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O livro inicia-se no capítulo/preludio. Este é feito por… (autor??

), conhecido e amigo de José Manuel


Castanheira já há bastantes anos e de Pedro, do filho, desde que este nasceu. Aqui faz uma breve descrição
dos dois e do “adn do sonho, de fantásticas viagens da criação”, que tanto filho como pai têm. Faz de
imediato referência ao primeiro poema presente no texto, remetendo para a ideia de que tudo o acaba pode de
novo recomeçar, “como se tudo pudesse recomeçar. E pode.” (P.10 e 16)

O primeiro capítulo, “Para além da curva” é onde os autores iniciam de facto a sua viagem, onde passam a
curva para poderem ter a estrada aberta para a sua viagem (mostrar desenho p. 26). Há que realçar também o
carácter sonhador das pinturas de José Manuel e como o seu próprio identifica isso. “O meu pai pinta e pinta.
Ninguém sabe aonde vai. Pinta, pinta e pinta, pai, mistura-me na tua tinta!” (P.23)

O segundo capítulo intitula-se “La Motte-du-Caire”, uma aldeia francesa nos Alpes da Alta Provença (Alpes-
de-Haute-Provence), onde os autores param para pernoitar em casa de amigos, os Zink. A noite lá passada
foi, por si só, muitas outras viagens. O pai, Rui, falou sobre a sua viagem ao Japão, onde Pedro, o autor,
também já viajou mas apenas “com os livros e alguns filmes” (p.33,4). O filho, Leonel, falou sobre o curso
de verão que tinha acabado de tirar em Inglaterra, levando Pedro a viajar de novo, desta vez até quinze anos
atrás, quando passou um verão em Oxford.

3 Encontramo-nos agora em Borgo a Mozzano, uma pequena vila medieval em Itália onde se encontra a
Ponte del Diavolo, ponte esta que, pelas suas lendas, inspirou o conto “O Gato e o Diabo” de James Joyce.
Este era o conto favorito de Pedro e da sua irmã quando eram mais novos e, para quem não sabe, retrata a
história de habitantes de uma aldeia que pediram ao Diabo que lhes construísse uma ponte para a outra
margem. O Diabo teria que construir esta ponte da noite para o dia e os aldeões, a troco, entrega-lhe-iam a
primeira alma que a atravessasse. Na manhã seguinte a ponte encontrava-se erguida, tal qual como
combinado porém, no momento da transação, os aldeões decidiram abrir uma cesta com um gato lá dentro e
despejaram-lhe água fria, para que este corresse afugentado, atravessando a ponte e tornando-se assim no
prémio do Diabo. Apenas Pedro ousou atravessar a ponte fisicamente, José Manuel atravessou-a também
mas não com os pés e sim com as mãos, através dos seus desenhos. O

4 Em Crete, descrevem as maravilhas que a natureza tem para lhes oferecer. “De um lado são árvores; do
outro, árvores e mais árvores.” (p.54,1) Para além da densa floresta, há também campos e mar, searas e
prados. Contudo, Pedro apenas consegue ver toda aquela beleza como um Belo artificial (p.55,2), como uma
“excessiva humanização da paisagem”, dada apenas ao interesse económico.

5. Ainda na Toscana mas agora em San Quirico d’Orcia, mais concretamente na praça. Pai e filho sentam-se
e observam o mundo à sua volta, os outros pais e filhos. Dão-nos aqui a conhecer a viagem de Ineke, já com
66 anos que, após o falecimento do marido um ano atrás, decidiu ir a pé de Amesterdão, a sua terra natal, até
Roma, onde conhecera o seu marido pela primeira vez. Dão-nos também a conhecer Galgano, santo com
uma imponente abadia construída em seu nome, que os autores também visitaram. Galgano não nasceu santo
mas nasceu no seio de uma família nobre. Enquanto cavaleiro, teres revoltado com o modo materialista como
levava a vida, tendo-se aproximado de Deus, renunciando a sua vida anterior. Como símbolo da sua
renuncia, tentou destruir a sua espada numa pedra porém, ao invés de ficar destruída, a espada foi engolida
pela própria pedra, o que foi visto como uma aprovação divina. Foi neste local que a abadia foi construída e
onde Galgano viveu como eremita até à sua morte, tendo sido santificado apenas após esta.

6 Descendo mais pelo país, encontramo-nos agora em Norcia, mais concretamente num café, o Caffè
Borghese. Aqui recebemos uma longa descrição de suposições do empregado, Francesco, quem Pedro não
considera um empregado e sim um artista, pela dedicação e amor com que faz o que faz. O capítulo termina
com Francesco a estender a Pedro um copo, para beber com ele e com os amigos.

7 Antes de partirem em viagem houve um único pedido que a mãe de Pedro, mulher de José Manuel, lhes
deixou. Que ao deixarem Norcia para trás que seguissem pelo caminho mais longo, antes de irem ao seu
encontro em Camerino. Para que subissem aos Montes Sibilinos e fossem até Castellucio. O que os autores
não sabiam era que a ideia não era visitarem os locais mas si poderem observar as paisagens, a mãe levou-os
até um verdadeiro observatório de nuvens. A vista era, com seria de esperar, assombrosa.
8 Chegam por fim a Camerino, de encontro à Mutti, como carinhosamente se referem à mãe/esposa.
Enquanto lá estão, esta mostra-lhes como outrora fora a sua vida.

9 Já os três, decidem explorar mais as regiões de Marche e Umbria. Primeiramente Rimini, perto do mar e
terra natal de Fellini (dos mais influentes cineastas de todos os tempos); de seguida, Recanati, cidade
mundial da poesia e terra natal do famoso ensaísta Leopardi; e por fim, Assisi, que neste caso não é terra
natal mas sim o local onde Giotto iniciou, digamos, “a sua carreira profissional”, ou seja, foi onde o
movimento do renascimento começou a florescer.

10 Visitam ainda Spello, uma terra tão remota como Alpedrinha, terra dos autores, terra dos Castanheira. É
aqui, por entre as vielas de pedra e a música que nestas ressoa/encoa, que Pedro fica melancólico a relembrar
o bisavô que, como o próprio autor diz, “O meu bisavô Constantino nem morto se deixa enterrar.” (P.122,1)

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