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INTRODUÇÃO

Tenho notado em todas as introduções que escrevo; tornou-se


uma constante meus cumprimentos a você toda vez que você
começa a ler um de meus livros, isso é devido a um único fator:
Evolução.

Sempre fico admirado pelos meus leitores, a maioria tão


jovens e já em busca do sucesso, começando cedo no mundo dos
negócios. Assim como eu enfrentei muitas armadilhas e
dificuldades em minha jornada, sei que a provação pode ser dura,
o desânimo por ser constante; às vezes temos vontade de desistir e
jogar tudo para o alto. Mas não o fazemos. Nunca. Sempre
encontraremos um novo jeito, uma nova maneira, um novo
negócio.

Vejo em cada um de vocês a determinação que eu tinha


quando comecei. É bonito e reconfortante olhar a sua busca por
conhecimento e a sua constante evolução.

Neste livro, eu passarei a vocês um pouco do


conhecimento que eu tenho sobre o mundo dos negócios, os
conhecimentos adquiridos até o momento, porque, afinal de
contas, eu também continuarei aprendendo até o fim dos meus
dias.
Tomei uma decisão ao começar esse livro: não adianta eu
apenas explicar como funciona os investimentos em ações se você
não tem capital para investir. Tudo que ler será apenas mais um
punhado de conteúdo sem utilidade na sua mente.

Então a primeira parte deste livro, passarei a vocês o meu


legado, como eu o criei, como eu o administrei, como eu o recriei
quando foi preciso. Você saberá o que pode e o que não pode
fazer para ganhar dinheiro e acumular um pequeno capital para
começar a investir. Algumas ideias de negócio que podem ser
feitas facilmente e já trazer lucros de vários dígitos.

Eu me perguntei antes de escrever essa parte:

- Qual a diferença entre eu, JF, quando comecei e estes


jovens que estão começando agora? Eles serão capazes?

Quando comecei, tinha um sapato e um computador. Mas


nada disso é necessário para começar um negócio. Mas também
tinha o que era necessário e é algo que você que pegou este livro
tem.

FORÇA DE VONTADE! Esse é o único fator necessário


para criar uma grande fortuna – sem isso até a melhor das ideias
nada se tornam. Com isso, até a mais simples ideia torna-se
grandiosa. O negócio não se faz por si só. Você o faz! O que
difere os grandes negócios dos pequenos, o grande empresário do
pequeno, o rico do pobre, o que os difere é a capacidade
individual que cada um tem de se comprometer com algo, uma
ideia, um negócio, com um projeto e batalhar até torná-lo um
sucesso.

A diferença entre o fracasso e o sucesso reside na força


de vontade. Porque os grandes empresários, cedo ou tarde,
acabam palestrando, ou escrevendo livros? Porque o caminho não
foi fácil! Se fosse fácil todos seriam empresários, todos teriam
milhões. A jornada é tão difícil, que todos querem contar como
foi, todos têm orgulho da fortuna que criaram, porque sabem quão
dura e cheia de provações foi a jornada.

Somente poucos indivíduos no mundo foram abençoados


com o dom da liderança, da perseverança e da fortuna. É fácil
reconhecê-los, não importa se estão no meio de uma imensa
multidão: ele logo se faz perceber, seja pelas ideias que apresente
ou por aquele brilho no olhar, aquele brilho que você sabe de
onde vem, aquela chama que queima dentro do peito, aquele
sentimento inabalável do querer. Eu quero, eu posso, eu consigo!

A fórmula será transmitida a você. Mas já te desafio:


você terá o que é necessário para transformar palavras em
sucesso?
Você receberá o conhecimento, mas o sucesso só pode
vir de você – mais ninguém no mundo o tornará rico. Faça por
você e mais ninguém.

Tenho a certeza que você vai longe na vida prezado


leitor: já parou para pensar, enquanto você abre este livro muitos
jovens da sua idade, estão se lixando para o futuro. Estão com o
som alto, em postos de gasolina, parados ao lado dos seus
potentes carros, bebendo e achando que a vida será sempre fácil
assim. Esquecendo que o lazer vem depois das obrigações. Que o
lazer é a recompensa dos trabalhadores não dos desocupados.

A vida no mundo capitalista não é fácil, para se viver é


preciso pagar o preço. Quanto melhor a qualidade de vida que
você desejar, mais caro será o tributo. As obrigações logo
começarão a aparecer, sua vida não poderá ser mais levada como
brincadeira. Enquanto uns se divertem, você está agora treinando
a sua mente, afiando as suas habilidades para começar a criar o
seu grande legado.

Desde pequenos fomos condicionados a seguir o plano


de nossos pais, aquilo que eles conhecem por certo: não podemos
julgá-los, pois é a única verdade que eles conhecem. Os tempos
modernos representam o presente; eles ainda não se deram conta
que a fórmula que ensinam de “estudar, arrumar um emprego e
viver com o mesmo salário para o resto da vida” pode servir para
alguns, mas não para todos.

Porque se contentar com isso sem ao menos tentar algo


maior? Se você não tem nada, então não há nada a temer: um
homem sem nada a perder é indestrutível.

Qual os riscos que vai correr? Você é jovem, pode


recomeçar quantas vezes forem necessárias. Você pode tentar,
tentar até acertar. Se tivesse 60 anos de idade, aí talvez você
devesse ter medo de alguma coisa, mas não, você tem uma vida
inteira pela frente – ainda assim existem pessoas que empreendem
em “idade avançada” e prosperam!

Ficar alguns meses sem estabilidade financeira é normal


no início. Você não deve sonhar que no dia seguinte já terá uma
conta gorda no banco a sua disposição. Mas isso não é um risco
muito grande a se correr, temos que nos adaptar com o momento;
se ainda não recebemos nada, não podemos gastar nada. SEM
PASSIVOS! SEM DÍVIDAS INiCIAIS!

A primeira coisa a se fazer quando se deseja começar um


novo negócio é cortar ao máximo todas as despesas fixas
mensais. Começar a pensar somente no básico. Você precisa de
uma moradia, não pode se dar ao luxo de gastar com aluguel.
Então é necessário permanecer na casa dos seus pais, não pode ter
essa despesa mensal: não agora.

Não confunda montar um negócio, com montar uma


sede. Para começar um negócio, você não precisa sair alugando
uma sala comercial, comprando móveis em 48 parcelas, já
fazendo vários financiamentos.

Já vai começar uma empresa devendo, criando dividas?


NÃO!

Prefere começar a sua carreira como empresário já sendo


refém das suas necessidades, já precisando pensar em despesas
operacionais?
Nada de despesas no começo, somente o básico!
Comida, um teto, roupas limpas: você não precisa de um terno
Dolce Gabana para fechar um negócio, você não precisa de
roupas caras – você não é vendedor de roupas! Você precisa
apresentar o seu produto, a sua ideia e ter a aceitação do cliente.
Somente isso!

Após ler este livro, você sentirá medo de começar,


porque eu destruirei o sonho de alguns que pensam que o sucesso
bate na sua porta somente porque você o quer. Ele fugirá de você,
ele se esconderá, às vezes por um tempo que pode ser longo
demais. Se você não desistir, se continuar procurando, logo o
encontrará. A jornada será suada, difícil, mas recompensadora!
Você tem a determinação necessária, a coragem para
enfrentar o mundo dos negócios de frente e SEM
DESANIMAR?

Bem-vindo competidor, saiba que este não é um jogo


para os fracos. Nascer pobre não é uma punição do universo, não
é culpa de ninguém as condições da sua vida. Foi ao acaso que
isso aconteceu. Mas se você nascer pobre e permanecer sempre
pobre saiba que a culpa disso será inteiramente sua.

Eu escrevo as palavras, você faz a ação.

Desejo a você uma boa leitura, bons estudos e muito


sucesso!

J.F Rozza
PRIMEIRA PARTE
Autor Phillip Souza

FINANÇAS PESSOAIS

Alguns já me conhecem, outros me conhecerão agora. Conheci


Rozza a partir de um de meus relatos, enviado por e-mail. Depois
de conversar um pouco com ele e me apresentar, acredito que
percebemos muitos pontos em comum na nossa forma de ver o
mundo, especialmente o mundo dos negócios e o mundo
financeiro.

Ele é um empreendedor, investidor de bolsa de valores e,


agora, mais que nunca, um grande escritor. Sua trajetória, descrita
tanto nessa obra quanto noutros livros, é inspiradora.

Assim como ele, eu preferi trilhar o caminho do


empreendedorismo, mas por vias um pouco diferentes. Vou
procurar ser breve sobre minha trajetória, pois a ideia desse
apêndice não é falar de mim.

Comecei minha vida profissional cedo: alguns familiares


trabalhavam com produtos de uma empresa de marketing
multinível e logo fui legalmente emancipado aos 16 anos (tinha
obrigações de um adulto). Não tive sucesso naquele negócio, mas
aprendi bastante coisa sobre uma área essencial em qualquer
empresa ou negócio: vendas! Tanto que me graduei na área e
trabalhei vendendo Barsa.

“Poxa... o cara vendia livros no século XXI!” Não se tratava só de


livros, mas sim, vendia. A Barsa foi minha “pós-graduação”
prática na época da faculdade.

Quem trabalha e estuda sabe como é sofrido e difícil conciliar as


duas coisas. Depois disso, aconteceram turbulências em minha
vida pessoal (detalho melhor noutra oportunidade); e no meio
disso tudo, por ter sido o melhor aluno na faculdade, recebi uma
bolsa para fazer um MBA: estudei a fundo mercado de capitais –
isso foi no ano pós-crise, 2009... me chamavam de louco na
época, mas era isso que queria aprender.

No ano seguinte (2010) me tornei operador de bolsa de valores


(vulgo “corretor”) e ali pude colocar muita coisa em prática
daquilo que tinha estudado: ações, opções, contratos de
derivativos das maneiras mais elaboradas que alguns de vocês,
talvez, nem possam imaginar.
Naquela época eu ministrava palestras e cursos para a corretora
que trabalhava: tive contato com educação financeira.

Ali identifiquei uma oportunidade: muitas pessoas não sabiam


administrar o próprio dinheiro, mas, pela falsa promessa de que se
“aposta” na bolsa e logo fica milionário (pode acontecer, mas não
é tão fácil e nem tão simples) colocavam todas suas economias no
mercado de capitais e saíam “machucadas” e ainda falando mal:
que “bolsa é cassino”, “só os grandes é que ganham com bolsa”,
que “esse mercado é manipulação de preços e cotações”, dentre
várias outras coisas.

Decidi, então, abrir minha empresa de educação financeira.

E (finalmente) é isso que venho procurar passar para vocês, que


estão iniciando ou mesmo já estão na trajetória de
empreendedores e investidores.

DÍVIDAS RUINS VS
INVESTIMENTOS
Alguns já me perguntam sobre investimentos, qual seria a melhor
opção, em que investir... não funciona assim, de qualquer jeito.
Primeiro tem que fazer o dever de casa. E o que seria esse dever
de casa?

Simples: DÍVIDA RUIM E INVESTIMENTO NÃO


COMBINAM.

O que isso significa? Significa que certas dívidas vão te


prejudicar, muitas vezes fazer com que sua evolução seja lenta, a
sua vida financeira pareça andar com o freio de mão puxado.

Mas o que seriam dívidas ruins? São aquelas dívidas que arruínam
suas finanças, não trazem retorno para você.

Um exemplo para clarear: digamos que você tenha um carro e use


esse carro apenas para passeio nos finais de semana, para curtir
com os amigos, sair com a namorada, etc.

Ele é EXCLUSIVAMENTE para lazer. Um carro, é claro,


proporciona agilidade no deslocamento, conforto de ir e vir – mas
também proporciona algum status: quantas vezes vocês já não
ouviram e viram algumas mulheres (interesseiras?) com homens
que possuem um carro?
A natureza delas é buscar por segurança e talvez façam isso de
forma inconsciente (ou não); ter um carro, de uma forma ou de
outra, significa segurança para elas (talvez o inconsciente delas
diga algo como “se ele pode manter um carro, pode manter uma
família”).

Se esse veículo, mesmo que só gere despesa, não atrapalha seus


projetos, não atrapalha sua vida financeira tudo bem... não tem
porquê colocá-lo em xeque. Mas se é algo que só te traz despesa,
prejuízo e NENHUM retorno... talvez devesse repensar, pelo
menos a princípio.

Como assim? Detalhemos melhor com um exemplo.

Digamos que uma pessoa trabalhe e receba R$ 1.500,00 de


salário. Tem um carro que usa para lazer; e o gasto desse carro
seja na ordem de R$ 750,00 mensais (combustível e parcela). 50%
de tudo que ela recebe é CONSUMIDA pelo veículo.

Ela tem os outros R$ 750,00 para comer, para pagar os custos


com habitação (caso não more com os pais ou coisa do tipo), os
custos com saúde, com o próprio lazer, muitas vezes com estudo
(cursos, faculdade)...
A situação fica bem restrita, compreende? Lógico que é um
exemplo hipotético e cada caso é um caso.

O que chamo a atenção aqui é para o bom uso de seu dinheiro:


especialmente aquele que você recebe por seu trabalho (seja
assalariado, autônomo ou empresário).

Qual seria o outro lado da moeda nesse exemplo do carro?

O veículo gerar mais resultados (mais receitas) que despesas.

Como assim?

Bom, se você já tem um carro, recebe R$ 1.500,00 de salário na


empresa em que trabalha, o carro gera de despesa média mensal
de R$ 750,00, PORÉM você o usa para gerar mais receita (a partir
do seu novo negócio, mesmo que em meio período) e o carro se
paga (paga as despesas com o aumento de receita a partir de seu
negócio: os R$ 750,00), pode ser que essa dívida seja boa: você
ganha todos os benefícios citados anteriormente (conforto,
agilidade no deslocamento, até mesmo lazer mais facilitado) e
pode desenvolver melhor seu negócio – se o uso do carro gera R$
750,00 ou mais, significa que da sua renda “principal” restam R$
1.500,00, concorda?
Acho que vocês já puderam compreender a essência em saber
como diferenciar o que é uma “dívida boa” e o que é uma “dívida
ruim”.

Mas DÍVIDA RUIM E INVESTIMENTO NÃO COMBINAM,


certo?

Dívidas que destroem suas finanças devem ser eliminadas o


quanto antes: parcelamentos no cartão de crédito, créditos
consignados, empréstimos pessoais e todo aparato financeiro
creditício que só gera pagamento de juros elevados.

O próprio Rozza enfatizou bastante esse aspecto: começar seu


negócio de forma enxuta, sem despesas fixas e/ou operacionais
elevadas.

Mas vou um pouco mais longe: resolva também “limpar” suas


finanças pessoais, pois elas prejudicam as finanças da
empresa/negócio se não estiverem sob controle – podem
atrapalhar caso precisem de recursos financeiros de terceiros para
alavancar o negócio.

Bancos não costumam emprestar dinheiro para empresários que


estão com o “nome sujo”.
Dívidas ruins não combinam com investimento e muito menos
empreendedorismo.

VOCÊ O SENHOR DAS SUAS


FINANÇAS
Estando claro essa questão das dívidas, é básico, essencial, que
você mantenha registros detalhados das suas movimentações
pessoais e empresariais.

É IMPORTANTÍSSIMO ter o controle sobre TUDO o que você


GASTA e TUDO o que você RECEBE. Se seu negócio tem
receitas variadas e irregulares (recebe pouquinho todos os dias -
como se fosse comissão- ou tem dia que entra, tem dia que não
entra receita) é ainda mais importante cuidar desse controle.

Uma planilha eletrônica elaborada para seu negócio já deve ser


suficiente, apesar de que também existem alguns softwares
gratuitos bem bacanas na internet para pequenos empreendedores,
como o Zero Paper (www.zeropaper.com.br).

O fundamental, em um caso ou noutro, é alimentar sua ferramenta


e, depois de certo tempo de coleta (geralmente um mês), saber
interpretar e tomar decisões para o crescimento de seu negócio.
É óbvio que o registro das despesas também tem que ser feito de
forma bastante rigorosa, pois você tem que saber para onde seu
dinheiro está indo EXATAMENTE.

Mas não é só isso: sua vida financeira pessoal tem que ser um
exemplo também! Não adianta nada você ter uma empresa
financeiramente “redonda”, sendo que sua vida financeira pessoal
está bagunçada. Sabe o que provavelmente vai acontecer?

Você vai acabar desajustando as contas da empresa, pois,


provavelmente, entrará em dívidas (devido ao descontrole
financeiro, o PRINCIPAL fator para o endividamento pessoal) e
quem sofrerá será seu negócio. Então, você também precisa
manter suas finanças pessoais sob controle.

Além de poder criar uma planilha eletrônica, se quiser pode usar


uma boa ferramenta, eficiente e gratuita que é o Guia de Bolso
(www.guiadebolso.com.br).

Fique à vontade para usar quaisquer outras ferramentas ou mesmo


elaborar a sua: o mais importante é que se faça o controle
meticuloso do dinheiro de seu negócio e registros tão rigorosos
quanto das suas finanças pessoais. Vivemos em um mundo
capitalista, quer queira, quer não: e o dinheiro é o “sangue” que
permeia, senão todas, a maioria das áreas de nossas vidas.
O SEGREDO FUNDAMENTAL
DAS FINANÇAS
PARA O SUCESSO NOS
NEGÓCIOS

Finanças empresariais é bem diferente de finanças pessoais,


especialmente quando se trata de volume financeiro. Uma
empresa pode faturar dezenas, centenas e até milhões de reais
mensalmente: mas isso não significa que essa seja a sua renda
pessoal.

Para você que está começando, separe bem essas duas coisas:
aquilo que você fatura não é aquilo que você deve receber como
forma de remuneração.

Se, em determinado mês, você faturou R$ 10.000,00, teve lucro


líquido (depois de pagar a tudo e a todos) de, digamos, 20%, ou
seja, R$ 2.000,00 é interessante que não estruture seu padrão de
vida com base nesse lucro líquido.

É necessário destinar recursos financeiros para reinvestimento


para que, no próximo mês (ou meses) a empresa fature mais,
aumente suas margens de lucro e você possa,

AOS POUCOS, aumentar o seu pró-labore, a sua remuneração


como empresário. Implante em sua mente que, como
empreendedor, você trabalha POR RESULTADOS e NÃO
PELO TEMPO QUE DESPENDE.

Especialmente no início dos negócios, mantenha uma vida enxuta:


tem que plantar muito para colher um pouco, pois, mesmo com
milhares de sementes plantadas apenas algumas centenas
germinarão: porém, os frutos dessas poderão ser em grandes
quantidades.

Mas, entre semear e colher, existe o tempo de espera: que pode


ser breve ou longo, depende de você e do seu negócio.

E para você que já tem um negócio e as coisas já estão meio


emboladas: finanças pessoais se confundem em parte ou no todo
com as finanças empresariais?

O processo é um pouco mais demorado e tende a ser um pouco


doloroso, dependendo da forma como sua vida está estruturada.

Se você é solteiro, não possui muitos compromissos, tende a ser


mais tranquilo: diminuir o padrão de vida para fazer o negócio
prosperar dói, mas a dor momentânea é por uma causa maior – a
prosperidade do seu negócio.

Se você já tem família, o primeiro passo é registrar todas as


despesas familiares e ver até onde o comprometimento delas afeta
as receitas do seu negócio.

Daí, esforçar-se para ou diminuir as despesas familiares, na


medida do possível, ou elevar as receitas – o ideal que as duas
coisas sejam feitas ao mesmo tempo. É necessário passar o bisturi,
não tem jeito.

Segue um esquema para que possam visualizar como


dividir ou mesmo montar seu padrão de vida a partir da geração
de resultados positivos de seu negócio:
Esse esquema é bem interessante para organizar o que
fazer com os recursos, mantendo e desenvolvendo o negócio além
de criar meios para a sua sobrevivência e, principalmente, a
realização de seus sonhos e desejos – tudo dentro daquilo que o
negócio te permitir, é claro. As colunas 1 e 3 tratam do
planejamento empresarial e pessoal/familiar.

Dependendo da situação econômica, das estratégias podem ser


adaptados. Já as colunas 2 e 4, conforme podem observar, trata-se
da prática. Todos os pontos desse esquema são importantes, mas
os pontos focais para a realização de seus sonhos residem,
especialmente, nos dois primeiros blocos da segunda coluna(a
geração de receitas e os custos e despesas do negócio) e o
segundo bloco da quarta coluna (os gastos pessoais e familiares).

Quanto mais receitas puder gerar e menos custos tiver, mais lucro
terá capacidade de criar e mais investimentos para o negócio
crescer será capaz de realizar, concorda?

E, a partir do resultado a retirar (o seu “salário” como empresário)


quanto menos gastos pessoais tiver (ou seja, ter uma vida frugal)
mais recursos serão destinados para conquistar seus sonhos,
quaisquer que sejam eles.

É simples e objetivo: não quer dizer que seja fácil ou mesmo


rápido de fazer – vai depender de vários fatores relacionados à sua
situação de vida.

O controle de suas finanças (empresarias e pessoais/familiar) é o


primeiro passo para ter um negócio e uma vida de sucesso. Mas
só isso não basta. Existem formas de resolver suas dívidas;
existem fases que vocês podem e vão encontrar em sua jornada
rumo ao topo. E nas próximas páginas vou mostrar como sair do
inferno das dívidas e chegar ao paraíso dos investimentos.
DO INFERNO AO PARAÍSO
O INFERNO DAS DÍVIDAS

DÍVIDA. Só essa palavra já é o suficiente para fazer com que


alguns arrepiem os cabelos, tenham calafrios e desperte
preocupação. Para outros, ela já faz parte da vida e aprenderam a
conviver com ela, já que não conseguem solucioná-la.

Pedir dinheiro emprestado e pagar juros por isso, por incrível que
pareça, é natural e trata-se de um tipo de transação bastante
rotineira no mercado financeiro.

Vivemos em um mundo de dualidades e aqui encontra-se uma


delas: os poupadores de um lado (famílias, indivíduos ou
empresas que dispõem de recursos financeiros sobrando) e os
tomadores de outro (famílias, indivíduos ou empresas que
precisam de recursos financeiros para alguma finalidade, qualquer
que seja ela). Nada mais do que duas faces da mesma moeda.

Um dos “problemas” é quando algum tomador não fez o seu


dever de casa e toma crédito para solucionar dificuldades que,
muitas vezes, tem pouco a ver com dinheiro.
No caso de uma empresa, a tomada indiscriminada de crédito
pode estar relacionada à falta de vendas, pouca diversificação de
mercado e sua consequente estagnação ou desaceleração, falha
grosseira no planejamento estratégico, dentre vários outros fatores
que podem refletir no descasamento ou mesmo falta de recursos
para manter, mudar e/ou expandir a empresa.

O financeiro tende a ser reflexo de algo maior e mais importante,


pois dinheiro é apenas resultado.

Da mesma forma, famílias ou indivíduos tomam dinheiro


emprestado porque, dentre outras possibilidades, não adequaram
seu padrão de vida de acordo com o seu padrão de recebimentos,
houve um grande descontrole financeiro por algum motivo, não se
prepararam para imprevistos ou não estão devidamente protegidos
para tal, ou mesmo estão tentando “tapar o sol com a peneira”,
sem muito sucesso.

É aquela velha e conhecida história: pega dinheiro emprestado de


um lado para pagar outro, tentando fazer com que essa ciranda
financeira um dia dê certo – o problema é que esse dia, dessa
forma, geralmente não chega.
O mercado de crédito no Brasil se expandiu bastante nos
últimos anos. Temos uma moeda que é estável (no sentido de não
mudarmos tanto quanto os últimos anos da ditadura e os primeiros
da nova democracia – meados e final da década de 1980 e início
da década de 1990) e, apesar de vários problemas enfrentados
(câmbio, inflação, etc), hoje conseguimos ter uma certa
previsibilidade do que podemos fazer.

Porém, ainda não sabemos como lidar com tamanha


disponibilidade de crédito como vimos nos últimos anos – isso
tudo é algo muito recente, muito novo.

Por estímulo e incentivo do Governo vimos produtos de linha


branca (eletrodomésticos), móveis, veículos automotores, dentre
outros itens terem, compulsoriamente, redução de sua carga
tributária (diminuição do IPI e outros) e com isso aumentar
fortemente o consumo interno.

Isso tudo por medo que a instabilidade financeira internacional


(entenda-se grandes países asiáticos, grande parte da Europa e os
Estados Unidos) afetasse o mercado brasileiro, considerado por
especialistas como um dos maiores mercados consumidores do
mundo, pareando com o mercado dos EUA. Contudo, a tomada
indiscriminada de crédito tem trazido reflexos nada agradáveis.

É certo que todo marketing envolvido naquele momento


incentivou as pessoas a consumirem. Essa é a função do
marketing, inclusive: estimular as pessoas a comprarem, fazendo
as empresas venderem (mais) e com isso fazer a economia girar.
Pensando no lado das finanças pessoais, a grande vilã porém é a
falta de consciência ao se consumir, o que quer que seja.

O principal motivo para o endividamento, para se ter ideia, é o


DESEMPREGO, mas o que causa maior estrago é o
DESCONTROLE FINANCEIRO.

A pessoa vai consumindo até que chega o momento em que ela


não tem ideia de como chegou ao ponto de não conseguir pagar
mais os compromissos para se manter (alimentação, moradia,
contas básicas, no mínimo).

Pode, inclusive, acumular dívidas com cartões de crédito, créditos


pessoais, cheque especial e várias outras possibilidades, chegando
ao ponto de ter uma dívida 4, 5, 10 vezes maior do que todo o
salário que se recebe.

E, infelizmente, isso tem se tornado muito comum. Num cenário


como este a pessoa é caracterizada como insolvente – e sérias
consequências advém com essa situação.

Surgem, portanto, algumas perguntas interessantes:

1. Qual público se endivida mais e por quê?


O público que se endivida mais é o de baixa renda (abaixo de 3
salários) devido à facilidade de obtenção de crédito (via cartões de
crédito e carnês) e desejo de aumentar rapidamente o padrão de
vida (status) o que leva ao descontrole e dificuldades financeiras.

Porém, dependendo do motivo, o porquê tende a mudar


(informações extraídas do Serviço Central de Proteção ao Crédito-
SCPC): o desemprego é o maior de todos os motivos para
endividamento (34% dos casos), mas atinge mais famílias com
renda de 3 a 10 salários; o descontrole financeiro (26%) atinge
mais famílias com renda acima de 10 salários; seguido por
empréstimos a terceiros (13%).

2. Como a cultura, a sociedade e o


comportamento coletivo têm contribuído para esse cenário?

As pessoas estão habituadas a adquirir bens através de


financiamentos via cartão de crédito e carnês e boletos (pelas
financeiras), tendendo a parcelar esses bens na medida em que
podem ('n' parcelas).

3. Por que fazem isso?

Essa forma de consumir é mais 'fácil' já que você pode usufruir o


quanto antes do bem ou serviço, sem a necessidade de esperar ter
todo o dinheiro disponível para comprar.

Isso é fruto do imediatismo presente na cultura latina que tem


raízes em nossa história política e social.

Além do mais, é fácil ter crédito para comprar bens que melhorem
a sua percepção de qualidade de vida e aumentem o status social.

4. Por que isso?

As pessoas que querem se sentir importantes, querem chamar


atenção: o “aparente”, a riqueza aparente, está se mostrando mais
importante que as decisões sensatas e seguras. As pessoas
desejam se diferenciar.

