O documento discute a importância da educação artística no ensino básico. A educação artística é crucial para o desenvolvimento emocional das crianças e ajuda a promover aprendizagens globais. No entanto, a educação artística está fragilizada nos currículos escolares. É necessário fortalecer a educação artística com propostas cientificamente informadas para preservar as melhores condições de desenvolvimento das crianças.
Descrição original:
Apresentação dos objetivos inscritos na adoção da educação artística como base da formação no Ensino Básico
O documento discute a importância da educação artística no ensino básico. A educação artística é crucial para o desenvolvimento emocional das crianças e ajuda a promover aprendizagens globais. No entanto, a educação artística está fragilizada nos currículos escolares. É necessário fortalecer a educação artística com propostas cientificamente informadas para preservar as melhores condições de desenvolvimento das crianças.
O documento discute a importância da educação artística no ensino básico. A educação artística é crucial para o desenvolvimento emocional das crianças e ajuda a promover aprendizagens globais. No entanto, a educação artística está fragilizada nos currículos escolares. É necessário fortalecer a educação artística com propostas cientificamente informadas para preservar as melhores condições de desenvolvimento das crianças.
É hoje indiscutível o lugar de excelência que a educação artística
devia ocupar no processo de desenvolvimento das condições de aprendizagem e formação da nossa população escolar, designadamente a do Ensino Básico.
O papel que vem sendo reconhecido pela investigação
contemporânea à importância do campo emocional na estruturação da personalidade, no contexto dos processos de aprendizagem, atesta indisfarçavelmente a relação de dependência em que estes processos de aprendizagem se encontram face às condições de equilíbrio emocional e de estabilidade sócio afectiva de quem aprende. A experiência artística como oportunidade de dar expressão às vivências pessoais e de as comunicar a quem, confiantemente, as pode reconhecer, constitui sem dúvida a melhor via para assegurar as aprendizagens globais. Nada mais eloquente a esse respeito que as palavras de A. Damásio e Hanna Damásio: “As artes constituem uma disciplina ímpar nos curricula educativos para a promoção das dimensões emocional, ética e moral do desenvolvimento humano” Damásio, A., & Damásio, H. (2006). Brain, Art and Education, UNESCO Conference on Art and Education. Lisbon.
Esta ideia foi claramente reforçada pelo então Diretor Geral da
UNESCO, Koïchiro Matsuura, quando afirmou na sessão de encerramento da referida «Conferência Mundial sobre Educação Artística: desenvolver as capacidades criativas para o século XXI», realizada em Lisboa em 2006: «num mundo confrontado com novos problemas à escala planetária, […] a criatividade, a imaginação e a capacidade de adaptação, competências que se desenvolvem através da Educação Artística, são tão importantes como as competências tecnológicas e científicas necessárias para a resolução desses problemas (Mbuyamba, 2006: https://ubibliorum.ubi.pt/bitstream/10400.6/1436/7/I.Doc2.%20Confer%C3%AAncia %20Mundial%20Sobre%20Educa%C3%A7%C3%A3o%20Art%C3%ADstica.pdf). Se das altas instâncias reivindicativas que proclamam a sua excelência educativa descermos ao plano quotidiano onde se processa a educação artística, a realidade mostra-no-la francamente fragilizada.
Como se passará da fragilidade curricular ao protagonismo
possível?
A questão é que esta fragilidade não se combaterá com medidas
burocráticas ou voluntaristas, por mais solenes que elas se apresentem, mas a partir de propostas de acção cientificamente enformadas e profissionalmente assumidas por onde possa reconhecer-se, em concreto, que à área da educação artística está reservada uma importantíssima missão de preservar as melhores condições de desenvolvimento da infância e da adolescência no mundo contemporâneo.
De facto, não se vê outra área como a da educação artística que
possa desenvolver e realizar hoje a pedagogia do ser no sentido de operar a síntese entre a pessoa (antes do aluno) e a escola, já que nela – a arte - é possível exprimirem-se orgânica e dinamicamente as dimensões essenciais do ser humano: o sentir, o pensar, o imaginar e o agir. Esta síntese de vida na escola precisará de ter sentido educativo, o que não pode ocorrer se a experiência pessoal das criança e dos jovens não for preservada na sua singularidade existencial não obstante a intensa socialização massificada a que estão sujeitas as suas vidas, hoje, na escola .
Aqui torna-se central a qualidade profissional dos professores, não
apenas técnica e científica, mas especialmente humana no sentido de promover a relação comunicacional capaz de exercer o reconhecimento mútuo entre o professor e o aluno. Os investigadores, sobretudo os de inspiração psicanalítica, assinalam no processo de formação e de aprendizagem a importância do estabelecimento de relações significativas entre professores e alunos de que resulte para estes, a criação de mundos ou figuras de referência com quem se identifiquem, de quem esperem reconhecimento e a quem reconheçam autoridade. Autoridade, sim e não poder. A autoridade, como é sabido, é uma construção intersubjectiva, em que a acção (pela palavra) do «autor» sobre o «agido» é reconhecida pelo «agido» como benéfica para ele próprio, na medida em que o ajuda a fazer aquilo que sozinho ainda não é capaz de fazer, mas fará mais cedo e melhor quando acompanhado. Esse é o princípio da identificação com alguém que está para além do professor, em quem se descobre a pessoa que se deseja ser e aí reside o primeiro passo para uma escola com sentido.
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