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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA

MESTRADO ACADÊMICO

Candidato: Walmagson Rodrigues Dos Santos

A análise da linguística presente no projeto hermenêutico ricoeuriano: Da


semântica à hermenêutica o percurso para a formação da ideia de identidade
narrativa.

Linha de pesquisa (LP1): Linguagem e conhecimento

Orientador: Professora Drª Rita de Cássia Oliveira

São Luís - MA

2020
JUSTIFICATIVA:

Atualmente um dos temas mais desenvolvidos nos círculos


acadêmicos principalmente nas ciências humanas é aquele relativo à
configuração do texto literário, onde um dos principais temas se refere à
narrativa nesses textos. Esse tema ganha destaque graças às implicações da
literatura na vida prática. Pode-se através da literatura analisar aspectos da
vida tanto no sentido individual como no sentido social. Isso se dá graças ao
fato de que na literatura temas dos mais diversos tipos podem se apresentar
nas mais complexas situações. Considerando os principais temas abordados
no que refere a essa discussão da semiótica narrativa do texto literário quanto
a sua exemplificação nos âmbitos da vida humana essa análise crítica
apresenta duas abordagens principais: uma no sentido teórico e a outra no
sentido descritivo isso vemos no livro As estruturas narrativas de Tzvetan
Todorov.1 Onde é mostrado a discussão sobre a questão da narrativa no
âmbito linguístico num sentido mais restrito, porém filósofos dentre eles
Ricoeur analisam a questão da narrativa considerando aspectos mais amplos,
a exemplo o próprio Ricoeur que considera a narrativa como parte da
constituição do individuo. (Todorov, 2006,p. 80).

Segundo Greimas, autor que é referência para Ricoeur no que se


refere ao tema narrativa; o agente da ação que é chamado de Actante é parte
fundamental no processo de entendimento do texto literário, no seu livro
Semântica estrutural, propõe uma perspectiva que Ricoeur utiliza para formatar
seu pensamento em relação a literatura principalmente em referência a
narrativa, o entendimento dessas noções fundamentais de semiótica linguística
principalmente a que abrange o tema narrativa será a fundamentação para o
pensamento hermenêutico de Ricoeur e posteriormente dará o suporte para
sua antropologia e ontologia. Em Tempo e Narrativa no livro II vemos Ricoeur

1
A análise estrutural é diferente de cada uma dessas duas atitudes. Não se satisfaz com uma
pura descrição da obra, nem com sua interpretação em termos psicológicos ou sociológicos, ou
mesmo filosófica. Em outros termos, a análise estrutural da literatura coincide (em grandes
linhas) com a teoria da literatura, com a poética. Seu objeto é o discurso literário mais do que a
literatura real. O objetivo desse estudo não é mais articular uma paráfrase, um resumo
argumentado da obra concreta, mas propor uma teoria da estrutura e do funcionamento do
discurso literário, apresentar um quadro dos possíveis literários, dos as obras literárias
existentes aparecem como casos particulares realizados. (Todorov, 2006, p. 80)
utilizar como referência para sua própria noção de narrativa literária a proposta
de Greimas2, buscando bases para sua ideia de identidade narrativa.

Um ponto de partida para entender a proposta hermenêutica de


Ricoeur é a noção de mimeses seria ela o ponto de ligação entre a narrativa
literária e a vida pratica. Em síntese é dada a vida prática a mesma
possibilidade hermenêutica que a literatura, pois a literatura deriva-se da
realidade por meio da mimese. Um ponto interessante na filosofia de Ricoeur é
a utilização da hermenêutica como elemento chave para o entendimento do
homem no mundo. O ponto chave para entendermos a constituição de
identidade narrativa se dá pela análise da questão da individualização que se
intercala com o termo identificação termo que o autor preferiu não usar, por
uma questão linguística.

No que concerne essa futura pesquisa determinada pela área


Filosofia e Linguagem, trataremos de analisar inicialmente o percurso
intelectual que direcionou Ricoeur para a construção de seu projeto baseado
numa hermenêutica que se torna parte daquilo que configura principalmente o
homem na parte social, ou seja, na interação com os outros. É importante frisar
que essa pesquisa tratará inicialmente dos elementos linguísticos que são
discutidos na literatura, a partir do repertório de intelectuais linguistas
apresentados pelo próprio Ricoeur em suas obras Tempo e narrativa mais
especificamente no tomo II e também em O Si-mesmo como outro. Após o
estudo minucioso das referências apresentadas a pesquisa se debruçará pela
construção própria do pensamento de Ricoeur principalmente no que se refere
ao estudo do trabalho que levou ao conceito filosófico de Identidade narrativa.

