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MÃE SABE E NÃO SABE...

Mãe sabe...

Quando é hora do filho nascer,

momento em que dor e prazer se cruzam.

Mãe sabe discernir os choros:

Choro de fome choro de dor, choro de sono, choro de manha...

Mãe sabe...

Reconhecer ao longe o suspiro no berço:

Se está querendo acordar, se está sonhando,

ou se algo está incomodando.

Mãe sabe...

Quando o filho chega da escola e foi rejeitado,

quando deu o troco nos colegas que o chutaram no recreio,

quando o filho estuda ou não,

quando finge que estuda,

ou quando estuda empurrado...

Mãe sabe,

Das primeiras paqueras, quando o primeiro amor acontece...

Quando bilhetes secretos, não tão secretos assim,

são publicados em capas de caderno, bolsos de bermudas,


ou em caixas escondidas, lá no fundo do guarda roupa...

Mãe sabe,

Quando o filho está apaixonado,

quando arranja namorada para viver uma aventura,

ou quando a oferta é grande e massageia o ego...

E diz não saber, se quer, ou não quer, namorar.

Mãe sabe,

Que o vestibular e difícil,

que ela vai sofrer e orar

enquanto o filho faz a prova...

Mae só não sabe...

Que para ser uma boa mãe,

É necessário NÂO SER uma mãe perfeita!!!

Devemos aceita, permitir erros e fracassos.

Possibilitar aos filhos, sentir a dor da falta...

Infelizmente o remédio amargo da:

Decepção, da falta, do não,

é que fazem nossos rebentos crescerem ...

Assim como ossos doem para crescer o físico,


a falta, em equilíbrio é claro;

É que faz os filhos serem fortes emocionalmente...

Mãe não sabe...

Quando o filho não precisa mais de sua maternagem...

Que as manifestações de revolta, é um pedido:

-Deixe-me criar minha personalidade?

-Deixe-me ser, eu mesmo?

Mãe não sabe...

Quando é hora de parar...

De amarrar o sapato, de ajeitar o lanchinho

de fazer o chazinho e pentear o cabelo...

Não dar palpites nas escolhas dos filhos,

se o namorada for cor de rosa, azul ou vermelha...

A escolha é da cor que o filho desejou e escolheu!

Mãe não sabe,

Ver o filho com as escolhas erradas.

Ver o filho quebrar a cara...

Logo grita:

Por que você não me ouviu? Eu não te disse?


Acho que algumas mães,

Não sabem apenas acompanhar ao longe a corrida...

Até morrerem, não vão saber,

dizer adeus à infância e bem vindo à idade adolesca ou adulta.

Se a estrada escolhida partir-se,

se for trapaceado,

se for vencedor e subir ao pódio,

não importa...

A única coisa que podemos fazer é estar ao lado.

Porque agora nossos pupilos são sujeitos!!!

E não sujeitos a nós, mas sujeitos de escolhas!!!

Mãe deve saber,

Que o caminho escolhido por cada um dos filhos,

Não foi a SUA escolha,

Mas, as escolhas deles...

E não deve sofrer por isso...

A vida é a mãe mestra,

que ensina as melhores lições,


melhor do que uma multidão de mães juntas...

Mãe deve saber,

O velho provérbio: é apanhando que se aprende...

Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura...

E que doce missão é essa? Tão difícil de cumpri-la....

Enquanto a vida durar,

As mães terão a eterna preocupação:

Como você está meu filho?

Tímida

Tímida você nasceu, sem querer se revelar.

O tempo foi passando,

em menina faceira foi se transformando.

Observando a tudo e analisando o seu redor.

Guardando para si mesma o que é bom,


mas em segredo,

não ouvíamos sua voz.

Enquanto vai crescendo,

a confiança vai aumentando.

Então resolve nos abrilhantar,

revelando sua alma, tão nobre, tão doce,

tão meiga, que compreende tudo .

Aos poucos vemos sua confiança aumentando.

Logo te verei dançar e sorrir na vida,

como a bailarina que não tem medo de nada,

só quer subir no palco e apresentar o seu show.

