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2.0.

Fundamentação Teórica

2.1. Estruturas Geológicas

A estrutura geológica de Moçambique desenvolveu-se a partir da conjugação de


fenómenos e processos endógenos e exógenos.

Formaram-se unidades tectónicas, designadamente cratões arcaicos, zonas


de dobramento e zonas de abatimento, durante esse processo registaram-se fases de
deformação, destruição e consolidação da crusta (Armindo, s/d, p.26).

2.2. Fenómenos endógenos e exógenos de formação de rochas

De acordo com Guambe (2007), A estrutura geológica de Moçambique desenvolveu-se


a partir da conjugação de fenómenos e processos endógenos e exógenos

Processos endógenos:  são aqueles que acontecem internamente (no interior da


crosta terrestre), como o vulcanismo ou o tectonismo.
Processos exógenos:  são aqueles que acontecem externamente (na superfície
terrestre), como a acção dos ventos, do clima, dos rios, etc.

Ambos contribuem para a formação do relevo. Forças com origens diferentes, mas
actuando no mesmo local.

Os processos endógenos mais importantes estão relacionados aos movimentos


tectónicos - as grandes cadeias de montanhas que deles resultam.

Podemos associar a formação de rochas com o relevo:

Rochas Intrusiva -  formadas no interior da Terra, às quais ao longo de muito


tempo podem passar a ser expostas na superfície. Essas rochas possuem idade antiga e
seu relevo é suave (pouco modificado). Como exemplo de rocha intrusiva de idade
antiga, temos os Crátons. Os crátons são grandes rochas formadas no Pré-Cambriano
que sofreram pouca ou nenhuma deformação, são considerados bastante estáveis por
essa razão. É entre os crátons que se formam as bacias sedimentares.
Rochas Extrusiva – formadas com o vulcanismo. Como são inicialmente
expostas na superfície, sofrem mais modificações em sua extrutura. O Basalto é um
exemplo de rocha extrusiva, devido ao resfriamento do magma espelido por erupção
vulcânica na sua formação.
2.1.3. Unidades geológicas de Moçambique

As formações geológicas do território Moçambique, interligam com as do continente


africano.

No território moçambicano distinguem – se duas grandes unidades de formações


geológicas, e que esta divisão corresponde á duas grandes Eras geológicas da história da
Terra que manifestaram de forma expressiva no nosso território, a saber:

O Precâmbrico, com uma superfície cerca de 534.000 Km2;

O Fanerozoico, com uma área aproxidamente á 237.000 Km2.

2.1.1. O Precâmbrico

Os territórios do Precâmbrico são constituido por rochas mais do território que se


formaram a mais de 600 milhões de anos, ocupando cerca de 1/3 do território
moçambicano, mais concretamente nas regiões Centro e Norte Ocidental do País.

Em Moçambique, as rochas do Precâmbrico subidivide – se em duas partes:

2.1.1.1. O Precâmbrico Inferior/Arcaico

É representado pelo Cinturão de Zimbabwe que enquadra o sistema de Manica e


localiza – se na Província de Manica e é constituido pelas formações de Macequece e de
N′beza e Vengo. Litologicamente é constituido por rochas metamórficas de origem
magmáticas e sedimntares.

2.1.1.2. O Precâmbrico Superior/ Cinturão de Moçambique

É constituido por formações antigas profundamente removidas por várias Orogenias das
quais a íltima orogenia Katanguana com vestigíos marcantes datados de 500 milhões de
anos.

O Precâmbrico Supeior divide – se em três Provínciais Geológicas, tais como:

Província Tectónica de Moçambique, que enquadram vários territórios das


provínciais do Norte e Zambézia, excluindo a parte Ocidental da província do Niassa;

Província Tectónica do Niassa, Engloba vastos territórios Ocidentais da


Província do Niassa e os territórios da Província de Tete, a norte do Rio Zambeze;
Província Tectónica do Médio Zambeze, engloba vastos territórios Planálticos a
Sul do Rio Zambeze ao Rio Save e exclui o extremo Ocidental da Província de manica
que faz parte do Precâmbrico Inferior.

2.1.2. O Fanerozóico

É formado essencialmente por rochas sedimentares que se formaram entre 300 – 70


molhões de anos. Não obstante algumas formações eruptivas como os basaltos e riolitos
que ocrrem junto a fronteira Sul do País.

O fanerozóico ocupa cerca de 2/3 do território nacional assim distribuido:

A Sul do Rio Save, ocupa quase a totalidade das Provínciais de Inhambane, Gaza e
Maputo, estreita gradualmente na região central (Provínciais de Sofala, Zambézia), para
o norte de Quelimane reduz – se a uma estreita faixa litoral até a foz do rio Lúrio
donde se alarga ligeiramente até a foz do rio Rovuma.

