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ANO LETIVO 2022-2023

GEOGRAFIA C

1.º PERÍODO ANO: 12.º TURMA: 05

Perda da biodiversidade: extinção de espécies e desflorestação

A biodiversidade, ou a variedade de todos os seres-vivos no nosso planeta, tem decrescido a um


ritmo alarmante nos últimos anos e o principal culpado é aquele que, paradoxalmente, mais depende
dela: o ser humano, pois muitas das suas atividades desencadeiam mudanças na utilização dos solos,
poluição e nas alterações climáticas. Assim, frear a perda de biodiversidade é um dos grandes
desafios da humanidade. A seguir, enumeramos suas causas, consequências e possíveis soluções.
A Comissão Europeia apresentou a nova Estratégia de Biodiversidade para 2030 em maio de 2020, na
sequência dos apelos feitos pelo Parlamento Europeu em janeiro de 2020 para fazer face aos
principais motores da perda de biodiversidade e estabelecer metas juridicamente vinculativas.
Durante uma sessão plenária em junho de 2021, o Parlamento adotou a posição dos seus membros
sobre a ’Estratégia de Biodiversidade da UE para 2030 – Trazer a natureza de volta às nossas vidas’, de
modo a assegurar que, até 2050, os ecossistemas do mundo sejam restaurados, resilientes e
adequadamente protegidos.
A 16 de janeiro de 2020, os eurodeputados pediram medidas juridicamente vinculativas para travar a
perda de biodiversidade, a ser acordadas durante a Conferência das Nações Unidas sobre a
Biodiversidade (COP 15), na China, em outubro de 2021. A segunda parte da Conferência das Nações
Unidas sobre a Biodiversidade, acontece em Montreal (Canadá), de 7 a 19 de dezembro de 2022.
Entre as 22 principais metas em discussão está a proteção de 30% do planeta, no mar e em terra, até
2030, uma marca que ambientalistas consideram fundamental. Alguns acreditam que esta
conferência, pode ser para a biodiversidade o marco fundamental que o Acordo de Paris, em 2015,
foi para a luta contra o aquecimento global.

1. O QUE É A PERDA DE BIODIVERSIDADE:

A perda de biodiversidade refere-se à redução ou desaparecimento da diversidade biológica, ou seja,


à variedade de seres vivos que habitam o planeta, os seus diferentes níveis de organização biológica e
a sua respetiva variabilidade genética.
No ano de 2019, a Organização das Nações Unidas (ONU), em colaboração com a Plataforma
Intergovernamental de Política de Ciência sobre Biodiversidade e Serviços do Ecossistema (IPBES, na
sigla em inglês), apresentou um ambicioso relatório sobre biodiversidade onde advertia que um
milhão de espécies que se estimam existir no planeta, de um total de aproximadamente oito milhões,

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está em perigo de extinção. Alguns investigadores, inclusive, chegaram a falar do sexto processo de
extinção em massa da História do planeta.
Como escreveu Robert Watson, um cientista britânico que preside ao IPBES, num artigo de opinião
no The Guardian, “todos assumimos que a natureza iria estar sempre aqui para nós e para as nossas
crianças. Contudo, o nosso consumo ilimitado, a nossa dependência míope dos combustíveis fósseis e
a nossa utilização insustentável da natureza estão agora a ameaçar seriamente o nosso futuro”.
Watson alerta igualmente para o facto de que a biodiversidade se está a transformar numa questão
global tão alarmante quanto as alterações climáticas, na medida em que a natureza está a ser
destruída a um ritmo nunca visto na História da humanidade: “A saúde dos ecossistemas dos quais
nós, e todas as outras espécies, dependemos está a deteriorar-se mais rapidamente do que nunca.
Estamos a minar os principais fundamentos das nossas economias, dos nossos meios de subsistência,
da segurança alimentar, da saúde e da qualidade de vida a nível global”.

2. CAUSAS DA PERDA DE BIODIVERSIDADE:

 Mudanças climáticas
As mudanças climáticas impactam na biodiversidade em diversos níveis: a distribuição das espécies, a
dinâmica das populações, a estrutura das comunidades e a função ecossistêmica.

 Poluição
Quando falamos de poluição pensamos, por exemplo, na fumaça que sai dos escapamentos dos
carros e que sobe para a atmosfera, mas há outros tipos de poluição que também afetam a
biodiversidade, tais como a poluição sonora e luminosa que exercem uma influência negativa sobre
ela.

 Destruição de habitats
A poluição do solo e as alterações em seus usos devido a atividades como o desmatamento das
florestas impactam de forma negativa nos ecossistemas e nas espécies que os compõem.

 Espécies exóticas invasoras


As espécies exóticas invasoras são a segunda causa de perda de biodiversidade no mundo de acordo
com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Agem como depredadores,
competem pelos alimentos, se hibridizam com as espécies nativas, trazem parasitas e doenças, etc.

 Exploração excessiva do meio natural


A exploração excessiva dos recursos naturais, ou seja, seu consumo a uma velocidade maior do que a
sua regeneração natural, tem consequências evidentes na flora e fauna do planeta
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“Perda de biodiversidade "é tão grave como as alterações climáticas"” - O mais completo relatório
sobre biodiversidade dos últimos 15 anos mostra que os ecossistemas estão à beira do colapso.
Versão final do documento será divulgada esta segunda-feira em Paris. "É urgente agir", dizem
cientistas.
https://www.dn.pt/vida-e-futuro/perda-de-biodiversidade-e-tao-grave-como-as-alteracoes-
climaticas-10862910.html

COP27: Proteger a biodiversidade é proteger o Acordo de Paris


https://news.un.org/pt/story/2022/11/1805487

Um encontro mundial para a biodiversidade


A segunda parte da Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade 2022, mais conhecida como
COP 15, acontece em Montreal (Canadá) de 7 a 19 de dezembro após o encontro virtual que ocorreu
no ano passado. A cúpula reúne governos e o setor privado global para chegar a um acordo sobre um
novo marco mundial para a biodiversidade pós-2020.
https://sicnoticias.pt/mundo/2022-12-04-Protecao-da-biodiversidade-esta-entre-esperanca-em-
acordo-historico-e-risco-de-fracasso-129c334e

2020 era o ano estabelecido para atingir as conhecidas Metas de Aichi, ou seja, o Plano Estratégico sobre
Diversidade Biológica (2011-2020) estipulado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(PNUMA). O referido roteiro definiu 20 objetivos para frear a destruição da biodiversidade do planeta, no
entanto, dez anos depois, e conforme indica o mencionado relatório, parece ser que nenhum desses
compromissos será 100 % cumprido, com o consequente impacto negativo sobre as espécies, ecossistemas e o
próprio ser humano.

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