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Projeto de Nova
Constituição
Inspirado nas lições de Milton Friedman, Friedrich Von Hayek, Ludwig Von Mises,
Bruno Leoni, John Rawls, Murray Rothbard, Hans Hermann Hoppe e na experiência
parlamentarista monárquica brasileira.
Índice
CAPÍTULO I- DA NACIONALIDADE......................................................... 97
PREÂMBULO
Art. 1º. O Brasil é formado pela associação livre e voluntária de indivíduos responsáveis
pela condução da própria vida, os quais escolheram estabelecer para si um Estado de
Direito que tem como fundamentos:
I- o respeito ao indivíduo, a menor de todas as minorias, e ao seu direito à
autopropriedade e de todos os demais direitos patrimoniais daí decorrentes, inclusive
o de autodefesa armada contra agressões injustas;
II- a liberdade e a responsabilidade individuais;
III- a proteção do indivíduo contra o moralismo coletivo;
IV- o livre mercado e a livre iniciativa;
V- a filantropia privada;
VI- a separação entre estado e economia;
VII- a separação entre estado e fé religiosa ou antirreligiosa;
VIII- o Direito como descoberta da ordem espontânea que surge dos usos e
costumes;
IX- a limitação do poder do estado e de seus agentes;
X- a proteção da liberdade de expressão, extensão do direito à autopropriedade,
contra a censura estatal e contra quem agir para a limitar ou para a destruir;
XI- a aplicação imparcial e isonômica das leis;
XII- a proteção do indivíduo contra a arbitrariedade política, o estatismo e o
sofrimento de violência sem justo motivo.
§1º. Todo o poder político emana do indivíduo, pilar da sociedade, que o exerce
diretamente e, por exceção, por meio de representantes eleitos responsáveis e
compromissados, nos termos desta Constituição.
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§2º. Os cidadãos brasileiros organizam o estado por meio dos municípios, das
províncias e da União, nos termos desta Constituição.
§3º. Outras nações poderão se unir ao Brasil. De igual forma, as províncias e municípios
poderão declarar independência e deixar de fazer parte do Brasil, nos termos do Título
IV, Capítulo IV, desta Constituição.
Art. 3º. Todos os brasileiros serão tratados de forma igual pela lei e pelo estado.
Considera-se discriminatória qualquer lei que confira vantagens, punições ou
obrigações diferenciadas às pessoas, de forma irrazoável, em razão de algum atributo
do indivíduo como riqueza, sexo, sexualidade, etnia, fé ou não fé religiosa, moralidade,
condição física ou qualquer outro.
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Art. 4º. Ressalvado o disposto no art. 14, não é considerado discriminatório o mero
exercício do direito de autopropriedade relativo à fala ou à manifestação do pensamento
por qualquer meio, inclusive o relato de fatos verdadeiros ou falsos, o mero xingamento,
a expressão de opinião ou de juízo de gosto sobre qualquer assunto, mesmo que
politicamente incorreto ou feito com grosseria ou em tom de comédia ou de deboche.
§1º. Não são considerados discriminatórios, nem abusivos ou ofensivos contra qualquer
princípio desta Constituição:
I- o poder familiar exercido de forma razoável por pai, mãe ou outro responsável por
pessoa incapaz sob sua guarda para:
a) discipliná-lo, inclusive mediante violência;
b) evitar que ele se destrua por qualquer meio;
c) decidir, de forma soberana, sobre a alimentação, a educação acadêmica, a
educação moral ou a educação religiosa de quem estiver sob sua guarda;
d) impedi-lo de acessar conteúdo impróprio para sua capacidade mental, em
qualquer meio, inclusive revistas, livros, televisão, rádio ou internet;
e) impedi-lo de se relacionar com pessoas que podem abusar de sua condição
mental;
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Art. 5º. Todo brasileiro possui direito à autopropriedade – o que inclui usufruir de sua
liberdade, a cuidar da própria vida, a proteger-se, a adquirir propriedades e a buscar a
felicidade do modo que bem entender e pacificamente – e à todas as demais garantias
decorrentes desse princípio:
I- toda pessoa tem direito a proteger a vida e o patrimônio, inclusive de forma
armada, contra agressores e invasores, sendo vedada a proibição ou a penalização da
legítima defesa, em qualquer de suas formas;
II- todo cidadão possui direito a portar armas em local público, inclusive as de uso
militar, bem como armazenar qualquer delas em qualquer quantidade sem a
necessidade de nenhum tipo de licença, registro, autorização, permissão ou exigência
de formação escolar por parte do estado, salvo as armas que puderem causar danos
de destruição em massa, nos termos do §1º deste artigo, cujo porte e uso serão
regulados nos termos da lei mor de cada província;
III- é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício, profissão, atividade ou
empreendimento, tenham ou não finalidade econômica. É vedado ao estado exigir
qualquer tipo de autorização, registro, licença, permissão, ou formação escolar para
o exercício de qualquer deles; salvo o que puder, comprovadamente, causar danos de
destruição em massa que ultrapassem a extensão territorial do imóvel utilizado pelo
proprietário, nos termos do §1º deste artigo. Apenas nessa hipótese excepcional,
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caberá a cada Província, e de forma residual, ao município, por meio de lei mor,
regulamentar o seu exercício, optando, sempre que possível, pela alternativa que
menos interfira na iniciativa privada e que seja suficiente para evitar o dano maior,
sendo considerada nula qualquer regulamentação que exceda este limite. É facultado
a qualquer pessoa ou empreendimento acionar o Poder Judiciário competente para
requerer a imediata revogação da regulamentação excessiva ou desnecessária;
IV- é livre o exercício de qualquer empreendimento financeiro, bancário ou
creditício, desde que não resulte em criação artificial de moeda ou em emissão de
moeda não lastreada, nos termos do art. 298;
V- ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude
de lei e dos acordos aos quais voluntariamente aderir, desde que que não firam os
princípios desta Constituição. Os acordos voluntários serão nulos:
a) se houver vício no consentimento;
b) se imporem obrigação a terceiro que não participou do acordo;
c) se seu conteúdo for apenas uma promessa cujo descumprimento não resulte em
roubo implícito;
d) se versarem sobre a renúncia ao exercício da própria liberdade, em qualquer de
suas formas.
VI- é livre a manifestação do pensamento por qualquer meio, ressalvado o disposto
no art. 14;
VII- é inviolável o direito de propriedade sobre os próprios equipamentos de
comunicação e dos dados neles contidos, inclusive sobre os dados criptografados em
trânsito, qualquer deles, salvo por ordem judicial temporariamente, na forma da lei
penal de cada província, para fins de investigação criminal ou instrução processual
penal, apuração de atos ilícitos em geral ou responsabilização civil por danos causados
pelo exercício abusivo da liberdade de expressão (art. 14). Em qualquer caso, é
proibido ao estado obrigar o investigado, terceiros ou o empreendimento que
fabricou ou projetou o dispositivo ou o programa utilizado, a fornecer senha, técnica,
projeto do dispositivo, programa, código fonte ou qualquer outro meio para acessar
o conteúdo do dispositivo ou programa;
VIII- é resguardado o sigilo da fonte quando necessário ao exercício profissional,
salvo quando houver risco de destruição em massa, na forma do §1º, ou se tratar de
informação ultrassecreta referida no art. 63, §1º; hipótese em que todos os envolvidos
serão punidos por alta traição, inclusive os responsáveis pelo órgão de mídia que
permitir que a informação seja divulgada. Não serão punidos por alta traição os
profissionais ou o órgão de mídia que entregar a informação de que trata o art. 63,
§1º, sem divulgá-la, diretamente ao chefe de governo, ao chefe de estado ou ao
premier de qualquer das casas do Poder Legislativo do ente federado a que se refiram
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para adoção das providências previstas no art. 63, §1º, inc. I no prazo máximo de 30
dias. Caso a autoridade se omita, os profissionais ou o órgão de mídia poderão
divulgar a informação e não sofrerão nenhum tipo de punição pelo ato, nem serão
responsabilizados civil ou penalmente pela prática, cabendo tal responsabilidade às
autoridades que deveriam ter agido na forma do art. 63, §1º, inc. I e se omitiram;
IX- é inviolável a liberdade de consciência, de crença e de não crença, sendo
assegurados o livre exercício dos cultos religiosos e não religiosos, bem como a total
liberdade de ensino, nos termos desta Constituição;
X- ninguém será privado de direitos por motivo de fé ou não fé, convicção filosófica
ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação imposta a todos ou para
cometer atos ilíticos;
XI- a casa é o refúgio do indivíduo. Nela, a entrada só é permitida com
consentimento do morador, salvo por determinação judicial, em qualquer horário,
para impor pena definitiva ou temporária a quem lá estiver. Equipara-se à casa, os
imóveis onde funcionem empreendimentos privados, exceto as áreas abertas para uso
coletivo;
XII- é livre a locomoção no território brasileiro em tempo de paz, podendo qualquer
pessoa, nos termos da lei da União, nele entrar ou sair com seus bens, desde que não
viole a propriedade privada de outras pessoas. É vedado aos entes federados
estabelecerem qualquer tipo de tributo para que uma pessoa possa circular dentro do
Brasil com seus bens;
XIII- todos podem reunir-se pacificamente, inclusive portando armas, em locais
abertos ao público, independentemente de autorização, registro, permissão ou
licença, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o
mesmo dia, local e horário. O estado não exigirá prévio aviso, mas, se for comunicado
com antecedência ou tomar conhecimento do evento por qualquer meio, poderá
adotar as providências necessárias para garantir a segurança das pessoas pacíficas no
local, bem como para organizar o trânsito de veículos nas proximidades;
XIV- é plena a liberdade de associação civil para fins lícitos, inclusive as de caráter
militar e paramilitar, sendo vedado ao estado impedir ou dificultar que os cidadãos
organizem ou financiem exércitos privados ou participem deles como membros,
sócios ou gestores, seja em tempo de paz ou de guerra;
XV- em caso de guerra, o Estado não proibirá, nem dificultará que grupos de
cidadãos armados ou empreendimentos dela participem voluntariamente, não
importa o motivo. O Estado não proibirá os milicianos de retornarem da guerra
portando bens, nem os tributará por causa disso, nem emitirá qualquer tipo de
censura ou opinião a respeito, em obediência ao disposto no art. 94, §3º, §4º, §5º e
§6º;
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qualidade da água que passa pela sua propriedade e de tratá-la se ela for
comprometida pelo uso que a der.
XXV- cabe ao proprietário dispor de forma soberana para quem será transmitido
qualquer de seus bens por ocasião de sua morte ou por dissolução de sua união civil,
sendo vedado ao estado limitar a escolha do destinatário ou cobrar tributos sobre a
transmissão desses bens. Se o proprietário não tiver deixado a sua vontade registrada
por qualquer meio, inclusive testamento, pacto, ou contrato de união civil, a
destinação dos bens será feita conforme o Direito Privado de cada província;
XXVI- todo ser vivo ou máquina com notória capacidade para ser livre de forma
similar ao homo sapiens maduro e saudável, não importa se originado do Planeta
Terra ou não, será tratado como um indivíduo livre e equiparado ao estrangeiro se
brasileiro não for. Os animais e máquinas sem capacidade ou potencialidade para
serem livres na forma deste inciso serão tratados como propriedade privada. Lei mor
da União estabelecerá os requisitos mínimos para que uma máquina ou ser vivo de
outra espécie possa ser considerada similar ao homo sapiens;
XXVII- as entidades associativas possuem legitimidade ativa para representar seus
filiados judicial ou extrajudicialmente desde que autorizadas e se trate de direitos
individuais homogêneos. Elas também poderão demandar contra qualquer ente
sobre temas relacionados a sua área de atuação. As decisões judiciais prolatadas para
tais entidades também beneficiam ou obrigam todos os membros que nela estiverem
filiados na data da publicação da sentença ou do acórdão;
XXVIII- todos têm direito a manifestação estatal lógica, fiel à realidade e não-
eufemística nos termos do art. 24, inc. XLII;
XXIX- todos têm o direito de obter informações de órgãos públicos de caráter
coletivo ou de seu interesse particular, sob pena de responsabilidade do dirigente do
órgão, ressalvadas aquelas descritas no art. 63, §1º;
XXX- Os órgãos públicos da administração direta ou indireta são proibidos de cobrar
taxas ou emolumentos para:
a) permitir a proposição ou acompanhamento de ações judiciais ou administrativas
ou de qualquer delas recorrer;
b) fornecer certidões para defesa de direitos;
c) prestar informações a pessoa interessada;
d) negociar dívidas tributárias;
e) fornecer ou enviar guias para pagamento de impostos.
§1º. Considera-se dano de destruição em massa aquele que – produzido por uma
pessoa, família ou empreendimento, e de forma não consentida pelos afetados – resulta
em:
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I- ruína generalizada de área igual ou maior que 1 km2 pertencente a outras pessoas
além do proprietário do imóvel de origem da conduta danosa;
II- intoxicação, contágio ou adoecimento grave da maioria da população do entorno
do local da ocorrência do dano cuja área de afetação for igual ou maior que 1 km2
além da extensão territorial do imóvel de origem da conduta danosa;
§2º. As normas estabelecidas no Título I desta Constituição têm aplicação imediata.
§3º. Os direitos e garantias estabelecidos por esta Constituição não alcançam os
territórios e faixas de fronteiras descritos no Título II, Capítulo VIII.
Art. 6º. Qualquer um, inclusive o estado, poderá acessar informação existente em
registro público ou ao que se refere o inc. XX do art. 5º para identificar qualquer pessoa,
desde que preenchidos os seguintes requisitos cumulativos:
I- Haja justo motivo para o requerimento, como a prova da materialidade de ato
ilícito ou outras hipóteses reconhecidas pelo Direito Privado ou pela lei mor de cada
província;
II- A finalidade da medida for:
a) identificar paternidade genética;
b) identificar responsável por prática de ato ilícito;
c) outras permitidas pelo Direito Privado de cada Província e compatíveis com
esta Constituição.
III) a medida esteja amparada por decisão judicial.
§1º. Não gozam dos direitos garantidos no art. 5º, inciso VII; no art. 12, §6º; no art.
13, incisos VII e XVI; no art. 90, inc. VI, e nos incisos do caput deste artigo:
I- os agentes políticos;
II- os candidatos a cargos eletivos desde o registro de sua candidatura;
III- os ocupantes e os indicados para ocupar cargo:
a) de secretário de município, de província ou de estado;
b) em comissão ou função de confiança na administração pública direta ou indireta
de quaisquer dos entes federados.
IV- exclusivamente em relação ao negócio realizado, qualquer pessoa ou
empreendimento que forneça produtos ou preste serviços:
a) para qualquer das pessoas indicadas nos art. 6º, §1º, incisos I, II e III;
b) para qualquer órgão público da administração direta ou indireta.
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Art. 8º. Ninguém será obrigado pelo Estado, civil ou penalmente, a responder por algo
sem o devido processo legal no qual lhe seja assegurado o direito ao contraditório, à
ampla defesa e aos recursos a ela inerentes, nos seguintes termos:
I- os atos judiciais serão praticados conforme os princípios estabelecidos no art. 181
e no art. 183;
II- a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito,
desde que o peticionário comprove, por qualquer meio, a impossibilidade de acordo
entre os envolvidos ou a resistência irrazoável a sua pretensão. Havendo acordo de
conciliação prévia e voluntária entre as partes, seus termos prevalecerão como Lei,
desde que não seja incompatível com os princípios desta Constituição e não tenha
havido violação ao disposto no art. 5º, inc. V;
III- é garantido o acesso ao duplo grau de jurisdição para as decisões do Poder
Judiciário nos termos desta Constituição, observado:
a) a parte interessada deverá recorrer no prazo legal;
b) quando se tratar de decisão interlocutória, a instância recursal examinará apenas
o cumprimento dos requisitos legais e formais do ato praticado (art. 181 e art.
183), sendo-lhe vedado examinar o mérito do ato judicial apreciado pelo Juiz de
primeiro grau, sob pena de nulidade absoluta.
c) quando se tratar de recurso contra sentença, a instância recursal apreciará todos
os requisitos do ato judicial, inclusive o mérito.
IV- a lei não estabelecerá nenhuma forma de recurso necessário que independa da
expressa e voluntária manifestação de vontade dos litigantes, inclusive quando for
ente público;
V- ninguém será processado ou julgado, senão pelo pelo juiz privado competente que
todas as partes voluntariamente aceitarem ou pelo juiz estatal competente. Caso o
processo tenha se iniciado com juiz incompetente, impedido ou suspeito, é facultado
ao juiz competente da causa convalidar os atos anteriores ou saneá-los se a medida
for cabível;
VI- ninguém será obrigado a depor, a testemunhar ou a produzir prova contra si
mesmo ou contra terceiros;
VII- conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de
autoridade for autoridade pública ou agente privado no exercício de atribuições do
Poder Público, ressalvado:
a) quando o direito questionado puder ser amparado por ação ordinária;
b) quando o ato judicial impugnado, ao tempo de sua prática, estava sujeito a
recurso judicial e a parte interessada tiver deixado o prazo expirar.
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Art. 9º. A ação civil ou penal, quando se referir a fatos conexos, tramitará no juízo
privado ou estatal prevento, salvo quando se tratar de competência absoluta e o conflito
for entre dois ou mais juízes privados ou estatais.
Parágrafo Único. Quando o fato for comum, o juiz poderá dispensar a produção de
prova pericial e adotar as conclusões científicas já estabelecidas como razão de decidir,
salvo se houver fundado receio que justifique realizar perícia para o caso específico.
Considera-se fato comum:
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Art. 10. É vedado a lei processual impedir a parte de postular sem advogado caso ela
queira. Em qualquer caso:
I- a parte assumirá os bônus e os ônus de sua escolha;
II- a parte que vencer a demanda sem advogado não será indenizada por despesas
com advogado.
§1º. Não haverá ressarcimento de despesas com advogado quando a demanda for
encerrada sem a citação da outra parte por qualquer razão. Neste caso, haverá
decadência do direito ao ressarcimento pelas despesas efetuadas.
§2º. Os honorários de sucumbência são destinados a indenizar o vencedor pelas
despesas realizadas em razão do processo judicial, inclusive com o pagamento de
perícias e de advogado. O estado não poderá dispensar o sucumbente de pagar essa
verba em razão da natureza do procedimento, mas a parte vencedora poderá dispensar
o juízo de impor esta condenação ao vencido.
§3º. Cabe a cada parte remunerar seu advogado de acordo com o acordado com ele.
Ressalvado o disposto no art. 11, o advogado terá o mesmo tratamento dispensado aos
demais prestadores de serviços nos termos do Direito Privado de cada província.
§4º. A condenação ao pagamento de sucumbência não poderá ultrapassar o valor da
causa, hipótese em que o valor será considerado exorbitante. Neste caso, a indenização
será estabelecida de acordo com os critérios gerais fixados pela lei processual ou, não
havendo, segundo o livre convencimento do juiz.
§5º. Quando ambas as partes forem vencedoras e vencidas de forma igual, o juiz não
condenará nenhuma delas ao pagamento de sucumbência. Caso uma parte tenha sido
mais vencedora que a outra, o juiz fará as compensações devidas e, se for o caso, aplicará
o diposto no §4º.
§6º. A indenização fixada pelo juiz privado ou estatal na forma deste artigo encerra a
discussão judicial desta questão para todos os fins.
II- comunicar-se com seu cliente, reservadamente, mesmo sem procuração, quando
este se achar preso, detido ou recolhido em estabelecimento civil ou militar, desde
que observado o disposto no art. 13, inc. XXV e no art. 5º, §3º.
garantido, por parte do estado, o sigilo sobre seus processos e condenações anteriores;
sendo vedado ao estado se valer desses registros para efeito de exame de antecedentes
criminais ou para impor qualquer outra restrição ao ex-condenado, exceto para
apuração de inelegibilidade para cargos políticos, nos termos da lei de que trata o art.
130;
XXIII- é assegurado aos condenados não punidos com a morte ou com reclusão, o
respeito a sua integridade física, mental e moral. Às mulheres, não condenadas à
morte ou a reclusão, serão asseguradas as condições para que possam permanecer
com seus filhos durante o período de amamentação.
XXIV- aguardar-se-á o nascimento da criança da mulher grávida condenada à morte
ou a remoção da criança para outro útero ou dispositivo que assegure o nascimento
com saúde;
XXV- os presos preventivamente, sujeitos à pena de morte ou de reclusão, bem como
os condenados por sentença definitiva à pena de morte ou de reclusão, em nenhuma
hipótese receberão visita íntima, só podendo se comunicar com outras pessoas,
inclusive advogados, por meio de equipamento de mídia e separados por vidro
transparente blindado ou por outro meio seguro que impeça o contato físico direto
entre os interessados;
XXVI- os crimes praticados contra pessoas físicas ou empreendimentos privados
terão ação penal de iniciativa privada. A lei só poderá estabelecer iniciativa pública
para os crimes:
a) que punam condutas que resultem em destruição em massa, nos termos do art.
5º, §1º;
b) cuja vítima tenha morrido ou esteja incapaz e não tenha deixado herdeiros ou
outros interessados com legitimidade ativa para investigar ou processar o
responsável, ou exigir a execução da pena;
c) que a vítima seja incapaz e não tenha representante legal, exceto se houver
possível conflito de interesses entre eles;
d) crimes militares ou de guerra;
e) crimes praticados por meio de terrorismo, sem prejuízo da iniciativa
concorrente de qualquer legitimado ativo para propor a ação ou para participar
como assistente do Ministério Público;
f) praticados em razão do exercício de função pública;
g) os crimes contra a administração pública, os crimes de responsabilidade, os
crimes de alta traição, os crimes de abuso de autoridade, os crimes eleitorais, bem
como a responsabilização por ato de improbidade administrativa, terão ação de
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Art. 14. A difamação, a calúnia e qualquer outra modalidade de fofoca jamais serão
punidas penal ou civilmente, mas o seu autor, sempre que identificável, poderá ser
publicamente exposto como mentiroso, sem que disso lhe decorra nenhum direito de
indenização por eventuais danos patrimoniais sofridos.
§1º. Quem cometer atos ilícitos com fundamento em difamação, calúnia ou qualquer
outra modalidade de fofoca, responderá integralmente por seus atos. Caso o ato
também seja tipificado como crime ou contravenção penal, a pena será aumentada em
1
/3, no mínimo.
§2º. Excepcionalmente, a expressão do pensamento poderá ser punida:
I- quando restringir, mediante violência injusta ou ameaça real e iminente de
violência injusta, o exercício de direito constitucional ou outro reconhecido pelo
Direito Privado ou legalmente garantido a qualquer pessoa;
II- quando instigar a adoção de qualquer medida violenta, inclusive estatal, que
reduza ou restrinja o gozo dos direitos garantidos no art. 1º desta Constituição,
ressalvado quando à medida for relacionada à decretação do Estado de Defesa, nos
termos desta Constituição e das leis aplicáveis.
§3º. Quem for ofendido nos termos do inc. I ou II, do §2º deste artigo, poderá:
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Art. 15. É vedado ao estado punir penalmente os pais, as mães ou qualquer outro
responsável por incapaz com fundamento em negligência, imprudência ou imperícia
em relação à guarda de incapazes sob sua responsabilidade. Contudo, o estado poderá,
nos termos do Direito Privado de cada província, mediante processo judicial e conforme
a gravidade da culpa:
I- condenar os pais ou responsáveis pelo incapaz a participarem de curso
preparatório, terapia ou outra providência recomendável ao caso apresentado;
II- destituir o poder familiar dos responsáveis e retirar o incapaz de seu lar original
para ser adotado ou curatelado por outras pessoas interessadas.
Parágrafo Único. Na hipótese do inc. II, o incapaz será adotado, obrigatoriamente, pelo
denunciante, salvo quando o denunciante for agente público no exercício de sua função.
Art. 16. A prisão em flagrante ratificada por juiz e a prisão preventiva decretada
judicialmente são recorríveis nos termos da lei processual da província, hipótese em que
o preso ou seu advogado poderão ter vista do processo para apresentarem recurso ou
peticionarem da forma que melhor entenderem.
§1º. Após o indeferimento do recurso de que trata o caput deste artigo, o juiz privado
ou estatal julgará extinto, sem exame de mérito, os novos pedidos de liberdade
provisória que forem formulados com fundamento nos mesmos fatos já apreciados e
decididos pelo julgamento anterior de indeferimento.
§2º. Cabe recurso contra o julgamento de que trata o §1º.
Art. 17. A lei penal de cada província regulará a individualização da pena e adotará, de
forma cumulada ou alternativa, qualquer uma das seguintes:
I- morte;
II- reclusão por tempo determinado;
III- banimento;
IV- trabalho compulsório;
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Art. 18. A lei penal de cada província definirá os tipos penais e a pena aplicável dentre
as referidas no art. 17 e punirá o infrator conforme a gravidade da ação ou da omissão
praticada, respeitado sempre o princípio da proporcionalidade o qual determina que a
pena a ser infringida ao criminoso deve ser da mesma natureza e intensidade do crime
cometido, não podendo a lei permitir que o ofendido ou os interessados exijam a
aplicação de pena mais grave do a que a natureza do delito cometido, ressalvadas as
exceções desta Constituição.
Art. 19. A lei reprimirá de forma diferenciada e mais rigorosa quem praticar a conduta
penal com finalidade terrorista, da seguinte forma:
I- com tortura e morte, se do ato terrorista houver resultado morte, sem prejuízo do
imediato corte das relações diplomáticas com o país que tiver apoiado tais atos por
qualquer meio, inclusive financeiramente;
II- com o triplo da pena base, no mínimo, se por causa do ato alguém houver se
ferido gravemente;
III- com o dobro da pena base, no mínimo, para os demais casos;
Parágrafo Único. Se o crime tiver sido praticado por estrangeiro, ele não será deportado
nem julgado conforme as regras dos incisos do caput deste artigo, mas sofrerá as penas
de tortura e morte após ser condenado pelo Poder Judiciário competente.
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Art. 20. A aplicação da pena contra o criminoso não é direito do estado, mas do
ofendido e possui natureza patrimonial disponível, podendo qualquer legitimado ativo
investigar, perseguir penalmente ou exigir a aplicação da pena, ressalvado o disposto no
art. 13, inc. XXVI.
§1º. O ofendido ou qualquer letigitimado ativo poderá alienar o seu direito de perseguir
criminalmente o ofensor ou de executar a pena, bem como poderá perdoar o ofensor de
forma inequívoca e irretratável, salvo quando o crime for de iniciativa pública, nos
termos do art. 13, inc. XXVI.
§2º. No caso em que o criminoso agredir mais de uma vítima e a execução da pena não
puder ser separada por vítima, para a validade do perdão será necessário que todas as
vítimas ou todos os legitimados ativos perdoem o agressor, caso contrário, a persecução
penal continuará e, se for o caso, a pena será integralmente executada.
§3º. É garantido a todas as pessoas contratarem empreendimentos privados ou
especialistas para investigar qualquer crime de seu interesse se não preferir esperar que
a autoridade policial ou o Ministério Público realize a investigação, sendo vedado ao
estado proibir que a iniciativa privada preste serviços de investigação policial. Também
é vedado ao estado regulamentar a atividade policial ou investigativa privadas.
Art. 21. É vedado ao estado garantir conforto ou gastar com os condenados à morte ou
com quem estiver recluso mais do que o mínimo para que não morram de fome. Eles
não possuem direito à integridade física, mental, espiritual, moral, nem à visita íntima.
Parágrafo Único. A lei de cada província regulamentará a destinação de produtos ou
serviços originados da filantropia privada para os presos em geral, inclusive aos referidos
no caput deste artigo.
§3º. Os fundos obtidos com as práticas desportivas de que trata o §2º serão utilizados
para custear as despesas do sistema prisional e para indenizar as vítimas dos crimes,
quando os criminosos não dispuserem de recursos próprios para indenizá-las. Caso
sobrem recursos, eles serão transferidos ao Poder Executivo para o fim exclusivo de
custear bolsas de estudos ou de pesquisa nos termos do art. 306.
Art. 23. É facultado à nação estrangeira que criticar as penas a serem impostas na forma
do art. 17, incisos I a V, abrigar em seu país a pessoa indiciada, acusada ou condenada,
desde que o ofendido ou os interessados na execução da pena expressamente concordem
e sejam observados todos os seguintes requisitos:
I- o interessado que aceitar ir para o outro país, perderá:
a) a cidadania brasileira, caso seja brasileiro, inclusive nato;
b) todos os seus bens, ressalvado se quantidade inferior for suficiente para a
integral reparação dos danos causados às vítimas.
II- o país que se dispor acolher o interessado, deverá lhe conceder sua nacionalidade,
salvo se ele já for nacional do país que deseja acolhê-lo;
III- o interessado assinará termo no qual se comprometerá a não regressar ao Brasil,
sob pena responder pelo crime contra o qual não correrá o prazo de prescrição.