Fazem parte do fanerozóico, as rochas do Karroo, Jurássico, Cretácico e ainda do


Quaternário/antropogénico.

O karroo, distribui – se geograficamente pelas Províncias do Niassa, Tete,


Manica e nos Montes Limbombos no Sul do País. Os sedimentos do Karroo
caracteriza – se pela sua origem continental e por se depositarem em bacias com
falhas, a maioria das quais estão representadas nas provínciais de Tete e Manica.

Jurássico, as formações do jurássico encontram – se representadas nas


Provínciais de Tete e Cabo Delgado, litologicamente o jurássico é caracterizado por
grés, calcáreos, riolitos, gabros e conglomerados.

O Cretácico, é essencialmente formado por rochas sedimentares, não obstante


rochas eruptivas, que predominam na concâva de maciço de Lupata na Província de
Tete (Sudeste). A importância económica do cretáccico consiste na presença de gás
natural.

O Terciário e o Quaternário, estas duas formações apresentam semelhanças no


respeita a sua composição litológica. O quartenário é composto por sedimentos
resultantes da erosão de rochas formadas no terciário e composto essencialmente por
dunas costeiras não consolidadas e por aluviões e coluviões. De um modo geral as duas
unidades dominam quase todo Sul do rio Save estão representadas também no litoral
Centro do País e por uma faixa estreita ao longo do litoral norte. Enquanto o Terciário é
caracterizado por grés, conglomerados, rochas basálticas, chaminés vucânicos de
basaltos nefilíticos e traquitos.

2.2. Morfologia ou relevo de Moçambique

2.2.1. Processos de formação de relevo e características do relevo moçambicano

A superfície do território moçambicano não é homogénea, apresenta zonas baixas e


zonas planas;

A configuração do relevo de Moçambique é resultado de dois processos:

Processos internos ou endógenos (vulcanismo e outros) que dão origem as


formas positivas (altas) do relevo

Processos externos ou exógenos (acção do vento, da agua dos rios, das chuva,
das marés, etc.) que são responsáveis pela redução aplanando-o ou baixando-o.

Para xxxx O relevo Moçambicano é o resultado da interacção de agentes internos


(vulcanismo, tectonismo e abalos sísmicos), responsáveis pela formação de montanhas,
planaltos e agentes externos responsáveis pela erosão (rios , ventos , seres vivos, lagos
mares e oceanos).

O relevo Moçambicano tem um formato de escadaria, ou seja ao caminhar do litoral ao


interior temos três degraus em que o mais baixo corresponde a planície no litoral. O
intermediário são planaltos e o mais alto, as montanhas no interior.

As três formas que no seu conjunto constituem zonas morfológicas estão dispostas, de
forma, geral, em escadarias, aumentando de altitude do litoral para interior. Assim
caminhando do litoral para interior o relevo passa sucessivamente de estrutura mais
baixa para as mais elevadas.

2.2.1. Principais formas do relevo Moçambicano

Em termo gerais considera – se que a morfologia do território moçambicano


compreende três formas principais, a saber: planicíes, planaltos e montanhas, além de
depressão.
2.2.1.1. Planície

A Zona de Planícies no nosso Território variam de 0–200m de altitude que


correspondem cerca de 44% do território Nacional. Ocupa quase os territórios do Sul do
Save a saber: Província de Inhambane, Gaza e Maputo, com destaque da Província de
Inhambane em que quase 100% do seu território possue altitude igual ou menor a
200m.

De uma forma em geral a Planície litoral moçambicana alarga – se no Sul e estreita –


se no Norte; penetra mais para em faixas estreitas seguindo as margens dos principais
rios, e esta forma de divulgação faz que as restantes zonas do relevo do País estejam
separadas uma da outra.

A zona de Planícies está interligada em todo território moçambicano e faz parte de


Planície litoral africana que circunda quase todo Continente.

2.2.1.2. Planalto

A Zona de Planaltos, variam de 200 – 1000 m de altitude, compreende cerca de 40% do


território nacional.

Morfologicamente os Planaltos moçambicanos classificam – se:

Planaltos Médios – 200 – 500 m de altitude;

Alti – Planaltos – 500 – 1000 m de altitude.

Os Planaltos em Moçambique predominam nas Provincias do Norte e Centro e na


parte Sul do Save limita – se as pequenas áreas no interior limitrófe da Província de
Gaza e Maputo. Eis os Planaltos moçambicano:

Planalto Moçambicano, abrangem os territórios do interior das províncias de Cabo


Delgado, sudeste do Niassa, Nampula e Zambézia.

Planalto de Lichinga, abrangem território do Noroeste Província do Niassa.

