poeira abaixar. Comecei a perceber que não estava
sendo justo com Teresina, com Cristina e com o Piauí como um todo.
Nosso Estado tão rico, temos tantas histórias que vivem na surdina, e o
Através é um mundo tão espetacular e extenso, apenas três livros não
seriam suficientes para ilustrar esse mundo. Então, perto de uma via-
gem para São Paulo, ao lado da minha grande amiga e parceira de vida,
Gleiciane Silva, pincelei sete volumes. Mas eu não teria tempo para con-
tinuá-los tão cedo. O dia a dia atarefado na capital paulista e os novos
ares me tomavam muito tempo. Distante da minha capital, a narrativa
de Cristina esfriou e eu assim aceitei.
Mas quem diria que enfrentaríamos uma das piores crises de
saúde do século. A Pandemia do Coronavírus parou o mundo em 2020.
O planeta precisava estacionar para entender a catástrofe deste potencial
biológico perigoso, todos os países, até os mais desenvolvidos, lidariam
com uma grave crise. Mortes seriam constantes e infecções também. O
Brasil, com sua estrutura governamental precária, não sairia dessa tão
cedo.
A quarentena surgiu para conter o avanço da doença. E eu e
Gleiciane nos vimos dentro de um apartamento minúsculo, desempre-
gados, tendo que assistir a filmes para manter a dinamicidade dos dias
que pioravam. Até que em junho resolvemos voltar para Teresina, o co-
meço de um sonho, um meio caótico. Ainda trancafiado dentro de casa,
por pouco não desenvolvi um estado de depressão, tanto pelo medo e
pelo caos em torno da pandemia quanto pela frustração de ter mui-
tos dos meus sonhos interrompidos. Engordei 10 quilos nesse proces-
so. Não fazia muita coisa, a não ser ver as novidades pelo Instagram e
acompanhar os rumos de 2020.
Então, ANTHEM C ressurgiu. Me deu um pequeno beliscão e
me mostrou um documento incompleto chamado “Roteiro dos livros
do Através”. Como quem não queria nada, resolvi abri-lo, e comecei a
achar fantástico os resumos breves das histórias do livro. Eu tinha com-
pletado só um, faltavam seis. Então, pensei... Por que não dar continui-
dade à história desse universo amarelo e quente? O restante tem como
resultado a obra O manifesto do fim do mundo, além de diversas mu-
danças tanto internas quanto externas sobre mim.
Mas... Vamos aos detalhes do primeiro livro antes de seguirmos
para o segundo.
Capítulo 3 –

Re f e r ê ncias
amar eladas

Se você já leu o primeiro livro, pode continuar; se não, pare


agora. Daqui para frente terão inúmeros spoilers! Você foi avisado(a)!
A história do desaparecimento da amiga de Cristina não é à toa.
Inúmeros casos assim ficaram famosos dentro dos circuitos de Teresina.
Sua narrativa, sob uma ótica mais crua, parece inofensiva e infantil, mas
a construção de toda a obra foi pautada nos pilares sociais da capital
piauiense. O trajeto, que começa no bairro Centro e se estende até a
Zona Leste da cidade, o “lado dos ricos”, em que vemos uma Cristina
destemida à mercê de um universo que vai se esfriando.
O sombrio Senhor Amarelo, que na verdade possui a coloração
cinza, já foi apontado como personagem-metáfora de muitas persona-
lidades locais, inclusive, um dos prefeitos. Sua temática em torno do
abraço frio remete à depressão, aos dias cinzentos e silenciosos sobre
dados que não podem ser divulgados, mas que preocupam e muito o
panorama de saúde mental da capital. O Senhor Cinza é aquela propos-
ta dissimulada e fria sobre um destino que pode ser considerado como
solução, mas não é. Junto do verdadeiro Senhor Amarelo e do Monstro
B-R-O BRÓ, o trio convoca o caos dentro do Através e acaba interferin-
do na realidade local.
Mas Cristina consegue pará-lo, isso graças à ajuda de meninas
muito legais que ela conheceu na gruta de Cristian, a versão cool do Ca-
beça de Cuia, uma das mais famosas lendas de Teresina. A melhor parte,
confesso, foi esquadrinhar a personalidade de cada uma das prisioneiras
de Cristian. Transferi personalidade de conhecidos e de tipos da cidade
para cada uma: Marília, a digital influencer desligada com a “realidade”
de sua cidade; Camila, a gótica sombria do Dirceu; Carla, a garota triste
que precisava seguir os sonhos dos pais; Daniela, a ambiciosa; e Helena,
a louca. Cada uma tem um espaço considerável dentro do meu coração,
mesmo que algumas não estejam mais entre nós.
Ao lado de Geleia, a aventura ficou mais empolgante. O perso-
nagem se tornou querido de muitos leitores e não foi à toa (spoilers de
O manifesto do fim do mundo) que conseguiu um livro só para si.
O menino ajudou Cristina a seguir, procurou com ela pelas
Joias da Performance e sofreu um grave acidente. Mas a aventura não
podia parar, o Através precisava dessa cinética empolgante. O Senhor
Cinza, aguardando pela sua inimiga no mirante da Ponte Estaiada, mal
sabia que ela não era alguém comum. A ilusão desapareceu e a esperan-
ça floresceu. Mas o final foi meio controverso.
O que acontecerá com nossas meninas mortas?
Capítulo 4 –

O mani f es to do f im
do mundo ( També m
conté m s poile r s !)