Parágrafo Único. O benefício previsto por este artigo não se aplica aos crimes referidos
no art. 116, e aos demais que forem definidos pela lei mor de cada Província.
h) partidos políticos;
i) fundações privadas;
j) outros países;
k) empreendimentos privados;
l) outras entidades especificadas pela lei de cada ente federativo.
XXXI- restringir a formação de uniões civis ou incentivá-las ou as desincentivar ou
sobre elas emitir opinião. Considera-se união civil a comunhão de duas ou mais
pessoas capazes, sob o mesmo teto ou não, para o atendimento de qualquer fim não
comercial dos interessados, inclusive o de conceber filhos ou de compartilhar sexo.
Os efeitos patrimoniais dessa união serão estabelecidos livremente pelas partes
envolvidas, vedado, em qualquer caso, a interferência estatal, nos termos do art. 316;
XXXII- regulamentar os efeitos patrimoniais das uniões civis, ressalvado o disposto
no art. 316, §4º, inc. III;
XXXIII- impor qualquer tipo de obrigação a terceiros, inclusive parentes, com
fundamento em suposto dever de solidariedade, exceto:
a) dos pais em relação aos filhos, inclusive os adotados, que:
1. forem incapazes em razão da pouca idade;
2. tenham se tornado incapazes física ou mentalmente antes de completarem os
requisitos legais mínimos para serem considerados capazes.
b) de quem tenha assumido, voluntariamente, nos termos do Direito Privado de
cada província, a responsabilidade por cuidar de qualquer pessoa incapaz ou
vulnerável.
XXXIV- exigir da iniciativa privada aquilo que o estado não cumpre nem para si
mesmo, como adaptar bem imóvel para prover acesso facilitado aos portadores de
deficiência. Qualquer cidadão poderá requerer ao Poder Judiciário a suspensão da
eficácia da lei até que o ente público responsável demonstre ter cumprido,
integralmente, o conteúdo da própria lei que criou para seus órgãos da administração
direta ou indireta;
XXXV- criar restrições, regulamentações ou limitações para os cidadãos que também
não sejam extensíveis aos agentes públicos em geral, inclusive os políticos;
XXXVI- estabelecer, manter, administrar, impor, exigir, recomendar ou regular os
seguros em geral, inclusive os fundos de aposentadoria ou de pensão.
XXXVII- obrigar as pessoas ou os empreendimentos privados ou públicos a contratar
plano de aposentadoria, de pensão ou qualquer outro seguro, bem como cobrar
tributos para esse fim;
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§3º. Mesmo para o fim de proteger incapazes, a intervenção estatal não é considerada
razoável, por qualquer meio, quando versar sobre:
I- a compra de seguros em benefício dos incapazes;
II- a compra de qualquer produto ou serviço em benefício dos incapazes;
III- a forma como os pais ou o responsável devem disciplinar os incapazes sob sua
guarda;
IV- o ensino pelos pais ou responsável de temas morais ou éticos aos incapazes;
V- a forma como os pais ou responsável devem educar ou não educar os incapazes
sob sua guarda;
VI- a prática da circunscisão masculina;
VII- o corte de cabelo dos incapazes;
VIII- a colocação de brincos nas orelhas dos incapazes;
IX- a forma como os pais ou os responsáveis devem vestir os próprios filhos ou os
incapazes sob sua guarda;
X- os alimentos escolhidos e a forma como os pais ou os responsáveis devem prepará-
los ou dá-los de comer aos incapazes sob sua guarda;
XI- a forma como as mães decidem conceber ou dar a luz aos próprios filhos;
XII- estabelecimento de presunção de ilegalidade para qualquer ato praticado na
forma prevista pelo art. 4º;
XIII- outras práticas culturais razoáveis e compatíveis com os princípios desta
Constituição, nos termos do Direito Privado de cada província.
Art. 26. Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
Art. 27. Quando inexistir recursos orçamentários suficientes para resguardar o integral
cumprimento da lei, ela será revogada pelo Poder Judiciário competente a pedido de
qualquer interessado.
§1º. Podem requerer a revogação da lei com fundamento no caput deste artigo:
I- qualquer cidadão;
II- membro do Poder Moderador de qualquer ente federado;
III- gestor do órgão responsável pelo cumprimento da lei;
IV- empreendimento privado contratato pelo poder público para cumprir a lei;
§2º. Projetos de lei que aumentem a demanda do estado por qualquer produto ou
serviço deverão ser acompanhadas de estudo de custos e de projeção das despesas
permamentes.
§3º. É vedado aprovar leis para as quais não haja recursos orçamentários suficientes
para garantir seu integral cumprimento, sob pena de responsabilidade de todos os
agentes políticos responsáveis por sua aprovação e sancionamento.
§4º. Os projetos de leis originados da iniciativa popular não precisam ser
acompanhados de estudo de custos ou de projeção das despesas permanentes, cabendo
tal encargo a casa legislativa competente para apreciar o projeto proposto pelos
cidadãos.
Art. 28. A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
julgada; salvo se decorrentes de ordem constitucional anterior e com esta for
incompatível.
Art. 29. Ressalvado o art. 90, inc. V, alínia “b” e eventual disposição diversa da própria
lei publicada; a lei começa a vigorar tão logo seja oficialmente publicada.
§1º. Nas nações estrangeiras, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se
inicia na mesma data de sua vigência no Brasil.
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§2º. Se antes de a lei entrar em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto com
modificações, o prazo do caput deste artigo começará a correr da nova publicação.
§3º. As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.
§4º. A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o disposto no art. 28.
§5. Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique
ou a revogue.
§6. A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com
ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
§7. A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não
revoga nem modifica a lei anterior.
§8. Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora
perdido a vigência.
Parágrafo Único. Os entes públicos deverão publicar suas leis, atos normativos em geral
e atos administrativos em geral e mantê-los acessíveis ao público de forma ampla, sem
cobrança de taxas ou tarifas, preferencialmente na internet ou outro meio de fácil e
amplo acesso.
Art. 32. Lei mor da União disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação
das leis. As leis serão redigidas com precisão, concisão, e com respeito aos seguintes
princípios, sob pena de nulidade:
I- logicidade. A lei e suas partes devem respeitar aos princípios lógicos da identidade,
da não-contradição e do terceiro excluído;
II- fidelidade à realidade. A lei não pode contrariar a realidade e determinar que as
pedras caiam para cima, nem amparar manifestações eufemísticas, nos termos do art.
24, inc. XLII;
III- legalidade. A lei deve ser proposta, apreciada e aprovada com estrita observância
de seus requisitos constitucionais e legais;
IV- impessoalidade. A lei não pode ser constituída para favorecer ou punir pessoas
específicas e deve respeitar os princípios do art. 3º desta Constituição;
V- probidade. A lei deve favorecer a prática de atos estatais honestos e íntegros, sem
margem para que o aplicador da lei alcance outros fins que não se associem
exclusivamente ao atendimento dos objetivos da lei. A lei que der margem para a
prática de atos estatais desonestos, mesmo que legais, deve ser declarada nula;
VI- publicidade. A lei deve ser de fácil entendimento e de amplo acesso. E deve estar
disponível em todas as línguas oficiais reconhecidas pelo ente federativo que a
publicou, nos termos do art. 118, §3º;
VII- motivação. O legislador deve especificar as razões de fato e de direito que o
levou a adotar a solução expressa pela lei como um todo. Também deverá especificar
as razões de cada uma de suas partes, inclusive artigos, parágrafos, incisos, alíneas e
itens. As motivações legislativas serão publicadas junto com a lei aprovada em forma
de anexo;
VIII- eficiência. A lei deve alcançar os fins a que se propõe, nos termos do art. 13,
inc. IV, e do art. 27.
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§1º. O disposto neste artigo aplica-se a todas as espécies de leis previstas no art. 34,
inclusive àquelas com objetivo de modificar ou revogar lei existente. A mesma regra
também se aplica aos atos administrativos normativos em geral.
§2º. A lei que for publicada em meio digital, inclusive ato administrativo normativo,
trará para cada uma de suas partes, inclusive artigos, parágrafos, incisos, alíneas e itens,
link para que o leitor tome conhecimento das razões que motivaram a formulação
daquele dispositivo.
Art. 33. O projeto de consolidação de leis de cada ente federativo poderá ser proposto
por iniciativa de:
I- qualquer associação civil de profissionais do direito, inclusive professores, juízes
ou promotores de justiça;
II- qualquer escola brasileira especializada no estudo do Direito;
III- por iniciativa de quaisquer dos poderes vinculados ao ente federativo que
emanou as leis;
IV- outros legitimados pela lei mor do respectivo ente federativo, desde que não viole
os demais princípios desta Constituição;
§1º. Os atos administrativos normativos também poderão ser consolidados, observado,
no que couber, os critérios gerais deste artigo e da lei mor de que trata o art. 32.
§2º. Na primeira sessão legislativa de cada legislatura, a Casa Legislativa respectiva
apreciará os projetos de consolidação de leis apresentados e promoverá a atualização
dos já existentes, sob pena dos causadores do retardamento cometerem crime de
responsabilidade, sem prejuízo da dissolução da casa legislativa e de convocação de
novas eleições pelo chefe de estado, em caso de demora irrazoável na forma da
ordenação do Poder Moderador.
§3º. Os projetos de consolidação de atos administrativos de caráter normativo serão
apreciados pela autoridade administrativa responsável no início de cada ano e serão
acolhidos ou rejeitados no prazo de 90 dias, sob pena de cometimento de crime de
responsabilidade.
§4º. Os projetos de consolidação de leis, para fins de cumprimento do disposto no art.
32, inc. VII, basta fazer referência ao dispositivo original compilado.
Art. 35. A lei poderá ser regulamentada por meio de ato administrativo normativo
emanado por qualquer dos poderes do ente federado para o qual a lei se aplica, a fim de
facilitar seu entendimento ou cumprimento, desde que o ato administrativo não inove
em matéria reservada à iniciativa de lei, qualquer de suas espécies, sob pena de nulidade.
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Art. 36. O ato administrativo, mesmo quando for modificado total ou parcialmente por
força de ato institucional, poderá:
I- ser integralmente revogado pela autoridade administrativa competente;
II- sofrer modificação pela autoridade administrativa competente.
Art. 39. Os projetos de lei de inciativa do Poder Legislativo serão apresentados por
qualquer um de seus membros ou mesas na forma estabelecida pelo regimento da casa
a que pertence o parlamentar, ressalvado quando o projeto de lei for de competência
do:
I- Congresso Provincial, o qual se dará na forma do regimento comum do Congresso
Provincial;
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VIII- a abolir o voto direto, secreto, universal, auditável e periódico de igual valor
para cada cidadão;
IX- a abolir o voto direto, aberto, auditável e de igual valor para cada parlamentar;
X- a abolir ou a reduzir o alcance da iniciativa popular;
XI- a abolir ou a reduzir a competência do Tribunal do Júri para a apreciação de atos
ilícitos;
XII- a abolir o voto direto, secreto, auditável, periódico e de igual valor para cada
juiz para indicar juízes para compor os tribunais de justiça ou para confirmar a
permanência de juiz em qualquer tribunal;
XIII- a abolir o voto direto, secreto, auditável, periódico e de igual valor para cada
promotor de justiça a fim de indicar promotores de justiça para atuar nos tribunais
de justiça ou para confirmar a permanência de promotor de justiça em qualquer
tribunal;
XIV- a abolir ou a reduzir a atividade de fiscal da Constituição e das leis exercida
pelo Poder Moderador e seus membros;
XV- a abolir ou a reduzir a autonomia dos poderes dos entes federativos;
XVI- a abolir ou reduzir a separação dos poderes dos entes federativos;
XVII- a sabotar ou a impedir a realização do objetivo previsto no art. 2º, parágrafo
único, desta Constituição.
Parágrafo Único. Não são consideradas inconstitucionais – mesmo se violarem os
incisos do caput deste artigo – as emendas que produzam o resultado previsto no art.
2º, parágrafo único;
§3º. Caso o poder legislativo não aprove o projeto de que trata o §2º até dia primeiro
de novembro, o chefe de estado dissolverá o poder legislativo na forma prevista pelo
art. 291.
§4º. A Câmara de Vereadores e cada uma das casas legislativas das províncias e da
União reunir-se-ão em sessões preparatórias, a partir de 6 de janeiro, no primeiro ano
da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas mesas, para
mandato de dois anos vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição
imediatamente subsequente.
Art. 43. Além de outros casos previstos nesta Constituição e no regimento da casa,
reunir-se-ão:
I- a Câmara de Vereadores para:
a) inaugurar a sessão legislativa;
b) elaborar ou alterar o seu regimento;
c) receber o compromisso do chefe de estado ou do chefe de governo municipal;
d) conhecer do veto e sobre ele deliberar.
II- a Assembleia Legislativa e o Senado Provincial, nas províncias; e a Câmara dos
Deputados Federais e o Senado Federal, na União, em sessão conjunta para:
a) inaugurar a sessão legislativa;
b) elaborar ou alterar:
1. o regimento comum do Congresso Provincial, nas províncias;
2. o regimento comum do Congresso Nacional, na União.
c) receber o compromisso do chefe de estado ou do chefe de governo do respectivo
ente federado;
d) conhecer do veto e sobre ele deliberar.
§1º. A eleição das mesas do Congresso Provincial e Nacional será feita nos termos do
regimento comum da casa respectiva;
§2º. O regimento de cada casa legislativa regulamentará a escala de férias de seus
membros para o fim de resguardar a continuidade dos trabalhos legislativos, podendo
o respectivo parlamentar, mesmo que em gozo de férias, retornar para participar de
qualquer reunião com o fim de deliberar ou votar.
§3º. A mesa do Congresso Provincial será dirigida pelo premier do Senado Provincial,
e os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos
equivalentes na Assembleia Legislativa e no Senado Provincial. De igual forma, a mesa
do Congresso Nacional será dirigida pelo premier do Senado Federal, e os demais
46
Art. 45. A lei será aprovada pelo Poder Legislativo competente após ser discutida e
votada:
I- pela Câmara de Vereadores em turno único;
II- pelo Congresso Provincial, em turno único, quando se tratar de matéria de sua
iniciativa privativa;
III- pelo Congresso Nacional, em turno único, quando se tratar de matéria de sua
iniciativa privativa;
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Art. 46. A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
Art. 47. Em nenhuma hipótese admitir-se-á votação secreta em casa legislativa, não
importa a finalidade.
Art. 48. No que não for contrário a esta Constituição, o processo legislativo será
regulamentado:
I- pelo regimento da Câmara dos Vereadores para os projetos de lei municipais;
II- pelo regimento de cada Casa do Poder Legislativo da Província ou da União,
quando a matéria for de competência privativa de qualquer de suas casas;
III- pelo regimento comum do Congresso Provincial, quando a matéria for de sua
competência privativa;
IV- pelo regimento comum do Congresso Nacional, quando a matéria for de sua
competência privativa.
§3º. Decorrido o prazo de quinze dias sem que o chefe de governo sancione a lei, a
competência para o ato será automaticamente transferida para o chefe de estado que
poderá promulgá-la ou vetá-la na forma do §2º.
§4º. O veto parcial somente abrangerá todo o conteúdo de artigo, de parágrafo, de
inciso, de alínea ou de item, sendo vedado o veto sobre apenas uma palavra ou algumas
palavras contidas em artigo, parágrafo, inciso, alínea ou item.
§5º. Os atos institucionais serão sancionados da forma prevista no art. 254.
Art. 51. O veto será apreciado dentro de trinta dias a contar de seu recebimento pela
Câmara de Vereadores, ou em sessão conjunta pelo Congresso Provincial ou pelo
Nacional, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta de seus membros.
§1º. Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no caput do art. 51, o veto será
colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até
sua votação final.
§2º. Se o veto do chefe de governo não for mantido, o projeto será enviado para
promulgação ao chefe de estado do respectivo ente federativo.
§3º. Se o veto do chefe de estado não for mantido, o projeto será enviado para
promulgação na forma estabelecida nos incisos do §4º.
§4º. Se a lei não for promulgada, nem vetada, no prazo que cabia ao chefe de estado
tomar a providência, o:
I- premier da Câmara dos Vereadores a promulgará, se for lei municipal;
II- premier do Senado Provincial a promulgará, se for lei provincial;
III- premier do Senado Federal a promulgará, se for lei federal.
§5º. Caso os líderes mencionados nos incisos do §4º se omitam, em igual prazo, caberá
ao substituto do premier fazê-lo. Se ele também se omitir, caberá a qualquer cidadão
requerer ao Poder Judiciário competente para que o faça em igual prazo, sem prejuízo
da responsabilização civil e penal dos parlamentares omissos.
Art. 52. A matéria de projeto de Lei rejeitada por qualquer das casas legislativas não
poderá ser objeto de nova apreciação na mesma sessão legislativa, salvo se o projeto for
novamente proposto com subscrição da maioria absoluta dos membros da casa
iniciadora.
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§1º. A matéria de projeto de emenda à Constituição rejeitada por qualquer das Casas
legislativas não poderá ser objeto de nova apreciação na mesma sessão legislativa.
§2º. A vedação deste artigo e a contida no §1º não se aplicam aos projetos de lei de
iniciativa popular, nem aos referendos, plebiscitos e demais medidas exigidas pelos
cidadãos na forma do art. 120.
Art. 53. A competência para propor lei ordinária, inclusive quando se tratar de matéria
privativa, pode ser delegada para órgão ou comissão específica do referido poder, desde
que recomendável em razão da qualificação técnica ou em benefício da celeridade do
trabalho, e também para:
I- chefe de governo ou seus secretários, ou para qualquer outro órgão do Poder
Executivo;
II- chefe de estado ou para qualquer outro órgão do Poder Moderador;
III- premier de tribunal, de câmara ou de turma do Poder Judiciário ou para qualquer
outro órgão do Poder Judiciário;
IV- instituição de ensino reconhecida com a finalidade de se manifestar sobre
assunto técnico de sua área de atuação;
V- qualquer associação profissional com a finalidade de que ela se manifeste sobre
assunto de sua área de especialização técnica;
VI- outras pessoas ou empreendimentos autorizados por lei mor:
a) municipal, para projetos de lei do município;
b) provincial, para projetos de lei da província;
c) federal, para projetos de lei da União.
Art. 54. A administração pública direta e indireta de qualquer dos entes federados e de
seus Poderes obedecerá aos seguintes princípios: logicidade, fidelidade à realidade,
legalidade, impessoalidade, probidade, publicidade, motivação e eficiência.
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Art. 56. Os cargos públicos são restritos às funções de caráter estatal. Poderão assim
serem consideradas as atividades que envolvam pelo menos uma das seguintes
características:
I- o exercício de mandato político;
II- o exercício de jurisdição;
III- o exercício de atividade militar das forças armadas ou de segurança interna;
IV- o exercício de poder de polícia;
V- o exercício de atividade administrativa estatal em que haja prática de ato
discricionário.
§1º. É vedado a criação de cargos públicos para a realização de funções sem caráter
estatal. É absolutamente nula qualquer disposição legal em sentido diverso.
§2º. Considera-se empregado público quem exerce função sem caráter estatal
remunerada pelo estado, mesmo quando ela for regulamentada como “cargo” pela
legislação.
§3º. Considera-se servidor público quem, mediante aprovação em concurso público
válido e após a posse, exerce função de caráter público nos termos dos incisos do caput
deste artigo, mesmo quando a atividade for regulamentada como “emprego público”
pela legislação.
§4º. As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de
cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira
nos casos, condições e percentuais mínimos previstos na lei de cada ente e poder,
destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.
§5º. As funções de confiança e os cargos em comissão de livre nomeação somente
poderão ser assumidos por pessoa que cumpra todos os requisitos legais e que não esteja
impedida por nenhuma das vedações previstas pelos incisos do art. 178.
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Art. 57. A administração pública poderá contratar pessoas para o exercício de funções
sem caráter estatal, ou contratar empreendimento privado para prestar o mesmo serviço
de forma terceirizada, cabendo a cada ente e poder deliberar quanto ao mérito desta
escolha.
Art. 58. É vedado ao estado impedir servidor público ocupante de cargo efetivo ou
empregado público de atuar como trabalhador em empresa privada ou como sócio ou
gestor de empreendimento privado, não importa a natureza, desde que não haja conflito
de interesses e os horários sejam compatíveis, observados os seguintes termos:
§1º. Não gera conflito de interesses:
I- o exercício de emprego público com:
a) trabalho privado;
b) sociedade ou gerência de negócio privado.
II- o exercício de qualquer função pública, sem acesso a informações privilegiadas,
com outra atividade de:
a) magistério e outras relacionadas ao aprendizado e ao ensino;
b) pesquisa científica.
III- o exercício de cargo público com a advocatícia, desde que a atividade jurídica
exercida pelo servidor não tenha potencial para comprometer sua atuação imparcial
no órgão em que presta serviços;
IV- o exercício de cargo ou emprego público com atividade artística;
V- a atividade militar, desde que sem acesso a informações privilegiadas, com
qualquer outra atividade de segurança privada, inclusive na condição de sócio ou
como gerente de empreendimento de segurança;
VI- o exercício de cargo público, sem acesso a informações privilegiadas, com
sociedade ou gerência de empreendimento privado, desde que o empreendimento
não faça negócios com nenhum órgão público da administração direta ou indireta de
qualquer dos entes federativos;
VII- as atividades especificadas no art. 59, §1º, inc. IV.
53
Art. 59. O agente político é proibido de acumular outro cargo público ou de exercer
outro trabalho na iniciativa privada, salvo quando houver compatibilidade de horários
e inexistir conflito de interesses.
§1º. Desde que respeitado o disposto no caput deste artigo e os demais princípios desta
Constituição, o agente político poderá exercer as seguintes atividades:
I- magistério e outras relacionadas ao aprendizado e ao ensino;
II- pesquisa científica;
III- artísticas em geral;
IV- outras definidas pela lei mor de cada ente federativo, desde que respeitados os
princípios desta Constituição.
§2º. Gera conflito de interesses:
I- as atividades descritas:
a) nos incisos do art. 166;
b) na lei de que trata o art. 130;
c) no art. 311.
II- atuar como sócio, gerente, representante de empresa privada que possua contrato
de prestação de serviços ou de fornecimento de produtos para qualquer órgão da
administração pública direta ou indireta de qualquer ente federativo, inclusive na
condição de acionista, independentemente de as ações terem ou não direito a voto.
III- outras atividades descritas na lei de cada ente federativo.
Art. 60. Os negócios relativos a compra de bens e serviços para suprir às necessidades
da administração pública serão realizadas sem licitação, observado, em todo caso, os
princípios gerais da administração pública e aos seguintes:
54
Art. 62. Desde que observado o art. 54 e os demais princípios desta Constituição, cada
ente e poder, para o fim de contratar pessoas para ocupar cargo ou emprego público, e
o poder executivo, para o fim de selecionar pessoas para participar de programas de
governo, deverão organizar processo de seleção pública que assegure igualdade de
tratamento a todos os candidatos, o qual somente permitirá a exigência de qualificação
técnica ou de qualificação técnica e de habilidades que sejam indispensáveis, nos termos
seguintes:
I- são princípios do concurso público, além dos gerais da administração pública:
a) isonomia;
b) seleção do melhor candidato;
c) vinculação ao instrumento convocatório;
d) julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
II- é vedado ao estado:
a) admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou
condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo e
estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou do
domicílio dos candidatos ou de qualquer outra circunstância impertinente ou
irrelevante para a finalidade da seleção;
b) estabelecer tratamento diferenciado entre brasileiros e estrangeiros legalizados.
c) outras hipóteses previstas na lei do respectivo ente ou poder.
§1º. O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma
vez, por igual período.
§2º. Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado
em concurso público será convocado com prioridade sobre novos concursados.
§3º. É vedado à administração pública impedir a posse de pessoa portadora de
deficiência, a qual deverá concorrer em igualdade de condições com os demais
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candidatos, devendo a administração prover os meios necessários para que ela faça a
prova, ressalvado, em qualquer caso, o disposto no art. 3º, §4º, inc. V, alínea “a”.
§4º. A lei de cada ente federado estabelecerá os casos de contratação por tempo
determinado para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público e
estabelecerá as normas gerais a serem obedecidas pelos processos de seleção em geral,
observado os princípios desta Constituição.
§5º. Qualquer cidadão poderá demandar no poder judiciário competente para requerer
a anulação de concurso público em andamento ou já realizado, que tiver violado seus
requisitos constitucionais e legais mínimos, sem prejuízo da apuração da
responsabilidade civil, administrativa e penal dos responsáveis.
Art. 63. A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos
públicos deverá ter caráter informativo ou educativo, dela não podendo constar nomes,
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de agentes públicos, partidos
políticos, coligações ou de ideias partidárias.
§1º. As informações relativas a planos militares estratégicos, abastecimento de tropas,
desenvolvimento ou aprimoramento de tecnologia com finalidade bélica ou militar,
arsenal disponível, efetivo disponível e em reserva; inteligência militar, espionagem e
quaisquer outras ligadas à defesa militar de qualquer dos entes federativos são
consideradas sigilosas e só podem ser acessadas pelos chefes de poderes do respectivo
ente federativo; sendo vedado a qualquer ente impor ao outro que as revele, observados
os seguintes termos:
I- os premieres do poder legislativo, executivo e moderador poderão auditar as
informações de que trata o §1º, desde que o órgão militar se vincule ao seu ente
federativo, para o fim de investigar e promover a responsabilização pela eventual
prática de atos ilícitos, inclusive a má aplicação de recursos públicos, podendo:
a) instituir comissões de forma independente ou conjunta com outras chefias de
poderes habilitadas a auditar;
b) atuar pessoalmente na comissão ou indicar pessoas de sua confiança para
representá-lo, tantas quantas necessitar;
c) o Comando Militar atenderá as requisições da comissão em prazo razoável e
concederá os acessos necessários para que a comissão exerça seu trabalho; sob pena
de cometimento de crime militar e de responsabilidade regulado pela lei do
respectivo ente.
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Art. 64. Ordenação de cada ente federativo estabelecerá as hipóteses dolosas e culposas
de crimes de alta traição, bem como fixará as penas aplicáveis que variarão conforme a
gravidade do ato praticado.
Parágrafo Único. Independentemente do que estabelecer a ordenação de que trata o
art. 64, serão punidos com a morte e com o confisco integral dos bens de todos os
envolvidos, agentes públicos ou não, se do vazamento da informação resultar:
I- assassinato ou tentativa de assassinato do chefe de estado ou do chefe de governo;
II- dano de destruição em massa em qualquer lugar do território nacional ou sofrido
por sede de representação diplomática brasileira no exterior;
III- atentado terrorista em qualquer lugar;
IV- ataque ou invasão estrangeiros;
V- rebelião, guerra civil ou comoção popular violenta;
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VI- ataque contra instalação militar estratégica que tenha resultado em morte de
militar ou de civil;
VII- vazamento de tecnologia relacionada à construção de armas de destruição em
massa;
VIII- vazamento de planos de defesa estratégicos.
Art. 65. São necessariamente públicas e não podem ser acobertadas por sigilo, as
informações sobre:
I- os negócios realizados por ente público não-militar, qualquer deles;
II- os gastos realizados por agentes políticos, inclusive os pessoais e os relativos à
manutenção de seus gabinetes, bem como com assessores e a aquisição de produtos
e serviços para supri-los;
III- os gastos com o quadro de pessoal civil do respectivo poder, bem como os
relativos a compra de produtos ou serviços para suprir as necessidades de seus órgãos;
IV- os dados estatísticos produzidos pelas polícias relativos ao combate ou a
investigação de atos ilícitos;
V- a arrecadação de tributos e sua distribuição entre os entes federados e respectivos
poderes;
VI- a aplicação de recursos públicos, ressalvado o orçamento militar;
VII- atos normativos em geral; salvo os de natureza militar relacionados ao art. 63,
§1º;
VIII- movimentação bancária ou financeira, negócios imobiliários e outros
realizados pelo órgão e, também, por agente político e ocupantes de cargos de
confiança ou em comissão, inclusive os de caráter pessoal sem relação com o órgão
no qual exerce suas funções, ressalvada as informações relacionadas ao art. 63, §1º;
IX- inquérito policial ou de sindicância administrativa desde que obedeça as
restrições previstas no art. 12, §4º e §6º; ressalvados os que se relacionem com o
disposto no art. 63, §1º;
X- processo judicial não acobertado por sigilo, podendo a lei processual de cada
província limitar o acesso as informações nele contidas ou a presença, em
determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, nos
casos em que não se prejudique o interesse público à informação, respeitado o
disposto no art. 143.
XI- outras hipóteses estabelecidas pela lei de cada ente que não contrariem esta
Constituição.
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§1º. todas as informações de que trata os incisos do caput deste artigo serão gravadas
em banco de dados com as características descritas pelos incisos do art. 60, no que for
aplicável.
