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APRENDIZAGEM BASEADA
EM PROBLEMAS
Espécies exóticas e invasoras

Reportagem

Brasil tem 272 animais e 210 plantas invasoras que ameaçam biodiversidade, alerta instituto

O Brasil convive com 272 animais exóticos invasores em seus diversos ecossistemas, segundo
base de dados do Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental. Ainda, o
Banco de Dados Nacional de Espécies Exóticas Invasoras, mantido pela organização, elenca
pelo menos 210 espécies vegetais não nativas que se espalharam por ecossistemas brasileiros,
causando danos à flora local. A organização não governamental monitora, desde 2005,
espécies consideradas exóticas por não pertencem originalmente àquele local e invasoras
porque se reproduzem e se espalham, de forma descontrolada, ameaçando a biodiversidade
da área.

Animais

São animais pouco conhecidos do grande público, como o lagarto anolis-marrom (Anolis
sagrei), a caranguejola (Cancer paguros) e o coral-sol (Tubastrea sp.), mas há outros mais
famosos como os onipresentes cães (Canis familiaris), gatos domésticos (Felis catus) e
pombos-comuns (Columba livia). E eles chegam por aqui, trazidos pelo homem de diversas
formas, seja acidentalmente por meio de navios e plataformas de petróleo, seja
propositalmente, para servir como fonte de alimentação, como estoque para pesca/caça
esportiva ou como animais de estimação. Esses animais ameaçam a biodiversidade local por
causar um desequilíbrio ambiental. Afinal, eles chegam de repente em um ambiente que levou
gerações para encontrar um balanço entre os diversos seres que habitam aquela área.

O coral-sol, por exemplo, é nativo dos oceanos Índico e Pacífico. Ele chegou ao Brasil através
das plataformas de petróleo fabricadas no exterior e trazidas para a Bacia de Campos. Já o
lagostim-vermelho (Procambarus clarkii) chegou ao Brasil, vindo dos Estados Unidos, através
do hobby de aquarismo e acabou sendo liberado em rios e lagos.
Os animais exóticos não são apenas aqueles que vêm de outro país. Alguns deles são
brasileiros, mas se tornam um problema em ecossistemas onde não deveriam estar. Segundo o
instituto, nada menos que 118 invasores são nativos do Brasil, mas, por algum motivo,
extrapolaram seus limites de ocorrência natural.

“São espécies que foram trazidas por alguma influência humana, para uma área onde elas
não ocorriam naturalmente. E isso independe de fronteiras políticas. Por isso dizemos que a
espécie pode ser nativa em algum lugar do Brasil, mas ela é invasora e causa problemas em
outro ecossistema onde ela não é nativa”, explica a fundadora do Instituto Hórus, Silvia Ziller.

É o caso do pirarucu (Arapaima gigas), que teve exemplares retirados da região amazônica,
de onde é nativo, pelo aquarismo, aquicultura e pesca desportiva. O peixe gigante e se
espalhou por rios e lagos de estados como Bahia, Piauí e São Paulo, segundo o banco de
dados.

Animais podem ser suscetível a doenças parasitárias, risco de transmissão de doenças para o
ser humano, e até contaminação genética das populações de espécies nativas, que podem
acasalar com os nativos e gerar híbridos.

Vale mencionar que o Aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como dengue, zika e
chikungunya, também é uma espécie invasora. Originário do nordeste da África, chegou ao
Brasil de forma acidental, provavelmente através do tráfico de escravos.

Em 2018, foi criada a Estratégia Nacional para Espécies Exóticas Invasoras, comandada pelo
Ministério do Meio Ambiente, que consiste em instrumentos como a manutenção de uma base
de dados para monitorar a situação e a criação de planos específicos para lidar com espécies
individuais, grupos de espécies, regiões ou vias de dispersão.

Como o controle das invasoras é difícil, principalmente quando ela já se espalhou por um
grande território, há uma prioridade em detectar precocemente as invasões.

Mas, apenas para comprovar como espécies invasoras são um problema de difícil solução, as
tentativas de restaurar a flora nativa acabaram gerando outro problema. Em meio às mudas
produzidas no continente e levadas para a ilha, viajaram lagartixas-comuns (Hemidactylus
mabouia), espécies exóticas até mesmo no continente americano que passaram a povoar
Trindade.

Plantas

Jaqueiras, amendoeiras-da-praia, casuarinas, jiboias, agaves. São plantas que fazem parte
das paisagens brasileiras, mas nem sempre foi assim. Essas espécies não são nativas do Brasil
e, trazidas de outros pontos do globo pelo homem, acabaram se espalhando sem controle
pelo país.

