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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distancia

Tema: O HIV/SIDA em Moçambique

Nome: Arnalda Touolo


Código do Estudante: 708216861

Curso: Licenciatura no Ensino de Biologia


Disciplina: Habilidades de Vida, Saúde Sexual, Reprodutiva, Gênero e HIV/SIDA
Ano de Formação: 2022

Maputo, Novembro de 2022

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Índice
0.Introdução.............................................................................................................................................3
1.O HIV/SIDA em Moçambique.............................................................................................................4
1.1.Origem do HIV..................................................................................................................................4
1.2.Transmissão do HIV..........................................................................................................................6
1.3.Métodos de Prevenção do HIV..........................................................................................................8
2.Metodologia........................................................................................................................................10
3.Conclusão...........................................................................................................................................11
4.Referências Bibliográficas..................................................................................................................12

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0.Introdução
O presente trabalho, visa analisar o HIV/SIDA em Moçambique, compreender a sua origem, as
vias de transmissão e os métodos de prevenção do HIV. Ou seja procuraremos apresentar a
informação básica sobre o HIV/SIDA, suas formas de transmissão, sua actuação e evolução no
corpo, suas formas de diagnóstico e tratamento. Queremos levar-vos à uma reflexão e avaliação
do vosso comportamento abordando as escolhas que tendes para se protegerem (do HIV) a si
próprios, aos seus parceiros e aos seus filhos; e combater o estigma e a discriminação. Descrever
a situação epidemiológica e a origem do HIV no mundo e em Moçambique.

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1.O HIV/SIDA em Moçambique
HIV é a sigla em inglês para vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids (da sigla em
inglês para Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), ataca o sistema imunológico, responsável
por defender o organismo de doenças. Aids é a Síndrome da Imunodeficiência Humana,
transmitida pelo vírus HIV, caracterizada pelo enfraquecimento do sistema de defesa do corpo e
pelo aparecimento de doenças oportunistas.

O HIV/SIDA para além de ser uma doença, é também um fenómeno social e cultural,
circunstância que os ordenamentos jurídicos não podem ignorar, ou seja a pandemia do
HIV/SIDA em Moçambique é hoje, infelizmente, uma realidade absoluta e incontornável e que
não pode ser ignorada por ninguém.

Em Moçambique, a pandemia do HIV/SIDA atinge proporções catastróficas que exigiram, e


cada vez mais exigem, da parte do legislador, uma intervenção vigorosa, sob pena de se
agravarem os, por si só já nefastos, efeitos da doença.

Moçambique é o país de expressão portuguesa em África onde os números de infetados pelo


vírus HIV-SIDA são mais elevados
A epidemia tem um carácter heterogéneo em termos geográficos e socioeconómicos
os órgãos apresentam a mesma origem embrionária são chamadas de órgão homólogos
. Cerca de 15% de mulheres grávidas entre os 15 e 49 anos de idade estão infetadas pelo virús
HIV-SIDA. infetados pelo vírus HIV-SIDA são mais elevados
A epidemia tem um carácter heterogéneo em termos geográficos e socioeconómicos
os órgãos apresentam a mesma origem embrionária são chamadas de órgão homólogos
. A principal via de transmissão continua a ser sexual em cerca de 90% dos casos em adultos.

Em Moçambique, adolescentes são a faixa etária mais infetada pelo HIV-SIDA. Falta de
prevenção, violência sexual, abandono do tratamento e suposta vulnerabilidade dos jovens são
apontadas como as principais causas do elevado número de infeções por HIV-SIDA nesta faixa
etária, em Moçambique.

1.1.Origem do HIV
História do HIV: 1.900 – Dos Macacos aos Seres Humanos.

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Entre 1.884 e 1.994, em algum lugar na Africa Central, um caçador mata um chimpanzé, algum
sangue do animal entra no corpo do caçador, possivelmente por uma ferida aberta. Este sangue
carrega um vírus que é inofensivo para o chimpanzé, porém letal para o ser humano, um vírus
que mais tarde receberia o nome de HIV. O vírus se espalha entre os seres humanos, mas as
mortes causadas por ele são atribuídas a outros fatores.