§2º. As informações gravadas por sigilo não constarão no banco de dados referido no
§1º, mas em outro de caráter restrito, protegido, não acessível por internet, com
características semelhantes ao referido no §1º para ser acessado pelos agentes
autorizados e auditado a qualquer tempo nos termos do art. 63, §1º, incisos I, II, III e
IV.
§3º. O banco de dados relativo à folha de pagamento ocultará os nomes dos servidores
ocupantes de cargo efetivo e de empregados públicos, a fim de resguardar a segurança
deles, assegurado o acesso de qualquer cidadão a esses dados, inclusive da polícia e do
Ministério Público, desde que atendido o disposto art. 6º desta Constituição.
§4º. Os dados relativos a folha de pagamento de agentes políticos, dos ocupantes de
cargos em comissão e dos exercentes de função de confiança são necessariamente
públicos e não gozam da ressalva do §3º.
§5º. A lei de cada ente e poder disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante
de cargo ou emprego da administração direta e indireta que possibilite o acesso a
informações privilegiadas.
Art. 68. O poder de cada ente federado, de forma independente, no âmbito de sua
competência, estabelecerá regime jurídico e planos de carreira para os servidores
públicos efetivos e seus agentes políticos, bem como fixará a remuneração dos
funcionários públicos sob sua administração direta.
§1º. Considera-se administração direta os órgãos que compõe o respectivo poder, suas
autarquias e fundações públicas.
§2º. A remuneração dos agentes públicos, inclusive os políticos, observará o disposto
no art. 69.
§3º. O empregado público receberá remuneração variável estabelecida com fundamento
no valor médio pago pela iniciativa privada para o exercício de atividade assemelhada
no município em que ele exercer sua atividade.
§4º. Os empregados públicos serão tratados da mesma forma que os demais
trabalhadores privados e deverão respeitar os princípios da administração pública
estabelecidos no caput do art. 54.
Art. 71. São estáveis, após três anos de trabalho, os servidores públicos efetivos
regularmente investidos no cargo e aprovados por avaliação de desempenho objetiva e
mensurável, salvo os agentes públicos eletivos.
§1º. O servidor público estável só perderá o cargo mediante sentença judicial e após o
trânsito em julgado em razão de:
I- infração disciplinar grave definida pela lei de cada ente e poder;
62
Art. 73. Salvo nas hipóteses de caso fortuito ou de força maior, a administração direta
e indireta, de qualquer dos entes ou poderes, responderá objetivamente pelos danos que
seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
§1º. Decai em 5 anos o direito a que se refere o caput deste artigo.
§2º. Prescreve em 5 anos, a contar da data do trânsito em julgado contra a fazenda
pública nos termos do caput deste artigo, a ação de regresso da administração pública
contra o agente público responsável que tenha agido com dolo ou culpa.
§3º. Os agentes políticos não responderão civilmente pelos atos praticados em razão do
exercício de sua função, salvo quando procederem com dolo ou fraude, ou quando
64
Art. 74. Serão punidos, nos termos da lei de cada província, os atos de improbidade
administrativa, dolosos e culposos, praticados por agente público contra a
administração direta ou indireta dos municípios, das províncias ou da União, ou contra
empreendimento privado cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra
com mais de trinta por cento do patrimônio ou da receita anual, e que resultem em:
I- enriquecimento ilícito;
II- prejuízo ao erário;
III- violação aos princípios da administração pública estabelecidos no caput do art.
54 desta Constituição.
§1º. Também será punido quem, mesmo não sendo agente público, de forma dolosa,
induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie.
§2º. A lei de cada província estabelecerá prazo de prescrição não inferior a 8 anos para
ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário.
§3º. A ação de responsabilização por improbidade administrativa interrompe e
suspende o prazo prescricional para ajuizamento das ações de ressarcimento o qual
voltará a correr a partir do trânsito em julgado da sentença.
§4º. Em caso de condenação por prática de ato de improbidade tipificado art. 74,
incisos. I e II, a sentença decretará o confisco dos bens do agente ímprobo o qual
corresponderá ao valor total do patrimônio do agente reduzido de ½ do total de
patrimônio cuja origem for demonstrada por rendimentos lícitos e outras fontes
legítimas.
§5º. Sem prejuízo das demais ações penais e civis cabíveis pela prática dos mesmos
fatos, os atos de improbidade administrativa serão punidos na forma e gradação
previstas na lei de cada província com as seguintes penas:
I- perda do cargo ou da função pública, inclusive a eletiva;
II- suspensão dos direitos políticos;
III- perda de bens;
IV- multa;
V- ressarcimento ao erário;
VI- proibição de contratar com o poder público;
VII- proibição de exercer função, emprego ou cargo público, inclusive os cargos em
comissão de livre nomeação.
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Art. 75. São crimes de responsabilidade, além dos demais previstos nesta Constituição,
os atos de agente político ou de servidor público que atentem contra esta Constituição
e, especialmente, contra:
I- a existência ou a autonomia de qualquer ente federado;
II- a independência de quaisquer dos poderes do estado;
III- o exercício, conforme às normas Constitucionais e legais, do poder legislativo,
do poder executivo, do poder judiciário ou do poder moderador;
IV- o exercício dos direitos do indivíduo e dos direitos políticos;
V- a segurança do Brasil ou a independência do Brasil;
VI- a lei orçamentária;
VII- os princípios que regem as finanças públicas;
VIII- a economia popular;
IX- o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
X- outros princípios estabelecidos na lei mor de cada ente e poder;
§1º. Sem prejuízo das demais ações penais e civis cabíveis pela prática dos mesmos
fatos, os crimes de responsabilidade serão punidos na forma e gradação previstas na lei
de cada província com as seguintes penas:
I- perda do cargo ou da função pública, inclusive a eletiva;
II- suspensão dos direitos políticos;
III- proibição de contratar com o poder público,
IV- proibição de exercer função, emprego ou cargo público, inclusive os cargos em
comissão de livre nomeação.
§2º. Os crimes de responsabilidade praticados por agente político serão processados e
julgados pelo Tribunal do Júri, nos termos do art. 217.
Art. 78. Lei de iniciativa do poder executivo de cada ente federativo estabelecerá:
I- o plano plurianual;
II- as diretrizes orçamentárias;
III- os orçamentos anuais.
§1º. A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma pormenorizada, as
diretrizes, objetivos e metas da administração pública para as despesas de capital e
outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
§2º. A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da
administração pública, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro
subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual e disporá sobre as
alterações na legislação tributária.
§3º. o poder executivo de cada ente federativo publicará, diariamente, por meio do
sistema de que trata o art. 76, inc. V, dados completos da execução orçamentária,
financeira e patrimonial seu e dos demais poderes do mesmo ente federativo.
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de todos os títulos, se ainda restarem recursos, eles poderão ser utilizados mediante
créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.
§10º. Lei de cada ente e poder disciplinará a aplicação de recursos orçamentários
provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação,
para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade,
treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do
serviço público, inclusive sob a forma de prêmio de produtividade, este último, desde
que temporário e vinculado ao cumprimento de metas objetivas e mensuráveis.
Art. 82. As despesas dos municípios, das províncias e da União, inclusive de pessoal,
não poderão exceder os limites estabelecidos na lei orçamentária.
§1º. A criação de cargos, empregos e funções públicas ou alteração de estrutura de
carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos
órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas
e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas:
I- se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de
despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;
72
Art. 83. Cada ente e poder possui o dever de adequar suas despesas ao disposto na lei
orçamentária.
§1º. Considera-se deficitário o ente e poder público que gaste mais do que receba, por
dois meses consecutivos, incluindo as dívidas vencidas e os juros de pagamento de
dívida, qualquer delas.
§2º. O ente federativo que se encontre deficitário terão os repasses de que trata o art.
93 imediatamente suspensos, até que o ente e o poder infratores se adéquem aos limites.
§3º. Para a adequação das despesas ao limite estabelecido no caput deste artigo, cada
ente e poder adotará as seguintes providências:
I- suspenderá a realização de novos concursos públicos para preenchimento de cargos
ou emprego na administração direta ou indireta;
II- suspenderá a contratação de novos servidores ou empregados públicos, inclusive
para preenchimento de cargos vagos em razão de morte, exoneração ou demissão por
qualquer motivo, inclusive os cargos ocupados por agentes políticos não eletivos;
III- não concederá, mesmo com a aprovação por referendo de que trata o art. 69, inc.
III, aumento real na remuneração de qualquer de seus servidores ou agentes públicos.
A medida popular terá sua eficácia suspensa até o saneamento das contas públicas;
IV- suspenderá a compra de novos bens e serviços para suprir as necessidades de cada
ente e poder até que a situação orçamentária se normalize;
V- cancelará, imediatamente, os contratos em vigor de compra de bens e serviços
não essenciais para a manutenção das atividades do respectivo ente e poder, entre os
quais:
a) qualquer bem ou serviço não relacionado à finalidade do órgão;
b) bens ou serviços adquiridos para prover conforto ou satisfazer necessidades
estéticas de agentes públicos, inclusive político;
c) bens ou serviços de luxo, quaisquer deles.
VI- reduzirá, em pelo menos cinquenta por cento, as despesas com cargos em
comissão e funções de confiança;
73
envolvidos, inclusive a medida extrema prevista no art. 106, inc. II, alínea “b” e no art.
157.
§11. O disposto no §10 não se aplica em caso de guerra ou em sua iminência para efeito
da cobrança do imposto previsto no art. 92, §2º.
§12. O agente político que propuser o aumento de impostos sem observar o disposto
no §10 será responsabilizado por crime de responsabilidade, sem prejuízo da punição
dos envolvidos pelos demais atos ilícitos cometidos, inclusive pela prática de tentativa
de crime contra a economia popular ou crime consumado se o imposto já tiver sido
criado ou aumentado.
§13. O servidor estável que perder o cargo na forma do §4º e §5º fará jus a indenização
correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço prestado que será paga
quando houver orçamento disponível de forma parcelada ou integral.
§14. O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado
extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou
assemelhadas pelo prazo mínimo de dez anos, facultado a cada ente federativo
estabelecer prazo maior por meio de lei.
§15. Os parlamentares que tiverem se recusado ou abstido de cumprir ordem popular
emanada por meio de referendo ou plebiscito ficarão inelegíveis na forma prevista pela
Lei do respectivo ente federativo, nos termos do art. 126, inc. VI.
§16. Lei de iniciativa de cada ente e poder disporá sobre as normas gerais a serem
obedecidas na efetivação do disposto nos §3º e §4º. De qualquer forma, mesmo que a
lei de que trata este parágrafo não for elaborada, ainda assim será aplicada todas as
disposições deste artigo as quais possuem eficácia imediata.
pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados
monetariamente para mais ou para menos de acordo com a taxa de inflação ou deflação
do período.
§3º. As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao
Poder Judiciário do ente federado respectivo, cabendo ao Premier do tribunal que
proferir a decisão exequenda determinar o pagamento integral e autorizar, a
requerimento do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de seu direito
de precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu
débito, o sequestro da quantia respectiva.
§4º. O Premier do tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar
ou tentar frustrar a liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de
responsabilidade;
§5º. É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor
pago, bem como o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para fins
de enquadramento de parcela do total ao que dispõe o §1º deste artigo.
§6º. No momento da expedição dos precatórios, independentemente de
regulamentação, deles deverá ser abatido, a título de compensação, valor
correspondente aos débitos líquidos e certos, inscritos ou não em dívida ativa e
constituídos contra o credor original pela Fazenda Pública devedora, incluídas parcelas
vincendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja execução esteja suspensa em
virtude de contestação administrativa ou judicial.
§7º. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a
terceiros, independentemente da concordância do devedor.
Art. 85. Os bens públicos são penhoráveis, hipotecáveis, sujeitos a negociações em geral
e alienáveis desde que atendidos aos seguintes requisitos:
I- não sejam utilizados para prestação de serviço público ou para sediar órgãos
administrativos ou judiciais;
II- não tenham sido reservados para execução de projetos com orçamento já
aprovado;
III- não incorram em nenhuma das vedações previstas nos incisos do art. 80.
§1º. Os bens públicos não são passíveis de usucapião. Presume-se de má-fé quem deles
tenta se apossar ou apropriar.
76
Art. 89. A cobrança de impostos pelos entes federados será feita periodicamente, de
forma unificada, simples, uma única vez, para poupar o pagador de cumprir obrigação
tributária acessória e observado os seguintes termos:
I- o recolhimento de que trata este artigo deverá ser feito, preferencialmente e por
padrão, de forma eletrônica, automática ou por outro meio mais fácil, rápido,
cômodo e barato para o pagador;
II- os impostos indiretos devidos aos entes federados serão cobrados uma única vez,
quando o produto ou o serviço forem comprados pelo consumidor final.
§1º Cabe aos entes federados, na forma estabelecida no art. 93, §7º, fornecer aos
empreendimentos os meios eletrônicos necessários para que cumpram o disposto:
I- no art. 89, incisos I e II;
II- no art. 90, inc. X;
III- no art. 90, §3º e §5º.
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§2º. Os meios de que trata o §1º serão fornecidos pelo poder público aos
empreendimentos sem cobrança de taxas e devem ser adequados às rotinas normais das
empresas para evitar aumento de suas despesas operacionais.
§3º. A equipe de que trata o art. 93, §7º, manterá constante contato com os pagadores
de impostos ou com as associações formadas por eles para o fim de adequar seus
sistemas e torná-los menos onerosos.
Art. 90. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao pagador de impostos, é vedado
aos municípios, às províncias e à União:
I- exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
II- instituir tratamento desigual entre os pagadores de tributos, pessoa física ou
jurídica, que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção,
inclusive em razão de riqueza, sexo, idade, ocupação profissional, função por eles
exercida ou outras;
III- estabelecer alíquotas diferenciadas de impostos em razão do produto produzido
ou do serviço prestado, não importa qual seja a finalidade da medida;
IV- estabelecer alíquotas diferenciadas para o pagamento de imposto de renda, não
importa a origem dos recursos ou a quantidade paga;
V- cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os
houver instituído ou aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu
ou os aumentou antes de decorridos duzentos e dez dias da data em que haja sido
publicada;
c) de qualquer pessoa ou empreendimento apenas pelo fato de ser proprietário de
bem móvel ou imóvel como automóveis, casas, terrenos, aeronaves, embarcações
e outros;
d) sobre a transmissão ou divisão de bens em razão de doação, morte ou dissolução
de união civil;
e) sobre a alienação de bens e serviços sem destinação comercial, inclusive bens
imóveis;
f) diferenciados sobre produtos ou serviços importados, os quais, para qualquer
fim, terão o mesmo tratamento tributário dos produtos ou serviços produzidos ou
prestados no respectivo ente federativo;
g) para emitir boletos, guias e etc. para que o devedor pague tributo.
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Art. 92. Os impostos que poderão ser instituídos pelos municípios, pelas províncias e
pela União serão definidos em espécie por lei mor da União, observando-se, em todo
caso, às limitações estabelecidas neste capítulo a fim de evitar o confisco, a bitributação
e a imposição de várias obrigações acessórias aos pagadores de impostos.
§1º. Os municípios poderão estabelecer, mediante lei mor, impostos não previstos pela
lei mor referenciada no caput deste artigo, desde que obedeçam aos princípios
81
estabelecidos neste capítulo, sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base
de cálculo próprios dos que só podem ser estabelecidos pelas províncias e pela União.
§2º. A União poderá instituir, na iminência de guerra ou em caso de guerra externa,
impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os
quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação, no prazo
máximo de 6 meses.
§3º. A competência para instituir os impostos em espécie será distribuída entre os entes
federados de forma a resguardar o disposto no art. 93, §1º e §2, e diminuir a posterior
divisão de receitas tributárias entre os entes federados de que trata o art. 93.
Art. 93. Lei mor da União estabelecerá como e em que periodicidade será dividida o
total da receita tributária entre os entes federados, desde que obecedida a proporção
estabelecida no §1º e §2º.
§1º. O volume bruto de impostos coletados no município com o destino de custear o
município necessariamente deverá ser maior que a soma dos impostos destinados a
custear a província e a União que tiverem sido coletados na mesma área, considerando
todos os impostos tomados da população, inclusive os municipais, provinciais ou
federais;
§2º. O volume bruto de impostos destinados à província e tomados na província
necessariamente deverá ser maior que a soma de todos os impostos tomados na
província com o fim de custear a União;
§3º. Caso seja necessário a União repassar impostos para as províncias ou para os
municípios a fim de manter a proporção estabelecida nos §1º e §2º, os tributos serão
divididos entre as províncias e municípios na exata proporção em que tiverem tomado
tributos no todo, sendo vedado distribuir mais receita de impostos para quem toma
menos e menos para quem toma mais;
§4º. As províncias, caso necessitem repassar impostos para os municípios a fim de
manter a proporção estabelecida §1º e §2º, obedecerão, no que couber, a mesma regra
do §3º.
§5º. Os municípios, caso necessitem repassar impostos para a província ou para a União
a fim de manter a proporção estabelecida §1º e §2º, obedecerão o disposto no §6º.
§6º. Os impostos tomados da população, inclusive os municipais, provinciais ou
federais, serão repartidos entre os entes federados no seguinte percentual, caso outro
não seja definido pela lei mor de que trata o caput deste artigo:
I- 70% para o município;
II- 21% para a província;
82
Art. 94. O Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
I- proteção dos brasileiros e de quem estiver a serviço do Brasil;
II- defesa dos interesses dos brasileiros;
III- autodefesa armada e irrestrita;
IV- independência política e militar;
V- respeito e tolerância em relação à qualquer nação pacífica;
VI- aliança e cooperação com as nações que escolherem proteger todos os princípios
descritos nos incisos do art. 1º desta Constituição;
VII- respeito às demais nações e as suas escolhas internas, bem como ao direito delas
à autodefesa armada contra agressores injustos;
VIII- repúdio às nações belicosas sem justa causa, bem como às que patrocinam o
terrorismo;
IX- reconhecimento da responsabilidade do povo de outras nações por seus
governos;
X- solução pacífica dos conflitos e das tensões com outras nações, salvo quando o
conflito ou a tensão já tiver sido objeto de acordo e a outra nação o tiver descumprido
ou dado causa ao descumprimento, hipótese que configurará casus belli a favor do
Brasil;
XI- resposta violenta e imediata contra qualquer ato de violência injusta praticado
por outras nações contra o Brasil;
XII- reciprocidade, em tempo de paz e de boas relações.
§1º. Guerra é guerra, inclusive a guerra civil. Na guerra, o Brasil não respeitará nenhum
suposto direito do inimigo, nem se preocupará em resguardar a população civil inimiga
e seus supostos direitos, nem assumirá compromisso de agir de forma ética ou moral
83
com seu inimigo, e utilizará de todos os meios disponíveis para atingir o seu fim,
independentemente de serem considerados éticos ou não.
§2º. É vedado ao estado punir qualquer brasileiro ou empreendimento, inclusive
agentes públicos e oficiais militares em razão de atos praticados na guerra em tempo de
guerra, mesmo que sejam tipificados como crime comum e militar no Brasil ou sejam
considerados imorais ou antiéticos, ressalvada as punições militares por atos de
indisciplina cometidos por militares no exercício de seu dever.
§3º. Os crimes cometidos por brasileiros no território inimigo e demais ilícitos lá
praticados, em tempo de guerra, não serão punidos no Brasil, nem responsabilizados,
mesmo que não guardem relação com o conflito. De igual forma, os crimes cometidos
por brasileiros no território brasileiro contra estrangeiros com o qual o Brasil esteja em
guerra, em tempo de guerra, também não serão punidos no Brasil se estiverem
relacionados com o conflito bélico.
§4º. O Brasil não indenizará o inimigo, nem a sua população ou quem lá reside, por
eventual devastação e destruição causados em razão da guerra;
§5º. O poder judiciário não conhecerá nenhuma ação de estrangeiro contra brasileiro
ou empreendimento situado no Brasil, em razão de atos praticados contra o inimigo
em tempo de guerra, mesmo que não guardem relação com o conflito, salvo se o ato
tiver sido praticado em solo brasileiro e não estiver relacionado com o conflito bélico.
§6º. Os crimes cometidos por inimigos contra brasileiros em tempo de guerra no
território em guerra serão todos punidos pelo Brasil, caso o infrator adentre no território
nacional e ainda não tenha ocorrido a prescrição.
§7º. O chefe de governo e o chefe de estado e seu corpo diplomático poderão exigir,
como condição para celebrar acordo de cessar-fogo ou paz, que o inimigo em guerra
pague tributo em dinheiro, tributo em ouro, tributo em quaisquer recursos naturais ou
direitos a sua extração, tributo em parte de território, tributo na forma de assassinato
de pessoas determinadas e quaisquer outras exigências a critério do chefe de governo
ou do chefe de estado, mesmo que sejam consideradas antiéticas, imorais, degradantes,
desumanas, cruéis ou excessivas. É vedado ao Estado responsabilizar o chefe de governo
ou o chefe de estado e seu corpo diplomático por fazer exigências, mesmo que absurdas,
para celebrar acordo de cessar-fogo ou paz.
§8º. Após a celebração do acordo de cessar-fogo ou paz, o Brasil se comprometerá a
respeitar os direitos civis da população estrangeira, bem como a punir os militares e
seus nacionais que, depois da assinatura do acordo, vierem a cometer crimes comuns
ou militares no território da nação objeto do cessar-fogo.
§9º. O governo brasileiro renunciará a todos os tratados internacionais que afrontarem
os princípios defendidos pelo Brasil nesta Constituição, cabendo a qualquer cidadão
84
buscar o Poder Judiciário para responsabilizar o agente político que se omitir em relação
a seu dever.
Art. 95. A União, mediante acordo com a província e com os municípios afetados,
poderá estabelecer território sobre área desabitada ou de baixa concentração
populacional, o qual terá administração exclusivamente militar.
§1º. Os territórios serão estabelecidos:
I- no Brasil, preferencialmente, sobre terras devolutas ou públicas de forma
negociada com os entes federativos envolvidos;
II- sobre terras anexadas pelo Brasil em razão de guerra;
III- sobre planetas, luas, asteroides e outros corpos celestes sob o domínio do Brasil.
§2º. Caso haja propriedade particular na área a ser estabelecido o território, ela será
desapropriada, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, conforme o valor de
mercado. Os posseiros também serão indenizados da mesma forma, desde que seja
posse mansa e pacífica que não recaia sobre bem público. Os habitantes da área também
receberão justa e prévia indenização em dinheiro para que imigrem para o município
mais próximo.
§3º. Invasores de terras públicas serão compulsoriamente removidos da área, sem
direito a indenização. Caso resistam e não saiam, o território será estabelecido mesmo
assim, e eles assumirão os riscos decorrentes de sua escolha, dentre os quais o de não
poderem usufruir de direitos e garantias fundamentais nos termos do art. 5º, §3º, e de
sofrerem as medidas militares aplicáveis em territórios.
§4º. Não há representação política em territórios, nem exercício de jurisdição, nem
prestação de serviços públicos, nem a garantia de usufruto a direitos fundamentais
previstos nesta constituição, nos termos do art. 5, §3º.
§5º. Qualquer conflito ocorrido dentro de territórios será resolvido
administrativamente pela autoridade militar encarregada a qual imporá de imediato a
pena prevista em regulamento militar para a espécie.
§6º. Podem ser estabelecidos nos territórios prisão de segurança máxima, áreas de teste
de armas de destruição em massa, área de teste de armamentos pesados, centros de
pesquisa militar avançada e quaisquer outras atividades de interesse militar ou da
segurança do Brasil.
85
Art. 96. As faixas de fronteiras serão estabelecidas em áreas de divisa com outras nações
e poderão ter entre 200 metros até 10 quilômetros de largura e serão estabelecidas na
forma de território, conforme lei da União.
Parágrafo Único. Desde que relevante à segurança nacional, as cidades, povoados, vilas
e outros aglomerados urbanos situados em faixa de fronteira poderão ser parcial ou
integralmente removidos para outra localidade, nos termos da lei da União, desde que
a medida seja aprovada por meio de plebiscito pela população a ser removida e pelo
município que receberá esta população.
Art. 97. A União poderá comprar vastas extensões de terra de outros países ou corpos
celestes de outras nações as quais serão incorporadas ao Brasil como:
I- territórios, nos termos do art. 95;
II- províncias, desde que habitadas e sejam atendidos os seguintes requisitos:
a) a população nela existente aprove a medida;
b) as terras ou corpos celestes comprados estejam isentos de dívida com o Brasil e
com outras nações;
c) as terras possuam recursos financeiros suficientes para o custeio das atividades
administrativas da nova província e de seus poderes;
§1º. Cabem aos cidadãos brasileiros aprovar ou rejeitar, por meio de plebiscito, a
compra ou anexação de terras estrangeiras ou corpos celestes como províncias. Caso os
brasileiros rejeitem a incorporação, elas serão anexadas como territórios.
§2º. Preenchidas todas as condições e aprovada o ingresso da nova província por
plebiscito, serão aplicadas as regras do art. 109 às pessoas daquelas terras para efeito de
determinar quem será tratado como brasileiro nato ou naturalizado. Para tanto, a nação
estrangeira incorporada será considerada como se Brasil já fosse, exceto para os fins
previstos pelo art. 94, §3º, §4º, §5º e §6º.
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§3º. A União poderá alienar ou alugar seus territórios para outras nações ou particulares
interessados.
Art. 99. O Conselho de Estado é órgão de consulta do chefe de governo em cada ente
federativo, em qualquer assunto relacionado a defesa do respectivo ente contra ameaça
estrangeira, invasão estrangeira, guerra civil, rebelião, ação terrorista, calamidade
pública, epidemia mortal de grandes proporções ou qualquer outra forma de ameaça à
vida ou à segurança da população com potencial de causar danos de destruição em massa
e dele participam como:
I- premier do Conselho, o chefe de governo;
II- substituto do premier do Conselho, o chefe de estado;
III- membros permanentes:
a) o premier da Câmara de vereadores, no município;
b) o premier da Assembleia Legislativa e o premier do Senado Provincial, nas
províncias;
c) o premier da Câmara dos Deputados e o premier do Senado Federal, na União;
d) o promotor de justiça indicado pelo chefe de estado do respectivo ente, o qual
exercerá a função de secretário e de alertar os demais membros sobre a observância
dos critérios constitucionais e legais;
e) os Comandantes Maiores da Polícia Militar do respectivo ente federativo;
f) os Chefes de Estado-Maior de cada Comando das Forças Armadas do
respectivo ente federativo;
g) o chefe máximo do Órgão de Inteligência do respectivo ente federativo;
h) os agentes públicos indicados pelo chefe de governo para prestarem contas aos
membros sobre as finanças públicas e do que será necessário para reforçá-la em
caso de qualquer ação marcial;
87
§9º. Se não houver chefe de governo, ou o chefe de governo estiver morto ou tiver
violado o disposto no art. 133, §2º, o chefe de estado tomará a decisão de que trata o
§6º, temporariamente, até que o poder legislativo respectivo escolha outro chefe de
governo. Se o poder legislativo já tiver sido destruído pelo ataque, o chefe de estado
assumirá interinamente até que a ordem possa ser restabelecida e nova eleição
convocada para preencher os cargos do poder legislativo. Se o chefe de estado também
estiver morto, assumirá o sucessor do chefe de estado. Se esse também estiver morto,
caberá a qualquer Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas assumir a chefia de
estado enquanto não for possível reestabelecer a normalidade do Estado de Direito.
§10. O decreto marcial poderá ser expedido sem a prévia reunião com o Conselho na
forma do art. 99, §6º. E, na ausência do Chefe de Governo, por quem estiver autorizado
nos termos do art. 99, §9º.
§11. Caso não haja tempo suficiente para expedir o decreto marcial, a medida ainda
assim será adotada de pronto pela autoridade responsável a quem caberá formalizar o
decreto marcial e encaminhá-lo para a casa legislativa respectiva para apreciação no
prazo máximo de 12 horas, sob pena de cometimento de crime de responsabilidade.
Art. 102. O chefe de governo ou de estado poderão reunir o Conselho de Estado para
se aconselhar sobre:
I- requisição das Forças Armadas da União para perseguir e prender criminosos
comuns que estão além do poder de repressão das polícias locais;
II- requisição da Polícia Militar e das Forças Armadas da União para prender,
desmontar ou combater pessoa ou grupo associado à prática de terrorismo;
III- a criação de territórios, nos termos do art. 95;
IV- proposta de acordo de parceria com a União para uso de seus territórios;
V- a requisição de Força Militar da União para atendimento de demanda urgente
além do poder bélico do ente federado requerente;
VI- a associação com outros municípios ou províncias;
VII- propostas de propositura de independência do Brasil;
VIII- desmembramento de município;
IX- Outras matérias definidas na lei mor de cada ente federado.
§1º. Compete ao Conselho de Estado do município, exclusivamente, opinar sobre a
matéria de que trata o inc. VIII.