Para se diferenciar existem vários caminhos, dentre eles:

· Ser: que exige trabalho, auto lapidação, esforço, focado


no médio-longo prazo;
· Ter: que é mais rápido, a curto prazo e se alinha ao
consumo de bens e serviços de acordo com o estilo e padrão de
vida que se adota.
Daí surgem diversos problemas: o consumo daquilo que não se
tem condição de manter ou pagar geram as dívidas e o pagamento
desnecessário de juros.

É uma equação bem simples de se enxergar, mas bastante


trabalhosa já que exige o esforço pessoal de quebra de paradigmas
financeiros, força de vontade e, também, mudanças de hábitos.

As consequências são variadas: dependem do grau de


endividamento, das pessoas envolvidas, da sua maturidade
psíquica e emocional para lidar com essas questões.

Algumas pessoas entram em depressão profunda, outras


abandonam o companheiro, se divorciam, outras deixam “a
bomba explodir”, outras “vão levando” e ouve-se casos de
pessoas que cometem suicídio.

Convenhamos que nenhuma dessas consequências são agradáveis,


pois provocam desestruturação pessoal e familiar além de uma
constante preocupação – mesmo para aquelas pessoas que dizem
que não estão nem aí.

Felizmente existem soluções: algumas muito corajosas; outras


dolorosas; e outras que não exigem muita dor, coragem ou esforço
– apenas organização.
Porém, antes, vamos enxergar o poder de destruição das finanças
em termos de dívidas.

Imagine a seguinte situação: sua receita mensal líquida é de R$


2.500,00. Você está avaliando comprar um refrigerador que custa
à vista R$ 1.999,92; tem a opção de pagar em 12 parcelas de R$
166,66 sem juros ou, acima desse prazo, com juros de 0,99% ao
mês (se for em 18 parcelas, por exemplo, o valor da prestação sai
por R$ 121,85).

Geralmente, o sistema de amortização utilizado pelo


comércio nas operações que envolvem juros é o sistema de
amortização francês, também chamado de tabela PRICE, cuja
principal característica é apresentar prestações iguais durante todo
período de financiamento. Digamos que você optasse pelas 18
parcelas de R$ 121,85. Veja o que acontece “por dentro” de cada
parcela durante todo período:
Podemos observar que os juros vão diminuído ao longo do tempo,
assim como a amortização vai aumentando, enquanto a parcela se
mantém. No período de 18 meses pagou-se, em juros, 9,66% o
valor do bem (R$ 193,34), o equivalente a quase uma parcela e
meia do financiamento

. Não parece muito dinheiro e de fato não é. Porém, vale atentar


que quanto maior o prazo, maiores serão os juros a serem pagos.
No exemplo descrito, a primeira parcela, por exemplo, era
composta por mais de 16% de juros. Fique atento e faça as contas.
A grande questão é o descontrole financeiro, correto? É a
parcela do refrigerador, a fatura do cartão de crédito, a parcela do
carro, o cheque especial, a parcela, a parcela... e aí vira uma
grande bola de pagamentos e juros em que as pessoas se perdem e
começam a entrar numa espiral de decadência financeira.

Nisso, entram os empréstimos bancários para tentar solucionar a


situação. Só que, ao invés de juros baixos para o consumo,
podemos encontrar juros elevadíssimos para resolver nossos
problemas financeiros.

Imagine que você tenha se descontrolado e precisasse de R$


2.000,00 para solucionar suas dívidas. Foi ao banco e te
ofereceram esse dinheiro para ser pago em até 48 meses à taxa de
6% ao mês (bem diferente de 0,99% ao mês do refrigerador).

Agora sim, observe o poder de destruição dos juros quando estão


trabalhando contra você (apenas o primeiro ano está detalhado e o
restante com as informações de 12 em 12 meses para não ficar
uma tabela imensa).
Nesse caso, em especial, temos uma das combinações mais
destrutivas nas finanças: altos juros trabalhando CONTRA você
em um prazo relativamente longo.

Apesar da parcela do empréstimo ser muito similar à


parcela do refrigerador, a combinação do prazo e o juro elevado
fez com que, nesse caso, se pagasse mais de 200% o valor
originalmente pedido (pagamento de mais de R$ 4.000,00 só em
juros).
O mais impressionante (é lógico que cada caso é um
caso) é que pessoas que assumem esse tipo de compromisso se
acostumam a pagar a parcela porque “ela cabe no bolso”. Porém,
assuma o compromisso e a responsabilidade: se você tiver numa
situação dessas trabalhe arduamente para sair dela o quanto antes.

Quando puder você deve pagar mais de uma parcela (que nesse
caso não incidirá juros) com o intuito de diminuir o prazo do
compromisso tanto quanto pagar menos juros. Uma pergunta para
te provocar: se estivesse nessa situação, o que você faria com os
R$ 4.000,00 que jogou fora (literalmente)?

COMO SAIR DAS DÍVIDAS

A resposta a essa pergunta pode decepcionar algumas pessoas:


não existe fórmula pronta para sair das dívidas. Mas existem
métodos.

1. Avalie o quanto você deve


A primeira coisa a ser feita é levantar qual o montante das
dívidas: valor contratado, quantidade de parcelas contratadas,
quantidade de parcelas restantes, juros mensais efetivos (aqueles
que vêm como “CET”, Custo Efetivo Total), e o valor das
parcelas. Feito isso você pode determinar qual o valor real da sua
dívida, especialmente se ela está na tabela PRICE (pesquise na
internet sobre como calcular financiamentos – tabela PRICE e
tabela SAC; é possível encontrar inclusive planilhas eletrônicas
prontas).

· Valor contratado ou devido


· Quantidade de parcelas contratadas
· Quantidade de parcelas restantes
· Juros mensais efetivos (CET)
· Valor das parcelas

2. Avalie o seu potencial de pagamento

Um passo muito importante é definir o quanto você pode pagar.

Se você recebe R$ 2.500,00 e tem dívidas no valor de R$


10.000,00 não conseguirá pagá-las em um mês e talvez nem em
quatro meses, pois é bem provável que você tenha outras despesas
a serem pagas, afinal: você tem que comer, tem custos com
moradia, com transporte, educação, higiene, etc. Ou seja: tem que
viver.

Então o que fazer? Conforme já foi dito, é necessário listar todas


as suas despesas, em detalhes, fazendo um diagnóstico de como
gasta seu dinheiro. A princípio pode ser feito levantando as
principais contas e estimando os valores para despesas variáveis,
mas o ideal é que tenha o registro detalhado de todas as despesas
de, pelo menos, um mês.

A partir disso, pode avaliar como e onde cortar despesas,


definindo um orçamento pessoal para esse período de guerra
contra as dívidas.

3. Priorização

Infelizmente, em alguns casos, certas dívidas terão que


ser pagas depois de outras. Você precisa avaliar qual o potencial
de comprometimento que determinada dívida pode trazer em sua
vida.

Por exemplo: se você tem dívidas em dois cartões de crédito,


dívidas com o financiamento do carro, dívida com um acordo
judicial, dívida com empréstimos bancários, qual a ordem de
priorização nesse caso?
Um acordo judicial é um compromisso muito sério, pois, além do
credor, envolve a justiça. Provavelmente essa seria a prioridade
nº1.

Se você trabalha com o carro, por exemplo, pode ser interessante


trocar de veículo para diminuir as despesas (se possível) e fazer
com que essa despesa (a parcela do carro) seja convertida em
mais resultados a partir de seu trabalho – caso contrário, se o
carro é para lazer, talvez ele seja dispensável (cada caso é um
caso, mas se a possibilidade é factível talvez essa decisão faça
parte da solução).

Tanto o empréstimo bancário quanto os cartões


entrariam, nessa linha de raciocínio, como prioridades menores,
apesar de também ser importante negocia-los, conversar com os
credores e avaliar (a partir do seu potencial de pagamento) como
você pode quitar tais compromissos.

O máximo que pode acontecer, dependendo da


caraterística dos contratos de financiamento, é você ter seus dados
inscritos nos órgãos de proteção ao crédito e, com isso, ficar
impossibilitado de ter acesso ao crédito – que, apesar de parecer e
ser uma coisa ruim por um lado, por outro você fica obrigado a
mudar seu padrão de vida e lidar somente com aquilo que recebe:
uma educação financeira forçada, digamos assim.
Aqui decisões corajosas, talvez dolorosas, tenham de ser
tomadas. Lembre-se que você entrou nessa situação, está
procurando resolver (e vai conseguir), porém você também tem
que viver.

Você NÃO é um criminoso porque está devendo, lembre-se disso!


Nenhuma instituição ou pessoa pode cobrá-lo ao ponto de fazer
com que se sinta ameaçado ou mesmo humilhado. Isso é assédio
moral, é crime e se acontecer procure seus direitos.

4. Negociação

Definido o quanto você deve, o quanto pode pagar e quais são as


prioridades com relação as dívidas, é hora de negociar. Uma boa
dose de paciência é necessária, pois você estará lidando com
atendentes que são vendedores: eles “defendem” os interesses da
instituição pelo qual trabalham e por isso não cederão facilmente
aos seus pedidos.

Não aceite a primeira oferta que fizerem para seu caso.

Vale a pena fazer uma cena, um teatro, tentar conversar com um


superior de quem está te atendendo (especialmente se for ao
telefone com administradoras de cartão de crédito) e tentar baixar
as taxas oferecidas.
Cada caso é um caso, mas se está negociando um empréstimo que
tem taxa de 6% a.m. no contrato, por exemplo, vale a pena tentar
conversar e argumentar com os atendentes taxas próximas à
metade (ou menores) da que você já tem contratada (nesse caso
3% a.m.).

Talvez você consiga taxas excelentes; talvez não. Isso


depende muito da sua qualidade como cliente, do histórico de seu
relacionamento com a instituição, dentre várias outras coisas.

Conseguindo uma taxa interessante, procure conseguir um prazo


longo para aliviar seu fluxo de caixa mensal já que a parcela
diminui.

Apesar de que os juros podem incidir durante todo acordo você


tem o compromisso de quitar a dívida o mais rápido possível,
antecipando as parcelas, se for o caso.

É importante ressaltar que você está negociando o valor


real da dívida, não a dívida toda (por isso que é importante se
preparar no primeiro passo, descobrindo o quanto já pagou,
quanto de juros já foram pagos, e qual o valor real da
amortização).
No exemplo anterior do empréstimo bancário, se a dívida fosse
renegociada após a quitação da 12ª parcela, o valor a ser tratado
na negociação seria o de R$ 1.868,33, não os R$ 4.600,00 que
faltariam ser pagos caso o empréstimo fosse quitado durante todos
os 36 meses restantes. Fique atento com relação a isso.*

É importante salientar e reiterar que, às vezes, as negociações


ficam no status “Nada Feito”. Ou seja: você não chega a um
acordo que seja Ganha/Ganha com o credor. Você está com
problemas e está entrando em contato com o credor para que ele
possa te ajudar a resolver essa situação. Ele, do outro lado, quer
receber o dinheiro/crédito que lhe foi confiado.

É justo que você pague juros por essa negociação, mas é justo que
esses juros e o acordo sejam pagáveis – pois, se fechar a
negociação assumindo o compromisso de pagar a dívida, trate de
honrá-la. Você pode não ter uma chance melhor numa nova
negociação caso não cumpra o que foi acordado – por isso que é
FUNDAMENTALdeterminar seu potencial de pagamento e
seguir um orçamento mensal.

Com esse esforço, pouco a pouco você sairá do inferno que são as
dívidas (apesar de que existem “dívidas boas”) e se encaminhará
para uma situação confortável, mas ainda frágil: o limbo
financeiro, o zero-a-zero.
O LIMBO FINANCEIRO

Limbo é um conceito religioso que se refere ao lugar para onde


iriam as almas inocentes que, sem terem cometido pecados
mortais, estariam para sempre privadas da presença de Deus, pois
seu pecado original não teria sido submetido à remissão através
do batismo.

Adaptei esse conceito ao pensamento financeiro. A nossa


proposta se tratando de finanças é evocar a ideia de estar fora do
inferno das dívidas, mas também fora do paraíso dos
investimentos: o meio-termo, por assim dizer.

Fazendo uma analogia com o mercado financeiro, se você possui


ações de alguma empresa de bolsa de valores e não tem nenhuma
estratégia mais elaborada para obter melhor lucratividade com
elas, poderíamos dizer que o “inferno” seria ter suas ações se
desvalorizando, o “paraíso” elas subindo e o “limbo” seria elas
ficarem no zero-a-zero: nem sobe nem desce.
Em finanças pessoais, é muito comum encontrarmos uma situação
de aparente estabilidade quando não estamos devendo, apenas
vivendo sem rumo, sem objetivos: passando os dias. É muito
provável, inclusive, que algumas pessoas passem pelo limbo
financeiro após se esforçarem muito, talvez por um longo tempo,
para saírem das dívidas.

É compreensível, pois às vezes o que mais se deseja após passar


por dentro da tempestade é descansar um pouco.

Descansar um pouco é aceitável. Acomodar-se com a situação de


aparente segurança, não.

Perigos e oportunidades do limbo financeiro

Não ter dívidas (seja porque você nunca teve mesmo ou porque
saiu dessa complicação) faz com que você tenha uma sensação
muito boa de liberdade.

Saber que não deve ninguém, que seus compromissos estão em


dia, que custeia tudo o que pode – essa sensação é impagável.
Porém, apesar de libertador, ainda não é suficiente.

Se você tem uma vida que é muito justinha, muito


contada, em que não sobra dinheiro porque você consome tudo –
seja porque não sobra dinheiro mesmo ou o que poderia sobrar é
destinado a lazer e (quem sabe) compras desnecessárias – o risco
de se fazer dívidas e se complicar é muito grande.

Pode parecer que não devido a sensação de segurança.

Mas se ocorrer algum imprevisto sério, o descontrole


financeiro e o comprometimento de sua vida financeira podem
voltar.

Vários são os riscos de estar no limbo financeiro:

· Você ou alguém de sua família pode ter um problema sério de


saúde e talvez seja necessário dinheiro para resolvê-lo o quanto
antes;

· Você pode ser surpreendido com algum imprevisto nos negócios


e ter que arcar com algum prejuízo ou mesmo períodos de fraca
demanda;

· Você pode ser surpreendido com uma demissão e, apesar do


seguro-desemprego, ficar numa situação delicada e frágil por não
ter reservas; dentre várias outras coisas.
Possibilidades de imprevistos existem aos montes, sejam os
negativos ou os positivos.

Os positivos temos a tendência de decidir o que fazer caso e


quando ocorrerem (não é o adequado, mas acabamos fazendo
assim); quanto aos negativos temos que ser proativos e procurar
nos precaver da melhor maneira possível.

Basicamente temos que nos atentar para quatro estágios do limbo


financeiro para que, dessa forma, possamos nos encaminhar para
o paraíso dos investimentos:

1º estágio – A disciplina financeira fundamental

Se você saiu das dívidas sabe o quanto é importante ter seu


orçamento sob controle. Sem essa dedicação e atenção mínimas às
finanças pessoais o risco de tudo desarranjar é muito grande.

Na verdade, esse e qualquer outro tipo de controle (desde


que tenha um propósito e funcione) deve ser realizado para que
possamos avaliar nossa evolução ao longo do tempo. Um célebre
pensamento do professor, autor e estatístico William Edwards
Deming reproduz bem essa ideia: “aquilo que não pode ser
medido não pode ser gerenciado”.
Para aqueles que não estiveram nas dívidas, fica reforçado o
convite para que adotem o controle de seu orçamento pessoal. As
pessoas têm a falsa ideia de que ao realizar tal gerenciamento sua
vida fica limitada. Ledo engano. Na verdade você cria meios que
te proporcione mais liberdade e até mesmo mais felicidade, já que
o dinheiro é apenas um dos meios para facilitar esse sentimento –
muitas vezes pode-se ter todo o dinheiro do mundo, mas se não
encontrar a felicidade dentro de você, ele pouco adianta.

Tão importante quanto fazer os registros (diários ou, no máximo


semanais) é manter a disciplina para ficar dentro ou até mesmo
abaixo do orçamento estabelecido. Assim você se mantem longe
das dívidas e sabe com maior precisão para onde sua vida
financeira está se encaminhando.

2º estágio – Diversificando as fontes de renda

Algumas pessoas podem se deparar com a situação de que mesmo


após enxugar as despesas desnecessárias (os famosos supérfluos),
seguir à risca um orçamento pessoal, ainda pode não sobrar
dinheiro suficiente para guardar. Essa é uma condição bastante
delicada; porém sabemos que geralmente sobra dinheiro, nem que
seja só um pouquinho – mas pode não ser o suficiente.

Especialmente numa situação dessas, é necessário diversificar a


renda. Sem meias palavras: é necessário criar formas para ganhar
mais dinheiro. Às vezes os problemas não são ocasionados por
descontrole financeiro, mas porque a pessoa ou família não ganha
o suficiente para custear suas despesas.

O ser humano é uma criatura bastante criativa e habilidosa. Todos


somos capazes de aprender a fazer qualquer coisa. Talvez não
com tanta destreza quanto uma pessoa que realize determinada
atividade a anos ou que tenha um grande talento, mas o suficiente
para gerar resultados que estimulem o interesse alheio.

Existem, portanto, muitas formas de ganhar mais dinheiro.

Algumas até sem precisar de muito capital inicial ou mesmo sem


capital. Pense em suas habilidades; pense e identifique aquilo que
você é bom. Algumas ideias:

· Aulas particulares (pode ser de uma disciplina que você


tenha facilidade ou que domine);

· Trabalhos manuais (pintura, bordado, crochê);

· Consultorias pontuais (ser pago para emitir sua opinião e


apontar uma solução sobre algum tema que você domine);
· Organização de eventos;

· Promoção de produtos online (comissionamento);

· Marketing multinível; e várias outras ideias.

O céu não é o limite quando se trata de imaginar e desenvolver


uma oportunidade para que se possa ganhar mais dinheiro.
Provavelmente vai exigir energia, algum tempo de dedicação,
outras pessoas envolvidas, o estudo da viabilidade da ideia,
porém, o foco é que você ganhe mais – e acaba que, com isso,
outros ganham junto: basta ser criativo e apresentar uma ideia
viável (de verdade, não precisa ser nada inovador).

3º estágio – As proteções necessárias

Esse estágio é negligenciado pela maioria. Trata-se de comprar


seguros. Algumas pessoas podem encarar a aquisição de seguros
uma despesa desnecessária.

Contudo depende do seu estágio de vida e das pessoas envolvidas


em tudo do que você faz.

Se você tem família, filhos pequenos em especial, é fundamental


que tenha um seguro de vida. Na sua falta, o seu companheiro é
que terá de trabalhar para manter ou modificar o padrão de vida
da família. E nessas ocasiões, além de todo sofrimento do
momento, o que menos queremos ter que pensar é em como
resolver os problemas financeiros. Um seguro de vida, se tiver
uma cobertura bem mensurada, pode proporcionar essa
tranquilidade temporária: pelo menos por algum tempo sua
família poderá ficar despreocupada com relação a dinheiro.

Outro seguro importante é o seguro dos veículos automotores.


Algumas pessoas não o adquirem porque ou não têm condição de
arcar com a despesa (na verdade esse e outros custos deveriam ser
mensurados ANTES da aquisição do veículo – é recomendável,
inclusive, ter uma reserva de emergência para o veículo) ou, o que
é pior, não o acham necessário.Lembre-se que temos um trânsito
cada vez mais complexo, mais estressante, o que pode fazer com
que as pessoas errem, cometam acidentes ou mesmo se acidentem
e com isso gerem danos a bens ou pessoas. Vale a pena se
precaver de problemas.

O mercado de seguros, ainda mais aqui no Brasil, está sempre em


evolução. Dependendo da seguradora, dos valores e das condições
acordadas, pode-se segurar praticamente tudo. Então, antes de
assinar qualquer contrato, vale a pena determinar
EXATAMENTE aquilo que você e sua família precisam, para que
não se corra o risco de contratar seguros desnecessários e pagar
mais por isso. De preferência, encontre e converse com corretores
independentes, que trabalham com diferentes seguradoras, pois
assim você pode ter acesso a uma variedade maior de produtos
bem diminuir o risco daquele profissional ser tendencioso e te
convencer a fazer um negócio que não te atenda.

4º estágio – O primeiro passo para o paraíso: a


Reserva de Emergência

Uma postura que procuro enfatizar bastante em meu tralho como


educador financeiro e que deveria ser largamente difundida é que
o primeiro investimento financeiro de sua vida deve ser a
formação de sua reserva de emergência pessoal.

Uma cirurgia que o plano de saúde não cobre, os honorários


daquele advogado, um vazamento em casa ou a perda do
emprego. Pouca gente se prepara para imprevistos que exigem o
desembolso de uma grande quantia de dinheiro, e nem todo
seguro cobre certas emergências. É aí que surgem as dívidas
impagáveis. Formar um “colchão" financeiro para eventualidades
deve ser uma atitude prioritária.

Mas como determinar o tamanho dessa reserva?

O seu padrão de vida é uma boa referência para saber quanto


poupar. Quanto maiores os gastos mensais familiares (não os
rendimentos), maior a reserva. Em caso de desemprego, o mais
confortável seria economizar o valor equivalente a 10 a 12 meses
de despesas.

Por exemplo: se você tem um gasto mensal de R$ 2 mil, deve ter


uma reserva de pelo menos R$ 20 mil. Pode parecer muito
dinheiro, mas é a sua segurança que está em jogo.

Todavia, o tamanho da reserva pode variar conforme o risco de


ficar sem renda. Para um funcionário público, essa possibilidade é
baixa. O valor de 3 meses de despesas mensais deve ser o
suficiente para este fim. Já um funcionário da iniciativa privada,
com carteira assinada, tem um risco moderado de perder o
emprego, precisando poupar um pouco mais.

Pode-se pensar em uma reserva correspondente a 6 meses de


despesas, pelo menos.

Pequenos empresários e profissionais liberais (como dentistas,


advogados, professores, e outros) são os mais sujeitos a
imprevistos: o ideal é que a reserva seja de 12 meses de despesas,
no mínimo.

Pode levar alguns meses ou até mesmo alguns anos para


completar o investimento – vai depender da sua capacidade de
poupança bem como da sua capacidade de gerar renda. Porém
lembre-se: realizado esse investimento, um mundo de maiores
possibilidades se abre diante de você.

Onde deixar esse dinheiro guardado/aplicado?

Parte do dinheiro poupado pode ficar na caderneta de poupança,


mesmo que sua rentabilidade não seja interessante: o foco da
reserva de emergência NÃO É RENTABILIDADE, é
SEGURANÇA. A caderneta de poupança por exemplo, é uma
aplicação líquida (você consegue sacar o dinheiro a qualquer
momento), bastante segura (tem o risco de quebra do banco, por
isso é importante guardar esse dinheiro em instituições grandes) e
não tem custos para o poupador (não existe taxa cobrada por
instituição alguma nem imposto de renda sobre os rendimentos).

Outra parte (talvez a maior) deve ser destinada para


outras aplicações também líquidas e seguras: certificados de
depósitos bancários de grandes bancos ou títulos de curto prazo
do Tesouro

Direto, por exemplo.

Quando você completar o valor estipulado para a reserva, é


momento de parar de aplicar e deixar o dinheiro intocado somente
para quando for necessário.

É importante não confundir “necessidade” com “vontade” para o


uso desta reserva. Uma viagem de férias ou uma festa para os
filhos, por exemplo, deve ser paga com outros recursos, já que
este dinheiro é destinado para acontecimentos que estão fora dos
planos.

Não pense que o dinheiro vai ficar “parado demais” (rendendo


pouco), que você não vai usá-lo ou que emergências não surgirão.

A desculpa de que manter uma reserva, um dinheiro “parado”,


não condiz com a necessidade de conquistar e crescer só faz crer
que ainda não estamos preparados, como população, para sermos
um país mais desenvolvido.

A mentalidade pobre valoriza demais o otimismo, o que só faz o


tombo ser maior. Entre ser otimista e estar preparado, prefira os
dois.

Afinal, imprevistos acontecem!

O PARAÍSO DOS
INVESTIMENTOS

Investir ainda é uma prática considerada como coisa de gente


rica financeiramente. Essa mentalidade vem mudando aos poucos,
mas ainda tem muita gente que pensa assim. Investir, em suma,
envolve postergar o consumo hoje almejando consumir com
melhores condições em um futuro – investir é o passo seguinte e
quase que imediato ao ato de poupar.

O Brasil, assim como grande parte dos países latino-americanos,


tem uma cultura imediatista. Poupar e investir para consumir
depois ainda é um traço cultural a ser arduamente talhado em
nossa história como nação. Talvez enxerguemos mudanças em
algumas décadas se compararmos o panorama atual devido ao
maior acesso à educação financeira e consequente esclarecimento
sobre essas questões a todos os públicos. É um caminho longo
que devemos começar a percorrer ou percorrê-lo com maior
qualidade na medida que aprendemos mais sobre investimentos.

O maior sonho de consumo do brasileiro é a casa própria, aquele


lugar para ser chamado de “meu”. E isso deverá permanecer uma
verdade cultural por muito tempo, seja pelo imenso déficit
habitacional que existe no Brasil ou por conta de nossa herança
portuguesa: os ibéricos (portugueses e espanhóis) valorizam
muito a questão de se possuir terras, propriedades. E, claro, isso
está na essência de nossa cultura, o que não significa que não
podemos interferir e escrever nosso próprio caminho.

Diferentes públicos almejam diferentes objetivos. O adulto jovem


(pessoas com faixa etária de até uns 30 anos aproximadamente)
deseja desenvolvimento profissional. Isso pode significar a
realização de cursos (idiomas, graduação, pós-graduação,
técnicos), viagens profissionais (convenções, treinamentos),
intercâmbios - basicamente gasto com educação formal ou não.

Mas o que o adulto maduro deseja? Pessoas que têm mais de 30


anos buscam qualidade de vida, o equilíbrio e a tranquilidade. Isso
pode ser traduzido através da alimentação saudável e adequada,
ter acesso à saúde de qualidade, lazer de qualidade, poder fazer
viagens regulares, morar em um bom local, ter a tranquilidade de
poder quitar todos os compromissos de custo de vida, além de
contar com reservas para custear a aposentadoria ou mesmo
emergências.

São objetivos distintos, assim como as fases da vida são


diferentes.

O que leva as pessoas a poupar/investir?


Segundo John Maynard Keynes, economista britânico que
defendeu uma política econômica de Estado intervencionista,
através da qual os governos usariam medidas fiscais e monetárias
para mitigar os efeitos adversos dos ciclos econômicos, os
principais motivos são:

1. Precaução: reservas para imprevistos


2. Previdência: aposentadoria e renda futura
3. Cálculo: ganhos de capital
4. Melhoria: aumento gradual da renda
5. Independência
6. Empreendimento
7. Orgulho
8. Avareza

Ao menos nesse rol, os seis primeiros itens são louváveis de


serem alcançados.

Mas por que, mesmo assim, as pessoas não investem?

Uma pesquisa realizada por uma corretora de valores brasileira


identificou certo padrão:
Essas informações não refletem a realidade absoluta da população
do Brasil: só para seter ideia, cerca de 0,30% da população é
investidora em bolsa de valores; cerca de 0,12% da população
aplica no Tesouro Direto. Ou seja: não somos uma nação
investidora, definitivamente.