História do HIV: 1.981 – Primeiros casos reconhecidos


Em junho, é publicado em revista médica, o primeiro caso de morte em um homem gay jovem
por pneumonia, tratava-se de uma pneumonia grave causada por um fungo, capaz de causar
doença apenas em pessoas com imunidade muito baixa. Em 14 de Julho, primeiro relato de caso
do Sarcoma de Kaposi – câncer de pele até então raro.

História do HIV: 1.982 – o nome “AIDS”


A Síndrome recebe o nome de Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS, e o Cientistas
suspeitam que a transmissão ocorra por sangue contaminado, Ainda não se sabe o que causa a
síndrome. Confirmados os primeiros casos de AIDS no Brasil, Chamada de Doença dos 5 Hs:
Homossexuais, Hemofílicos, Haitianos, Heroinômanos (usuários de heroína
injetável), Hookers (profissionais do sexo em inglês).

A expansão do HIV/SIDA em Moçambique deve ser analisada não apenas nos aspectos da
mobilidade populacional, mas, dentro de um conjunto de relações de fatores epidemiológicos e
dos impactos das mudanças estruturais do país, desde a independência aos dias de hoje. A
história de doenças infectocontagiosas tais como a tuberculose e as doenças de transmissão
sexual bem como a sua distribuição espacial deve ser também considerada na análise do
HIV/SIDA. A abordagem histórica do avanço destas doenças precisa ser tomada com mais
atenção, pois, provavelmente a difusão destas doenças também esteve relacionada com o
fenómeno migratório. Entretanto, a compreensão da trajetória da doença em termos espaciais e
as doenças previamente referidas revelam alguns dos caminhos em que as condições
económicas, relações sociais e a luta pelo poder podem desempenhar um importante papel na
disseminação de doenças infecciosas como o HIV/SIDA.

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Moçambique indica que a origem da epidemia do HIV/SIDA parece ter as suas raízes nos
movimentos migratórios motivados, sobretudo, pela guerra civil entre 1976 e 1992, a qual terá
provocado o êxodo de milhares de moçambicanos (estima-se que cerca de 1.500.000) para países
que atualmente apresentam taxas de prevalência muito altos (PNUD,1999: p. 70) A guerra civil
trouxe consigo relatos de mulheres que sofreram violência sexual. O rapto de mulheres foi
prática comum sendo elas utilizadas para o prazer sexual dos soldados e para a realização de
cerimônias de purificação, de começo de combates (Osório e Arthur, 2002). A assinatura do
Acordo Geral de Paz em 1992 terá, no sentido inverso, provocado o retorno a Moçambique
dessas populações. Com o fim da guerra, registou-se também um aumento da mobilidade interna
no país, quer entre áreas rurais, entre centros urbanos e das áreas rurais para os centros urbanos
ou mesmo em sentido inverso, da cidade para o campo.
Na análise da migração como fator de difusão do HIV/SIDA, uma especial atenção deve ser dada
aos corredores de desenvolvimento nomeadamente Maputo, Beira e Nacala que permitem a
passagem de e para fora de milhares de pessoas que transportam consigo doenças infecto-
contagiosas dentre elas as de Transmissão Sexual (DTS). Referem as estatísticas que entre 1996-
97 a região centro de Moçambique registou uma taxa de DTS em adultos de 12,6%, condição
que coloca a população desta região em risco de infecção do HIV (PNUD, 1999). Também fora
destes corredores existe um elevado comércio interfronteiriço directo entre as províncias de Tete
e Malawi e Zimbabwe e igualmente entre Manica e o Zimbabwe. O comércio é cada vez mais
praticado por mulheres que compram e vendem produtos ao longo das fronteiras internacionais.
Este grupo de pessoas em constante “movimento” está exposto a múltiplos padrões sexuais
nomeadamente múltiplos parceiros ocasionais (TVM, 2002; TVM, 2003).

