Iridologia 3

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Iridologia

Íris

A íris é a área verde/cinza/marrom (castanha). As outras estruturas visíveis são


a pupila (círculo preto no centro) e a esclera (parte branca do olho) ao redor da
íris. A córnea está presente, mas não é possível vê-la na foto, por ser
transparente.

Em anatomia, a íris é a parte mais visível (e colorida) do olho de vertebrados, e


tem como sua função controlar os níveis de luz, assim como faz o diafragma de
uma câmera fotográfica.

Existe um orifício em seu centro, chamado de pupila, cuja função é controlar a


quantidade de luz que entra no olho. Em um ambiente com muita luz, ocorre
a miose (diminuição do diâmetro da pupila), ao passo que, com pouca luz,
ocorre a midríase (aumento do diâmetro da pupila).

Algumas pessoas (geralmente adultos maduros a partir dos 40 ou 50 anos)


apresentam uma descoloração em forma de um círculo acinzentado ou
esbranquiçado visível ao redor da íris denominada arco senil, que é causada
por depósitos de células de lipídios(gordura) nas camadas profundas
da córnea periférica sem ser contudo uma condição preocupante, já que é
apenas um sinal do envelhecimento natural do corpo na maior parte dos casos.
Entretanto, uma descoloração similar da íris dos olhos em adultos jovens, com
menos de 40 anos, denominada arco juvenil, é frequentemente associada com
altas taxas de colesterol no sangue, o que deve ser avaliado por um médico.

Pupila

Diagrama esquemático do olho humano.

Pupila (termo oriundo do latim, pupilla - menininha), ou Menina dos olhos, é a


parte do olho, como um orifício de diâmetro regulável, que está situada entre
a córnea e o cristalino, e no centro da íris, responsável pela passagem
da luz do meio exterior até os órgãos sensoriais da retina. Localiza-se na parte
média do olho, ou úvea e tem por função regular a quantidade de luz que
passa para a retina.

A pupila é um orifício que regula a entrada de luz. Por ser um orifício, não tem
cor, mas a sua aparência é preta, pois não há iluminação na parte interna dos
olhos.
A íris possui músculos que podem se contrair ou relaxar, diminuindo ou
aumentando o tamanho da pupila de acordo com a iluminação do ambiente.
Dessa forma, a íris regula automaticamente a intensidade de luz que entra no
olho.

Anatomia comparada

Possui formatos variáveis, conforme a espécie: é circular, no ser humano;


nos felinos assume formato elipsoidal, no sentido vertical; nas cabras tem
formato oval-retangular, em sentido horizontal.

Nos humanos e em muitos outros animais (inclusive alguns poucos peixes), o


tamanho da pupila é controlada pela constrição e dilatação involuntária da íris,
para controlar a intensidade da passagem de luz, por reflexo. No homem numa
claridade normal, a pupila tem um diâmetro de 3 a 5 milímetros; em grande
luminosidade o diâmetro chega a medir 1,5 mm.; no escuro, pode atingir o
diâmetro de 8 mm. O estreitamento da pupila resulta numa maior gama focal.

Reflexos da pupila humana, em resposta a estímulo luminoso.

O formato mais comum é o circular ou esféricos. Nas espécies aquáticas são


encontrados outros formatos, que variam de acordo com as características
ópticas da lente, forma e sensibilidade da retina e, ainda, com as exigências
visuais das espécies. Os formatos elipsoidais são encontrados nas espécies
que são ativas numa variação grande de níveis luminosos; quando há bastante
claridade, a pupila é semelhante a um pequeno traço, embora permita lançar
luz sobre grande parte da retina.

A orientação vertical da pupila dos felinos pode ser explicada pois este formato
permite uma maior percepção do deslocamento no plano horizontal de suas
presas; a orientação horizontal da pupila dos caprinos, por sua vez, parece
favorecer a percepção no ambiente montanhoso, essencialmente vertical. O
formato circular, por sua vez, amplia o campo da chamada visão periférica e o
poder de concentração num determinado foco.

Muitas cobras, como jibóias, pítons e outras, têm pupilas verticais, ovais, que
as ajudam a caçar suas presas sob uma gama extensa de claridade. Gatos e
raposas também possuem pupilas neste formato, ao passo em
que leões e lobos têm-nas redondas, embora sejam, respectivamente, das
mesmas famílias dos gatos e raposas. Algumas hipóteses para isso é que
alguns formatos de pupilas favorecem a perseguição de presas pequenas,
enquanto outras a caça de animais maiores.

Midríase

Uma pupila anormalmente dilatada.

Midríase é a dilatação da pupila em função da contração do músculo dilatador


da pupila. Seu contrário, ou seja, a contração da pupila, é conhecida
como miose.

A dilatação do diâmetro pupilar pode ser produzida por algumas drogas, como
por exemplo atropina. Pode ser um dos efeitos colaterais ao uso de remédios
para a síndrome do pânico. Também pode ser causada pelo uso de
substâncias como anticolinérgicos, cocaína, álcool, LSD e outras drogas.

A midríase pode estar relacionada a lesões cerebrais, como por exemplo


lesões do tronco encefálico. Em acidentes de trânsito, é um dos indicadores de
possíveis lesões cerebrais.
É comumente observada em bovinos a caminho do abate, devido à descarga
de adrenalina que os animais têm face à morte iminente.

Em situações que não envolvem risco de morte, a dilatação das pupilas é


popularmente conhecida como sinal de interesse amoroso.

Miose

Miose não deve ser confundida com meiose, que é o processo de divisão
celular envolvido na reprodução sexual, ou mitose, a divisão celular das células
somáticas do corpo.

Miose é um termo médico para a constrição (diminuição do diâmetro) da pupila.


É o oposto da midríase. É encontrada em diversas condições médicas, e
também pode ser causada por algumas drogas. Os colírios usados para
intencionalmente causar miose são chamados de mióticos.

Causas

Idade

Quanto maior a idade das pessoas, maior a probabilidade de sofrerem miose.

Doenças

Síndrome de Horner (um conjunto de anormalidades no suprimento nervoso da


face devido a lesões no sistema nervoso simpático).

Tumor de Pancoast (um tumor do ápice do pulmão), devido a lesões no trato


simpático ascendente que normalmente faria com que a pupila dilatasse.

Hemorragia na ponte (hemorragia intracraniana).


Drogas

Opióides como codeína, morfina, heroína e metadona

Antipsicóticos, incluindo haloperidol, thorazine, olanzapine, quetiapine e outros

Agentes colinérgicos, como os usados no tratamento da doença de


Alzheimer ou organofosforados, como o sarin.

Algumas drogas quimioterápicas do câncer

Mirtazapina

Trazadona

Álcool

Delta-9-tetrahidrocanabinol - THC - Maconha

Mióticos

Uma substância miótica causa a constrição da pupila. É o oposto de uma


substância midriática, que causa a dilatação da pupila

Arco senil

Arco senil, ou gerontoxo, é a presença de um anel opaco esbranquiçado na


região periférica da córnea (junção esclerocorneal), ao redor da íris.
Apresenta-se em aproximadamente 60% das pessoas acima de 60 anos e em
quase todos os indivíduos maiores de 80 anos. Porém, mais raramente, pode
aparecer em pessoas de qualquer idade, até em recém-nascidos. É resultado
de um depósito de células de gordura na região, e as causas podem ser
hereditariedade, hipercolesterolemia ou mesmo não ter nenhuma explicação
conhecida.

Vale ressaltar que essa alteração não afeta a visão nem a saúde do indivíduo,
diferentemente do arco juvenil, que é uma alteração ocular semelhante, mas
associada a colesterol em pessoas com menos de 40 anos.

Córnea

Diagrama esquemático do olho humano.

Córnea é a parte anterior transparente e protetora do olho dos vertebrados.


Fica localizada na região polar anterior do globo ocular. A córnea e
o cristalino têm a função de focar a luz através da pupila para a retina, como se
fosse uma lente fixa. São as lágrimas (secreção lacrimal) que mantêm a córnea
úmida e saudável.

Anatomia Macroscópica

Sua superfície anterior é elíptica, medindo aproximadamente 12,6 mm no


meridiano horizontal e, 11,7 mm no vertical. Com uma espessura média de
0,52 mm na região central e de 0,65 mm ou mais, na região periférica.
Ela não apresenta em sua superfície anterior uma curvatura uniforme. Sendo
assim, tem sua curvatura mais acentuada na região central e mais plana na
região periférica. Seu raio de curvatura médio está em torno de 7,8 mm na
superfície anterior da região central, e de 6,6 mm na superfície posterior.

A córnea possui um poder refracional de 42,00 Dioptrias.

Sua estrutura não é vascularizada e sua inervação é desprovida de bainha de


mielina, o que garante a sua total transparência.

Anatomia microscópica

A Córnea é constituída de seis camadas:

Epitélio corneano

Membrana de Bowman

Estroma

Camada de Dua

Membrana de Descemet

Endotélio

Epitélio

Representação esquemática da córnea.


O epitélio é a camada da córnea superficial e compõe-se de quatro a seis
outras camadas de células do tipo epitélio escamoso estratificado e não
é queratinizado. Sua espessura é de 10% aproximadamente e é provida de alta
capacidade de regeneração.

São colunares as células em suas camadas mais profundas, com


atividade mitogênica. Enquanto as células mais superficiais (tidas como mais
antigas) começam a descamar, outras células novas vão naturalmente
tomando a forma estratificada descrita anteriormente.

Para que ocorra a renovação da célula na superfície são necessários sete dias
- período necessário para a ocorrência da mitose.

O epitélio apresenta-se com uma superfície lisa e brilhante, o que lhe assegura
o seu poder de refração. Seu funcionamento é uma espécie de bloqueio contra
perda de líquidos e, consequentemente, evita a penetração de microrganismos.

As células basais em suas bordas apresentam extensões digitais, são unidas


entre si pela "zonula adherens" e "gap junctions". As células basais são planas
em sua face posterior e está aderem-se à lâmina basal através de
hemidesmossomas.

Membrana de Bowman

Esta membrana é formada de células do epitélio basal, da lâmina basal, e de


fibras do Estroma anterior, a sua espessura é de 8mm a 12mm e sua formação
é por fibras de colágeno e proteoglicanas, ela não tem o poder de se regenerar
uma vez lesada. Seu diâmetro é de aproximadamente dois terços das fibras de
colágeno do Estroma. Sua função baseia-se em manter a integridade e a
organização epitelial e manter o Epitélio separado do Estroma.

Membrana de Descemet

Sabe-se que a sua formação acontece aos quatro meses de gestação e sua
camada anterior se completa próximo ao nascimento.

A Membrana de Descemet é facilmente regenerada, devido a sua formação a


partir do Endotélio, ela reveste toda a superfície do Estroma que é composta
por uma camada anterior perto ao Estroma e uma camada posterior perto ao
Endotélio.
Esta mesma membrana tem uma espessura que se apresenta ao longo da
vida, portanto não tendo significado relevante e permanece em torno de 3 mm
em sua camada anterior, e de 2mm para 10mm na camada posterior que neste
caso pode variar com o passar dos anos.

Endotélio

Medindo aproximadamente 4mm a 6mm em sua altura e 20mm em seu


comprimento, as células são hexagonais e se dispõem de maneira
extraordinária, pela disposição e pelo padrão dessas células é chamado de
mosaico endotelial por sua semelhança.

Quando ocorre perda de células endoteliais, aquelas células que sobraram


deslocam-se na direção da área lesionada para preencher aquele espaço,
aumentando seu tamanho (polimegatismo) e também alterando sua forma
(pleomorfismo). Todo esse mecanismo é responsável pelo reparo do endotélio,
leva-se em conta o fato de que a mitose nas células endoteliais adultas é lenta
e escassa.

Observa-se em cultura com soro fetal em humanos a evidência de mitose


celular endotelial. Para se manter o estado de transparência e deturgescência
da córnea torna-se necessária e essencial a integridade funcional do endotélio
corneano.

É imprescindível enfatizar que o endotélio é de suma importância para manter


a transparência e organização das camadas da córnea, com isso evita-se
um edema corneano.

Com a exata transferência de sódio e potássio o endotélio leva a água a uma


velocidade de 6,5ml/cm/hora. Sabe-se que o oxigênio é proveniente do humor
aquoso e que o suprimento de glicose provém também do humor aquoso e
com isso esse mecanismo de transferência é facilitado.

Com o nascimento o volume endotelial varia de 3500 a 4000 células por


milímetro quadrado.

No indivíduo adulto esse volume varia de 1400 a 2500 células por milímetro
quadrado. Sendo assim o mínimo que se espera para que o endotélio possa
manter a sua função é na ordem de 400 a 700 células por milímetro quadrado.
Sem esse mínimo é impossível manter sua função e a partir disso começa a
ocorrer edema e, consequentemente, perda da visão.
Transplantes

Se a córnea for afectada por alguma doença que provoque, por exemplo, a sua
opacidade, é possível realizar um transplante de córnea a partir de tecidos
pertencentes à córnea de doadores mortos. Como ela é desprovida de vasos
sanguíneos, a ocorrência de rejeição é pequena.

Miopia

Alterações no olho causadas pela miopia

Miopia é uma condição do olho caracterizada por má visão à distância. Isto


ocorre devido a um defeito de convergência dos raios luminosos, o que faz com
que a imagem de objetos distantes se forme à frente da retina, em vez de na
própria retina. Isto leva a que os objetos distantes sejam vistos desfocados,
enquanto que os objetos próximos parecem normais. Entre outros possíveis
sintomas como dores de cabeça e astenopia. A miopia grave aumenta o risco
de descolamento de retina, cataratas e glaucoma.

A miopia é um tipo de erro refrativo. Acredita-se que a causa subjacente seja


uma combinação de fatores genéticos e/ou ambientais. Os fatores de risco
incluem trabalho que envolva objetos próximos, maior permanência em recintos
fechados e antecedentes familiares. A miopia está também associada a
classes socio-económicas mais elevadas. O mecanismo subjacente envolve
um comprimento excessivo do globo ocular ou, de forma menos comum,
um cristalino demasiado potente. O diagnóstico é feito através de exame
ocular.

Existem alguns indícios de que a miopia pode ser prevenida incentivando as


crianças mais novas a passar mais tempo no exterior. Isto pode estar
relacionado com a exposição à luz natural. A miopia pode ser corrigida com o
uso de óculos, lentes de contacto ou cirurgia. Os óculos são o método mais
simples e seguro de correção. Embora as lentes de contacto permitam ter um
campo visual maior, estão associadas a um risco acrescido de infeções.
A cirurgia refrativa altera de forma permanente o formato da córnea.