O principal investimento realizado pela maioria dos


brasileiros é na Caderneta de Poupança, tanto por cultura e
especialmente pela sua simplicidade. Só que toda essa
simplificação tem um custo: o custo de oportunidade. Esse custo
pode ser traduzido como “deixar de ser melhor remunerado
porque optou-se por determinado investimento”.

Imagine que você tenha aplicado R$ 5.000,00 na caderneta de


poupança, pretende deixar o dinheiro aplicado por 24 meses e ela
tenha remuneração constante de 0,49% ao mês ou 6% ao ano.

Ao final de 24 meses quanto você teria ganhado com essa


aplicação? Veja a seguir:

No final de 24 meses (2 anos) você teria auferido lucro líquido de


R$ 618,00 ou 12,36% de lucro líquido sobre o valor originalmente
aplicado.
Só que existem oportunidades melhores com o mesmo
risco da caderneta de poupança e, por desconhecimento, grande
parte dos brasileiros deixam de ser melhor remunerados.

Confira na tabela a seguir um exemplo da aplicação dos


recursos em Títulos Públicos do Governo Federal, com o mesmo
montante, mesmo prazo e com um adicional: custo de imposto de
renda:
Existem regras para essa aplicação, inclusive sobre sua liquidez e
a incidência de imposto de renda que varia conforme o período de
aplicação, sendo que o mínimo é de 15%, conforme exemplo.
Porém, mesmo assim, mesmo tendo custos evolvidos (o imposto
de renda sobre o lucro) o investimento foi muito melhor, muito
superior à caderneta de poupança: lucro líquido de R$ 1.072,64
(57,61% a mais comparado à caderneta de poupança).

Se nos atermos ao mercado financeiro, muita gente deixa de


ganhar mais devido à falta de educação financeira básica. Porém,
além do mercado financeiro existem outros com oportunidades
que podem ser tão ou mais interessantes quanto.

Só para provocar: se você estivesse nessa segunda situação,o que


você faria com R$ 400,00 a mais?

OS DIFERENTES MERCADOS

Investir não se trata apenas de aplicar em o capital em algum


produto do mercado financeiro. Existem outros mercados dos
quais merecem atenção quando o assunto é investir, pois podem
proporcionar melhor rentabilidade para seu capital, caso alguma
oportunidade seja identificada e possa ser aproveitada. Por isso é
importante ficar atento e, se assim for de seu desejo, estudar essas
possibilidades.
Mercado Empresarial

O foco desse livro é o empreendedorismo, portanto, o Mercado


Empresarial. Abrir seu próprio negócio é assumir o controle total
de sua vida financeira. É a modalidade de investimento mais
arriscada, pois o risco do negócio dar ou não certo é seu – e é
exatamente por isso que somente deve ser a opção escolhida após
muita reflexão e conhecimento de causa.

Diferentemente do glamour que se imagina, é bem provável que


você trabalhe muito mais que seus funcionários ou se estivesse na
posição de empregado. Poderá gastar finais de semana e feriados
trabalhando além de ter que investir uma quantia financeira bem
considerável bem como gostar muito do que faz.

Não ache que ao abrir seu próprio negócio o dinheiro vem com a
maior facilidade e abundância – talvez sim, mas isso seria a
exceção, não a regra. Muitas pessoas que abrem um negócio
pensando apenas em ganhar muito dinheiro costumam fechar as
portas em um curto espaço de tempo.

Lembre-se que a carreira de empresário exige muito estudo,


dedicação e atualização: será preciso compreender e dominar bem
diversos assuntos como marketing, logística, finanças, recursos
humanos, direito, além de possuir um forte espírito empreendedor
e liderança.
É recomendável que você faça um Plano de Negócios
antes de abrir uma empresa, porque, se ela não der certo no papel
é bem provável que ela não dê certo na prática – sendo o contrário
também verdadeiro, desde que suas premissas sejam realistas. O
SEBRAE é uma boa fonte de informações sobre como proceder
ao entrar no mercado empresarial. Apesar de os riscos serem
elevados, muitas das pessoas bem sucedidas financeiramente
possuem seu negócio próprio.

Mercado Imobiliário

O investimento em imóveis está na essência do brasileiro. Muitas


pessoas preferem investir na compra ou construção de imóveis
porque têm a sensação de segurança, pois é um investimento
visível, tangível. Investimentos no mercado imobiliário podem ser
feitos na busca de renda mensal (na forma de aluguel) e/ou ganho
de capital (compra/construção e venda de imóveis).

Porém, como qualquer outra modalidade de investimento, existem


prós e contras. Uma desvantagem, por exemplo, é a falta de
liquidez: ao precisar do dinheiro de maneira urgente talvez o
investidor tenha que vender o imóvel a preço abaixo do desejado
(jamais coloque sua reserva de emergência atrelada à um
imóvel!). Ter um imóvel também pode gerar muito incômodo
com inquilinos ou manutenção de uma propriedade.
Diversas pessoas construíram considerável patrimônio lidando
com imóveis. Por outro lado, pode ser uma excelente
oportunidade de se ter bons ganhos com a valorização imobiliária
e com os aluguéis, desde que você seja um bom conhecedor desse
mercado.

Se você não possui o conhecimento necessário, mas deseja se


iniciar no mercado imobiliário, é fundamental conhecer melhor,
conhecer pessoas do ramo, corretores, donos de construtoras. Só
assim poderá compreender como funciona a dinâmica desse
mercado e, com o tempo, aprender a identificar boas
oportunidades de negócio. Vale lembrar que uma característica
desse mercado que envolve um risco considerável é o volume
significativo de dinheiro que se trabalha em uma operação: se não
for bem escolhido, ao invés de ter valorização o imóvel pode
sofrer desvalorização, mesmo que seja momentânea.

Mercado Financeiro

Mesmo o Brasil ainda tendo muito a se desenvolver, o mercado


financeiro é onde você pode encontrar uma grande variedade de
investimentos. As instituições financeiras (bancos, corretoras)
disponibilizam uma série de produtos que vão de ações (em que é
possível se tornar sócio de uma empresa), a fundos imobiliários
(em que se pode comprar uma fração de um imóvel), e tesouro
direto (em que se empresta dinheiro ao Governo Federal).
Devido à grande quantidade de produtos, recomenda-se começar a
estuda-los um a um, dos mais simples e seguros aos mais
complexos e arriscados. Você pode encontrar muita informação
disponível em sites de referência, blogs, livros; tem muita coisa
para ser estudada.

Segue uma figura que mostra uma sugestão de roteiro de estudos


sobre os produtos financeiros existentes no mercado.
OS TRÊS PILARES DOS
INVESTIMENTOS
Conforme disse, existem pelo menos 3 tipos de mercados, mas
vou especificar detalhes sobre o mercado financeiro. Esses são 3
dos principais pilares a serem observados, porém não são os
únicos. Para compreender bem de investimentos e negócios é
fundamental que os estudos não se restrinjam só às questões
financeiras: é importante compreender o funcionamento da
economia (comportamento, influências e variações de taxa Selic,
inflação, câmbio, CDI, oferta e demanda) bem como o básico de
matemática financeira, além, é claro, da compreensão do que se
trata retorno, liquidez e riscos e todo seu detalhamento. Sim, é
muita coisa. Mas para fazer bem feito é necessário compreender
esse universo, nem que seja de pouco em pouco. Para começar,
vou abordar os três pilares dos investimentos, que, sem isso, é
impossível que o paraíso exista:
Dinheiro

Em matemática financeira, as equações para se calcular o valor


final de um investimento podem ser divididas em duas
modalidades:

Aquelas que consideram apenas um depósito


(exemplo: recebe uma herança e aplica todo
dinheiro de uma só vez); ou

2. Aquelas que se referem a depósitos periódicos


(situação em que se investe X reais por mês).

Para que seja possível compreender, com exemplos numéricos, a


importância do valor depositado, serão propostos alguns cenários.

Imaginemos que você invista R$ 200,00 por mês e que seu primo
aplique R$ 400,00 mensais. Se ambos aplicarem esses valores a
uma mesma taxa de juros e durante o mesmo período, seu primo
terá o dobro do dinheiro que você. Simples assim: investiu o
dobro, recebe o dobro (considerando mesma taxa de juros e
período de tempo).

Todavia, para aumentar a amplitude de análise sobre a influência


do valor depositado, suponha você seja muito mais talentoso nos
investimentos que seu primo, obtendo o dobro de sua
remuneração, ou seja: você consegue uma taxa de juros de 1% ao
mês, enquanto seu primo vê seu dinheiro render apenas 0,5% ao
mês (uma diferença de 0,5% ao mês, acredite, é substancialmente
alta). Por outro lado, considere que você aplica apenas a metade
do valor de seu primo – você investe R$ 200/mês, enquanto seu
primo R$ 400/mês.

Em quanto tempo sua fortuna alcançará o patrimônio de seu


primo? Somente após 18 anos e meio, aproximadamente.*

O objetivo dessa análise consiste em mostrar que, mesmo que seu


primo possua remuneração muito menor que você, devido ao fato
dele poupar o dobro de dinheiro mensalmente, ele adquire uma
vantagem que só é eliminada depois de quase duas décadas. A
moral da história é que o esforço de diminuir os gastos com a
finalidade de poupar o máximo possível todo mês, apresenta
importância de destaque quando o assunto é acumulação de
riqueza.

Essa vantagem também pode ser verificada em pessoas que


recebem uma grande herança. Apesar de existirem vários casos de
filhos que “torraram” toda a fortuna dos pais, matematicamente é
mais fácil acumular riqueza ao partir de um ponto inicial
DIFERENTE de zero.
Taxa

A taxa de juros é uma das questões mais comentadas quando o


assunto é investimento (todos estão atrás das “melhores
oportunidades”). Porém, conforme exposto, a riqueza não
depende apenas dessa variável. Buscar altas taxas de remuneração
do capital tem sua razão de ser, mas é importante deixar claro que
isso faz parte de um contexto maior, ou seja, não é a única
questão a ser levada em consideração.

Tal limitação pode ser constatada em um simples exemplo de


“efeito escala”: você prefere 4% ao ano sobre R$100 mil ou 20%
ao ano sobre R$10 mil?

Porém, compreender as limitações da taxa de juros não significa


diminuir sua relevância frente às variáveis valor depositado e
tempo. Para comprovar o efeito benéfico dos juros compostos nos
investimentos, consideremos o caso de se investir R$ 500,00 por
mês, ao longo de 20 anos, a diferentes taxas de juros.
Na tabela anterior foram simuladas diversas taxas e estimados os
valores finais acumulados (após 20 anos).

Partindo-se da situação inicial, em que R$ 500,00 mensais


renderam 0,5% ao mês, o ganho no valor final, ao aumentar a taxa
de juros para 0,7%, foi de aproximadamente R$ 78 mil.

Ao analisarmos um aumento de 0,7% para 0,9%, o ganho seria de


R$ 112 mil.

De 0,9% para 1,1% verifica-se um ganho de R$ 160 mil. E de


1,1% para 1,3%, a riqueza aumentaria em R$ 232 mil.*

O que essas simulações mostram é que aumentos consecutivos de


0,2% na taxa de juros causam um impacto cada vez maior no seu
patrimônio final. Esse efeito se dá pelo “milagre” dos juros
compostos, onde a taxa de juros incide sobre o capital aplicado
MAIS os juros acumulados até aquele período. Portanto, buscar as
alternativas mais rentáveis implica em um impacto substancial na
construção de riqueza, principalmente, no longo prazo (ou no
curto, para grandes valores).

Isso porque os juros compostos possuem um poder de


multiplicação do dinheiro muito grande.

Tempo

A questão do tempo nos investimentos é bastante simples: quanto


maior o período que um investidor deixar seu dinheiro aplicado a
juros compostos, maior será sua riqueza final.

Vejamos na tabela a seguir a influência do tempo na acumulação


de riqueza.

Imagine que uma pessoa invista R$ 20 mil e vá resgatar esse


dinheiro depois de alguns anos.

Supondo uma taxa de juros de 1% ao mês, a tabela demonstra


como a riqueza final aumenta exponencialmente, conforme se
aumenta o tempo da aplicação. Nos primeiros cinco anos,
acumulam-se R$ 16 mil.

Passando de cinco para dez anos, a riqueza aumenta em R$ 30


mil.
Chegando ao ponto de que ao esperar de vinte para vinte e cinco
anos, o valor final terá um ganho de R$ 178 mil.

Em resumo: quanto mais tempo o dinheiro permanecer aplicado,


maior a velocidade de acumulação de riqueza.
ENTRANDO NA BOLSA
PELA PORTA DOS
FUTUROS

Muita gente tem curiosidade de investir em bolsa de valores.


Alguns mal têm experiência em renda fixa (Tesouro, CDBs, LCIs
ou LCAs, dentre outros), mas ainda assim querem “saber como
é”. O primeiro pensamento que logo começo a articular com
alguém que deseja investir na bolsa é sobre seus objetivos: “quero
me tornar um investidor”; “quero ficar rico” – esses são sonhos
muito comuns. Talvez seja pela idealização e influência de filmes
estadunidenses (“Wall Street”, “Wall Street 2: o dinheiro nunca
dorme” ou “O Lobo de Wallstreet”) e ficam fascinados (ou com
medo) daquilo que é retratado possa vir a acontecer: sejam ganhos
milagrosos ou perdas catastróficas. Pode. É muito difícil que
ocorra – mas pode acontecer. Por isso que temos que ficar
desconfiados com PROMESSAS de ganhos elevados e fáceis –
como diz um ditado popular estadunidense: “Não existe almoço
grátis”.

Depois de clarear a questão dos objetivos provocando reflexão,


vem um ponto que, muitas vezes, impede as pessoas de
ingressarem na bolsa de valores para a compra de ações: capital.
Às vezes a pessoa não tem uma reserva, uma quantia de dinheiro
tão grande e, dependendo do que for fazer, suas possibilidades se
tornam bastante limitadas.

Deixa eu exemplificar. Uma pessoa quer investir diretamente na


bolsa: identificou seu perfil, e considera-se apto a lidar com esse
mercado; não tem receio de perder o capital, caso ocorra algum
imprevisto (não que você precise ter o perfil arrojado para investir
em bolsa, mas coloco um estereótipo extremo para ficar mais fácil
a explicação). Ela tem disponível R$ 5.200,00 destinados para
essa finalidade. Da forma “tradicional”, um investidor compraria
ações de determinada empresa, muito provavelmente uma
empresa conhecida e reconhecida (chamada de “blue chip”),
correto?

Por exemplo (não, não vou colocar Petrobras): ela decide comprar
ações do Banco do Brasil. A cotação de fechamento de 30/01 das
ações do Banco do Brasil (BBAS3) foram R$ 20,66. Sem
considerar custos operacionais (que é a taxa de corretagem e
outros impostos vinculados à operação em bolsa), qual seria a
quantidade máxima de ações do Banco do Brasil que essa pessoa
poderia comprar? R$ 5.200,00/R$ 20,66 = aproximadamente 250
ações. O ideal, especialmente para quem está iniciando, é que se
diversifiquem os investimentos. Então apenas um tipo de ação não
é recomendável. O mínimo recomendável seriam 5 tipos de ações
de boas empresas, de preferência de setores diferentes:
diversificação serve para minimizar os riscos de perda. Ou seja:
esse investidor teria que diluir seu pequeno capital em outras 4
companhias. Essa pode ser uma estratégia, um começo dentro de
bolsa. Mas quero apresentar algo mais sofisticado, talvez
considerado mais agressivo, e por isso mesmo com alto potencial
de retorno.

Basicamente, em bolsa, existem alguns tipos de mercado:


mercado à vista (compra e venda de ações, por exemplo),
mercado de opções (um tipo de derivativo que consiste na compra
ou venda do direito de um ativo – não vou detalhar aqui ^^),
mercado de balcão organizado (grosso modo: ambiente eletrônico
onde são realizadas todas as distribuições, compra e venda de
diversos títulos FORA da bolsa de valores) e o mercado futuro. É
sobre esse último que quero me ater.

Mas o que é esse “Mercado Futuro”?

Mercado Futuro é um mercado em que se negociam


compromissos de compra e venda que só serão realizados no
futuro. O objetivo desse tipo de negócio NÃO É RECEBER O
PRODUTO FINAL, mas ganhar dinheiro com a variação dos
preços, que mudam diariamente.

Nesse mercado, são negociados contratos: neles, uma das partes


se compromete a vender e a outra a comprar uma determinada
mercadoria por um preço específico a ser cobrado em uma data
futura. O produto negociado nesses contratos é um ativo
financeiro, como ações de uma empresa ou commodities. As
mercadorias negociadas nesse mercado precisam seguir padrões
comuns aos mercados do mundo todo, para que o investidor possa
negociá-la à distância e sem escolher cada produto ou ativo
individualmente.

Atualmente, no Mercado Futuro da bolsa de valores brasileira,


nós podemos negociar contratos agrícolas (boi, soja, milho, café,
etanol) e contratos financeiros (moedas e índice). Eu quero focar
nesse último: contratos futuros de índice, mais especificamente
contratos futuros de mini índice de Ibovespa. Vou explicar.

No mercado à vista, em que vimos nos noticiários ou no próprio


site da bolsa (www.bmfbovespa.com.br) nós conseguimos
acompanhar o IBOVESPA, o principal índice da bolsa brasileira.
Ele NÃO É negociável; porém, os contratos futuros dele são. Por
exemplo: se hoje o IBOVESPA está cotado a 50.000 pontos, 1
contrato “cheio” teria o valor de R$ 50.000,00 (porém, o valor a
ser negociado é maior, pois são negociados de 5 em 5, portanto,
você estaria operando 5 contratos ao preço de R$ 250.000).
PORÉM existem os mini-contratos futuros de Ibovespa (que
vamos chamar aqui de “mini-Ibovespa”).
Esses mini-Ibovespa são negociados a 1/5 do valor do contrato
“cheio”: ou seja, nesse exemplo, em vez de negociar R$
50.000,00, o pequeno investidor estaria negociando R$ 10.000,00.
Percebam: no contrato cheio cada variação de pontos do índice
equivale a R$ 1,00; no mini contrato cada variação de pontos do
índice equivale a R$ 0,20. Esse é o primeiro ponto fundamental a
ser entendido sobre esse instrumento derivativo. Uma coisa bem
interessante no mercado futuro é que você pode assumir a posição
de comprado ou a posição de vendido. Como assim?

Quando você está comprado, você compra o ativo com um preço


baixo e espera vende-lo mais caro, obtendo lucro. Quando você
está vendido, você vende o ativo num preço elevado e espera
compra-lo num patamar mais baixo, obtendo lucro.

Observe cuidadosamente as seguintes situações:

Situação 1: você COMPRADO

Situação 2: você VENDIDO


Observe que, tanto comprado quanto vendido podem ocorrer
lucros ou prejuízos, dependendo do que acontece com a oscilação
do mercado. Você pode tanto lucrar quanto perder dinheiro
usando esse instrumento financeiro. Por experiência, as
negociações no mercado futuro funcionam muito bem com análise
técnica.
Vale a pena estudar se aprofundar nesse assunto também.

Um terceiro ponto a ser destacado é que QUALQUER


NEGOCIAÇÃO COM CONTRATOS FUTUROS A
CORRETORA EXIGIRÁ UMA MARGEM DE GARANTIA.

O que isso significa? Voltemos ao caso do mini-Ibovespa em que


estaríamos negociando R$ 10.000,00. Você não precisa de R$
10.000,00 para especular com mini-Ibovespa. Cada corretora tem
uma margem diferente, mas, em média, ela fica em 15% do valor
do contrato. Ou seja: você precisaria de apenas R$ 1.500,00 (em
dinheiro ou em ativos [ações, títulos do Tesouro Direto, etc]) para
operar 1 mini-Ibovespa. E esse é o “tchan” do negócio. Apesar de
serem operações ARRISCADAS, o potencial de lucratividade é
bem interessante.

Antes de mostrar como se opera quero fazer algumas ressalvas:


como tudo no mercado financeiro e de capitais, não recomendo
que façam essa operação a menos que já estejam familiarizados,
bem assessorados ou que saibam exatamente o que pode ocorrer.
O mercado de derivativos (nele está incluído o Mercado Futuro) é
bem elaborado e sofisticado, então, como sempre digo: estude
primeiro, entenda e, se for de seu interesse, entre. Feitas essas
ressalvas, vamos lá! Com essa bolsa de valores estranha e com
boas possibilidades de cair mais, decidi apresentar como se opera
o mini-Ibovespa.

O que vou ensinar aqui não tem nada a ver com outras
possibilidades tais como hedge de carteira de ações (proteção da
carteira de ações em bolsa de valores). O que quero mostrar aqui é
como ESPECULAR. A primeira coisa que um pequeno
especulador deve fazer é procurar corretoras que permitam operar
mini-Ibovespa pelo Home Broker (a plataforma de operações).
Bem provável que vai operar pela plataforma WebTrading (WTr),
que a maioria das corretoras já devem oferecer aos seus clientes.
Os contratos de mini-Ibovespa são negociados com vencimentos
(veremos isso mais adiante) nos meses pares e, como já destaquei,
cada contrato possui o tamanho de R$ 0,20 do índice normal.
Uma das coisas mais interessantes em operar índice futuro é a
facilidade em abrir contrato com venda para ganhar na baixa.

Praticamente não existe diferença se você opera comprado ou


vendido no mini-Ibovespa. O controle de risco e pedido de
margens são bens próximos (aqueles R$ 1.500,00
aproximadamente). Outro ponto importante a ser destacado é que
no Mercado Futuro existem os chamados “ajustes diários” na
qual, no final do dia, a sua posição é fechada e a diferença entre o
fechamento de hoje e o fechamento do dia anterior é creditado ou
debitado na sua conta, de acordo com sua posição e fechamento
do índice.

Por isso, é importante que carregue uma baixa posição (não se


exponha demais) e tenha sempre alguns recursos em dinheiro para
esses ajustes diários. Se você está comprado e no primeiro dia de
negociação seu contrato fechou com cotação abaixo do valor da
compra, você vai ter um ajuste negativo, sendo debitado o valor
referente à quantidade de pontos de ajuste. Por exemplo: Você
comprou UM mini-Ibovespa a 50.000 pontos.

Depois do fechamento, a cotação do índice ficou em 49.800


pontos. Você vai pagar essa diferença de 200 pontos: 200 pontos
x 1 contrato x R$ 0,20 = R$ 40,00 A margem de R$ 1.500,00
passa a ser de R$ 1.460,00 O contrário também é verdadeiro:
digamos que no dia seguinte o Ibovespa tivesse uma forte alta e
fechasse em 51.000 pontos.

O ajuste seria de 1.200 pontos (de 49.800 até 51.000), concorda?


Então: 1.200 pontos x 1 contrato x R$ 0,20 = R$ 240,00 A
margem passa de R$ 1460,00 para R$ 1.700,00 É importante
observar que existe a margem inicial, que, como disse, fica
próxima de 15% do valor dos contratos assumidos; e podem
existir margens adicionais de acordo com o critério das corretoras
ou ajustes pelo novo comportamento do mercado, como
volatilidade. Se sua margem inicial (R$ 1.500,00 nesse exemplo)
estiver “acabando” a corretora pode pedir mais dinheiro para
manter a posição perdedora ou ela pode, compulsoriamente,
encerrar a negociação. Afinal, você é o cliente, mas o risco é da
corretora – e ela não vai assumir riscos por você. Até agora,
então, falamos:

O que é o mercado futuro; Diferenciamos e conceituamos


contratos futuros de Ibovespa e mini-Ibovespa

Mostramos o que é estar COMPRADO e o que é estar VENDIDO


Falamos sobre margem inicial e margem adicional O último
conceito antes de passar para um exemplo prático é sobre o
código desse tipo de contrato que determina os vencimentos:
quando o contrato vai deixar de existir. O código dos contratos
futuros negociados no Mercado BM&F é composto por 6
caracteres. Esta estrutura indica qual o ativo-objeto, o mês de
vencimento e o ano de vencimento. Os três primeiros caracteres
do código dos futuros BM&F referem-se ao ativo objeto do
contrato futuro. O quarto caractere identifica qual é o mês de
vencimento deste contrato, enquanto que o quinto e o sexto
caracteres indicam qual o ano de vencimento.

AAAMNN
AAA – Ativo-objeto
M – Mês de Vencimento
NN – Ano de Vencimento

a) Ativo-objeto: valor mobiliário de referência do contrato


futuro.

O código do mercado futuro BM&F utiliza uma combinação de 3


caracteres para indicar o ativo de referência do contrato.

O Contrato Futuro Mini de Índice Ibovespa tem o código de


identificação WIN

b) Mês de vencimento: mês de expiração da validade do contrato


futuro, representado pelo quarto caractere do código de futuros
BM&F, seguindo o padrão internacional. É importante ressaltar
que o vencimento do mini-Ibovespa ocorre sempre na quarta-feira
mais próxima do dia 15 do mês de vencimento. Se esse dia for
feriado ou não houver pregão na BM&FBOVESPA, a data de
vencimento será o dia útil subsequente.

c) Ano de vencimento: ano de expiração da validade do contrato


futuro, representado por uma combinação numérica na quinta e na
sexta posição da estrutura do código de opções BM&F.
Exemplo: Um contrato futuro de mini-Ibovespa com vencimento
para setembro de 2015 apresentará o seguinte código: WINU15

NA PRÁTICA
O índice BOVESPA está cotado nesse momento em que escrevo a
49.200 e o mini-Ibovespa com vencimento em fevereiro –
WING15 – está cotado a 49.540. Se você acredita que o mercado
vai recuar, você pode especular com mini-índice e abrir uma
posição de venda.

Cada contrato nesse exemplo vale 9.908 pontos (49.540 x 0,20).


Portanto, fique atento ao tamanho de um contrato com o valor do
seu capital para não alavancar demais.

Digamos que eu resolvesse vender três contratos de mini-


Ibovespa para vencimento em fevereiro (WING15): 3 contratos =
29.724 (9.908 x 3) Vamos considerar que a margem inicial para
abrir essa posição seja de 15% (tem que ver com a corretora na
hora da operação, ok?).

Então, para abrir essa posição de venda a corretora vai “bloquear”


cerca de R$ 4.458,60 para garantia. Ou seja, apenas com R$
4.458,60 já estaria carregando uma posição de R$ 29.724. (lembra
lá das ações do Banco do Brasil?

Não eram R$ 5.200,00? Pois é… continue acompanhando o


raciocínio).
Se o índice cair 10% durante o período em que estiver realizando
a operação, passará a ser cotado em 44.586. Então cada contrato
do mini passou a valer 8.917.

Como temos 3 contratos, o valor final será 26.751. Ou seja,


vendemos por 29.724 e recompramos por 26.751, isso significa
um lucro de R$ 2.972 na operação. Veja onde está a alavancagem:
apesar de 10% de queda do mini-índice, esse lucro de R$ 2.972
equivale a uma rentabilidade de 66,66% sobre o valor da margem
inicial, que era de R$ 4.458,60. Embora a operação fosse de 3
contratos que equivaleriam a 29.724, na verdade só bastou
disponibilizar uma margem de R$ 4.458,60. Para obter lucro com
a compra do mini-índice, vale o mesmo raciocínio, só que
inverso.