§2º. Compete aos Conselhos de Estado dos municípios e das províncias,
exclusivamente, opinar sobre as matérias dos incisos VI e VII.
§3º. Compete ao Conselho de Estado da União, exclusivamente, opinar sobre a matéria
de que trata o inciso III.
§4º. Qualquer dos entes federados podem reunir o Conselho de Estado para opinar
sobre matérias não exclusivas de outros entes federados e nas demais de sua
competência definidas pela lei mor de que trata o inc. IX.
Art. 105. O exame do pedido de intervenção, seja na forma do art. 104, §1º ou §2º,
limitar-se-á apenas aos aspectos constitucionais da questão e não se submeterá aos
princípios do contraditório e da ampla defesa. Caso o requerimento não esteja
94
Art. 106. A intervenção será executada por ordenação marcial, desde que seja
requisitada e aprovada na forma do art. 104 ou seja requisitada diretamente pela
população na forma do art. 120, inc. X. Em qualquer caso, serão observados os demais
princípios estabelecidos nos parágrafos deste artigo.
§1º. A ordenação marcial de intervenção será expedida pelo chefe de estado na forma
do art. 105, §2º ou pelo comandante do Estado Maior das Forças Armadas, na forma
do art. 105, §4º. O ato especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução,
bem como nomeará os interventores que farão os ajustes necessários para normalizar a
situação no ente federado sob intervenção.
§2º. Se a intervenção não atingir o poder legislativo do ente interventor, a ordenação
marcial será submetida à apreciação do Congresso Provincial ou do Congresso
95
Art. 108. As ações a que se refere o art. 107 poderão ser propostas no órgão competente
do poder judiciário por qualquer um dos seguintes legitimados:
I- o chefe de governo do município, da província ou da União;
II- o chefe de estado do município, da província ou da União;
III- qualquer membro da Câmara de Vereadores;
IV- qualquer membro de Assembleia Legislativa;
V- qualquer membro de Senado Provincial;
VI- qualquer membro da Câmara de Deputados Federais;
VII- qualquer membro do Senado Federal;
VIII- qualquer promotor de justiça atuante em tribunal de justiça, qualquer deles;
IX- qualquer associação ou conselho de profissionais do Direito;
X- partido político com representação em Câmara de Vereadores, no Congresso
Provincial ou no Congresso Nacional;
XI- qualquer associação ou organização sem fins lucrativos em matéria relacionada
a sua área de atividade;
XII- qualquer conselho profissional ou empreendimento privado em matéria
relacionada a sua área de atuação.
§1º. Quando o ato impugnado for o regimento da Câmara de Justiça Constitucional
competente para apreciar a ação, a constitucionalidade será julgada pelo plenário do
tribunal a qual a respectiva Câmara se vincula.
§2º. Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva
norma constitucional, será dada ciência ao poder competente para que regulamente a
matéria, inicie e termine o processo legislativo no prazo máximo de 120 dias. Em se
tratando de órgão administrativo, ordenará a regulamentação do preceito no prazo
máximo de trinta dias. Caso o poder ou o órgão responsável não cumpra os prazos, a
Câmara de Justiça Constitucional competente regulamentará o preceito por Ato
Institucional em trinta dias na forma prevista pelo Título V, Capítulo IV, Seção X,
desta Constituição, sem prejuízo de encaminhar os documentos pertinentes ao
Ministério Público competente para que os agentes públicos envolvidos respondam
pela omissão.
§3º. Se a Câmara de Justiça Constitucional competente não regulamentar o preceito
dentro do prazo a que se refere o §2º, qualquer cidadão poderá requerer ao Poder
Judiciário competente à responsabilização dos juízes omissos.
97
CAPÍTULO I- DA NACIONALIDADE
fé ou não fé religiosa “o que eu declarei é verdade, juro pelo meu sangue”. A caneta
com o sangue restante será queimada na sua presença e ele lerá o juramento em
voz alta diante de todos os presentes. Ele dirá que “enquanto viver, respeitará os
princípios do art. 1º desta Constituição e que ensinará seus filhos a respeitá-los,
sob pena de trair” sua Divindade ou o Princípio em que ele acredita. Em seguida,
dirá em voz alta cada um dos princípios do art. 1º desta Constituição que ele já
terá escrito com o próprio sangue e jurará após ler cada um deles que “os respeitará
e ensinará seus filhos a respeitá-los”. Ao terminar todos, o Sacerdote da sua fé ou
não fé religiosa o abençoará e dirá o que entender devido naquele momento.
Depois, o juiz o cumprimentará pessoalmente e dirá “espero que suas palavras
sejam tão verdadeiras quanto o sangue que está neste papel”. O juiz levantará o
papel e o mostrará escrito com sangue a todos os presentes. Em seguida dirá ao
novo brasileiro: “viva feliz e deixe as pessoas pacíficas viverem felizes a sua
maneira”. Caso o juiz queira, poderá falar o que entender necessário no momento
ou, se considerar adequado, poderá proferir uma palestra. O Livro Sagrado da fé
ou não fé religiosa do imigrante que contiver a escrita com o sangue do imigrante
será guardado pelo Poder Judiciário competente em local lacrado. O ato será
filmado e disponibilizado em meio eletrônico de fácil e amplo acesso. A lei
processual da província regulamentará esse procedimento público e solene.
§1º. Os povos de cultura ocidental, inclusive Israel, se houver reciprocidade em favor
de brasileiros, terão os mesmos direitos inerentes aos brasileiros, salvo o de ocupar os
cargos de que trata o art. 110.
§2º. O prazo de que trata o art. 109, inc. II, alínea “b”, será reduzido:
I- em três quartos para os povos praticantes da cultura descrita nos incisos do art. 1º
desta Constituição;
II- em dois quartos para os povos praticantes da cultura descrita nos incisos I a IV
do art. 1º desta Constituição;
III- em nada, nos demais caso.
§3º. O imigrante originário de qualquer país de cultura ocidental será tratado como
estrangeiro originário de país de cultura não-ocidental se praticar costumes culturais
estranhos à tradição laica e ao individualismo descrita nos incisos do art. 1º desta
Constituição.
§4º. A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo
nos casos previstos nesta Constituição.
Art. 111. O Brasil é um país aberto para acolher estrangeiros pacíficos de forma
permanente e legalizada, desde que se tratem de pessoas que valorizem e respeitem os
fundamentos do Estado Brasileiro expressos no art. 1º desta Constituição e que
concordem com os objetivos desta nação, nos termos do art. 2º.
Parágrafo Único. O estrangeiro que não concorde com os fundamentos e objetivos
deste país não será naturalizado em nenhuma hipótese.
VI- tenha lutado em guerra contra outros países ou contra eles tenha executado ou
apoiado ato de violência, cuja causa tenha sido a discordância com os princípios
defendidos pelo Brasil no art. 1º desta Constituição;
VII- outras hipóteses estabelecidas na lei da União com o fim de resguardar a
tolerância entre indivíduos e a liberdade individual.
Art. 116. O brasileiro naturalizado que for condenado na forma do art. 115, inc. II,
sofrerá também as seguintes penas:
I- tortura e morte, se por causa de sua conduta alguém tiver morrido.
II- tortura e morte, se for reincidente na hipótese prevista no inc. III deste artigo.
III- sofrimento de lesão proporcional a que tiver causado na vítima, se, por causa de
sua conduta, alguém tiver sido ferido. Ele também será obrigado a queimar o livro
que ele assinou com seu próprio sangue, nos termos do art. 109, inc. II, alínea “e”.
Ele também terá que dizer em voz alta de que “ele não é merecedor das palavras do
Livro” e que ele “traiu a” Divindade ou o Princípio pelo qual jurou. Ele também terá
que dizer que “mereço a pena e que minha conduta não é digna dos seguidores deste
Livro”. Em seguida, ele perderá a nacionalidade brasileira, sofrerá a pena e será
expulso do Brasil.
§1º. Na hipótese prevista pelo inc. III, se a pessoa se recusar a queimar o livro ou a falar
o que deve, sofrerá a pena de tortura e de morte e outra pessoa queimará o livro na
frente dele e dirá que ele renegou sua Divindade ou o Princípio pelo qual jurou com o
102
próprio sangue e que isso jamais será esquecido pela sua Divindade ou pelos seguidores
do princípio pelo qual ele jurou. E tudo será dito na frente dele antes dele ser executado.
Tudo será filmado e disponibilizado em meio eletrônico de fácil e amplo acesso e jamais
poderá ser removido por ordem estatal, nos termos da lei processual de cada província.
§2º. O brasileiro nato, se praticar crime de terrorismo, também sofrerá as penas
previstas nos incisos do caput deste artigo, salvo a pena de cancelamento da
naturalização e de expulsão do país.
Art. 117. São símbolos do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
Parágrafo Único. Os municípios e as províncias poderão adotar símbolos próprios.
Art. 118. Qualquer língua poderá ser adotada como idioma oficial do Brasil.
§1º. Cada município adotará idioma oficial, podendo escolher mais de um, conforme
a língua utilizada por sua população, devendo observar, em qualquer hipótese, o
disposto no §3º e na lei mor a que se refere o §4º.
§2º. É vedado às províncias e à União estabelecerem qualquer tipo de discriminação ou
restrição entre brasileiros em função do idioma oficial utilizado por qualquer de seus
municípios. As províncias e a União são obrigadas a reconhecer como suas línguas
oficiais, qualquer língua reconhecida oficialmente por município que delas faça parte e
deverão obedecer ao disposto no §3º.
§3º. É dever de cada ente federativo prestar informações de interesse dos brasileiros em
todas as línguas oficiais por ele reconhecidas, o que inclui:
I- o atendimento às pessoas em geral, pessoalmente ou por qualquer outro meio:
II- sua legislação, atos administrativos e judiciais;
III- a publicação de informativos oficiais e outros atos informativos oficiais, por
qualquer meio.
IV- o dever de realizar concursos públicos e outras seleções públicas, desde que se
trate do mesmo conteúdo, em todas as línguas oficiais reconhecidas pelo respectivo
ente federativo;
V- outras hipóteses previstas pela lei mor da União.
§4º. Lei mor da União estabelecerá os critérios mínimos a serem atendidos para que os
municípios reconheçam outra língua como oficial e, também, os critérios para que uma
língua deixe de ser reconhecida oficialmente.
103
§5º. Nenhum ente federativo poderá ser obrigado a cumprir as obrigações estabelecidas
no §3º em língua diferente das que ele reconheceu como oficiais.
Art. 119. A soberania popular será exercida diretamente e pelo sufrágio universal com
voto direto, secreto e auditável, com valor igual para todos, e, nos termos da lei,
mediante:
I- iniciativa popular.
II- plebiscito;
III- referendo;
IV- eleições regulares para representantes do Poder Legislativo;
V- outras formas previstas na Lei mor da União.
§1º. Quem possui idade mínima para votar para qualquer cargo eletivo da Província
não poderá ser impedido de exercer outros direitos civis em razão de sua idade como
escolher serviços ou produtos para seu consumo, unir-se civilmente a outras pessoas,
medicar-se, fazer negócios, empreender, trabalhar, acessar o ensino superior, assumir
cargo ou emprego público provido mediante concurso de provas ou habilidades,
locomover-se, inclusive mediante uso de qualquer veículo, frequentar estabelecimentos
ou shows ou usufruir de qualquer outro direito permitido às pessoas capazes.
§2º. De igual forma, quem possui idade mínima para votar em qualquer cargo eletivo
da Província não poderá ser isento de responsabilidade civil, administrativa, militar ou
penal em razão de sua idade.
VII- vetar quaisquer leis aprovadas pelo respectivo ente federativo, inclusive emendas
à Constituição, desde que o pedido de veto popular seja registrado por qualquer
cidadão dentro do prazo de quinze dias nos termos do §2º deste artigo. Qualquer lei
estará sujeita ao veto popular, inclusive as matérias de competência privativa de
qualquer dos poderes, desde que obtenha o apoiamento mínimo de que trata o art.
121.
VIII- derrubar veto do chefe de governo ou do chefe de estado, desde que a censura
ao veto seja registrada por qualquer cidadão dentro do prazo concedido à câmara
legislativa respectiva para a derrubada do veto, nos termos do art. 121, §2º. Qualquer
lei estará sujeita a derrubada do veto pela população, desde que obtenha o
apoiamento mínimo de que trata o art. 121.
IX- ordenar ao chefe de estado do ente federativo que dissolva o parlamento e
convoque novas eleições;
X- requerer a intervenção em município, província ou na União por violação do
disposto no art. 103, inc. II;
XI- outras medidas nos termos da lei de cada ente federativo.
Art. 121. A lei mor de cada ente federativo estabelecerá o percentual mínimo do
apoiamento do eleitorado necessário para que as medidas determinadas nos incisos do
caput do art. 120 sejam cumpridas. Em qualquer caso, serão respeitados os seguintes
critérios mínimos:
I- no município, 5% do eleitorado municipal;
II- na província, 2% do eleitorado provincial distribuído por pelo menos cinco
municípios com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
As províncias compostas por menos de cinco municípios deverão ter o apoiamento
popular de pelo menos três décimos por cento dos eleitores de cada município;
III- na União, 1% do eleitorado nacional, distribuído por, pelo menos, cinco
províncias, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada uma delas.
§1º. A lei mor de cada ente federativo poderá estabelecer requisitos mais severos para
o cidadão propor as medidas previstas nos incisos III, IV, V, VI, VII, VIII, IX e X do
art. 120 e para algumas medidas previstas pela lei mor de que trata o inc. XI, do art.
120, sendo vedado ao estado estabelecer percentual maior do que o obtido pelo
parlamentar mais votado no respectivo ente federativo na última eleição.
§2º. Qualquer cidadão interessado poderá registrar sua pretensão de iniciativa popular
na justiça eleitoral competente, por mais absurda que pareça, sendo vedado ao poder
judiciário impedir o registro de requerimento em razão do conteúdo deles.
105
§3º. Uma vez registrada, a pretensão será posta em votação pela Justiça Eleitoral do
ente federativo respectivo. A votação ficará disponível pelo prazo que a lei mor de cada
ente federativo determinar, não podendo ser inferior a 3 meses. Nesse período, qualquer
cidadão registrado na respectiva circunscrição poderá ir ao seu cartório eleitoral e votar
eletronicamente para expressar seu apoio a pretensão posta em votação. Também
poderá utilizar outro meio mais cômodo, seguro e auditável disponibilizado ou
permitido pela Justiça Eleitoral. Caso a adesão seja massiva, o juiz eleitoral poderá
requisitar servidores de outros órgãos ou convocar eleitores para organizar melhor a
prestação do serviço, nos mesmos termos que ordinariamente procede durante as
eleições regulares.
§4º. Terminada a votação, caso a pretensão tenha conseguido o apoiamento mínimo,
ela será apresentada pela Justiça Eleitoral competente ao chefe da casa legislativa
respectiva que proporá a medida para apreciação imediata, ressalvada as seguintes
medidas, na seguinte forma:
I- as previstas no art. 120, incisos IX e X serão entregues, em forma de mandado,
diretamente ao chefe de estado para que as cumpram no prazo de 3 dias úteis, sob
pena de cometimento de crime de alta traição, sem prejuízo da execução da medida
prevista no art. 103, §3º e §4º.
II- as previstas no art. 120, incisos VI, VII e VIII serão cumpridas em forma de ato
institucional emanado pela Justiça Eleitoral competente que declarará revogada a lei,
vetada ou derrubado o veto. Qualquer membro do poder legislativo do ente cujo ato
foi revogado poderá questionar a constitucionalidade do ato institucional perante a
Câmara de Justiça Constitucional competente a qual examinará apenas a
constitucionalidade do ato, sendo vedado ela se manifestar sobre seus aspectos
políticos.
III- as previstas na lei mor de que trata o art. 120, inc. XI, serão cumpridas na forma
que a referida norma determinar observado, em qualquer caso, os princípios
estabelecidos nesta Constituição.
Art. 122. O alistamento eleitoral e o voto são facultativos, nos seguintes termos:
§1º. Não podem alistar-se como eleitores:
I- os estrangeiros;
II- os analfabetos, qualquer deles, inclusive o funcional, condição que será aferida
por meio de prova objetiva a ser elaborada pela Justiça Eleitoral, na forma
estabelecida por Edito da Câmara de Justiça Eleitoral competente.
III- durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos.
106
§2º. O interessado em se alistar como eleitor poderá escolher fazer a prova de que trata
o §1º, inc. II, em qualquer das línguas oficiais reconhecidas pela província onde se
alistar, nos termos do art. 118, §2º e §3º.
Art. 123. É vedado ao estado realizar eleições regulares em ano em que haja Copa do
Mundo ou Olimpíadas, ressalvado o disposto no art. 291.
II- quem estiver com os direitos políticos suspensos por qualquer motivo.
III- quem não possuir a qualificação técnica ou a instrução escolar mínima para o
exercício do cargo até a data da posse;
IV- os sócios e gerentes e representantes de empresa privada em que 20% ou mais
do faturamento seja originário de pagamentos feitos por qualquer órgão da
administração direta ou indireta de qualquer ente da federação ou de partido político,
não importando se o contrato for de adesão ou não, ou quem deles for parente
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o 4º grau, inclusive.
V- o proprietário, sócio ou gerente de empreendimento televisivo, de radiodifusão
ou de divulgação de notícias por qualquer meio, inclusive impressas, bem como
aquele que tenha parentesco consanguíneo ou afim com qualquer deles até o 4º grau,
inclusive;
VI- por no mínimo 12 anos, o agente político que tiver se recusado, impedido,
abstido ou protelado por mais de 15 dias o cumprimento de ordem popular emanada
por meio de referendo, plebiscito ou de iniciativa popular;
VII- outros casos previstos nesta Constituição e na lei mor de que trata o art. 130.
§1º. As pessoas indicadas nos incisos do art. 127 são elegíveis, desde que não se insiram
em nenhuma das vedações previstas no art. 126.
§2º. Os agentes políticos eleitos são elegíveis para qualquer cargo eletivo, desde que a
lei mor da União que regulamentar o processo eleitoral não vede a reeleição nem
estabeleça outras restrições em relação ao assunto.
Art. 128. A pessoa elegível nos termos do art. 127, §1º e §2º, para tomar posse no cargo
para o qual foi diplomada, atenderá as seguintes condições:
I- deverá afastar-se, em definitivo, de sua atividade nas hipóteses previstas no art.
127, incisos I, II, III e III e na lei mor de que trata o art. 127, inc. VII;
II- deverá afastar-se definitivamente do cargo eletivo, salvo em caso de reeleição e
obedecido o disposto no art. 127, §2º.
III- deverá renunciar, em definitivo, ao recebimento de benefício ou pagamento do
estado, e também à participação em qualquer programa governamental mencionados
no art. 127, incisos V e VI e na lei mor de que trata o art. 127, inc. VII, ressalvados:
a) o recebimento de valores atrasados relativos a remuneração por exercício de
cargo, emprego ou função pública exercida antes da posse no cargo eletivo;
b) a isenção de que trata o art. 321, §1º.
Parágrafo Único. Os servidores públicos efetivos que se afastarem de seus cargos para
tomar posse na forma do caput deste artigo em nenhuma hipótese serão indenizados
pelo tempo de serviço prestado, nem serão reconduzidos ao cargo público ocupado
anteriormente.
Art. 129. O representante eleito pelo povo está limitado aos termos do mandato para o
qual foi eleito. As cláusulas que o regem estão expressas no estatuto do partido e nos
compromissos publicamente assumidos durante a campanha e registrados por qualquer
meio. O representante deverá ser imediatamente afastado do cargo pelo seu partido,
caso vote, manifeste opinião ou assuma compromisso em desacordo com as ideias
defendidas pelo estatuto de seu partido ou em desacordo com qualquer compromisso
publicamente assumido durante a campanha eleitoral.
§1º. Caso o partido não proponha a respectiva ação judicial prevista no art. 129 no
prazo de trinta dias, poderão propor a ação no poder judiciário competente:
I- qualquer partido político;
II- qualquer cidadão;
III- o Ministério Público competente;
109
Art. 130. Lei mor de cada ente federativo, para o exclusivo fim de preencher os cargos
políticos de seu próprio ente federativo, estabelecerá outros casos de inelegibilidade e
os prazos de sua cessação, a fim de evitar o estelionato eleitoral, proteger a probidade
administrativa, o dever de fidelidade à realidade, a moralidade para o exercício de
mandato considerada a vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das
eleições contra o abuso do exercício de cargo, emprego ou função pública na
administração direta ou indireta, bem como em associação profissional, sindical, ONG,
movimento social, entidade filantrópica, fundação privada, partido político, instituições
de ensino e outras definidas pela lei, assim como prevenirá os possíveis abusos
decorrentes do exercício de poder político e econômico.
§1º. É vedado ao candidato eleito para qualquer cargo eletivo do poder legislativo dele
se afastar para o exercício de cargo de confiança vinculado a outro poder ou outro ente
da administração pública direta ou indireta, inclusive para a função de secretário
municipal, provincial ou de estado; salvo para:
I- assumir a chefia de governo do ente federativo para o qual foi escolhido ou para
assumir a função de Senador Federal nas hipóteses previstas no art. 160, §2º e §6º;
II- exercer cargo público de caráter efetivo provido mediante concurso público de
provas e habilidades, hipótese em que, para assumi-lo, deverá se afastar em definitivo
do cargo para o qual foi eleito. Quem se afastar nessa hipótese, mesmo que
posteriormente desista de entrar em efetivo exercício ou saia do cargo por qualquer
motivo, até a data prevista para o término regular da legislatura a que renunciou,
ficará impedido de:
a) assumir cargo em comissão ou função de confiança;
b) de ser indicado para secretário de município, de província ou de estado;
c) concorrer ou ser escolhido para assumir chefia de estado;
d) outras hipóteses previstas pela lei da União;
Art. 131. Qualquer eleição em que mais de 50% dos votos sejam anulados para
determinado cargo, deverá ser anulada e necessariamente repetida com imediata
apresentação de novos candidatos para o cargo, sendo vedada a reapresentação de
candidato que participou da eleição anulada ou concorreu para outros cargos na mesma
eleição.
110
Art. 132. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de
trinta dias contados da diplomação, por qualquer cidadão, representante de partido
político ou pelo Ministério Público, instruída a ação com provas de violação de qualquer
disposição expressa no art. 126, bem como de prática de qualquer abuso de que trata a
lei referida no art. 130, inclusive em caso de corrupção ou fraude, ressalvada a
competência do Tribunal do Júri se o impugnado já era agente político à época dos
fatos, nos termos do art. 217.
§1º. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo
o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. Após sentenciada,
qualquer interessado poderá ter acesso a seu conteúdo, sendo vedado ao poder judiciário
criar qualquer embaraço a sua divulgação.
§2º. O processo de que trata o §1º deverá ser julgado em no máximo 90 dias, sob pena
de declínio automático da competência para o Tribunal do Júri, o qual, em preliminar,
decidirá se afastará o parlamentar processado de suas funções enquanto o feito é
instruído e julgado, sem prejuízo da apuração da responsabilidade penal e civil dos
causadores do retardamento.
Art. 134. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua
publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência,
112
salvo no caso de eleição convocada na forma do art. 291 cuja aplicação das novas regras
se dará de forma imediata.
Art. 137. É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura
interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime
de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas
em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, salvo se houver incompatibilidade
das ideias defendidas pelos partidos que pretendam se coligar, devendo seus estatutos
estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.
Parágrafo Único. Considera-se infidelidade partidária punida com pena de imediata
desfiliação:
I- assumir publicamente, durante a campanha política ou depois de eleito,
compromisso incompatível com as ideias defendidas pelo estatuto do partido político
ao qual está filiado;
II- desfiliar-se do partido, após eleito, para filiar-se a outro, não importa o motivo,
salvo quando expressamente autorizado pelo partido nos termos de seu estatuto;
III- outras hipóteses definidas pelo estatuto do partido.
Parágrafo Único. Cabe a qualquer cidadão, partido político bem como ao Ministério
Público requerer ao poder judiciário competente a punição dos partidos que
descumpram os preceitos estabelecidos nos incisos do caput do artigo art. 135 e do art.
138, cláusulas pétreas, bem como requerer a cassação de seu registro, caso a norma seja
descumprida pela direção nacional do partido.
Art. 141. A sede política administrativa dos poderes municipais será estabelecida em
qualquer lugar do município a critério de cada poder, salvo o poder legislativo o qual,
obrigatoriamente, deverá estabelecer sua sede no local mais povoado com o fim de
facilitar a participação da população em suas deliberações.
§1º. A sede de poder de província ou do Brasil poderá ser estabelecida em qualquer
município que esteja dentro de sua área, cabendo a cada um dos poderes escolher em
qual deles estabelecerá a sua capital. O poder legislativo, obrigatoriamente, deverá
estabelecer a sua sede em local onde esteja concentrada a maior parte da população e
seja fácil o seu acesso com o fim de incentivar a participação dos cidadãos em suas
atividades, ressalvada a hipótese prevista no art. 101, §6º.
§2º. É vedado a um poder impor ao outro o local onde ele deverá estabelecer a sua
capital, cabendo tal decisão unicamente a chefia do respectivo poder, desde que
respeitada as limitações constitucionais.
§3º. É vedada a concessão de direitos especiais para município que seja capital de poder
de província ou da União.
§5º. O juiz privado que exerce função jurisdicional em tribunal de justiça, qualquer
deles, é considerado agente político para todos os fins, inclusive para o disposto no art.
6º, §1º e no art. 143.
Art. 143. O exercício de cargo de poder ou de função estatal é um dever público e sujeita
o seu titular a relativização de seus direitos fundamentais, nos termos do art. 6º, §1º e
da lei de cada ente federativo que relativizará outros direitos para resguardar o
cumprimento dos princípios da administração pública, do dever de transparência do
agente político, e para prevenir os abusos que podem ser cometidos durante o exercício
do poder político. Essas restrições também alcançam:
I- todos os candidatos a cargos de poder, sejam eletivos ou não eletivos, desde o
registro da candidatura ou inscrição no processo seletivo até o encerramento da
eleição ou da seleção;
II- todos os servidores públicos ocupantes de cargo efetivo e quem presta concurso
para assumir tais cargos, desde a inscrição no processo seletivo até o término da
seleção;
III- quem exerce cargo em comissão ou cargo de confiança, enquanto exercer a
função;
IV- todos os secretários de município, secretários de província ou secretários de
estado, e quem for indicado pelo chefe de governo para o exercício dessas funções,
desde a indicação até a posse.
§1º. Se as pessoas indicadas nos incisos do art. 143 estiverem sob investigação em
andamento por prática de qualquer ato ilícito que resulte em suspensão dos direitos
políticos, a restrição aos direitos fundamentais de que trata o art. 143 continuará até a
conclusão da investigação, mesmo que os investigados já tenham requerido exoneração,
demissão ou tenham desistido de assumir o cargo ou dele saído por qualquer motivo.
§2º. O agente público, qualquer deles, ou o ocupante de cargo de confiança ou em
comissão que tentar se valer da sua posição para descumprir obrigação imposta a todos,
será preso em flagrante, sem direito a privilégio, nem tratamento especial e responderá
pelo ilícito praticado, sem prejuízo de responder também pela prática de abuso de
autoridade. Se o agente for condenado, o responsável pela prisão em flagrante receberá
medalha pelo serviço prestado a seu país.
Art. 144. São poderes do estado brasileiro, independentes e harmônicos entre si, o
legislativo, o executivo, o moderador e o judiciário.
§1º. A forma de governo poderá ser escolhida a qualquer tempo pelos cidadãos por
meio de plebiscito, os quais poderão optar por uma dentre as seguintes:
I- monarquia parlamentarista;
II- república parlamentarista;
III- anarcocapitalismo;
IV- qualquer outra forma de governo compatível com os princípios desta
Constituição.
§2º. É vedada a propositura das seguintes formas de governo, em qualquer caso:
I- autocracia civil ou militar;
II- monarquia absoluta;
III- república presidencialista;
IV- qualquer outra forma de governo que concentre poder em apenas uma pessoa ou
em suposto “salvador da pátria”;
V- qualquer outra forma de governo que facilite a concentração de poderes no estado
em detrimento dos indivíduos;
VI- qualquer forma de governo teocrática ou moralista;
g) instituição de ensino;
h) instituição filantrópica;
i) fundação ou instituição privada que forneça produtos ou preste serviços em
auxílio de pessoas fragilizadas ou vulneráveis, qualquer que seja o motivo;
V- tenha atuado como advogado, assistente jurídico, contador ou administrador das
entidades referidas no art. 145, inc. IV, ainda que indiretamente por meio de
prestação de serviço a pessoa jurídica;
VI- esteja inelegível nos termos do art. 126.