Menina moça agora você é, delicada,

como botão de flor da lua

Sua presença é agradável,

daqui a pouco, uma flor maravilhosa!

PAI É IMPORTANTE

Pai Genitor, progenitor, gerador.

Seu papel é tão importante,

quanto ao da madre que nutre e carrega.


Paternidade biológica ou adotiva, não importa.

Sendo o filho fruto do coração!

Você fertiliza e ganha à corrida pela vida.

Invade e pronto,

Já começam os desdobramentos.

Você fica sem saber se comemora,

a alegre notícia ou se sente medo.

Não importa a sua reação,

o importante é que você já é !

Seu papel tem sido por muitos esquecidos,

mas você tem um valor sem igual.

Quando seu rebento nasce,

o segura como um pássaro desengonçado,

mas logo pega o jeito.

O pueril ao ouvir sua voz, já recebe um alento:

- Tenho um pai que se preocupa comigo,

que sente meu cheiro,

nesses braços posso descansar!

Preocupado com fraldas, mamadeiras, contas a pagar,

vai à luta para garantir sustento e auxílio.

Você vai à luta: preciso de aumento, agora sou pai!


O rebento vai crescendo,

que falta você faz quando chega tarde em casa.

Quem vai ensiná-lo a dar nós nos sapatos,

soltar pipa, driblar a bola, subir escadas,

dar laço no cabelo da boneca e segurá-lo no escorregador?

Quem vai ensiná-lo a escrever paralelepípedo,

esclarecer as dúvidas sobre os elementos da tabela química?

Mesmo que seu filho não dê muita importância,

para suas histórias hoje,

mais tarde vai repeti-las aos seus netos.

Alguém que o acompanhou,

segurou forte em suas mãos ao atravessar a rua,

Bateu palmas e vibrou quando conseguiu ficar de pé,

deu seus primeiros passos.

E no futuro seu filho ficará de pé para te aplaudir;

Valeram suas broncas, sua renúncia, seu amor!


GRUPO
Grupo

Estar em grupo, difícil tarefa.

Verbos de difícil conjugação: dividir, ceder, aceitar,

imprimir e ser imprimido.

Meus desejos, minhas vontades,

Teus desejos, tuas vontades.

Difícil...

Maravilhosa é a tarefa,

riqueza de universos,

cada um de um chão.

Vivemos no mesmo país,

estados e cidades,

Mas, a diversidade da vivência,

me assombra.

Temos algo em comum?

Sim! Mas, não somos comuns...

Se cada um expusesse um lema,


quantos olhares teriam?

Quantas opiniões diversas? Quantos

Esclarecimentos ou entroncamentos?

Só aqui vinte pares de olhares.

Somente seu olhar, já me conta,

um pouco de sua história.

Talvez meros julgamentos,

com a vivência, vamos aprendendo a “ler os olhares”.

Alguns olhares me chamam de bruxa:

-Como é que você sabe?

Respondo:

-Não sei, apenas senti!

Vale muito a pena,

desenvolver, trocar experiências,

com novos universos na universidade,

De mil pensamentos a cada minuto.

Como diz o slogan de comida rápida:

Amo muito tudo isso.

Amei muito tudo isso!


ENVELHECER

Despedida

Abaixa os olhos,

põe a mão no coração,

ainda bate forte, mas se lembra,

o tempo passou...

Coração pulsa mais lento

Passos vagarosos...

olhos profundos,

com serenidade,

Vira-se pata trás,

Comtempla a longa estrada,

procurando entender o mundo:

Mundo de hoje, tão mudado...


Um dia, a energia da bomba propulsora resolve parar...

A alma se despede, o gado no pasto percebe...

O vento para, as árvores silenciam...

Em reverência a alma que se vai...

Vidas tombadas...

mas, deixam sementes.

Rebentos viçosos hão de brotar,

para perpetuar o conhecimento, a experiência, o amor.

Amor que um dia o iludiu

e fê-lo pensar por um instante,

ser eterno, invencível!

Mas, basta um inspirar divino,

somos arrancados da mais nova ventura,

compreendemos que somos criaturas.