A aguardada continuação não é bem um avanço no futuro de


Cristina, mas um passeio importante e necessário de volta ao passado
de Geleia. Com este livro, ficamos sabendo que o Através não é bem
desconhecido assim entre os humanos, e a perigosa empresa de investi-
gação paranormal Família Siraivanesco está decidida a fazer tudo para
entendê-lo. O conflito entre ambos se tornará uma das melhores partes
desse universo.
Mas, por que Piripiri e Russinha Amada? Bom, a resposta são
dois nomes: Ivonaldo Bilac e Jorge Luis. Estas duas pessoinhas que abri-
lhantam meu dia a dia, mesmo que à distância, são responsáveis por
inspirar grande parte da narrativa deste volume. As histórias engraçadas
de Jorge, junto com as polêmicas afiadas de Ivonaldo, foram o suficiente
para criar Russinha Amada repleta de conflitos sociais e acontecimentos
absurdos.
Mas, mesmo com toda a naturalidade e humanidade de Marile-
ne e Augusto, as ações coercitivas de Jerônimo e o romance de Igor, é
dona Josefina quem devemos destacar. Num dado primeiro momento,
suas atitudes parecem esquisitas, mas aí descobrimos que na verdade
se trata de uma criatura do Através. Quando menos imaginávamos, ele
estava ali, todo esse tempo. É necessário voltar à realidade dos humanos
para entendermos as motivações deste mundo mágico.
Com este livro, a narrativa fica mais madura e mais grotesca. Os
acontecimentos são mais humanos e complexos, e o mundo colide com
diversas teorias. Era importante frisar a história de Augusto/Geleia para
entendermos que no Através coincidências são, às vezes, impossíveis.
Tudo tem um motivo, cada ação da dimensão real força uma reação
do mundo fantasioso. A humanidade e este mundo estão tão ligados
simbioticamente que será impossível detê-los. (Boa sorte, Família Sirai-
vanesco!)
Durante o processo de escrita deste livro, muito me preocupei
sobre os rumos das histórias dos personagens. Como mostrar a crueza
da humanidade sem parecer que estou sendo injusto? Bom, me resumi
apenas a mostrar “acontecimentos”, tentando enxergar por todas as óti-
cas. Mesmo sendo um livro de fantasia, O manifesto do fim do mundo
é totalmente pautado em acontecimentos reais, tanto de histórias que
ouvi quanto de experiências próprias.

E a melhor parte foi justamente buscar material para essa narrativa.
As histórias do Sítio do 29, um famoso sítio da minha família paterna,
embasaram a obra, tanto quanto os incríveis causos de minha tia, Rosi-
lene de Araújo. Viver uma infância na casa de avó tem disso, escutar dos
mais velhos histórias incríveis que acertam nosso imaginário criativo
sobre tempos antigos e nos inspiram. São acontecimentos, às vezes, tris-
tes, mas importantes demais para serem esquecidos. Reavivá-los dentro
do livro foi a minha melhor decisão. Espero que Rosinha e você gostem!
O título? Bom... Em 2020, só falávamos do “fim do mundo”.
Então, não seria esquisito compor um manifesto particular sobre.
Alguns finais do mundo parecem piores do que outros....
Capítulo 5 –

E o que é tudo is s o?

