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COMO REALIZAR TRATAMENTO DA

ESCOLIOSE ATRAVÉS DO MÉTODO


PILATES
Escrito Por Sandra Battello

A Escoliose é uma das patologias mais comuns em um Studio de


Pilates, e o número de alunos com os sintomas pode ser muito grande,
principalmente se ela for diagnosticada apenas na hora da avaliação.

Assim o Método Pilates é uma ótima opção para o Tratamento da


Escoliose.

Nesse artigo irei abordar todas as informações necessárias para enten-


der e tratar essa patologia que acomete muitas pessoas.

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DEFINIÇÃO DE ESCOLIOSE

A escoliose é um desvio lateral da coluna, acompanhada da rotação


dos pontos vertebrais e toda a vértebra. É um desvio tridimensional da
coluna vertebral, curvatura lateral no plano frontal, rotação no plano
horizontal e flexão no plano sagital, por isso deve ser realizado um
tratamento da escoliose.

Nas radiografias o desvio da coluna se observa em plano frontal e os


setores da coluna onde existe um desvio lateral da coluna vertebral
com rotação dos pontos vertebrais, e mudança estrutural das vértebras
que formam a curva e desvios dos pontos vertebrais.

A coluna sofre uma deformidade completo de dois componentes: uma


curva lateral e uma rotação vertebral. As apófises espinhosas rotam
para o lado da concavidade, agrupando entre si as costelas do lado
côncavo, podendo deslocar para a frente, enquanto os corpos
vertebrais rotam até o lado da convexidade, as costelas se deslocam
para trás, aumentando a prominência posterior à corcunda, provocando
uma deformação assimétrica do tórax.

Os espaços discais se contraem, os pontos vertebrais se pressionam, as


lacunas ficam enxutas do lado côncavo, os espaços discais se alargam,
as lacunas engrossam e alargam o lado convexo, e se deforma também
o canal vertebral.
A rotação vertebral curva o hemotórax, enquanto eleva o hemotórax
até o local que rota o ponto vertebral, desta maneira explicando a
corcunda nos pacientes necessitando assim o tratamento da escoliose.

TIPOS DE ESCOLIOSE: ESTRUTURAIS


OU FUNCIONAIS

Escoliose Estrutural
A escoliose estrutural está sempre acompanhada da rotação dos
pontos vertebrais, a curva não mostra mobilidade normal, é um
segmento vertebral que perdeu sua flexibilidade natural em
movimentos de inclinação lateral e flexão. Há uma afetação do tecido
ósseo, e nas radiografias se observa a forma de S da coluna vertebral.

A corcunda se mantém ou aumenta até o dorso converso do paciente,


ao realizar avaliação com a Manobra de Adams.

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Etiologia – Escoliose Estrutural
A escoliose estrutural pode ser:

o Congênita;

o Neuropática;

o Miopática;

o Idiopática: são de etiologia desconhecida e constituem 90% das


escolioses, são as mais frequentes e podem ter um fator genético, mas
frequente em mulheres saudáveis e púberes, se classifica em 3 grupos,
infantil (0 a 3 anos), juvenil (3 a 10 anos) e adolescente (depois dos 10
anos de idade) sendo esta última a mais frequente. Não apresenta sin-
tomas de dor.

O tratamento da escoliose consiste principalmente em prevenir o


avanço da deformidade. A escoliose estruturada é sempre progressiva
durante os anos de desenvolvimento ósseo, especialmente durante o
surto de crescimento da pré adolescência.

A deformidade se acentua ainda mais nos casos congênitos e neuroló-


gicos, onde a deformidade irá diminuir com a posição controlada.

Escoliose Funcional
A escoliose funcional são não estruturadas ou pseudoescoliose, o
desvio da coluna não acompanha a rotação dos pontos vertebrais, a
coluna é flexível ao realizar os movimentos de flexão e inclinação, a
curva da coluna tende a desaparecer ao realizar a Manobra de Adams.
Nas radiografias se observa a forma C.

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Etiologia – Escoliose Funcional
o Desigualdade ou dissimetria de membros inferiores;

o Atitudes viciosas do quadril;

o Sintomatologia dolorosa ou antálgica;

o Escoliose histérica;

o Atitude viciosa habitual.

TIPOS DE ESCOLIOSE: POR SUA


LOCALIZAÇÃO

Segundo o setor vertebral em que estão situados e o lado da convexi-


dade:

o Cervical;

o Cervicotorácica;

o Torácica;

o Thoracolumbar;
o Lombar;

o Lumbosacra.

99% são torácicas, thoracolumbar ou lombar.

ESCOLIOSE IDIOPÁTICA
Medição das Curvas Escolióticas

A curva Escoliótica tem os seguintes elementos:

o Curva Primária ou Principal


É a primeira a aparecer, a mais estruturada com vértebras mais rodadas
e acunhadas.

o Curva Secundária ou Compensatória


Se forma por cima ou por baixo da curva primária, tentando manter o
equilíbrio corporal.

o Ápice
Ponto da curva mais distante da linha média, sobre a vértebra apical.

o Vértebra ápice ou apical


Vértebra mais distante da linha média, é a mais rotada e acunhada.

o Vértebra limite
Vértebra no extremo superior ou cefálica e inferior, ou caudal da curva.

o Vértebra neutra
Por cima das vértebras limite.