Criaturas que apesar da vaidade ,ainda não se deram conta:

De que fracos, pobres, dependentes, insignificantes são!

ENTARDECER

Envelhecer, tempo de serenidade...


Refletir... Alimentar a alma

das coisas boas vividas.

Lembrar das experiências sofridas sem dor.

Aprendizado a ser passado, ensinado,

e repassado para futuras gerações.

Experiência vale muito, se abrir o ouvido.

O inteligente sofre e aprende

com sua experiência,

mas sábio é, o que aprende com a experiência do outro!

Aproveite as oportunidades para perceber o apreendido.

Contemple rostos marcados pela vivência,

mãos entendidas, alma voluntária,

a nos ensinar a lição do viver.

Reflexões de um Cuidador

Cuidar de idosos, que árdua tarefa!

Para familiares pode ser um fardo.


Fardo pesado...

Porque agora os filhos cresceram,

bateram asas e voaram.

Sentem-se presos novamente:

-Não podemos sair, temos que cuidar,

dar remédio, dar sustento.

No caleidoscópio a estrada fica longa.

Comprida demais...

Muitas vezes cansados, damos o resto,

o resto do tempo, o resto do amor...

Desconectamo-nos,

de que estamos na mesma estrada,

apenas alguns anos atrás!

Caminharemos pelo mesmo chão, nos mesmos sinais...

Se hoje podemos ajudar a alguém levantar,

amanhã seremos nós que precisaremos de ajuda!

E de qual mão receberemos?

Não sabemos...Isto não cabe a nós!

Sabemos que o ser humano é algo extraordinário!


Tudo o que investimos nele em amor,

receberemos das mãos de alguém,

em consonância com nossos valores e atitudes.

Às vezes a vida nos faz sentirmos eternos!

Mas as beldades duram apenas,

Instantes…

Somos finitos, tudo acaba...

Não desprezes o final da etapa,

pois pode ser a fase mais rica.

Tirar aprendizado,

de mãos e corações que já provaram muitas coisas

Ouça com toda serenidade,

De quem sabe caminhos,

escorregões de cor e salteado:

-Não vale a pena meu filho, tudo é vaidade...

- Tudo passa, coisas boas, coisas ruins...

Só não passa a dor do desprezo


Do desamparo, do desapego.

Que em alguns momentos são manifestos em gemidos,

Expressos no corpo...

Mas o gemido mais profundo, fica lá no fundo da alma...

E quando chegar a minha e a sua vez?

De que mãos receberemos?

Não sabemos!

Sabemos apenas que é a lei da semeadura:

O que plantarmos colheremos!

A maior riqueza.

A maior riqueza não é ter um bom salário,

ser bem sucedido,

estar sempre em destaque!

Abraçar o mundo as pernas,

só pra não perder status.


A maior riqueza,

é quando uma face, te devolve um sorriso.

São os olhos ao nosso redor,

que nos olha com carinho.

É o silencio que diz mais que mil palavras.

A maior riqueza,

é o abraço apertado, de quem amamos,

é a risada após o sorvete derramado,

é nos alegrarmos ao ver uma criança brincar,

é poder comer até se fartar,

é não perder o gosto de admirar as coisas pequenas.

A maior riqueza,

é perceber a dança das folhas das árvores

e deixar -se levar pelas surpresas da vida.

é poder trocar o salto, por roupas e sapatos confortáveis.

é por o pé na grama e sentirmos ela nos fazendo cócegas.

A maior riqueza,
é sorrir e chorar com as aventuras dos filhos,

é ter consciência da nossa limitação,

é ter paciência de que o amanhã será melhor que hoje!

A maior riqueza

é na dificuldade achar forças ,

é passarmos pelas provas e espinhos propostos,

é apagar do coração, manchas e arranhões,

provocados por seres inseguros e medrosos, como nós,

que nos viram em certos momentos como ameaça.

De que adianta?

De que adianta?

Flores, se não paramos para cheirá-las.

Bosques, se nossos olhos não repousam sobre eles.

Frutos, se não os degustamos, nem sentimos seu sabor,

se não apreciamos seu cheiro, nas mais variadas formas

e texturas em que foram construídos.