VII- para o exclusivo fim de resguardar a imparcialidade política para o exercício do
cargo, esteja inserido em outras vedações estabelecidas:
a) pela lei mor do município para a chefia de estado do município;
b) pela lei mor da província para chefia de estado da província;
c) pela lei mor da União para chefia de estado da União.
VIII- tenha sido condenado, em qualquer instância, por prática de crime comum,
crime eleitoral, crime de responsabilidade, crime de abuso de autoridade, crime de
alta traição, crime militar, crime de terrorismo, crime contra a segurança nacional,
crime contra a economia popular ou por ato de improbidade administrativa.
IX- tenha violado o disposto:
a) no art. 24, inc. XXVII;
b) no art. 133, §2º, inc. V;
c) nos incisos do caput do art. 167 e em seu §2º no que for aplicável.
X- seja parente consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o 4º grau
inclusive:
a) de chefe de governo de município, de província ou da União;
b) de secretário municipal, provincial ou de estado;
c) de membro de Câmara de Vereadores de qualquer município;
d) de membro de Assembleia Legislativa ou de Senado Provincial;
e) de membro da Câmara dos Deputados Federais ou do Senado Federal;
f) de juiz que exerça suas funções em Tribunal de Justiça, qualquer deles.
XI- outras hipóteses especificadas pela lei da União com a finalidade de evitar o
nepotismo e o patrimonialismo na administração pública.
Parágrafo Único. Poderá ser escolhido para chefe de estado, desde que não viole as
vedações dos incisos do art. 145, os servidores públicos ocupantes de cargo efetivo,
120
Art. 151. Outras nações poderão se unir ao Brasil. De igual forma, qualquer município
ou província, individual ou conjuntamente, poderá declarar independência do Brasil.
§1º. Cabem aos cidadãos brasileiros aprovar ou rejeitar, por meio de plebiscito, o
pedido de união da outra nação ao Brasil, aplicando-se, no que couber, o disposto no
art. 97, §1º.
§2. Após declarado válido, pelo chefe de estado da União, o pedido de união da nação
estrangeira ao Brasil como nova província ou parte de província já existente, serão
aplicadas as regras do art. 109 às pessoas daquela nação para efeito de determinar quem
será tratado como brasileiro nato ou naturalizado. Para tanto, a nação estrangeira
incorporada será considerada como se Brasil já fosse, exceto para os fins previstos pelo
art. 94, §3º, §4º, §5º e §6º se a nação incorporada tiver guerreado contra o Brasil ou
seus aliados, ressalvado, em qualquer caso, a ocorrência de prescrição ou de decadência.
§3º. Uma vez declarada publicamente a independência de município ou província pelo
chefe de estado da União, os nacionais do novo país deixarão de ser brasileiros
automaticamente, nos termos do art. 133, §1º, inc. II, desta Constituição.
Permanecerão como brasileiros natos ou naturalizados quem tiver imigrado para outra
127
província que faça parte da União ou tenha permanecido no novo país a serviço do
Brasil.
Art. 154. São requisitos para declaração de aceitação de qualquer pedido relacionado
aos art. 151, art. 152 ou art. 153:
I- comprovação de que a maioria simples da população interessada no assunto aprova
a medida de livre vontade;
128
II- que a nova nação a ser constituída declare de forma expressa e irretratável que
está ciente de que se o Brasil for cobrado por quaisquer dessas obrigações no futuro,
a nova nação terá constituído uma casus belli a favor do Brasil.
Art. 156. Lei mor da União poderá disciplinar o processo de união de outras nações ao
Brasil, anexação de territórios e independência de município ou província do Brasil,
respeitados os princípios desta Constituição. Em qualquer caso, as disposições deste
capítulo possuem eficácia imediata.
130
Art. 158. Aos poderes legislativo, executivo, judiciário e moderador dos municípios,
das províncias e da União são assegurados autonomia financeira, orçamentária e
gerencial, e a todos eles competem em relação ao seu ente federativo:
I- encaminhar ao promotor de justiça competente qualquer elemento de prova que
indique possível crime ou provável prática de ato ilícito de que tomarem
conhecimento em razão do exercício de cargo, emprego ou função pública, sob pena
de cometimento de crime de responsabilidade;
II- organizar sua estrutura administrativa, serviços, órgãos e quadro de pessoal, sem
a necessidade do aval dos outros poderes, desde que sejam obedecidos os princípios
estabelecidos por esta Constituição, especialmente nos art. 68, art. 82 e art. 27;
ressalvada a competência privativa do poder legislativo para fixar, por meio de lei, a
remuneração do chefe de governo, do chefe de estado e dos agentes públicos
diretamente a eles vinculados;
III- prover, por concurso público de provas, ou de provas e habilidades, obedecido o
disposto no art. 62 e demais princípios constitucionais, os cargos de que trata o inciso
II deste artigo;
IV- expedir atos administrativos normativos para regular a fiel execução das leis,
sendo vedado, sob pena de nulidade, exorbitar o mero poder regulamentar;
V- expedir atos administrativos em geral, observado, no que couber, o disposto no
inc. IV;
VI- adotar as medidas previstas no art. 83, quando necessárias;
VII- organizar sua própria polícia, caso não prefira:
a) contratar serviços de segurança privada;
b) requisitar os serviços profissionais da Guarda Pretoriana a que se refere o §1º.
VIII- requerer intervenção quando o exercício do seu poder for ilegalmente
ameaçado ou violado, na forma dos art. 103 e art. 106;
IX- administrar o próprio orçamento aprovado pelo poder legislativo, sendo vedado
aos poderes legislativo, judiciário e moderador estabelecerem programas de governo
que extrapolem a atividade fim do poder, mesmo quando ela tiver como objetivo
satisfazer suposto interesse geral da população;
X- zelar pelo fiel cumprimento de todos os preceitos estabelecidos por esta
Constituição, com atenção especial para o cumprimento dos seguintes princípios:
a) gerais da administração pública (art. 54);
b) do concurso público (art. 55);
c) relativos às compras públicas (art. 60);
132
§5º. Todos os poderes poderão poupar recursos orçamentários não gastos, por qualquer
meio, sem necessidade de devolvê-los ao poder executivo, para o fim prioritário de
pagar as dívidas existentes ou, caso não haja dívidas, para aplicá-los posteriormente para
execução de projetos já aprovados pelo poder legislativo, como a construção de novas
sedes, aquisições imobiliárias e outros, sem prejuízo da responsabilização penal e civil
dos envolvidos pelo investimento dos recursos em fundos financeiros podres ou em
projetos sem relação com a finalidade do órgão.
Art. 161. O número total de Vereadores por Município, Deputados Provinciais por
província, e de Deputado Federais por Província, será estabelecido por lei mor da
União, proporcionalmente ao eleitorado de cada ente, procedendo-se aos ajustes
135
necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma unidade da federação tenha
menos de nove vereadores, deputados provinciais ou deputados federais e para que,
também não tenham mais que:
I- um vereador para cada 5.000 eleitores;
II- um deputado provincial para cada 100.000 eleitores;
III- um deputado federal para cada 300.000 eleitores;
Parágrafo Único. Caso o número total de membros da Câmara de Vereadores, da
Assembleia Legislativa e da Câmara de Deputados resulte em número par, quem for
escolhido para premier não terá poder de voto nas deliberações, nem será computado
para efeito de apuração de quórum mínimo de votação. A mesma disposição se aplica
ao Senado Federal.
Art. 162. Cada um dos 7 municípios que concentrem a maior parte do PIB da
província, elegerá, por voto majoritário, um Senador Provincial que representará os
interesses do município perante a província e, eventualmente, perante a União, nos
termos do §2º.
§1º. Em qualquer caso, a Justiça Eleitoral fornecerá os meios para que o eleitor possa
escolher até quatro senadores, por ordem de preferência, para ocupar o cargo no Senado
Provincial;
§2º. O Senado Provincial indicará, no início de cada Legislatura, por maioria absoluta
de seus membros, nos termos de seu regimento, dois membros de sua casa para
representar os interesses dos municípios da província no Senado Federal. Os senadores
poderão substituir os representantes a qualquer tempo, desde que haja justo motivo,
nos termos do regimento do Senado da Província.
§3º. Os escolhidos na forma do art. 162, §2º, serão substituídos pela segunda
preferência mais votada pelos eleitores para seu município de origem e, se não houver,
pela próxima preferência até a quarta, nos termo do §1º.
§4º. Proceder-se-á da mesma forma estipulada no §3º em relação aos demais senadores
que falecerem ou forem afastados do cargo por mais de 15 dias por qualquer motivo.
§5º. Os deputados provinciais ou federais que falecerem ou forem afastados do cargo
por mais de 15 dias, por qualquer motivo, serão substituídos pelo próximo eleito nos
termos da lei de que trata o art. 160, §6º.
§6º. A Assembleia Legislativa de cada província indicará, no início de cada legislatura,
por maioria absoluta de seus membros, nos termos de seu regimento, um membro de
sua casa para representar os interesses de sua província no Senado Federal. Os
deputados provinciais poderão substituir o representante a qualquer tempo, desde que
haja justo motivo, nos termos do regimento da Assembleia Legislativa.
136
I- propor, deliberar e votar sobre projetos de lei de sua competência nos termos do
regimento aplicável à matéria;
II- acessar, investigar e auditar quaisquer negócios realizados por qualquer poder
vinculado ao respectivo ente federado, suas contas bancárias, registros contábeis,
contratos, bem como a aplicação de seu orçamento, sem necessidade de autorização
do poder judiciário, ressalvado o procedimento especial disposto no art. 63, §1º e
seus incisos;
III- contratar consultoria especializada para o fim de auditar contas de qualquer
poder vinculado ao seu ente federativo;
IV- requisitar à polícia pública a abertura de investigação sobre fatos de que tenha
conhecimento ou contratar os serviços da polícia privada para o mesmo fim;
V- estabelecer comissões para investigar a má aplicação de recursos públicos ou para
apurar denúncias relativas à má gestão pública ou contratar empreendimento privado
para este fim;
VI- estabelecer comissões para investigar ato de improbidade administrativa, crime
de responsabilidade, crime de abuso de autoridade, crime contra a administração
pública, crime de alta traição ou infração disciplinar praticada por qualquer agente
público da administração pública direta ou indireta de qualquer poder vinculado ao
seu ente federativo;
VII- proceder inspeção in loco, sem prévio aviso, em qualquer repartição, obra ou
serviço público da administração direta ou indireta de seu ente federado para o fim
de averiguar a correta aplicação de recursos públicos, da lei ou de normas
administrativas, ressalvado o procedimento especial disposto no art. 63, §1º e seus
incisos.
II- deixar de agir quando tinha o dever legal de agir por exigência desta Constituição
ou por força de determinação contida no estatuto do partido ou pelos compromissos
assumidos publicamente durante a campanha;
III- exigir qualquer tipo de vantagem de terceiros para votar ou apoiar ou não votar
e deixar de apoiar qualquer proposta legislativa ou projeto político;
IV- outros casos especificados na lei de cada ente federativo;
§3º. No caso do inciso II, do caput do art. 167, a perda do mandato será decidida pela
casa respectiva nos termos de seu regimento. Nos demais casos previstos por este artigo,
a perda será julgada pelo Poder Judiciário competente.
§4º. A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda
do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até a decisão final de
que trata o §3º.
§5º. Não perderá o mandato o membro do poder legislativo:
I- licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença temporária, até o término
da legislatura, nos termos do art. 72, inc. II.
II- licenciado pela respectiva Casa para tratar, sem remuneração, de interesse
particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cinco dias por sessão
legislativa.
Art. 169. Cabe a Câmara de Vereadores, com a sanção do chefe de governo ou do chefe
de estado nos termos do art. 50, não exigida essa para o especificado no art. 170, dispor
sobre todas as matérias de competência do município e, também sobre:
I- plano plurianual, diretrizes orçamentárias e orçamento anual do município.
II- criação ou extinção do poder judiciário estatal municipal;
III- contravenções penais, respeitado o disposto no art. 5º, incisos I e V, art. 13 e
seus incisos, art. 24 e os demais dispositivos desta Constituição;
IV- fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas de seu ente federativo;
V- quaisquer das medidas previstas no art. 158;
VI- ilícitos administrativos e parâmetros para fixação de multa pecuniária em caso
de violação da legislação municipal;
VII- multas de trânsito nas vias estatais municipais;
VIII- características mínimas das vias públicas estatais municipais;
IX- passagem de servidões em vias públicas estatais municipais;
X- trânsito em vias públicas estatais municipais;
XI- língua oficial utilizada pelo município, observado o disposto no art. 118, §1º;
XII- uso de propriedades e bens municipais para instalação de equipamentos de
utilidade coletiva, tenha ou não finalidade econômica;
XIII- proteção ao patrimônio público de valor histórico, observado as limitações
estabelecidas no art. 148, inc. XVIII;
XIV- bens do município, respeitado, em qualquer caso, o disposto no art. 86, incisos
II e III e as vedações do art. 24;
XV- o disposto no art. 100, §3º, para o Conselho de Estado Municipal;
XVI- empreendimentos em geral e exercício profissional apenas no que for
indispensável e necessário para evitar danos de destruição em massa, nos termos do
art. 5º, inc. III, e desde que a norma não contrarie a regulamentação da província de
que trata o art. 171, §1º, inc. X;
XVII- as demais matérias cuja competência tenha sido atribuída ao município por
esta Constituição ou por meio de lei e que não esteja descrita no art. 170.
141
Parágrafo Único. Qualquer outra matéria que não seja de competência da província ou
da União poderá ser regulamentada pelo município, desde que sejam obedecidas as
normas e vedações estabelecidas por esta Constituição.
XVII- eleger membros do Conselho de Estado, nos termos do art. 99, inc. III, alínea
“a“ c/c §1º do art. 99;
XVIII- aprovar previamente, por voto aberto, após arguição pública, a escolha de
qualquer titular de cargo público que a lei municipal determinar;
XIX- qualquer outra atribuição atribuída por lei privativamente à Câmara de
Vereadores e que não contrarie esta Constituição.
VIII- as demais matérias cuja competência tenha sido atribuída à União por esta
Constituição e que não esteja descrita nos art. 172, art. 173 e art. 174.
II- substituir, a qualquer tempo, por maioria absoluta de votos, qualquer dos
Senadores a que se refere o §1º, inc. I;
III- propor emenda à Constituição nos termos do art. 40, inc. VIII;
§2º. Compete privativamente ao Senado Federal dispor sobre:
I- aprovar previamente, por voto aberto, após arguição pública, a escolha dos chefes
de missão diplomática de caráter permanente;
II- autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse dos municípios,
das províncias e da União, apenas na hipótese prevista no art. 321, §2º ou para pagar
as dívidas vencidas ou vincendas;
III- avaliar, periodicamente, a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em
sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias dos
municípios, das províncias e da União e, sempre que possível, propor melhorias que
aumentem a sua eficiência, diminua seus custos e melhore a capacidade de
compartilhar informações entre os entes federados, com obediência aos princípios
estabelecidos no art. 93, §7º.
Art. 175. O Chefe de Governo será indicado, dentre seus membros e por maioria
absoluta:
I- pela Câmara de Vereadores, nos municípios;
II- pelo Congresso Provincial, nas províncias;
III- pelo Congresso Nacional, na União.
§1º. O chefe de governo liderará o governo, enquanto representar a maioria do poder
legislativo e poderá ser substituído a qualquer momento pelo mesmo poder que o
indicou, nos termos do regimento:
I- da Câmara de Vereadores, nos municípios;
II- do regimento comum do Congresso Provincial, nas províncias;
III- do regimento comum do Congresso Nacional, na união.
§2º. O chefe de estado recusará a indicação para a chefia de governo da pessoa que
violar qualquer dos impedimentos especificados nos incisos do art. 178.
148
Art. 177. Compete privativamente ao chefe de governo dos municípios, das províncias
e da união:
I- indicar:
a) os secretários de municípios, nos municípios, que serão sabatinados pela
Câmara de Vereadores;
b) os secretários de províncias, nas províncias, que serão sabatinados pelo Senado
Provincial;
c) os secretários de estado, na União, que serão sabatinados pelo Senado Federal.
II- exonerar a qualquer tempo e sem necessidade de motivação:
a) os secretários de municípios, nos municípios;
b) os secretários de províncias, nas províncias;
c) os secretários de estado, na União.
III- exercer, com o auxílio dos agentes políticos indicados no inc. I, a direção superior
da administração pública do respectivo ente federativo;
IV- iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;
V- governar o próprio ente federativo por meio da proposição de leis de competência
não privativa dos outros poderes, e da criação, extinção e modificação de programas
de governo de interesse público geral;
149
VI- sancionar leis, ou vetá-las total ou parcialmente nos termos do caput do art. 50
e do art. 50, §2º desta Constituição;
VII- dispor, mediante ato administrativo normativo, sobre organização e
funcionamento dos órgãos vinculados ao poder executivo de seu ente federativo,
quando não implicar em aumento de despesa;
VIII- providenciar quaisquer das medidas de competência do Conselho de Estado
de seu ente federativo;
IX- indicar membros para o Conselho de Estado de seu ente federativo, nos termos
do art. 99, inc. III, alínea “h”.
X- remeter mensagem e plano de governo ao poder legislativo por ocasião da
abertura da sessão legislativa, expondo a situação do ente federado e solicitando as
providências que entender necessárias;
XI- enviar ao poder legislativo competente o projeto de plano plurianual, o projeto
de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta
Constituição;
XII- prestar, anualmente, ao poder legislativo competente, as contas referentes ao
exercício anterior as quais deverão estar disponíveis tão logo seja aberta a sessão
legislativa;
XIII- exercer o comando supremo das Forças Armadas de seu ente federativo
enquanto durar as operações de que trata os incisos do art. 100, sendo vedado, em
qualquer hipótese, exercer as funções de que trata o art. 288, inc. III;
XIV- celebrar acordos com demais entes federativos para efeito de dispor sobre
permissão de uso de territórios, nos termos do art. 95, §6º e §7º;
XV- exercer outras atribuições previstas nesta Constituição;
XVI- quaisquer das medidas previstas no art. 158;
XVII- propor projetos de leis de sua competência e aqueles dos quais recebeu
delegação legislativa para propô-lo, observado, em qualquer hipótese, os limites
estabelecidos pelo ato legislativo de delegação e o disposto no art. 82 e no art. 27.
§1º. O chefe de estado do respectivo ente participará das sabatinas de que trata o inc.
I, do art. 177. Ele não votará, mas fará todas as perguntas que entender necessárias para
aferir a qualificação técnica e a moralidade administrativa da pessoa indicada, sem
prejuízo de apresentar aos parlamentares, no ato da sabatina, todas as informações
levantadas e comprovadas pela Inteligência Militar ou pela Polícia sobre o indicado
para que os parlamentares as apreciem, ressalvado, em qualquer caso, a omissão de
informações sigilosas de que trata o art. 63, §1º.
§2º. Compete ao chefe de governo da União:
150
Art. 178. O Chefe de Estado recusará a indicação para a ocupar a chefia de governo ou
o cargo de secretário de município, de província ou da União, da pessoa que:
I- tenha se tornado inelegível nos termos do art. 126;
II- tenha sido condenada, em qualquer instância, por prática de crime comum, crime
eleitoral, crime de responsabilidade, crime de abuso de autoridade, crime militar,
crime de terrorismo, crime contra a segurança nacional, crime de alta traição, crime
contra a economia popular ou por ato de improbidade administrativa.
III- tenha violado o disposto:
a) no art. 24, inc. XXVII;
b) no art. 133, §2º, inc. V;
c) nos incisos do caput do art. 167 e em seu §2º.
IV- tenha pego em armas ou participado de convulsão civil ou militar para:
a) derrubar o governo, salvo quando os poderes judiciário e moderador, em razão
de aparelhamento político, deixarem de realizar sua missão institucional de fazer
cumprir a Constituição e as leis;
b) abolir qualquer das garantias estabelecidas no art. 1º desta Constituição;
c) outras hipóteses estabelecidas pela lei de cada ente federativo;
V- seja parente consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o 4º grau
inclusive:
a) de chefe de governo de município, de Província ou da União;
b) de chefe de estado de município, de Província ou da União;
c) de secretário municipal, provincial ou de estado;
d) de membro de Câmara de Vereadores de qualquer município;
e) de membro da Assembleia Legislativa ou do Senado Provincial;
f) de membro da Câmara dos Deputados Federais ou do Senado Federal;
g) de juiz que exerça suas funções em Tribunal de Justiça, qualquer deles.
151
VI- outras hipóteses especificadas pela Lei da União com a finalidade de evitar o
nepotismo e o patrimonialismo na Administração Pública.
§1º. Se o chefe de estado se omitir no dever de que trata o caput deste artigo, responderá
pela prática de crime de responsabilidade.
§2º. Qualquer membro do parlamento poderá recorrer à câmara de justiça
constitucional competente no caso de o chefe de estado nomear ou recusar a nomear
qualquer agente público indicado no caput deste artigo, no prazo prescricional de cinco
dias, desde que o recurso seja subscrito por pelo menos um terço dos parlamentares
responsáveis pela indicação. O recurso deverá ser instruído pelos interessados apenas
com documentos com fé pública e não se submeterá aos princípios do contraditório e
da ampla defesa. O processo será decidido em quinze dias e se limitará apenas a
apreciação dos requisitos constitucionais e legais da decisão do chefe de estado. A
demora para decidir além do prazo sujeitará os infratores ao cometimento de crime de
responsabilidade.
§3º. Se a nomeação for recusada com fundamento no caput deste artigo e o tribunal
Constitucional não anular o ato na forma do §2º, caberá a parte interessada indicar
outro nome para ocupar o cargo. Em se tratando de nomeação de chefe de governo e
não havendo ninguém habilitado, o chefe de estado dissolverá o poder legislativo e
convocará novas eleições, nos termos do art. 291.
§4º. O juiz privado ou estatal poderá decidir ou julgar de forma diferente do precedente
já firmado ou da jurisprudência expressa em ato institucional, desde que exponha, de
forma objetiva e fundamentada, as razões de fato e de direito que motivaram o seu
convencimento e o porquê, no caso concreto, o precedente ou o ato institucional não
podem ser aplicados.
§5º. É vedado ao juiz deixar de decidir ou sentenciar os casos de sua competência que
lhe forem apresentados, inclusive quando se tratar de jurado ou juiz que exerça suas
funções em tribunal, câmara ou turma de justiça.
Art. 182. O juiz estatal, para o exclusivo fim de exercer corretamente sua função, além
dos deveres estabelecidos para os servidores públicos efetivos nos art. 62, art. 68, art. 71
e art. 72, está proibido de:
I- filiar-se ou manter-se filiado a partido político;
II- dedicar-se à atividade político-partidária, ainda que informalmente;
III- manifestar-se publicamente sobre temas morais, éticos, políticos, religiosos,
antirreligiosos, desportivos, culturais, econômicos ou sociais, ressalvado:
a) o mero comentário sobre leis aplicáveis a situação concreta que envolva tais
assuntos;
b) quando a manifestação for parte de atividade acadêmica, científica, cômica, de
lazer ou obra de arte.
IV- exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou
aceitar promessa de tal vantagem;
V- praticar ato judicial contra o disposto no art. 183, inc. III, para satisfazer interesse
ou sentimento pessoal;
VI- outros casos previstos pela lei da província ou pelo edito do tribunal da qual o
juiz faça parte.
§1º A violação de qualquer dos deveres estabelecidos no caput deste artigo e em seus
incisos sujeita o infrator as responsabilidades civil, penal e disciplinar.
§2º. O juiz privado não se sujeita às restrições impostas aos juízes estatais pelo caput
deste artigo, mas deve cumprir o disposto em cada um de seus incisos, sob pena de
responder pelo exercício irresponsável de sua profissão, nos termos do art. 315, inc. I.
Art. 183. Os atos judiciais praticados por juiz privado ou estatal devem atender aos
requisitos gerais de que trata o caput do art. 54, sob pena de nulidade, da seguinte
forma:
I- logicidade. Seu todo e suas partes devem respeitar aos princípios lógicos da
identidade, da não-contradição e do terceiro excluído.
II- fidelidade à realidade. Os atos judiciais não podem contrariar a realidade dos
fatos ou determinar que as pedras caiam para cima, nem amparar manifestações
eufemísticas, nos termos do art. 24, inc. XLII.
III- legalidade. Nos seguintes termos:
a) as sentenças devem ser emanadas por juiz privado livremente aceito pelas partes
ou por juiz estatal competente;
b) os atos judiciais devem obedecer à forma exigida pela Constituição, pelos usos
e costumes locais e, finalmente, pelas Leis quando a matéria não for de Direito
Privado;
c) o juiz é obrigado a julgar de acordo com os usos e costumes locais quando a
matéria for de Direito Privado, ou de acordo com a lei e com a forma por ela
exigida, salvo quando os usos e costumes ou as leis contrariarem disposição
expressa desta Constituição ou algum princípio por ela defendido, hipótese em
que o juiz exporá as razões de fato e de direito que fundamentem sua convicção,
afastará a aplicação do costume ou da lei e, em seguida, praticará o ato judicial
conforme o disposto no parágrafos do art. 181.
IV- impessoalidade. Os atos processuais não podem favorecer nenhuma das partes,
ressalvado quando o direito ou a lei processual estabelecer ônus razoável para alguma
delas. No mais, o Juiz deve tratar as partes de forma isonômica e observado os
seguintes princípios:
a) os atos judiciais não podem ser praticados:
1. por juiz impedido, nos termos do art. 193;
2. por juiz declarado suspeito, nos termos do art. 194;
3. com o fim diverso de solucionar a lide com estrita observância ao disposto no
inc. III.
V- probidade. Os atos judiciais devem ser praticados de forma honesta e íntegra, sem
margem para o alcance de outros fins que não se associem exclusivamente com a
solução da lide de acordo com o determinado pelo inc. III. Será declarado nulo, a
qualquer tempo, o ato judicial praticado:
156
a) sob coação irresistível exercida contra o juiz que o emanou ou contra seu
cônjuge, parente consanguíneo ou afim em linha reta ou colateral até o 4º grau
inclusive;
b) por juiz que, ao tempo da prática do ato, tenha violado o art. 182 ou seus incisos.
c) outros casos previstos pelo Direito Privado ou pela lei da província ou pelo
Edito do tribunal a qual o juiz se vincule.
VI- publicidade. O ato judicial só produzirá efeito após publicado nos seguintes
termos:
a) considera-se publicado o ato judicial que a parte interessada tenha dele tomado
conhecimento na íntegra por qualquer meio;
b) sua íntegra deve ser publicada em algum idioma oficial reconhecido pela
província, podendo usar expressões em línguas estrangeiras, desde que
acompanhadas da respectiva tradução, salvo quando de conhecimento comum.
Considera-se de conhecimento comum a expressão em outra língua que esteja
contida em dicionário da língua oficial que seja popular e não pertença a dicionário
especializado do ramo do Direito.
c) as ementas publicadas pelas Tribunais de Justiça, qualquer delas, suas Câmaras
e Turmas devem estar acessíveis em todos os idiomas oficiais reconhecidos pelo
ente federativo do qual fazem parte, nos termos do art. 118, §3º.
d) todo o conteúdo de processo judicial e de qualquer de suas partes deve ser
público e facilmente acessível por qualquer cidadão, nos termos do art. 63 e art.
65, incisos IX e X, e art. 65, §1º, ressalvada a hipótese de sigilo, nos termos do
art. 65, §2º.
VII- motivação. O juiz deve especificar, mesmo que de maneira concisa, as razões
de fato e de direito que o levaram a decidir da forma expressa no dispositivo. É
vedado ao Juiz:
a) remeter-se às razões que extrapolem os fatos apresentados, salvo quando o
Direito ou a lei de cada província determinar admiti-los como verdadeiros por
qualquer razão, exceto quando se tratar:
1. de matéria criminal de qualquer espécie;
2. de responsabilização por ato de improbidade administrativa;
3. outros casos especificados pelo Direito Privado de cada província, pela Lei
ou pelo Edito do tribunal à qual se vincule.
b) Adotar, em substituição ou de forma conflitante ao texto constitucional, aos
precedentes costumeiros ou à legislação infraconstitucional:
1. preceitos religiosos ou antirreligiosos;
157
Art. 184. Os juízes estatais para o exclusivo fim de exercerem a função com respeito
aos deveres estabelecidos nos art. 181 e art. 183, além das garantias estabelecidas para
os servidores públicos efetivos nos art. 62, art. 68, art. 71 e art. 72, gozarão também das
seguintes:
I- ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de Juiz, mediante concurso público
de provas e habilidades, com fiscalização obrigatória do Ministério Público em todas
as fases, exigindo-se do prático em direito, no mínimo, dez anos de atividade jurídica
e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação;
II- inamovibilidade, salvo por opção voluntária do juiz nos termos das normas do
tribunal a que se vincula;
III- livre convencimento, desde que atendido ao disposto no art. 181 e no art. 183.