A miopia é a doença de visão mais comum, estimando-se que afete cerca de


1,5 milhões de pessoas, ou 22% da população mundial. A prevalência varia
significativamente entre as diversas regiões do mundo. Entre adultos, varia
entre 15 e 49 %. A prevalência é idêntica entre homens e mulheres. Entre
crianças, varia entre 1,2 % nas zonas rurais do Nepal e 37 % em algumas das
maiores cidades chinesas. Desde 1950 que a prevalência tem vindo a
aumentar. A miopia que não é corrigida é uma das principais causas de perda
de visão em todo o mundo, a par das cataratas, degeneração
macular e deficiência de vitamina A.

Sinais e sintomas

Um dos sintomas que podemos considerar como um dos primeiros de um olho


míope é a dificuldade da visão em planos distantes do indivíduo, estando a
visão de perto até ao certo normal.

No entanto, é evidente que se uma pessoa é míope de muitas dioptrias (ou


graus), para ver bem de perto, teria que aproximar-se muito, o que é um fator
muito cansativo e incômodo.

Os sintomas que mais são relatados e que com frequência anuncia o


aparecimento de miopia é a visão turva dos objetos distantes e a dificuldade de
leitura em objetos que estão relativamente longe.

É frequente que nos primeiros estágios do problema, o indivíduo não se dê


conta do inicio do problema na visão, já que a miopia tem dificuldade de ser
percebida quando está em dioptria (grau) baixa. Por este motivo, há que
comprovar-se, junto da visão turva, existe o pestanejar constante, o forçar para
ler de longe, dores de cabeça ou tensão ocular.

Causas
Pesquisas recentes em humanos e animais revelam que prolongados períodos
de leitura em que é necessário focar os olhos a uma curta distância e a falta de
luz solar podem causar miopia. A miopia está normalmente associada à
genética.

Vários estudos recentes sugerem que o tempo que se passa ao ar livre é um


factor determinante na incidência da miopia. Duas a três horas ao ar livre
seriam suficientes para prevenir a miopia. Num outro estudo Jan Roelof Polling
da University of Applied Sciences Utrecht revela: "Descobrimos que as criancas
que brincam menos de 45 minutos ao ar livre por dia e as que passam mais de
2 horas por dia com atividades proximas dos olhos ou no computador têm os
olhos mais alongados".Também há evidencias de que a exposição aos raios
solares estimula a produção de dopamina que inibe o alongamento da esfera
ocular. As pessoas com histórico familiar de miopia têm mais probabilidade de
desenvolvê-la. A maioria dos casos de olhos com miopia é saudável, mas um
pequeno número de pessoas com miopia grave desenvolve uma forma de
degeneração da retina.

A causa de uma miopia também pode ser congênita, esta apresenta


características especiais. Existem três formas para explicar sua origem: A
Miopia congênita devida à combinação do diâmetro ântero-posterior longo e de
alto poder refrativo (usualmente do cristalino). Quando a esclera é forte,
normalmente esse tipo de miopia não progride: o alongamento do globo é
compensado pela redução do poder refrativo do cristalino. A Miopia congênita
decorrente de esclera fraca e em constante distensão: progride rapidamente e
o prognóstico é pobre. A miopia congênita associada a anomalias de
desenvolvimento do globo ocular. Este tipo de miopia é frequentemente
complicado por outros tipos de defeitos, como colobomas, sub-luxação do
cristalino, atrofia do nervo óptico, etc.

Descrição e Classificação

Diversos sistemas de classificação foram propostos para miopia. Temos, por


exemplo, a classificação pelo aspecto clínico: miopia simples, miopia noturna,
pseudomiopia, miopia degenerativa e miopia induzida (adquirida). Outros
sistemas classificam a miopia por grau (isto é, baixa, moderada ou alta) ou pela
idade de início (isto é, congênita, juvenil, início na idade adulta, final da idade
adulta).

Aspecto Clínico

Miopia simples
O estado de refração do olho com miopia simples depende da potência óptica
da córnea e do cristalino, e o comprimento axial. Nos olhos emétropes, o
comprimento axial e a potência óptica são inversamente correlacionados. Um
olho com potência óptica maior que a média pode ser emétrope se for
suficientemente menor que a média, como pode um olho com potência óptica
inferior à média, se for suficientemente maior que a média.

Um olho com miopia simples é um olho normal que é muito longo para a sua
potência óptica ou, menos comumente, muito opticamente poderoso para seu
comprimento axial. A miopia simples, muito mais comum que os outros tipos de
miopia, apresenta, geralmente, grau menor que 6 dioptrias (D); em muitos
pacientes o grau é inferior a 4 ou 5 D. Quando o grau de miopia é desigual nos
dois olhos, a condição é chamada miopia anisometrópica ; quando um olho é
emétrope e o outro é míope, a condição é conhecida como anisometropia
míope simples. Embora não seja incomum que o grau de miopia seja diferente
entre os dois olhos, a anisometropia pode não se tornar clinicamente
significativa até que a diferença entre os dois olhos atinja cerca de 1 D.

Miopia Noturna

Ocorrendo somente em iluminação fraca, a miopia noturna ou da noite é


ocasionada principalmente ao aumento da resposta adaptativa associada a
baixos níveis de luz. Como não há contraste suficiente para um estímulo
acomodativo adequado, o olho assume a posição acomodativa do foco escuro
intermediário em vez de focalizar para o infinito.

Pseudomiopia

A pseudomiopia é o resultado de um aumento no poder de refração ocular


devido à superestimulação do mecanismo acomodativo do olho ou espasmo
ciliar. A condição é assim chamada porque o paciente parece ter apenas
miopia devido a esta resposta inadequada do mecanismo acomodativo.

Miopia Degenerativa

Um alto grau de miopia associado a alterações degenerativas no segmento


posterior do olho é conhecido como miopia degenerativa ou patológica. As
alterações degenerativas podem resultar em uma função visual anormal, como
a diminuição da acuidade visual ou alterações no campo de visão. Sequelas
como descolamento de retina e glaucoma são relativamente comuns.

Miopia Induzida

A miopia induzida ou adquirida é o resultado da exposição a vários agentes


farmacêuticos, variação nos níveis de açúcar no sangue, esclerose nuclear do
cristalino ou outras condições anômalas. Essa miopia é frequentemente
temporária e reversível.

Tratamento

Os óculos são o método mais comum de correção da miopia.

O tratamento tem por objetivo restaurar a nitidez da visão binocular à distância.


A abordagem de tratamento mais comum é a correção ótica com uso
de óculos ou lentes de contacto. Os tratamentos destinados a atrasar a
progressão da miopia são denominados "controlo da miopia".:21–26

Vale ressaltar que a correção da miopia por meio de cirurgia é possível quando
o portador possui mais de vinte anos e seu quadro está estabilizado. Cabe ao
médico oftalmologista, após uma observação atenta dos resultados dos
exames do portador dessa deficiência ocular, decidir qual o tratamento para
miopia é o mais indicado. Ou seja, existem diferentes formas para corrigir a
miopia, sendo necessário considerar as particularidades de cada caso.

A cirurgia refrativa pode ser usada para corrigir a miopia e consiste no


remodelamento da curvatura da sua córnea. Seus métodos se consistem na
Cirurgia LASIK, Cirurgia LASEK, Cirurgia PRK e no implante de lente intra-
ocular. É importante notar que todas as cirurgias têm algum grau de risco e
possíveis complicações desses procedimentos incluem infecção, cicatrizes na
córnea, visão turva, perda de visão e aberrações visuais, como ver círculos ao
redor das luzes à noite. Discuta os riscos potenciais com o médico.

Medicação

O uso de medicamentos tópicos em crianças com menos de dezoito anos de


idade pode retardar o agravamento da miopia, sendo estes denominados anti-
muscarínicos. Logo, esses tratamentos incluem o gel de pirenzepina, o colírio
de ciclopentolato e o colírio de atropina que são comumente usados para
tratamentos de distúrbios oculares. Entretanto, esses medicamentos não se
mostraram muito eficazes no retardo da progressão dessa condição ocular, em
que os efeitos incluem sensibilidade à luz e o quase desfoque.

Correção ótica

As lentes de correção, como os óculos ou lentes de contacto, diminuem a


potência ótica do olho, fazendo com que a imagem se foque na retina. Como
são lentes côncavas, apresentam potência negativa, sendo o oposto de
uma lupa de aumento. A potência de uma lente é expressa em dioptrias,
o inverso da sua distância focal em metros. Quanto mais negativo é o número
de dioptrias, maior é a gravidade da miopia. Em pessoas com bastante miopia,
são necessárias lentes de maior potência. No entanto, quanto maior for a
potência, mais os objetos afastados do centro sofrem movimento prismático e
separação de cores, um fenómeno denominado aberração cromática. No
entanto, este fenómeno não se verifica em lentes de contacto.

Cirurgia refrativa

A cirurgia refrativa compreende os procedimentos cirúrgicos que têm por


finalidade diminuir e, se possível, eliminar os erros de refração (miopia,
hipermetropia e astigmatismo). Há que se acrescentar a essa finalidade,
corretiva, a de preservar a qualidade da visão.Atualmente, a principal
modalidade de cirurgia refrativa é a corneana, por meio do excimer laser, seja
na superfície (PRK) ou lamelar (LASIK). Observa-se a atual fase da cirurgia a
laser personalizada, em que a correção baseia-se nas informações fornecidas
pela aberrometria, adequando a aplicação do laser às características
particulares do olho de cada paciente. Com isso, procura-se aprimorar a
qualidade óptica do resultado da cirurgia. Outra importante modalidade de
cirurgia refrativa merece destaque: os implantes refrativos intraoculares. De um
lado, os implantes fácicos, que podem ser de fixação angular, de fixação iriana
e de câmara posterior. De outro, os implantes afácicos, em que se realiza a
extração do cristalino transparente, com finalidade refrativa. Os procedimentos
intraoculares podem ser reversíveis e, se não modificarem a superfície da
córnea, melhoram a qualidade da visão. No entanto, apresentam os riscos
inerentes a um procedimento intraocular e, ainda, são passíveis de
questionamentos éticos. A cirurgia refrativa, ainda que levando-se em
consideração as importantes aquisições dos últimos anos, tem muitos desafios
a superar. No entanto, a cirurgia refrativa não é recomendada a pacientes
abaixo dos 20 anos de idade e de pacientes que não estejam com o grau
estabilizado durante um período de 2 anos. Considerando-se a rapidez e a
intensidade das inovações recentes na área, são esperados grandes
desenvolvimentos para um futuro não muito distante.

PRK / LASEK

Este método consiste na ablação do tecido da córnea a partir da superfície da


córnea através de um laser. A quantidade de ablação corresponde à
quantidade da miopia. É um procedimento relativamente seguro até 6 dioptrias
de miopia, embora provoque dor pós-operatória.

LASIK

Este método consiste no corte de uma lamela da córnea, que é depois


levantada de modo a permitir ao laser aceder ao tecido da córnea exposto.
Posteriormente, o laser procede à ablação do tecido de acordo com a correção
que for necessária. Quando a lamela volta a cobrir a córnea, a alteração da
curvatura gerada pela ablação do laser passa para a superfície da córnea. Tem
a vantagem de ser indolor e ter um tempo de recuperação bastante curto. No
entanto, existe a potencialidade de complicações na lamela e potencial perda
de estabilidade da córnea.

Terapias alternativas

Existem várias terapias alternativas, incluindo exercícios para o olho e técnicas


de relaxamento do olho. No entanto, um estudo de revisão de 2005 concluiu
não haver evidências científicas claras de que os exercícios para os olhos
sejam eficazes no tratamento de miopia. Nas décadas de 1980 e 1990 houve
interesse no biofeedback como possível tratamento para a miopia. Um estudo
de revisão de 1997 concluiu que os estudos controlados para validar este
método tinham sido raros e contraditórios.

A diferença entre as pessoas míopes e hipermetrope já foi notada por


Aristóteles. A primeira pessoa que utilizou o termo miopia foi o médico greco-
romano Galeno. Johannes Kepler em seu Clarification of
Ophthalmic Dioptrics (1604) demonstrou pela primeira vez que a miopia era
devida à luz incidente focalizada na frente da retina. Kepler, por sua vez,
mostrou que a miopia pode ser corrigida por lentes côncavas. E em 1632,
Vopiscus Fortunatus Plempius examinou o olho míope e confirmou que a
miopia deriva também do alongamento do diâmetro ocular.

Hipermetropia

Hipermetropia sem (em cima) e com correção por lente (em baixo)

Hipermetropia ou hiperopia é uma condição do olho em que a luz é focada na


parte posterior da retina, ao invés da própria retina. Isto faz com que a pessoa
veja desfocados os objetos a curta distância, enquanto os objetos distantes são
vistos normalmente. À medida que a condição se agrava, é possível que se
comece a ver os objetos desfocados a qualquer distância. Entre outros
sintomas comuns estão dores de cabeça e astenopia. Algumas pessoas podem
também manifestar disfunção de acomodação, disfunção
binocular, ambliopia e estrabismo. É um tipo de erro refrativo.

A hipermetropia é causada por uma imperfeição dos olhos. Geralmente ocorre


quando o globo ocular é muito curto, ou então quando existem um defeito na
forma do cristalino ou da córnea. Entre os fatores de risco estão antecedentes
familiares da doença, diabetes, alguns medicamentos e tumores nas
proximidades do olho. O diagnóstico tem por base um exame ocular.

O tratamento consiste na utilização de óculos ou lentes de contacto ou na


correção cirúrgica. Embora os óculos sejam o método de correção mais
simples, as lentes de contacto oferecem um maior campo de visão. A correção
cirúrgica consiste na alteração da forma da córnea.

A hipermetropia afeta inicialmente as crianças mais novas, com taxas de


prevalência de 8% aos seis anos de idade e de 1% aos 15 anos de idade.
Depois volta a ser comum a partir dos 40 anos de idade, afetando cerca de
metade das pessoas.

Daltonismo

Daltonismo, também conhecido como discromatopsia ou discromopsia, é uma


perturbação da percepção visual caracterizada pela incapacidade de
diferenciar todas ou algumas cores, manifestando-se muitas vezes pela
dificuldade em distinguir o verde do vermelho. Esta perturbação tem
normalmente origem genética, mas pode também resultar de lesão nos olhos,
ou de lesão de origem neurológica. O daltonismo pode dificultar o aprendizado
e a execução de atividades rotineiras, como comprar frutas, escolher roupas e
diferenciar as luzes dos semáforos. Tais problemas, no entanto, são
considerados menores pela literatura médica devido à capacidade de
adaptação da maioria dos daltônicos. Indivíduos portadores de cegueira das
cores também podem ter acuidade visual reduzida. O distúrbio, que era
conhecido desde o século XVIII, recebeu esse nome em homenagem
ao químico John Dalton, que foi o primeiro cientista a estudar a anomalia da
qual ele mesmo era portador.