2
A primeira ambição do modelo é fundamentar o inventário dos papeis actanciais, cuja lista
parece puramente contingente, em algumas características universais da ação humana. E, se
não podemos proceder a uma descrição exaustiva das possibilidades combinatórias da ação
humana no nível de superfície devemos encontrar no próprio discurso o principio de construção
em seu nível profundo. Greimas segue aqui uma sugestão do linguista francês Lucien Tesnière,
segundo o qual a frase mais simples já é um pequeno drama que implica um processo, atores
e circunstâncias. Esse três componentes sintáticos geram as classes dos verbo, dos nome (dos
que participam do processo) e dos advérbios. E essa estrutura de base faz da frase “um
espetáculo que o homo loquens proporciona a si mesmo”. (Tempo e narrativa tomo II pagina
57)
OBJETIVOS:

1) Proceder a uma análise cuidadosa dos principais intelectuais


apresentados na obra: Si-mesmo como outro, de modo a identificar como
esses autores influenciaram a construção do arcabouço hermenêutico de Paul
Ricoeur, pois não é possível o entendimento pleno do projeto hermenêutico
ricoeuriano sem abordar a questão dos processos linguísticos, em outras
palavras o universo semântico dentro da pesquisa de Ricoeur.
2) Investigar em que medida Ricoeur se atrelou ao mundo da
linguística e como essa vinculação determinou seu projeto filosófico além de
perceber em que momento Ricoeur inicia plenamente a construção do edifício
de sua filosofia.
3) Analisar a gênese do projeto hermenêutico de Ricoeur, revisando
seus principais conceitos e demonstrando de que forma Ricoeur constitui a
ideia de identidade tendo como base a capacidade hermenêutica adquirida no
decorrer da vida. Apontando os elementos intelectuais que determinam o
conceito de identidade narrativa.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1) A abordagem semântica do conceito de identidade: O gérmen do


conceito de Mesmidade.

Ambas, Hermenêutica e Semântica caminham juntas dentro da


Filosofia como correntes de investigação da expressão de nossos
pensamentos, elas tematizam a significação do conteúdo expresso no texto
como reflexo do espírito humano. A Semântica Preocupa-se pelas relações
entre os signos na fala, no discurso, compreendido como a determinação da
língua quando falamos. E ainda examina a relação existente entre as
manifestações linguísticas e o mundo. A semântica, portanto, passa a analisar
como objeto de estudos os signos dentro do contexto textual, mas
principalmente em situação de enunciação (aquilo que foi efetivamente
proferido). Em O Si-mesmo como outro no capítulo I vemos Ricoeur abordar a
questão Semântica se utilizando da reflexão de Strawson, pois ela apresenta
uma definição que contextualizou a diferença Semântica entre indivíduo e
individualização. Título por sinal do primeiro tópico do estudo I de O Si-mesmo
como outro3.

No primeiro estudo. “A pessoa e a referência identificadora”, Ricoeur


considera que ao identificar uma coisa num primeiro momento não é possível
distingui-la de outras coisas que lhe são semelhantes, pois no primeiro
momento só se apreende a aparência e esta é insuficiente como referência
identificadora. Ricoeur afirma: “A individualização pode ser caracterizada,
grosso modo, como o processo inverso da classificação, que abole as
singularidades em favor do conceito” (Ricoeur, 1990, p.02); esse tema se
desenvolve, partindo da seguinte pergunta; como passar do indivíduo qualquer
ao indivíduo que é cada um de nós? (Ricoeur, 1990, p. 06) ele utiliza Strawson
como ponto de referência para resolver essa problemática, para esse autor
deve-se isolar os particulares aos quais podem vir a serem utilizados como
atributos identificadores. “Esses emergem a partir de características que
3
Proponho o termo “individualização” em vez de “identificação”, mais familiar em inglês do que
em francês, para designar esse procedimento. Ademais, Peter Strawson, a quem deveremos
extensas abonações na segunda parte deste estudo dá o título de Individuals (Londres,
Metheun and Co.,1957;trad. fr. de A. Shalom e P. Drong. Les individus, Paris, Ed.du Seuil,
1973.( nota de rodapé, Ricoeur, 1990, p. 01)
Strawson intitula de particulares básicos”. O corpo físico é a partir da noção de
Strawson, a demonstração cabal de um dos chamados “particulares básicos”, ,
dentro de sua ideia de conceito primitivo 4·. Essa noção permite que se tenha
uma perspectiva limítrofe do homem quanto a sua biologia, em outras palavras,
a noção de corpo físico como determinante de certa identidade limitada.