IV- independência funcional a qual se limita apenas ao exercício da jurisdição;
V- poder para escolher o nome que comporá a lista que será enviada ao chefe de
governo do ente federado a que pertence o tribunal a que se vincula, nos termos do
art. 186 e art. 188, §2º;
VI- poder para decidir sobre a recondução de juiz de tribunal que representa a
localidade na qual atua nos termos do art. 190;
VII- poder para ser votado para compor a lista que será enviada ao chefe de governo
do ente federado a que pertence o tribunal a que se vincula, nos termos do art. 186 e
art. 188, §2º;
VIII- liberdade para residir em qualquer lugar, desde que pague por si mesmo as
despesas de transporte de sua residência para seu local de trabalho e vice-versa.
§1º. O juiz estatal responderá por crime de responsabilidade se deixar de prestar
jurisdição por estar ausente da comarca, ressalvado se estiver em gozo de licença ou
legalmente afastado.
158
§2º. não será removido a pedido, nem permutado, o juiz estatal que, injustificadamente,
retiver autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los sem decidi-
los, sentenciá-los ou despachá-los.
§3º. Será punido disciplinarmente o juiz estatal que proferir despacho de caráter
protelatório nos autos, nos termos do edito do tribunal a que se vincula.
§4º. Ressalvadas as garantias especiais estabelecidas nos incisos deste artigo, o juiz
estatal será tratado de forma igual a qualquer outro servidor público efetivo.
§5º. Os juízes privados de que trata o art. 197 gozam das prerrogativas de que trata o
art. 184, incisos III, V, VI, VII e VIII.
Art. 185. O Poder Judiciário é Uno. Sua divisão é apenas para efeito de atribuição de
competência para definição do Juízo natural para a causa, sendo vedado o
estabelecimento de qualquer hierarquia funcional, distinção ou privilégio entre juízes
privados ou estatais, não importa se ele exerce jurisdição de forma singular ou colegiada,
nem o ente federativo ao qual se vincule.
§1º. Não existe hierarquia entre juízes de Tribunal de justiça federal e juízes de outras
tribunais, nem entre juízes de tribunal e juízes de primeiro grau, nem entre um juiz e
outro, quaisquer deles. Cada juiz é independente e livre no exercício de sua parcela de
jurisdição, obedecidos os limites desta Constituição, e nenhum juiz deve nenhum tipo
de obediência ou reverência a qualquer outro.
§2º. É vedado à atribuição de nomes distintivos entre os juízes como “substituto”,
“ministro”, “desembargador”, “adjunto” ou qualquer outro nome. O juiz será chamado
apenas de juiz, salvo quando ele for líder de tribunal, câmara ou turma de justiça,
hipótese que ele será chamado de juiz premier apenas para designar que ele é o líder.
§3º. A exigência de tratamento especial por parte de juiz, não conferido por lei
genericamente a todas as pessoas, consubstancia hipótese de crime de abuso de
autoridade e sujeita o infrator ao afastamento de suas funções, a critério do Tribunal do
Júri, até o término do processo.
Art. 186. Os juízes estatais e privados de determinada localidade deverão escolher por
meio de voto secreto, obrigatório, de igual peso para todos os juízes e auditável, qual
juíz poderá atuar no tribunal para o fim de representar sua localidade. A escolha será
regulada por lei do ente federativo a que o tribunal se vincula ou por edito da próprio
tribunal, observado os seguintes princípios:
159
Art. 187. Para efeito do disposto no art. 186, são consideradas localidades:
I- o município, para a escolha dos juízes que atuarão no Tribunal de Justiça do
Município.
II- cada Província, para efeito de escolha dos juízes que poderão compor O Tribunal
de Justiça Federal;
III- regiões formadas por comarca ou agrupamentos de comarcas para a escolha dos
Juízes que atuarão no Tribunal de Justiça da Província;
§1º. As regiões de que trata o art. 187, inc. III, serão estabelecidas por ato
administrativo normativo do Tribunal de Justiça da Província. O número total de
regiões será igual ao número de membros que comporão O Tribunal de Justiça da
Província. As regiões deverão ser dividas de modo que todas elas tenham número
semelhante de população, não podendo nenhuma delas possuir mais do que dez por
cento da população de outra.
§2º. Não havendo candidatos interessados na localidade ou candidatos eleitos
disponíveis, o chefe de governo indicará qualquer juiz privado ou estatal de sua
preferência, desde que o escolhido seja da localidade a que pertencer a vaga aberta e o
juiz preencha os critérios estabelecidos no art. 186, inc. II e não viole os estabelecidos
no art. 186, inc. I.
§3º. A escolha pelo chefe de governo de que trata o §2º é um munus publico e não
pode ser recusada pelo juiz escolhido, sob pena de cometimento de crime de
responsabilidade.
Art. 188. O processo de votação de que trata o art. 186 será regulamentado e
organizado pela Justiça Eleitoral.
§1º. A Justiça Eleitoral divulgará na sua página da internet ou outro meio de fácil e
amplo acesso, o nome de cada candidato com indicação do nome completo, foto,
localidade de atuação, número para votação e breve relato dos atributos de que trata o
art. 186, inc. II, na forma da Lei ou do Edito de que trata o caput do art. 186.
§2º. Os três nomes mais votados para cada vaga disponível em cada localidade, na
forma do art. 186, serão colocados na lista que será encaminhada ao chefe de governo
do ente federado a que pertence o tribunal para efeito do disposto no art. 189.
§3º. É vedado a escolha de juízes que sejam parentes consanguíneos ou afim, por linha
reta ou colateral, até o 4º grau inclusive. Nessa hipótese, o mais votado será escolhido
e o menos votado será excluído da lista, e, se houver empate, proceder-se-á da forma
prevista no art. 186, §2º.
161
Art. 189. O Chefe de Governo do ente a que pertence o tribunal escolherá um nome
da lista de que trata o art. 188, §2º para o preenchimento da vaga disponível para a
localidade ou, não havendo nenhum outro nome disponível na lista, escolherá um nome
na forma prevista no art. 187, §2º.
§1º. O juiz escolhido será sabatinado:
I- pela Câmara de Vereadores, se a vaga a ser preenchida for de Tribunal de justiça
de município;
II- pelo Senado da Província, se a vaga a ser preenchida for de Tribunal de justiça
da província;
III- pelo Senado Federal, se a vaga a ser preenchida for de Tribunal de justiça federal;
§2º. O chefe de estado do ente federado a que pertencer o tribunal, participará das
sabatinas. Ele não votará, mas fará todas as perguntas que entender necessárias para
aferir a qualificação técnica e a moralidade administrativa da pessoa indicada, sem
prejuízo de apresentar aos parlamentares, no ato da sabatina, todas as informações
levantadas e comprovadas pela Inteligência Militar ou pela Polícia sobre o indicado
para que os parlamentares as apreciem, ressalvado, em qualquer caso, a omissão de
informações sigilosas de que trata o art. 63, §1º.
§3º. Os membros do poder legislativo competente poderão aprovar ou recusar a
indicação do chefe de governo. Caso recusem, o chefe de governo deverá indicar outro
nome na forma prevista no caput do art. 189.
§4º. O chefe de estado do ente federativo a que pertence o tribunal recusará a nomeação
de juiz aprovado na sabatina caso verifique que ele tenha violado o disposto no art. 186,
inc. I.
§5º. Da nomeação do juiz para o tribunal pelo chefe de estado ou da recusa de que trata
o §4º caberá recurso para a câmara de justiça constitucional competente no prazo de
cinco dias, desde que ele seja subscrito por pelo menos 1/3 dos membros do poder
legislativo competente. O recurso deverá ser instruído pelos interessados apenas com
documentos com fé pública e não se submeterá aos princípios do contraditório e da
ampla defesa. O processo será decidido em quinze dias e se limitará apenas a apreciação
dos requisitos constitucionais e legais da decisão do chefe de estado. A demora para
decidir além do prazo sujeitará os infratores ao cometimento de crime de
responsabilidade.
§6º. Aprovada a indicação pelo chefe de estado competente e não havendo recurso, ele
dará posse para o juiz no tribunal.
Art. 190. Os juízes escolhidos para o tribunal exercerão o cargo pelo período de dois
anos. Ao final do tempo, os juízes da localidade de origem do juiz votarão por voto
162
Art. 191. Caso algum juiz do tribunal esteja afastado do cargo por qualquer motivo,
ressalvada a competência da justiça marcial, o tribunal convocará como substituto, na
localidade do juiz licenciado ou afastado, o juiz mais votado que esteja disponível e que
conste na lista mais recente de que trata art. 188, §2º. Não havendo ninguém disponível
na lista, o tribunal escolherá, dentre os juízes da localidade a que pertence o cargo vago,
um nome que preencha o critério estabelecido no art. 186, inc. II e que não viole o
estabelecido no art. 186, inc. I, o qual substituirá o juiz afastado temporariamente.
§1º. Se o afastamento de que trata caput deste artigo for superior a trinta dias, o juiz
afastado será exonerado do tribunal e outro será escolhido para preencher o cargo, nos
termos dos art. 186, art. 188 e art. 189. Será aplicado o disposto no art. 190, §2º ao juiz
estatal afastado quando ele retornar.
§2º. Enquanto o procedimento de que trata o §1º não terminar, o juiz substituto atuará
no tribunal.
Art. 192. O juiz de tribunal, câmara ou turma de justiça que estiver impedido ou for
declarado suspeito na forma dos art. 193, art. 194 e art. 195; será substituído por outro
ad hoc o qual será escolhido na forma estabelecida no caput do art. 191 para atuar no
processo.
§1º. O juiz privado de primeiro grau que estiver impedido ou for declarado suspeito,
remeterá os autos para outro juízo privado livremente escolhido e aceito pelas partes
ou, não havendo, para qualquer juízo estatal de primeiro grau competente para apreciar
o caso.
§2º O juiz estatal de primeiro grau que estiver impedido ou for declarado suspeito, será
substituído por outro de acordo com as normas definidoras de competência para os
juízes estatais.
163
§3º. Em qualquer hipótese, o juiz que suceder o juiz impedido ou o declarado suspeito,
anulará os atos viciados e convalidará os que puderem ser convalidados na forma do
direito e da lei processual aplicáveis.
IX- quando ele, seu cônjuge ou parente em linha reta ou colateral até o quarto grau,
inclusive, tiver patrocinado ação judicial contra algumas das partes ou seus
advogados, salvo quando a parte for ente público da administração direta;
X- que for amigo íntimo ou inimigo pessoal de qualquer das partes ou de seus
advogados;
XI- quando qualquer das partes for sua credora ou sua devedora, bem como de seu
cônjuge ou companheiro ou de qualquer parente seu em linha reta, colateral ou por
afinidade, até o quarto grau, inclusive;
XII- que tenha interagido com a parte ou seu advogado fora do trâmite regular do
processo, salvo quando a parte interessada estiver acompanhada das demais partes ou
dos advogados das demais partes;
XIII- que ele tenha aconselhado qualquer das partes acerca do objeto da causa,
mesmo quando se tratar de demanda de juizado especial;
XIV- que receber dádivas, mesmo que de valor irrisório, antes ou depois de iniciado
o processo;
XV- que tenha fornecido meios financeiros ou assessoria jurídica a qualquer das
partes para que ela ingresse com nova demanda ou continue alguma já existente.
XVI- outras hipóteses previstas pelo Direito Privado ou no edito de cada tribunal ou
na lei de cada província.
§1º. O ato praticado por juiz impedido é absolutamente nulo.
§2º. O impedimento previsto no art. 193, inciso III, alínea “a” do caput deste artigo
também alcança todos os membros do escritório de advocacia em que tenha atuado o
advogado impedido.
§3º. Após o afastamento de suas funções por qualquer razão, está impedido de atuar
como advogado no poder judiciário, pelo prazo mínimo de três anos:
I- o juiz estatal;
II- o juiz privado ou estatal que tenha atuado em tribunal de justiça, suas câmaras ou
turmas, qualquer delas.
§1º. Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, desde que motive o
ato.
§2º. Será ilegítima a alegação de suspeição quando:
I- houver sido provocada por quem a alega;
II- a parte que a alega praticar ato que signifique manifesta aceitação da jurisdição
do juiz contra quem alega a suspeição;
III- outras hipóteses previstas pelo Direito Privado, pela lei ou pelo edito do tribunal
a qual o juiz estaja vinculado.
§3º. A suspeição de juiz, quaisquer deles, deve ser arguida pela parte interessada na
primeira oportunidade de se manifestar nos autos, sob pena de convalidação.
§4º. O juiz impedido ou declarado suspeito será substituído nos termos do art. 192.
Art. 195. A criação de fato superveniente pela parte para o fim de forçar o impedimento
ou a suspeição de juiz privado ou estatal caracteriza violação ao princípio do juiz natural
e não induzirá ao impedimento nem a suspeição, podendo ser tipificada como crime
pela lei da província, sem prejuízo da responsabilização civil dos envolvidos.
Art. 196. Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição descritos nos art. 193
e art. 194:
I- aos membros do Ministério Público, inclusive dos que atuarem em tribunal,
câmara ou turma de justiça, qualquer delas;
II- aos auxiliares da justiça privada ou pública quando a atuação deles puder interferir
no andamento do processo ou na imparcialidade do julgamento;
III- aos demais sujeitos com dever de atuar com imparcialidade no processo nos
termos do Direito Privado, da lei ou do edito processual de cada província.
Art. 198. O juiz privado poderá, em igualdade de condições com o o juiz estatal:
I- constituir e dirigir o Tribunal do Júri, nos termos do art. 219, inc. I;
II- expedir qualquer mandado, inclusive de prisão preventiva;
III- requisitar força policial para assegurar o cumprimento de suas ordens;
IV- requisitar intervenção nos termos do art. 104, incisos III e IV;
V- praticar qualquer outra medida permitida pela Constituição e pelas Leis aos juízes
estatais não-marciais de primeiro grau, inclusive no que se refere ao alistamento
eleitoral e outras matérias de competência da justiça federal de primeiro grau;
VI- atuar como juiz marcial na hipótese prevista pelo art. 199, §2º.
167
Art. 199. Caso o poder legislativo do ente federado interessado decida que a população
já se encontra suficientemente atendida pela justiça privada e de que é mais barato pagar
as tarifas de que trata o art. 197, inc. III, do que manter órgão próprio de justiça estatal,
é facultado:
I- à Câmara de Vereadores abolir a justiça municipal estatal não-marcial nos
municípios;
II- ao Congresso Provincial abolir a justiça provincial estatal não-marcial, na
província.
III- ao Congresso Nacional abolir a justiça estatal não-marcial da união, na União.
§1º. Em caso de abolição ou inexistência da justiça estatal não-marcial em qualquer
ente federado, suas tribunais e órgãos não-marciais poderão ser organizados, compostos
e mantidos livremente pela iniciativa privada, desde que respeitados os princípios
estabelecidos nesta Constituição, inclusive sobre os deveres dos juízes privados, a
suspeição e o impedimento de juízes, e os relativos ao processo de escolha de membros
para o tribunal, ressalvado, em qualquer caso, a atuação do Ministério Público como
fiscal da lei nos processos em que seja obrigatória a sua participação.
§2º. A critério do poder moderador de cada ente federado, seus órgãos de justiça
marcial também poderão ser privatizados ou terem suas atividades terceirizadas para a
justiça privada, nos termos da ordenação mor do respectivo ente, respeitada, em
qualquer hipótese, o sigilo sobre as informações de que trata o art. 63, §1º.
I- dos municípios:
a) os juízes privados ou estatais que exerçam jurisdição municipal;
b) O Tribunal de Justiça do Município, privada ou estatal;
II- das províncias:
a) os juízes privados ou estatais que exerçam jurisdição provincial;
b) O Tribunal de Justiça da Província, privada ou estatal;
III- da União:
a) os juízes privados ou estatais que exerçam jurisdição federal;
b) O Tribunal de Justiça Federal, privada ou estatal.
§1º. O Tribunal de Justiça do Município exerce jurisdição em todo município,
ressalvado os territórios e as faixas de fronteira, nos termos do art. 5º, §3º.
§2º. O Tribunal de Justiça da Província exerce jurisdição em toda província, ressalvado
os territórios e as faixas de fronteira, nos termos do art. 5º, §3º.
§3º. O Tribunal de Justiça Federal exerce jurisdição em todo Brasil, ressalvado os
territórios e as faixas de fronteiras, nos termos do art. 5º, §3º.
estado, salvo se as tribunais já tiverem sido constituídas pela iniciativa privada nos
termos do art. 199, §1º.
§5º O tribunal de que trata a alínea “b”, inciso I, do art. 201, é de constituição
facultativa para o município a que se refere, não podendo o município, em nenhuma
hipótese, impedir a constituição de tribunal municipal privado nos termos do art. 199,
§1º.
§6º. A atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nas
tribunais, câmaras e suas turmas as quais, nos dias em que não houver expediente
forense, funcionarão juízes em plantão permanente.
§7º. Qualquer cidadão poderá requerer ao Tribunal do Júri a responsabilização dos
agentes públicos que violarem o disposto neste artigo e em seus parágrafos.
§8º. As normas deste artigo não se aplicam aos tribunais privados de justiça, ressalvadas
as normas previstas nos §1º, §3º e §6º.
Art. 203. Lei processual de cada província estabelecerá as normas gerais para a fixação
da competência, bem como os critérios a serem adotados para a prorrogação ou
modificação da competência, observados os princípios gerais desta subseção, e os
seguintes princípios:
I- as causas poderão ser processadas e julgadas em qualquer um dos seguintes lugares:
a) no lugar da sede do juízo privado que as partes tiverem livremente aceito;
b) onde ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se
produziu ou deveria produzir-se o resultado;
c) onde esteja situado o bem ou o indivíduo sobre o qual se discute;
d) onde for domiciliada uma das partes.
II- Ressalvadas as competências da justiça marcial, o juiz de primeiro grau privado
ou estatal é competente para conhecer e julgar em primeira instância qualquer
demanda que esteja na área onde exerça jurisdição nos termos do art. 203 inc. I,
exceto se a demanda for de competência de outro órgão do poder judiciário nos
termos desta Constituição;
170
§1º. A lei de cada província poderá estabelecer exceções em relação ao disposto no art.
203 inc. I para o fim de atender o disposto no art. 3º, §3º, inc. VII e no art. 3, §4º,
incisos III e VII.
§2º. A distribuição da petição inicial torna o juízo prevento, salvo quando ele não for o
competente pelo não atendimento de nenhum dos critérios estabelecidos no art. 203
inc. I ou por violação de competência absoluta a que se refere o art. 204.
§3º. A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela continência.
Art. 206. Onde inexistir Tribunal de justiça municipal privada ou estatal, caberá ao
Poder Judiciário da província conhecer e julgar as ações de competência da justiça
municipal.
Parágrafo Único. Uma vez constituído o tribunal de justiça municipal privado ou
estatal, o poder judiciário da província remeterá os processos que estiverem em sua
posse, no estado em que se encontrarem, para o juízo municipal competente, salvo
quando a ação estiver em curso em juízo privado.
Art. 207. Será utilizada a lei processual da província onde estiver situada a sede do juízo
de primeiro grau competente para o julgamento da demanda, inclusive quando se tratar
de processos da competência da justiça municipal onde houver.
171
Art. 209. Competem aos juízes privados ou estatais que exercem jurisdição de primeiro
grau:
I- nos municípios:
a) conciliar as partes e homologar acordos sobre temas de qualquer matéria,
inclusive marcial, desde que o acordo respeite o disposto no art. 5º, incisos I, V,
XVII; art. 13, incisos V e VI e art. 24 e seus incisos;
b) conhecer e julgar as contravenções penais;
c) conhecer e julgar, segundo os usos e costumes locais, qualquer causa de Direito
Privado que a lei da província tiver atribuído competência ao juizado especial;
172
Art. 210. Ressalvada a competência da justiça marcial, a justiça federal de primeiro grau
será exercida pelos juízes privados e estatais de primeiro grau:
I- do município, quando a causa for de competência do juizado especial;
II- da província, quando a causa for de competência do juizado especial e não houver
justiça municipal privada ou estatal constituída no município;
III- da província, quando a causa não for de competência originária de tribunal,
câmara ou turma de justiça federal.
§3º. Quando se tratar de lei marcial de qualquer natureza, as tribunais não possuírão
competência para propor edito na forma prevista nos incisos X e XI do caput deste
artigo. Neste caso, a competência só poderá ser exercida pela respectiva câmara de
justiça marcial interessada.
§4º. Enquanto o projeto de edito de que trata o inc. XI do caput deste artigo não for
votado e sancionado, ele valerá como lei processual se ainda não existir lei processual
vigente sobre o tema.
§5º. Os tribunais de justiça deverão possuir, no mínimo, vinte e oito membros,
ressalvado o Tribunal de Justiça do município que poderá possuir, no mínimo, vinte
um membros ou quatorze membros nos termos do art. 222, §3º.
§6º. Quando o número total de juízes do tribunal resultar em número par, o juiz
premier não será contato para o quorum de votação e não votará nas deliberações.
Art. 214. Aplicam-se as regras do art. 193, art. 194 e art. 195 aos juízes privados e
estatais atuantes nos tribunais, câmaras ou turmas de justiça, quaisquer deles.
Art. 216. As câmaras de justiça marcial, quaisquer delas, no que for compatível,
poderão estabelecer órgãos administrativos e para eles delegar atribuições nos termos
do art. 215.
177
Art. 217. Ressalvadas as competências da justiça marcial, o Tribunal Júri, composto por
21 cidadãos, é instituição essencial à defesa do Estado de Direito e a ele compete:
I- o Julgamento dos crimes dolosos e culposos praticados contra:
a) a vida;
b) o patrimônio que resulte em morte;
c) o patrimônio praticado com violência ou grave ameaça;
d) a integridade física;
e) a liberdade sexual;
f) crianças, adolescentes, idosos e outras pessoas vulneráveis em geral;
g) a liberdade de expressão nos termos do art. 14;
h) a segurança nacional;
i) terrorismo;
j) qualquer outro crime de sua competência estabelecida por esta Constituição ou
pela lei de cada província.
II- deliberar sobre a prisão em flagrante ou seu relaxamento, bem como a conversão
em prisão preventiva de agente político, qualquer deles, e de outras pessoas que com
ele tiver se associado para a praticar ato ilítico de qualquer natureza;
III- deliberar sobre a prisão em flagrante ou seu relaxamento, bem como a conversão
em prisão preventiva de pessoa que tiver cometido crime contra agente político,
qualquer deles, em razão do exercício da função pública;
IV- deliberar se o agente político preso em flagrante ou preventivamente de que trata
os incisos II e III deverá ser imediatamente afastado de suas funções enquanto
tramitar o inquérito ou a respectiva ação judicial;
V- deliberar se o agente político investigado ou processado de que trata os incisos II
e III deverá ser imediatamente afastado de suas funções enquanto tramitar o
inquérito ou a respectiva ação;
VI- deliberar sobre a concessão ou denegação de habeas corpus impetrado por agente
político nos casos relacionados aos incisos II e III, inclusive das pessoas associadas
com eles;
178
Art. 218. Aplicam-se aos jurados, no que for compatível, enquanto estiverem no
exercício de suas funções:
I- as mesmas prerrogativas e deveres dos juízes;
II- as regras relativas a impedimento e suspeição descritas nos art. 193, art. 194 e art.
195.
III- foro de julgamento dos agentes políticos para o caso de ilícitos praticados ou
sofridos em razão do exercício da função.
Art. 221. Caso a decisão ou o acórdão do Tribunal do Júri for anulado parcialmente em
grau de recurso, o juiz premier do Tribunal do Júri apresentará o que falta decidir ou
julgar para que os jurados deliberem.
§1º. Se a decisão ou o acórdão do Tribunal do Júri for anulado integralmente em grau
de recurso, o juiz premier do Tribunal do Júri dispensará todos os jurados e convocará
outros para decidir novamente a questão ou julgar o processo se for o caso.
§2º. Em qualquer hipótese de anulação, o juiz premier do Tribunal do Júri, antes de
iniciar a nova tomada de votos dos jurados, explicará a todos, de forma didática, as
razões jurídicas da anulação da decisão ou do acórdão, tomando todas as providências
preventivas necessárias para evitar a repetição do vício de legalidade. Em qualquer
hipótese, é vedado ao juiz premier tecer considerações de mérito sobre o caso para os
jurados, devendo suas explicações limitarem-se ao vício de legalidade, sob pena de
nulidade da decisão ou acórdão que vier a ser proferido pelo Tribunal do Júri, sem
prejuízo da responsabilização do juiz premier por prática de crime de abuso de
autoridade.
181
Art. 228. A Justiça Marcial do município será organizada e estruturada por ordenação
mor do município, observado o disposto no art. 63, §1º, no art. 225 e nos seguintes
princípios:
185
Art. 239. A justiça marcial da província será organizada e estruturada por ordenação
mor da província, observado o disposto no art. 63, §1º, no art. 236 e nos seguintes
princípios:
I- A primeira instância será formada, exclusivamente, por membros das Forças
Armadas da província ou da Polícia Militar da província, sendo vedada a escolha de
pessoas não submetidas a disciplina militar e a hierarquia militar para esse fim;
II- a primeira instância poderá ser constituída apenas por juiz marcial ou por órgão
colegiado, desde que respeitado o disposto no inc. I;
III- quando a matéria julgada for de interesse de mais de um Comando Superior das
Forças Armadas da Província ou de mais um Comando das Polícias Militares da
Província, o órgão colegiado de que trata o inc. II, obrigatoriamente, deverá ser
composto por membros provenientes de todos os Comandos, respeitada a igualdade
numérica entre eles;
IV- não será admitida a interposição de habeas corpus ou de mandado de segurança
contra as decisões de juiz marcial da província ou de órgão colegiado marcial da
província;
Parágrafo Único. O promotor de justiça da província designado para atuar na justiça
marcial da província possui o dever de guardar sigilo sobre as matérias de que trata o
art. 63, §1º, sob pena de cometimento de crime de alta traição.
§4º. Qualquer matéria que a lei mor de que trata o art. 242, §2º e que esta Constituição
atribuam competência para alguma câmara ou turma de justiça vinculada ao Tribunal
de Justiça Federal, poderá ter sua competência delegada para outra câmara de justiça
especializada nos termos do art. 211, inc. VIII, ou para qualquer de suas turmas de
justiça especializada, nos termos do art. 212, inc. V, ressalvadas as competências da
Câmara de Justiça Marcial Federal.
§5º. Caso seja necessário, o Tribunal de Justiça Federal ou a Câmara de Justiça
especializada expedirá ato institucional para corrigir a lei de que trata o §2º.
§6º. Para compor o tribunal de que trata o caput deste artigo, será escolhido um Juiz
por localidade (art. 187, inc. II), na forma prevista nos art. 186, art. 188, art. 189, art.
190, art. 191 e art. 192.
Art. 244. As decisões e acórdãos da Câmara de Justiça Federal são irrecorríveis, salvo
o:
I- recurso extraordinário para a Câmara de Justiça Constitucional Federal quando a
aplicação de norma federal violar esta Constituição e a solução do conflito não estiver
prevista em ato institucional expedido na forma do art. 260;
II- recurso especial para o Tribunal de Justiça do Município quando:
a) violar norma municipal;
b) violar interpretação pacífica de lei municipal normatizada em qualquer um dos
atos institucionais expedidos na forma do art. 255 ou do art. 256.
III- recurso extraordinário para a Câmara de Justiça Constitucional do Município
quando a aplicação de norma municipal violar a norma Constitucional e não for caso
de recurso especial para o Tribunal de Justiça do Município;
IV- recurso especial para o Tribunal de Justiça da Província quando:
a) violar norma provincial;
197
h) outras competências que lhe tenham sido atribuídas pela lei mor de que trata o
§1º ou pelos art. 130 e art. 146, §4º, desde que respeitados os princípios desta
Constituição.
II- em grau de recurso ordinário:
a) as decisões e sentenças proferidas em primeira instância pelos juízes privados e
estatais de primeiro grau no exercício de jurisdição eleitoral federal, ressalvada a
competência do Tribunal do Júri;
b) as decisões e sentenças proferidas em primeira instância pelas juntas eleitorais
federais, ressalvadas a competência do Tribunal do Júri e da Justiça Eleitoral
Provincial;
c) as ações de direito eleitoral federal que deveriam ser decididas ou sentenciadas
em grau de recurso ordinário pelo Tribunal de Justiça do Município quando não
houver tribunal de justiça municipal constituída no município;
III- em grau de recurso especial, as causas federais eleitorais que esta Constituição
tenha atribuído competência à Tribunal de Justiça Federal e que não sejam de
competência, inclusive delegada, de outras câmaras ou turmas de justiça federal.
§1º. Lei mor da União disporá sobre as ações de competência da justiça federal eleitoral,
ressalvada a competência especializada das demais câmaras de justiça federal e sendo
vedado, em qualquer hipótese, suprimir a competência do juiz privado e dos agentes do
poder judiciário dos outros entes federativos.