Planalto de Moeda, abrangem a parte centro – nordeste Província de Cabo


Delgado.

Planlto de Angónia, situa – se no Nordeste de Tete junto a fronteira com


Malawi.

Planalto de Marávia, localiza – se na Província de Tete a Norte da Albufeira de


Cahora Bassa e alarga – se até fronteira com a Zâmbia.

Planalto de Chimoio, situa – se na Província de Manica estendendo grosso modo


no sentido Norte – Sul e na parte Ocidental confina com altos-relevos da fronteira com
Zimbabwe.

2.2.1.3. Montanhas

Zona de Montanhas, estão acima dos 1000 m e que corresponde cerca de 16% do
território nacional. São considerados cincos formações orográficas, a saber:

O sistema Maniamba – Amaramba, este sistema localiza – se na Província na


província do Niassa. Tem orientação Norte – Sul; ladeia lago Niassa e desce em
escadaria bastante agrupta em direcção ao lago Niassa. O ponto mais alto é a serra Jeci
com 1836 m de altitude; além de monte Mitucué com 1803 m de altitude.
Formação Chire – Namuli, estende – se do rio Chire (Zambézia) até Ribarue
(Nampula), seu ponto mais alto é o monte Namuli com 2419 m altitude, outros pontos
mais elevados são: Serra Chiperone (2054 m altitude) e Serra Inago (1807m altitude).
Sistema Marávia – Angónia, estende – se em todo o Norte da província de Tete
ao longo da fronteira com a Zâmbia e Malawi, os pontos mais elevados são: O monte
Dómue (2095 m altit.) e monte Chirobué (2021 m altitude).
Sistema de Manica, formado por uma série de montanhas situadas na Província
de Manica. É neste sistema onde se enquadra o maciço de Chimanimani, onde se situa o
monte Binga, o ponto mais alto de Moçambique, com 2436 m de altitude.
Outros pontos mais elevados são: Gorongue (1887 m altitude), Serra Shoa (1844
m altitude) e monte Gorongosa (1862 m altitude).
Os Montes Libombos, localiza – se na Província de Maputo, o sitema dos
Libombos é formado por dois alinhamentos paralelo de Montanhas; os pequenos
Libombos, que contituem um degrão intermédio entre a planicíe litoral e alinha de
maiores altitudes da fronteira e os grandea Libombos situados ao longo da fronteira, é
neste alinhamento onde se encontra maiores altitudes. Na verdade as altitudes dos
montes Libombos não chegam a atingir os 1000m considerados como marco das
altitudes das montanhas, porém no conjunto do relevo do Sul do País eles se destacam
como únicas formações elevadas. O ponto mais alto é monte M’ Pnduine (801 m
altitude).

2.2.1.4. Depressões

As principais depressões existentes em Moçambique, destacam – se os vales dos rios e


as formas de relevo negativas onde se localizam – se os lagos e Pantanos. Estas
depressões interrompem frequentemente a continuidade das planícies; planaltos e das
montanhas. A maior depressão é o vale do rio Zambeze, etc.

2.3.Clima de Moçamique

2.3.1. Principais factores do clima

Os Principais factores do clima do Teritório moçambicano são: altitude, latitude;


continentalidade, correntes maritímas (corrente quente de canal de Moçambique), além
de outros.

2.3.1.1Altitude

A temperatura do ar diminui cerca de 0,6º c em cada 100m. A diferença de Altitude vai


influenciar as temperaturas das regiões para regiões.

As regiões mais fersca sãode Planaltos e Montanhas, enquanto que as regiões com
temperaturas elevadas é Província de Tete nas regiões baixas de Planicie, ela influe na
estabilidade térmicas.

2.3.1.2. Latitude

A maior parte do território moçambicano situa – se na zona Intertropical, por isso, clima
do tipo tropicais. O trópico de Capricórnio atravessa esse território na sua parte Sul das
Províncias de Inhambane e Gaza, ficando apenas pequena parte deste território ao Sul
do referido Trópico, isto é, na dita Temperada do Sul que no entanto, em Moçambique
devido a influência de diversos factores com destaque da Corrente quente do canal de
moçambique tais territórios não possuem climas Temperados, mas sim um clima
Tropical.

Em termos de Latitude nota – se a diminuição quase gradual da humidade e das


precipitações do Norte para Sul, não só devido ao factor Altitude, mas também da
própria Latitude. Os índices de maior secura registam – se no interior das províncias de
gaza e Inhambane e em particular na região de Pafúri (localidade),no interior da
fronteira de Gaza próximo entre os paralelos 22º 15” e 23º 00” de Latitude Sul, isto é,
próximo e a Norte do Trópico de Capricórnio, uma região de relevo de Planaltos médios
de 200 – 500m de altitude e a cerca de 400 km do Litoral.