Outro ponto que vale salientar é em relação ao nome próprio, tanto


Ricoeur como Strawson, pensam que estes servem somente como designação
de um corpo físico em contra partida aos demais corpos que detém
características semelhantes em um dado momento e lugar. Isso se dá, pois
não há uma análise predicativa, a partir simplesmente do nome próprio,
contudo devemos considerar que os autores divergem quanto à situação
temporal do corpo físico em detrimento do nome próprio 5. Ricoeur afirma sobre
a tese de Strawson, para ele esta se alinha a noção de “mesmidade” porque a
identificação de particulares tem que ocorrer considerando um espaço-
temporal, alguns objetos só podem serem identificados dentro de um
determinado espaço e tempo. Enquanto a noção de “pessoa” foge a isso além
da identificação corpórea há a determinação do aspecto psicológico do
indivíduo, ou seja, estados de consciência 6.

Em Strawson inicialmente há certa preocupação a análise do papel


do corpo para o entendimento da noção de pessoa, sem desconsiderar que
esta é colocada como uma noção “primitiva”, isso dá a “mesmidade” certa
primazia, pois através do corpo pode haver identificação, a partir dos níveis de
semelhança. Isso dá ao corpo a ponta quanto à designação do indivíduo

4
... Os corpos físicos e as pessoas que somos, segundo essa hábil estratégia, são tais
particulares básicos, no sentido de que não se pode identificar seja lá o que for sem remeter
em caráter último a um ou outro desses dois tipos de particulares. (Ricoeur, 1990, p. 06)
5
A primazia assim dada ao mesmo com relação ao si é o especialmente ressaltada pela noção
cardinal de reidentificação. Na verdade, não se trata apenas de garantir que se esteja falando
da mesma coisa, mas sim que seja possível identifica-la como a mesma coisa, mas que seja
possível identificá-la como a mesma coisa na multiplicidade de suas ocorrências. (Ricoeur,
1990, p.08)
6
A teoria dos particulares básicos cruza pela segunda vez com a da autoreferência por ocasião
da função que a primeira atribui aos demonstrativos, no sentido do termo, e entre estes aos
pronomes pessoais, adjetivos e possessivo; mas expressões são tratadas como indicadores de
particularidades, portanto como instrumentos de referência identificadora. Apesar dessas
interpenetrações entre duas abordagens linguísticas, na abordagem referencial não há a
preocupação de saber se a referência a si mesmo, implicada na situação de interlocução ou no
uso dos demonstrativo, faz parte da significação dada a coisa à qual se faz referência a título
da pessoa. (RICOEUR, 1990, P. 07).
colocando em segundo plano a consciência. No projeto filosófico de Ricoeur
essa tese sustenta a sua tendência de oposição quanto a Metafísica.

Inclinando seu esquema conceitual para a filosofia analítica


Strawson, o abre à possibilidade de fazer de objetos particulares, episódios,
ocorrências e processos de informação comum, elementos para a formação da
identidade. O que falamos, falamos através de nossa capacidade de
identificação e reidentificação dos Particulares. Sem isso não damos sentido ao
que, por nós, é dito. Em uma situação de interlocução entre pares falantes,
quando algo é relatado, devemos analisar, em primeiro lugar, o ponto que
referencia a possibilidade de identificação, e em segundo, a identificação
relativa aos preceitos implícitos. Isso para Ricoeur abre a possibilidade de
delimitar o alcance da identidade narrativa. A partir de uma ideia de referência
narrativa7 sustentando-se a uma perspectiva semântica que Strawson intitulou
de Adscrição.

