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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ

CURSO DE EDUCAÇÃO FISICA

FORMA PARÁ

Belém - Pará - 2022


EMENTA DA DISCIPLINA: Fundamentos histórico – culturais, pedagógicos,
básicos e técnicos do handebol, com ênfase na vivência e aprendizagem
motora da mecânica dos movimentos dos educandos, conhecimentos básicos
das técnicas e táticas defensivas e ofensivas, bem como noções básicas das
regras desse desporto voltados para a escola.
HANDEBOL

INTRODUÇÃO:

Ainda, é com grande satisfação que podemos afirmar que as práticas


desportivas nas escolas despertam um grande interesse dos alunos,
principalmente nas aulas de Educação Física de todo o território nacional;
apesar de muitos descasos das políticas públicas em oferecerem melhores
condições de trabalho aos profissionais de Educação Física. E a Educação
Física enquanto disciplina importante do contexto educacional na formação
global do educando, oferece as práticas desportivas porque seus profissionais
acreditam que através do esporte podemos melhorar o comportamento das
crianças, jovens e adultos, inserindo-os da melhor forma possível dentro de
uma sociedade transformadora e crítica preservando os valores sociais.

    Toda prática esportiva desde que bem orientada por profissionais
qualificados, servem de instrumentos educacionais que visam o
desenvolvimento integral das crianças, jovens e adultos, capacitando-os para
lidar com suas necessidades, desejos e expectativas. Todo esporte como
instrumento pedagógico, precisa se integrar às finalidades gerais da
educação, como o desenvolvimento das individualidades, a formação para a
cidadania e a orientação para a prática social.

    O campo pedagógico do esporte além de ampliar o campo


experimental do aluno, cria obrigações, estimula a personalidade cognitiva e
física, e oferece chances reais de integração social.

       A redução de programas de Educação Física e uma melhor estrutura


física das escolas, tem contribuído para um aumento significativo da
delinquência e violência juvenil, aumentando com isso os custos de
assistência médica e social para os governantes, servindo de desculpas para
a falta de verbas para a educação e consequentemente para mais programas
de esportes e lazer nas escolas.

A literatura específica nos mostra que Handebol é um esporte coletivo


de atividade motora completa, que se alternam em períodos variáveis de
trabalho e pausa. No Brasil, este esporte, ainda considerado amador, é um
dos que mais tem evoluído nos últimos anos, chegando a um título mundial
com a equipe feminina adulta e, se mantendo entre as oito melhores do
mundo nessa categoria, bem como entre as 12 (doze) melhores do mundo na
categoria adulta masculina. Domina também quase todas as categorias de
base nas competições sul-americanas. O atleta de Handebol geralmente é
diferenciado por ter um excelente preparo de suas capacidades físicas,
psicológicas e técnicas para a sua prática.

Também é notório que todo desporto e, o handebol não podia ser


exceção, contribui de forma efetiva nas capacidades coordenativas dos seus
praticantes, possibilitando a percepção e conhecimento do seu próprio corpo,
a percepção e estruturação espacial. Também possibilita a aquisição e
desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais no processo de
socialização da criança.

       Pode-se perceber como o handebol pode ser um meio de grande


importância no desenvolvimento biopsicossocial de seus praticantes, através
do desenvolvimento necessário para a prática deste esporte.

    Portanto, conclui-se que a prática esportiva como instrumento


educacional visa o desenvolvimento integral das crianças, jovens e adultos,
capacita o sujeito a lidar com suas necessidades, desejos e expectativas. E,
sendo esporte um instrumento pedagógico, precisamos integrá-lo de forma
efetiva nas aulas de Educação Física com as finalidades gerais da educação,
como o desenvolvimento das individualidades, a formação para a cidadania e
a orientação para a prática social.

Breve História do Handebol

A bola é, sem dúvida, um dos instrumentos desportivos mais antigos do


mundo e que vem cativando o homem há milênios. O jogo de “Urânia”
praticado na antiga Grécia, com uma bola do tamanho de uma maçã, usando
as mãos, mas sem balizas, é citado por Homero na Odisseia. Também os
Romanos, segundo Cláudio Galero (130-200 DC), conheciam um jogo
praticado com as mãos, “Hasparton”. Mesmo durante a Idade Média, eram os
jogos com bola, praticados como lazer por rapazes e moças. Na França,
Rabelais (1494-1533) citava uma espécie de handebol (“esprés jouaiant à
balle, à la paume”). Em meados do século passado (1848), o professor
dinamarquês Holger Nielsen criou no Instituto de Ortrup um jogo denominado
“Haaddbold” determinando suas regras. Na mesma época dos tchecos
conheciam jogo semelhante denominado “Hazena”. Fala-se também de um
jogo similar na Irlanda, e no “Sallon”, do uruguaio Gualberto Valetta, como
precursor do handebol. Todavia, o handebol como se joga hoje foi introduzido
na última década do século passado, na Alemanha, como “Raftball”. Quem o
levou para o campo, em 1912, foi o alemão Hirschmann, então secretário da
Federação Internacional de futebol.

