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07/12/2015
Parecer Consultoria Tributária de Segmentos
Título do documento
Sumário
1. Questão ...................................................................................................................................................... 3
2. Normas apresentadas pelo cliente ............................................................................................................. 3
3. Análise da Consultoria ............................................................................................................................... 7
3.1 Suspensão do PIS e da COFINS ............................................................................................................... 7
3.2 Indicação no Documento Fiscal ................................................................................................................. 8
4. Conclusão .................................................................................................................................................. 9
5. Referências ................................................................................................................................................ 10
6. Histórico de alterações ............................................................................................................................... 10
1. Questão
Cliente informa que emitirá uma nota para uma empresa beneficiada pelo Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento
da Infraestrutura - REIDI e que, além de abater os valores das contribuições suspensas para o PIS e a COFINS no total da nota, ele
também deverá deduzir estas contribuições do cálculo do ICMS e do IPI.
Informam que apuram o imposto de renda (IRPJ) com base no lucro real, não são importadores e também que o destinatário da
mercadoria não é optante do Simples Nacional.
Hoje o sistema Microsiga-Protheus possui uma configuração para o REIDI que faz com que o documento emitido apresente o valor
integral da mercadoria, considerando os valores de PIS e COFINS e no total apresente a dedução destes valores.
Mediante este cenário, questionam o conceito aplicado a este regime nos seguintes pontos:
Existindo a suspensão do PIS e da COFINS em decorrência do REIDI, está correta a forma de geração do documento fiscal
com valores cheios para mercadoria e valores deduzidos de PIS e da COFINS no total do documento ?
Os valores de PIS e de COFINS também devem ser deduzidos da base de cálculo do ICMS e IPI?
Título
(...)
do documento
2. O REIDI estabelece a suspensão da exigência das contribuições de PIS e
COFINS no caso de venda ou importação de máquinas, aparelhos,
instrumentos e equipamentos novos, de materiais de construção e de serviços
destinados a obras de infra-estrutura para incorporação ao ativo imobilizado
(MP no 351/07, arts. 3º e 4º).
(...)
8. A tabela apresentada no Anexo I desta Nota discrimina os diferentes tipos de
itens que compõem o Cronograma de Investimentos previstos na 2 a Etapa das
Concessões Rodoviárias Federais, sendo associado 0,00% para os itens não
abrangidos pelo REIDI, 3,65% para aqueles itens cujos custos foram obtidos
através do SICRO e 9,25% para os itens objeto de pesquisa direta de preço.
Estes percentuais serão posteriormente aplicados sobre a base de custo para
se obter o valor da desoneração tributária que se estima que o REIDI venha a
proporcionar.
9. Ressalte-se que a forma de operacionalizar o cálculo da desoneração em
pauta requer adequado entendimento da base de incidência sobre a qual as
alíquotas discriminadas no Anexo I devem ser aplicadas. Este entendimento,
por sua vez, requer considerações quanto à participação dos impostos
indiretos nos custos dos bens e serviços incorporados ao ativo imobilizado,
objeto de demonstração detalhada no Anexo II.
10. A desoneração tributária proporcionada pelo REIPI permite reduzir o custo
dos investimentos pelo efeito direto da suspensão do PIS e da COFINS devidos
pelo fornecedor (que responde pela maior parte da desoneração), mas também
pela redução do valor dos demais impostos indiretos — IPI, ICMS e ISS —
devidos pelo fornecedor, na medida em que o PIS/COFINS integra a base de
cálculo destes tributos. No caso específico do IPI, o efeito total permite a
simplificação da metodologia de cálculo do impacto do REIDI sobre o custo de
investimento, conforme explicado a seguir.
11. Note-se que a base de apuração do valor do PIS/COFINS devido pelo
fornecedor não inclui o IPI, ou seja:
Base de Cálculo do PIS/COFINS Preço do Fornecedor — Valor do IPI devido
pelo Fornecedor.
(...)
13. Não obstante, deve-se considerar que o PIS/COFINS integra a base de
cálculo do IPI:
Base de Cálculo do IPI Preço do Fornecedor (inclui PIS/COFINS) — Valor do IPI
devido pelo Fornecedor.
14. Desta forma, a desoneração do PIS/COFINS proporcionada pelo REIDI, ao
reduzir o preço do fornecedor e por consequência a base de cálculo do IPI,
implica redução no próprio valor do IPI devido pelo fornecedor, gerando nova
redução no preço final do fornecedor.