No livro Individual (1959), especificamente no capítulo III vemos


Strawson falar sobre a necessidade de se determinar os tais os elementos que
determinem a identificação. Para que fora do pensamento possam-se perceber
detalhes que deem características identificadoras perceptíveis sensorialmente
ao indivíduo, nesse caso segundo o autor pela audição o que de certo limitaria
a identificação às condições sensoriais. Em outras palavras Strawson
apresenta a identificação, a partir de perspectiva sensorial, pelo menos de
início.8 Dentro das possiblidades levantadas por Strawson vemos outro ponto
extremamente pertinente que é a ideia que propõe que a identificação pode
ocorrer através da enunciação de estados da consciência, a exemplo; irritação,
7
É bastante conhecido que Descartes sustentou a primeira dessas concepções. Quando
falamos de uma pessoa, estamos realmente referindo-se a uma ou ambas de duas substâncias
diferentes, cada uma das quais tem seus tipos adequados próprios de estados ou das
propriedades da outra. Estados de consciência pertencem a uma dessas substâncias e não a
outra. (STRAWSON, 1959, p.134)

8
Embora queira levantar essa questão em relação à nossa experiência humana comum, há,
contudo uma certa vantagem em manter diante de nossa mente a imagem de um mundo
puramente auditivo, a imagem de uma experiência muito mais restrita do que a que de fato
temos, pois isso pode ajudar a dar-nos um sentido continuo de estranheza do que, de fato,
fazemos; e queremos manter vivo esse sentido de estranheza para ver se efetivamente o
enfrentamos e o removemos, em vez somente perdê-lo ou suprimi-lo. (STRAWSON, 1959,
p125)
felicidade e tristeza, pois embora esses estados sejam comuns eles são
sensações individuais que se manifestam para outro apenas por meio de
comunicação sensorial. Essa possibilidade de enunciação de si permite além
de caracterizações psicológicas também especificações físicas permitindo a
transmissão de características que particularizam um indivíduo. Strawson nos
diz “[...] comumente falamos de nós mesmos, em algumas das coisas que
comumente nos atribuímos. São de muitas espécies, atribuímo-nos ações e
intenções” (STRAWSON. 1950 p.125). Ricoeur no terceiro tópico intitulado Os
corpos e as pessoas ainda no primeiro estudo propõem que na perspectiva de
Strawson há uma manifestação do Si-mesmo a partir de uma referência
identificadora.

A questão da opacidade semântica.

No capítulo anterior vemos que a abordagem se deu dentro do


contexto da filosofia da linguagem, a partir da ideia que vincula a identidade a
uma chamada referência identificadora, passando diretamente segundo o
próprio Ricoeur pela via da enunciação que se vincula a questão dos atos de
fala que Ricoeur nomeia de atos de discurso. Esse processo transpassa da
semântica referencial para uma análise pragmática. Ricoeur pelas suas
próprias palavras diz: “esse novo tipo de investigação é promissor na medida
em que põe no centro da problemática não mais o enunciado, porém a
enunciação, ou seja, o próprio ato de dizer, que designa reflexivamente seu
locutor” (RICOEUR, 1990, p.18). No primeiro tópico do segundo capítulo
nomeado de Enunciação e atos de discursos, Ricoeur nos diz que a
abordagem reflexiva não contrapõe a abordagem referencial. Ele cita François
Récanati, com base em seu texto La transperence et l’énonciation, onde esse
introduz a uma pragmática que revela uma reflexividade como um fator de
opacidade a interferir na presumida clareza que com certeza irá desembocar
na ideia da chamada visada (intenção) referencial 9. Récanati, com La
9
Veem-se [...] alguns dos problemas que a noção de signo levanta: quando se lê um livro, não
se presta atenção aos caracteres, mas ao que eles representam. Ao contrário, prestando
atenção aos próprios caracteres, perde-se de vista o que eles representam. Há aí alguma coisa
de paradoxal: de um lado, para aceder à coisa representada, deve-se recorrer ao signo, à coisa
representante, porque nós conhecemos a coisa representada por seu intermédio; mas, de outro
lado, deve-se fazer abstração do signo, da coisa representante, para aceder àquilo que ela
representa: deve-se fazer como se o signo não existisse, deve-se tratá-lo como nada
(RÉCANATI, 1979, p. 17 tradução nossa)
transparence et l’énonciation, pour introduire a la pragmatique, livro publicado
no final da década de 1970 na França, é uma referência fundamental para a
tese da opacidade narrativa citada por Ricoeur, tal tese propõe que o fato da
enunciação se determina na própria enunciação. Tal tese se contrapõe a outra
importante tese que propõe que as palavras são coisas que representam
coisas do mundo, essa tese é chamada de Representacionalismo, e defende
que as palavras tornam-se transparentes para assim conseguirem realizar sua
função de representar. Ambas as teses contribuem para a noção de opacidade
dentro da enunciação como elemento que capacita à representação.