§2º. Aplicam-se aos integrantes das juntas eleitorais federais, aos mesários federais e
aos fiscais do juízo eleitoral federal, no que for compatível, enquanto estiverem no
exercício de suas funções:
I- as mesmas prerrogativas dos juízes;
II- as regras relativas a impedimento e suspeição descritas nos art. 193, art. 194 e art.
195.
III- foro de julgamento dos agentes políticos para os atos ilícitos praticados ou
sofridos em razão do exercício da função.
Art. 248. As decisões e acórdãos da Câmara de Justiça Marcial Federal são irrecorríveis,
salvo o disposto nos incisos do caput do art. 244.
§1º. A justiça competente para examinar o recurso poderá anular, integral ou
parcialmente, o ato judicial praticado com vício, sendo vedado ao órgão examinador,
em qualquer hipótese, julgar o mérito da decisão ou do acórdão recorrido quando a
competência para os examinar for de outro tribunal, inclusive o Tribunal do Júri.
§2º. Em qualquer hipótese, a Câmara de Justiça Marcial adotará as providências
cabíveis para resguardar o sigilo das informações de que trata o art. 63, §1º, sob pena
de cometimento de crime de alta traição.
Art. 250. A Justiça Marcial Federal será organizada e estruturada por ordenação mor
da União, observado o disposto no art. 63, §1º, no art. 247 e nos seguintes princípios:
I- A primeira instância será formada, exclusivamente, por membros das Forças
Armadas da União ou da Polícia Militar da União, sendo vedado a escolha de pessoas
não submetidas a disciplina militar e a hierarquia militar para esse fim;
II- a primeira instância poderá ser constituída por juiz marcial federal ou por órgão
colegiado federal, desde que respeitado o disposto no inc. I;
III- quando a matéria julgada for de interesse de mais de um Comando Superior das
Forças Armadas da União ou de mais um Comando das Polícias Militares da União,
o órgão colegiado de que trata o inc. II, obrigatoriamente, deverá ser composto por
membros provenientes de todos os Comandos, respeitado a igualdade numérica
entre eles.
IV- não será admitida a interposição de habeas corpus ou de mandado de segurança
contra as decisões de juiz marcial federal ou de órgão colegiado marcial federal.
201
Art. 253. Os Tribunais de justiça, suas câmaras e turmas poderão, qualquer deles, de
ofício, para evitar a multiplicação de processos sobre questão idêntica ou assemelhada,
mediante decisão da maioria absoluta de seus membros, após reiteradas decisões ou
sentenças sobre matéria que lhes compete, expedir ato institucional com força de lei
para colocar fim em qualquer controvérsia jurídica com repercussão geral.
§1º. Considera-se reiterada a decisão ou sentença, quando o tribunal, suas Câmaras ou
Turmas já tiverem se manifestado mais de cem vezes, no mesmo semestre, sobre a
mesma questão jurídica de fundo em diferentes processos;
§2º. O ato institucional poderá, além das medidas previstas para cada tribunal:
I- retificar ou atualizar os termos antiquados que se encontrem na norma objeto de
revisão, dentre eles:
a) os modos de escrita ultrapassados;
b) os índices de atualização de preços revogados ou inexistentes;
c) os equipamentos e as tecnologias obsoletas referidas na norma;
d) as referências a outras normas já revogadas;
203
Art. 254. O ato institucional será sancionado pelo juiz premier do tribunal, câmara ou
turma que o expediu e vigorará como lei para todos os efeitos, salvo o disposto no art.
253, §6º.
Parágrafo Único. O ato institucional não é definitivo e pode ser modificado por
iniciativa do poder que possuir competência para dispor da matéria.
204
III- revogar lei municipal ou parte dela, quando ela tiver sido declarada
inconstitucional, quando esta medida bastar para interromper a multiplicação de
demandas;
IV- instituir, regular ou adequar instituto jurídico reconhecido pela jurisprudência
do município, quando inexistir lei municipal ou ela for insuficiente para regular o
instituto na sua integralidade de forma coerente com esta Constituição e nenhuma
das medidas previstas nos incisos anteriores bastar para interromper a multiplicação
de demandas.
V- regulamentar a aplicação de dispositivo desta Constituição quando a competência
for do município e ele tiver se omitido, nos termos do art. 107, §2º.
Parágrafo Único. A Câmara de Justiça Constitucional do Município interpretará a
Constituição da forma mais fiel possível e sempre com obediência aos princípios
estabelecidos no art. 1º e no art. 2º, sob pena do município sofrer intervenção na forma
prevista no art. 103, inc. V, alínea “a”.
Parágrafo Único. Os atos institucionais expedidos na forma deste artigo não poderão
contrariar o conteúdo dos atos institucionais expedidos na forma do art. 258, sob pena
de nulidade.
II- retificar lei federal ou parte dela para eliminar a incoerência com outras leis
federais ou entre os institutos jurídicos por elas regulados, para o fim de manter a
harmonia do ordenamento jurídico federal, quando esta medida bastar para
interromper a multiplicação de demandas;
III-revogar ato administrativo federal ou parte dele, quando extrapolar o disposto na
lei federal e esta medida bastar para interromper a multiplicação de demandas
IV- instituir, regular ou adequar instituto jurídico reconhecido pela jurisprudência
federal, quando inexistir lei federal ou ela for insuficiente para regular o instituto na
sua integralidade de forma coerente com as demais leis federais, e nenhuma das
medidas previstas nos incisos anteriores bastar para interromper a multiplicação de
demandas.
Parágrafo Único. Os atos institucionais expedidos na forma deste artigo não poderão
contrariar o conteúdo dos atos institucionais expedidos na forma do art. 260, sob pena
de nulidade.
Art. 260. A Câmara de Justiça Constitucional Federal e suas turmas poderão expedir
ato institucional para:
I- retificar ato administrativo federal ou parte dele para torná-lo compatível com a
Constituição quando esta medida bastar para interromper a multiplicação de
demandas;
II- retificar lei federal ou parte dela para eliminar a incoerência dela com esta
Constituição ou entre os institutos jurídicos por elas regulados, para o fim de manter
a harmonia do ordenamento jurídico federal com os princípios desta Constituição,
quando esta medida bastar para interromper a multiplicação de demandas;
III- revogar lei federal ou parte dela, quando ela tiver sido declarada inconstitucional,
quando esta medida bastar para interromper a multiplicação de demandas;
IV- instituir, regular ou adequar instituto jurídico federal reconhecido pela
jurisprudência federal, quando inexistir lei federal ou ela for insuficiente para regular
o instituto na sua integralidade de forma coerente com esta Constituição e nenhuma
das medidas previstas nos incisos anteriores bastar para interromper a multiplicação
de demandas.
V- regulamentar a aplicação de dispositivo desta Constituição quando a competência
for da União e ela tiver se omitido, nos termos do art. 107, §2º.
Parágrafo Único. A Câmara de Justiça Constitucional Federal interpretará a
Constituição da forma mais fiel possível e sempre com obediência aos princípios
estabelecidos no art. 1º e no art. 2º, sob pena Federal sofrer intervenção na forma
prevista no art. 103, inc. V, alínea “a”.
208
Art. 262. Para o fim de atender o disposto no art. 261, todos os membros do poder
moderador podem:
I- acessar, investigar e auditar quaisquer negócios realizados por qualquer Poder
vinculado a qualquer ente federado, suas contas bancárias, registros contábeis,
contratos, bem como a aplicação de seu orçamento, sem necessidade de autorização
do poder judiciário ou legislativo, ressalvado o procedimento especial disposto no
art. 63, §1º e seus incisos;
II- contratar consultoria especializada para o fim de auditar contas de qualquer Poder
de qualquer ente federativo;
III- requisitar a abertura de investigação sobre fatos de interesse público
possivelmente ilícitos de que tenha tomado conhecimento;
IV- investigar a má aplicação de recursos públicos ou apurar denúncias relativas à má
gestão pública;
V- investigar:
a) ato de improbidade administrativa;
b) crime de responsabilidade;
c) crime de abuso de autoridade;
209
Art. 264. Sob a fiscalização vigilante dos agentes públicos a que se referem o art. 263 e
a liderança do chefe de estado, são órgãos do poder moderador do ente federativo ao
qual estão vinculados:
I- as Forças Armadas, qualquer delas;
II- as Polícias, qualquer delas.
III- os órgãos da administração pública direta ou indireta responsáveis pela tomada
dos impostos;
IV- os órgãos da administração pública direta ou indireta com a missão de fiscalizar
a aplicação das leis e que não estejam diretamente subordinados aos outros poderes.
210
IV- impessoalidade. Seus atos e manifestações não podem favorecer nenhuma das
partes, ou serem praticados com fim diverso do estabelecido no inc. III.
V- probidade. Seus atos e manifestações devem ser praticados de forma honesta e
íntegra, sem margem para o alcance de outros fins que não se associem
exclusivamente ao determinado pelo inc. III.
VI- publicidade. Os atos e manifestações oficiais devem ser publicados nos termos
desta Constituição.
VII- motivação. Seus atos e manifestações devem ser motivados pelo dever de
cumprir fielmente a Constituição e as Leis, sob pena de nulidade. É vedado aos
membros do Poder Moderador extrapolar essa motivação ou agir de forma
conflitante com ela com fundamento em:
a) preceitos religiosos ou antirreligiosos;
b) preceitos morais ou imorais;
c) ideias políticas, qualquer delas;
d) conceitos indefinidos ou tautológicos ainda que utilizados por pessoas de
renome, não importa se reconhecidos nacionalmente ou internacionalmente.
Art. 266. O membro do poder moderador, para o exclusivo fim de exercer corretamente
sua função, além dos deveres estabelecidos para os servidores públicos efetivos nos art.
62, art. 68, art. 71 e art. 72, está proibido de:
I- filiar-se ou manter-se filiado a partido político;
II- dedicar-se à atividade político-partidária, ainda que informalmente;
III- manifestar-se publicamente sobre temas morais, éticos, políticos, religiosos,
antirreligiosos, desportivos, culturais, econômicos ou sociais, ressalvado:
a) o mero comentário sobre leis aplicáveis a situação concreta que envolva tais
assuntos;
b) quando a manifestação for parte de atividade acadêmica, científica, cômica, de
lazer, ou obra de arte.
IV- exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou
aceitar promessa de tal vantagem;
V- incentivar ou desincentivar a população a participar de projetos de iniciativa
popular;
VI- advogar;
212
VII- praticar outras ações ou omissões previstas pela Lei Mor do ente federativo ao
qual está vinculado, desde que a proibição seja compatível com a missão do Poder
estipulada no art. 261.
Parágrafo Único. A violação de qualquer dos deveres estabelecidos no caput deste artigo
e em seus incisos sujeita o infrator as responsabilidades civil, penal e administrativas
cabíveis.
Art. 267. São funções institucionais do Ministério Público, além das previstas no art.
262:
I- promover a ação penal ou civil pública;
II- promover, de forma concorrente com qualquer cidadão e outros legitimados, ação
judicial para:
a) proteger o patrimônio público e outros interesses públicos;
b) prevenir os danos de destruição em massa;
c) investigar os causadores de danos de destruição em massa;
d) punir os crimes de responsabilidade, os crimes de abuso de autoridade, os
crimes de abuso de autoridade, os crimes de alta traição e os crimes contra a
economia popular;
e) punir os atos de improbidade administrativa;
f) resguardar os direitos de pessoa incapaz;
g) outras demandas de interesse público nos termos da Lei de cada ente federativo.
III- facultativamente, caso opte por não determinar a polícia que o faça, poderá
promover o inquérito penal ou civil público para investigar qualquer ato ilícito que
possa resultar nas ações judiciais referidas nos incisos I e II, bem como outras ações
de sua competência;
IV- promover as ações de iniciativa de qualquer cidadão quando ela não for proposta
em até 30 dias da ocorrência do fato ou de seu conhecimento público;
V- atuar como litisconsorte em qualquer ação de iniciativa de qualquer cidadão;
213
V- poder para escolher o nome que comporá a lista que será enviada ao chefe de
governo do ente federado a que pertence o tribunal no qual pretende atuar, nos
termos do art. 270 e art. 271, §2º;
VI- poder para decidir sobre a recondução de membro de Ministério Público que
representa a localidade na qual atua nos termos do art. 274;
VII- poder para ser votado para compor a lista que será enviada ao chefe de governo
do ente federado ao qual se vincula, nos termos do do art. 270 e art. 271, §2º;
VIII- liberdade para residir em qualquer lugar, desde que pague por si mesmo as
despesas de transporte de sua residência para o seu local de trabalho e vice-versa.
§1º. Os membros do Ministério Público estão sujeitos aos deveres estabelecidos no
caput do art. 266 e em seus incisos, sob pena de sofrerem o disposto no parágrafo único
do art. 266.
§2º. Não existe hierarquia entre promotores de justiça, não importa se atuante em
tribunal de justiça, suas câmaras ou turmas. Cada promotor de justiça é independente
e livre no exercício de sua parcela do poder moderador, obedecidos os limites desta
Constituição; e nenhum promotor de justiça deve obediência ou reverência a qualquer
outro.
§3º. É vedado à atribuição de nomes distintivos entre os promotores de justiça como
“substituto”, “geral”, “procurador”, “adjunto” ou qualquer outro nome. O promotor de
justiça será chamado apenas de promotor de justiça ou promotor.
§4º. Quando dois ou mais promotores de justiça atuarem em tribunal, turma ou câmara
de justiça, quaisquer deles poderá opinar no processo, sem distinção, hierarquia ou
preferência entre eles.
§5º. A exigência de tratamento especial por parte de promotor de justiça, não conferido
por lei genericamente a todas as pessoas, consubstancia hipótese de crime de abuso de
autoridade e sujeita o infrator ao afastamento de suas funções, a critério do Tribunal do
Júri, até o término do processo.
Art. 269. Caso seja necessário, devido a demanda por fiscalização dos processos em
tramitação em cada tribunal de justiça, qualquer deles, e desde que respeitado o disposto
no art. 82 e no §1º, o número de membros do Ministério Público habilitados para atuar
nos tribunais de justiça poderá ser aumentado ou diminuído de forma temporária ou
permanente:
I- nos termos da lei mor ou de ordenação mor de cada município para o fim de atuar
no Tribunal de Justiça do Município;
215
II- nos termos da lei mor ou de ordenação mor de cada província para o fim de atuar
no Tribunal de Justiça da Província ou em Tribunal de Justiça do Município nos
locais em que não houver Ministério Público Municipal;
III- nos termos da lei mor ou de ordenação mor da União para o fim de atuar no
Tribunal de Justiça Federal.
§1º. Em qualquer caso, o número de promotores de justiça por localidade de que trata
o art. 272, incisos II e III, será o mesmo em todas elas, sendo vedado privilegiar uma
localidade em detrimento de outra.
§2º. É vedado ao Ministério Público da União e ao Ministério Público da Província
designar promotor de justiça para atender localidade ou município cuja demanda por
fiscalização seja inferior à média de outras localidades, considerando a população
atendida.
§3º. A divisão da província por localidades de atuação será proporcional à efetiva
demanda por fiscalização de ilícitos, incluindo o quantitativo de processos judiciais por
localidade, e à respectiva população nos termos da Lei ou da Ordenação de cada
Província.
§4º. A atividade fiscalizatória do Ministério Público será ininterrupta, sendo vedado a
concessão de férias coletivas para os promotores de justiça, os quais, nos dias em que
não houver expediente forense, continuarão atuando na fiscalização dos outros poderes.
§5º. Qualquer cidadão poderá requerer ao Tribunal do Júri a responsabilização dos
agentes públicos que violarem o disposto neste artigo e em seus parágrafos.
Art. 271. O processo de votação de que trata o art. 270 será regulamentado e
organizado pela Justiça Eleitoral.
§1º A Justiça Eleitoral divulgará na sua página da internet o nome de cada candidato
com indicação do nome completo, foto, localidade de atuação, número para votação e
breve relato dos atributos de que trata o art. 270, inc. II, na forma da lei ou da ordenação
de que trata o caput do art. 270.
§2º. Os três nomes mais votados por vaga em cada localidade na forma do art. 270
serão colocados na lista que será encaminhada ao chefe de governo do ente federado a
217
que pertence o tribunal no qual o membro do Ministério Público irá atuar para efeito
do disposto no art. 273.
§3º. É vedado a escolha de promotores de justiça que sejam parentes consanguíneos ou
afim, por linha reta ou colateral, até o 4º grau inclusive, entre si ou de qualquer membro
do tribunal na qual ele será designado para atuar. Nessa hipótese, o mais votado será
escolhido e o menos votado será excluído da lista, e, se houver empate, proceder-se-á
da forma prevista no art. 270, §2º.
Art. 272. Para efeito do disposto no art. 270, são consideradas localidades:
I- cada município, para efeito de escolha dos promotores de justiça que poderão atuar
no Tribunal de Justiça do Município;
II- cada província, para efeito de escolha dos promotores de justiça que poderão atuar
no Tribunal de Justiça Federal;
III- regiões formadas por comarca ou agrupamentos de comarcas para a escolha dos
promotores de justiça que atuarão no Tribunal de Justiça da Província;
§1º. As regiões de que trata o art. 272, inc. III, serão estabelecidas por ato
administrativo normativo do Ministério Público da província. O número total de
regiões será igual ao número de membros que atuarão no Tribunal de Justiça da
Província. As regiões deverão ser dividas de modo que todas elas tenham número
semelhante de população, não podendo nenhuma delas possuir mais do que dez por
cento da população de outra.
§2º. Não havendo candidatos interessados na localidade ou candidatos eleitos
disponíveis, o chefe de governo indicará qualquer membro do Ministério Público de
sua preferência, desde que o escolhido seja da localidade a que pertencer a vaga aberta
e o promotor de justiça preencha os critérios estabelecidos no art. 270, inc. II e não
viole os estabelecidos no art. 270, inc. I.
§3º. A escolha pelo chefe de governo de que trata o §2º é um munus publico e não
pode ser recusada pelo promotor de justiça escolhido, sob pena de cometimento de
crime de responsabilidade.
Art. 273. O chefe de governo do ente a que pertence o tribunal escolherá, para cada
vaga, um nome da lista de que trata o art. 271, §2º para o preenchimento da vaga
disponível para a localidade ou, não havendo nenhum outro nome disponível na lista,
escolherá um nome na forma prevista no art. 272, §2º.
§1º. O promotor de justiça escolhido será sabatinado pelo senado do ente federado a
que pertencer o tribunal.
218
§2º. O chefe de estado do ente federado a que pertencer o tribunal, participará das
sabatinas. Ele não votará, mas fará todas as perguntas que entender necessárias para
aferir a qualificação técnica e a moralidade administrativa da pessoa indicada, sem
prejuízo de apresentar aos parlamentares, no ato da sabatina, todas as informações
levantadas e comprovadas pela Inteligência Militar ou pela Polícia sobre o indicado
para que os parlamentares as apreciem, ressalvado, em qualquer caso, a omissão de
informações sigilosas de que trata o art. 63, §1º.
§3º. Os senadores poderão aprovar ou recusar a indicação do chefe de governo. Caso
recusem, o chefe de governo deverá indicar outro nome na forma prevista no caput do
art. 273.
§4º. O chefe de estado do ente federativo a que pertence o tribunal no qual atuará o
membro do Ministério Público recusará a nomeação do promotor de justiça aprovado
na sabatina caso verifique que ele tenha violado o disposto no art. 270, inc. I.
§5º. Da nomeação do promotor de justiça para atuar no tribunal pelo chefe de estado
ou da recusa de que trata o §4º caberá recurso para a Câmara de Justiça Constitucional
Federal no prazo de cinco dias, desde que ele seja subscrito por pelo menos 1/3 dos
senadores. O recurso deverá ser instruído pelos interessados apenas com documentos
com fé pública e não se submeterá aos princípios do contraditório e da ampla defesa. O
processo será decidido em quinze dias e se limitará apenas a apreciação dos requisitos
constitucionais e legais da decisão do chefe de estado. A demora para decidir além do
prazo sujeitará os infratores ao cometimento de crime de responsabilidade.
§6º. Aprovada a indicação pelo chefe de estado e não havendo recurso, ele dará posse
para o promotor de justiça atuar no tribunal.
Art. 275. Caso algum membro do Ministério Público atuante em tribunal esteja
afastado do cargo por qualquer motivo, o Ministério Público atuante no tribunal
convocará como substituto, na localidade do membro licenciado ou afastado, o
promotor de justiça mais votado que esteja disponível e que conste na lista mais recente
de que trata art. 271, §2º. Não havendo ninguém disponível na lista, será escolhido
alguém dentre os promotores de justiça que atuarem na localidade a que pertence o
cargo vago, desde que preencha o critério estabelecido no art. 270, inc. II e não viole o
art. 270, inc. I.
§1º. Se o afastamento de que trata caput deste artigo for superior a trinta dias, o
promotor de justiça afastado será exonerado de sua função e outro será escolhido para
preencher o cargo, nos termos dos art. 270, art. 271 e art. 273. Será aplicado o disposto
no art. 274, §2º ao promotor de justiça afastado quando ele retornar.
§2º. Enquanto o procedimento de que trata o §1º não terminar, o promotor de justiça
substituto atuará no tribunal.
Art. 276. O promotor de justiça que estiver impedido ou seja declarado suspeito de
atuar em qualquer processo do tribunal na forma dos art. 193, art. 194 e art. 195, desde
que não haja outro promotor de justiça apto para atuar; será substituído por outro ad
hoc o qual será escolhido na forma estabelecida no caput do art. 275 para atuar no
processo.
Art. 277. O Ministério Público é Uno. Sua divisão é apenas para efeito de distribuição
de atribuições e para definição do promotor de justiça natural para condução de
investigações e fiscalização de processos judiciais, sendo vedado o estabelecimento de
qualquer hierarquia funcional, distinção ou privilégio entre promotores de justiça, não
importa se ele exerce o poder moderador na primeira instância ou nos tribunais de
justiça, nem ao ente federativo ao qual se vincule.
Art. 280. Os órgãos do Ministério Público, qualquer deles, desde que não resulte em
aumento de despesas, poderão estabelecer, sem necessidade de autorização do chefe de
estado, órgãos administrativos e para eles delegar, na forma estabelecida por ato
administrativo normativo, atribuição para:
I- organizar seus serviços administrativos, inclusive modificar a estrutura
administrativa de seus órgãos auxiliares, sem necessidade de autorização do chefe de
estado do ente federativo a que se vincula, quando a medida não resultar em aumento
de despesas;
221
II- sugerir e requerer ao chefe de estado do órgão a que se vincula a criação, extinção
ou modificação da estrutura de seus serviços administrativos auxiliares, quando
resultar em aumento de despesas;
III- sugerir e requerer ao chefe de estado do órgão a que se vincula o aumento ou
diminuição temporária ou permanente do número de promotores de justiça no órgão
em que atua, observados os requisitos estabelecidos por esta Constituição;
IV- distribuir processos para os promotores de justiça;
V- administrar o quadro de pessoal, inclusive no que diz respeito à concessão de
qualquer licença ou afastamento para promotores de justiça, servidores ou
funcionários públicos que forem vinculados ao respectivo órgão;
VI- aplicar sanções disciplinares, inclusive para promotores de justiça, ressalvada a
competência do Tribunal do Júri;
VII- organizar, na forma prevista nesta Constituição, concurso público para
preencher seus cargos auxiliares que estejam vagos;
VIII- organizar a execução do orçamento, bem como elaborar a proposta
orçamentária do órgão;
IX- publicar os atos praticados, nos termos desta Constituição;
X- comprar bens e serviços para atender às necessidades do órgão;
XI- cooperação com outros entes federativos, seus poderes e órgãos para efeito de
cumprir o disposto no art. 139, §6º;
XII- elaborar estatísticas relativas a prestação de serviço de investigação e de
fiscalização dos processos;
XIII- elaborar avaliações de desempenho;
XIV- qualquer outra atividade meramente administrativa que não implique no
exercício direto do poder moderador.
§1º. O órgão ministerial, a seu critério, poderá contratar empreendimento privado para
exercer as atividades descritas nos incisos do art. 280. Apenas as funções descritas no
art. 56 não estão sujeitas a terceirização.
§2º. Qualquer competência delegada na forma deste artigo pode ser avocada ou
revogada, a critério do órgão que o delegou.
§3º. o ato de revogação de competência de que trata o §2º, deve ser aprovado da mesma
forma que o ato de delegação.
§4º. O ato administrativo normativo de delegação de que trata o caput deste artigo
deverá ser aprovado pela maioria simples dos promotores de justiça que compõe o órgão
do Ministério Público.
222
Art. 281. A segurança pública será exercida para preservar a liberdade, a vida e o
patrimônio das pessoas pacíficas, bem como para perseguir e capturar qualquer um que
use de violência injusta contra as pessoas pacíficas ou esteja na iminência de usar
violência injusta contra elas.
§1º. A polícia será organizada pela ordenação de cada ente e poderá ser subdivida em
vários órgãos.
§2º. A polícia atuará, de ofício:
I- repressivamente, para manter a ordem pública e resguardar o cumprimento da
legalidade;
II- preventivamente, para evitar o comentimento de crimes de ação pública;
§3º. Em qualquer hipótese, a polícia cumprirá ordem emanada por autoridade judicial,
salvo quando anuladas ou suspensas por outra autoridade judicial em grau de recurso
ou em caso de intervenção no ente federativo que emanou a ordem ilegal.
§4º. Os agentes policiais gozam das garantias gerais conferidas aos servidores públicos
e devem respeitar os deveres estabelecidos nos art. 62, art. 68, art. 71 e art. 72, no que
não for contrário a este capítulo.
Art. 282. Compete à polícia, dentro da legalidade, a vigilância ostensiva contra atos
ilícitos em geral e qualquer ameaça contra a ordem pública ou contra a legalidade e lhe
compete, dentre outras funções:
I- exercer policiamento contra qualquer ato ilícito, não importa de qual ente
federativo seja a competência para apurar ou julgar o crime;
II- reprimir, pelo meio que for necessário, a prática de qualquer ato ilícito, não
importa de qual ente federativo seja a competência para apurar ou julgar do crime;
III- investigar qualquer ato ilícito praticado de sua competência, observado:
a) a polícia municipal apurará as contravenções penais e as infrações à lei municipal
e os demais crimes conexos;
b) a polícia provincial apurará as violações à lei da província e os crimes de
competência da polícia municipal nos municípios que não dispuserem de órgão
próprio de polícia, e os demais crimes conexos.
c) a polícia federal apurará as violações à lei federal e os demais crimes conexos;
223
§1º. A chefia de cada órgão especializado de polícia será exercida por promotor de
justiça escolhido pelo chefe de estado do respectivo ente federativo nos termos do art.
264, §1º. Os demais cargos de direção de investigação policial serão exercidos pelos
delegados de polícia.
§2º. A ordenação de cada ente disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos
responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades
e o cumprimento do disposto no art. 139, §6º.
§3º. Aos policiais militares, no que couber, aplicam-se as disposições previstas nos
incisos do art. 286.
§4º. Os policiais estão sujeitos aos deveres estabelecidos no caput do art. 266 e em seus
incisos, sob pena de sofrerem o disposto no parágrafo único do art. 266.
Art. 283. São funções institucionais do delegado de polícia, além das previstas no art.
262:
I- investigar qualquer crime de ação penal pública que tenha ocorrido em área sob
sua responsabilidade nos termos do art. 203 inc. I;
II- investigar com fundamento em pedido de qualquer pessoa legitimada a propor a
ação penal privada, qualquer crime de ação penal privada que tenha ocorrido em área
sob sua responsabilidade nos termos do art. 203 inc. I;
III- investigar, com fundamento em ordem de promotor de justiça, qualquer fato
que tenha ocorrido na sua área de responsabilidade, nos termos do art. 203 inc. I;
IV- exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua
finalidade, sendo-lhe vedado exercer atividade de representação judicial ou de
consultoria jurídica de entidades da administração pública direta ou indireta.
Art. 284. Os delegados de polícia, para o exclusivo fim de exercerem a função com
respeito aos deveres estabelecidos nos art. 262, art. 265 e art. 283, além das garantias e
obrigações estabelecidos para os servidores públicos efetivos nos art. 62, art. 68, art. 71
e art. 72, gozarão também das seguintes garantias:
I- ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de delegado de polícia, mediante
concurso público de provas e habilidades, com fiscalização obrigatória do Ministério
Público em todas as fases, exigindo-se do prático em direito, no mínimo, cinco anos
de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação;
224
II- inamovibilidade, salvo por opção voluntária do delegado de polícia nos termos
das normas da instituição a que se vincula;
III- livre convencimento, desde que atendido ao disposto nesta Constituição e nas
Leis;
IV- independência funcional a qual se limita apenas ao exercício da função;
V- liberdade para residir em qualquer lugar, desde que pague por si mesmo as
despesas de transporte de sua residência para seu local de trabalho e vice-versa.