É IMPORTANTÍSSIMO RESSALTAR que da mesma forma que,


nessa simulação, obteve-se lucro, poderia-se também ter tomado
um belo de um prejuízo: se minha análise estivesse incorreta e o
índice subisse 10% ao invés de cair 10% e eu finalizasse a
operação (poderia finalizar antes, para evitar maiores perdas,
claro), teria prejuízo de R$ 2.972 ou 66% sobre a margem.

Entendem porque eu gosto sempre de ressaltar o aspecto


fundamental do estudo e das simulações ANTES de entrar em
qualquer tipo de investimento?
Realmente esse é um instrumento muito bacana para fazer capital
em um prazo relativamente curto, mas tem que começar pequeno,
experimentar, compreender como funciona NA PRÁTICA o uso
desse tipo de derivativo e SEMPRE, SEMPRE ACOMPANHAR:
o olho do dono é que engorda o boi!

Você já conhecia essa modalidade de investimento? Será que está


disposto a estudar muito mais do que expus? Espero que sim, pois
essa é só a pontinha daquilo que você pode ver dos Futuros.

MENSAGEM FINAL
Colocar as finanças em ordem, trabalhar duro em seu negócio e
enriquecer não diz respeito somente a ficar rico em termos
financeiros. É muito mais do que isso: trata-se da pessoa que você
se torna, do ponto de vista do caráter e mentalmente, para
alcançar esse objetivo – a maneira mais rápida de ficar e
permanecer rico é trabalhar no seu próprio desenvolvimento.
Temos uma natureza holística: não podemos afetar uma parte
da vida sem afetarmos outra. Então, quando suas finanças
estiverem bem, provavelmente suas relações familiares, sociais,
afetivas, profissionais, etc., tenderão a ficar bem – afinal, você
estará bem e exalará esse sentimento para todas as pessoas que te
cercam.
O processo pode ser longo. Exige-se disciplina, muita força de
vontade e persistência. Não custa lembrar que existirão
adversidades no meio do caminho: elas fazem parte da vida e
você tem a capacidade de vencê-las abrindo, assim, mais espaço
para seu sucesso – seja qual for a situação.

Mudar hábitos, comportamentos, pensamentos, exige energia,


dedicação, prática e vigilância. Saiba que você pode (e deve)
assumir o poder sobre a única coisa que tem total e completo
controle: a sua mente.

É importante salientar também que as mudanças devem ser feitas


aos poucos, especialmente quando se trata de comportamento. É
um processo que pode vir rápido, pode vir devagar, depende
muito da sua capacidade e flexibilidade individual. Mas lembre-
se: calma. Você chegará onde deseja se continuar a caminhar e
persistir.

Como última mensagem: jamais deixe de estudar, ler, aprender


sobre finanças pessoais, investimentos, negócios, mentalidade,
sucesso, dentre outros. Esse é um campo relativamente recente na
qual está se fazendo novas descobertas, cada uma mais abrangente
que a outra. Jamais deixe de continuar seu aprendizado!

Bons estudos, bom trabalho, boas mudanças, persista, evolua e


faça a diferença: na sua vida e na das pessoas que ama!

Phillip Souza
SEGUNDA PARTE
Autor J.F Rozza

PROFISSÃO INVENTO-
EMPREENDEDOR

Prezados leitores, há um fator que eu preciso falar para vocês,


exatamente pelo motivo de que não criem esperanças de que
existe dinheiro fácil por aí. Esse fator pode destruir os sonhadores
fracos que pensam que será tudo uma aventura e as coisas virão
facilmente, mas tenho certeza que os fortes renascerão como
empreendedores REALISTAS.

A grande verdade é que não existem atalhos nem


facilidades nesta profissão: você sempre enfrentará desafios – mas
são desafios bons, que farão você crescer e desenvolver suas
habilidades como empresário.

Mas o aspecto que quero evidenciar é o FATOR


SALÁRIO MENSAL. É sabido que, hoje em dia, se você trabalha
para alguém com um emprego fixo, quem ficará rico será o seu
chefe: você terá pouco tempo para empreendere é provável que
não tenha sucesso ao tentar duas carreiras. Eu tentei ser somente
dono de negócios, e logo o negócio faliu porque eu não levei a
sério aquele ditado: “o boi engorda com os olhos do dono”.

Emprego fixo significa salário fixo, tempo fixo - são


tantos fixos que fixam você no mesmo lugar, com raízes
profundas e você não consegue sair de onde está.

Não confunda emprego fixo com carreira. São coisas


completamente diferentes: é possível enriquecer com uma carreira
de sucesso. Não são somente os empresários que enriquecem em
uma empresa. O que quero dizer é que o “pau-mandado” da
empresa (aquele cara que só recebe ordens e as executa)nunca
enriquecerá trabalhando como mero empregado. Se você está
numa posição dessas, mas sente que pode e quer mais, então é
hora de alçar vôo.

Formar-se, ir trabalhar em uma grande empresa, com o


propósito de subir de cargo, aí sim, isso é evolução, isso é certo
você fazer. Não estou falando para você abandonar a faculdade e
virar empreendedor.

Eu falo da realidade da maioria, dos que estão


empoeirados há anos em um emprego, fazendo a mesma coisa e
ganhando a mesma coisa. Você não precisa estar nessa condição,
mas pode prever se é isso que vai acontecer com você.

Se você não tem como fazer uma faculdade, você não


tem um salário decente no final do mês, você não tem nada de
patrimônio: PERFEITO!

Porque isso significa, que você também não tem


absolutamente NADA a perder para tentar empreender!

Se você quer ficar milionário, no Brasil, mas trabalha


8horas por dia em um emprego, para ter garantido R$ 800,00 por
mês, você NUNCA ficará rico. Não existe mágica alguma que
faça você ficar rico, somente se tiver uma ideia fantástica - mas
mesmo assim não terá muito tempo para ir atrás dela e precisará
de outra pessoa para ajudá-lo: e o que você poderia ganhar já será
fracionado.

Se você quer empreender, quer ter o seu milhão, você


deve levar a sério a profissão: empresário não tem horário;
empresário trabalha quando precisar e o quanto precisar;
empresário abre e fecha a empresa.

Uma grande diferença entre a minha mentalidade e a da


maioria de vocês é sobre o que decidimos fazer quando
precisamos de dinheiro.
A maioria pensa:

Preciso de dinheiro, o que faço?

- Preciso trocar de emprego, preciso conseguir um


crédito, preciso pedir um vale ou um aumento, ou até mesmo
preciso vender algo que conquistei ou preciso conseguir dinheiro
emprestado com alguém.

Não é isso?

Nenhuma dessas opções serve para mim, elas são


temporárias e não resolvem porra nenhuma. Se pedir um vale, é
certeza que no início do próximo mês já faltará o dinheiro. Se
precisa pedir emprestado, é porque você se atrapalhou nas
finanças e é bem provável que não vá conseguir devolver no
prazo estipulado. Se for vender algo que conquistou com suor,
para vender logo terá que vender com desconto e lá se vai seu
suado dinheiro.

Crédito em banco eu nem vou falar muita coisa, porque a


maioria dos brasileiros devem a alma para os bancos (no próximo
capítulo vou passar uma ideia sobre como trabalhar com créditos
bancários).
Mas então, nesse ponto você deve pensar:

- Mas o que esse louco do J.F faz quando precisa levantar


dinheiro para alguma coisa? Magia negra?

Não, eu deixo as pobres galinhas pretas em paz e não vou


perco meu tempo indo em encruzilhadas.

Eu faço o que todo invento-empreendedor faz. Eu


INVENTO.

Invento algum novo negócio, algo que possa me dar


dinheiro de acordo com a velocidade de que eu preciso. Todas as
grandes sacadas da minha carreira, veio em momento em que eu
precisava de dinheiro. Que imbecil: é preciso que o sapato aperte
para eu correr atrás de novos negócios. Mas pessoas como eu só
aprendem tomando na cabeça.

Invento-empreendedor é quem tem uma ideia, uma


invenção nova para ganhar dinheiro: aí você começa a pensar no
dono do Facebook, do Google, Microsoft – mas não é nada disso.
Devemos ser realistas dentro das nossas possibilidades.
Se fosse fácil ter uma ideia bilionária eu nem estaria aqui
escrevendo: já estaria no topo do mundo fechando negócios
bilionários com os grandes empresários mundiais.

Mas a minha realidade é me contentar em fazer milhões,


e não tão rápido como vocês devem imaginar. A maioria tem uma
ideia errada sobre os milionários, pelo menos os que querem
continuar nessa condição.

Pensam que um milionário pode ir em uma festa e gastar


centenas de reais, pode andar de Ferrari: bom se um empresário,
ao atingir seu primeiro milhão, já pensar em adquirir essas coisas
ele não ficará milionário por muito tempo.

O cara que tem um milhão e está investindo para ter


o segundo milhão, é o cara mais SEM dinheiro que você pode
conhecer.

É o cara que não vai aceitar ir em festas, não vai querer


andar com carro de cem mil, ele não vai querer passar trinta dias
de férias do outro lado do mundo esbanjando dinheiro. Ele levará
uma vida modesta, porque se ele tem um milhão, ele tem
compromisso para esse um milhão, a meta não é chegar ao milhão
e sair torrando, é começar a pensar nos próximos milhões. O mais
difícil ele fez: agora ele tem a vantagem de poder colocar o
dinheiro trabalhar para ele. Render, multiplicar. trivialidades
como carrão, casarão ou qualquer coisa que seja nem passam na
cabeça dele.

Essa não é a hora de gastar: a hora agora é de


empreender, de aproveitar. Esse momento acontecerá e virá muito
mais rápido para o empresário que contém o impulso e não vê o
milhão como PRAZER IMEDIATO, mas sim sabe fracionar e
adquirir o que quer com o tempo. Você pode viver com qualidade
de vida, acima da média, e manter o que conquistou, basta
controlar a impulsividade de ter as coisas quando quer.

Nesse momento do livro, você está empolgado, pensa


que agora já sabe como deve fazer para MANTER O MILHÃO.
Mas e como ganhar um?

Você não tem ideia alguma do que inventar. Hoje em dia


algumas ideias já foram inventadas e você pode se beneficiar com
isso. Pode ser que você já tenha um negócio: então você deve
extrair o máximo dele, descobrir até onde fica o limite e, ao
alcança-lo, deverá analisar se está bom assim, ou se esse negócio
não é o bastante para suprir a sua ambição como empresário.

Se você sabe o limite, então está na hora de inventar algo


novo. Se já tem uma clientela formada, vamos inovar e pensar em
algo que possa ser comercializado para eles.
Você deve seguir uma regra para ter sucesso no seu
negócio.

APRENDA A RESPEITAR O DINHEIRO. Eu sou um


pouco supersticioso, mas é inegável que existe algum tipo de
energia maior que nos cerca, e que às vezes facilita e outras vezes
dificulta muito a nossa vida.

A partir de hoje você nunca mais usará termos como: Eu


GANHO tantos reais por mês. Simplesmente porque você NÃO
GANHA NADA, você não ganhou esse dinheiro, ninguém o deu
a você sem cobrar um preço.

Então você FEZ esse dinheiro.

Eu FAÇO tantos reais por mês. Eu respeito o dinheiro


porque sei o quanto custa fazê-lo.

Não desperdice dinheiro, mas não vire um pão-duro


completo. A maioria dos pão-duros morreram com fortunas em
bancos e não viveram tão bem assim: qualidade de vida moderada
é essencial para que um empreendedor esteja sempre 100% para
trabalhar.

Bom vamos ao que interessa. IDEIAS.


Infelizmente eu não me atrevo a passar muitas ideias a
vocês, não posso ter essa responsabilidade em meus ombros,
porque sei que se eu falar para você vender bala na praia porque
dá dinheiro alguns o farão.

Não espere que alguém apareça com uma fórmula


mágica para você ganhar dinheiro fácil. Você tem que ter uma
ideia, tem que inventar um negócio rentável: se ficar somente
esperando algo cair do céu então você não merece ser um
vencedor.

Eu posso dar um exemplo de como eu fiz meu primeiro


capital: se a sua cidade comportar tal ideia você pode tentar fazer
dinheiro com isso.

Já fica claro também que você deve ser responsável e


assumir os riscos e a responsabilidade caso as coisas não dêem
certo. Se eu fiz você pode fazer, se você não conseguiu assuma
que a responsabilidade foi sua e não do livro que você leu.

Homens de verdade assumem os erros e aprendem


como eles, fracassados procuram culpados por suas desgraças
e vivem a vida chorando as consequências dos próprios atos.
Assuma os riscos, aprenda com a derrota e também delicie-se
com a vitória.
A ideia é simples. Eu tinha 16 anos quando comecei esse
negócio. Lembro como se fosse ontem: fui vender uma placa para
um cliente e, chegando lá, vi uma revista de imóveis que ele
trouxe dos Estados Unidos. Então logo pensei que aqui na minha
cidade ninguém tinha inventado isso ainda. E o mercado
imobiliário estava em alta.

A vantagem que eu tinha, e que você pode não ter, é que


eu já sabia trabalhar com CorelDraw e fazer artes gráficas, mas
hoje em dia existem diversos profissionais capacitados que podem
desenvolver esse trabalho para você, e você fica encarregado
apenas de vender a ideia para os clientes.

Mas não significa que você deva sair prometendo


sociedade para alguém que faça as artes da revista, você não
precisa dar metade da sua ideia para os outros. Você pode fazer
um contato, pode estipular quanto seria cobrado por página: muito
cuidado quando for falar sobre o assunto, pois quanto mais
pessoas souberem mais gente estará tentando copiar a sua ideia.

Mas para quem estiver realmente focado em desenvolver


isso, eu posso dar uma força, você pode me contatar e eu passo
para um dos meus funcionários fazer as artes.

Minha ideia foi uma revista de imóveis: fazia 30mil reais


por revista de lucro pra mim na época. Porém, a realidade atual
não é a mesma: o papel ficou mais caro, tudo ficou mais caro e
aumentar o preço não seria a resposta para fazer a revista. Faz 10
anos que ela está em circulação e o preço da página só diminuiu.

A IDEIA

A minha revista chama-se CATALOGO DE IMÓVEIS.


Você pode usar Guia de Imóveis (ou algo similar) para não ficar
igual. A grande questão da revista, para ganhar dinheiro, é a
venda de publicidade.

A revista é estruturada em 32 páginas. Você venderá as


páginas para os clientes por determinado valor, por X reais.

A capa, contracapa e página central são vendidas a


preços diferenciados, por serem localizações nobres na revista.

A ideia não se limita somente a imóveis, mas tudo que


afeta o setor: empresas de material de construção, acabamento,
móveis, iluminação – o mercado é grande e você precisa que 32
dessas empresas fechem com você para que saia uma revista
decente.

Eu já fiz outra revista chamada PERFIL, onde coloquei


os acontecimentos sociais e vendi publicidade para qualquer
empresa. O que você usa de artifício para venda é o foco de
distribuição que a sua revista terá. Se você fizer uma revista de
carros por exemplo, deve distribuí-la para quem tem o poder
aquisitivo para tal. Se fizer de imóveis, não adianta distribuir em
sinaleiras: tem que ser direcionado. Mais dicas de distribuição
mais adiante.

A VENDA

Quando comecei com essa ideia, eu tinha apenas um


sapato e uma pastinha onde eu levava a capa da revista impressa.
Tinha montado um “espelho” da revista, imprimi uma revista em
impressora normal mesmo, a capa e as páginas internas eu deixei
folhas em brancos, com 32 páginas.
Conforme fosse vendendo, eu já anotava na página
“vendida para cliente tal”. Confesso que quando eu fui visitar o
primeiro cliente, eu já anotei vendido em umas 5 páginas mesmo
sem nem ter visitado um único cliente. Isso é mentira ou
estratégia?

Fiz isso, porque NINGUÉM quer ser o primeiro a tentar


algo novo. Isso vem do ser humano: nós seguimos exemplos. É
muito mais fácil seguir um caminho que alguém já foi e disse que
é seguro: são poucos os dispostos a andar no escuro e inovar.
Assim que eu fechei com esse cliente, coloquei vendido
na página que ele escolheu, peguei e grampeei um cartão de
visitas dele na página. Assim no próximo cliente que fui, eu usei
da competição que existe entre as empresas para alavancar a
venda das páginas.

Você faz o outro cliente potencial pensar com a vaidade e


o orgulho:

- Ah! Fulano, meu concorrente pegou tal página, eu não


posso ficar de fora: Se o concorrente comprou uma página eu
compro duas.

E então tudo fluiu mais rápido. O primeiro é sempre mais


difícil.

Eu visitei em torno de 250 empresas de diversos setores


para fechar uma revista de 32 páginas. Não vá pensando que é
trabalho fácil.

O que você usa como arma para vender a ideia é o foco


de distribuição direcionada: um jornal não faz isso – um jornal
atinge quase sempre os mesmos anunciantes.

Quem entrega o jornal não fica a tarde toda no


consultório de um médico apenas para entregar um exemplar nas
mãos dele: e eu fiz isso.

Se você vendeu algo para um público com poder


aquisitivo tal, você deve buscar o cliente que possa comprar o
produto, caso contrário fará apenas uma revista. Não basta vender,
tem que trazer o retorno para os clientes – você precisa oferecer
mais valor por aquilo que é pago.

E a qualidade de impressão da revista deve ser o melhor


possível. Procure o melhor preço, mas não opte pelo mais barato:
tem que pensar na satisfação do seu cliente ao pegar a revista para
ver. Ele acreditou em você e você deve corresponder à altura.
A estrutura de venda pode funcionar assim:

Quantos exemplares você precisa fazer?

Quatro mil exemplares a cada duzentos mil habitantes.

Parece pouco, mas bem direcionado você atinge quem


interessa.
Uma revista com 32 páginas, quatro mil exemplares, aqui na
minha cidade, custam R$ 6.000,00 para serem produzidas.
Para determinar a que preço devemos vender as páginas,
a conta deve ser:

CUSTO TOTAL/NUMERO DE PÁGINAS

Nesse caso temos: R$ 6.000,00/32 = R$ 187,50 é o seu


custo unitário por página.

Então SE você vender cada página por custo x 2 = R$


375,00.

Você lucraria por revista 6 mil reais. Mas a capa e a


contracapa devem ser mais caras por serem nobres. A capa não
pode custar menos de R$ 900,00, a contracapa R$ 800,00: já é um
dinheiro a mais que você receberá.

Mas R$ 375 é muito barato para a ideia que está


vendendo. Eu no auge cheguei a cobrar R$ 1.490,00 por pagina
interna e R$ 3.000,00 a capa. Hoje em dia a revista ainda existe,
faz muitos anos que eu a vendi para um terceiro e ele trabalha
com os valores de R$ 890,00 por página, R$ 2.000,00 a capa e R$
1.500,00 a contracapa.

Você pode começar a vender por R$ 490,00 as internas,


para testar o mercado; se estiver fácil vender, você aumenta o
preço, se não estiver você diminuiu. Pode oferecer desconto para
quem já fornecer a arte pronta da revista.

Se vender a revista por R$ 490,00 as internas (30


páginas), isso gera uma receita de R$ 14.700,00 mais R$ 900,00 a
capa e R$ 800,00 a contracapa. O projeto todo gerou uma receita
de R$ 16.400,00. Custou R$ 6.000,0 a impressão; então tem-se
um lucro líquido de R$ 10.000,00.

A periodicidade que fará a revista dependerá do mercado.


Se você tem clientes suficientes, você pode produzi-la a cada dois
ou três meses. De qualquer forma, e pelo valor mínimo, se você
fizer uma revista a cada 3 meses, você tem mais de R$ 2.000,00
por mês de renda.
Você não pode fazê-la mensal porque revista não é como
jornal: revista não se joga fora no dia seguinte, não se usa para
acender o fogo para o churrasco, nem para colocar para o
cachorro.

Uma revista fica circulando em média 6 meses: se você


for a um consultório médico ou odontológico, tem revista ali de
anos atrás. Por sua qualidade ela não é descartada. Isso também é
um artifício a ser usado na hora da venda. Além do mais, você
tem que dar espaço para o seu cliente respirar e absorver o
investimento que fez.
Você terá que parcelar o valor das páginas, você tem que
fazer no máximo em três vezes - porque se fizer em quatro vezes,
quando sair a próxima revista o cliente ainda vai estar te devendo,
e não vai anunciar. Portanto, nos valores que estamos
trabalhando: R$ 490,00/3 = R$ 163,00 por parcela/mês.

Que imobiliária ou construtora não teria condições de


pagar isso por mês para estar anunciando em uma revista de
qualidade?

Outro fator de você receber parcelado é driblar a


desconfiança que o seu cliente tem em novas ideias.

Se você chegar lá para vender e esperar sair de lá com R$


490,00 no bolso, esqueça: ninguém vai dar dinheiro a você sem
ver o produto antes. O primeiro pagamento deve ser quando você
entregar a revista.

Vendeu a ideia, produziu a revista, deixa dez exemplares


por cliente, recebe a entrada e o saldo em 30 e 60 dias.

Não tem motivo do seu cliente não fechar por


desconfiança. Para aumentar a credibilidade, apresente a nota
fiscal da revista para comprovar que você fez as 4 mil unidades
prometidas. Cada cliente não significa uma venda única, mas sim
um parceiro comercial que você quer ter por um longo tempo, na
primeira, segunda em todas as próximas revistas que fizer.

A ideia é fazer quatro revistas por ano. Com um lucro de


R$ 10.000 por revista, você está fazendo R$ 40.000,00 por ano,
comparado aos R$ 10.400,00 que receberia com salário mínimo
(R$ 800,00 mensais + 13º salário): já está ficando bom não está?

Fora que você vai trabalhar no máximo um mês por


edição: trabalhou um mês vendendo a revista, até começar a
vender a próxima revista você tem tempo para trabalhar novas
ideias. Até mesmo fechar contratos anuais, visitar um cliente e
sair de lá com um contrato para as quatro edições do ano: isso já o
coloca muito à frente no seu negócio.

É uma ideia simples e objetiva. Você não precisa ter


nenhum talento excepcional para colocar em prática: basta estar
bem vestido, saber apresentar a ideia e convencer o cliente.

O INVESTIMENTO

Geralmente este é um problema que você enfrentará no


começo, especialmente por não ter capital e não ter credibilidade
no mercado, por ser desconhecido. Dificilmente uma gráfica vai
fazer uma revista para você somente com promessas de
pagamento.

O que você pode fazer é negociar com a gráfica, explicar


como funciona a revista, que você recebe a entrada quando
mostrar a revista para os clientes. Eles imprimem a revista para
você, você pega umas 100 revistas, vai mostrar aos clientes e
recebe a entrada, recolhe todo o dinheiro, volta e paga a gráfica.

Pega os exemplares restantes e vai fazer a distribuição. O


segredo é não ficar devendo: pague à vista para evitar postergar
obrigações financeiras. Estou falando para pagar à vista,
porque eu sei o que é nunca ter dinheiro, e do nada pegar uma boa
quantia na mão.

Mas pague os custos de uma vez, pense que dali 30 dias


vem a segunda parcela e depois a terceira parcela, e esse dinheiro
é seu para fazer o que quiser. Faça tudo certo, pois você
dependerá da gráfica e do cliente: e você não pode se queimar
com nenhum deles.

DISTRIBUIÇÃO

A primeira revista fui eu mesmo que distribui, mas logo


contratei alguém para fazer isso. Porém, deve-se ter um IMENSO
cuidado ao fazer isso porque quem garante que essa pessoa
contratada vai mesmo entregar?

Eu seguia o meu distribuidor para ter certeza que ele


estava entregando a revista. O cliente precisa vê-la em circulação.
Se ele vai ao médico, a revista tem que estar lá; se ele vai em um
café, lá tem que ter a revista. A revista se venderá por si só se
houver uma boa distribuição. Procure entregar em prédios, de
porta em porta.

Simplesmente não pode haver vacilo nessa hora.


Lembrem-se de pegar dicas com os próprios clientes de
onde deveria entregar a revista. A distribuição deve ser
direcionada, seu cliente precisa obter resultados, assim você
também terá resultados.

Essa é uma ideia bem simples que tive; foram muitas


ideias ao longo da minha carreira, mas essa foi a minha primeira
e, por ser mais simples de executar, é a que passarei adiante para
vocês.

Eu fiz de imóveis, mas pode-se fazer sobre festas, sobre


acontecimentos sociais, sobre arquitetura, direito enfim sobre
muitas coisas. Escolha uma e corra atrás: não tente fazer tudo ao
mesmo tempo – use o poder do foco!
Quanto mais ideias, mais chances! Mas tudo tem que
estar dentro da sua possibilidade de realização. Se você estava
esperando uma oportunidade, uma ideia, alguém que acreditasse
em você, você conseguiu.

Eu acreditei e passei adiante como eu fiz meu primeiro


capital. Se quer saber como multipliquei isso centenas de vezes na
bolsa de valores e quer fazer o mesmo, primeiro tenha o capital
para trabalhar, para investir, só depois pense em fazer o dinheiro
trabalhar para você.

Primeiro você trabalha por ele, depois o dinheiro retribui


o favor e trabalha por você: desde que você o respeite.

PLANO PARA FAZER UM


MILHÃO EM 18 MESES

Eu não quero desmerecer ou diminuir as pessoas que escrevem


artigos, sobre como acumular um milhão em dez, vinte, trinta
anos. Mas a grande realidade é que com a inflação desenfreada, se
você investir cem mil hoje e demorar trinta anos para chegar ao
um milhão, é bem provável que quando atingir essa marca, você
não vai conseguir comprar a mesma coisa que poderia comprar
hoje com cem mil.

E sinceramente: trinta anos para juntar um milhão?

Eu acho que isso serve para as pessoas que querem ir


juntando de pouco em pouco, mas muito pouco: aquele tanto por
mês (cem “pila” todo mês), e ao final de 30 anos chegou ao
milhão.

Essa pode ser uma maneira, dentre tantas outras, (talvez)


mais segura, confortável, de alcançar um milhão de reais sem ter
que suar a camisa.

A minha proposta é diferente: é começar do zero, juntar


um capital inicial e depois multiplicá-lo - e ainda não estou
falando sobre bolsa de valores.

É claro que o retorno é proporcional ao risco, mas o risco


em si é de você não ter dinheiro suficiente para terminar o projeto.
Novamente eu não vou passar nenhuma fórmula mágica: vou
passar um exemplo.

Quando estava me erguendo, já estava confortável,


pagando algumas dívidas, já tinha um carro bom, estava
esquecendo a falência e voltando a ter uma vida modesta. Mas o
empreendedor dentro de mim pode se ferir mas nunca morre: com
a energia renovada eu tinha muitas ideias e queria perseguir todas,
tentar sempre, falhar e tentar novamente. Principalmente: eu
queria voltar a construir, queria voltar a investir na construção
civil.

Ao mesmo tempo, eu tinha receio de tirar o dinheiro de


um lugar, de onde estava dando certo, onde estava rendendo, para
especular no mercado imobiliário.

Eu precisava de dinheiro; sabia que precisaria inventar


alguma coisa para ganhar dinheiro suficiente para voltar a
construir sem comprometer o que já tinha conquistado até o
momento.

Tive muitas ideias, mas a menos provável de dar certo, a


que cheguei a sonhar diversas vezes, foi a que deu certo: aquela
que eu tinha escrito um livro sobre as minhas conquistas
amorosas.