2.3.1.3. Continentalidade

Para maior parte do território moçambicano a continentalidade é um factor de menor


significado pois que as influências negativas deste factor no interior são separados pelo
factor altitude. De facto, a medida que a continentalidade aumenta ou seja, a medida que
se caminah do litoral para o interior a altitude aumenta, e o aumento da altitude significa
aumento da pluviosidade.

As regiões do País com maior continentalidade sào as do norte que entretanto como se
referiu neles, predominam altos planaltos e montanhas. As únicas regiões onde se faz
sentir os efeitos negativos da continentalidade é o interior de Gaza (Localidade de
Pafúri), bem como no Sul da província de tete e Norte da Província de manica. Nestas
regiões predominam climas tropicais secos e tropical semi – áridos.

A regularidade do efeito da continentalidade está patente nas Províncias de Inhambane e


gaza que se manifestam pela diminuição da humudade e pluviosidade de Leste para
Oeste. Enquanto isto, nos restantes pontos do País não se observam nenhuma
regularidade espacial.

2.3.1.4. Correntes maritímas (corrente quente de canal de Moçambique)

Esta corrente tem como origem o avanço ou continuação da corrente Equatorial Sul. A
corrente quente do canal d Moçambique movimenta águas mornas que libertam bastante
vapor de água que por conseguinte é levado ou arrastado pelos ventos para a costa
moçambicana onde após origina abundantes precipitações.

A corrente não só aumenta a quantidade de precipitação em toda costa, mas também


eleva a temperatura do ar cuja evidência tem maior significado nas regiões costeiras a
Sul do tr’opico deCapricórnio como se referiu anteriormente pois que na ausência da
influência destes ventos, as temperaturas m’edias anuais das mais a Sul do Trópico de
Capricórnio seriam sensivelmente inferiores aos registados.
2.3.1.5. Outros factores

i) Influência do centro de baixas pressões e das altas pressões sub – tropicais

Grande parte do território nacional, em particular nas províncias do Norte sofrem a


influência da Baixa Pressão Equatorial, em paralelo o movimento do Equador Térmico
ao longo do ano ora para mais á Norte e ora para mais á Sul faz deslocar em Janeiro a
Baixa Pressão Equatorial para a África Austral e com ela maior aquecimento e
abundante precipitações na Região em geral e em Moçambique em particular. Esta é a
estação quente e chuvosa.

Em Julho pelo contrário, o Equador Térmico movimenta – se para o Norte, África


Austral em geral e Moçambique em particular é dominada por Altas Pressões
Subtropicais que originam depressão tropical de Origem Térmica situada no interior da
África Austral responsável do período de tempo seco e da escassez de precipitações ou
de temperatura relativamente baixas. Esta é a estação seca e fresca.

i) Frentes frias

As frentes frias em Moçambique, são condicionadas pela penetração de Massas de ar


fria que provém das altas altitudes na Antárctida e Pólo Sul. Criando no Sul uma
instabilidade térmico – pluviométrica, frio e por vezes precipitação no estado sólido
(granizo e saraiva).

2.3.2. Tipos de Clima e Suas Características

2.3.2.1. Clima Tropical Húmido

As temperaturas médias anuais variam entre 24º - 26º c e as precipitações cerca de 1000
1400mm de pluviosidade.

Clima Tropical Seco: as temperaturas medias anuais acima dos 20º c e as


precipitações inferior á 60 mm.

Clima Tropical Semí – Árido: As temperaturas são elevadas acima de 26º c e á


escassez de precipitações.

Clima Modificados pela Altitude: São regiões mais fescas e mais pluviosas, as
temperaturas médias anuais são menores a 22º c, e nas regisões de montanhas mais
inferior a 18º c. as precipitações são abundantes (1400 – 2000mm).

Segundo o Critério Arcaico, a Classificação Climática de Moçambique é:

Quanto à temperatura do ar (Clima quente), valores médios anuais maoires á


20º c em todos os locais com excepção de Espungabera, Furangungo e Lichinga onde é
“Temperado” com valores médios anuais entre 10º - 20º c a “Oceânico”, com amplitude
anual inferiores ‘a 10º c em todos locais.

Quanto à humidade do ar – é Clima Seco, com valores médios anuais entre 55 –


75% em todos locais, excepto no litoral da Beira, Quelimane, Lichinga, mocimboa da
Praia, onde é húmido, com valores médios anuais entre 75 – 90%.

Quanto à precipitação – é clima Chuvoso com valores médios anuais entre 500 –
1000mm em todos locais, excepto Pafúri onde é Semí – Árido, com valores médios
anuais de 250 – 400mm.

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