De que adianta?

Braços fortes, se não são usados para auxiliar.

Dentes perfeitos se não os expomos em sorrisos.

Corpos perfeitos, mas que para nós, sempre imperfeitos,

transformamo-los em corpos plastificados,

sem expressão da nossa vida, da nossa história.

fazemos questão de aparentarmos, ser o que não somos.

De que adianta?

Mesas enormes, cadeiras colossais se não reunimos a família,

nem damos boas gargalhadas juntos.

Bolos, pães e pratos perfeitos se não agradecemos.

Jardins em cores e formas exuberantes se não deixamos tocar a nossa alma,

se não sentamos e não ouvimos os seus barulhos.

De que adianta?

Pássaros, se não paramos para ouvir suas asas

e a mensagem de seu canto.

Casas perfeitas se nelas,

não entram os raios do sol,

o cheiro do amor, o cheirod a paz.


De que adianta?

Mãos perfeitas se não queremos desgastá-las,

para criar, fazer o bem,

tocarmos as pessoas,

darmos um abraço,

apertarmos a mão de alguém dizendo:

-Eu estou aqui neste tempo,

nesta hora com você!

De que adianta?

Uma família, pai, mãe, irmãos, se não

tiramos tempo para fazer parte dela.

Amigos que nunca visitamos,

para compartilhar lágrimas e sorrisos.

De que adianta?

O tempo, se não o domamos

continuando sem tempo

para respirar profundo,

espreguiçar, deitar e rolar no chão.

De que adianta?
Estrelas no seu resplendor,

se nem olhamos para cima.

Não as contamos,

não vemos suas formas e suas cores.

Amanhece e o céu dá espetáculo,

e mais uma vez perdemos o show.

De que adianta?

Se não abrirmos as cortinas

da nossa alma, para receber todos os dias

todo o bem que a vida nos dá!

É de graça, não custa, nada mais, nada menos

do que mudar o olhar!

Espinheira do amor

Ao longe parece uma árvore qualquer, comum.

Ao se aproximar seus espinhos,

no caule e nos galhos nos intimidam:

-Não cheguem perto de mim, sou perigosa!

As estações passam, o seu grande amor chega:


O outono.

Não suporta a bancar sempre a durona,

é apaixonada por ele!


As durezas da casca, dos espinhos

desnudam-se em flores rosa,


que não devem às orquídeas.

Os bordões florescem,
e suas irmãs ipês fazem o mesmo.
Em toda a mata podemos ver

sua bandeira em muitas flores.

Sua mensagem é de pura defesa:


-Não sou tão perigosa assim,

tenho espinhos apenas porque tenho medo que me destruam,

mas por dentro, ah por dentro: muito amor e ternura rosa.

Um espetáculo ao longe...

quando todos os galhos,

já não cabem nenhuma florzinha começam a cair...

Seu perfume amadeirado e leve atrai os insetos,

começa o zum, zum, zum, da dança ao néctar.


Depois aparecem botõezinhos redondos
que crescem, crescem,
transformam-se em caixas de segredo,

Bem fechadas e lacradas.

Quando o outono chega ao fim,

para segurá-lo mais um pouco,

jogas seu charme e diz a ele para ficar.


Não resistindo,

não suportando,

guardar tanto segredo.


As caixinhas vão se abrindo,

soltando para o outono seus segredos devagarzinho,

como quem não quer se despedir.

segredos saem em pluminhas tão leves,

que o vento os leva a quilômetros e quilômetros de distância.

Flutuando vão girando e dançando à música do vento.


Levam consigo uma minúscula e redonda semente,
e quando repousa no solo, a paina a protege,

até a chuva chegar e a encharcar,

para logo seus rebentos na terra agarrar!

Beija-flores colhem pluminhas,

forram seus frágeis ninhos.

Periquitos comem seus frutos e flores.


Os mais velhos a usavam para a cura,

fazendo xarope de sua florada.

As avós faziam travesseiros,

macios com suas painas.

Os namorados descobriram

que ela guardava segredos.