15. Demonstração algébrica deste fenômeno é detalhada no Anexo II e permite
concluir que não é necessário abater o IPI da base de cálculo do PIS/COFINS
para que se obtenha o valor correto da desoneração tributária proporcionada
pelo REIDI, na medida em que o efeito da exclusão do IPI da base de cálculo do
PIS/COFINS é da exata magnitude do efeito da desoneração do IPI decorrente
do menor valor do PIS/COFINS proporcionado pelo próprio REIDI.
Isto posto, basta multiplicar a alíquota do PIS/COFINS de cada item pelo seu
preço de venda para obter o valor exato da desoneração proporcionada pelo
REIDI, captando-se assim tanto a redução direta do PIS/COFINS, quanto a
redução do IPI derivada da redução de sua base de cálculo. A simplificação do
método de cálculo da desoneração mostra-se ainda mais relevante se
considerarmos que a mesma é válida para qualquer alíquota do IPI, evitando
assim pesquisas detalhadas.
16. O mesmo procedimento, no entanto, não pode ser diretamente aplicado ao
ICMS e ao ISS, na medida em que o PIS/COFINS integra a base de cálculo de
ambos os tributos e vice-versa, tornando assaz complexo o cálculo da
desoneração tributária que o REIDI proporciona sobre estes tributos. Cuja
exatidão dependeria da alíquota praticada e da origem do bem. Na medida em
que esta desoneração é pouco relevante, optou-se por desconsiderá-la no
cálculo dos custos dos itens de investimento,
(...)
ANEXO II
Título do documento
Abaixo, são apresentadas tabelas com o objetivo de exemplificar os cálculos
da dedução algébrica acima, bem como de demonstrar a pouca relevância do
efeito da desoneração tributária sobre o ICMS e ISS.
3. Análise da Consultoria
3.1 Suspensão do PIS e da COFINS
O Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura (REIDI) concede a suspensão das contribuições para o
PIS-Pasep e para a COFINS, no caso de venda ou de importação de máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos, novos, e
de materiais de construção para utilização ou incorporação em obras de infraestrutura destinadas ao ativo imobilizado por pessoa
jurídica devidamente habilitada nesse regime especial.
Título do documento
d) locação de máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos para
utilização em obras de infraestrutura destinadas ao seu ativo imobilizado,
quando contratada por pessoa jurídica habilitada ao regime;
II - Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação
incidentes sobre:
a) máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos, novos, quando
importados diretamente por pessoa jurídica habilitada ao regime para
incorporação em obras de infra-estrutura destinadas ao seu ativo imobilizado;
b) materiais de construção, quando importados diretamente por pessoa jurídica
habilitada ao regime para incorporação ou utilização em obras de infra-
estrutura destinadas ao seu ativo imobilizado; e
c) o pagamento de serviços importados diretamente por pessoa jurídica
habilitada ao regime, quando aplicados em obras de infraestrutura destinadas
ao seu ativo imobilizado.
Art. 3º A suspensão de que trata o art. 2º pode ser usufruída nas aquisições,
locações e importações de bens e nas aquisições e importações de serviços,
vinculadas ao projeto aprovado, realizadas no período de 5 (cinco) anos,
contados da data da habilitação da pessoa jurídica titular do projeto de
infraestrutura, nos termos do art. 11.
§ 1º O prazo para fruição do regime, para pessoa jurídica habilitada antes do
dia 16 de dezembro de 2009, fica acrescido do período transcorrido entre a data
da aprovação do projeto e a data da habilitação da pessoa jurídica.
§ 2º Para efeito do disposto no caput, considera-se adquirido no mercado
interno ou importado o bem ou o serviço de que trata o art. 2º na data da
contratação do negócio, independentemente da data do recebimento do bem
ou da prestação do serviço.
§ 3º O disposto no § 2º aplica-se quanto à locação de bens no mercado interno.
§ 4º Considera-se data da contratação do negócio, a data de assinatura do
contrato ou dos aditivos contratuais.
DA HABILITAÇÃO E CO-HABILITAÇÃO
Art. 4ºSomente poderá efetuar aquisições e importações de bens e serviços no
regime do Reidi a pessoa jurídica previamente habilitada pela Secretaria da
Receita Federal do Brasil (RFB).
(...)”
A pessoa jurídica vendedora ou prestadora de serviços, deve fazer constar na nota fiscal o número da Portaria que aprovou o projeto,
o número do ato que concedeu a habilitação ou a co-habilitação ao REIDI à pessoa jurídica adquirente e, conforme o caso, a
expressão:
"Venda de bens efetuada com suspensão da exigência da Contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins", com a
especificação do dispositivo legal correspondente; ou
"Venda de serviços efetuada com suspensão da exigência da Contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins", com a
especificação do dispositivo legal correspondente.