A causa mais comum do daltonismo é a falha no desenvolvimento de um ou


mais dos três conjuntos de cones que reconhecem cores. Uma vez que esse
problema está geneticamente ligado ao cromossomo X, ele ocorre com maior
frequência entre os homens, que possuem apenas um desses cromossomos.
Como as mulheres têm dois cromossomos X, existe a possibilidade da
anomalia em um deles ser compensada pelo outro, o que explica a baixa
incidência desse distúrbio no sexo feminino. O daltonismo também pode
ocorrer por dano físico ou químico ao olho, ao nervo óptico ou partes do
cérebro. O diagnóstico é geralmente confirmado pelo teste de cores de
Ishihara, mas existem outros métodos também utilizados para este fim.

Indivíduos com problemas na percepção das cores vermelha e verde são o tipo
mais comum de daltônicos, seguidos por aqueles com problemas na percepção
das cores azul e amarelo e pelos portadores de cegueira das cores. Estima-se
que 8% dos homens e 0,5% das mulheres com ascendência na Europa
Setentrional integram o primeiro grupo. A capacidade de distinguir cores
também diminui na velhice. O daltonismo pode ser motivo de impedimento para
determinados postos de trabalho (como maquinistas, motoristas, pilotos e
membros das forças armadas) em alguns países. A influência dessa anomalia
sobre a habilidade artística, no entanto, é controversa.

Não há cura para o daltonismo. O diagnóstico precoce pode permitir a


aplicação de métodos educacionais específicos para proporcionar à criança
uma melhor adaptação à capacidade diminuída de reconhecimento de cor. O
uso de lentes especiais auxilia os portadores de dicromacia a perceber com
maior precisão as cores vermelha e verde. Estas lentes, entretanto, só podem
ser usadas ao ar livre sob condições de luz intensa. Atualmente
existem aplicativos para smartphones desenvolvidos especialmente para
auxiliar indivíduos daltônicos a identificar cores.

A retina humana possui três tipos de células sensíveis à cor, chamadas cones.
Cada um deles é sensível a uma determinada faixa de comprimentos de
onda do espectro luminoso, mais precisamente ao picos situados a
419 nm (azul-violeta), 531 nm (verde) e 559 nm (verde-amarelo).

A classificação dos cones em "vermelho", "verde" e "azul" (RGB) é uma


simplificação usada por comodidade para tipificar as três frequências alvos,
embora não corresponda à sensibilidade real dos fotorreceptores dos cones.
Todos os tons existentes derivam da combinação dessas três cores primárias.

As tonalidades visíveis dependem do modo como cada tipo de cone é


estimulado. A luz azul, por exemplo, é captada pelos cones de "alta
frequência". No caso dos daltônicos, algumas dessas células não estão
presentes em número suficiente ou registam uma anomalia no pigmento
característico dos fotorreceptores no interior dos cones.

Tipos de daltonismo

Não existem níveis de daltonismo, apenas tipos. Podemos considerar que


existem três grupos de
discromatopsias: monocromacias, dicromacias e tricromacias anómalas.

Monocromacia ocorre quando há apenas percepção de luminosidade na visão


dos animais. São as células bastonetes as responsáveis por esta percepção,
que permite variações diferentes da cor cinza. Normalmente, os monocromatas
apresentam a chamada "visão em preto e branco".

O monocromata típico é caracterizado pelo monocromatismo de bastonetes,


que corresponde a uma discriminação de cores nulas pela falta de cones.
Ocorre na população humana com uma incidência de 0,003% nos homens e de
0,002% nas mulheres. Essa característica é encontrada em muitos animais,
como aqueles de hábitos noturnos, peixes abissais, cachorros e pinguins.

O monocromata atípico possui um monocromatismo de cones, assim a não


discriminação de cores é devido a falta de sinais oponentes por ter apenas um
tipo de cone. É muito raro na população humana. É encontrado em alguns
animais de formosa, como em alguns ratos e no quivi, ave neozelandesa, que
enxergam tons no espectro da luz verde.

A dicromacia, que resulta da ausência de um tipo específico de cones, pode


apresentar-se sob a forma de:

protanopia, em que há ausência na retina de cones "vermelhos" ou de


"comprimento de onda longo", resultando na impossibilidade de discriminar
cores no segmento verde-amarelo-vermelho do espectro. O seu ponto neutro
encontra-se nos 492 nm. Há igualmente menor sensibilidade à luz na parte do
espectro acima do laranja.

deuteranopia, em que há ausência de cones "verdes" ou de comprimento de


onda intermédio, resultando, igualmente, na impossibilidade de discriminar
cores no segmento verde-amarelo-vermelho do espectro.Trata-se uma das
formas de daltonismo mais raras(cerca de 1% da população masculina), e
corresponde àquela que afectou John Dalton (o diagnóstico foi confirmado em
1995, através do exame do Ácido desoxirribonucleico do seu globo ocular). O
seu ponto neutro encontra-se nos 492 nm.

tritanopia, em que há ausência de cones "azuis" ou de comprimento de onda


curta, resultando na impossibilidade de ver cores na faixa azul-amarelo.

A tricromacia anómala resulta de uma mutação no pigmento dos


fotorreceptores dos cones retinianos, e manifesta-se em três anomalias
distintas:

protanomalia, presença de uma mutação do pigmento sensível às frequências


mais baixas ("cones vermelhos"). Resulta numa menor sensibilidade ao
vermelho e num escurecimento das cores perto das frequências mais longas
(que pode levar à confusão entre vermelho e preto). Atinge cerca de 1% da
população masculina.

deuteranomalia, presença de uma mutação do pigmento sensível às


frequências intermédias ("cones verdes"). Resulta numa maior dificuldade em
discriminar o verde. É responsável por cerca de metade dos casos de
daltonismo.

tritanomalia, presença de uma mutação do pigmento sensível às frequências


maiores ("cones azuis"). Forma mais rara, que impossibilita a discriminação de
cores na faixa do azul-amarelo. O gene afectado situa-se no cromossoma 7 ao
contrário das outras tricromacias anómalas, em que a mutação genética atinge
o cromossoma X.

Um tipo raro de daltonismo é aquele em que há uma "cegueira" completa para


as cores: o mundo é visto a preto e branco e em tons de cinza. Nesse caso,
estamos perante aquilo a que se dá o nome de visão acromática.

Genética

A mutação genética que provoca o daltonismo pode ter perdurado em


decorrência de fornecerem vantagens aos daltônicos ao longo da história
evolutiva. Essa vantagem advém, sobretudo, do fato de os portadores desses
genes possuírem uma melhor capacidade de visão noturna, bem como maior
capacidade de reconhecerem elementos semiocultos, como animais ou
pessoas disfarçadas pela sua camuflagem de fato sim.

Como o daltonismo é provocado por genes recessivos localizados


no cromossomo X (sem alelos no Y), o problema ocorre muito mais
frequentemente nos homens que nas mulheres. Estima-se que 8% da
população masculina seja portadora do distúrbio, embora apenas 1 % das
mulheres sejam atingidas.

No caso de um indivíduo do sexo masculino, como não aparece o alelo D,


bastará um simples gene recessivo para que ele manifeste daltonismo, o que
não acontece com o sexo feminino pois, para manifestar a doença, uma mulher
necessita dos dois genes recessivos dd.

Se a mãe não for daltónica nem portadora (DD) e o pai possuir visão normal
(D), nenhum dos descendentes será daltónico nem portador.

Se a mãe possuir visão normal (DD) e o pai for daltónico (d), nenhum dos
descendentes será daltônico, porém as filhas serão portadoras do gene (Dd).

Se a mãe for portadora do gene (Dd) e o pai possuir visão normal (D), há a
probabilidade de 50% dos filhos serem daltônicos e 50% das filhas serem
portadoras do gene.
Se a mãe for portadora do gene (Dd) e o pai for daltónico (d), 50% dos filhos e
das filhas serão daltônicos.

Se a mãe for daltónica (dd) e o pai possuir visão normal (D), todos os filhos
serão daltónicos (d) e todas as filhas serão portadoras (Dd).

Se a mãe for daltônica (dd) e o pai também (d) 100% dos filhos e filhas também
serão daltônicos.

Diagnóstico

Figura do teste de Ishihara, método utilizado para diagnosticar o daltonismo.


Pessoas portadoras de alguns tipos de daltonismo não verão o número 8.

Existem três métodos para se diagnosticar a presença do daltonismo e


determinar em que grau ele está afetando a percepção das cores de uma
pessoa:

anomaloscópio de Nagel - consiste em um aparelho onde o indivíduo que vai


ser examinado tem seu campo de visão dividido em duas partes. Uma delas é
iluminada por uma luz monocromática amarela, enquanto a outra é iluminada
por uma diversas luzes monocromáticas verdes e vermelhas. O examinado
deve tentar igualar os dois campos, alterando a razão entre a intensidade das
luzes vermelha e verde, e modificando a intensidade da luz amarela;

lãs de Holmgreen - consiste na avaliação da capacidade de separar


determinados fios de lã em diversas cores;

teste de cores de Ishihara - consiste na exibição de uma série de cartões


pontilhados em várias tonalidades diferentes. Esse é o método mais
frequentemente utilizado para se diagnosticar a presença do daltonismo,
sobretudo nas deficiências envolvendo a percepção das cores vermelho e
verde. Uma figura (normalmente uma letra ou algarismo) é desenhada em um
cartão contendo um grande número de pontos com tonalidades que variam
ligeiramente entre si, de modo que possa ser perfeitamente identificada por
uma pessoa com visão normal. Porém um daltônico terá dificuldades em
visualizá-la.

Como o teste de Ishihara não pode ser utilizado por crianças ainda não
alfabetizadas, desenvolveu-se um método secundário onde os cartões, em vez
de números e letras, contêm desenhos de figuras geométricas,
como quadrados, círculos e triângulos, que podem facilmente ser identificados
por crianças em idade pré-escolar.
Tratamento

Atualmente não existe nenhum tipo de tratamento conhecido para esse


distúrbio. Há, porém, uma empresa americana fabricando lentes que
permitiriam a distinção de cores pelos daltônicos. Elas seriam seletivas quanto
à passagem de luz, bloqueando o necessário para corrigir defeitos da visão. Os
tais óculos devem custar cerca de US$ 700. Mas alguns estudiosos ainda
encaram a iniciativa com reservas alegando que não há estudos científicos que
reconhecidamente indiquem o método.

Porém, um daltônico pode viver de modo perfeitamente normal, desde que


tenha conhecimento das limitações de sua visão. O portador do problema
pode, por exemplo, observar a posição das cores de um semáforo, de modo a
saber qual a cor indicada pela lâmpada.

Como na idade escolar surgem as primeiras dificuldades com cores, sobretudo


em desenhos e mapas, os pais e professores devem estar atentos ao
problema, evitando constranger e traumatizar a criança. Pode ser frustrante
para uma criança ter a certeza de que está vendo algo em determinada cor,
enquanto todos os colegas e a professora afirmam que ela está errada.

Em 2009 pesquisadores da Universidade de Washington e da Universidade da


Flórida conseguiram restabelecer o processo de visão de macacos da
espécie Saimiri sciureusatravés de tratamento genético.

Epidemiologia

O daltonismo afeta um grande número de indivíduos, sendo a protanopia e a


deuteranopia os tipos mais comuns. Os indivíduos com ascendência norte-
europeia, assim como 8% dos homens e 0,4% das mulheres sofrem de
deficiência congênita de cor.

O número afetado varia entre os grupos. Comunidades isoladas com um pool


genético restrito às vezes produzem altas proporções de daltonismo, incluindo
os menos usuais. Exemplos incluem a parte rural da Finlândia, Hungria e
algumas das ilhas escocesas. Nos Estados Unidos, cerca de 7% da população
masculina - aproximadamente 10,5 milhões de homens - e 0,4% da população
feminina não conseguem distinguir o vermelho do verde, ou ver vermelho e
verde diferentemente de como os outros veem (Instituto Médico Howard
Hughes, 2006).
Mais de 95% de todas as variações na visão humana em cores envolvem os
receptores vermelho e verde nos olhos masculinos. É muito raro que homens
ou mulheres sejam "cegos" no extremo azul do espectro.

Adaptações

Para um daltônico, navegar em websites coloridos da Internet pode ser uma


experiência não muito agradável. Alguns textos podem estar ilegíveis, ou
mesmo a leitura dos gráficos pode ser impossibilitada devido ao esquema de
cores utilizado. Para possibilitar a leitura destes textos e gráficos foi
desenvolvido por Daniel Ruoso, um desenvolvedor daltônico, o
libcolorblind que é um software que faz transformações nas cores no sentido
de permitir que cores dúbias sejam colocadas em posições diferentes
do espectro de cor, de forma a tornarem-se diferenciáveis por um daltônico. O
programa de acessibilidade do Gnome, gnome-mag, tem suporte a esse
software e fornece uma maneira intuitiva de ativar e desativar os filtros.

Algumas cidades já possuem semáforos adaptados para os portadores de


daltonismo (quer condutores/quer pedestres), que apresentam uma faixa
branca ao lado da luz amarela, possibilitando ao daltônico distinguir qual a cor
do sinal aceso pela posição da luz (acima ou abaixo da faixa).

Lápis de cores podem ter o nome de cada cor gravada em seu corpo de modo
a facilitar sua identificação.

Direito dos portadores de daltonismo

A justiça brasileira reconheceu que os portadores de daltonismo são sujeitos


dos direitos que a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as
Formas de Discriminação contra Pessoas Portadoras de Deficiência estabelece
e que cursos de educação complementar públicos ou privados devem
promover adaptações em materiais didáticos para possibilitar o acesso dos
daltónicos a informação

Teoria das cores

Cor é como o cérebro (dos seres vivos animais) interpreta os sinais eletro
nervosos vindos do olho, resultantes da reemissão da luz vinda de um objeto
que foi emitida por uma fonte luminosa por meio de ondas eletromagnéticas; e
que corresponde à parte do espectro eletromagnético que é visível (380 a
700 nanômetros - 4,3x10^14 Hz a 7,5x10^14 Hz). A Cor não é um fenômeno
físico. Um mesmo comprimento de onda pode ser percebido diferentemente
por diferentes pessoas (ou outros seres vivos animais), ou seja, cor é um
fenômeno fisiológico, de caráter subjetivo e individual.