O período da primeira Grande Guerra (1915 a 1918) foi decisivo para o


desenvolvimento do esporte, quando o professor de ginástica Berlinense Max
Heiser criou um jogo ao ar livre derivado do “Torball” para as operárias da
Fábrica Siemens, que teve o campo aumentando para as medidas do futebol
quando os homens começaram a praticá-lo. Em 1919, o professor alemão
Karl Schelenz reformulou o “Torball”, alterando seu nome para “Handball”
para o jogo com 11 jogadores. Schelenz levou a modalidade para a Áustria e
Suíça, além da Alemanha. Em 1920 o Diretor da Escola de Educação Física
da Alemanha tornou a modalidade como desporto oficial. Cinco anos mais
tarde, Alemanha e Áustria fizeram o primeiro jogo internacional, com vitória
dos austríacos por 6 a 3. Na reunião de agosto de 1927 do Comitê de
Handebol da IAAF foram adotadas as regras alemãs como as oficiais,
motivando que na 25ª sessão do Comitê Olímpico Internacional, realizado no
mesmo ano, fosse pedida a inclusão do handebol no programa olímpico.
Como crescia o número de países praticantes, o caminho foi a independência
da IAAF, o que aconteceu em 4 de agosto de 1928, no Congresso de
Amsterdã, quando 11 países escolheram o americano Avery Brudage como
membro da Presidência da FIHA.

O COI decidiu, em 1934, que o handebol seria um dos esportes da


Olimpíada de Berlim, em 1936, o que realmente aconteceu com a
participação de seis dos 26 países então filiados, com a Alemanha vencendo
a Áustria no jogo final por 10 a 6, perante cem mil pessoas no Olympia
Stadium de Berlim. Dois anos mais tarde, também na Alemanha, foi disputado
o primeiro campeonato mundial, tanto no campo (8 participantes) como no
salão (4 concorrentes). Tão logo terminou a Guerra Mundial, os dirigentes de
handebol reuniram-se em Copenhague e fundaram a atual Federação
Internacional, com sede na Suécia, sob a presidência do sueco Costa Bjork.
Em 1950, a sede da IHF mudou-se para a Basiléia, na Suíça. Mesmo sem a
participação dos alemães, criadores do jogo, os campeonatos mundiais foram
reiniciados no campo em 1948 (para homens) e em 1949 (para mulheres). No
salão, já com os alemães, os certames foram reiniciados em 1954.

O handebol vem realizando a cada quatro anos seus campeonatos


mundiais e olímpicos, estes desde 1972 no masculino e desde 1976 no
feminino. União Soviética, Iugoslávia, Alemanha Oriental e Ocidental, Suécia,
Dinamarca, Hungria, Romênia e Espanha são destaques na Europa. Nos
outros continentes a Coreia e Japão (Ásia), Argélia e Tunísia (África), Cuba,
Estados Unidos e Brasil (América) têm obtido os melhores resultados em
ambos os sexos.
Handebol no Brasil

O Handebol é mais uma das modalidades desportivas que o Velho


Mundo nos enviou. Anteriormente, o handebol já apresentou grandes
distinções em termos de preferência entre o que se chamou Handebol de
campo e handebol de Salão. Hoje, a carência de locais no Brasil, ou melhor, a
maior disponibilidade de quadras e não de campos, fez prevalecer o handebol
de salão, que absorveu a prática da modalidade em todo País.

No início, quando o desporto foi introduzido no Brasil, foram creditados


ao handebol de campo os méritos da organização oficial e do reconhecimento
da modalidade como desporto oficial no Brasil.

A primeira Federação de handebol foi a Federação Paulista e o primeiro


campeonato oficial da modalidade, disputado no Brasil, ocorreu na cidade de
São Paulo, não tendo sido, entretanto, certame estadual e sim um
campeonato
Essa modalidade do desporto foi, em nosso País, a que mais fez sentir
a influência das competições estudantis. Daí, o handebol ganhou o povo e
pela prática reiterada alcançou foros de desporto comunitário de alto nível. O
handebol, até a década de 60, ficou restrito à São Paulo; depois começou a
ser praticado em escolas de todo o Brasil.