O livro “O Guia do Macho Alfa”, que eu, por questões de


marketing e da parceria que havia formado, troquei o título para
CLUBE DOS HOMENS.
Sinceramente eu não precisava fazer a parceria, porque
os meus textos fizeram do livro um sucesso, mas precisava da
publicidade que essa parceria poderia me render.

Obviamente eu não ganhei um milhão com os livros, nem


perto disso, como autor meus ganhos devem ter chego a uns R$
40.000,00 em dois anos, no máximo.

Mas tudo o que eu ganhei, eu coloquei trabalhar para


mim, e, ao fim do projeto, eu terei transformado palavras em um
milhão. Desde o início eu entendi que escritor não fica rico com
livro, quem fica rico são as editoras. Eu sempre tive editora, eu a
vendi, e talvez seria a hora de comprá-la de volta.

O livro surgiu da minha necessidade e vontade de fazer


mais dinheiro, para voltar a tentar outros projetos. Na época em
que eu tinha parceria, o lucro do livro era fracionado, eu juntei
tudo que entrou, porque eu não precisava do dinheiro para viver,
eu queria construir, mas eu não queria tirar dinheiro dos
investimentos, porque, para quem recorda, eu quebrei ao tirar
dinheiro da bolsa para tentar outras coisas: então eu jamais
voltaria a fazer algo assim.

A editora faturava em média R$ 20.000,00 por mês


bruto, 20% foi destinado a pagamento de royalties para os autores
(10% para cada), valor acima do que as grandes editoras pagam
aos autores. Eu consegui esse valor por ser um antigo proprietário,
e pelo comprador ser meu próprio primo. Tirando as despesas
mensais, sobrava uns R$ 8.000,00 de lucro para a editora. Então
eu fiz uma conta, R$ 8.000,00 de lucro mais a minha parte como
autor geraria R$ 10.000,00 líquidos por mês.

Eu era o livro, as novas reimpressões do livro contendo


somente os meus textos, continuaram vendendo e vendendo bem,
e cada vez mais as pessoas me elogiavam pelo livro. Comprei a
editora que pertencia ao meu primo. É isso mesmo: eu fundei a
editora, a vendi e a recomprei novamente. Um fator que eu não
calculei foi a baixa venda no final do ano em 2013: a editora
quase faliu, atrasou pagamentos, e eu aprendi a deixar os negócios
seguirem o rumo, se fosse para quebrar, fecharia a editora mas
não injetaria dinheiro somente para mantê-la funcionando. O bom
negócio nunca deve patrocinar o mau negócio, nunca mais eu
faria isso. E o não cumprimento do acordo por parte do outro
autor foram fatores que desestabilizaram a editora por um tempo,
gerando atrasos, reclamações e foi preciso muita paciência e pulso
firme para colocar as coisas em ordem.

Foi preciso que eu me readaptasse ao cenário, mas eu


contornei a situação, e passei a lucrar mais do que antes. A editora
estava lucrando certa de R$ 14.000,00 por mês.

Eu queria aumentar meus ativos com construção civil. Os


livros, a editora com seus outros trabalhos, o poker: tudo isso
seria um fazedor de caixa. Escrevi o primeiro livro com a intenção
de que com os royalties pudesse ao menos comprar um terreno
para então tirar apenas um pouco do meu capital na Bolsa para
construir. Não foi preciso devido a uma dura estratégia de
administração. O livro saiu de um certo desespero de fazer mais
dinheiro para tentar novos negócios.

Durante um ano e meio eu tive parceria, e o que ganhei


precisei dividir com o outro autor. Ao final da parceria havia
economizado tudo que entrou para tentar um novo projeto.
Juntando o que eu ganhei com royalties e o que eu ganhei jogando
poker, eu tinha R$ 59.000,00.

Hoje eu estou retificando este texto e o atualizando para


os primeiros dias de 2015. Hoje, eu fiz mais R$ 80.000,00 nos
últimos seis meses, como renda extra nos livros e no poker. Como
investidor da Bolsa eu já tenho uma vida confortável: retirando
apenas os ganhos eu poderia já tirar para investir em outros
projetos. Mas preferi dar uma pausa como investidor, e fazer a
renda extra explodir e gerar mais caixa.

Eu peguei gosto em escrever livros porque é um ativo


permanente, que eu dediquei tantas horas para fazer, e pode me
render dinheiro ilimitado e por muito tempo. Os demais livros que
lancei, o fiz para equilibrar a perda da publicidade gratuita na
página do CDH. Eu continuei ganhando menos no faturamento
bruto, mas mais no lucro final.
Eu fiquei com o produto, perdi a publicidade, precisava
apenas de uma nova maneira para chegar até o cliente. E no final
os livros mesmo fizeram isso por mim: cada um que comenta
sobre o livro atrai mais compradores, não é preciso muito
publicidade hoje em dia. Talvez um dia volte a precisar, e
novamente irei me adaptar, porque se está dando certo, não
importa quanto eu tenha, eu irei tirar o máximo proveito como
escritor.

Com a receita que CDH I, CDH II, CDH III, pré-venda


de Jovens Investidores e Poker Online, eu gerei um
FATURAMENTO BRUTO, de quase meio milhão. Mas tirando
os custos totais, os royalties que tive que pagar para o outro autor,
o montante acumulado em renda extra é de R$ 140.000,00. A
renda praticamente veio dos lançamentos que fiz sozinho, menos
faturamento bruto, mas mais lucro líquido.

Um terreno e R$ 80.000,00 em dinheiro. Já bastava para


construir. Comecei em maio 2014 a construir e aos poucos,
conforme gerava extra, construía: pode-se dizer que vendia um
livro e comprava um tijolo. A mágica da multiplicação.

A estratégia da construção que usei, você também pode


usar. Contrate um engenheiro para fazer a papelada, encontre uma
equipe com um bom mestre-de-obras, e um corretor de imóveis
para vender o imóvel. Você não dá sociedade a ninguém, você
não deixa os outros tomarem as decisões, você vai construir, e
você deve ir todos os dias olhar a obra.

Desmembrei o terreno e fiz duas casas em cima dele para


vender pelo programa Minha Casa Minha Vida. O investimento
total foi de R$ 90.000,00 nas casas e R$ 59.000,00 no terreno.
Isso deu um pouco a mais do que o dinheiro extra feito vendendo
livros pela internet. O pouco que faltou eu acabei fazendo jogando
poker.

Dos livros, do poker, de todo o extra eu tinha


conseguido, construí duas casas, pelo programa Minha Casa
Minha Vida. A obra foi vendida por R$ 260.000,00, tirando os
impostos sobrou uns R$ 240.000,00.

Veja bem toda a caminhada, desde quando precisava de


um extra, da ideia, batalhar, me adaptar ao cenário, juntar o
capital, e de todo o extra que fiz em 14 meses eu agora
transformei aquelas palavras do começo, algumas horas jogando
poker, em R$ 240.000,00.

E se eu fizesse como a maioria de vocês? E apenas


ignorasse as ideias e ficasse contente na zona de conforto?
Esse é um dinheiro que não deve ser ignorado, é UM
QUARTO DE MILHÃO. A ideia de fazer um milhão só com os
extras me levou a ter planos um pouco mais ambiciosos. Esse
plano está em andamento no momento, mas ao final eu terei
acumulado um milhão em dezoito meses apenas com os extras.

Nesse meio tempo, eu acabei comprando outro terreno,


com parte do lucro que tive em 2014 com os meus outros
negócios. A venda das casas gerou uma receita que eu deixei de
lado, descomprometida para usar para construir novas casas.

Alguns aspectos eu precisei levar em consideração para


não ser afetado pela imagem de empresário que já foi à falência.
Eu não poderia colocar as casas à venda antes delas estarem
prontas, por questão de credibilidade. Agora que eu já fiz duas
criei um cartão de visitas para a construtora poder ressurgir com
tudo.

Como os terrenos estão extremamente caros hoje em dia,


fazer uma casa em cima de um terreno não dá lucro; duas já traz
um lucro bom, mas eu pensei em fazer um condomínio de 4 casas.
Mas aí me coloquei no lugar do cliente: comprar uma casa sem
terreno seria o mesmo que comprar um apartamento, e eu poderia
ficar anos para vender essas casas.

Também poderia continuar fazendo de duas em duas até


acumular um milhão. Mas eu fiz as contas e, com o dinheiro dos
extras, daria para fazer um prédio de oito unidades, diminuindo o
custo geral por unidade e por fração do terreno.

Cada fração do terreno custaria R$ 7.375,00 (R$


59.000,00/8 unidades).

Custo por apartamento = R$ 40.000,00

Dependendo do momento que você está lendo essas


informações, com os R$ 240.000,00 eu já comecei ou já construí
outros imóveis. Mas se fosse nos dias de hoje, estaria construindo
um prédio, com OITO unidades. Um prédio com quatro andares,
vendidos pelo programa habitacional Minha Casa Minha Vida,
cada um por R$ 130.000,00 – já tem gente querendo comprar,
mas só quero vender após terminar a obra.

A obra vai custar R$ 320.000,00: com o dinheiro dos


extras eu posso erguer todo o prédio; com a projeção do que a
empresa vai faturar eu termino o prédio, apenas as coisas
continuando como estão. Eu estou assumindo esse
empreendimento só porque sei que se eu parar de vender livros
amanhã, eu tenho como terminar o prédio com capital de outros
negócios, neste caso eu seria obrigado a injetar dinheiro, mas em
algo concreto e realista.
Ao final deste empreendimento, que ficará pronto até
julho 2015 (SE TUDO CORRER BEM), dezoito meses depois de
eu decidir fazer um dinheiro extra para construir, as oito unidades
gerarão uma receita de R$ 1.040.000,00 (um milhão e quarenta
mil reais).

Qual a formula mágica que usei para fazer esse dinheiro?

TRABALHO DURO.

Tudo começou com uma simples ideia, a de escrever,


bem parecido com a ideia que passei a vocês da revista. No
padrão da revista você faz R$ 40.000,00 por ano, já compra um
terreno, em mais 2 anos você também pode construir um prédio:
pode, do zero, fazer um milhão. Depende de disciplina financeira
e estratégia. Foi uma junção de ramos de negócios, eu arrisquei no
ramo de entretenimento, gerei a receita e fui para o ramo da
construção civil, e trabalhando diariamente com compra e venda
de ações.

Quase um camaleão dos negócios hehehe

Eu consegui fazer isso porque eu não dependia dos


extras; pude deixar acumular. Mesmo sem eles eu já estaria
realizado como empresário, mas fazer um feito desses alimenta a
alma do empresário, e a construtora renasceu com o dinheiro dos
extras, agora com capital de um milhão para colocar para
trabalhar.

O próximo empreendimento já será de dez andares, vinte


unidades, já irei dobrar esse milhão, e ninguém mais poderá me
segurar! Sou investidor e um grande construtor agora. Eu não dei
poderes a ninguém, não coloquei a família para trabalhar, não
deixei ninguém tomar as decisões por mim. Tive a paciência para
fazer as coisas como deveriam ser, desapeguei de algumas manias
grandiosas, levei uma vida moderada, mas sem abrir mão de um
certo conforto REALISTA, e ao final de 2015 terei dois negócios
milionários, hoje eu tenho 29 anos, e sou a prova viva de que você
pode fazer seu milhão, pelo menos três vezes antes dos trinta
anos.

E eu só digo uma coisa aos meus leitores:

TENTEM! VOCÊS NUNCA SABERÃO DO QUE


SÃO CAPAZEZ ATÉ TIRAR A MASCARA DE COITADOS
E IREM BATALHAR!

Outra coisa que a minha vaidade me faz dizer:

- Lembrem-se do meu nome: ouvirão falar muito nele


ainda. Seja por meus feitos, seja pelos empreendedores que
renascerão ao lerem meu livro.

PRINCIPAIS ERROS NA
HORA DE GERIR O SEU
NOVO NEGÓCIO

ERRO N°1 –
PROCRASTINAÇÃO

Eu não sou a melhor pessoa para falar sobre procrastinação


porque acredito que, de certa forma, poderia render muito mais.
Talvez até mesmo pela falta de tempo para escrever, eu acabo
sempre pensando em textos, lições que vou escrever mais tarde, e
mais tarde, e a hora de escrever nunca chega, até que por fim eu
esqueço o que queria escrever. Tornou-se um hábito desagradável
adiar compromissos que não são tão importantes. Escrevendo esse
livro, eu estou me livrando da procrastinação, seguindo o que
estou ensinando, não adianta eu falar para você não fazer, e eu
mesmo agir errado. Então todos os dias, às 19h, eu sento para
escrever, sem desculpas, sem lamentações: esse é o meu tempo. E
todo o restante deve esperar. Essa é a minha determinação e o
compromisso com as minhas ideias. Se eu consigo, já tendo
diversas outras obrigações, com certeza você também será capaz
de conseguir.

Procrastinar é o ato de adiar os seus deveres, as suas


tarefas. A procrastinação sempre esteve presente na minha vida,
sempre. É vergonhoso para um invento-empreendedor admitir
isso, mas é a verdade. Eu sonho com ideias, eu as realizo, eu
idealizo, eu transformo em realidade. Mas da ideia até a
realização, existe um abismo de desculpas, adiamentos, e
preguiça. Sim, quando se é dono do próprio tempo, é preciso mais
determinação para cumprir os compromissos, afinal você não tem
ninguém para mandar em você. Eu alcancei o sucesso rápido, mas
poderia ser mais rápido se eu não adiasse tanto as coisas na minha
juventude. No início era aquela determinação inabalável, nada
podia vencer, mas aí vem o cansaço, aquele sussurro malicioso no
ouvido “você pode dormir mais um pouco, não tem ninguém para
te exigir nada”. Ou “você não precisa entregar esse trabalho
agora, ainda está no prazo.”

Postergar deveres é algo que atrasa demais o seu


desenvolvimento empresarial. Deixar para a última hora, sempre
deve ser um inimigo a ser temido. Mas como eu superei isso?
Simples: impus aos meus trabalhos só receber o pagamento após a
entrega deles. Foi uma dura decisão, mas foi a certa, para que eu
pudesse extrair todo o meu potencial, não dentro do prazo, mas
antes.

Os primeiros ganhos que tive foi com a minha primeira


empresa foi de criações gráficas, folders, banners, cartões de
visita, ou seja, prestação de serviços.

Eu não tinha custo operacional, eu morava com a minha


mãe, não pagava aluguel, não precisa ajudar em casa, tudo o que
ganhava, ganhava para mim mesmo.

É costumeiro, quando se é contratado para prestação de


serviços ou qualquer outro trabalho, receber 50% de entrada, e os
outros 50% ao entregar o trabalho. Eu fazia um contrato na hora
com o cliente, para receber em uma vez só, após a entrega do
serviço. Pode ser arriscado se você não sabe com quem está
negociando, mas eu não tive muitos inadimplentes.

Então basicamente, era:

- Quer procrastinar, quer deixar vencer os prazos? Tudo


bem, mas não terá nenhum real para viver, para sair no final de
semana, para nada.
Então o “J.F adiador de prazos”, preguiçoso, trabalhava
nas madrugadas de segunda a sexta para entregar os trabalhos de
forma rápida, para já receber de uma vez o que tinha para entrar.

O Rei da Procrastinação havia sido descoroado, e eu me


tornei o Rei da Determinação. Eu mesmo, por vontade
própria, não conseguiria, precisei de uma estratégia para fazer
com que eu trabalhasse mais, e pudesse prosperar de maneira
rápida.

Não posso dizer que sempre fui assim. Nos tempos do


colégio nunca estudei para uma prova sequer. Simplesmente eu
não admitia ter que perder tempo estudando em casa se eu já
estudava em aula. Segredo para isso? Enquanto todos
conversavam eu prestava atenção. E se não prestasse, sempre
tinha aquele colega com um ressumo para emprestar, para dar
uma rápida lida antes da prova.

Para todo problema há uma solução. Mesmo que você


tenha que criar artimanhas para ser usada em si mesmo. Eu como
escritor, gostaria de extrair de uma maneira rápida e fácil, todas as
ideias e histórias que tenho na cabeça. Mas não tem outra
maneira, tem que ser trabalhado, cada palavra deve ser pensada e
digitada, nada vai surgir na tela só porque eu quero.
Da mesma maneira, se você só olhar para a sua carteira
vazia, não fará surgir dinheiro só porque você precisa dele. Você
precisar correr atrás e trabalhar. Mas além de trabalhar, você não
deve adiar os seus compromissos.

Hoje eu adoto o pensamento:


“Se eu não fizer, ninguém vai fazer por mim”.

Isso também veio com a experiência. No meu primeiro


emprego de designer gráfico, além de artes que produzia, eu
também operava as máquinas de cortes de vinil em uma empresa
de comunicação visual, eu aprendi essa verdade.

Eu criava as artes gráficas e sempre tinha algumas que


tinha que redesenhar todos os logotipos, ou algum trabalho
realmente cansativo.

Então o que eu fazia? Primeiro eu fazia todos os mais


fáceis e deixava o difícil por último. Tinha prazo para entrega,
então eu poderia adiar por muitos dias. Todo final do dia, eu
zerava a minha caixa de afazeres, todas as artes haviam sido
feitas, mas permanecia aquela mais desafiadora, a que daria mais
trabalho.

E no outro dia, eu estava ali novamente, e ela também


estava ali, já como primeiro afazer do dia seguinte. Ao invés de
terminar de uma vez, eu ficava sofrendo assim por vários dias. Eu
me dei conta que eu poderia ir embora no outro dia, adiar mais
uma vez, mas logo em seguida eu teria que enfrentar ela
novamente. Ninguém faria aquele trabalho por mim.

Foi aí que eu mudei minha atitude frente aos adiamentos.


Eu sempre faço o mais difícil primeiro. Porque mesmo que eu não
consiga terminar os trabalhos mais fáceis todos no mesmo dia, o
dia seguinte já não começará de maneira difícil. Se você adiar as
tarefas mais difíceis, ela sempre será o monstro do dia seguinte.
Sempre um tormento para o seu novo começo diário. Se tem que
ser feito, faça! Ninguém fará o seu trabalho por você.

Mas também esse atraso não afeta somente os


compromissos diários ou básicos do seu trabalho. Ele vem como
uma peste quando ele começa a afetar os seus planos, os seus
sonhos.

Conheço a história de muitas pessoas, que tinham um


sonho bem fácil e possível de realizar, mas sempre adiaram, até o
ponto em que já não havia energia e força para finalmente
começar. Essas pessoas, que tanto adiam os planos de montar o
negócio próprio não são só procrastinadores: são medrosos.

O “sonho” torna-se uma esperança. Uma esperança que


um dia você pode enriquecer se seguir aquela ideia, mas teme
tentar, fracassar e perder a esperança.

O medo de tentar e errar é tão grande que eles nem ao


menos tentam porque não querem perder a esperança, e o sonho
continuará sendo apenas isso: sonho distante.

Para que você precisa se apegar à enganação, viver


apenas com a esperança de um dia ser bem sucedido?

Você não precisa da esperança, você precisa é da


tentativa, mesmo que venha o fracasso, será um enorme
aprendizado que somará muito na sua vida. Logo perderá o medo
de arriscar de falhar. Aprenderá que a falha não é fatal, não mata.
Ela ensina a tentar novamente. Serão tantas tentativas que uma
hora ou outra virá o acerto.

Mas algumas pessoas estão tão apegadas as suas


esperanças que passam a vida sonhando com a “Mega Sena” que
transformará a sua vida da noite para o dia. Nada que é ganho
com tanta facilidade é duradouro. O sucesso gratificante, aquele
que irá durar, só pode ser conseguido com a soma dos esforços
diários, das tentativas frustradas, das pequenas vitórias. Os
pequenos acertos somados tornam-se grandiosos.
Você não quer ser como as pessoas que enganam a si
mesmas.

“Eu vou trabalhar só mais um pouco, para juntar um


dinheiro e aí sim eu começo meu negócio próprio.”

Quantas vezes eu já escutei essa frase... e o que eu vi


acontecer?

Ano após ano, uma nova desculpa.

No ano seguinte: Ainda preciso ficar no emprego, só


mais esse ano, para trocar de carro.

No ano seguinte: Ainda preciso ficar no emprego, vou


casar preciso de uma estabilidade.

No ano seguinte: Ainda preciso ficar no emprego, minha


mulher está grávida.

No ano seguinte: Ainda preciso ficar no emprego, meu


filho nasceu.
E nos anos seguintes: Vem a educação do filho, vem
mais um filho, vem mais uma troca de carro, vem uma casa
maior, vem mais contas no final do mês, vem a faculdade dos
filhos, vem ajudar os filhos a montar uma casa.
Nos anos seguintes: Vem os netos, vem cuidar dos netos.
E quando você não tem mais que se preocupar com os filhos, com
os netos, com o carro, com o cachorro, você se vê livre para tentar
aquele sonho que você tanto adiou.

Você acorda cedo, finalmente disposto a largar aquele


emprego que você está enterrado há anos, mas ao levantar e se
olhar no espelho, você não mais se reconhece, apenas vê um
velho enrugado; você sente que não tem mais a energia para
começar algo do zero, faltam poucos anos para se aposentar,
porque arriscar agora?

Aquele velho sonho está empoeirado: ficou tempo


demais trancado em um quarto escuro. É muito tarde para arriscar,
será muito cansativo. Você olha para trás e percebe que a sua vida
foi boa, mas foi comum, seu sonho está enterrado para sempre
dentro da sua alma. Esta sensação de vazio só aumentará. Você
pensou tanto que era melhor deixar as coisas como estavam e o
seu sonho se tornou impossível. Você foi desafiado a seguir o que
acreditava, o que sonhava, mas não teve a coragem necessária
para ir atrás. O tempo não espera por ninguém, ele não espera o
seu carro novo, ele não espera nada, ele não escuta desculpas, ele
NÃO DÁ UMA SEGUNDA CHANCE!
Por isso se você quer começar algo, comece agora! Com
um bom planejamento, um bom plano B (C, D, E...) tudo é
possível. E se não for possível da primeira vez, haverá muitas
outras!

Apenas não passe a vida inteira vivendo da esperança


(ilusão) de um dia enriquecer sem tentar. Construa algo grandioso
com o tempo que tem, siga os seus sonhos: cedo ou tarde você
pagará a dívida que todos os homens pagam e morrerá com o seu
sonho trancado dentro da sua mente.

“O tempo é o melhor dos professores, mas também o


mais cruel: ele mata todos os seus discípulos”

Qual o futuro do procrastinador? Ao meu ver, ele tem


duas saídas: ou ele se dá conta do que está fazendo, ou ele
continua fazendo isso até que perceba que adiou tanto os seus
sonhos, que a vida passou diante dele e ele não conseguiu realizar
nada.

Eu temi tanto isso, que eu sempre repeti a mim mesmo:

“Vou tentar, se não der certo, pelo menos eu sei que não
deu certo e não vou mais pensar nisso. De qualquer maneira, eu
não posso adivinhar o que vai acontecer, eu posso apenas dar o
melhor de mim e esperar que o meu trabalho gere resultados. De
preferência os resultados que eu quero.”

E se um sonho não der certo? Aí eu apelo para a alma do


ser humano, e digo a você:

Nós, seres humanos, somos capazes de sonhar


TODAS AS NOITES. No dia seguinte, você pode TENTAR
DE NOVO.

Uma lógica fácil a ser analisada:

Digamos que você precisa acertar um alvo de olhos


vendados. Se você não sabe a direção do alvo, você precisará de
milhões de tiros, para todas as direções. Seria impossível acertar.

Mas se você ao menos souber a direção que o seu 'alvo'


está, mesmo atirando a esmo, uma hora ou outra você acertará o
alvo, e não precisará mais de cem tentativas.

Saber a direção que quer seguir já é metade do


caminho.
Este péssimo hábito é um sabotador de sonhos e você
deve se esforçar para que isso não aconteça com você.

Ao adiar tantos compromissos fará com que em breve


você rolará uma bola de neve: cada vez que rolar, maior ela ficará.
Quanto mais adiar, maiores ficarão os seus problemas.

Você acabará entrando em um ciclo vicioso em que


viverá para fazer trabalhos já adiados, sempre adiando o seguinte
para cobrir o atrasado.

Coloque suas tarefas em dia, e não as deixe acumularem


mais.

É difícil sair desse ciclo? É.

Mas tem que ser feito, e o que tem que ser feito é
indiscutível, afinal de contas, se você não fizer, ninguém fará por
você.
ERRO N ° 2 - JAMAIS
EMPREGUE
AMIGOS E FAMILIARES

Nunca, jamais, empregue amigos e familiares. Pode parecer


absurdo, mas ao longo desse texto você entenderá que uma grande
empresa se faz com funcionários qualificados e nenhum império
pode ser construído somente porque você confia nas pessoas que
o estão construindo.

Funcionário bom é aquele que entra na sua empresa para


trabalhar, para ganhar dinheiro, e não para brincar de empresinha.

Um bom funcionário entra para ser comandado, para ser


liderado e trabalhar. Não para opinar como você deve conduzir os
seus negócios.

Um dos principais erros que cometi foi empregar amigos


e familiares: a maioria não era capacitada para exercer a função
que eu impus a eles. O pensamento de “confiança” me fez
contratar metade dos funcionários pela confiança que eu tinha
neles e não pelas habilidades para realizar corretamente as suas
funções.

Amigos de churrascada ou de baladas, aquelas pessoas


que você acredita que nunca faria nada de mal para você, podem
ser uma tentadora opção na hora de começar o seu negócio. Mas é
uma opção errada. O bom funcionário é aquele que precisa do
emprego para viver: dessa maneira ele trabalhará porque precisa
não porque você o convidou para “brincar de empresa”.

Pessoas que você coloca na empresa por afeto, seja por


bem ou por mal, uma hora ou outra ela fará mal para você, mesmo
sem intenção. Se você encontrar um bom vendedor, ele venderá
qualquer coisa, qualquer produto.

Mas se você colocar um atendente de balcão como


gerente, ou um lavador de carros como administrador, eles
certamente afundarão o seu negócio.

Eles podem ter a melhor das intenções, mas não estarão


qualificados para exercer tais funções.

Você não está montando uma ONG, não está montando


uma “Fundação Ajudarei Meus Familiares” se começar uma
empresa pensando nisso já estará com metade do pé no buraco.
Uma empresa deve ser composta por profissionais competentes.

No momento que você controlar a sua empresa, o seu


negócio, jamais delegue poderes totais aos funcionários. Qualquer
funcionário pode parecer de confiança, mas quando a questão for
dinheiro ou liderança, você é o único que deve administrar e
comandar a sua empresa. Se você não tem as habilidades
administrativas para cuidar do dinheiro encontre um profissional
que o faça. Mas você deve fiscalizar tudo e nenhum dinheiro sai
da empresa sem você saber, sem ter a sua permissão.

Se colocar na mão de terceiros para que façam o que bem


entenderem, estará colocando o outro pé dentro do buraco e, aí
meu amigo, é chão – não: é fossa.

CNPJ não tem coração, CNPJ não faz favor, CNPJ é o


seu maior bem: não pense em sair ajudando a todos. Você está
montando a sua empresa para você mesmo e mais ninguém. Se
um familiar quer dinheiro, que vá trabalhar. Não é sua obrigação
ajudar os preguiçosos.

Um grande problema em empregar pessoas de confiança


é que elas acham que tem o mesmo poder de decisões que você, e
tomarão decisões erradas, por conta própria, e isso desgastará a
amizade de vocês. Além do que, você chamar a atenção de um
funcionário é uma coisa: agora tentar fazer isso com um amigo?!É
diferente.