A gora que você entendeu parte dos meus livros, pode enten-
der a narrativa musical de ANTHEM C. O projeto, que começou em no-
vembro por meio da verba da Lei Aldir Blanc, consiste na produção de
um objeto musical alternativo inspirado nos livros do mundo do Atra-
vés. Quem assina a composição é Lucas Coimbra, com base nos meus
poemas e textos, além da produção de Cássio Victor. Com convidados
especiais, o trabalho é assinado e interpretado por diversos artistas de
Teresina que vivem cada um uma personalidade do universo mágico.
ANTHEM C fica com o Senhor Amarelo, a mais complexa autoridade.
O primeiro registro e risco que eu tomo nesse universo. É hora de mais
um passo importante!
Ser diretor executivo deste trabalho me foi bastante divertido e
um tanto esquisito. No papel, eu consigo esclarecer o que eu quero, mas
sempre fica faltando algo. Desenhar toda a trajetória musical não seria
algo “incrível”, já faço isso bastante nos meus livros. Por isso, convidei
Gleiciane dos Santos, Felipe Dourado e Mônica Alves para um primeiro
ensaio (“boca de se fuder”, inclusive); e Nollan Rangelle e Fábio, para
outro. Ambos os fotógrafos, Gleiciane e Nollan, registraram as melho-
res fotos que eu poderia ter. E reanimaram a ideia de criar esse catálogo
visual que está nas suas mãos.
Tiramos fotos em lugares de acontecimentos do primeiro livro
e recriamos a proposta do esquisito e inédito dentro do tráfego cinzento
da capital. E ANTHEM C ganhou forma e corpo, uma figura esquisita
que passeia pelos campos artísticos de Teresina. Foi divertido tirar fotos
na Ponte Estaiada, mesmo com certo assédio, além de visitar casas aban-
donadas que complementavam o conceito “da caveira”, forte dentro da
narrativa de O manifesto do fim do mundo.
Você confere este trabalho em suas respectivas plataformas de
mídia. O universo também é seu! E este projeto não aconteceria, se não
fosse graças a meus amigos, destino e familiares. Revisitar meus concei-
tos adormecidos e realizar mais um sonho só me notifica de que, entre
impasses, estou na direção certa. Sou grato a cada dia pelas oportunida-
des e pelas incríveis pessoas que me inspiram, as de perto e as de longe.
Se você está lendo isso, bom... Obrigado também. Um abraço quimérico
de ANTHEM C!
TÃO TU Inté r pr ete : Yngla
Let ra : Lucas Coimbra
Compos ição : Lucas Coim-
Tão tênue bra e Cássio Carvalho
Tão tenso Pr odução / Mas te r ização
Tão tu / Ar ranjo : Cássio Carvalho

Tão trêmulo
Tão tonto
Tão blue

Tão troncho
Tão tônico
Tão cru

Sem tônus
Sem trunfo
Sem tu
Eu vi você
No avesso da sombra
Ouvi dizer
Que a dor
Também sonha
A CIDADE ME CONDENA Onde eu vivo eu morro na
PARTE I contra mão
Na contra mão
cidade me condena
Eu vou ficar pra depois de ama- A dor se perdeu
nhã Entre dois rios
Depois de amanhã Através do céu
Rompeu a razão
A cidade é meu poema
Escrevo com frescor de hortelã
Hortelã Inté r pr ete : Yngla
Let ra : Lucas Coimbra
Compos ição : Lucas Coimbra e
O sol se escondeu Cássio Carvalho
Entres dois mundos Pr odução / Mas te r ização /
Através do véu Ar ranjo : Cássio Carvalho
Rompeu a escuridão

A cidade é um teorema
Hoje eu perco rumo perco a
direção
A direção
A cidade é um dilema
A CIDADE ME CONDENA Vai embora
PARTE II Não demora
E vira pó
A cidade me condena
Eu vou ficar pra depois
Amarelo azul poema
Eu vou ficar pra depois Inté r pr ete : Edivan
Let ra : Lucas Coimbra
Compos ição : Lucas Coimbra e
Vem sem pressa vem sem tema Cássio Carvalho
Eu vou ficar pra depois Pr odução / Mas te r ização /
Vem Sem ranço vem sem pena Ar ranjo : Cássio Carvalho
Eu vou ficar pra depois

Pra depois deixar de existir


Vou despartir
Pra depois achar e reeincindir
Vou colidir

Ouça a minha dor cantar


Dentro de ti
É um canto que se canta só
O que era sólido
MODO ESTÉREO Inté r pr ete : Bia Magalhães
Let ra : Lucas Coimbra
Compos ição : Lucas Coimbra
Chora ipê chora e Cássio Carvalho
Chora Josefina chora Pr odução / Mas te r ização /
Sonha vc agora Ar ranjo : Cássio Carvalho
Sonha serafim lá fora

No modo estéreo
Ela dança
Vestindo solidão

Todo mistério
Uma criança
Segura a minha mão
O MERGULHO Teto concreto afeto contrito
Feto exceto contrato restrito
A cidade cai Recesso sem nexo sucesso
Num mergulho só exibido
O sonho se vai Salto da ponte abraço o
Céu azul virando pó destino

A cidade avança
A todo vapor Inté r pr etes : Julyane Andrade e
Sonhos a se perderem de Fernando Verniz
Let ra : Lucas Coimbra
vista Compos ição : Lucas Coimbra e
Cássio Carvalho
A cidade vai Pr odução / Mas te r ização /
Num atalho só Ar ranjo : Cássio Carvalho
O sonho atrai
Amarelo dando nó

A cidade arranca
A flor da vontade
Sonhos? Ainda tem quem
insista!!!
Now. . . Let ra : Lucas Coimbra
Now . . . It ’s t he Compos ição : Lucas Coimbra e
Cássio Carvalho (participação de
be ginning of t he s and Gabs)
andr oid. Pr odução / Mas te r ização /
Ar ranjo : Cássio Carvalho
Walking in silence and
staying
The wondering void is lost
Still early for Shadow’s breath
A blank inside and out

Running fast without his


chains
Spinning Gray will fall
Embraced by gloom and
spitting rage
The swalloing void awakes

Oh oh oh oh ohh

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