Em nosso país, o handebol como modalidade de campo foi introduzido


em São Paulo por imigrantes, principalmente da colônia alemã, no início da
década de 30. O handebol ficou restrito a São Paulo até a década de 60,
quando o professor francês Augusto Listello, durante um curso internacional
em Santos, apresentou a modalidade a professores de outros estados. Esses
professores introduziram o esporte em seus colégios e assim o handebol
começou a ser praticado em outros estados. Em 1971, o MEC incluiu o
handebol entre as modalidades dos Jogos Estudantis e Jogos Universitários
Brasileiros (JEB’s e JUB’s). Com isso, o handebol disseminou-se em todo o
território nacional, com vários estados dividindo os títulos nacionais.

Em 1973, a antiga CBD realizou em Niterói o 1º Campeonato Brasileiro


Juvenil para ambos os sexos. No ano seguinte, em Fortaleza, iniciou-se a
competição para adultos. Em 1980, um ano após a criação da Confederação
Brasileira de Handebol, foi disputada a 1ª Taça Brasil de Clubes, na cidade de
São Paulo, então sede da entidade.

Não existe na literatura específica um documento oficial que comprove


de direito e de fato quem foi o verdadeiro país criador do Handebol. Especula-
se na Europa vários nações como; República tcheca, União Soviética,
Dinamarca, Iugoslávia, Alemanha e outros. Sendo que durante muitos anos a
Alemanha deteve a hegemonia do handebol no cenário mundial, chegando o
seu campeonato nacional a ter 08 (oito) divisões, dividindo a popularidade
desse desporto com o futebol de campo.
RECEPÇÃO: Além do trabalho das mãos, relaciona-se também com as
zonas do corpo onde recebemos a bola, originando os tipos de pegadas que
são: Pegada alta, média e baixa;

Habilidades fundamentais para uma boa recepção:


a- Olhos na bola – Vigiar a bola;
b- Receber a bola com as duas mãos;
c- Ir de encontro a bola;
d- Amortecer ligeiramente os braços para absorver o contato com a bola;
e- A bola deve ser imediatamente protegida de forma que o adversário não
possa recuperá-la;

Erros mais comuns:


A- Posição errada das mãos (palma das mãos voltadas uma para a outra);
b- Segurar a bola apenas com os dedos;
c- A mão não está em forma de “concha”;
d- Os braços estão estendidos de maneira que não absorvem o contato com a
bola;
Erros comuns na execução do passe:

Não olhar para onde vai passar;


Empurrar a bola para frente;
Não empunhar a bola.
OBS: A aplicabilidade dos fundamentos básicos do handebol, devem
obedecer um processo didático pedagógico afim de favorecer da melhor
forma possível o processo ensino aprendizagem do desporto, seja nas aulas
de educação física ou no ensinamento da modalidade com o objetivo da
performance.
A QUADRA DE JOGO
Tamanhos (dimensões oficiais):
# 40 metros de comprimento
#20 metros de largura

SANÇÕES QUE OS JOGADORES ESTÃO SUJEITOS EM UM JOGO


DE HANDEBOL:

A – Advertência (Cartão amarelo) – 01(um) por jogador e 03 (três) por


equipe. Após a terceira advertência por equipe, o jogador que merecer
sancionado, no mínimo será excluído.

E – Exclusão – o jogador fica fora do jogo por dois minutos. Após a segunda
exclusão, se o jogador merecer ser sancionado, no mínimo ele será
desqualificado.
D - Desqualificação – (Cartão vermelho) – a equipe fica inferiorizada
numericamente durante 02 (dois) minutos.

Expulsão (cartão azul)

Principais sinalizações dos árbitros:

7. Tiro lateral 8. Tiro de meta. 9. Tiro livre


(direção). (direção)

10. Manter a distância 11. Jogo passivo. 12. Gol

de 3 metros.

13. Advertência (amarelo); 14. Exclusão por 2’

desqualificação (vermelho).
15. Time – out. 16. Permissão para a entrada 7. Gesto passivo.