Porque diabos você vai empregar um amigo de balada?


Vai montar um serviço de degustação de bebidas?

Uma empresa se faz com mão-de-obra qualificada.


Analise currículos, escolha seus funcionários pelo grau de
conhecimento; se ele for uma peça fundamental para o seu
negócio, está dentro – se não for, dispense-o. Você deve ter pulso
firme e tomar as decisões lógicas. O funcionário deve se encaixar
na função que você vai delegar à ele. Não queira colocar a pessoa
errada à frente de sua empresa, não dará certo: isso é garantido.

Sociedades são como casamentos: no começo é tudo


lindo, aquela cumplicidade, aquele camaradismo, mas se abala
com qualquer tremor; quando acaba, restam os gritos, e alguém
sempre levará um pedaço do seu patrimônio.

Uma sociedade só funciona em pé de igualdade. Cada um


entra com 50% em tudo, cada um trabalha na mesma intensidade.
Assim pode dar certo, mas também pode não dar. Você deve
analisar muito antes de ter um sócio: a escolha não deve ser
influenciada por sorrisos simpáticos ou por tapinhas nas costas.
Palavras bonitinhas não decidirão se a sua sociedade é bem
sucedida: o que vai definir isso são os resultados que a parceria
pode trazer.
Eu tive duas sociedades até hoje. As duas não deram
certo. A primeira foi logo quando pensei em montar uma empresa.
Não durou muito porque eu trabalhava mais que todos e eu
percebi que permanecer nessa sociedade seria somente para que
os outros subissem na vida às custas do meu esforço.

É melhor seguir sozinho, o caminho do sucesso é cheio


de pedras, a subida já é muito íngreme para você: e se você virar
um burro de carga, carregando mais gente nas suas costas,
demorará muito mais para chegar ao topo, e ao chegar estará
exausto.

A segunda sociedade causou a minha falência financeira.


A falência já estava determinada na hora em que escolhi o sócio.
Faltava saber quando e onde aconteceria. O onde, foi um local
escolhido pelo próprio sócio: montei uma sede top de linha, para
uma pessoa sem qualificação, para elevá-la até o status de bem
sucedida. E os erros foram além da escolha do sócio: amigos e
familiares faziam parte do quadro principal de funcionários.
Pagava altos salários: fui o único que não ganhou nada e perdeu
tudo. Mas a responsabilidade foi exclusivamente minha!

Confiei demais e, de certa forma, ainda era muito


ingênuo para o mundo dos negócios. Eram vários sanguessugas
tentando me morder de todos os lados. Foram muitas escolhas
erradas que hoje, quando penso nelas, me imagino como um
retardado jogando dinheiro pra cima, sem a menor noção do que
estava fazendo.

Primeiro escolhi um sócio que não era bem sucedido. Se


fosse, não estaria começando uma sociedade com um jovem de
vinte anos. Ele já tinha seus 60 e poucos anos. Eu não vi na hora,
mas hoje é claro como água: se fosse um vencedor, ele já teria
alcançado o sucesso nessa etapa da vida, estaria pensando em
sossegar e o único motivo para ele estar querendo começar algo é
porque sozinho não foi capaz, era um fracassado e precisava de
alguém para alavancar a sua carreira.

Era fraco para vender: em um ano vendeu um único


imóvel e foi para mim mesmo. Como se não bastasse, essa venda
foi a que abalou minhas estruturas e tudo começou a ruir.

Ele não sabia se comunicar direito: não servia como


vendedor, passou a vida trabalhando como isso e não percebeu
que era terrível como vendedor, não servia para esse trabalho.

Outros nascem para serem vencedores. Tinha outro


vendedor, que até citei na minha biografia, que se eu tivesse
colocado como sócio alguém pelas suas qualidades e
competência, não teria falido.
Mas eu escolhi a opção emotiva, a parte da “confiança”,
montar sociedade com um conhecido. Ele vendia no mínimo um
imóvel por mês, enquanto o outro só me passava desculpas e
promessas. Os amigos também: passavam vivendo do salário fixo
e não se esforçavam para vender. Então tinha um vendendo e o
restante sugando. E tinha um babaca como líder, que não sabia o
que acontecia na própria empresa; eu passava os dias investindo
na Bolsa e deixei a empresa na mão dos outros. Só percebi que
tudo estava ruindo quando precisei dia após dia fazer saques da
Bolsa para pagar as contas da empresa, as despesas operacionais.
A empresa não conseguia nem ao menos se pagar, nem o seu
operacional ela alcançava. Era uma sociedade que estava
mordiscando pouco a pouco o meu patrimônio.

Uma sociedade com o vendedor que nasceu para vender


teria sido a certa; o que eu quis nessa sociedade era entrar com o
capital, e ter alguém que entrasse com o “knowhow” do mercado
imobiliário. Fui enganado ao pensar que a escolha daria certo; não
deu e quando percebi era tarde demais.

Esse sócio tinha uma mania de grandeza, só queria


vender os imóveis mais caros, queria trabalhar só com a elite da
sociedade. Anos depois, eu acabei enriquecendo de novo,
construindo casas para o público de classe C. Construí casas pelo
programa habitacional da Caixa, o “Minha Casa Minha Vida”.

Eu recomecei com um pouco e fui capaz de fazer muito.


Agora se eu tivesse um sócio que tivesse fornecido um
knowhow decente, eu nunca teria falido.

Na época eu tinha dinheiro para comprar um bairro


inteiro, poderia ter construído bairros de casas populares, estaria
multimilionário nos dias de hoje. Mas fui na ondado sócio,
comprei um terreno caríssimo, para construir casas de um milhão
de reais, para vender para a elite da sociedade. Não deu certo, não
tive capital e tempo para atingir esse público.

E o que aconteceu? Quem saiu perdendo?

Ele apenas saiu da sociedade. Eu perdi minha vida, tudo


que havia construído.

Tudo isso começou no dia em que ele bateu na minha


porta propondo abrirmos uma imobiliária de alto padrão. A ideia
não era ruim, mas a execução foi terrível. Sócio errado, ideias
absurdas, essa foi a fórmula da falência. Aliás, a formula é:

SÓCIO ERRADO + IDEIAS RUINS + BABACA QUE


ACREDITA EM TUDO = FALÊNCIA IMINENTE
Então ele se retirou da sociedade e eu pensei: “é hora de
recomeçar”. Olhei para meu quadro de funcionários. O resultado
já era certo, era formado por:

PROFISSIONAL COMPETENTE + DONO ABALADO +


AMIGO + AMIGO + TIO
+ AMIGO DE AMIGO + INIMIGO DISFARÇADO = NOVO
FRACASSSO

Quando uma empresa assim daria certo? Quando o sócio


se retirou da empresa, eu ainda podia me salvar! Poderia fechar as
portas, acabou o dinheiro, mas ainda tinha os móveis, ainda tinha
patrimônio, apartamentos, carros.

Ou eu podia recomeçar comandando com pulso firme,


tirar as regalias, demitir os amigos sem qualificação e contratar
somente os funcionários devidamente qualificados!

Mas não... o dono do negócio estava abalado, colocou o


“amigo” como gerente da empresa, praticamente como um sócio,
e este terminou de fazer o serviço que o outro começou.

Não tive coragem de demitir os amigos, e os amigos


terminaram de me quebrar.
Começou com o gerente demitindo meus familiares. E os
familiares me colocando na justiça. Depois se seguiu do gerente,
mandando mais do que eu; e, por fim, o gerente ficou tão
convencido que o negócio era dele, que fez a mudança de
escritório, levou os móveis, recebeu as comissões da empresa,
montou outra sede para a imobiliária, com despesas mais baixas.
Só esqueceu de levar o dono da empresa junto.

Certamente ele pensou que eu jamais me ergueria


novamente, que ele poderia fazer isso que eu não era mais o
mesmo, que eu não tomaria nenhuma providência. E ele estava
certo. Muito tempo depois eu tomei as minhas providências: eu
precisei perder tudo para aprender a lutar para manter aquilo que
o trabalho um dia conquistou.
E dentro desse turbilhão restou o aprendizado. Então,
agora, você me vê falando para você não contratar amigos e
familiares, e não dá atenção. Cedo ou tarde, você lembrará do que
leu aqui. Todas essas palavras não são para desestimular você ou
para que você comece errado. É para você começar fazendo o
certo, não precisando passar pelas mesmas coisas para descobrir o
que funciona e o que não funciona.

Então, se for montar sociedade, escolha um sócio honesto


e capacitado.

Escolha seus funcionários, pelo que podem fazer e


acrescentar ao seu negócio, e não pela afinidade que tem com
eles.

Um bom empresário é capaz de comandar e liderar. Um


bom amigo não é capaz de comandar pessoas ligadas a ele por
afeições.

Você teria coragem, de demitir a sua mãe? Se empregar


um amigo ou familiar, esteja preparado para perdê-los.

A fórmula para a sua empresa alcançar o sucesso é:

LÍDER DETERMINADO + FUNCIONÁRIOS


QUALIFICADOS + IDEIA VIÁVEL = SUCESSO
GARANTIDO

ERRO N ° 3 - SAQUES
INDEVIDOS
DO PROPRIETÁRIO
Existem dois tipos de empresários.

Tipo 1: Os que são impulsivos e não valorizam o


dinheiro.

Eles olham para a conta bancária da empresa, e dizem:

- É tudo meu!

Este carrega o cartão da conta da empresa na carteira


assim como o talão de cheques, não separa as suas contas das
contas da empresa. Elas são uma coisa só: e elas afundarão ao
mesmo tempo, como uma coisa só.

Tipo 2: Os administradores, que respeitam o


dinheiro.

Sabem separar o que é da empresa e o que é dele, ele


olha para a conta da empresa, e diz:
- É tudo da empresa!

Ser empresário e ser administrador são lados da mesma


moeda, mas diferentes em todos os sentidos. Ser empresário é
saber fazer dinheiro, transformar ideias em ações. Você pode ser
um gênio nesse sentido, mas um fracasso na hora de organizar o
dinheiro.

Ser um administrador é saber gerir corretamente o


dinheiro, saber o que fazer com cada centavo que ganha.

Você pode saber fazer dinheiro, mas com a mesma


rapidez com que o faz você pode gastá-lo. Isso é muito comum.

Cerca de 70% das pequenas empresas quebram antes de


completar cinco anos em atividade, e motivo da maioria é sempre
o mesmo: o proprietário gastando dinheiro da empresa com coisas
pessoais.
É tão normal e é também lógico. Uma pessoa que antes
nunca teve nada, ao ver o dinheiro entrando, já quer ter tudo o que
sempre quis. Enxerga o dinheiro como prazer imediato e não
pensa no futuro.

No início gasta o que ganha até o último centavo; logo, o


dinheiro entrando com frequência, começa a comprometer o que
ainda nem ganhou.

Montar um negócio é somente o primeiro passo. Saber


administrar é o que limitará o tamanho deste passo, se será curto
ou longo, se será um sucesso passageiro ou duradouro.

Aprender a administrar não é um bicho de sete cabeças.


Você precisa primeiro dar-se conta que existe um amanhã, que
existem crises, que a vida não é somente o agora. Que existem
turbulências até nas maiores empresas.

Dependendo da empresa que você tem, você tem que ter


um capital de giro, ou até mesmo estoque. Estoque = dinheiro
parado.

Você não pode querer vender cem mil reais por mês, se
você tem apenas dez mil em estoque. Para vender cem mil reais,
levando em conta os gostos, as escolhas dos clientes, você precisa
ter trezentos mil em estoque.

Mas existe demanda para tudo isso?

Esse estoque não pode durar mais do que três meses,


você precisa estar sempre repondo, as pessoas querem novidades,
elas não vão comprar algo que elas não escolheram um momento
passado, elas querem algo novo. Você sempre estará vendendo
para as mesmas pessoas.

Trabalhar com estoque é algo muito difícil e você precisa


estudar muito sobre a melhor maneira de gerir esse dinheiro que
fica parado. É bom não traçar metas ilusórias e sim dentro da
realidade do seu capital.

Você deve ter um estoque grande se quer vender bem,


mas esse estoque não pode ultrapassar 30% do seu capital total. E
você tem que ter em mente que pode vender em torno de 35% do
estoque por mês.,

Se você tem dez mil reais em produtos é provável que


você venda de três a quatro mil reais por mês. E você deve ter um
capital de giro de cinquenta mil reais. Só para gerenciar um bom
estoque.

Um administrador não pode ser um sonhador, mas


também não pode fixar raízes profundas, e nunca pensar em
expansão.

Começando pelo principal.

O dono da empresa deve receber um salário fixo, como


qualquer funcionário (esse salário se chama pró-labore). Não
adianta você se dar um salário pequeno se, na metade do mês,
pegará só “um pouquinho” porque precisou.

Metade do seu salário deve servir para cobrir suas


despesas básicas, a prestação do seu carro, custos de vida, e 50%
para você. Para você juntar para viajar, para você comprar as
roupas que quer, etc.

Mas e qual o salário ideal?

Digamos que a sua empresa fature dez mil reais brutos


por mês.

50% disso, deve servir para cobrir os custos e despesas


operacionais. Com um ganho desses, você não deve ter mais do
que um funcionário.

Os outros 50% devem ser o lucro, o que sobrou. O


empresário iniciante não consegue enxergar no lucro
oportunidades. Não passa pela cabeça dele economizar, expandir
para no próximo mês e vender vinte mil reais.

Ele apenas enxerga. “Nossa! Cinco mil reais. Posso


renovar o guarda roupa, comprar um relógio, fazer umas festas,
ajudar minha mãe” e nisso se vai todo lucro. No próximo mês a
mesma coisa, até ele se dar conta que sugou até o capital de giro e
não é mais capaz de vender os mesmos dez mil por mês, porque
não há mais renovação de estoque.

E para sobreviver, ele estará à mercê de empréstimos:


transformará uma pequena empresa, próspera e com um bom
potencial, em uma empresa endividada, tudo por conta da má
gestão do proprietário.

Também não adianta querer ser santo e um mártir e não


sacar nada para você. Você precisa viver bem, sentir-se bem para
produzir com qualidade.

Então a sua mente se abre, e você começa a enxergar


aqueles 50% de lucro, como fruto de um árduo trabalho, e que
simplesmente gastá-lo seria burrice.

Você separa, 15% para pagar o seu próprio salário. 30%


para aumentar o estoque, ou investir em máquinas novas. E 5%
você adicionará ao seu capital de giro.
Esta gestão conservadora não o fará rico da noite para o dia, mas
o que você prefere: ter uma ideia, ganhar uma única vez 50 mil
reais OU tornar um ganho mensal constante, de dez mil reais?
Esta mesma soma eu fiz com os meus livros. Meu
contrato com a editora me daria cerca de trinta mil reais por ano.
Parece ser suficiente por você receber tudo de uma vez, mas é só
uma vez ao ano. Se fragmentar por mês, daria R$ 2.500,00por
mês. Eu fiz as contas: eu tinha tudo que precisava para eu mesmo
lançar meus livros.

Não ganharia muito inicialmente, mas seria constante.


Pelas minhas contas, viria um lucro mensal de R$ 4.000,00
somente em livros. Em um ano isso seria o dobro do que era
oferecido antes; e os livros são uma renda passiva: eu não preciso
trabalhar diariamente para ganhar esse dinheiro. Estou sempre em
busca de mais rendas passivas, por isso eu os escrevo e
continuarei escrevendo.

Daqui cinco anos eu não sei como estará a minha


construtora, eu não sei como estarão meus investimentos na Bolsa
de Valores. Nunca me passou pela cabeça falir uma vez, e eu fali.
Agora, eu sou cauteloso e trabalho sempre pensando no amanhã.
E nesse mesmo amanhã, eu ainda estarei recebendo por algo que
escrevi em poucos dias.

É muito diferente de você trabalhar mês a mês e receber


um salário. Esse dinheiro não precisa do meu envolvimento mais.

Quando que um mês de trabalho dedicado escrevendo, se


tornaria no mínimo cinco anos de lucro mensal?

Nos dias de hoje, o que seria preciso para ganhar esse


mesmo valor? O que eu ganho em aluguéis dos meus imóveis não
chega a isso.

Para lucrar R$ 4.000,00 limpo por mês, quanto de capital


eu precisaria ter investido na poupança para ganhar isso sem
precisar trabalhar?

Cerca de oitocentos mil reais, que eu jamais poderia


tocar. Eu odeio a renda fixa, mas nem todos podem investir em
outros meios, e só tem a poupança como opção.

Ou comprando imóveis e alugando.

Se fosse no mercado imobiliário?


Quantas kitinetes eu deveria ter para ganhar R$ 4.000,00
sem precisar trabalhar?

Em torno de oito kitinetes alugadas. Em Passo Fundo


(RS), tenho alguns imóveis. A última kitinete que adquiri, paguei
R$ 115.000,00 e quando o prédio estiver pronto o aluguel será de
R$ 550,00 mensais.
Então para ganhar os mesmos R$ 4.000,00 em aluguéis,
eu precisaria ter oito quitinetes: um total de quase um milhão de
reais, estagnado em imóveis, rendendo quatro mil reais por mês.

Então, se um dia precisar optar entre um grande ganho


imediato, ou uma soma de bons ganhos constantes, sempre faça a
escolha visando o longo prazo.

Se ganhar uma bolada imediata, poderá comprar um


carro novo. Mas no mês seguinte terá que andar de ônibus porque
não tem gasolina para colocar no carro novo.

Procure ser bem realista com o dinheiro que ganhar,


respeite o dinheiro da empresa, reinvista para poder faturar mais.
Seu salário deve cobrir as suas despesas e poder proporcionar uma
vida confortável. Afinal de contas, o mais importante é que a sua
carreira como empresário seja duradoura.

Entenda que toda chama que arde com toda intensidade


no início e que gasta todo o seu combustível não durará por muito
tempo. Seja como uma chama que sabe dosar a quantidade de
combustível necessário para que possa permanecer acessa por um
longo tempo, mesmo que não seja com tanta intensidade.
ERRO N ° 4 - POSTERGAR
OBRIGAÇÕES
FINANCEIRAS

Todos sabem como começam as bolas de neve, não é mesmo? É


preciso um pequeno floco de gelo juntar-se a outro e continuarem
a se juntar a outros até que se tornem uma imensa bola de neve
capaz de destruir tudo em seu caminho.

Eu sou um empresário inteligente, um empreendedor


nato, mas um administrador terrível. Eu precisei evoluir nessa
parte para poder controlar o meu patrimônio, afinal é meu e eu
sou o único que deve geri-lo.

Adotei essa postura e estou fazendo o melhor, mas


confesso a vocês que até mesmo nos dias de hoje, eu acabo me
atrapalhando em algumas situações.

A maioria delas ocorre por confiar excessivamente no


meu cérebro, e por muitas vezes não anotar certos compromissos
até o ponto de esquecê-los, e depois ter que correr atrás do
prejuízo. Então você deve manter uma planilha com todos os seus
ganhos e gastos. Precisamos saber para onde vai até o último
centavo do nosso dinheiro: se foi usado comprando uma bala,
então essa bala deve estar anotada em passivos e a nota fiscal da
compra deve ser arquivada.

Um erro clássico que eu cometia (e paguei um caro por


preço por isso) foi não pegar recibo do que pagava. Isso é
praticamente pedir para ter que pagar a mesma conta novamente.

Não devemos olhar para os negócios como quem está


trocando figurinha com outras pessoas. Se está lidando com
pessoas sérias, ninguém vai achar um desaforo você fazer um
contrato sobre o negócio que está sendo feito, ou recibo pelo que
está sendo pago. Se a pessoa começa a inventar muitas desculpas
para colocar em um papel o que ela está prometendo a você, então
isso é um sinal que o negócio não é confiável. JAMAIS olhe para
os negócios apenas com confiança nas pessoas: você deve confiar
no que está no papel e de preferência com garantias de
cumprimento.

Além disso, outro grave erro que geralmente cometemos


é o de ficar adiando algumas contas. Claro que você em um
momento de aperto financeiro precisa escolher entre o que deve
pagar de imediato, mas você sabe fazer essa escolha?
Primeira coisa a ser paga, são as contas que podem
começar a formar uma bola de neve, aquelas que têm juros altos.
Essas você deve eliminá-las de uma vez. Se você está empurrando
despesas de um mês para o outro, o melhor a fazer é colocar a
casa em dia, começar a pagar as que irão vencer em dia. E
negociar as contas atrasadas: mas não adianta querer pagar em
poucas vezes, pedir 30 dias... faça o seu planejamento e não tenha
medo de pedir prazo! Porque é possível que você não consiga
arcar com isso em um curtíssimo prazo.

Se você tem uma despesa de 5 mil por mês e ganha 3 mil,


primeiro de tudo é cortar as despesas não essenciais, pagar as
operacionais para que a empresa possa continuar funcionando, e
pagar as contas que poderiam trancar o seu crédito: o resto deve
ser negociado, em frações que não vão apertar o seu já debilitado
orçamento mensal.

Continuar empurrando despesas, mês após mês é


alimentar o monstro para que ele cresça até o ponto em que irá
devorar você. Se em março, você está pagando contas de janeiro,
então somente em maio você vai estar pagando as contas de
março, e por aí vai.

Vai ficar empurrando com a barriga até quando?

Você precisa tomar uma atitude! Nesse exemplo, a


primeira coisa a ser feita é pagar as despesas do mês, interromper
o círculo vicioso.

Mas e as atrasadas? Teve peito e coragem para arcar com


um compromisso desses, então deverá ter a mesma coragem para
ir renegociar um prazo de pagamento. Qualquer empresário é um
negociador e você só precisa negociar, não precisa prometer algo
que vá continuar afundando você.

Você precisa garantir os seus ativos. Para uma empresa


gerar ativos, ela deve estar em pleno funcionamento, então tudo
que é preciso para a empresa operar, eu chamo de despesas
operacionais. Dentre elas, luz, internet, funcionários, aluguel etc.

Outras não essenciais, como a prestação do seu carro,


uma roupa que você comprou, qualquer outra coisa não essencial,
tudo isso não faz parte da parte do operacional da empresa, você
não pode retirar da empresa para cobrir furos seus, vai ter que
parcelar isso.

Fornecedores em atraso?

Negocie com eles. Você antes de querer ser um


empresário precisa aprender a ser um negociador: um mal
negociador é um mal empresário. Eu já fui um mau negociador:
acatava tudo, não chorava preço, fazia promessas que não
conseguia cumprir somente para os cobradores irem embora, e
isso não funcionou muito bem. Eu alimentei a bola de neve e ela
me atropelou. Tudo tem uma saída, praticamente tudo. Se você
for um bom negociador, você conseguirá superar uma turbulência
financeira. Agora se mesmo negociando isso você não conseguiu
prosperar, então deve analisar muito bem o seu negócio e talvez
seja a hora de fechá-lo, antes que fique impossível parar a bola de
neve.

Postergar obrigações financeiras é adiar a tunda que você


precisa levar. Muita gente, até mesmo eu no passado, para ganhar
um prazo a mais, saía dando cheques pré-datadas, uma solução
imediata, mas temporária, que não é tão imediata assim: você
apenas adiou aquela obrigação. Em breve ela estará de volta para
você ter que resolvê-la novamente. Vai dar outro cheque se não
conseguiu cumprir?

O melhor é fracionar a conta ao invés de temer um


cobrador.

Se alguém está te cobrando e você faz promessas difíceis


de cumprir, você está marcando um novo encontro com esse
problema. Abra a boca e tenha coragem de negociar a dívida,
fracione os valores dentro do que pode pagar: é melhor passar por
isso uma única vez do que continuar empurrando com a barriga,
adiando dívidas que você fez sem pensar em como pagá-las.
Cuidado com os juros embutidos: a outra parte sabe que
precisará ceder e ser flexível para conseguir receber, de um jeito
ou de outro, ele que depende de você. Barganhe sempre
descontos!

ERRO N ° 05 - NÃO FUJA


DOS PROBLEMAS

"Coloque o peixe sobre a mesa: é o velho ditado


siciliano; se você precisa resolver um conflito, reúna os
interessados e fale abertamente, ou seja, comece a limpar o peixe
antes de começar a feder; pare de andar em círculos para evitar o
confronto; mais dia, menos dia, será necessário abordar o assunto,
por bem ou por mal, depende apenas de quanto tempo você
aguenta." - Jerônimo Mendes
Essa frase pode resumir todo o texto que a seguir. Ela em
si já mostra o que devemos fazer sobre os problemas que estamos
enfrentando nos dias de hoje.

A melhor maneira de resolver um problema é encará-lo


de frente. Sem medo, sem recuar. Um problema é simplesmente
uma consequência dos nossos próprios atos, ações mal planejadas
que nos colocaram em situações que não gostaríamos de estar.

Todo labirinto tem uma saída. São poucas as coisas que


não tem solução. E problemas financeiros, dentre eles, são os
mais fáceis de resolver.

Eu cometi esse erro diversas vezes. Vocês sabem que eu


nem sempre tive essa iluminação que tenho nos dias de hoje para
lidar com os problemas, eu costumava agir errado. Não falar em
um problema não o resolve, apenas o deixa maior. Logo que a
empresa faliu, eu não sabia o que fazer, e eu simplesmente
desliguei o celular e não saía de casa, isso porque eu assumi que
ao acabar a empresa acabou a minha vida também. Se eu tivesse
agido do jeito que hoje eu sei que deveria ter agido, eu teria me
erguido muito mais rápido, não teria discutido com algumas
dívidas, não teria passado nem perto o que eu passei. Se eu tivesse
colocado o peixe sobre a mesa, desde o início, eu teria me
desgastado muito menos.

As pessoas que você acha que pode confiar geralmente


são as primeiras a colocarem você na merda. Por isso não
empregamos nem amigos nem familiares.

Eu já contei em como eu acabei indo embora pra Novo


Hamburgo para recomeçar a vida? Acredito que não. Antes de me
mudar eu nem pensava na possibilidade. A empresa havia falido,
eu decidi que iria me reerguer jogando poker, eu estava
conseguindo ganhar para a sobrevivência, passava os dias
trancado em casa jogando, sem contato com o mundo, minha ex
vinha nos finais de semana, e era essa a minha rotina. Na minha
cabeça, assim que eu juntasse um capital eu iria negociar as
dívidas. Desliguei o celular e me concentrei em ganhar dinheiro.

Mas eu nunca tentei me colocar no lugar das pessoas com


a qual a minha empresa tinha compromisso: o que elas estariam
pensando? Ninguém sabia que eu estava fazendo o possível para
ganhar dinheiro, porque eu não falei com ninguém, eu fiquei
abalado e não contei os planos para ninguém. Aos olhos dos
cobradores eu apenas havia falido e desaparecido da face da terra.
Muitos acharam que eu havia fugido, outros achavam que eu tinha
tirado o dinheiro das carteiras de investidores que eu administrava
e teria ido embora do Brasil com milhões de terceiros.

Todo mundo tinha a sua própria opinião, enquanto isso


eu estava em casa juntando o máximo de dinheiro para começar a
pagar as dívidas. Decretar falência e dar calote nunca passou na
minha cabeça. Mas eu não contei isso para ninguém e não teria
como ninguém adivinhar, certo?

As pessoas mais próximas sabiam que eu estava meio


fora do ar e precisava de um tempo para colocar as ideias em dia,
mas quem era distante achava o que passasse em sua cabeça. Esse
foi um grande erro: fugir dos problemas até que eles me
achassem.