“Quando são introduzidas em um ambiente diferente daqueles em que elas ocorrem


naturalmente, elas [as espécies exóticas] podem se adaptar. Quando elas se adaptam, elas se
reproduzem e modificam totalmente o processo ecológico natural daquele ambiente. E quando
elas se reproduzem com certo sucesso, elas se tornam dominantes”, explica o pesquisador do
Jardim Botânico do Rio de Janeiro e do projeto Ilhas do Rio Massimo Bovini.
Para Ziller, seria importante ter um controle sobre essas espécies que têm potencial invasor,
impondo, por exemplo, restrições ao seu comércio. “As plantas ornamentais, de uso comum,
tinham que ser banidas, na medida em que estejam nas listas de plantas invasoras. Então as
floriculturas teriam que ser fiscalizadas no sentido de não produzir e não vender mais essas
plantas, que a gente sabe que são plantas-problema”, argumentou.

Segundo ela, além disso, é preciso investir na detecção precoce, ou seja, na medida em que as
unidades de conservação forem percebendo o surgimento de espécies exóticas invasoras, elas
vão sendo eliminadas. “Na medida em que tem controle, você consegue ir eliminando”. Plantas
têm uma dispersão mais fácil do que a fauna, uma vez que sementes e esporos de são de
difícil contenção. No entanto, segundo Ziller, sua eliminação acaba sendo mais fácil porque,
diferentemente dos animais, as plantas ficam paradas.

A Agência Brasil tentou ouvir o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sobre as estratégias para lidar com
espécies exóticas invasoras mas não obteve resposta.

Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/brasil-tem-272-animais-e-210-plantas-


invasoras-que-ameacam-biodiversidade-alerta-instituto/. Acesso em: 19 abr.2023.
Contexto

O problema das espécies exóticas tem se tornado cada vez mais preocupante em todo o
mundo. Espécies exóticas são aquelas que são introduzidas em um novo ambiente, muitas vezes
por seres humanos, e que não fazem parte do ecossistema natural daquela área. Elas podem
ter um impacto negativo na biodiversidade local, competindo com espécies nativas por recursos
e, em alguns casos, tornando-se uma praga. O problema é especialmente grave em áreas
urbanas e costeiras, onde as espécies exóticas podem se proliferar rapidamente.

Pergunta: Como as espécies exóticas afetam a biodiversidade local e como podemos gerenciar
essa ameaça?

Atividade de Aprendizagem:
1. Pesquisa: Após a leitura da reportagem, os alunos devem fazer uma pesquisa sobre as
espécies exóticas, buscando entender as principais causas da introdução de espécies
exóticas em novos ambientes, os impactos que elas podem ter na biodiversidade local e as
estratégias de gerenciamento que podem ser utilizadas para minimizar esses impactos.
2. Estudo de Caso: Os alunos devem pesquisar e discutir sobre espécies invasoras na
comunidade ou município onde vivem. Eles devem pesquisar sobre como a espécie foi
introduzida, quais são seus impactos na biodiversidade local e as estratégias de
gerenciamento que estão sendo utilizadas para minimizar esses impactos.
3. Debate: Os alunos devem participar de um debate sobre a introdução de espécies exóticas.
Eles devem ser divididos em grupos e cada grupo deve defender uma posição sobre o
assunto, como "As espécies exóticas são uma ameaça para a biodiversidade local" ou "As
espécies exóticas podem trazer benefícios para o ecossistema local". Os alunos devem
apresentar argumentos baseados em pesquisas e estudos de caso para defender suas
posições.
4. Soluções: Os alunos devem apresentar soluções para gerenciar o problema das espécies
exóticas. Eles devem pensar em estratégias de prevenção, como a regulamentação da
importação de espécies exóticas, e em estratégias de controle, como a remoção de espécies
exóticas invasoras e a reintrodução de espécies nativas.
5. Projeto: Os alunos devem trabalhar em equipe para criar um projeto que aborde o
problema das espécies exóticas em sua comunidade. Eles devem identificar uma espécie
exótica local que esteja causando impactos negativos na biodiversidade e desenvolver um
plano de gerenciamento para minimizar esses impactos. O projeto deve incluir estratégias
de prevenção e controle, bem como medidas de monitoramento e avaliação para medir o
sucesso do projeto ao longo do tempo.

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