1.2.Transmissão do HIV
Vias de transmissão
A transmissão do HIV dá-se mais frequentemente por via de:
a) Contacto, durante a penetração sexual com um/a parceiro/a infectado/a. O vírus pode entrar
no corpo através da superfície da vagina, vulva, pénis ou recto, durante as relações sexuais. O
modo de transmissão mais frequente, em África, é através de relações heterossexuais.
b) Contacto com sangue infectado. Por exemplo, pessoas que usam drogas injectáveis e
partilham agulhas ou seringas contaminadas pelo sangue de alguém que esteja infectado pelo

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vírus. Transmissões de pacientes para agentes de saúde, ou vice-versa, por via de picadas
acidentais com agulhas ou outros instrumentos médicos (são raras). No caso de transfusões
sanguíneas, normalmente o risco é extremamente pequeno, se as regras são observadas de testar
o sangue destinado à transfusão; continua a haver um risco muito pequena quando o doador de
sangue estiver no ‘período de janela’: operíodo no qual anticorpos não são detectáveis logo
depois duma infecção recente.
c) Transmissão vertical, da mãe para o filho. As mulheres infectadas podem transmitir o
HIV para os seus bebés durante a gravidez, durante o parto e durante a amamentação.

Sintomas
Quando ocorre a infecção pelo vírus causador da aids, o sistema imunológico começa a ser
atacado. E é na primeira fase, chamada de infecção aguda, que ocorre a incubação do HIV –
tempo da exposição ao vírus até o surgimento dos primeiros sinais da doença. Esse período varia
de 3 a 6 semanas. O organismo leva de 8 a 12 semanas após a infecção para produzir anticorpos
anti-HIV. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-
estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida. Caso haja suspeita de infecção pelo HIV,
procure uma unidade de saúde e realize o teste.
Tratamento
Ainda não há cura para o HIV, mas há muitos avanços científicos nessa área que possibilitam
que a pessoa com o vírus tenha qualidade de vida. O tratamento inclui acompanhamento
periódico com profissionais de saúde e a realização de exames. A pessoa só vai começar a tomar
os medicamentos antirretrovirais quando os exames indicarem a necessidade. Esses remédios
buscam manter o HIV sob controle o maior tempo possível. A medicação diminui a
multiplicação do vírus no corpo, recupera as defesas do organismo e, consequentemente,
aumenta a qualidade de vida. Para que o tratamento dê certo, o soropositivo não pode se esquecer
de tomar os remédios ou abandoná-los. O vírus pode criar resistência e, com isso, as opções de
medicamentos diminuem. A adesão ao tratamento é fundamental para a qualidade de vida.
Mesmo em tratamento, a pessoa com aids pode e deve levar uma vida normal, sem abandonar a
sua vida afetiva e social. Ela deve trabalhar, namorar, beijar na boca, transar (com camisinha),
passear, se divertir e fazer amigos. Atualmente, existem os medicamentos antirretrovirais –
coquetéis antiaids que aumentam a sobrevida dos soropositivos. É fundamental seguir todas as

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recomendações médicas e tomar o medicamento conforme a prescrição. É o que os médicos
chamam de adesão, ou seja, aderir ao tratamento. Há, também, outras atitudes que oferecem
qualidade de vida, como praticar exercícios e ter uma alimentação equilibrada.

1.3.Métodos de Prevenção do HIV


O meio mais simples e acessível de prevenção ao HIV é o uso de preservativos masculino e
feminino em todas as relações sexuais. Os preservativos são distribuídos gratuitamente em
unidades de saúde e também podem ser comprados em estabelecimentos da iniciativa privada,
como farmácias e drogarias.
É importante observar o próprio corpo durante a higiene pessoal – isso pode ajudar a identificar
uma IST no estágio inicial – e procurar o serviço de saúde ao perceber qualquer sinal ou sintoma.

Tratamento como prevenção: tratamento como prevenção (TcP) é um termo usado para
descrever métodos de prevenção da transmissão do HIV que utilizam antiretrovirais (ARVs) em
pessoas HIV-positivas. A adesão ao tratamento significa melhor saúde destas pessoas, redução
da carga viral e redução da transmissão do HIV para outras pessoas. Mais pessoas seropositivas,
com início, ainda antes do tratamento antirretroviral (consoante as directrizes da OMS, de 2013,
com menos de 500 CD4), que aderem ao tratamento, significa melhor saúde destas pessoas,
redução da carga viral e redução da transmissão de HIV para outras pessoas.