Quase toda cidade pequena,

tinha uma na entrada ou na saída.

Em seus troncos,

nomes de seus amores gravados.

Desejando que fosse eterno...

que durasse tanto quanto,

a guardiã dos segredos dura.

Com o passar do tempo,

vai ganhando confiança,

e despede todos os espinhos.

Olha seu tronco já bem grosso...

Agora sabe que pode suportar os ventos,

chuvas e o mais perigoso calor provocado pelos homens.


Todo esse esforço para que o show continue
e outros podê-lo contemplar,
para guardar mais segredos dos próximos que virão.

Pôr do sol

Final de aula,
final de tarde,
final do dia.
O artista pegou gizes,
laranja, vermelho e amarelo.

Começou a fazer riscos no céu,


parece estar relaxando curtindo sua pintura!

Você já reparou?

Não existem pôr-do-sol iguais,

cada um é diferente.
De acordo com a época, as estações
e gazes flutuantes tons de azuis

e avermelhados soam diferentes.

Em todos os dias
final de tarde.
Ele dá um show,
muitos não param para assisti-lo,
alguns olham, suspiram, mas não admiram.

Alguns passam os olhos e dizem:


—Como é lindo!!! Que inspiração!
E a resposta ecoa:
—Isso é para você não desistir!
O que você fez ou deixou de fazer hoje,

não importa.
O importante é que haverá um novo amanhã,
daqui a pouco a luz radiará novamente,
e dará a oportunidade de um novo começo ou recomeço,
tens mais uma chance,

de corrigir sua rota e acertar.

Que Pena
Conheci-te tão tarde,

já ouvi falar seu nome nos bancos das escolas,

já o li em placas, em ruas, em bairros,

mas sem muitos detalhes.

Viajei para arejar o pensamento,

encontrei seus passos.

Que pena! Nunca apreciei tuas palavras.

Teus poemas agora, me soam tão doces,

tão iluminados.

Mas, nunca é tarde,

para ouvir o som melodioso da sua alma.

Em teu jardim,

vi seu olhar perdido,

a contemplar as curvas do rio.

Que agora corre triste com a sua despedida.

Chorou tanto que aumentou o seu leito,

e sem querer arrancou uma página da tua história

Suas águas abundantes e serenas

guardam teus segredos,

misturados com palavras de poeta sonhador,

que deu alimento à sua inspiração!


Que pena!

Crianças sobem na tua imagem,

e nem imaginam que alguém tão frágil,

tão sensível, com tantos sentimentos morou ali.

Elas olham , não compreendem,

o teu brincar descalço e inocente.

Imerso em um tempo

em que a infância era vivida,

mas não compreendida,.

E mesmo assim, registra saudades dos afagos dos teus.

Ao mesmo tempo gostosa inocência.

De apreciar a natureza ,

dela criar suas brincadeiras,

dar asas à imaginação.

Ouvir a sinfonia dos pássaros,

da roldana velha fazer um jogo,

apreciar frutas doces como mel.


Nossos filhos hoje, não sabem

o que é sentir o toque da terra nos pés,

a quentura da alma no ar,

o brotar, o desabrochar,

o amadurecer e o saborear.

Comemos tudo enlatado,

adocicado demais, confundimos as papilas

Não conseguimos mais sentir o gosto,

o gosto da vida.

Em sua breve passagem ,

teus sentidos aguçados,

deixou-nos este grande legado:

achar a sensibilidade de traze-la de volta.

O mangue feliz com sua passagem,

contornou seus galhos com laços em nós,

com suas raízes fez cortinas, franjas

que a brisa balança anunciando seu talento.

Mas, um vento frio passou e congelou.

Uma velha árvore que te conheceu tombou,

e se recusou a morrer,

porque ouviu teus poemas toda noite


e não quer se despedir.

Suas raízes fincaram ao chão,

soltou rebentos tímidos e apagados,

só pra te dizer, que mesmo depois de velha,

pode se reerguer, e que ainda resta uma seiva de vida

pra nos contar teus segredos cochichado aos seus ouvidos.

(Homenagem a Casemiro de Abreu)

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