Espectro visível

Os comprimentos de ondas visíveis se encontram aproximadamente entre os


380 e 750 nanômetros ou frequências ( 4,3x10^14 Hz a 7,5x10^14 Hz). Ondas
mais curtas (ou com maiores frequências) abrigam o ultravioleta, os raios-X e
os raios gama. Ondas mais longas (com menores frequências) contêm
o infravermelho, o calor, as micro-ondas e as ondas de rádio e televisão. O
aumento de intensidade pode tornar perceptíveis ondas até então invisíveis,
tornando os limites do espectro visível algo elástico.

Espectro da luz visível

O olho humano é um mecanismo complexo desenvolvido para a percepção de


luz e cor. É composto basicamente por uma lente e uma superfície
fotossensível dentro de uma câmera, que pode grosseiramente ser comparada
a uma máquina fotográfica. A córnea e a lente ocular formam uma lente
composta cuja função é focar os estímulos luminosos. A íris (parte externa
colorida) comanda a abertura e o fechamento da pupila da mesma maneira que
um diafragma. O interior da íris e da coroide é coberto por um pigmento preto
que evita que a luz refletida se espalhe pelo interior dos olhos.

O interior do olho é coberto pela retina, uma superfície não maior que uma
moeda de um real e da espessura de uma folha de papel. Neste ponto do
processo da visão, o olho deixa de se assemelhar a uma máquina fotográfica e
passa a agir mais como um scanner. A retina é composta por milhões de
células altamente especializadas que captam e processam a informação visual
a ser interpretada pelo cérebro. A fóvea, no centro visual do olho, é rica
em cones, um dos dois tipos de células fotorreceptoras. O outro tipo,
o bastonete, se espalha pelo resto da retina. Os cones, segundo a teoria
tricromática (teoria de Young-Helmholtz), são responsáveis pela captação da
informação luminosa vinda da luz do dia, das cores e do contraste.
Os bastonetes são adaptados à luz noturna e à penumbra.
As cores percebidas pelo olho humano dividem-se em três tipos e respondem
preferencialmente a comprimentos de ondas diferentes de luz. Temos cones
sensíveis aos vermelhos e laranjas, aos verdes e amarelos e aos azuis e
violetas. Aos primeiros se dá o nome de R (red/vermelho), aos
segundos G (green/verde) e aos últimos B (blue/azul).

A estrutura celular da retina (à direita, 1 cone e 9 bastonetes; ao centro, 2


células bipolares; à esquerda, 3 axónios de células ganglionares que
pertencem ao nervo óptico).

Os cones são distribuídos de forma desequilibrada sobre a retina. 94% são do


tipo R (vermelhos e laranjas) e G (verdes e amarelos), enquanto apenas 6%
são do tipo B (azuis e violetas). Esta aparente distorção é um equilíbrio
inicialmente supremo, que regrediu com o tempo.

Sistemas de Cores

Os sistemas de cores são tentativas de organizar informações sobre a


percepção cromática humana. Pode-se tipificá-los como sistemas de Síntese
Aditiva, onde a cor é percebida diretamente a partir da fonte luminosa; ou de
Síntese Subtrativa nos quais a cor é percebida a partir do reflexo da luz sobre
uma superfície.

Sistemas Pictóricos

Também conhecidos por sistemas de Síntese Subtrativa, os principais são os


que tentam determinar as cores primárias para impressão gráfica ou para as
belas artes. Cores primárias seriam um número mínimo de pigmentos a partir
dos quais se poderiam obter as demais cores.

O sistema clássico é o utilizado em belas artes, que utiliza como cores


primárias o vermelho, azul e amarelo (conhecido também por sua sigla em
inglês RYB). Na pintura acadêmica clássica teoricamente as demais cores
poderiam ser obtidas através destes pigmentos.

Atualmente as artes gráficas utilizam o sistema CMYK (Ciano, Magenta,


Amarelo e Preto). O sistema é baseado nas cores primárias propostas por
Goethe (púrpura, azul-celeste, amarelo), convertidas em CMY (ciano, magenta
e amarelo), e que foi padronizado pela DIN com a adição do preto (K) para
destacar as sombras, sendo o branco do papel responsável pela ilusão
impressa da luz.

A Pantone possui o mais conceituado sistema para cores exatas e também


possui um sistema baseado em seis cores primárias, chamado de Pantone
Hexachrome.

Um método bastante utilizado para organizar as cores são a chamadas rodas


de cores. Podem representar qualquer sistema de cor. A mais famosa delas é
a Roda de Oswaldbaseada no sistema RBY utilizado nas belas artes. O
sistema de Chevreul propõe uma esfera onde as matizes e tons estão
representadas no equador e um eixo vertical indica o brilho e saturação. Outro
exemplo é o sistema esférico de Otto Runge.

Sistemas de Luz

Também chamados de sistemas de Síntese Aditiva, os sistemas aditivos são


utilizados principalmente em luminotécnica e em equipamentos de cinefoto e
eletrônicos. O mais utilizado é o sistema RGB (vermelho, verde e azul). Pode-
se destacar também os sistemas HSB (matiz, saturação e brilho), HLS e Lab.

Psicologia e Fisiologia da Cor

Uma vez de se tratar não de uma propriedade do objeto, mas de um elemento


perceptivo, a cor tem uma série de implicações na Psicologia. Dessa Forma, a
percepção da cor pode causar uma série de sensações, de acordo com cada
cultura, que costuma ser muito explorada pela publicidade. A cultura ocidental
faz associar, por exemplo, o verde a esperança, o vermelho à fome, o púrpura
ao luxo e o roxo ao luto.

A Gestalt (psicologia da forma) também se preocupou com a percepção das


cores.

Constância da Cor

O fenômeno da constância da cor faz com que as superfícies pareçam manter


aproximadamente a mesma cor sob diferentes iluminações. O sistema nervoso
aparentemente extrai aquilo que é invariante sob as mudanças de iluminação.
Embora a radiação luminosa mude, nossa mente mantém os padrões sob a luz
branca, agrupa-os e classifica-os como se fossem sempre os mesmos.

Simbologia das cores

Há a crença de que as cores teriam diferentes efeitos psicológicos sobre as


pessoas, embora isso seja extremamente duvidável conforme a comunidade
científica. Os supostos efeitos seriam:

Vermelho é paixão, entusiasmo, encontro entre pessoas. Estimula ações


agressivas;

Amarelo é concentração, disciplina, comunicação, ativa o intelecto. Está


associado a positividade e a boa sorte;

Laranja é equilíbrio, generosidade, entusiasmo, alegria. Além de ser atraente e


aconchegante;

Verde é esperança, abundancia, cura. Estimula momentos de paz e equilíbrio.


É a cor da revelação, também representa a ganância.

Azul é purificação, expulsa energias negativas. Favorece a amabilidade, a


paciência a serenidade. Estimula a busca da verdade interior;

Lilás é a cor que tem mais influencia em emoções e humores. Também está
ligada a intuição e a espiritualidade;

Branco é purificador e transformador. Representa a perfeição e o amor divino.


Estimula a imaginação e a humildade. Produz a sensação de limpeza e
claridade, além de frieza e esterilidade;

Preto, pode ser representado como uma capa de aço, onde aquilo que está
dentro não sai e aquilo que está fora não entra.

Rosa Pode ser representado pela humildade e amizade

Teoria da Cor

Aristóteles

A mais antiga teoria sobre cores que se tem notícia é de autoria do


filósofo grego Aristóteles. Aristóteles concluiu que as cores eram uma
propriedade dos objetos. Assim como peso, material, textura, eles tinham
cores. E, pautado pela mágica dos números, disse que eram em número de
seis, o vermelho, o verde, azul, amarelo, preto e branco .

Idade média

O estudo de cores sempre foi influenciado por aspectos psicológicos e


culturais. O poeta medieval Plínio certa vez teorizou que as três cores básicas
seriam o vermelho vivo, o ametista e uma outra que chamou de conchífera.
O amarelo foi excluído desta lista por estar associado a mulheres, pois era
usado no véu nupcial.

Renascença

Na renascença a natureza das cores foi estudada pelos artistas.

Leon Battista Albert

Leon Battista Alberti, um discípulo de Brunelleschi, diria que seriam quatro as


mais importantes, o vermelho, verde, azul e o cinza- as cores em número de
quatro estão relacionadas aos quatro elementos (Fogo-vermelho; Ar-Azul;
Água-verde; Terra-Cinza (como escreve em sua obra "De Pictura") . Essa visão
reflete os seus gostos na tela. Alberti é contemporâneo de Leonardo da Vinci, e
teve influencia sobre ele.

Leonardo da Vinci

Leonardo da Vinci reuniu anotações em meio do século XV para dois livros


distintos e seus escritos foram posteriormente reunidos em um só livro
intitulado Tratado da pintura e da paisagem. Ele se oporia a Aristóteles ao
afirmar que a cor não era uma propriedade dos objetos, mas da luz. Havia uma
concordância ao afirmar que todas as outras cores poderiam se formar a partir
do vermelho, verde, azul e amarelo. Afirma ainda que o branco e o preto não
são cores mas extremos da luz. Da Vinci foi o primeiro a observar que a
sombra pode ser colorida, pesquisar a visão estereoscópica e mesmo tentou
construir um fotômetro.

Isaac Newton

Newton acreditava na teoria corpuscular da luz tendo grandes desavenças com


Huygens que acreditava na teoria ondulatória. Posteriormente, provou-se que a
teoria de Newton não explicava satisfatoriamente o fenômeno da cor. Mas sua
teoria foi mais aceita devido ao seu grande reconhecimento pela gravitação.
Apesar disso, Newton fez importantes experimentos sobre a decomposição da
luz com prismas e acreditou que as cores eram devidas ao tamanho da
partícula de luz.

O físico, inglês, Isaac Newton (1642-1727) realizou vários experimentos ao


longo dos anos e revolucionou a luz. Em 1665, na feira de Woolsthorpe,
comprou um prisma de vidro e realizou um experimento em seu quarto,
observando como um raio de sol e um furo na veneziana se decompunha ao
atravessar o prisma, sua atenção foi atraída pelas cores do espectro, onde a
luz que emergia do prisma se decompunha nas sete cores do espectro, em
raios sucessivos: vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul, anil e o violeta.
Desta maneira ele produziu seu pequeno arco-íris artificial.

Imagem ilustrativa da decomposição da luz ao atravessar um prisma.

Newton fez a publicação de sua teoria sobre as cores em uma publicação da


Royal Society chamada Philosophical Transactions of the Royal Society of
London. Cito:

"Para cumprir minha promessa anterior, devo sem mais cerimônias adicionais
informar-lhe que no começo do ano de 1666 (época que me dedicava a polir
vidros óptico de formas diferente da esférica), obtive um prisma de vidro
retangular para tentar observar com ele o celebre fenômeno das cores. Para
este fim, tendo escurecido meu quarto e feito um pequeno buraco na minha
janela para deixar passar uma quantidade conveniente de luz do Sol, coloquei
o meu prisma em uma entrada para que ela [a luz] pudesse ser assim refratada
para a parede oposta. Isso era inicialmente um divertimento muito prazeroso:
ver todas as cores vividas e intensamente assim produzidas, mas depois de um
tempo dedicando-me a considerá-las mais seriamente, fiquei surpreso por vê-
las..."

Em seguida, Newton repetiu a experiência com dois prismas, e comprovou que


a é possível decompor e recompor a luz branca. Rocha (2002, p. 220) destaca
em seu livro Philosophical Transactions (1672), que:

"Cores não são qualificações da luz derivadas de refração ou reflexões dos


corpos naturais (como é geralmente acreditado), mas propriedades originais e
inatas que são diferentes nos diversos raios. Alguns raios são dispositivos a
exibir uma cor vermelha e nenhuma outra; alguns uma amarela e nenhuma
outra, alguns uma verde e nenhuma outra e assim por diante. Nem há apenas
raios próprios e particulares para as cores mais importantes, mas mesmo para
todas as cores intermediárias."
Rocha (2002, p. 221) diz que o espectro não mostra cores nitidamente
limitadas. Newton também teve a ideia de estabelecer relações entre elas e os
sons da escala musical, dividindo as infinitas cores do espectro em sete grupos
de cores: (todos os graus de) vermelho, laranja, amarelo, verde, azul anil e
violeta. Ainda hoje, é comum a divisão do espectro em sete cores é arbitraria. A
distinção entre azul e anil é forçada desse número sete. Como não temos um
critério preciso para definir determinada cor, é desnecessária a preocupação
com o número e a denominação das cores do arco-íris. Depois, através de um
dispositivo dividindo em sete cores, cada uma dos quais pintando com uma das
cores do espectro, que ao girar rapidamente, as cores se superpõem sobre a
retina do olho do observador, dando a sensação do branco, conhecido como o
Disco de Newton. No mesmo artigo Newton escreve:

"...a observação experimental do fenômeno inverso ao da dispersão das cores


do espectro pelo prisma: Mas a composição surpreendente e maravilhosa foi
aquela da brancura. Não há nenhum tipo de raio que sozinho possa exibi-la.
Ela é sempre composta... Frequentemente tenho observado que fazendo
convergir todas as cores do prisma e sendo desse modo novamente
misturadas como estavam na luz inteiramente e perfeitamente branca..."

Notamos que a luz se propaga em forma de variações transversais e


atravessam com menor ou maior facilidade, todas as substancias chamadas
transparentes. Para Neto (1980), luz é a designação que recebe a radiação
eletromagnética que ao penetrar no olho humano, acarreta uma sensação de
claridade sendo ela responsável pelo transporte de todas as informações
visuais que recebemos. Explica Rocha (2002, p. 221) que para Newton a luz é
composta por corpos luminosos, que chega até aos olhos do observador e
produz a sensação de luminosidade, como a emissão, por parte de pequenas
partículas e diz:

"Disso, portanto vem que a brancura é a cor usual da luz, pois a luz é um
agregado confuso de raios dotados de todos os tipos de cores, como elas [as
cores] são promiscuamente lançadas dos corpos luminosos."