PrEP (Prevenção Pre-exposição): tratamento, com ARVs, de parceiros não infectados. É


relevante para homossexuais, casais discordantes, trabalhadores de sexo, adolescentes, mas não é
prática em Moçambique.

PEP ou PPE (Profilaxia Pós-Exposição) - é um tratamento de curta duração, com


medicamentos antirretrovirais, a fim de evitar a contaminação pelo HIV, depois de uma
exposição acidental ao HIV, por pessoas com resultado do teste negativo. Em Moçambique, os
dois grupos seguintes têm direito à aplicação gratuita do PEP:

a) Trabalhadores de saúde que tenham sido picados por agulhas ou outros objectos
cortantes, dando-lhes ARVs, dentro de uma hora depois da picada, e depois, durante 28 dias.

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b) Sobreviventes de abuso e violação sexual – qualquer contacto sexual desprotegido e não
desejado, independentemente da idade ou do sexo da vítima. Para ter efeito, a profilaxia com
ARVs deve ser iniciada o mais rapidamente possível (nunca depois de 72 horas após o contacto)
e deve continuar durante 28 dias.

PTV: Prevenção da Transmissão Vertical, de mãe para filho (ver capítulo 3.9). Circuncisão
masculina: a circuncisão consiste na remoção do prepúcio, que é a pele que cobre a glande
(cabeça do pénis); este contém células, que facilitam o transporte do HIV para a corrente
sanguínea. A circuncisão reduz (e não elimina) o risco de infecção pelo HIV, e reduz o risco de
contrair as outras ITSs.

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2.Metodologia
Partindo do pressuposto de que o HIV/SIDA em Moçambique, os infetados pelo vírus HIV-
SIDA são mais elevados, a epidemia tem um carácter heterogéneo em termos geográficos e
socioeconómicos, a abordagem qualitativa é mais adequada para a explicação a transmissão e
métodos de prevenção do HIV. Segundo Ludke (1986), a abordagem qualitativa se caracteriza
por ter como foco principal o significado que as pessoas dão às coisas. Tal metodologia, aplicou-
se ainda a pesquisa bibliográfica. Pesquisa Bibliográfica é elaborada a partir de material já
publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e actualmente com material
disponibilizado na internet, (Gil, 2007).

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3.Conclusão
Um estudo desta natureza revela-se bastante pertinente considerando que anualmente novos
casos de infecção são identificados ao mesmo tempo em que a mobilidade populacional se
intensifica. Por outro lado, chegou o momento de tomar seriamente a questão da mobilidade
populacional, uma vez que várias teorias têm vindo a mostrar que por detrás da movimentação da
população se esconde o espectro da pobreza (William, 2002; Horwitz, 2001; PNUD, 1999).

Um estudo destes é importante para a saúde pública uma vez que o HIV/SIDA não deve ser
resumido como um problema de pessoas que morrem, mas sim, procurar saber as reais causas de
infecção, sobretudo na situação em que no pós-guerra civil a circulação intra e interregional
tornou-se mais segura. O movimento interfronteiras aumentou ao mesmo tempo em que as
estatísticas nos revelam que todos os países com fronteiras comuns com Moçambique
apresentam índices elevados de HI/SIDA.

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4.Referências Bibliográficas

PNUD, A. N. Projecções regionais de prevalência do HIV em adultos: impacto demográfico do


HIV/ SIDA em Moçambique. Maputo: 1999.

OSÓRIO, C.; ARTHUR, M. J. Saúde sexual e reprodutiva, DTS, HIV/SIDA Moçambique.


Revisão da literatura. Maputo: FNUAP, 2002.

TELEVISÃO DE MOÇAMBIQUE. Ver Moçambique: Manica. 2002. _____. Ver Moçambique:


Tete. 2003.

WILLIAM, B. “Spaces of vulnerability: migration and HIV/AIDS in South Africa”. In: SAMP,
Cape Town, n. 24, Jonathan Crush (ed.).

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