Observação: Por todos esses fatores, a defesa chega a ser em


determinados momentos, uma das partes mais importantes de um jogo de
handebol para uma equipe.
FASES DA DEFESA:

1 – Retorno à defesa;
2 – Defesa temporária;
3 – Organização da defesa;
4 – Defesa organizada;

SISTEMAS DEFENSIVOS:
1 – Sistema individual ou homem a homem
Caracteriza-se pela marcação individualizada, meia quadra ou quadra toda.
Requer bom condicionamento físico, muito treinamento e situações
apropriadas para empregá-lo.

EX: Marcação individual meia quadra


2 – SISTEMA POR SETOR OU ZONA

É o sistema que se estabelece por um bloqueio defensivo mais


compacto, possibilitando interceptações adiante.
Os principais tipos são:

2.1 SISTEMA 6x0


No sistema defensivo 6 x 0, temos uma ótima defesa, pois não permite uma
movimentação livre do pivô contrário, tendo como ponto forte defensivo o centro da área,
porém deve ser utilizado quando o adversário não possui bons armadores que
arremessem forte da área de tiro livre.

2.2 SISTEMA 5 x 1
No sistema 5 x 1, quando a equipe se defende, 5 jogadores colocam-
se próximos da linha da área de goleiro, para impedir a penetração e os
arremessos dos adversários. Um outro jogador fica próximo à linha de tiro
livre, para dar combate aos armadores e interceptar os arremessos de
longa distância.

EX:

2.3 SISTEMA 4 x 2
No sistema defensivo 4 x 2 , 4 jogadores colocam-se próximos da
linha da área de goleiro para impedir a penetração e os arremessos dos
adversários. Dois jogadores ficam próximos da linha de tiro livre, para dar
maior combate aos armadores.
EX:
2.4 SISTEMA 3 x 3
Sistema defensivo formado por duas linhas de defesa, mas que
proporciona aos iniciantes melhores possibilidades de um aprimoramento
de suas habilidades individuais.
Temos nesse sistema duas linhas de três jogadores, que formam duas
barreiras simétricas tornando o ponto positivo da defesa quando bem
aplicada.

2.5 SISTEMA 3 x 2 x 1
Sistema formado por três linhas de defesa, sendo 3 jogadores próximos
dos 6 metros, 2 jogadores próximos dos 9 metros e 1 jogador um pouco à
frente dos 9 metros. É considerado um dos mais difíceis de ser empregado
devido exigir muito do bom entrosamento das três linhas de defesa.

2.6 SISTEMA COMBINADO

Caracteriza-se pela utilização de 2 tipos de marcação, ou seja, a


individualizada e a por zona.
ATAQUE

CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES:
Uma equipe começa a atacar quando está para entrar de posse
de bola, ou já entrou;
Situações: Tiro livre, jogo passivo, tiro de lateral, tiro de 7
metros e outras.
Característica mais marcante: Quando já está de posse de bola
e que progride em direção a meta adversária.

SISTEMAS OFENSIVOS

Semelhante aos sistemas de defesa, estes também possuem


suas vantagens, desvantagens e aplicabilidade, podendo ser: 6 x 0,
5 x 1, 4 x 2 e 3 x 3.

TIPOS DE ATAQUE
1 – POSICIONAL
Objetiva conseguir vantagem numérica a partir da rápida circulação
da bola utilizando todo espaço físico disponível, com cada jogador em sua
posição característica;

2 – CIRCULAÇÃO
Considerado como o mais moderno. Sua prática exige
constante movimentação dos atletas com alternância de posições e
de passes rápidos.
3 – COMBINADO
Caracteriza-se pela utilização do posicional e da circulação.
Alguns jogadores permanecem em suas posições, enquanto outros
circulam, principalmente próximo aos 6 metros.
Referências Bibliográficas

 CAMARGO NETTO, Francisco. Handebol. 4 ed. revisada e aumentada.


Porto Alegre: PRODIL – LIAL, 1982.

 FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE HANDEBOL. Handebol: regras oficias
2006-2009. São Paulo: Phorte, 2006.

 http://br.geocites.com/emacarneiro/handebol.htm. Handebol defensivo.
Acesso em 21 de setembro de 2007.

 MELHEM, Alfredo. Brincando e Aprendendo Handebol 2ª edd. Sprint,
2004.

 SIMÕES, Antônio Carlos. Handebol defensivo: conceitos; técnicos e
táticos. São Paulo: Phorte, 2002.
.
 TENROLLER, Carlos Alberto. Handebol: teoria e prática Rio de Janeiro:
Sprint, 2004.

 www.brasilhandebol.com.br. Confederação Brasileira de Handebol.
Acesso em 02 de outubro de 2007.

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