A medição da curva escoliótica se realiza mais comumente com o


Método de LIPPMAN-COBB, com a finalidade de conhecer a
magnitude das curvas quando se inicia o estudo de um paciente,
controlar o progresso da evolução das mesmas, e avaliar os resultados
do tratamento da escoliose que foram realizados.
SINAL DE RISSER

O sinal de Risser determina o fechamento das cartilagens de


crescimento, mede o grau de ossificação e determina a idade
fisiológica.

Nas Escolioses Idiopáticas e mais ainda nas mulheres antes da


menarca, quanto mais precoce é o começo de uma escoliose, menor o
sinal de Risser e maior o ângulo de LIPPMAN-COBB, maiores
possibilidades tem de chegar a graus sérios.

As curvas menores de 20° – depois do fechamento da cartilagem,


aproximadamente aos 16 anos de idade – raramente evoluem. Uma
menina de 11 anos com um ângulo de 30°, tem 90% de risco de
evolução da deformidade.

As curvas podem aumentar seu tamanho enquanto a coluna vertebral


segue crescendo em altura, quando este crescimento se detém, marca
o fim da possibilidade de evolução de uma escoliose idiopática, esta
medição se efetua com o sinal de Risser, que se mede na crista ilíaca
desde a frente de EIAS até atrás de EIPS e vai desde Risser 0 à Risser 5.
TRATAMENTO DA ESCOLIOSE

O tratamento da escoliose idiopática leve, com valores angulares


inferiores aos 20°, flexível, deve ser controlar periodicamente a cada 6
meses para avaliar sua evolução e tratada com exercícios posturais e
alongamento.

Já o tratamento da escoliose entre 20° a 40°, com progressão da


curva e anos de crescimento passados, deve ser tratar com o corset de
Milwaukee, Boston, Charleston, mais exercício físico.

O corset deve ser utilizado enquanto a coluna está flexível até a


estabilização definitiva da mesma. Ele não é um endireitador de cur-
vas, ele apenas atua controlando o crescimento da coluna vertebral em
ordem do tratamento da escoliose.

No caso de uma escoliose maior do que 40°, ela deverá ser tratada
cirurgicamente com uma artrodese da coluna, imobilizando a coluna
vertebral, para impedir a progressão da curva.

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ANÁLISE POSTURAL E MANOBRA DE
ADAMS

A escoliose deve ser detectada quando precoce, tratando as curvas o


mais cedo possível, evitando que se enrijeçam, estruturadas ou acelere
sua progressão no tratamento da escoliose.

As curvas graves podem afetar a capacidade respiratória pela


deformidade do tórax facilitando infecções, asma e outros problemas
respiratórios; aumento da deformidade, alterações cardíacas, dor nos
adultos com o decorrer do tempo e por ação da força da gravidade e
degeneração, compressão nervosa, problemas digestivos como
esofagite.

As curvas lombares tendem a uma maior deformação, enquanto que as


torácicas tendem a uma menor deformação pelo segmento da coluna
com menor mobilidade.

Essa patologia, aparte da deformidade, é assintomática e devemos


realizar uma análise postural estática e dinâmica, avaliar com a linha
da coluna, avaliar com a manobra de ADAMS, avaliar a flexibilidade
e mobilidade da coluna vertebral, para assim realizar o tratamento da
escoliose.

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AVALIAÇÃO DA LINHA DE PRUMO
Avaliar com uma linha de prumo ou imaginária: buscar assimetrias
preferentemente nos ombros, escápulas, o triângulo da cintura, e a
pélvis.

o Vista de Frente: a linha de prumo atravessará o centro do crânio,


entrecenho, ponta do nariz, linha média do mento, pontos vertebrais
da coluna cervical, médio do esterno, umbigo, média sínfise publica, e
cai dentro da base de sustentação.

o Vista de Trás: a linha de prumo passará pelo centro da cabeça,


apófise espinhosa, linha glútea e dentro da base de sustentação.

o Vista Lateral: a linha de prumo ligeraimente posterior ao ápice da


sutura coronal, através do conduto auditivo externo, corpo de 4°/5°
vértebra cervical, médio do ombro por acromion, pontos das vértebras
lombares, trocânter maior, ligeiramente anterior ao joelho, 1cm em
frente ao maléolo externo.

MANOBRA DE ADAMS

Observar desde a parte de trás do aluno, a flexão da coluna vertebral,


detectar a deformação da coluna ou da corcunda, lado até onde o
ponto vertebral rota. O lado de convexidade será o que observaremos
na manobra, esse lado estará mais alongado e menos forte em relação
ao lado oposto.
Avaliação da Mobilidade da Coluna
Vertebral
Desde a vista lateral, observar durante a flexão da coluna zonas com
pouco mobilidade articular.