O sujeito na ação narrativa para o Si e a identidade narrativa.

Ricoeur retorna as teses de Strawson que compõe aquilo que foi


designado de Adscrição são: 1) a proposta que diz que as pessoas são
particulares básicos, pois as particularidades são notadas, a partir dos
predicados que se relacionam ao corpo; 2) as pessoas recebem atributos
predicativos tanto físicos quanto psicológicos, para Strawson é a pessoa a
única entidade que recebe essa série dupla de predicativo; 3) a pessoa no
sentido de si como no sentido de outro, em ambas as situações não diferem
quanto a significação desses predicados todos mantém sua caracterização
física e psíquica. Ricoeur a partir dessa três teses a respeito da Adscrição diz
semântica.10

Após as considerações de caráter semântico e de caráter


pragmático vemos a apresentação da verdadeira natureza da identidade
narrativa, isso somente, a partir da dialética entre Ipseidade e mesmidade, isso
segundo Ricoeur é a maior contribuição da teoria narrativa a construção da
ideia do si. Antes de apresentar os principais aspectos da teoria do texto e da
narração devemos considerar que a mesma se inscreve num projeto mais
amplo, o de sua hermenêutica do si, que no fundo é uma hermenêutica do agir
ou uma hermenêutica da ação.

10
[...] Assim, se a semântica da ação esbarrar na questão da relação entre ação e o agente,
talvez não seja apenas porque uma ontologia adversa, a do acontecimento anônimo, faça
obstáculo à identificação da pessoa como particular básico, mas também porque asdrição crie
para semântica da ação um problema que está mal equipada para resolver. A pragmática
oferecerá socorro mais eficaz?
PROPOSTA METODOLÓGICA
A metodologia utilizada para a presente pesquisa é de caráter teórico-
bibliográfico. Será feito, então, um levantamento das obras de Paul Ricoeur,
visando analisar os aspectos da filosofia, da semântica e da hermenêutica
buscando o percurso que o autor trilhou na construção da “identidade
narrativa”. Como se sabe a base conceitual do autor é bastante vasta, será
necessária uma leitura minuciosa de suas principais obras. As principais obras
que serão analisadas para o prosseguimento dessa pesquisa são: O Si-mesmo
como o outro (1991), Tempo e narrativa I, II e III. Para a compreensão das
obras do autor a pesquisa busca suporte em comentadores e também do
diálogo de Arendt com outros filósofos como, por exemplo, Strawson, Récanati
dentre outros que fazem parte de sua vasta gama de referências.

CRONOGRAMA
PERÍODO/ATIVIDADE TRIMESTRES

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º

Integralização dos créditos x x x x

Revisão do projeto de pesquisa para revisão x x

Levantamento de novas referências x x x x

Análise do referencial teórico x x x x

Redação inicial x x x

Exame de Qualificação x

Redação final x x

Depósito e defesa pública. x

REFERÊNCIAS (provisória):
O si mesmo como outro - Paul Ricoeur; tradução Ivone C. Benedetti – 1ª ed.
– São Paulo – SP; Editora WMF Martins Fontes, 2014;

Tempo e narrativa tomo I – Paul Ricoeur; tradução Roberto Leal Ferreira,


Campinas – SP; Papirus, 1997;

Tempo e narrativa tomo II – Paul Ricoeur; tradução Roberto Leal Ferreira,


Campinas – SP; Papirus, 1997;

Tempo e narrativa tomo III – Paul Ricoeur; tradução Roberto Leal Ferreira,
Campinas – SP; Papirus, 1997;

Indivíduos [recurso eletrônico]: um ensaio de metafísica descritiva / Peter F.


Strawson; tradução Plínio Junqueira Smith – São Paulo: editora Unesp digital,
2019;

Às estruturas narrativas / Tvzetan Todorov; tradução Leyla Perrone – Moisés


– São Paulo: Editora, Perspectiva, 2006.

Morfologia do conto maravilhoso / Vladimir Propp, tradução Jasna Paravich


Sarhan – Rio de Janeiro: Editora Florence Universitária, 1984.

La transparence et l´enonciation: pour introduire a la pragmatique, Paris:


Seuil, 1979

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