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O Método Magnético

 As feições litológicas e estratigráficas em subsuperfície são


investigadas com base nas anomalias do campo magnético terrestre

 As anomalias magnéticas dependem da susceptibilidade magnética das


rochas e minerais

 Apresenta aplicabilidade tanto em pequena quanto em grande escala


Faixas de variação da susceptibilidade magnética das rochas
Origem do campo magnético terrestre

• 90% interna devido às correntes


de convecção e rotação no núcleo

• 10% devido às correntes de íons


na ionosfera que são intimamente
ligadas à atividade solar

Simulação gerada em computador das linhas


magnéticas continuamente geradas e distorcidas pelo
núcleo metálico da Terra.[Imagem: G. A.
Glatzmaier/Los Alamos National Lab]
O campo geomagnético

Próximo ao polo Norte geográfico existe um polo sul magnético e vice-


versa, ou seja, as linhas do campo geomagnético saem próximas do polo
Sul geográfico e entram próximas no polo Norte geográfico
Unidades do campo magnético no SI e no sistema cgs

No SI : Tesla T 

No cgs : Gauss (G)

1 nT  10 9 T  10 5 G

O campo magnético na superfície terrestre varia de 0,25 G no equador a


0,7 G nos polos

0, 25 a 0, 7 G  25.000 a 70.000 n T
Força magnética entre dois polos magnéticos:

Definição de potencial magnético para um polo único

Momento de dipolo magnético


Definição de magnetização induzida

Para uma barra de comprimento L e área A, a


magnetização é definida pela razão entre o
momento magnético total e o volume V = L A

A magnetização induzida só existe na presença


de um campo magnético externo

Onde k é a susceptibilidade magnética e H é o


vetor intensidade de campo magnético
Na realidade, a definição de susceptibilidade magnética mais geral é
dada pela derivada da magnetização induzida em relação ao campo H:

𝜕 𝐽𝑖
K = 𝜕𝐻

Para pequenos valores de H vale a aproximação linear para a


susceptibilidade magnética

𝐽𝑖
K = 𝐻

Assim, o vetor indução magnética B é definido em termos do vetor


intensidade de campo magnético H e da magnetização induzida Ji
Usando a aproximação linear para a magnetização induzida, obtemos o
seguinte:

Além da componente induzida, a magnetização de uma rocha pode ter


uma componente independente do campo externo, chamada de
magnetização remanente.

A magnetização remanente depende:

• Do teor de minerais ferromagnéticos e ferrimagnéticos presentes na


composição da rocha.

• Do valor da intensidade e da direção do campo terrestre quando a


rocha se resfriou
Anomalias magnéticas

Considerando que:

E incluindo o efeito da anomalia magnética temos:

onde:

Graficamente, este diagrama de vetores pode ser assim representado:


Então, pode-se concluir que:

Ou, usando relações trigonométricas simples:

Onde I é a inclinação de )B em relação à horizontal e 𝛼 o ângulo


de )B em relação ao norte.
Exemplo de um polo positivo isolado em profundidade z
Neste caso, é fácil mostrar que:
Redução de observações magnéticas

 Correção da variação diurna: Correção da variação do campo


geomagnético devido à ação das correntes provocadas na ionosfera
por partículas carregadas emitidas pelo sol

Em levantamentos terrestres: Realiza-se leituras periódicas do


magnetômetro em uma estação-base (da mesma forma que a
correção da deriva no levantamento gravimétrico).

Em levantamentos aéreos ou marinhos: Adota-se um percurso


sobre o qual existam vários pontos de intersecção nos quais
procede-se a leitura do magnetômetro duas vezes em diferentes
instantes.
 Correção geomagnética:

Equivale à correção de latitude no levantamento gravimétrico. Consiste


em calcular e deduzir o Campo Geomagnético de Referência Internacional
(IGRF) utilizando métodos computacionais.

Alternativas ao uso do IGRF:

Aproximação do dipolo único: Os gradientes regionais são obtidos de


equações típicas de um dipolo magnético único localizado no centro da
Terra:
Análise de tendência: A variação regional do campo magnético com
latitude é obtida a partir de um simples ajuste de regressão linear pelo
método dos mínimos quadrados (pequenas áreas de levantamento).
 Correções de elevação do terreno:

• O gradiente vertical do campo geomagnético é muito pequeno (da


ordem de 0,03 nT/m nos polos e -0,015 nT/m no equador). Assim,
correções de elevação não são utilizadas com frequência.

• Já as correções devido à topografia (levantamentos em terra) não são


geralmente executadas pois dependem da susceptibilidade magnética
e da magnetização das feições topográficas (alta complexidade)
Interpretação de anomalias magnéticas

 Interpretação direta:
Fontes profundas produzem anomalias de comprimento de
onda longo, ao contrário de fontes próximas à superfície

 Deconvolução de Euler:
Utiliza a relação de homogeneidade

Para, a partir do gradiente medido da anomalia, determinar a


profundidade da fonte

 Interpretação indireta:
Utilização de modelos matemáticos baseados em campos
dipolares para tentar simular a anomalia observada e
determinar a profundidade da fonte magnética
Transformações de campo potencial

• São operações similares às que são realizadas nos levantamentos


gravimétricos utilizando a equação de Poisson para transformar um
campo magnético em gravimétrico e vice-versa para corpos nos quais a
razão magnetização / densidade permanece constante

• Pode-se utilizar a equação de Laplace para obter a continuações para


cima ou para baixo do pseudopotencial magnético como já foi discutido
no caso gravimétrico
Teoria do potencial elementar e manipulação do campo potencial

Como a aceleração da gravidade é um campo vetorial conservativo, é


associada a um potencial escalar que obedece à equação de Laplace:

2 U 2 U 2 U
 U 
2
   0
x 2
y 2
z 2

Considerando apenas o plano xz temos:

2 U 2 U
  0
x 2
z 2
Usando a propriedade de ortogonalidade das funções seno, podemos
descrever o potencial a uma altura h da superfície como uma
transformada de Fourier do tipo:


U( x, h)  2
  0
U 0 ( k )  sen ( k x )  e  k h d k (1)

Onde


U0 ( k )  2
 
0
U ( x , 0 )  sen ( k x ) d x (2)

Podemos notar em ( 1 ) que as componentes de Fourier de maiores k


desaparecem mais rapidamente com a altura h
Método da continuação para cima

• Utilizado para atenuar componentes de números de onda k elevados


de forma a melhor evidenciar anomalias atribuídas a corpos em maior
profundidade

• Aumentando-se a altura em relação à superfície elimina-se


gradativamente as componentes de Fourier de maior número de onda,
causando a simplificação das linhas iso-anômalas
Reversões do Campo Geomagnético e Paleomagnetismo

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