Então começou aquela enxurrada de cobrador indo atrás,


várias ameaças de gente próxima, minha ex terminou comigo, e
chegou o tempo em que precisava ir dar uma satisfação a todos e
começar a trabalhar coisas mais reais para o meu crescimento
acontecer. Adiei e no final tive que resolver os problemas que
fugia: poderia ter sido tudo de maneira mais amigável se eu
tivesse dedicado um dia para sentar e conversar com os credores.
No momento em que deixei todos às escuras, eu praticamente
pedi para alguém me ameaçar. Foi preciso esses extremos para eu
ver que deveria dar satisfação o quanto antes para as dívidas.

Logo aprendi a conviver com elas. A fase em que


trabalhei somente para paga-las foi a pior de todas, trabalhar para
pagar por erros passados. Mas toda fase passa. O importante é
pegar o problema e resolvê-lo o quanto antes. Se não tem uma
solução imediata, pelo menos passar um parecer sobre o que está
acontecendo: ninguém pode (e nem vai) adivinhar o que você está
fazendo para cumprir os seus compromissos.

Fui embora para recomeçar, perdi a mulher, mas foi a


melhor decisão que tomei em muito tempo. Eu precisava de novos
ares para colocar a cabeça no lugar. Hoje eu moro no lugar onde
tudo aconteceu: eu só não me importo mais com o que passou e
quando tenho problemas eu procuro resolvê-los o quanto antes:
antes que comecem a feder.

ERRO N ° 06 - EMPRESTAR
E TOMAR DINHEIRO
EMPRESTADO

Emprestar e tomar emprestado é um grave erro a se cometer,


destruidor de amizades e de parceiros comerciais. Se a situação
for de vida e morte tudo bem, mas, mesmo assim, se você está
emprestando prepare-se para não contar mais com esse dinheiro.

EMPRESTAR

Se alguém está pedindo dinheiro emprestado, é porque já


está apertado, já firmou compromissos que não pode cumprir com
o que ganha e você é um novo compromisso firmado – existem
grandes chances da pessoa não estar nem pensando em como irá
devolver o dinheiro a você: ela está apenas pensando em como
resolver um problema momentâneo e você é a solução mais
rápida. Pode ter certeza, que ela nem colocou no papel como irá
fazer para devolver o dinheiro à você, você é a solução do hoje
que será negociado no amanhã.
Pegando emprestado de você ela resolverá
temporariamente o problema, para te pagar o que deve terá que
tomar emprestado de outra pessoa.

A melhor maneira de ajudar alguém com problemas


financeiros é auxiliá-lo a encontrar o problema que está causando
essa desestabilidade financeira. Se o problema é pequeno e se
resolve com uma pequena quantia, trace o plano de pagamento
que ela deverá fazer à você.

Se o valor não é muito alto, se é algo que se resolve


rapidamente e de uma única vez, você pode emprestar. Emprestar
um dinheiro que não fará falta, tudo bem; mas se emprestar um
dinheiro que fará falta em curto prazo, você está sendo cúmplice
da irresponsabilidade alheia e se tornará um problema porque
quis.

Se emprestar, já fracione a quantia a receber: é melhor


receber de volta aos poucos do que esperar que ele consiga pagar
tudo de uma única vez. Ah!E se está emprestando cobre no
mínimo 1% de juros mensal. Mesmo se for seu filho que está
pedindo. Porque todos devem aprender que nada vem de graça e
não se deve esperar nada de graça de ninguém.

Você não tem obrigação de arriscar o seu dinheiro para


não ganhar nada em troca, além do que isso já serve de lição para
o que está pedindo emprestado: ela não pode achar que sempre
haverá alguém para ajudá-lo a sair de apuros financeiros.

Se ajudar uma vez, é possível que o mesmo erro se repita


incontáveis vezes. Ao negar uma vez, você contribui para que a
pessoa comece a administrar melhor o dinheiro que recebe, para
não ter que pedir emprestado novamente, pois ela saberá que não
vai ter de onde tirar. Não se gasta o que não se tem.

Filhos fracos nascem de pais fracos e bonzinhos: aqueles


que não sabem dizer “não” e cedem a tudo que os filhos pedem.
Nunca se ouviu falar de filho forte nascido de pai fraco.

Respeitamos o dinheiro e não o joguemos ao vento!

TOMAR EMPRESTADO

A história é quase a mesma. Mas tem algumas coisas que


devem ser consideradas ao tomar dinheiro emprestado.

Pegar dinheiro emprestado para pagar conta é uma


extrema burrice. Não se paga conta fazendo uma nova conta.
Você só troca o nome do cobrador e aumenta a sua bola de neve.
É melhor fracionar a conta mensal do que pegar emprestado para
pagar de uma única vez.

Se for pegar dinheiro emprestado para realizar algum


investimento, deve-se ter absoluta certeza da credibilidade do
investimento. Seu risco aumenta consideravelmente uma vez que
o dinheiro sai do seu nome. Se você passar dinheiro a um terceiro,
se o mesmo tiver uma grande ideia, uma dica de investimento,
qualquer coisa que seja, mesmo que seja o seu filho, você deve
documentar o que está fazendo! E de preferência que tenha
garantias! Se a pessoa tem o que deixar de garantia, mas não o
faz, comece a desconfiar da credibilidade do negócio.

Eu sei como é terrível pegar dinheiro emprestado, você


passa a não trabalhar mais, mas ficar mendigando ajuda aos
outros. Eu nem trabalhava mais, eu passava os dias fazendo uma
lista de quem poderia me ajudar e com quanto. Era o desespero de
manter as portas abertas, a empresa funcionando. Na época eu não
tinha mais garantias para dar, mas as pessoas nem me pediam
isso, logo eu afundei e acabei levando vários comigo, e para
devolver o valor foram incontáveis parcelas.

É melhor falir sozinho do que ter que recomeçar do


negativo. Só que as pessoas não enxergam isso, até que seja tarde
demais: a chama da esperança custa a nos abandonar.
É uma imensa diferença que existe entre você ficar
devendo o banco com relação a você ficar devendo para um
conhecido, um terceiro.

Quando você fica devendo para um banco, após um


tempo, você recebe propostas de pagamento, condições de
parcelamento, fica com o nome sujo. Sua moral é devastada, seu
nome vai a protesto, mas a sua integridade física não é
comprometida. Você não sofre nenhum tipo de ameaça, sua vida
não corre risco porque você pegou um empréstimo no banco e não
conseguiu pagar.
Você não vai para cadeia porque não conseguiu pagar.

Mas dinheiro que você pega emprestado, de terceiros,


tenha a absoluta certeza que ele nunca vai desistir desse dinheiro.
Você vai ter que pagar, por bem ou por mal. Prefira que seja por
bem, por questão de caráter.

Eu sofri uma ameaça só e bastou quando quebrei: a


maioria das pessoas sabiam da minha índole e que eu havia
apenas me atrapalhado nos negócios, tanto que após falir não
tomei nenhum processo de dívidas, levei umas 2 trabalhistas e do
banco.

É preferível, sempre que possível, tomar dinheiro


emprestado de bancos ou instituições financeiras, e se possível,
não faça nada no seu CPF se você tem uma empresa: não misture
as coisas. Porque caso venha a falir, e seu CNPJ e seu CPF
estejam devedores, será muito mais difícil você se reerguer.

Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Os


negócios da empresa, as dívidas da empresa ficam no CNPJ, os
empréstimos você faz no CNPJ, você não tem porque fazer na sua
pessoa física, porque não tem como adivinhar o que pode
acontecer no futuro. O CNPJ já existe para isso, tentar e errar:
falir é uma coisa, mas se você se prevenir desde o início você
ainda terá chances de se reerguer.

ERRO N ° 7 - O BOI
ENGORDA COM OS OLHOS
DO DONO

Montar um negócio para os outros tomarem conta é uma atitude


de extrema ignorância, demência e estupidez. Se você não pode
cuidar do seu novo negócio, então não comece nada novo.
Quando que isso deu certo? Para mim nunca, para a maioria dos
empresários só dá certo se fecharem os olhos para algumas
quebras de caixa, alguma coisinha ali outra aqui.

A grande verdade é que por mais confiável que seja um


empregado, se ele puder se beneficiar de alguma coisa ele o fará,
ainda mais se você der essa liberdade para ele. Que tipo de
demente você é para delegar poderes para que outra pessoa
administre o seu negócio?

Se eu pudesse eu faria essa pergunta para mim mesmo a


quatro anos atrás. Entendam que eu não estou generalizando: este
livro é a minha visão sobre os negócios, as minhas experiências,
e, por experiência, eu digo que o boi só engorda com os olhos do
dono.

Se você tem uma ideia viável, mas não tem tempo para
executá-la, ou quer investir em algum negócio, não tem problema,
as maiores redes de empresas são administradas por terceiros.
Mas esse não é o seu caso, você pode ser o investidor por trás dos
panos, mas deve estar presente quando qualquer importante
decisão for tomada. Pelo menos uma vez por dia você tem que
passar e ver se está tudo certo com o seu novo negócio.

Montar empresa para os outros cuidarem pode dar certo


desde que você esteja de olho sempre no geral.
O administrativo pode ficar a cargo de outra pessoa?
Pode, mas você tem que estar a par de tudo o que acontece, cada
centavo que sai, porque é seu. Se alguém colocar a mão no seu
bolso, você vai gritar dizendo que é um assalto, mas só se você
ver isso. Se você ignorar a supervisão do administrativo, está
fechando os olhos para que as pessoas coloquem a mão dentro do
seu bolso e levem o seu dinheiro.

Quanto maior a empresa, mais fácil é tirar uma


casquinha. Veja o exemplo da Petrobrás, que, no caso, não foi
uma casquinha, mas um país inteiro que foi roubado.
Resumindo: seja qual for a empresa que você montar, fique com
os olhos bem abertos.

ERRO N ° 8 - NÃO TER UM


DIFERENCIAL

Não importa qual o ramo, não importa qual a ideia: se você teve
uma ideia, outras pessoas também tiveram a mesma ideia.
Algumas tiveram a coragem para correr atrás e realizar; outras
contentam-se somente em deliciar-se com os sonhos e as suas
ideias viram apenas uma possibilidade, uma viagem psicodélica
em um mundo onde a pessoa perseguiu os seus sonhos e está
desfrutando o melhor que a vida pode oferecer. Geralmente esse
deslumbre da vida perfeita é interrompido pelo despertador que o
acorda às 5 horas da manhã lembrando que você deve pegar dois
ônibus lotados até o trabalho, aguentar um chefe mal humorado e
carrancudo, aquele outro funcionário que se acha mais chefe do
negócio que o proprietário, trabalhar 8 horas, almoçar na rua em
restaurantes lotados, tudo isso para sair às 18 horas, ficar mais
duas horas dentro de ônibus e chegar em casa tarde da noite,
deitar a cabeça no travesseiro e novamente sonhar com o que você
poderia ter realizado e não realizou.

Seu sonho não pode virar um conforto e uma ilusão.

A pessoa que morre com o seu sonho dentro de si, sem


ao menos ter tentando, não encontra paz nessa vida nem nas
próximas: seu nome será riscado da história e nem ao menos
lembrado. Dentro de cem anos ninguém lembrará o seu nome.
Acredito que você não quer ser só mais um que andou pela terra;
você quer deixar um legado a ser lembrado por gerações, não é?

Se você vem de família pobre, então seja lembrado por


ser o homem que interrompeu o ciclo da pobreza na sua linhagem;
que a partir de você as próximas gerações puderam aproveitar
uma vida melhor. Tudo isso pode acontecer no momento em que
você decide levantar às 5 horas da manhã, para buscar uma
especialização, um novo emprego, ou até mesmo montar o seu
próprio negócio. Você não precisa ser um empresário para obter a
realização, você pode se especializar e torna-se um profissional
qualificado e de respeito no seu meio: basta que você não seja
igual aos outros.

Hoje em dia é necessário ter um diferencial em


praticamente tudo o que você fizer.

Mas o que faz as pessoas e empresas diferentes? O poder


de realização?

Duas empresas do mesmo seguimento, uma decola a


outra não sai do lugar: qual o motivo disso?

Geralmente os dois principais motivos são: apenas


entrou no mercado sem ter um diferencial das outras
empresas, sem inovações, sem visão; ou, inovou demais e
tornou-se uma empresa de fantasias.

Não inovar e inovar em demasia é um dos fatores que


podem levá-lo ao sucesso total e à falência total.
Procure sempre estar à frente do seu concorrente, Se você
é um vendedor ambulante e vende bala na sinaleira, e o seu
concorrente vende chiclete, você tem que vender bala e chiclete
para se sobressair.
Assim você o força a evoluir e com isso você irá evoluir
mais uma vez, quantas vezes forem necessárias. Apenas descubra
o que funciona, o que dá certo no seu negócio, e trabalhe esse
ponto até à excelência: saiba tudo sobre o produto, de onde vem
quem o faz, o quão difícil é fazê-lo.

Uma coisa em comum entre todos os empreendedores é


sempre querer diminuir os custos. Se um empreendedor nato
começa a vender bala nas sinaleiras, ele logo entende que precisa
diminuir o custo do produto, e entre todos os degraus que ele
precisa subir para isso, no topo ele estará fabricando o próprio
produto.

Empreendedores têm o toque de Midas: tudo o que tocam


transformam em ouro. Mas você sabe que isso não acabou muito
bem para o rei Midas.

Com a rapidez com que ganham eles perdem dinheiro. A


maioria dos gênios, passa a vida em uma montanha-russa de altos
e baixos. O importante é evoluir a genialidade a ponto de tornar-
se um gênio-empreendedor-administrativo.

Não faça o mesmo que todos, faça melhor, sempre.


ERRO N ° 9 - ILUSÕES
FORA DA REALIDADE
O empreendedor iniciante está cheio de garra, força de vontade,
ainda mais após ler esse livro, mas ele também tem devaneios,
ideias ilusórias. As ideias para serem realizadas devem se
encaixar no mercado. Antes de tudo você precisa fazer uma
pesquisa para ver se há espaço para a sua grande ideia, ou se ela
só é grande na sua cabeça. Eu não estou aqui para falar que
qualquer ideia é grande, o livro não serve para transformar
chumbo em ouro: ele serve para ajudá-lo a identificar o potencial
do seu novo negócio, e essa primeira parte, não ensina bem a
fazer o seu negócio decolar, mas sim como não fazer você se
afogar já no início. São orientações preciosas para você não fazer
nenhuma estupidez inicial.

Vamos pegar por exemplo, os livros do Clube dos


Homens. Eu fiz o primeiro com 120 páginas, com um bom preço
de R$ 29,90, com frete ficava em torno de R$ 40,25. Não é um
preço muito absurdo para ser vendido.

Para fazer o segundo livro, eu tive delírios de grandeza,


estava fazendo o livro para que se destacasse entre os demais na
sua estante, eu tive ilusões fora da realidade, não considerei outros
pontos importantes, pensei apenas na imagem e ignorei a venda, a
leitura e o comercialização.

O livro acabou ficando com 300 páginas. Uma coisa


linda de se ver. Mas os números não mentem. O custo de
impressão subiu, o livro ficou maior que a embalagem dos
correios, o peso do livro ultrapassava as 500 gramas então o frete
triplicou, resumindo: eu dei a maior mancada comercial
unicamente porque eu tive uma ilusão fora da realidade.

Eu deveria ter considerado o fato de que: eu vendo o


livro pela internet, então os custos de envio devem ficar os mais
acessíveis possível.

Porque eu ganhei uma única vez, se eu poderia fracionar


o conteúdo e ganhar duas vezes? Fiz um livro de 300 páginas, ao
invés de fazer dois livros de 150 páginas cada um, e ganhar 2x
sobre com o mesmo conteúdo?

Isso aconteceu porque eu me deixei levar e sentia-me


como 'o escritor'. Antes de tudo, da ideia, da realização, eu devo
me colocar no lugar do cliente.

Eu compro um livro de 120 páginas, eu o leio em 2


horas. Agora se eu comprar um livro de 300 páginas, eu vou levar
5 horas para ler: brasileiro não tem saco para ficar lendo por cinco
horas. O livro dois ficou muito melhor que o primeiro em questão
de conteúdo, mas o primeiro vendeu dez mil unidades e o segundo
apenas duas mil, tudo isso por causa da questão ilusão fora da
realidade. A realidade da venda pela internet foi ignorada e eu
paguei o preço. Vendi menos do que deveria ter vendido, fiz um
livro quando poderia ter feito dois livros com aquele conteúdo.

Precisei errar para aprender. O livro Jovens Investidores


terá a sua segunda edição, simplesmente porque não tem porque
eu ganhar uma única vez com esse projeto, sendo que eu tenho
conteúdo para ganhar duas vezes.

Essa é uma visão empreendedora, não ensinar tudo o que


sabe de uma única vez, não gastar sua munição em um único tiro.
Percebe que até nos dias de hoje eu cometo erros iniciantes? A
vida é uma constante de erros e acertos: faça com que os acertos
sobrepujem os erros e será bem sucedido.

ERRO N ° 10 - NÃO
REINVESTIR O QUE GANHA
Trabalhe por dinheiro, mas não trabalhe para ele. Você não
pode virar escravo do dinheiro, não pode gastar tudo o que ganha,
mas também não pode economizar tudo o que ganha.
Eu fico admirado com algumas coisas que eu percebo. A
maioria das pessoas, bem empregadas, com um bom emprego,
vivem pelo próximo pagamento, gastam tudo o que tem,
unicamente pela garantia do mês seguinte. Essa é a ilusão de
estabilidade que um emprego fixo trás. O empresário não pode
levar a vida dessa mesma maneira, caso contrário passará sempre
por apertos financeiros.

Um exemplo foi a última mulher que me relacionei:


profissional na área da saúde, ela tem um emprego fixo, em uma
conversa sobre negócios onde a ajudei a fazer a sua declaração de
imposto de renda, ela passou os comprovantes do salário, em
média ela ganhava em torno de R$ 5.000,00 por mês.

Eu comecei a analisar ela com os olhos de um


conselheiro administrativo. A primeira coisa que passou é em não
abrir a minha boca: mulher não gosta de ouvir sobre controle de
finanças, pensei e guardei pra mim a minha opinião. Ela ganhava
R$ 5.000,00 por mês, morava de aluguel e nas vezes que saímos
fui buscá-la em casa: além da questão cortesia, o outro motivo era
que ela não tinha carro. Imaginei que ela deveria ter algumas
aplicações, estava pensando no futuro, em quem sabe um dia ter a
própria clínica.

Mas ao fazer o imposto de renda dela, constatei que ela


não tinha nenhuma economia: vivia pelo próximo salário.

Eu simplesmente pensei sobre isso e ficou por isso


mesmo. Os dias passaram, acabamos nos envolvendo, e em um
feriado eu a convidei para viajar. Ela falou que ia pedir um vale,
mas se não desse teríamos que deixar para quando ela recebesse.
Foi ali que eu tive que me manifestar.

Como pode uma mulher solteira, sem filhos, que mora


sozinha, ganhar R$ 5.000,00 por mês e no dia 21 já não ter nem
R$ 500,00 para poder fazer alguma outra coisa?
Então sutilmente comecei a passar algumas dicas
administrativas e a mulher começou a me mostrar para onde o
dinheiro dela estava indo.

Ela gastava R$ 1.000,00 com moradia. Até ai tudo bem


(se bem que com esse valor já dá para pagar um financiamento
habitacional por mês). Mas ela nunca compraria porque tenho
certeza que não tem a capacidade para economizar o dinheiro da
entrada.

Ela gastava R$ 500,00 com alimentação; até estaria tudo


bem, só que a mulher pesa 45 quilos! Devia estar comendo só
caviar, só pode! Então fui ver: só comida de marca, só coisa
diet/light e cara, tudo bem, é uma escolha dela: ainda tem R$
3.500,00 do mês que podem ser realocados.
Então com o cachorro dela gastava R$ 350 por mês, entre
banho semanal ração e cuidados.

Com parcelas em lojas, roupas sapatos, lá se iam R$


1.200,00 por mês! Quem que consegue gastar mais de R$
10.000,00 por ano com roupas?

Mais tantos reais com psicóloga, só para ir “chorar as


pitangas” uma vez por semana, porque problemas ela não tinha
nenhum. O que sobrava ela gastava com lazer, com jantares fora,
com isso e aquilo. Podia-se dizer que dos R$ 5.000,00 que ela
ganhava, no mês sobrava R$ 1.000,00 para ela, ainda que ela não
usasse o cartão de crédito, mas tirando fora esse, era uma tragédia
em questão administrativa.

Gastar tudo o que ganha, é uma grotesca idiotice!

E a reserva?E o caixa para imprevistos? Não almeja um


carro ou uma casa melhor?

Ela me respondia que quando ela quisesse parar e


comprar algo assim ela juntava. Parecia papo com uma drogada
que achava que poderia parar de gastar quando quisesse e, como
todo viciado, ela mentia para si mesma e inventava desculpas. A
grande verdade é que ela é viciada em gastar o que ganha, ela só
irá aprender no dia em que sofrer um aperto financeiro.

Simplesmente a mulher não entendia sobre a questão


'juntar um dinheiro', investir, colocar o dinheiro trabalhar para ela:
ela trabalhava para o dinheiro. Sua vida financeira era gastar o
que se tem hoje e esperar pelo próximo pagamento.

Eu sinceramente, se gasto R$ 1.000,00 com algo trivial,


aquilo fica me remoendo por dias. Eu sou um pouco escravo do
meu lado capitalista, mas eu não fico sem fazer nada do que eu
quero, não fico sem comprar ou comer o que quero, eu apenas sou
equilibrado nas finanças justamente por já ter passado
dificuldades.

A realidade da maioria dos consumidores ativos é essa:


gastar o que tem, não investir, aproveitar promoções e
comprometer a renda por 12x todo o ano, sem pensar que, com
um pequeno esforço, poderia melhorar de vida somente fazendo
pequenos investimentos. Parece que ninguém consegue enxergar
as oportunidades que existem por aí. Coloque o dinheiro trabalhar
para você: o quanto antes fizer mais rápido melhorará de vida.

Todos os ricos e milionários fazem isso! E esse é o


grande segredo do mundo das finanças:coloque o dinheiro
trabalhar para você!
ERRO N ° 11 - EXCESSO DE
PASSIVOS INICIAIS

Como eu disse no início, montar uma empresa não é montar uma


sede, não é montar um escritório. Toda empresa começa em casa.
A minha começou no meu quarto e só anos mais tarde eu montei
uma sede. Essa é a evolução natural das coisas e a primeira coisa
que constatei ao montar uma sede é que eu realmente ganhava
dinheiro trabalhando em casa. Porém, a grande verdade é que se a
sua empresa precisa receber clientes, você precisa de uma sede,
algum lugar para recebê-los; mas se a sua empresa vai até o
cliente, então você pode ter um escritório em casa.

Hoje em dia eu tenho um escritório em casa também,


porque eu não tenho horários para trabalhar, então eu sempre
trabalho até tarde: então é melhor fazer isso em casa mesmo. Se
eu ficasse somente investindo e construindo, eu poderia terceirizar
o atendimento ao cliente e poderia me concentrar somente em
fazer dinheiro.

Uma empresa para ser séria não precisa ter uma sede
milionária: ela apenas precisa cumprir o que promete, honrar os
compromissos, e quando o sapato apertar, negociar as dívidas e
manter a harmonia entre credor e devedor.

Por isso é importante, no início da empresa, tirar o


máximo dos passivos. Se você tem escritório em casa, você já não
tem custas com aluguel, funcionários, o berço do nascimento de
uma empresa deve ser na sua casa (no seu quarto, até), você não
pode montar uma sede de imediato. E se a ideia não for boa o
suficiente?

Ou você gastará suas economias para manter a sede


aberta, ou fechará a sede com dívidas para pagar. As dívidas
sempre encontram um jeito de receber. Aí você fecha a sede,
decide montar outro negócio em casa porque já aprendeu a lição.

Antes de formar passivos iniciais, certifique-se que os


ativos que tem são suficientes para cobrir o operacional da
empresa. Se a ideia é real ou ilusória, não saia criando dívidas,
comprometendo o que você acha que pode ganhar. Quando a
empresa estiver em pleno funcionamento você pode evoluir e ter a
sede própria, com uma imagem mais profissional, mais séria: a
sua empresa só crescerá se cumprir os compromissos que firmar.
BEM VINDO A BOLSA DE
VALORES
Bom prezados leitores, como alguns sabem eu tive alguns
problemas para poder publicar este livro devido a autorizações
que eram necessárias.

Eu alterei tanto o conteúdo do livro que ele já não é mais


o mesmo que eu escrevi antes. Neste livro eu ensinarei a parte
básica sobre Bolsa de Valores, tudo o que eu escrever deve ser
muito bem pensado e analisado, pois esse livro é um formador de
opiniões, e influenciará muitas pessoas a arriscarem-se no
mercado financeiro.

Nesta primeira edição de Jovens Investidores, você


conhecerá o que é o mercado de ações, e como começar a operar
baseado em fundamentalismo e analise gráfica. Citarei apenas a
parte mais básica das operações, deixando os estudos avançados
para uma provável futura edição, mas não se preocupe, você
saberá tudo o que um amador precisa saber, e saberá como deve
investir de maneira segura. Deixarei a “genialidade” das
operações para a próxima edição, que terei mais tempo para
desenvolver.
O maior beneficio sem dúvidas, para quem se torna um
operador de sucesso, a é a sua liberdade. A liberdade que ser um
operador lhe trás é com toda certeza um fator que me faz acreditar
cada dia mais que fiz a melhor escolha para a minha vida. Eu
posso investir no meu escritório, em casa, em Paris, em Londres,
em qualquer lugar do mundo.

Minhas raízes estão livres e enquanto trabalho posso


percorrer o mundo em busca de conhecimento e oportunidades.
Obviamente eu não faço isso ainda, esse sempre foi meu sonho
quando adolescente. Ser livre. Ter um emprego que eu fosse dono
dos meus horários, e que eu pudesse ao mesmo tempo perseguir
meu sonho de escrever. Ser um operador de sucesso é difícil, mas
é uma realização indescritível.

Tantas noites em claro, aguardando a abertura dos


pregões da Asia, noticias do outro lado do mundo que não me
deixavam dormir sabendo que isso afetaria minhas aplicações.

A ansiedade pré-pregão sem saber o que pode acontecer,


a satisfação de ver suas estratégias vencerem, tudo isso somente a
Bolsa de Valores me trás.
Algumas condições são necessárias para que você posso
começar a investir, caso você não as tenha ou feche sua mente a
evolução, é melhor nem começar.
Todo investidor tem que ser disciplinado. Não pode
perder tempo com rezas e esperanças. Tem que ser analítico e
saber a hora de abandonar o barco, mesmo que traga prejuízos.
Todo investidor deve aceitar os riscos e ter facilidade para lidar
com números.

Você precisa ter o dinheiro para investir, você precisa ter


a mente forte para investir, e você precisa ter a estratégia certa
para vencer.

E quando tratamos de dinheiro, como já dito nos


capítulos anteriores, você deve saber gerir o dinheiro, se não
souber, esqueça o mundo dos investimentos. Irá quebrar na
primeira oscilação do mercado. Se não tiver a mente forte e
disciplina para fazer o certo na hora certa, ira falir. Se não tiver
um rápido raciocínio para analisar as mudanças nos valores, no
caos que pode ocorrer alguma vezes no mercado, irá falir.