Com essa teoria chamada Teoria corpuscular da escuridão, ele inventou o


telescópio refletor – que causa aberrações cromáticas, emprega um espelho
côncavo, que reflete a luz. Certamente já vimos isso acontecer: por um pedaço
de vidro, um aquário ou algo de gênero que produz faixas coloridas, como um
CD qualquer, verá os reflexos produzidos que variam uma gama de cores
vivas. As gotas de chuva tem o mesmo efeito, na fronteira do ar com a água, a
luz é refratada e os diferentes comprimentos de onde que formam a luz do Sol
são inclinados em diferentes ângulos, como no prisma de Newton, no interior
das gotas passam, as cores desdobram, ate atingirem a parede côncava do
outro lado e assim são refletidas de volta e para baixo, saindo da gota de
chuva. Sendo assim, pode-se concluir que cada cor tem um índice de refração
(desvio quando passa de um meio para outro) diferente.

Le Blon

Ainda no século XVIII, um impressor chamado Le Blon testou diversos


pigmentos até chegar aos três básicos para impressão: o vermelho, o amarelo
e o azul.

Goethe

Roda criada por Goethe em 1810

No século XIX o poeta Goethe se apaixonou pela questão da cor e passou 40


anos tentando terminar o que considerava sua obra máxima: um tratado sobre
as cores que poria abaixo a teoria de Newton.

A principal objeção de Goethe a Newton era de que a luz branca não podia ser
constituída por cores, cada uma delas mais escura que o branco. Assim ele
defendia a ideia das cores serem resultado da interação da luz com a "não luz"
ou a escuridão.

Por exemplo, o experimento da luz decomposta em cores ao passar por


um prisma foi explicado por ele como um efeito do meio translúcido (o vidro)
enfraquecendo a luz branca. O amarelo seria a impressão produzida no olho
pela luz branca vinda em nossa direção através de um meio translúcido. O sol
e a lua parecem amarelados por sua luz passar pela atmosfera até chegar a
nós. Já o azul seria o resultado da fuga da luz de nós até a escuridão. O céu é
azul porque a luz refletida na terra volta em direção ao espaço negro através
da atmosfera. Da mesma forma o mar, onde a luz penetra alguns metros em
direção ao fundo escuro. Ou as montanhas ao longe que parecem azuladas. O
verde seria a neutralização do azul e do amarelo. Como no mar raso ou numa
piscina, onde a luz refletida no fundo vem em nossa direção (amarelo) ao
mesmo tempo que vai do sol em direção ao fundo (azul). A intensificação do
azul, ou seja a luz muito enfraquecida ao ir em direção à escuridão torna-se
violeta, do mesmo modo que o amarelo intensificado, como o sol nascente,
mais fraco, e tendo que passar por um percurso maior de atmosfera até nosso
olho fica avermelhado.

A interpretação do arco-íris é assim modificada. Os dois extremos tendem ao


vermelho, que representa o enfraquecimento máximo da luz.

E ele realmente descobriu aspectos que Newton ignorara sobre


a fisiologia e psicologia da cor. Observou a retenção das cores na retina, a
tendência do olho humano em ver nas bordas de uma cor complementar, notou
que objetos brancos sempre parecem maiores do que os objetos com ausência
de luz (preto).

Também reinterpretou as cores, pigmentos de Le Blon, renomeando-os


púrpura, amarelo e azul claro, se aproximando com muita precisão das atuais
tintas magenta, amarelo e ciano utilizadas em impressão industrial.

Porém as observações de Goethe em nada feriram a teoria de Newton, parte


devido ao enorme prestígio do físico inglês, e parte porque suas explicações
para os fenômenos eram muitas vezes insatisfatórias e ele não propunha
nenhum método científico para provar suas teses. Sua publicação "A teoria das
cores" caiu em descrédito na comunidade científica, não despertou interesse
entre os artistas e era deveras complexo para leigos.

Suas observações foram resgatadas no início do século XX pelos estudiosos


da gestalt e sobre pintores modernos como Paul Klee e Kandinsky.

Atualmente, o estudo da teoria das cores nas universidades se divide em três


matérias com as mesmas características que Goethe propunha para cores: a
cor física (óptica física), a cor fisiológica (óptica fisiológica) e a cor química
(óptica fisico-química).

O conteúdo é basicamente a teoria de Newton acrescida de observações


modernas sobre ondas. Os estudos de Goethe ainda podem ser encontrados
em livros de psicologia, arte e mesmo livros infanto-juvenis que
apresentam ilusões de óptica.

Astigmatismo

Astigmatismo é um tipo de erro refrativo em que o olho não consegue focar a


luz na retina de forma uniforme. Isto faz com que a pessoa veja de forma
distorcida ou desfocada a qualquer distância. Entre outros possíveis sintomas
estão a fadiga ocular, dores de cabeça e dificuldade em conduzir veículos
durante a noite. Quando o astigmatismo surge na infância pode
causar ambliopia.

Quando a córnea ou a lente não é uniforme e curva, os raios de luz não são
refratados corretamente, e a imagem não fica igualmente focada. Isso faz com
que a visão pareça borrada, dando origem ao astigmatismo. No astigmatismo,
a córnea ou o cristalino tem uma curva mais acentuada para uma direção do
que para outra. O astigmatismo corneano ocorre quando a córnea tem uma
forma distorcida. Já o astigmatismo lenticular ocorre quando o cristalino é
distorcido. O astigmatismo pode ocorrer em combinação com outros erros
refrativos, como a Miopia e a Hipermetropia. E pode estar presente desde o
nascimento, ou pode se desenvolver após uma lesão ocular, doença ou
cirurgia. Ele não é causado ou agravado pela leitura com pouca luz, sentar
muito perto da televisão ou estrabismo. Uma causa importante de astigmatismo
é coçar o olho, prática muito comum em clima seco e alta concentração de
poeira no ar. Há também outra causa relacionada à idade, que com o passar
do tempo a pressão das pálpebras superiores exercem sobre a córnea.

O diagnóstico é feito com um exame ocular, que mapeia a superfície da córnea


a fim de encontrar alguma curvatura na córnea. Existem três opções de
tratamento: óculos, lentes de contacto e cirurgia ocular. Os óculos são o
tratamento mais simples, embora as lentes de contacto ofereçam maior campo
visual. A cirurgia refrativa altera de forma permanente a forma do olho.

Na Europa e na Ásia o astigmatismo afeta entre 30 e 60% dos adultos. A


condição afeta pessoas de todas as idades. A condição foi descrita pela
primeira vez por Thomas Young em 1801.

O astigmatismo, seja regular ou irregular, é causado por alguma combinação


de propriedades ópticas externas (superfície da córnea) e internas (superfície
corneana posterior, lente humana, fluidos, retina e olho-cérebro). Em algumas
pessoas, a óptica externa pode ter maior influência e, em outras pessoas, a
óptica interna pode predominar. É importante ressaltar que os eixos e as
magnitudes do astigmatismo externo e interno não coincidem necessariamente,
mas é a combinação dos dois que, por definição, determina a óptica geral do
olho. A óptica geral do olho é tipicamente expressa pela refração de uma
pessoa; a contribuição do astigmatismo externo (córnea anterior) é medida
através do uso de técnicas como queratometria e topografia corneana. Um
método analisa vetores para planejamento de cirurgia refrativa, de tal forma
que a cirurgia é distribuída de forma ideal entre os componentes refrativos e
topográficos.

Um número de testes é usado durante exames oftalmológicos para determinar


a presença de astigmatismo e quantificar sua quantidade e eixo. Um gráfico
de Snellen ou outros gráficos oculares podem inicialmente revelar uma redução
da acuidade visual. Um queratômetro pode ser usado para medir a curvatura
dos meridianos mais íngremes e planos na superfície frontal da córnea. A
topografia da córnea também pode ser usada para obter uma representação
mais precisa da forma da córnea. Um autorrefrator ou a retinoscopia podem
fornecer uma estimativa objetiva do erro refrativo do olho e o uso dos cilindros
cruzados de Jackson em um helicóptero ou estrutura de ensaio pode ser usado
para refinar subjetivamente essas medidas. Uma técnica alternativa com
o foróptero requer o uso de um gráfico de "mostrador de relógio" ou
"sunburst" para determinar o eixo e poder astigmático.
Um queratômetro também pode ser usado para estimar o astigmatismo,
encontrando a diferença de poder entre os dois meridianos primários da
córnea. A regra de Javal pode então ser usada para calcular a estimativa de
astigmatismo.

A Regra de Javal é uma fórmula matemática que pode ser usada pra estimar o
astigmatismo, baseada na leitura do ceratômetro. A estimativa é valida para
altas medidas cilindricas, geralmente acima de -2.00 dioptrias. A estimativa é
encontrada pelo produto da diferença de poder entre os dois meridianos por
1.25, e fatorando pelo astigmatismo lenticular médio, de -0.50 x 0.90.

Presbiopia

Presbiopia é uma condição ocular associada ao envelhecimento do olho


humano caracterizada por diminuição progressiva da capacidade de focar
nitidamente objetos a curta distância. Os sintomas mais comuns são
dificuldade em ler textos com letras pequenas, ter que segurar o texto a ler
cada vez mais longe, dores de cabeça e astenopia. O grau de cada problema
varia de pessoa para pessoa. A presbiopia pode ser acompanhada por
outros erros refrativos.

A presbiopia faz parte do processo natural de envelhecimento. A causa é o


endurecimento do cristalino, que faz com que ao observar objetos a curta
distância o olho foque a luz atrás da retina, em vez de na própria retina. A
condição é um tipo de erro refrativo, tal como
a miopia, hipermetropia e astigmatismo. O diagnóstico é feito com um exame
ocular.

O tratamento geralmente consiste em usar óculos. As lentes para correção de


presbiopia têm maior potência na metade inferior. Em algumas pessoas, são
suficientes os óculos de leitura adquiridos em superfícies comerciais.

Todas as pessoas com mais de 35 anos de idade estão em risco de


desenvolver presbiopia e todas as pessoas acabam por ser afetadas em algum
grau. A condição já é descrita pelo menos desde Aristóteles no século
IV. No século XIIIcomeçaram a ser usadas lentes para corrigir o problema.

A presbiopia pode ser dividida em alguns tipos, tendo como elemento de


divisão o período e intensidade que se manifesta, sendo elas: incipiente,
funcional, absoluta, prematura e noturna. A primeira delas engloba os casos
iniciais em que os indivíduos sentem certa dificuldade em se ver o que está
mais perto, mencionando um esforço extra para ler letras reduzidas. A
funcional, ou segunda fase se refere a aqueles indivíduos cuja dificuldade
visual é comprovada clinicamente. Como o próprio nome já diz, a presbiopia
absoluta é o auge da dificuldade visional da pessoa em questão, a terceira fase
da doença. As demais são fases a parte, sendo a presbiopia precoce aquela
que aparece antes da idade estimada de 35 a 40 anos de idade, e a presbiopia
noturna, que é a dificuldade em se enxergar em ambientes de luz precária.

Causas

Apesar de ser uma doença natural, alguns fatores e situações podem contribuir
para o aparecimento precoce da presbiopia tais como: profissões que exijam
uma boa visão de perto, doenças oculares que resultem em lesões do
cristalino, das fibras zonulares ou dos músculos ciliares, algumas doenças
sistêmicas (diabetes mellitus, esclerose múltipla, doenças cardiovasculares,
miastenia gravis, anemia, gripe, etc), doenças congénitas fármacos que
diminuam a acomodação (ansiolíticos, antidepressivos, antipsicóticos,
antiespasmódicos, anti-histamínicos e diuréticos), hipermetropia e outros como
má nutrição, tabagismo, neoplasias, o ambiente e etc.

Muitas pessoas com miopia conseguem ler confortavelmente sem óculos ou


lentes de contato mesmo depois dos 40 anos de idade. Entretanto, sua miopia
não desaparece e os problemas à longa distância continuam. Pessoas míopes
que consideram a realização de cirurgia corretiva devem ser advertidas que
esse procedimento pode ser, por um lado, desvantajoso, visto que após os 40
anos, os olhos começam a perder a capacidade de se acomodar ou
focar. Então, essas pessoas precisarão usar óculos de leitura. Embora não seja
perfeita, míopes com astigmatismo enxergam melhor a curtas distâncias
mesmo sem o uso de óculos ou lentes de contato.

Prevenção e tratamento

O tratamento geralmente consiste em usar óculos. As lentes para correção de


presbiopia têm maior potência na metade inferior. Em algumas pessoas, são
suficientes os óculos de leitura adquiridos em superfícies comerciais.

Sendo os óculos uma boa forma de correção ou auxílio para aqueles que
apresentam presbiopia, é importante saber qual a lente correta a se escolher.
Existem vários tipos de lentes, que variam da necessidade de indivíduo para
indivíduo. Algumas delas podem ser divididas da seguinte forma:
Lentes Simples: adequadas para a correção da presbiopia em indivíduos
emetropes, com baixo grau de ametropia e que não precisam de correção para
a visão de longe.

Lentes Bifocais: são normalmente prescritas para pessoas com presbiopia que
necessitam também de uma correção para miopia, hipermetropia e/ou
astigmatismo.

Lentes Trifocais: são semelhantes às lentes bifocais, porém além de apresentar


correção para a visão de longe e de perto, apresenta também correção para
uma visão intermediária. Eram e ainda são muito utilizadas para indivíduos que
apresentem presbiopia absoluta.

Lentes Progressivas: Através de zonas multifocais, permite a visão tanto de


perto quanto de longe proporcionando uma boa visualização de todas as
distâncias. Essas zonas podem incluir adaptações de acordo com cada
indivíduo, que incluem o comprimento do corredor progressivo; tamanho, forma
e localização das zonas de visualização ao perto; transição entre zonas de
visão ao perto e ao longe e a asfericidade da lente.

Lentes Ocupacionais: são lentes escolhidas de acordo com o emprego


ocupado pelo paciente. Estas podem variar de diversas formas, selecionando
aquela que se apresente mais compatível com suas necessidades.

Para corrigir de forma definitiva o problema, foi durante anos estudado o


desenvolvimento de uma lente mecanicamente modificável (LMM) que se
adequasse corretamente, permitindo uma boa visão a todas as
distâncias. Todavia, essas possuíam limitações estéticas. Esta deu origem a
criação de outras lentes, tais como a Adlens e a Superfocus e mais tarde
Focusspecs, Emergense e Slidelens. Estas já descartam as limitações
estéticas das quais sofria a primeira.