Parágrafo Único. Os delegados de polícia estão sujeitos aos deveres estabelecidos no
caput do art. 266 e em seus incisos, sob pena de sofrerem o disposto no parágrafo único
do art. 266.
Art. 286. Os membros das Forças Armadas são denominados militares. Além das
garantias e obrigações estabelecidos para os servidores públicos efetivos nos art. 62, art.
68, art. 71 e art. 72, aplicam-se a eles as seguintes disposições:
I- as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas
pelo chefe de estado e asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou
reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os
demais membros, o uso dos uniformes apropriados;
II- o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil
permanente, ressalvada o disposto no art. 58, será transferido para a reserva, nos
termos da lei do respectivo ente;
III- ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;
IV- o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou
com ele incompatível, por decisão de tribunal marcial, em tempo de paz ou de guerra;
V- o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade
superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao
julgamento previsto no inciso anterior;
VI- aplicam-se aos Militares, no que não for contrário a este capítulo, as disposições
aplicáveis aos servidores públicos civis;
VII- a ordenação de cada ente disporá sobre o ingresso nas suas Forças Armadas, a
estabilidade e outras condições de transferência do militar para a inatividade, os
direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações especiais dos
militares, consideradas as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas
cumpridas por força de compromissos internacionais e de guerra, observado, em
qualquer caso, os limites estabelecidos por esta Constituição.
§3º. As Forças Armadas, a seu critério, poderão desenvolver qualquer tipo de prótese
para substituir partes do corpo ou do cérebro a fim de aplicá-las em soldados com
deficiência e recuperar a plena capacidade deles;
§4º. Excepcionalmente, em caso de ataque estrangeiro massivo, invasão alienígena,
calamidade de graves proporções ou grave risco de extinção do povo brasileiro, poderá
ser admitido o emprego de pessoas incapazes pelas Forças Armadas, nos termos da
Ordenação de cada ente.
Art. 288. Além das funções previstas no art. 262, compete privativamente ao chefe de
estado de todos os entes federativos:
I- representar o ente federativo ao qual está vinculado;
II- nomear ou rejeitar a indicação de chefe de governo ou de secretário de seu ente
federativo;
III- nomear os Comandantes dos Estados-Maiores das Forças Armadas de seu ente
federativo, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são
privativos, bem como organizar a carreira e apreciar os pedidos que tenham
repercussão orçamentária para o fim de consolidar a proposta orçamentária do Poder
Moderador que será enviada ao Poder Executivo;
V- sancionar leis, ou vetá-las total ou parcialmente nos termos do caput do art. 50 e
do art. 50, §2º desta Constituição;
VI- promulgar as leis de sua competência;
IV- publicar as leis de seu ente federativo;
V- substituir o chefe de governo enquanto não for escolhido outro nos termos desta
Constituição e das leis aplicáveis;
VI- conferir condecorações e distinções honoríficas estabelecidas pela Lei de seu ente
federativo;
VII- outras atribuições que lhe tenham sido conferidas por esta Constituição ou pelas
Leis compatíveis com o exercício do poder moderador.
Parágrafo Único. Os chefes de estado estão sujeitos aos deveres estabelecidos no caput
do art. 266 e em seus incisos, sob pena de sofrerem o disposto no parágrafo único do
art. 266.
227
Art. 291. O chefe de estado, nos casos previstos nesta Constituição e pelas leis
aplicáveis, demitirá o chefe de governo, dissolverá o parlamento e convocará,
imediatamente, novas eleições com a observância dos seguintes princípios:
I- não serão convocadas novas eleições se for o último ano da legislatura e a eleições
já tiverem ocorrido. Nesse caso, serão empossados os candidatos já eleitos, salvo se
eles estiverem impedidos em função dos últimos acontecimentos;
II- caso o parlamento seja dissolvido em menos de um ano para as próximas eleições,
os novos eleitos completarão o mandado restante e assumirão o seguinte.
228
Art. 293. Qualquer ente federado poderá explorar diretamente por meio de órgão
público, ou, indiretamente, por meio de autarquia, fundação pública, empresa pública
ou sociedade de economia mista, o exercício de atividade econômica quando lhe for
conveniente em razão do interesse público, nos seguintes termos:
§1º. A atuação estatal em qualquer área sempre se dará no regime de livre mercado,
sem estabelecimento de monopólio, oligopólio ou exploração exclusiva de mercado de
tal forma que, qualquer empresa privada ou indivíduo poderá exercer aquela atividade
em concorrência com o Estado, sem limitações, ressalvadas aquelas permitidas por esta
Constituição para evitar danos de destruição em massa.
§2º. Se a atividade econômica exercida pelo Estado não tiver relevante interesse
estratégico-militar, nem for indispensável à segurança do ente federativo responsável
por ela; tão logo surjam empreendimentos privados que prestem serviço ou forneçam
produtos semelhentes na região de atuação do ente público, o Estado deverá privatizar
a atividade estatizada, sob pena de cometimento de crime contra a economia popular
pelos responsáveis por retardar ou impedir a privatização.
§3º. Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei mor do
ente interessado, neste último caso, definir as áreas de sua atuação.
§4º. Depende de autorização legislativa do ente que a constituiu, em cada caso, a criação
de subsidiárias das entidades mencionadas no §3º, assim como a participação de
qualquer delas em empresa privada.
§5º. As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de
facilidades fiscais que não forem igualmente extendidas para a iniciativa privada.
Art. 294. A lei de cada ente e poder estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública,
da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade
230
§3º. O valor dos ativos referidos no §2º devem ser atualizados diariamente, a fim de
guardarem correspondência com seu valor de mercado;
§4º. É vedado às instituições financeiras concederem empréstimo a terceiros com base
nos seguintes ativos:
I- o valor de suas próprias ações, de suas filiais, de suas subsidiárias ou de suas
coligadas;
II- o valor segurado por apólice de seguros, qualquer delas;
III- o valor dos bens móveis e imóveis de suas sedes, agências e sucursais, bem como
o dos bens móveis e imóveis de empresas filiais, subsidiárias ou coligadas.
§5º. A violação dos princípios deste artigo será punida como crime contra a economia
popular.
Art. 299. A competência da União para emitir moeda, respeitado o disposto no art.
300, será exercida exclusivamente pela Casa da Moeda, a qual possui autonomia para:
I- propor ao Congresso Nacional a adoção de qualquer sistema monetário, inclusive:
a) papel moeda;
b) moeda metálica;
c) moeda eletrônica.
II- propor alteração nas esfinges e homenageados na moeda adotada, desde que
respeitado o disposto no art. 24, inc. XXVII, e a medida tenha sido aprovada pelo
Congresso Nacional;
III- regulamentar os atributos de segurança da moeda, observado, em qualquer caso,
as recomendações científicas da área, independentemente de aprovação do
Congresso Nacional e ressalvado, em qualquer caso, a responsabilização dos
envolvidos por falha de segurança que comprometa a fé pública e a validade da
moeda.
§1º. Não será admitida:
I- a emissão de moeda sem lastro;
II- o retardamento ou emissão precoce de moeda para o fim de alterar a oferta
monetária e influenciar a taxa de juros, a taxa de câmbio ou a inflação, sob pena de
233
Art. 301. É vedado aos municípios, às províncias e a União instituírem banco central,
banco público, ou qualquer entidade da administração pública direta ou indireta com a
finalidade de:
I- regular a oferta de moeda com o fim de manipular taxa de juros, taxa de câmbio,
taxa de inflação, taxa de deflação, ou para favorecer ou desfavorecer o exercício de
qualquer atividade econômica;
II- oferecer empréstimos a terceiros, não importa a finalidade, inclusive em
condições mais vantajosas que as oferecidas pelas instituições financeiras privadas;
III- prestar serviços financeiros ou bancários em geral;
IV- qualquer outra medida vedada, mesmo que implicitamente, pelo art. 1º, inc. IV
e pelo art. 292, inc. IV.
§1º. Qualquer ente e poder poderão se valer dos serviços financeiros de
empreendimento privado para guardar ou investir dinheiro, bens ou valores;
234
§2º. As contas bancárias e os investimentos feitos por entes e poderes públicos não são
acobertados por sigilo. Qualquer cidadão poderá acessar o conteúdo delas e as
movimentações realizadas, ressalvado o disposto no art. 63, §1º;
§3º. Em nenhuma hipótese o estado emprestará ou doará recursos públicos para salvar
empreendimentos financeiros da falência, não importa se públicos ou privados.
Art. 302. As atividades de ensino e de aprendizado são livres, não obrigatórias e não
sujeitas à intervenção estatal, salvo a vedação prevista no art. 303.
§1º. É vedado ao estado regulamentar à atividade de ensino por qualquer meio ou para
qualquer fim, bem como para determinar a grade curricular obrigatória ou facultativa,
a carga horária a ser ministrada, os dias letivos, o horário de funcionamento, a
organização do corpo docente, discente e administrativo, a metodologia de trabalho, as
formas de avaliação e qualquer outro tipo de intervenção.
§2º. São exceções ao disposto no §1º:
I- o ensino de línguas. As instituições de ensino fundamental se comprometerão a
ensinar a seus alunos, da forma que considerarem melhor, os fundamentos básicos
de pelo menos uma das línguas oficiais utilizadas na província em que atuam, sendo
vedado ao Estado determinar a este respeito qualquer obrigação proibida pelo §1º;
II- as escolas estatais da administração pública direta ou indireta poderão ser
regulamentadas pela lei do ente federativo a que pertencem, desde que a norma
observe o disposto no §3º.
III- as escolas militares poderão ser regulamentadas administrativamente pelo
Comando Militar a que pertencem ou por quem tiver recebido delegação do
Comando, desde que não contrarie o disposto no §3º.
§3º. É vedado às escolas indicadas nos incisos II e III do §2º:
I- violar os princípios defendidos pelo art. 24, inc. XLII;
II- promover, incentivar ou permitir, por qualquer meio, a militância partidária ou
política em ambiente escolar;
III- promover, incentivar ou ensinar “moral”, “religião”, “antirreligião” ou temas
éticos aos alunos;
IV- influenciar a orientação sexual dos alunos;
235
Art. 305. São livres a formação de escolas religiosas e não-religiosas e o estado não
intervirá no ensino de matéria afeitas a sua fé ou não-fé, desde que:
I- não militem com violência, nem instiguem seus alunos a atuarem com violência
contra os princípios defendidos no art. 1º desta Constituição;
II- não empreguem, nem tenha como sócio ou gerente pessoa impedida nos temros
do art. 303;
Parágrafo Único. A violação dos incisos do caput deste artigo poderá levar ao
encerramento das atividades do estabelecimento, nos termos do art. 5º, inc. XVI, e,
também, ao confisco da propriedade nos termos do art. 303, §8º.
III- a bolsa deve ser concedida, dentre os interessados, aos melhores candidatos que
serão selecionados na forma prevista pelo art. 62.
§1º. Considera-se atividade que gera efeito difuso expressivo e positivo para os
brasileiros em geral:
I- pesquisa científica em área de relevante potencial econômico ou militar;
II- estudo profissionalizante em área de alta demanda pela sociedade e de grande
impacto positivo para a população em geral;
§2º. Decreto de cada ente, com fundamento em pareceres científicos objetivos,
regulamentará o disposto no §1º.
§3º. É vedado ao estado regulamentar, em qualquer hipótese, a concessão de bolsas
pela iniciativa privada.
§4º. As instituições de ensino poderão, se quiserem e da forma que quiserem,
obedecidos os princípios desta Constituição, organizar times esportivos e estabelecerem
campeonatos.
Art. 307. O estado não intervirá nas manifestações culturais, salvo a restrição
estabelecida no art. 303, mas poderá estabelecer, desde que haja relevante benefício
coletivo difuso, e obedecidos o disposto no art. 293, órgão da administração pública
direta ou indireta para:
I- constituir bibliotecas e museus, inclusive virtuais;
II- arquivos públicos em geral, inclusive na forma virtual;
III- sítios de valor histórico, arqueológico, ou paleontológico.
§1º. Aplicam-se aos órgãos constituídos com fundamento nos incisos do caput deste
artigo as limitações estabelecidas nos incisos do §3º do art. 302.
§2º. A atividade de que trata esse artigo poderá ser transferida para ONG, desde que
ela assuma os riscos e as despesas decorrentes do empreendimento.
§3º. É vedado, em qualquer hipótese, o Estado usar recursos públicos para financiar
ONGs, associações ou empreendimentos privados de caráter cultural.
Art. 308. Pode ser estabelecido feriado cívico, por meio de lei do ente federado
interessado, para comemorar o dia:
I- de sua independência política;
II- de sua fundação ou entrada para a Federação Brasileira;
III- de vitória em batalha;
238
Art. 310. A lei de cada província poderá responsabilizar penalmente quem permitir, de
forma premeditada ou dolosa, que o incapaz seja exposto a produtos ou serviços
inadequados à sua capacidade mental, bem como a exibição de conteúdo impróprio
para sua capacidade mental, por qualquer meio, inclusive pela introdução do incapaz
em local inadequado.
§1º. Quando a conduta narrada no caput deste artigo se der de forma culposa, é vedado
ao estado punir penalmente os responsáveis. Contudo o estado poderá, nos termos do
Direito Privado de cada província, de acordo com a gravidade do fato e por meio de
processo judicial:
I- multar o empreendimento infrator;
II- suspender temporariamente ou encerrar definitivamente as atividades do
empreendimento infrator;
III- adotar qualquer uma das providências previstas nos incisos no art. 15.
§2º. É vedado responsabilizar qualquer pessoa ou empreendimento se ficar
demonstrado que o incapaz mentiu, trapaceou ou violou o sistema de segurança a fim
240
de ter acesso a conteúdo de mídia, produto, serviço ou evento proibido para incapaz.
Se o incapaz infrator já for maior de idade à época do fato, será dada ciência da situação
ao Ministério Público para que examine a possibilidade de revogação da curatela e para
que responsabilize o infrator, caso o ato praticado também seja tipificado como crime
de ação penal pública, sem prejuízo da responsabilização civil ou penal por parte de
terceiros lesados, se cabível.
Art. 311. É vedado aos agentes públicos brasileiros e estrangeiros, qualquer deles,
inclusive políticos brasileiros e estrangeiros:
I- atuar como proprietário, sócio ou gerente de empreendimento televisivo, de
radiodifusão ou de divulgação de notícias por qualquer meio, inclusive impressas,
salvo na condição de acionista sem poder de voto;
II- trabalhar como empregado, colunista, articulista, jornalista, free lancer ou
qualquer outra função que se relacione com a divulgação de notícias.
§1º. As vedações estabelecidas nos incisos I e II também alcançam:
I- o cônjuge de agentes políticos brasileiros e estrangeiros;
II- a pessoa impedida nos termos do art. 303.
§2º. As vedações estabelecidas no inc. I também alcançam os parentes de agentes
políticos brasileiros e estrangeiros consanguíneos ou afins, por linha reta ou colateral
até o quarto grau, inclusive;
§3º. Exceto para as publicações de notícias feitas em sua página eletrônica oficial na
internet ou nos seus perfis oficiais nas redes sociais e, excepcionalmente, nos demais
meios legalmente permitidos pela legislação eleitoral aplicável, as vedações dos incisos
I e II do caput deste artigo também se aplicam a quem atua em cargo de direção ou
como representante de:
I- partido político brasileiro ou estrangeiro;
II- associação sindical brasileira ou estrangeira;
III- associação profissional brasileira ou estrangeira;
IV- movimento social brasileiro ou estrangeiro;
V- ONG brasileira ou estrangeira;
VI- instituição religiosa ou antirreligiosa brasileira ou estrangeira;
VII- instituição de ensino brasileira ou estrangeira;
VIII- instituição filantrópica brasileira ou estrangeira;
241
Art. 313. É dever de todos usar a sua propriedade de forma responsável, sem causar
danos a terceiros, inclusive à saúde, ressalvado, em qualquer caso, o disposto no art. 5º,
inc. XXIII.
§1º. Qualquer pessoa cuja saúde seja prejudicada ou ameaçada pelo uso omissivo ou
comissivo de qualquer propriedade pública ou privada, poderá demandar no poder
judiciário competente para exigir que o responsável cesse com a lesão ou a ameaça, bem
como indenize o prejudicado ou o ameaçado pelos danos patrimoniais sofridos.
§2º. O Ministério Público e qualquer cidadão possuem legitimidade para demandar
contra ente público ou privado para o fim de prevenir a ocorrência de dano de destruição
em massa (art. 5º, inc. III).
Art. 314. Para proteger o meio ambiente, cada ente federado poderá estabelecer, nas
suas terras públicas, área para atender qualquer uma das seguintes finalidades:
242
Art. 315. É permitido a qualquer interessado propor ação judicial para punir o
responsável pelos danos patrimoniais causados pelo exercício imprudente, negligente
ou imperito de profissão ou de atividade econômica.
§1º. O poder judiciário julgará improcedente a ação de que trata o caput deste artigo
quando o fornecimento do produto ou a prestação do serviço não violar o art. 5º, inc.
V, e o art. 13, incisos V e VI, ou:
I- quando a finalidade for:
a) responsabilizar profissional ou empreendimento por usar métodos considerados
eficazes pela ciência vigente à época de sua prática;
b) punir profissional ou empreendimento por não ter atingido o resultado
esperado quando a sua obrigação era apenas de meio;
c) punir o profissional ou empreendimento por não ter previsto o que, na situação
em que atuou, não era previsível;
II- quando os possíveis riscos corridos pelo consumidor estão claramente descritos
na embalagem ou no folheto informativo do produto ou serviço e, ainda assim, o
consumidor quis adquiri-lo ou usá-lo;
243
III- quando o consumidor, mesmo ciente dos riscos por outra forma, ainda assim
quis correr o risco de sofrer os possíveis danos;
IV- quando o dano resulte de uso abusivo do produto ou serviço ou para finalidade
diversa para a qual o produto ou serviço foi originalmente concebido;
V- quando o consumidor usar o produto ou serviço para cometer atos ilícitos em
geral, inclusive crimes. Nesse caso, apenas o consumidor será o responsável;
VI- quando, ao tempo de sua aquisição e uso, o produto ou serviço era considerado
seguro pelos estudos científicos da época;
VII- outras hipóteses razoáveis estabelecidas pelo Direito Privado de cada província.
§2º. O juiz poderá condenar o infrator a uma ou mais das seguintes penas:
I- indenização pelos danos patrimoniais causados;
II- suspensão do exercício profissional ou da atividade econômica por tempo
determinado;
III- dissolução compulsória do empreendimento econômico, enquanto não adotar as
medidas exigidas pela legislação para prevenir os danos de destruição em massa;
IV- proibição de exercício da atividade econômica, enquanto não adequar seus
métodos e processos aos padrões de qualidade livremente adotados e aceitos como
razoáveis pela sua área de atuação;
V- proibição de exercício de profissão, enquanto não frequentar curso de qualificação
profissional;
VI- outras estabelecidas pelo Direito Privado de cada província.
Art. 316. O indivíduo pacífico, base da sociedade, tem especial proteção do estado e
poderá unir-se civilmente com qualquer pessoa capaz.
§1º. O casamento religioso será reconhecido pelo Direito Privado de cada província
como contrato de união civil e seus termos vincularão as partes contratantes, inclusive
quanto aos efeitos patrimoniais. O que tiver sido combinado por escrito entre as partes
e, também, o que for prometido perante o sacerdote da celebração religiosa, valerá como
cláusula do contrato, desde que o ato tenha sido documentado por qualquer meio e o
244
Art. 317. A adoção será livre e irretratável, podendo ser posteriormente fiscalizada pelo
poder público, na forma da lei de cada província, para o único fim de prevenir abusos
contra a pessoa incapaz.
Parágrafo Único. A lei de cada província também poderá estabelecer condições
especiais para que brasileiros ou estrangeiros possam sair do país com o adotado incapaz
para fim de combater o tráfico internacional de pessoas.
III- o genitor e sua prole, salvo quando sua prole for legalmente adotada por outra
pessoa;
IV- o responsável legal e a pessoa por ele adotada.
V- outros casos previstos pelo Direito Privado de cada província.
§1º. Serão consideradas como família as pessoas indicadas pelos incisos III e IV e as
assim consideradas pelo Direito Privado de cada província, mesmo se já capazes, desde
que convivam sob o mesmo teto ou mantenham relação de dependência econômica.
§2º. Os filhos, havidos ou não da relação de união civil, ou por adoção, terão os mesmos
direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à
filiação. Não se considera discriminatória, as anotações no registro civil, inclusive no
que trata o art. 5, inc. XX, relativo à:
I- designação das pessoas civilmente responsáveis por pessoa incapaz;
II- designação do nome do pai e da mãe biológicos da pessoa, se houver;
III- identificação do sexo biológico;
IV- designação do nome dado pelos responsáveis legais à época do nascimento;
V- descrição das características físicas ou aparentes da pessoa a qual o registro se
refere;
VI- designação do nome escolhido pela pessoa após ter-se tornado capaz.
§1º. Desde que a sociedade alternativa seja estabelecida em propriedade privada que
não esteja dentro de área urbana e tenha tamanho mínimo fixado na lei de cada
província, qualquer pessoa ou agrupamento de pessoas, poderá estabelecer, livremente,
quaisquer das sociedades apontadas no art. 319 e viver conforme considere melhor;
sendo facultado a cada província conceder às sociedades alternativas, autonomia
tributária e autonomia administrativa para resolver os seus conflitos sem intervenção
do município, da província ou da União, inclusive em relação a solução dos ilícitos civis
e penais praticados em seu interior, ressalvado o disposto no §6º.
§2º. As sociedades alternativas e seus membros deverão respeitar as outras propriedades
ao seu redor, sob pena de, nos termos da lei de cada província e conforme a gravidade
da ofensa:
I- serem responsabilizadas civilmente;
II- perderem autonomia tributária;
III- perderem autonomia para resolverem os ilícitos civis ou penais cometidos em
seu interior;
IV- sofrerem retaliação armada da Polícia Militar, das Forças Armadas e dos civis
ofendidos, caso pratiquem atos de vandalismo ou outros atos ofensivos contra
propriedades vizinhas;
V- caso a sociedade alternativa pratique atos de guerrilha ou guerra contra
propriedades vizinhas, o ente federativo ofendido poderá declarar Estado de Guerra
Civil contra a sociedade alternativa, a qual será travada nos termos do art. 94, §1º.
Os membros da sociedade alternativa serão tratados como estrangeiros e o ente
federativo ofendido poderá usar de qualquer meio para destruir a sociedade
alternativa, inclusive ataques com armas de destruição em massa. Nesse caso,
nenhum brasileiro que participar da guerra contra a sociedade alternativa poderá ser
responsabilizado nos termos do art. 94, §4º, §5º, §6º e §7º.
VI- dissolução compulsória da sociedade alternativa, confisco de suas propriedades
e condenação à morte de todos os responsáveis por ela.
§3º. Não será reconhecida como sociedade alternativa aquela que não viva de acordo
com os costumes e regras segundo as quais propagandeia viver.
§4º. É proibido ao Estado doar recursos públicos para qualquer das sociedades descritas
no art. 319, devendo elas, por si mesmas, resolverem seus próprios problemas.
§5º. O Estado não tolerará a presença de sociedades alternativas em suas terras públicas,
podendo, segundo critério de conveniência e oportunidade do Poder Executivo, e
mediante autorização do Poder legislativo competente, alienar as terras para os
interessados em formar sociedade alternativa, vedado, em qualquer caso, estabelecer
tais sociedades em territórios ou faixas de fronteira.
247
§6º. Não será permitido, em nenhuma hipótese, que a sociedade alternativa pratique:
I- escravidão, assassinato de incapazes ou sacrifícios de sangue que violem o disposto
no art. 5º, inc. V, e art. 5º, inc. XXVI;
II- impeçam seus membros de exercerem as prerrogativas constantes no art. 1º,
incisos I, II, III, IV, V e X desta Constituição.
§7º. Caso a sociedade alternativa viole o disposto no §6º, poderá sofrer qualquer uma
das penas previstas no §2º, nos termos do Direito Privado ou da lei da província.
§8º. As instituições de ensino poderão realizar parcerias com as sociedades alternativas
para o fim de promover estudo ou pesquisa de natureza social, psicológica ou de
interesse de qualquer outra área de estudos.
Art. 320. As sociedades alternativas de que trata o art. 319 poderão ingressar no poder
judiciário competente para solução de demandas de seus interesses. E, para os efeitos
de determinação de competência, serão tratadas como nações estrangeiras.
Parágrafo Único. As sociedades de que trata o art. 319, e, subsidiariamente, seus
membros, são civilmente responsáveis pelas obrigações que contraírem com terceiros
ou pelos danos patrimoniais que causarem.
difuso para toda população de seu ente federado, e a iniciativa privada não promova
trabalho semelhante. Em todo caso, é vedado patrocinar obras que resultem em
benefício apenas para uma parte da população.
Art. 322. É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre
a oportunidade de exercê-lo e os interesses que devam por meio dele defender.
§1º. O empregador não é obrigado a pagar remuneração nem qualquer outro benefício
aos grevistas no curso da greve, e permanece livre para contratar outras pessoas para
continuar sua atividade.
§2º. Os grevistas não podem impedir a entrada ou a saída de pessoas de qualquer
estabelecimento e responderão, de forma solidária com o sindicato ou a associação que
os apoiarem, pela depredação ao patrimônio público ou privado, sem prejuízo da
responsabilização de seus autores pelos atos ilícitos que praticarem.
§3º. É proibida a realização de greve no serviço público, cabendo a demissão imediata
do agente que a pratique, sendo-lhe assegurado o direito a revisão periódica e
automática de sua remuneração, nos termos do art. 69, inc. II.
estabelecido no art. 68, Art. 69º, inc. VI e o pagamento deles será mantido pelas
províncias desde que preenchidas as seguintes condições cumulativas:
I- o titular seja incapaz para o trabalho em razão de sua condição física ou mental,
independentemente de qual seja a causa, enquanto durar a incapacidade, e seu
cônjuge ou responsável legal, se houver, não disponha de recursos para lhe garantir
abrigo e alimentação;
II- o titular do benefício e seu cônjuge, se houver, não tenham patrimônio superior
ao valor de três quilos de ouro;
III- o titular do benefício não receba renda de outras fontes, inclusive privadas, cujo
valor seja igual ou superior a 1/20 do teto estabelecido no art. 68, Art. 69º, inc. VI;
§4º. Os benefícios de que trata o §3º terão caráter provisório e deles não decorrerão
nenhum tipo de benefício para os dependentes de seus titulares, como, por exemplo,
pensão por morte.
§5º. A província aplicará, obrigatoriamente, até 30% do total de sua receita tributária
para pagar as obrigações previdenciárias de que trata o §3º. Caso o percentual não seja
suficiente para pagar todos os benefícios previdenciários de sua responsabilidade, o
valor de todos os benefícios serão reduzidos proporcionalmente até que a receita
tributária seja suficiente para pagá-los.
§6º Em nenhuma hipótese, a província fará pagamentos retroativos para titulares de
benefícios previdenciários ou seus herdeiros, acaso a receita tributária aumente e tenha
havido, no passado, pagamento de benefício com valor reduzido em razão de
indisponibilidade de recursos nos termo do §5º.
Art. 328. Os bens que eram de propriedade dos antigos estados federais ou que estavam
na posse deles, serão repassados automaticamente para as províncias, se compatível com
os princípios desta Constituição.
tenha providenciado sistema eletrônico, a votação será feita em urna de papel. Os Juízes
que comporão os novos tribunais deverão ser escolhidos em até 90 dias da promulgação
desta Constituição, na forma prevista por esta Constituição.
Art. 330. Os tributos serão todos adequados às novas regras constitucionais no prazo
de até 4 anos. A partir desse limite, deixarão de existir todos os tributos extintos pela
nova ordem constitucional e serão aplicadas as regras relativas a proibição de confisco
e de bitributação, inclusive as regras de repartição de tributos entre os entes federados.
Parágrafo Único. Durante o tempo de que trata o caput deste artigo, o Poder Executivo
de todos os entes federados deverá reduzir a despesa com pessoal em no mínimo 90%.
Também deverá cancelar e suspender todos os programas de governo que não sejam
essenciais para a segurança e manutenção da ordem no ente federativo. Os recursos
economizados com a medida serão usados, exclusivamente, para o pagamento das
dívidas externas, interna e o resgate de títulos da dívida pública.
Art. 331. As demais providências necessárias para completar a transição das instituições
de estado e de governo para o novo regime constitucional serão estabelecidas pela lei
mor de cada ente federativo os quais, em qualquer hipótese, terão até 10 anos da
promulgação desta Constituição para completar a transição, sob pena de sofrerem
intervenção.