OBJETIVO DO TRABALHO COM


PILATES

Geralmente, os alunos que concordam em ir à um Studio de Pilates,


apresentam escolioses leves, idiopáticas ou funcionais. A principal
ferramenta para avaliar corretamente um aluno é a manobra de
ADAMS, além de uma análise postural, detectar o lado dominado do
corpo para alonga-lo e trabalha-lo no lado dominante para fortalece-lo.
Determinar se a escoliose é estrutural ou funcional.

Quando ela é estrutural, não existe um tratamento para a escoliose,


nós só podemos evitar o avanço da deformidade, já que há uma
alteração do tecido ósseo, dada pela rotação da vértebra no setor da
curva escoliotica. A melhoria na escoliose é muito pequena, já que está
afetando o tecido ósseo além do muscular.

Quando a escoliose é funcional, além de evitar o avanço da


deformidade, saberemos tratar de detectar à que ela obedece, por
exemplo: se é antálgica por uma dor de outra patologia, como uma
discopatia, então deveremos focar nessa patologia primeiro, para en-
tão avançar sobre a escoliose que irá diminuindo à medida que vamos
solucionando a patologia base que produziu a escoliose.
Nas escoliose funcional, que é flexível, não há alteração óssea, a
menos que esteja estruturada e a coluna tenha perdido sua
flexibilidade. O tratamento da escoliose deve buscar equilibrar as
tensões musculares de ambos os lados da escoliose com alongamento
axial. Detectar se existem compensações, retrações provocadas pela
fáscia do tecido conectivo.

Perguntar ao aluno quais são suas atividades da vida diária, tipo de


trabalho que realiza, analisando se se mantém em uma postura
determina e esta é a causa de uma atitude escoliotica. Pedir exames
prévios, certificados médicos.

O objetivo do trabalho com o Pilates em um tratamento da escoliose,


será evitar que continue a deformidade, diminuir a escoliose se é fun-
cional, dar mobilidade, flexibilidade, desrotacionar a coluna no sentido
corretor da escoliose, manter a posição de correção com fortalecimen-
to muscular e funcionalidade da coluna vertebral, transferindo o apren-
dido à vida cotidiana e laboral.

Trabalhar sobre:

o Estabilidade da cintura pélvica e cintura escapular. Trabalhar em


posição neutra.

o Mobilização e flexibilização da coluna vertebral nos 3 planos de


movimento. Buscar flexibilidade e mobilidade da coluna no sentido
corretor, abrindo as costelas do lado encurtado. Uma vez que se
alcançou mobilidade e flexibilidade, quando o aluno é consciente da
posição correta, se aplicam exercícios de fortalecimento na posição de
correção e alongamento axial.

o Fortalecer o centro do power house para criar um corset muscular


natural, e alongamento axial com ativação dos músculos paravertebrais.

o Trabalhar em forma tridimensional, nos 3 planos de movimento com


componente rotatório.

o Trabalhar sobre os músculos que estão encurtados e fortes no lado


da concavidade e os alongados e fracos (geralmente essa é a regra) no
lado da convexidade, buscando alongar o lado curto ou côncavo, onde
os músculos estão encurtados e fortalecer o lado largo ou convexo da
escoliose onde os músculos estão alongados. Deve procurar equilibrar
as tensões musculares de ambos os lados da escoliose, especialmente
com o alongamento axial que ativa os músculos paravertebrais.
Primeiro obter flexibilidade e propriocepção com o sentido corretor
da escoliose, logo trabalhar o fortalecimento. Utilizar contrações lentas
que se mantém, ou contrações isométricas assistidas com a respiração.

o Trabalhar com a respiração para aumentar a capacidade


respiratória, principalmente do lado encurtado buscando um efeito
corretor da coluna e da caixa torácica. Buscar desrotacionar a coluna,
flexibilizar músculos, fáscias e ligamentos por meio da respiração.

o Se a escoliose é em forma de S, se trabalha com a curva principal ou


a maior, logo a curva menor segue a maior.

o Se além da escoliose há cifose, fortalecer o centro abdominal,


espinhal e solo pélvico, irá corrigindo a cifose e trabalhar com
movimentos necessários para a escoliose.

o Se a escoliose está artrodesada, esse setor da coluna não tem


mobilidade, ou tem mobilidade escassa, mas as zonas adjacentes
superiores e inferiores são hiper móveis, podem apresentar dor, focar
nessas zonas.

o Assistir o aluno no alongamento do lado encurtado. Realizar inspira-


ções sustentando e aumentando o comprimento desse lado encurtado,
aplicar a técnica de streching resulta em muita efetividade.

o Trabalhar com consciência corporal, imagem corporal e propriocep-


ção, adotar e manter um alinhamento correto da postura não somente
durante as aulas de Pilates, sendo que deve ser transmitido às ativida-
des da vida diária melhorando sua funcionalidade.

o Utilizar as partes de um exercício determinado de Pilates, que vai à


direção correta do que se busca.

o Trabalhar e considerar o aluno como um todo, programar e


planificar o trabalho em forma integral, avaliar o aluno em diversas
posições tanto estáticas como dinâmicas, em posições de decúbito,
quadrupeda, rolados, sedestação, bipedestação, marcha, atividades
cotidianas e laborais.

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