4. Conclusão
Inicialmente, esclarecemos que o REIDI é um Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura e somente
poderá efetuar aquisições e importações de bens e serviços no regime do REIDI a pessoa jurídica previamente habilitada pela
Receita Federal do Brasil ou, se for o caso, a pessoa jurídica co-habilitada.
Neste regime é concedida a suspensão das contribuições para o PIS-Pasep e para a COFINS, no caso de venda ou de importação
de máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos, novos, e de materiais de construção para utilização ou incorporação em
obras de infraestrutura destinadas ao ativo imobilizado por pessoa jurídica devidamente habilitada nesse regime especial.
Como o PIS e a COFINS são tributos calculados “por dentro”, integrando o valor da mercadoria ou serviço, com a suspensão destas
contribuições no regime do REIDI ocorrerá a desoneração das mesmas sobre as operações relacionadas ao mencionado regime, o
que impactará na redução do custo e consequentemente do preço acordado, refletindo nos tributos incidentes, que serão diminuídos
proporcionalmente.
Isto posto, nas operações em que o destinatário e a mercadoria estejam sujeitos ao benefício do REIDI, o emitente deverá observar
as orientações do fisco, conforme expusemos acima, no tocante à redução dos valores suspensos do PIS e da COFINS do preço e
também no cálculo dos impostos indiretos incidentes – IPI, ICMS e ISS, haja vista que o PIS e a COFINS integram a base de cálculo
destes tributos.
Título
Segundo o fisco, basta multiplicar as alíquotas do PIS e da COFINSdo documento
de cada item pelo seu preço de venda para obter o valor exato
da desoneração proporcionada pelo REIDI, conseguindo assim tanto a redução direta do PIS e da COFINS, quanto a redução do
IPI derivada da redução de sua base de cálculo, aplicando-se este cálculo para qualquer alíquota do IPI.
Já com relação ao ICMS e ao ISS, pelo motivo do PIS e da COFINS integrarem a base de cálculo de ambos os tributos e vice-versa,
entendem que isto torna muito complexo o cálculo da desoneração das contribuições do REIDI sobre estes tributos, fora a inexatidão
causada pela variedade de alíquotas praticadas para estes impostos, além disto, consideram também que esta desoneração é
pouco relevante e a desconsideram no cálculo dos custos.
Existindo a suspensão do PIS e da COFINS em decorrência do REIDI, está correta a forma de geração do documento fiscal
com valores cheios para mercadoria e valores deduzidos de PIS e da COFINS no total do documento ?
Resposta : Não há nas normas que regulamentam o REIDI nenhuma disposição de que os valores desonerados do PIS e
da COFINS a serem reduzidos do preço devam constar expressamente nos documentos fiscais, com isso, entendemos
que fica a critério do que tenha sido acordado entre o fornecedor e seu cliente a forma de demonstrar a redução do preço
em decorrência da suspensão destas contribuições no regime do REIDI e seus reflexos nos impostos indiretos que
compõem o valor total da operação.
A única disposição com relação à indicação quanto ao REIDI, é a de que a pessoa jurídica vendedora ou prestadora de
serviços deve fazer constar na nota fiscal o número da portaria que aprovou o projeto, o número do ato que concedeu a
habilitação ou a co-habilitação ao Reidi à pessoa jurídica adquirente e, conforme o caso, a expressão:
I - "Venda de bens efetuada com suspensão da exigência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins", com a
especificação do dispositivo legal correspondente; ou
II - "Venda de serviços efetuada com suspensão da exigência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins", com a
especificação do dispositivo legal correspondente.
Os valores de PIS e de COFINS também devem ser deduzidos da base de cálculo do ICMS e IPI?
Resposta : Como o PIS e a COFINS integram o preço da mercadoria e esse valor está relacionado aos cálculos dos
impostos indiretos nas operações beneficiadas pelo REIDI, conforme já expusemos detalhadamente neste parecer, o PIS
e a COFINS desoneradas devem sim ser deduzidos para fins de cálculo do ICMS, do IPI e também do ISS.
5. Referências
http://sijut2.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=52471
http://appweb2.antt.gov.br/comunicadoaudiencia/notatecnica69_STNRFB.pdf
http://sijut2.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=15706
6. Histórico de alterações