Hipermetropia

Hipermetropia ou hiperopia é uma condição do olho em que a luz é focada na


parte posterior da retina, ao invés da própria retina. Isto faz com que a pessoa
veja desfocados os objetos a curta distância, enquanto os objetos distantes são
vistos normalmente. À medida que a condição se agrava, é possível que se
comece a ver os objetos desfocados a qualquer distância. Entre outros
sintomas comuns estão dores de cabeça e astenopia. Algumas pessoas podem
também manifestar disfunção de acomodação, disfunção
binocular, ambliopia e estrabismo. É um tipo de erro refrativo.
A hipermetropia é causada por uma imperfeição dos olhos. Geralmente ocorre
quando o globo ocular é muito curto, ou então quando existem um defeito na
forma do cristalino ou da córnea. Entre os fatores de risco estão antecedentes
familiares da doença, diabetes, alguns medicamentos e tumores nas
proximidades do olho. O diagnóstico tem por base um exame ocular.

O tratamento consiste na utilização de óculos ou lentes de contacto ou na


correção cirúrgica. Embora os óculos sejam o método de correção mais
simples, as lentes de contacto oferecem um maior campo de visão. A correção
cirúrgica consiste na alteração da forma da córnea.

A hipermetropia afeta inicialmente as crianças mais novas, com taxas de


prevalência de 8% aos seis anos de idade e de 1% aos 15 anos de
idade. Depois volta a ser comum a partir dos 40 anos de idade, afetando cerca
de metade das pessoas.

Bastonete

Os bastonetes são células da retina dos olhos dos vertebrados, que detectam
os níveis de luminosidade.

São basicamente responsáveis pela visão noturna, têm este nome devido à
sua forma alongada e cilíndrica e são também usados na visão periférica.

Estas células estão concentradas mais externamente na retina e existem, na


retina dos humanos, cerca de 120 milhões de bastonetes.

São 100 vezes mais sensíveis à luz que os cones, mas detectam apenas tons
de branco, preto e cinza.

Resposta à luminosidade

A ativação de uma célula fotorreceptora, como são os bastonetes, ocorre por


meio de um processo chamado hiperpolarização. A superfície dos bastonetes
que detecta a luz é formada por um conjunto complexo de membranas que, se
não estiverem excitadas pela luz, possuem um potencial de membrana neutro,
sendo permeáveis a vários tipos de moléculas; quando excitadas pela luz, o
potencial de membrana destas células altera-se, passando estas a ser
selectivas a diferentes moléculas. Nessas condições, a rodopsina,
o pigmento dos bastonetes responsável pela detecção da luz, combina-se com
a transducina, outra proteína da membrana destas células, activando o
transporte de substâncias que activam o impulso nervoso.

Retina

Retina é uma parte do olho dos vertebrados responsável pela formação


de imagens, ou seja, pelo sentido da visão. É como uma tela onde se projetam
as imagens: retém as imagens e as traduz para o cérebro através de impulsos
elétricos enviados pelo nervo óptico.

Organização

Em cada retina há cerca de 120 milhões (Gazzaniga, 2007:153)de foto-


receptores (cones e bastonetes) que libertam moléculasneurotransmissoras a
uma taxa que é máxima na escuridão e diminui, de um modo proporcional
(logarítmico), com o aumento da intensidade luminosa. Esse sinal é transmitido
depois à cadeia de células bipolares e células ganglionares.

Existem cerca de 1 milhão de células ganglionares e são os seus axónios que


constituem o nervo óptico. Há, portanto, cerca de 100 fotoreceptores por cada
célula ganglionar; no entanto, cada célula ganglionar recebe sinais que provêm
de um «campo receptivo» na retina, aproximadamente circular, que abrange
milhares de fotorreceptores.

A estrutura celular da retina (à direita, 1 cone e 9 bastonetes; ao centro, 2


células bipolares; à esquerda, 3 axónios de células ganglionares que
pertencem ao nervo óptico).

Entre os fotoreceptores e as células bipolares, há uma camada de células


horizontais (a amarelo na figura) ligadas a eles e ligadas entre si de modo que
o potencial de cada uma delas é uma média pesada do das suas vizinhas
(sendo o peso das mais proximas maior). Cada célula bipolar recebe entradas
de um fotoreceptor e de uma célula horizontal e produz um sinal que é
proporcional à diferença entre os sinais logarítimicos produzidos pelas duas
células; o que equivale a dizer que é um sinal com muito menor gama
dinâmica, porque é uma razão entre a intensidade local e a iluminação de
fundo na vizinhança, independentemente, por isso, do nível absoluto de
iluminação. Como resultado disso, áreas grandes da retina com iluminação
uniforme produzem sinais muito fracos, enquanto áreas de maior variação,
como é o caso dos contornos dos objectos, resulta em sinais fortes. Ou seja, a
retina detecta essencialmente variações de luminosidade.

O sistema de fotoreceptores responde a uma alta gama dinâmica - com


variações de iluminação de de 1 para 1 milhão. Os bastonetes são apenas
sensíveis a baixos níveis de iluminação mas os cones, que são sensíveis a
altos níveis de iluminação, respondem dentro de uma gama de intensidades
que varia com a iluminação média da cena observada. É isso que nos faz sentir
ofuscados quando a intensidade luminosa aumenta de repente.

As células bipolares têm uma gama dinâmica muito mais baixa - só precisam
de responder a um sinal proporcional à razão entre a intensidade local e a
iluminação de fundo. Deste mecanismo sensorial resulta um efeito de
adaptação enorme.

Como as células horizontais têm uma resposta relativamente lenta, quando um


fotoreceptor detecta um objecto em movimento, elas ainda têm informação
sobre a situação anterior; e isso faz com que o sinal de saída das células
bipolares, que passa depois através da camada das células
amacrinas (camada a violeta na figura) para as células ganglionares, contenha
informação útil para a detecção de movimento.

Persistência da visão

Persistência da visão, persistência retiniana ou retenção retiniana designa


o fenômeno ou a ilusão provocada quando um objecto visto pelo olho
humano persiste na retina por uma fracção de segundo após a sua percepção.
Assim, imagens projectadas a um ritmo superior a 16 por segundo, associam-
se na retina sem interrupção.

Segundo essa teoria, ao captar uma imagem, o olho humano levaria uma
fracção de tempo para "esquecê-la". Assim, quando os fotogramasde um filme
de cinema são projectados na tela, o olho misturaria os fotogramas anteriores
com os seguintes, provocando a ilusão de movimento: um objecto colocado à
esquerda num fotograma, aparecendo à direita no fotograma seguinte, cria a
ilusão de que o objecto se desloca da esquerda para a direita.

Estudos mais recentes comprovam que a visão é mais complexa e que essa
explicação não é inteiramente correcta. Sabe-se hoje que a ilusão de óptica
provocada pela exibição de imagens em sequência se divide entre
o movimento beta e o movimento phi. Avanços nas áreas da fisiologia e
neurologia procuraram demonstrar já nos anos 70 que a persistência da visão
seria um mito. Hoje ainda o conceito é usado, especialmente por teóricos do
cinema.

Pode defender-se que de facto o fenómeno existe, visto que a percepção é


todo um processo que envolve não só o órgão perceptor como também o
cérebro, que interpreta essa percepção e subjectivamente a retém: a retina é
um elemento indissociável do cérebro.

Os filmes ou sequências de imagens em vídeo mostram o movimento mais


suave e menos saltitante. Um filme de celulóide é rodado a 24 fotogramas por
segundo. Hoje o vídeo digital (ou DV, digital video) é gravado a 25 (Europa) ou
29.97 q/s (cerca de 30 quadros por segundo - EUA).

O fenómeno da persistência retiniana foi pela primeira vez contrariado pela


teoria da Gestalt, que o interpreta como um trabalho do cérebro, que associa
imagens distintas, podendo criar assim a ilusão do movimento (Ver Movimento
beta).

Descolamento de retina

Descolamento de retina é uma enfermidade oftálmica onde ocorre a separação


da retina da parede do fundo do olho. Os indivíduos acometidos apresentam
como sintomas um aumento no número dos grumos denominados "moscas
volantes", flashes de luz e sombras em parte do campo de visão (devido a
deterioração da visão periférica). Essa condição pode ocorrer bilateralmente
em cerca de 7% dos casos. Sem tratamento, normalmente o quadro evolui
para a perda permanente da visão.

A causa mais comum do descolamento é a ruptura da retina, que permite que


o humor vítreo extravase e a pressione para a frente. A ruptura pode ocorrer a
partir do descolamento do vítreo posterior, traumatismo, glaucoma, em
pacientes com cirurgia prévia de catarata, miopia, complicações do diabetes
mellitus ou inflamações graves. Mais raramente, o descolamento de retina
pode ser provocado por tumores de coloide. O diagnóstico é feito por exames
de fundo de olho ou de ultrassonografia.

Em pacientes com ruptura da retina, utiliza-se a crioterapia ou a fotocoagulação


a laser para evitar seu descolamento. Quando o descolamento já ocorreu, o
tratamento deve ser feito imediatamente. A terapia de escolha pode
incluir introflexão escleral, onde uma esponja de silicone é suturada
na esclera, retinopexia pneumática, onde é injetado gás para dentro do olho,
ou vitrectomia, onde o vítreo é parcialmente removido e substituído por gás ou
óleo.
Descolamentos de retina afetam anualmente entre 0,6 e 1,8 em cada 10.000
pessoas, sendo mais comum em homens entre os 60 e os 70 anos de
idade. Estima-se que aproximadamente 0,3% da população será afetada por
essa patologia em algum momento da vida. Os resultados a longo prazo
dependerão do tempo do descolamento e se este atingiu a mácula. Se tratado
antes desse evento, o prognóstico é geralmente bom.

Sintomas

Acompanhada de vários sintomas como flashes de luzes, manchas escuras se


movendo,conhecidas como moscas volantes, e perda parcial de visão. Sua
percepção não determina o descolamento de retina, mas sim pelo aumento
desenfreado seguido do surgimento de pequenas manchas, em tom roxo, nas
regiões periféricas da visão.

Tratamento

Um oftalmologista deve ser consultado o mais rápido possível. O tratamento


pode incluir a utilização de laser, rioterapia e várias técnicas cirúrgicas
específicas, tais como retinopexia com introflexão escleral, retinopexia
pneumática e vitrectomia.

Visão

A visão (a vista) é um dos cinco sentidos que permite aos seres vivos dotados
de órgãos adequados, aprimorarem a percepção do mundo.

No entanto, os neuroanatomistas consideram que a visão engloba dois


sentidos, já que são diferentes os receptores responsáveis pela percepção
da cor (i.e. pela estimativa da frequência dos fotões de luz) os cones, e pela
percepção da luminosidade (i.e. pela estimativa do número de fotões de luz
incidente) os bastonetes.

A olho nu

Vista desarmada ou a olho nu são expressões que significam olhar sem o uso
de instrumentos. A visão humana pode ser ampliada quando os olhos são
armados com instrumentos ópticos, como o microscópio óptico ou como o
microscópio eletrônico, que ampliam a visão de forma a nos permitir
enxergar micróbios e corpos microscópicos que são corpos muito pequenos
impossíveis de serem avistados a olho nu, ou seja, sem armar os olhos com
esses instrumentos.

A visão humana pode ser armada também com telescópios para poder
enxergar os corpos muito distantes, como estrelas situadas em outras galáxias
muito distantes do planeta Terra. A visão humana pode ser armada com outros
instrumentos também, como binóculos infravermelho, que nos permite ter
uma visão noturna. O observador armado com o binóculo infravermelho capta
essa luz infravermelha que reflete os corpos no ambiente escuro e assim
consegue enxergar tudo, embora tudo esteja no escuro. Com esses binóculos
também é possível visualizar a luz infravermelha que é emitida pelos corpos
que estão emitindo calor, permitindo assim distinguir no escuro os corpos mais
quentes dos corpos mais frios. Existem outros instrumentos e aparelhos que
nos permitem a visão de raios X, a visão através da imunofluorescência, a
visão através da ressonância magnéticadentre outras técnicas mais
sofisticadas ainda que são utilizadas tanto pela Astronomia quanto
pela Medicina para diagnósticos por imagem:

Tecnologias mais comumente utilizadas pela medicina:

 Radiografia
 Mamografia
 Ultrassonografia
 Tomografia computadorizada
 Ressonância magnética
 Angiografia
 Densitometria óssea
 Tomografia por emissão de positrões

Instrumentos ópticos comuns, exemplos:

Lupa, óculos, binóculos, lunetas, microscópios ópticos, telescópios ópticos.

Instrumentos ópticos eletrônicos, exemplos:

Binóculo de infravermelho, microscópio eletrônico, telescópio espacial.

A visão humana enxerga três níveis bem distintos da realidade cósmica:

A visão microscópica dos corpos microscópicos visualizados só com o uso de


microscópios.
A visão macroscópica dos corpos que podem ser visualizados a olho nu.

A visão telescópica dos corpos do Universo visualizados só com os


telescópios.

Visão biológica

Os olhos são os órgãos sensoriais da visão e capturam a luz que incide sobre
a retina que é uma superfície parabólica de tecido vivo formado
por células fotorreceptoras. Essas células captam a luz e transformam essa
energia luminosa em impulsos nervosos que são levadas pelo nervo óptico
para o cérebro, para que lá sejam interpretados. Os olhos são as ferramentas
com as quais o cérebro cria o campo visual; ver com os olhos significa usá-los
em prol da visão, enquanto o cérebro é o órgão que processa os estímulos
provenientes dos olhos criando a imagem visual.

Por isso, no sentido mais amplo da palavra visão (de percepção visual), esta
requer a intervenção de zonas especializadas do cérebro no córtex visual que
analisam e sintetizam a informação recolhida em termos de forma,
cor, textura, relevo e outros. A visão é por isso a percepção das radiações
luminosas, compreendendo todo o conjunto de mecanismos fisiológicos e
neurológicos pelos quais essas radiações determinam impressões sensoriais
de natureza variada, como as cores, as formas, o movimento, a distância e as
intensidades das luzes visualizadas no ambiente. O olho é a câmera deste
sistema sensorial e é no seu interior que está a retina, composta
de cones e bastonetes, onde se realizam os primeiros passos do processo
perceptivo. A retina transmite os dados visuais, através do nervo óptico e do
núcleo geniculado lateral, para o córtex cerebral. No cérebro tem então início o
processo de análise e interpretação que nos permite reconstruir as distâncias,
cores, movimentos e formas dos objetos que nos rodeiam.

Cores, frequências de luz a que o olho humano é sensível, raios de luz visíveis:

Luz vermelha;

Luz alaranjada;

Luz amarela;

Luz verde;

Luz azul;

Luz anil;

Luz violeta.
Ondas eletromagnéticas com frequências a que o olho humano não é sensível,
invisíveis:

Luz ultravioleta;

Luz infravermelha.

Via visual

A via ótica é uma via aferente (sensorial) que apresenta


quatro neurónios desde a retina até ao córtex.

1ºneurónio - cones e bastonetes (fotorreceptores).

2º neurónio - neurónios bipolares (ligam os bastonetes e os cones às células


ganglionares).

3º neurónio - células ganglionares (formam o nervo ótico e vão até ao corpo


geniculado externo).

4º neurónio – cortical (saem do corpo geniculado externo, formam a radiação


ótica e terminam na área visual).

Na via visual, distinguem-se vários sectores: retina, nervo ótico, quiasma ótico,
fita ótica, corpo geniculado externo, radiações óticas e córtex occipital.

Retina

Na retina encontram-se os receptores visuais (neurónio I) e os neurónios II e III.


A retina é então o neuroepitélio (membrana nervosa) que reveste internamente
o globo ocular, posteriormente à íris. Na parte posterior da retina, existe uma
zona amarelada, a mácula lútea que é a área da retina onde a visão é mais
distinta. Por isso, os movimentos reflexos do globo ocular fixam, sobre as
máculas, a imagem dos objetos que nos interessam no campo visual.

Os raios luminosos na retina são cruzados, o campo visual nasal projeta-se na


retina temporal e o campo visual temporal projeta-se na retina nasal. Na retina,
encontramos três camadas que correspondem aos três primeiros neurónios da
via ótica. São eles, de fora para dentro: células fotossensíveis (ou
fotorrecetoras), as células bipolares e as células ganglionares. As células
fotossensíveis fazem sinapse com as células bipolares que, por sua vez, fazem
sinapse com as células ganglionares cujos axónios formam o nervo ótico. A
excitação destes pela luz dá origem a impulsos nervosos que caminham em
direção oposta à seguida pelos raios luminosos.

Células fotossensíveis

São as células recetoras da luz, que constituem uma camada profunda. São
cones e bastonetes, de acordo com a forma. Os bastonetes são adaptados
para a visão com pouca luz e os cones para a visão com luz de maior
intensidade e para a visão de cores.

No homem, o número de bastonetes é muito maior que o de cones mas a sua


distribuição não é uniforme. Assim, nas zonas periféricas, predominam os
bastonetes e o número de cones aumenta progressivamente até à mácula, até
que ao nível da fóvea central só existem cones. Nas zonas periféricas da
retina, vários bastonetes ligam-se a uma célula bipolar e várias células
bipolares fazem sinapse com uma célula ganglionar. Assim, nestas áreas, cada
fibra de nervo óptico pode está relacionada com até 100 recetores. No entanto,
na mácula, o número de cones é aproximadamente igual ao de célula bipolares
e ganglionares, logo cada cone faz sinapse com uma célula bipolar que por sua
vez sinapsa com uma célula ganglionar. Assim, para cada cone existe uma
fibra de nervo ótico. Estas características da mácula explicam a sua grande
acuidade visual e permitem compreender o fato de, apesar de a mácula ser
uma área muito pequena da retina, ela contribuir com um grande número de
fibras para a formação do nervo ótico e ter uma representação cortical grande.

Nervo ótico

Nervo sensitivo cujas fibras conduzem os impulsos visuais. Tem origem nos
axónios das células ganglionares da retina. Estas fibras convergem para a
papila ótica e emergem do globo ocular como nervo ótico. Da sua origem, ele
dirige-se para trás, atravessa a cavidade orbitária e canal ótico, através do qual
penetra na cavidade craniana. Termina no ângulo ântero-externo
correspondente do quiasma ótico. Relaciona-se com a artéria oftálmica que, no
interior do canal ótico, está por baixo do nervo. Depois, próximo da cavidade
orbitária, contorna a sua face externa, cruza a sua face superior, continuando-
se do lado interno do olho, até ao ângulo interno do mesmo. Relaciona-se
ainda com a veia oftálmica, nervo motor ocular comum e externo, vasos e
nervos ciliares. O nervo ótico vai ser composto pelos axónios das células
ganglionares e por fibras reflexas (pupilares) para a coordenação da
musculatura intrínseca do olho. Contém, ao centro, as fibras maculares,
acompanhadas por dentro pelas fibras da retina nasal e por fora pelas fibras da
retina temporal.

Quiasma ótico

Situa-se, por cima da hipófise, ao nível da porção mais anterior da sela turca.
Os seus ângulos ântero-externos continuam o nervo ótico e os póstero-
externos continuam-se com as fitas óticas. No quiasma, as fibras decussam
parcialmente: as fibras temporais seguem do mesmo lado sem cruzamento e
as fibras nasais cruzam para o outro lado.

Fita ótica

Emerge do quiasma ótico, passa à volta do pedúnculo cerebral e dirige-se para


o corpo geniculado externo do tálamo. Algumas fibras seguem para o núcleo
pré-tectal e colículo superior e estão relacionadas com os reflexos fotomotores.
Assim, conforme o seu destino distinguem-se quatro tipos de fibras nas vias
óticas: fibras retino-hipotalâmicas (destacam-se do quiasma ótico e ganham o
núcleo supra-quiasmático do hipotálamo, sendo importantes para a regulação
dos ritmos biológicos); fibras retino-tectais (ganham o colículo superior através
do braço do colículo superior e estão relacionadas com certos reflexos de
movimentos dos olhos ou das pálpebras, desencadeados por impulsos visuais);
fibras retino-pré-tectais (ganham a área pré-tectal através do braço do colículo
superior e estão relacionadas com os reflexos fotomotor direto e consensual);
fibras retino-geniculadas (são as mais importantes, pois somente elas se
relacionam com a visão, terminam fazendo sinapse com os quartos neurónios
da via ótica, que se localizam no corpo geniculado lateral). Cada fita ótica
contém fibras nasais contralaterais e temporais homolaterais.

Corpo geniculado externo

Situa-se na porção posterior do tálamo. Os axónios dos neurónios do corpo


geniculado externo constituem a radiação ótica (trato geniculo-calcarino ou
radiação ótica de Gratiolet) que passa pela porção retro-lenticular da cápsula
interna e terminam na área visual primária ou área 17 de Brodman, situada nos
lábios do sulco calcarino. Nem todas as fibras da radiação ótica atingem o
córtex pelo mesmo trajeto. As fibras que estão mais internas vão-se situar mais
anteriormente no córtex, seguindo um curso quase retilíneo para trás, em
direção ao lobo occipital. Já as fibras que estão mais externamente vão-se
situar mais posteriormente no córtex, dirigindo-se inicialmente para a frente, em
direção ao pólo temporal, encurvando-se e voltando em direção ao lobo
occipital, onde terminam.

Forma-se assim uma alça, a alça temporal ou de Meyer, em relação com a


parte anterior do corno inferior do ventrículo lateral. A presença desta alça
explica o facto de que tumores do lobo temporal, situados à frente do nível em
que se localizam os corpos geniculados externos, podem comprimir e lesar a
radiação ótica, resultando alteração dos campos visuais.

Área visual

A área visual primária corresponde à área 17 de Brodmann, no lábio superior e


inferior do sulco calcarino. As áreas 18 e 19 ou área visual secundária são
responsáveis pela integração dos estímulos visuais com as experiências
anteriores e pela percepção da cor e reconhecimento dos objetos.

Existe correspondência entre partes da retina e partes do corpo geniculado


externo, da radiação ótica e do córtex visual primário. Na radiação ótica, as
fibras correspondentes às partes superiores da retina (portanto à metade
inferior do campo visual) ocupam uma posição mais alta e projetam-se no lábio
superior do sulco calcarino, as fibras correspondentes às partes mais inferiores
da retina ocupam uma posição mais baixa e projetam-se no lábio inferior do
sulco calcarino; as fibras que levam impulsos da mácula ocupam posição
intermediária e projetam-se na parte posterior do sulco calcarino.

Lesões

Lesão do nervo ótico (por traumatismo ou glaucoma): cegueira completa do


olho correspondente.

Lesão da parte mediana do quiasma ótico (tumores da hipófise que comprimem


o quiasma, de baixo para cima): hemianópsia bitemporal, como consequência
da interrupção das fibras da retina nasal de cada olho que aqui se cruzam.

Lesão da parte lateral do quiasma ótico (aneurisma da carótida interna, que


comprime lateralmente o quiasma): hemianópsia nasal do olho correspondente,
porque há interrupção das fibras provenientes da retina temporal deste olho.

Lesão da fita ótica (traumatismos ou tumores que comprimem a fita ótica):


hemianópsia direita ou esquerda conforme a lesão se localiza na fita esquerda
ou direita.
Lesão do corpo geniculado externo é idêntica à da fita ótica.

Lesão da radiação ótica: se for completa é semelhante à da fita ótica.


Normalmente ocorrem lesões de parte destas fibras, o que resulta em
pequenas falhas do campo visual - escotomas - ou falhas que comprometem
todo um quadrante do campo visual - quadrantopsias.

Lesão do córtex visual (área 17): Lesões completas (pouco frequentes) dão
também sintomas semelhantes aos da fita ótica. As lesões parciais são mais
frequentes (por exemplo, lesão do lábio inferior do sulco calcarino direito
resulta numa quadrantopsia homónima superior esquerda). A visão macular é
frequentemente poupada nas lesões da área 17, provavelmente devido à sua
grande representação cortical.

Reflexos

Reflexo fotomotor direto e consensual

Quando um olho é estimulado com um feixe de luz, a pupila contrai-se devido


ao reflexo fotomotor. O impulso nervoso, que é originado na retina, é conduzido
pelo nervo ótico, quiasma ótico e fita ótica e chega ao corpo geniculado lateral.
No entanto, as fibras relacionadas com o reflexo fotomotor não fazem sinapse
no corpo geniculado lateral ao contrário das fibras relacionadas com a visão.
Elas ganham então o braço do colículo superior, terminando em neurónios da
área pré-tectal.

Daí vão sair fibras que terminam fazendo sinapse com os neurónios do núcleo
de Edinger-Westphal, no mesencéfalo. Deste núcleo saem fibras pré-
ganglionares que, pelo III par (motor ocular comum), vão ao gânglio ciliar, de
onde saem fibras pós-ganglionares (nervos ciliares curtos) que terminam no
músculo esfíncter da pupila, levando à sua contração. Este reflexo tem uma
grande importância clínica e pode estar abolido em lesões da retina, do nervo
ótico ou do nervo motor ocular comum.

Ao mesmo tempo que acontece o reflexo fotomotor direto, temos também um


reflexo consensual. Este consiste numa constrição da pupila contralateral e
resulta de fibras que cruzam o plano mediano para o lado oposto, através do
quiasma ótico e da comissura posterior. Neste último caso, existem fibras da
área pré-tectal de um lado que cruzam para o núcleo de Edinger-Westphal do
lado oposto.

Fenómeno de Marcus Gunn: dilatação paradoxal das duas pupilas que ocorre
quando a luz incide no olho sintomático (cujo nervo ótico está lesado), após ter
incidido no olho normal. Quando a luz incide no olho normal, há constrição das
duas pupilas e, quando esta é desviada para o olho sintomático, menos
impulsos luminosos chegam ao núcleo do nervo oculomotor (em consequência
da lesão) e este, devido à menor intensidade da luz, cessa a resposta
parassimpática o que resulta numa dilatação pupilar paradoxal.

Reflexo de acomodação – convergência

Quando um objeto se aproxima do olho rapidamente, os eixos óticos de ambos


os olhos têm que convergir (contração dos músculos retos internos), ao mesmo
tempo o cristalino modifica a sua curvatura para alterar o foco de acomodação
(contração dos músculos ciliares) e as pupilas contraem.

Na convergência, os dois músculos retos internos movimentam os eixos dos


olhos para dentro, garantindo que os raios provenientes de um objeto que se
aproxima sejam projetados sempre na fóvea central. Na acomodação, o
cristalino arredonda-se, garantindo uma visão mais nítida do objeto na retina. O
cristalino mantém-se achatado pela tensão das fibras lenticulares, fixas no
músculo ciliar e, quando o músculo ciliar se contrai na acomodação, estas
fibras são relaxadas e o cristalino pode ceder à sua própria tensão e sofrer um
arredondamento. Para aumentar a nitidez visual, a pupila é contraída pela ação
do músculo esfíncter da pupila.

Os impulsos aferentes seguem pelo nervo ótico, quiasma ótico, fita ótica, corpo
geniculado externo e radiação ótica até o córtex visual primário, existindo então
integração cortical e os axónios seguem para a área visual secundária (e
também para o campo ocular frontal) e daí para a área pré-tectal. Nesta, ocorre
outra formação de sinapses e os axónios destes neurónios terminam no núcleo
de Perlia.

Este núcleo situa-se entre os dois núcleos de Edinger-Westphal e possui dois


tipos de neurónios: um tipo, que faz sinapse com o núcleo motor somático do
motor ocular comum, que envia os seus axónios diretamente para o músculo
reto interno, provocando convergência; o outro tipo faz sinapses com o núcleo
de Edinger-Westphal e, a partir dele, as fibras fazem sinapse no gânglio ciliar,
saindo umas para o músculo ciliar (acomodação) e outras para o músculo
esfíncter da pupila (miose).

A via do reflexo de acomodação-convergência é diferente da via para o reflexo


da luz, o que é sustentado clinicamente pelo distúrbio designado “pupila de
Argyll Robertson”, no qual o reflexo à luz é perdido, enquanto o reflexo de
acomodação-convergência persiste (o local da lesão não foi determinado
precisamente, mas sabe-se que o fator etiológico é a sífilis no Sistema
Nervoso.
Reflexo de ameaça

Quando um objeto surge rapidamente à frente do olho, existe um reflexo que


leva a pálpebra a fechar (é uma resposta reflexa que não pode ser inibida
voluntariamente). As fibras aferentes da retina percorrem o nervo ótico, fita
ótica e braço do colículo superior e alcançam o colículo superior. Daí saem
fibras para o núcleo do nervo facial e, através deste, o impulso nervoso chega
ao músculo orbicular da pálpebra e leva-a a piscar. Se o estímulo for muito
intenso, o impulso chega aos neurónios motores da medula, a partir do trato
tecto-espinhal, havendo uma resposta motora que pode fazer com que o
indivíduo proteja o olho com a mão também de modo reflexo.

Reflexo corneopalpebral

Pesquisa-se este reflexo tocando ligeiramente na córnea com um pedaço de


algodão, o que leva ao encerramento dos olhos por contração bilateral da parte
palpebral do músculo orbicular das pálpebras. O impulso aferente passa
sucessivamente pelo ramo oftálmico do trigémio, gânglio de Gasser e raiz
sensitiva do trigémio, chegando ao núcleo sensitivo principal e núcleo do trato
espinhal deste nervo. Fibras cruzadas e não cruzadas originadas nestes
núcleos conduzem os impulsos aos núcleos do facial dos dois lados, de tal
modo que a resposta motora se faz pelos dois nervos faciais, resultando o
encerramento dos dois olhos. Entende-se assim que a lesão de um dos nervos
trigémios leva à abolição da resposta reflexa dos dois lados quando se toca a
córnea do lado da lesão, mas não quando se toca a córnea do lado saudável.
Já a lesão do nervo facial de um lado corta a resposta reflexa deste lado,
qualquer que seja o olho tocado.

A televisão e a visão digital

Televisão (do grego "tele", "distante" e do latim "visione", visão) literalmente


"visão a longa distância" é a tecnologia e o aparelho que nos permite captar e
visualizar as imagens que estão sendo transmitidas pelas emissoras de TV. A
visão digital através de computadores é outro tipo de "televisão" que nos
permite visualizar em tempo real imagens que estão sendo captadas em
lugares distantes em quaisquer localidades onde estejam instalados outros
computadores equipados com instrumentos periféricos tais como câmera e
monitor para captar e enviar imagens através de bits para
outros computadores conectados às redes de computadores.

Resolução da visão

Em comparação com a televisão de alta definição que possui 2 megapixels, a


visão humana possui em média 576 megapixels de resolução, gerada por
cones e bastonetes que possuímos nos olhos. Além disso, a mesma amplia os
cerca de 576 megapixels com um sistema de interpolação sendo feita pelas
próprias células oculares. Esta resolução é referente ao foco e não às
dimensões das imagens em si (altura e largura), ou seja, não é influenciada por
condições visuais como miopia, astigmatismo ou hipermetropia.

Visão subnormal

Segundo a 10 ª Revisão da OMS de Classificação Estatística Internacional de


Doenças, Lesões e Causas de Morte, a visão subnormal é definida como
acuidade visual inferior a 20/60 (6/18), mas igual ou melhor que 20/200 (6/60),
ou correspondente a perda de campo visual menor que 20 graus, no melhor
olho com a melhor correção possível. A cegueira é definida como acuidade
visual menor que 20/400 (6/120), ou correspondente a perda de campo visual
menor que 10 graus, no melhor olho com a melhor correção possível.

Cegueira

Cegueira é a condição de falta de percepção visual, devido a


fatores fisiológicos ou neurológicos. Várias escalas têm sido desenvolvidas
para descrever a extensão da perda de visão e definir a cegueira. Cegueira
total é a completa falta de percepção visual de forma e luz e é clinicamente
registrado como NLP, uma abreviação para "no light perception" (sem
percepção de luz).

Cegueira é frequentemente usada para descrever a deficiência visual grave,


com visão residual. Aqueles descritos como tendo apenas percepção de luz
têm apenas a capacidade de diferenciar o claro do escuro e a direção de uma
fonte de luz.
Sinais e sintomas

A cegueira é definida pela Organização Mundial de Saúde como visão menor


que 20/500 no melhor olho de um pessoa ou campo visual inferior a 10
graus. Esta definição foi criada em 1972 e há uma discussão em curso sobre
se ela deve ser alterada.

Deficiência visual é uma categoria que abrange pessoas cegas e com visão
reduzida. Na definição pedagógica, a pessoa é cega, mesmo possuindo visão
subnormal, quando necessita da instrução em braile; a pessoa com visão
subnormal pode ler tipos impressos ampliados ou com auxílio de potentes
recursos ópticos.

A definição clínica define como cego o indivíduo que apresenta acuidade visual
menor que 0,1 (com a melhor correção no melhor olho) ou campo visual abaixo
de 20 graus; como visão reduzida quem possui acuidade visual de 6/60 e 18/60
(escala métrica) e/ou um campo visual entre 20 e 50 graus, e sua visão não
pode ser corrigida por tratamento clínico nem com óculos convencionais.

Comorbilidades

Cegueira pode ocorrer diante de algumas condições tais como retardo


mental, espectro autista, paralisia cerebral, surdez e epilepsia. Em um estudo
com 228 crianças com deficiência visual na região metropolitana
de Atlanta entre 1991 e 1993, 154 (68%) tinha uma deficiência adicional além
da deficiência visual. Cegueira em combinação com a perda auditiva é
conhecida como surdocegueira.

Causas

Deficiência visual grave possui uma variedade de causas:

Doenças

Um homem cego guiado por um cão-guia em Brasília, Brasil.

De acordo com estimativas da OMS, as causas mais comuns de cegueira em


todo o mundo em 2002 foram:

cataratas (47,9%),

glaucoma (12,3%),

degeneração macular relacionada à idade (8,7%),

opacidade da córnea (5,1%),

retinopatia diabética (4,8%),


cegueira infantil (3,9%),

tracoma (3,6%),

oncocercose (0,8%).

Em termos de prevalência mundial de cegueira, a um número muito maior de


pessoas e maior probabilidade de serem afetadas em países em
desenvolvimento, significa que as causas de cegueira nessas áreas são
numericamente mais importantes. A catarata é responsável por mais de 22
milhões de casos de cegueira e glaucoma seis milhões, enquanto que a lepra e
oncocercose cegam aproximadamente um milhão de indivíduos em todo o
mundo. O número de indivíduos cegos por tracoma caiu drasticamente nos
últimos 10 anos de seis para 1,3 milhões, colocando-o em sétimo lugar na lista
de causas de cegueira no mundo. É estimado que a xeroftalmia afete cinco
milhões de crianças a cada ano; 500 mil desenvolvem o envolvimento da
córnea ativa, e metade destes tornam-se cegos. Ulceração da córnea central é
também uma importante causa da cegueira monocular no mundo, o que
representa uma estimativa de 850 mil casos de cegueira corneal todos os anos
apenas na Índia. Como resultado, as cicatrizes corneanas por todas as causas
agora são a quarta maior causa global da cegueira.

A degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é uma doença


degenerativa da retina que provoca uma perda progressiva da visão central e
leva a cegueira. Atualmente é apontada como a causa mais comum de perda
de visão nas pessoas acima de 55 anos. Segundo dados da Foundation
Fighting Blindness, 10 milhões de pessoas nos EUA tem DMRI ou possuem
risco considerável de desenvolver a doença. Estima-se que no ano de 2020,
até 8 milhões de pessoas com 65 anos ou mais poderão apresentar DMRI. A
taxa de acometimento pela DMRI aumenta com a idade.

Pessoas nos países em desenvolvimento são significativamente mais


propensas a adquirir a deficiência visual como consequência de doenças
tratáveis ou evitáveis do que suas contrapartes em países desenvolvidos.
Enquanto a deficiência visual é mais comum em pessoas com mais de 60 anos
de idade em todas as regiões, as crianças em comunidades mais pobres são
mais propensas a serem afetadas do que seus pares mais ricos.

A ligação entre pobreza e deficiência visual tratável é mais evidente quando se


realizam comparações regionais sobre a causa. A maioria dos adultos com
deficiência visual na América do Norte e na Europa Ocidental tem como causa
degeneração macular relacionada à idade e retinopatia diabética. Enquanto
ambas as condições estão sujeitos a tratamento, nenhuma delas pode ser
curada.
Nos países em desenvolvimento, onde as pessoas têm menor expectativa de
vida, catarata e parasitas transmitidos pela água —ambas podem ser tratadas
eficazmente— são na maioria das vezes os culpados. Em países
desenvolvidos, onde doenças parasitárias são menos comuns e cirurgia de
catarata é mais disponível, a degeneração macular relacionada à idade,
glaucoma e retinopatia diabética são geralmente as principais causas da
cegueira.

Cegueira infantil pode ser causada por condições relacionadas à gravidez, tais
como a síndrome da rubéola congênita e retinopatia da prematuridade.

Anormalidades e lesões

Reeducação de feridos. Soldados franceses cegos aprendem a fazerem


cestas, Primeira Guerra Mundial.

Lesões nos olhos, na maioria das vezes ocorrem em pessoas com menos de
30, são a principal causa de cegueira monocular (perda de visão em um olho)
em todo o Estados Unidos. Lesões e cataratas afetam o olho em si, enquanto
anormalidades tais como hipoplasia do nervo óptico afetam o feixe nervoso que
envia sinais do olho para trás do cérebro, que pode levar à diminuição da
acuidade visual.

Pessoas com lesões no lóbulo occipital do cérebro podem, apesar de terem os


olhos e nervos ópticos danificados, ainda serem legalmente ou totalmente
cegos.

Anomalias genéticas

Pessoas com albinismo têm frequentemente perda de visão e muitos são


legalmente cegos, embora poucos deles realmente não possam ver.

Neuropatia óptica hereditária de Leber pode causar cegueira total ou perda de


visão grave desde o nascimento ou na infância.

Os recentes avanços no mapeamento do genoma humano identificaram outras


causas genéticas de baixa visão ou cegueira. Um exemplo é a síndrome de
Bardet-Biedl.
Intoxicação

Raramente, a cegueira é causada pela ingestão de determinados produtos


químicos. Um exemplo bem conhecido é o metanol, que é apenas levemente
tóxico e minimamente intoxicante, mas não quando o etanol compete com o
metabolismo, metanol decompõe-se em formaldeído e ácido
fórmico substâncias que por sua vez pode causar cegueira, uma série de
outras complicações de saúde e até a morte. O metanol é comumente
encontrado em bebidas alcoólicas, o álcool etílico desnaturado, para evitar
pagar impostos sobre a venda de etanol destinados ao consumo humano.
Álcool etílico é por vezes usado por alcoólatras como um substituto
desesperado e barato para bebidas alcoólicas.

Ações intencionais

Cegueira tem sido usada como um ato de vingança e tortura em alguns casos,
para privar uma pessoa de um sentido importante pelo qual ela pode guiar-se
ou interagir com o mundo, agir com total independência e estar ciente dos
acontecimentos que os rodeiam. Um exemplo da esfera clássica é Édipo, que
fura seus próprios olhos após perceber que cumpriu a terrível profecia sobre
ele. Assassino de búlgaros, o imperador bizantino Basílio II Bulgaróctono cegou
15 mil prisioneiros, antes de libertá-los.

Em 2003, um tribunal antiterrorista paquistanês condenou um homem a ser


cegado depois de ter realizado um ataque com ácido contra a sua noiva, que
resultou em sua cegueira. A mesma sentença foi dada em 2009 para o homem
que cegou Ameneh Bahrami.

Recursos

Um estudo de 2008 publicado no New England Journal of Medicine testou o


efeito do uso de terapia genética para ajudar a restaurar a visão de pacientes
com uma forma rara de cegueira hereditária, conhecida como Neuropatia
óptica de Leber ou NOL. A Neuropatia óptica de Leber danifica os receptores
de luz na retina e normalmente começa a afetar a visão na infância, com piora
da visão até a cegueira completa em torno da idade de 30 anos.

O estudo utilizou um vírus comum do resfriado para levar uma versão normal
do gene chamado RPE65 diretamente nos olhos dos pacientes acometidos.
Notavelmente todos os 3 pacientes com idades de 19, 22 e 25 responderam
bem ao tratamento e relataram melhora da visão após o procedimento. Devido
à idade dos pacientes e a natureza degenerativa do NOL a melhoria da visão
dos pacientes em terapia genética é encorajadora para os investigadores.
Espera-se que a terapia genética possa ser ainda mais eficaz em pacientes
mais jovens que sofreram perda de visão limitada, bem como em outros
indivíduos cegos ou parcialmente cegos.

Dois tratamentos experimentais para os problemas de retina incluem um


substituto cibernética e transplante de células da retina fetal.

Mobilidade

Muitas pessoas com sérias deficiências visuais podem se locomover de forma


independente, usando uma ampla gama de ferramentas e técnicas.
Especialistas em orientação e mobilidade são os profissionais que são
treinados especificamente para ensinar as pessoas com deficiência visual
como se locomover com segurança, confiança, e de forma independente em
casa e na comunidade. Estes profissionais também podem ajudar as pessoas
cegas na prática de locomoção em rotas específicas, que possam ser
utilizadas, muitas vezes, como a rota da casa para uma loja.

Ferramentas como a bengala branca com uma ponta vermelha —


o símbolo internacional da cegueira — também podem ser usadas para
melhorar a mobilidade. A bengala cano-longo é usada para aumentar o alcance
da sensação de toque do usuário. Geralmente é usada com ela para baixo em
um movimento de balanço, através do caminho planejado, para detectar
obstáculos. No entanto, as técnicas para manuseio da bengala podem variar
dependendo do utilizador e/ou da situação. Algumas pessoas com deficiência
visual não possuem esses tipos de bengalas, optando pela menor e mais leve
bengala de identificação (ID). Outros ainda necessitam de uma bengala de
apoio. A escolha depende da visão do indivíduo, motivação e outros fatores.

Um pequeno número de pessoas utilizam cães-guia para ajudar em sua


mobilidade. Estes cães são treinados para desviar de vários obstáculos, e
indicar quando se torna necessário subir ou descer um degrau. No entanto, a
utilidade dos cães-guia é limitado pela incapacidade de cães de entender os
complexos caminhos. A metade humana da equipe traça o caminho, com base
em habilidades adquiridas através da formação de mobilidade anterior. Neste
sentido, o manipulador pode ser comparado ao navegador de uma aeronave,
que deve saber como ir de um lugar para outro, e que o cão o piloto, que deve
levá-los ao destino com segurança.

Algumas pessoas cegas usam GPS para deficientes visuais como ajuda em
sua mobilidade. Esses softwares podem ajudar as pessoas cegas, com
orientação e navegação, mas não é um substituto para ferramentas de
mobilidade tradicionais, tais como bengalas brancas e cães-guia.
Tecnologia para permitir que pessoas cegas possam conduzir veículos
motorizados começou a ser desenvolvida em 2011, por pesquisadores
do Instituto Politécnico e Universidade Estadual da Virgínia, juntamente com a
Federação Nacional dos Cegos dos Estados Unidos.

Ações do governo são algumas vezes tomadas para tornar lugares públicos
mais acessíveis a pessoas cegas. O transporte público está disponível
gratuitamente para os cegos em muitas cidades. Piso tátil e semáforos com
autofalantes podem tornar mais fácil e mais seguro para os pedestres com
deficiência visual atravessarem as ruas. Além de fazer regras sobre quem pode
e não pode usar uma bengala, alguns governos obrigam que se de a
preferência aos usuários de bengalas brancas ou cães-guia.

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