Tudo isso pode ser aprendido, aprenda primeiro e


arrisque-se depois.

Algumas verdades inegáveis eu já preciso falar de inicio,


é IMPOSSÍVEL você investir mil reais e ficar milionário em uma
única “JOGADA DE GÊNIO”. Isso é mito e folclore
Holywoodiano. Com mil reais, você deve saber as limitações, com
pouco investimento, se você quer um milagre é melhor optar por
mega sena e raspadinhas. Com pouco investimento, o caminho é
longo.

Assim como você perder tudo da noite para o dia,


também é só em filmes. Pense bem, o que será necessário para
você perder todo o seu capital na Bolsa?

Você investir tudo o que tem em um único papel, e a


empresa em que está investindo falir, e o preço da ação chegar as
margens de centavos de cotação. Se isso acontecer, não virá sem
avisos, boatos, cabe a você abandonar o barco antes que seja tarde
demais.
O que são ações na Bolsa de Valores?
Uma ação é a menor parte do capital de uma empresa, é
um pequeno pedaço dela. Uma pessoa que compra uma ação
passa a ser uma pequena sócia da empresa.

Tipos de ação

Ordinária Nominativa (ON) - dá direito a voto em


assembléia sobre definições da empresa.

Preferencial Nominativa (PN) - não dá direito a voto,


mas preferência no recebimento de dividendos.
As empresas dividem seus lucros com os acionistas.
Algumas fazem isso mensalmente, outras trimestralmente.

Os dividendos dados a quem tem ONs nem sempre são


iguais aos dados a quem tem Pns.

Nesses casos, as preferenciais nominativas recebem


valores maiores. Além disso, as PNs são vendidas e compradas
com maior facilidade.

Como investir em ações?

As ações são negociadas nas Bolsas de Valores. No


Brasil, a compra e venda de ações acontece na Bolsa de Valores
de São Paulo (Bovespa).

Essas negociações são feitas por meio das corretoras


habilitas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A lista das corretoras credenciadas pode ser encontrada


nos sites da CVM e da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa),
no item Corretoras.
Para começar a comprar e vender ações, é necessário
fazer um cadastro na corretora (informando nome, profissão,
endereço e entregando cópias de RG, CPF e comprovante de
residência).

Assim, a corretora abre uma conta desse investidor na


Bovespa. Cada instituição determina qual a quantia mínima para a
abertura da conta.

As ações podem ser compradas de três maneiras:

1) Fundos de Investimento: um fundo funciona como


um condomínio. Cada um dos seus investidores possui uma cota,
que corresponde a uma porção do total de ações que o fundo tem.

Cada fundo tem seu próprio estatuto, que informa suas


regras e o grau de risco de seus investimentos.

Todo fundo precisa ter um gestor certificado pela CVM,


que coordena as compras e vendas de ações.

Assim, quando uma pessoa adere a um fundo, deve estar


de acordo com sua política de investimento, especificada em seu
estatuto.

2) Clubes de Investimento: os clubes têm um caráter


menos formal que um fundo.

Um grupo de amigos ou familiares pode formar um


clube, que pode ser aberto com no mínimo três pessoas e chegar
até um limite de 150.

Diferentemente dos fundos, não precisam de um gestor


certificado pela CVM, mas um representante que dê à corretora a
ordem de compra ou venda de ações.

Nesse caso, há maior liberdade por parte das pessoas que


compõem o clube sobre quanto e onde será investido.

3) Individualmente: nessa situação, a pessoa controla as


ordens de compra e venda de suas ações.

Para escolher quais ações comprar, pode contar com os


consultores da corretora, que irão tirar dúvidas e ajudar a
identificar quais são os bons investimentos para aquele momento.

O investidor pode acompanhar sua conta, ter acesso aos


custos de operação e comprar e vender ações pela Internet (com
exceção dos fundos, onde quem compra e vende é o gestor).

O nome desse serviço é Home Broker e pode ser


acessado pelo site de uma corretora que oferece este sistema. A
lista dessas corretoras pode ser encontrada no site da Bovespa.

As ordens de compra e venda também podem ser dadas


pelo investidor por telefone. Ou seja, o investidor liga para sua
corretora e informa o que deseja fazer.
Sempre que se compram ou vendem ações, há um
período de três dias úteis para que o dinheiro saia ou entre na
conta que o investidor possui.

No caso dos fundos ou clubes, cada um tem um


regulamento próprio que indica em quanto tempo o dinheiro
poderá ser retirado após uma ordem ser efetuada.

Taxas
· Taxa de operação - cobrada cada vez que é
emitida uma ordem de compra ou venda

· Taxa de custódia - cobrada mensalmente pela


guarda das ações (a corretora pode escolher não cobra-lá nos
meses em que o investidor comprou ou vendeu ações)
· Taxa de corretagem - paga quando a ordem de
compra e venda é feita por telefone. É calculada em relação ao
valor da operação.

· Taxa de emolumentos - paga à Bovespa e


calculada em relação ao valor que envolve a compra ou venda de
ações.

· Taxa de administração - cobrada nos fundos e


clubes, é calculada anualmente em relação ao valor aplicado no
fundo e cobrada proporcionalmente ao período em que o
investidor manteve operações. Se o investidor retirar o dinheiro
em seis meses, pagará uma taxa proporcional ao período.

· Taxa de performance - cobrada quando o fundo


supera a rentabilidade esperada.

Com exceção da taxa de emolumentos, cobrada pela


Bovespa, o valor das outras taxas varia de acordo com a corretora.
Por isso, antes de escolher uma corretora, é importante pesquisar.

Qual o valor mínimo para investir em ações?


Não há valores mínimos para se investir em ações, eles
variam de acordo com a corretora e o preço das ações que serão
compradas. Para quem investe valores pequenos, como R$ 1.000,
optar por um fundo ou clube pode ser uma maneira de aumentar o
total investido.

Porém, quando a quantidade de ações compradas por


meio de um fundo for a mesma que a pessoa pode comprar
investindo sozinha, torna-se vantajoso comprar diretamente. A
vantagem de investir individualmente é que neste caso não se
paga a taxa de administração.

Riscos

A compra de ações é considerada um investimento de


alto risco. Por causa das variações nos preços das ações, não há
garantia de retorno do que foi investido.

Essas altas e baixas podem acontecer, por exemplo,


devido a alterações no setor de atuação da empresa. Esse é o
chamado risco de mercado.

O que também pode acontecer é o risco de liquidez. O


problema aí é não conseguir vender uma ação que tenha sido
comprada. Por isso, o ideal é não investir em ações valores que
sejam necessários em curto prazo.

Outras funções da Bolsa de Valores

1. Levantar capital: Ao abrir seu capital e vendê-lo na


bolsa, a empresa levanta fundos para expansões e novos negócios.

2. Poupança em investimentos: em vez de o capital de


uma parcela da população ser direcionado ao consumo, ajuda a
movimentar a economia, alocando esses valores para geração de
negócios.
,
3. Facilitar fusões e aquisições: as companhias têm
mais chances de crescer ao adquirir ações de outras empresas do
mesmo ou de outro setor, facilitando aquisições e fusões, dando
agilidade ao mercado.

4. Redistribuição de renda: a bolsa de valores dá a


oportunidade a qualquer cidadão de ter acesso a negócios
lucrativos, desde que ele esteja preparado para lidar com um
mercado tão volátil e cheio de riscos.

5. Aprimorar a governança corporativa: o mercado é


transparente, cheio de regras e bem regulado. E com um número
cada vez maior de pessoas ativamente interessadas em seus
próprios investimentos, as empresas têm que andar na linha.e
aprimorados.

6. Termômetro da Economia: a bolsa de valores é uma


forma válida de verificar a quantas anda a economia nacional,
sendo um retrato do crescimento ou não do País.

COMO OPERAR NO
MERCADO DE AÇÕES

Todos os investidores tem o seu método, a sua própria estratégia


para investir na Bolsa. Eu parto sempre de um principio básico
que adotei para os meus investimentos.

Quando você opera na Bolsa de Valores, você está


“jogando” junto com outras pessoas, então o fator maior ao meu
ver na Bolsa, é o CONSCIENTE COLETIVO.
A maioria dos investidores baseiam suas operações em
analises gráficas, mas porque as analises gráficas funcionam?

Porque todos acreditam nelas. E todos as usam para fazer


as suas operações. Se você analisar um gráfico, e aparecer um
gráfico como esse: Esse gráfico é conhecido como OMBRO
CABEÇA OMBRO.
E o seu significado é de reversão de tendência, ou seja, se
uma ação estava subindo, ela irá reverter essa tendência de alta e
começara a cair.
Mas e porque esse gráfico sempre funciona? Porque
quem usa da estratégia grafista quase sempre está certo? Porque
TODOS conhecem esse gráfico, e todos acreditam no seu
significado. A empresa pode estar indo a mil maravilhas, mas é
esse gráfico aparecer e todos irão acreditar que é hora de inverter
a operação, e passará a vender a ação ao invés de comprar,
fazendo com que a ação caia, mesmo sem ter um fundamento
realista. É o consciente coletivo que fará com que a ação caia.

Eu explicarei melhor a parte gráfica mais a frente, mas o


que eu quero deixar bem claro com isso, é que você deve sempre
seguir as tendências, o que os outros investidores irão fazer, o que
as noticiais afetarão o mercado, basicamente o que a maioria
acredita que vai acontecer. Se você jogar contra o mercado, irá
perder sozinho.

Tente pensar nisso, como você estando no meio do mar,


sozinho. A correnteza está indo em uma direção, mas você quer ir
para a outra, terá que remar sozinho, uma grande onda vem e
derruba o seu barco, e você morre afogado. O único meio de
sobreviver, é seguir a correnteza, pegar a onda e surfar a favor da
sua direção, se quiser medir forças irá perder, se remar contra a
maré irá perder.

Se investir contra o mercado, irá falir.

Por mais que os movimentos da bolsa sejam numéricos,


quantificáveis, possíveis de serem visualizados em gráficos, eles
estão também sujeitos a aspectos psicológicos.
Ao tomar sua decisão – de compra e de venda – cabe a
você, racionalmente, tentar se colocar na fase que for melhor para
seu investimento. Claro, identificar essas fases depois que o
movimento aconteceu é fácil. Enquanto ele acontece é para
poucos. Pouquíssimos, eu diria.

As fases são semelhantes, contrárias e complementares


para o mercado de alta e de baixa.

De alta

Fase 1: No início de um movimento,


investidores mais preparados começam a comprar. Isso permite
que – quando todos pensam que o mercado vá cair ainda mais –
eles comprem papéis muito baratos. Nesse momento, as notícias
repercutidas pela mídia são todas negativas.
·
· Fase 2: É o momento de aceleração do
movimento. A pressão compradora começa a aumentar. Aqueles
investidores um pouco mais atentos se agarram no bonde antes
que ele parta à toda.
·
· Fase 3: Grandes altas, atraindo iniciantes. Os
investidores inexperientes ficam cada vez mais confiantes,
achando que acertam todas as suas análises. Muita gente entra no
mercado nessa fase. Alguns chegam a ficar mais agressivos. Os
investidores mais preparados podem estar começando a vender a
bons preços. O resto da massa, porém, está eufórica, se
alimentando de notícias positivas e aguardando novas altas. Abre-
se a possibilidade para a fase 1 do mercado de baixa.
·
De Baixa

· Fase 1: Os profissionais preparados começam a


vender, iniciando a retração.
·
· Fase 2: Nervosismo. Muitos investidores
percebem o equívoco e alguns procuram se desfazer de suas
posições, talvez com algumas perdas. Aqueles dotados de maior
fé, começam a assumir posturas de torcedores e a tratar as
empresas de que têm ações como ao “time do coração”.
·
· Fase 3: Neste momento, muitos iniciantes saem
da bolsa, traumatizados e realizando grandes prejuízos. Mas,
finalmente, com ativos muito desvalorizados a pressão vendedora
desaparece e os investidores experientes recomeçam a comprar. E
o ciclo recomeça.
ANALISE GRÁFICA

Nessa edição de Jovens Investidores, eu ensinarei você a


reconhecer padrões gráficos para fundamentar os seus
investimentos. O importante em uma operação de compra e
venda, é saber a hora de entrar em uma ação, seja vendendo ou
comprando, muitos investidores tem os métodos únicos, eu
particularmente tento usar todas as informações disponíveis para
formular as estratégias de investimentos.

FUNDAMENTO: Não adianta um gráfico sinalizar que


é hora de entrar comprando uma ação, mas ao verificar a empresa
constatar que a mesma está a beira da falência. Essa analise
fundamentalista veremos na próxima edição, mas você já pode ir
pesquisando a respeito.
PSICICOLOGIA DE MASSA: Percepção do mercado,
acompanhar os blogs, fóruns, sites dos “gurus” famosos, e
principalmente as noticias. Saber o qual a opinião geral da
maioria dos investidores.

GRÁFICO: Por fim o método que eu mais utilizo, eu


sou especialista em Day-trades, ou seja comprar e vender ações
no mesmo dia. Em uma única tarde eu posso comprar ações de
uma empresa e a revender alguns minutos mais tarde,
praticamente operações de centavos. Para isso eu opto por
comprar grandes quantidades da mesma ação ao invés de
diversificar meus investimentos.

Eu posso comprar 10 mil ações da Petr4.


Compra as ações a R$ 8,79.
O valor total da minha operação é de R$ 87.900,00.

Eu entro na operação, sabendo que quero ganhar R$


500,00 e tenho uma margem de perda de R$ 300,00 reais, ou seja,
se a ação desvalorizar e minha perda fechar em 300 reais, eu zero
a operação e realizo o prejuízo, e começo novamente.

Se ela chegar a R$ 500,00 de valorização, eu zero a


operação e realizo o lucro.

Não me interessa se aparentemente ela vai continuar


a subida, a estratégia é essa e deve ser seguida até o final.

Parece pouco fazer uma operação na Bolsa de Valores


para ganhar apenas 500 reais, mas pense fazer isso 10x no mesmo
dia? São R$ 5.000,00 de lucro se for 100% eficiente.
Claro que não se acerta toda vez, mas basta acertar 60%
das vezes as operações para o saldo ficar positivo no final do mês.

O resumo da operação foi:

Compra de 10 mil ações: TOTAL: 87.900,00


Cotação na hora da compra: R$ 8,79
A ação subiu cinco centavos, a venda foi realizado a R$
8,84
Total venda: 88.400,00

Custo da operação: Corretagem fixa de R$ 5,00 por


ordem.
Custo total: R$ 10,00

Lucro Liquido da operação: R$ 490,00

É uma postura altamente defensiva de investimento,


passar o dia fazendo a mesma coisa, é possível até mesmo montar
uma carteira fixa de longo prazo, e com a margem que você ganha
para daytrades você focar somente em ganhos pequenos, mas com
risco consideravelmente baixo.
Agora se você tentar fazer a mesma operação, com
apenas 1.000 ações, você não vai conseguir sair do lugar. Esse
tipo de operação é para aquele que já tem um certo capital de
investimento, e francamente, se você pegou um livro para
aprender a investir na bolsa e não tem capital, você está
começando errado, primeiro foque seu tempo de estudo para gerar
receita e só então comece a investir o seu tempo em
conhecimento.

Para o Daytrade, praticamente o mais importante é são os


gráficos. Então vamos entender como ler padrões nos gráficos das
cotações.

Primeiro de tudo, precisamos entender que os gráficos


são constituídos de Candles.

CANDLESTICK

A representação gráfica do candlestick é feita por um retângulo


vertical chamado de corpo, que pode ou não apresentar linhas
verticais em suas extremidades superior e inferior, denominadas
sombras.
O corpo e a sombra de um candle possuem significados
específicos, assim como a sua cor. Em um candle de corpo branco
(positivo), o lado inferior do retângulo representa o preço de
abertura do período analisado, enquanto que o lado superior
representa o preço de fechamento. A extremidade superior da
sombra de um candle branco representa o preço máximo
negociado no período, e a extremidade inferior da sombra
representa o preço mínimo alcançado. Em um candle de corpo
preto (negativo), as sombras continuam tendo o mesmo
significado, porém o significado do corpo muda. No candle de
corpo preto, o preço de abertura equivale ao lado superior do
retângulo, enquanto que o preço de fechamento equivale ao lado
inferior.

A movimentação dos preços em cada período do gráfico


de candlesticks é representada por uma figura geométrica em
forma de vela (candle, em português). Cada vela é formada por
um retângulo (corpo do candle), que pode ou não apresentar
linhas verticais (sombras) em suas extremidades superior e
inferior.

O corpo e a sombra de um candle possuem significados


específicos, assim como a sua cor. As cores branca e preta são
convenções para identificar fechamento positivo (acima da
abertura) e negativo (abaixo da abertura) respectivamente.
O significado das sombras não varia de acordo com a cor
do corpo do candle.

Candles de alta e baixa

O candle pode ser de alta ou de baixa. É aqui que entra a


questão do posicionamento dos preços de abertura e fechamento.

O que caracteriza um candle de alta? Preço de


fechamento acima do de abertura representando uma força maior
dos compradores, um otimismo dos investidores durante a sessão.
E o candle de baixa? Fechamento abaixo da abertura,
representando uma força maior dos vendedores, um pessimismo
dos investidores durante,

Conseguiram perceber alguma diferença na aparência dos


candles de alta e baixa? Parabéns, é isso mesmo, eles possuem
cores distintas.

A cor é outra característica fundamental dos candles.


Esta facilita bastante a vida dos investidores ao tornar simples a
distinção dos candles de alta e baixa no gráfico. As cores mais
usadas pelos analistas são o branco e o preto. O corpo branco
representa um candle de alta e o preto um candle de baixa.

A definição das cores fica a critério de cada analista


através das configurações da sua plataforma gráfica. Por exemplo,
outras cores bem usadas são o verde e o vermelho, verde para o
candle de alta e vermelho para candle de baixa.

Ao visualizar um candle de alta significa que o preço de


uma ação se valorizou em relação ao dia anterior? Não
necessariamente, pois mesmo após um candle de alta uma ação
pode ter terminado o dia com desvalorização.
Como assim? Simples! O que determina a valorização ou
desvalorização de um ativo entre sessões é o preço de
fechamento. Se o fechamento de hoje for inferior ao do pregão
anterior, então dizemos que este ativo se desvalorizou. O
contrário teremos uma valorização.

Vantagens dos gráficos de candlesticks

Uma das vantagens dos candles é que permitem uma


visualização mais fácil das tendências graças à predominância das
cores positivas ou negativas. A outra vantagem é que os próprios
candles formam padrões que podem representar reversões de
movimentos, continuidade ou indefinição do mercado.

Origem do termo:

Candlestick é o nome de uma técnica de análise gráfica


de mercado, criada no Japão em meados do século XVIII, nas
antigas bolsas de arroz de Osaka.

No século XVIII os japoneses desenvolveram um método


de análise técnica para analisar os preços de contratos futuros de
arroz.

O arroz era a riqueza e os fazendeiros de todo o Japão,


podiam mandar sacas de arroz que eram mantidas em armazéns,
em troca, recebiam um cupom representativo do valor, o qual
poderia ser vendido a qualquer momento. Apenas na bolsa
Dojima operavam cerca de 1300 traders de arroz.

Candlestick é o nome ocidentalizado (em inglês), pelo


qual esta técnica se tornou conhecida no mundo inteiro. Foi
trazida ao ocidente pelo americano Steve Nison, investidor de
Wall Street.

Atribui-se a Munehisa Honma o maior desenvolvimento


desta técnica de análise. Ele não via a necessidade de se fazer
presente em Osaka, comunicava as intruções de compra e venda
por mensageiros. Diz a lenda que conseguiu 100 trades
consecutivos vitoriosos. De suas teorias evoluiram as técnicas de
candlestick que hoje são utilizadas e pesquisadas em todo o
mundo.

O termo Candlestick (candelabro em inglês) se deve ao


fato de os elementos gráficos utilizados na representação dos
preços praticados pelo mercado lembrarem velas, distribuídas
sobre a área do gráfico. A análise se faz através da identificação
de "figuras" formadas pelos "candles" (velas) em determinado
ponto da tendência de mercado. Os padrões de candles
são úteis para um alarme antecipado de futuros movimentos dos
preços, além de sevirem também como sinalizadores de suportes e
resistências. Também são úteis para sinalizar mercado
sobrevendido ou sobrecomprado. Existem operadores que
utilizam somente estes padrões para seus trades, porém
recomenda-se seu uso em complemento a outros indicadores
técnicos.
O principal objetivo da Análise Técnica por meio de
candlesticks é prever mudanças nos movimentos de preços de um
ativo (ações, mercadorias, etc.), de modo a identificar o melhor
momento para comprá-lo ou vendê-lo.

Segundo a teoria dos Candlesticks as mudanças nos


movimentos dos preços, ou reversões de tendências, pode ser
prevista por meio da disposição dos candles, quando estes formam
certos padrões conhecidos. A formação dos padrões, ou sinais, de
reversão ocorre devido a fatores psicológicos e emocionais dos
operadores do mercado.

O candlestick representa graficamente a variação de


preços de um determinado ativo em uma unidade de tempo, nele
estão representados:

· Preço de abertura - é o preço pelo qual foi fechado o


primeiro negócio do intervalo.
· Preço de fechamento - é o preço pelo qual foi fechado
o último negócio do intervalo.
· Preço máximo - é o maior preço negociado no
intervalo.
· Preço mínimo - é o menor preço negociado no
intervalo.

Postados em importantes suportes e resistências do


mercado, aliados às ferramentas
de análise técnica como as Bandas de Bollinger, os candlesticks
podem elevar a eficiência de se encontrar pontos de reversão.
Muito mais que decorar todos os candlesticks que existem nos
manuais de análise técnica, os investidores devem saber
interpretar as formações e ter a consciência de que as tendências
não mudam repentinamente em função de um candlestick, mas
que ele indica o início de um novo processo.

FIGURAS BÁSICAS

Dias Longos: Representa um forte movimento do preço,


desde a abertura até o fechamento, com predomínio dos
compradores ( branco ) ou dos vendedores (preto).
Marubozu: Marubozu é uma expressão japonesa que
significa careca: representa um longo dia de alta ou baixa. Não
existem sombras, isto é, os preços máximos e mínimos são iguais
ou próximos ao preço de abertura e fechamento. Dia em que
houve domínio dos compradores ou vendedores

Dias Curtos: Dia sem movimento significativo, equilíbrio


entre vendedores e compradores.
Estrelas: Pequenos corpos reais em GAP ( cotação onde não
houve negociações) acima ou abaixo de um corpo real longo,
forma par com figuras de reversão.
Spinning Tops: Equilíbrio entre compradores e
vendedores mas com forte oscilação de cotações.

Paper Umbrella: Aparecem no final de tendências, forte


indício de reversão de tendência.
Doji: É considerado padrão de equilíbrio ou de indecisão
do mercado, que muitas vezes, antecede a importantes reversões
de tendência.

PADRÕES DE REVERSÃO DE
ALTA

PIERCING LINE
DEFINIÇÃO

Primeiro há um movimento de baixa forte, seguindo de


um candle de alta que penetra em mais da metade do candle
anterior

PADRÃO MERCADOLÓGICO
Os compradores começam a pensar que o preço já atingiu
um patamar adequado e que é uma boa oportunidade para
comprar ativo. Os vendidos começam a perder a confiança de que
o preço seguirá caindo e começam a rever/encerrar suas posições.

IMPORTANTE

Quanto mais o candle de alta penetrar no candle anterior de baixa,


maior será a possibilidade de reversão da tendência.

KICKING
DEFINIÇÃO

Um Marubozu de baixa seguido de um Marubozu de alta,


que abre em gap em relação ao candle anterior.

PADRÃO MERCADOLÓGICO

Essa formação de candle é um sinal muito forte de que o


mercado seguirá em alta. A direção prévia em que vinha o
mercado não tem importãncia como nos outros padrões, pois a
força compradora é grande.

IMPORTANTE

Não devem existir pavios nos candles ou, se existirem,


devem ser mínimos.

BEBÊ ABANDONADO

DEFINIÇÃO
È um sinal de reversão raro, composto por um Doji
cercado de gaps. O gap não é só no corpo, mas também deve
exisitr entre os pavios dos candles de alta e baixa que estão ao
lado do Doji

PADRÃO MERCADOLÓGICO

Cenário presente em quase todos os padrões de reversão


de três candles. O primeiro candle mostra aos vendiso com força
e, no segundo dia, as forças praticamente se igualam, revelando
que os vendidos já não estão mais seguros de suas posições. No
terceiro dia vem a confirmação desta mudança de humor e os
comprados se tornam maioria, confirmando a reversão.

IMPORTANTE

A confiabilidade desse tipo de sinal é muito grande e a


confirmação do movimento se dá no terceiro candle, que é o
candle de alta que fecha o padrão. Importante que esse candle de
alta tenha um gap em relação ao Doji, incluindo os pavios

ESTRELA DA MANHÃ
DEFINIÇÃO

Outro padrão formado a partir de três candles, sendo um


candle de baixa, seguido de um candle de corpo pequeno, ou Doji,
e um candle de alta

PADRÃO MERCADOLÓGICO

O candle de baixa sugere que os vendidos estão


mandando no mercado, porém no pregão seguinte, forma-se o
candle de corpo pequeno após um gap, mostrando que os
vendidos já não tem a mesma influência. O candle de alta vem
para confirmar que essa influência acabou

IMPORTANTE

O candle de corpo pequeno pode ser mais do que um, não são
raros os casos com dois ou três candles de corpo pequeno no
fundo da reversão e não importa se os candles pequenos são de
alta ou de baixa.

THREE OUTSIDE UP
DEFINIÇÃO

Engolfo com um candle de alta que confirma a reversão.

PADRÃO MERCADOLÓGICO

Nos primeiros candles nota-se o padrão de engolfo,


mostrando que os vendidos perderam seu domínio sobre o
mercado. No terceiro dia vem a confirmação desta reversão e os
comprados passam a dominar.
IMPORTANTE

Quanto maior for o fechamento do terceiro candle,


melhor será a confirmação do padrão. É preciso que o terceiro
candle tenha uma fechamento maior que o segundo.

DRAGON FLY DOJI

DEFINIÇÃO

Caracterizado por um candle que ocorre no final de um


movimento de baixa ou durante este movimento. É muito
parecido com um martelo, mas no caso do dragonfly, os preços de
abertura e de fechamento são iguais, como também não há corpo
envolvendo o candle.

PADRÃO MERCADOLÓGICO

Na abertura do mercado rapidamente a venda se impõe


levando os preços a novas minímas, porém em algum momento
do intraday, o preço se torna atraente e os investidores começam a
comprar, levando o preço do ativo de volta ao preço de abertura,
reduzindo o sentimento dos vendidos de que eles continuarão a
dominar esse movimento. Se o valor do ativo abre em alta no dia
seguinte, muitos vendidos estarão incentivados a fechar suas
posições.

IMPORTANTE

O padrão é mais forte do que o martelo. A confirmação


no dia seguinte é necessária, imposta por um candle de alta ou um
gap acima da máxima do dia anterior.

LONG LEGGED DOJI


DEFINIÇÃO

Caracterizado por longas sombras, o que demonstra a


indecisão entre touros (compradores) e ursos ( vendedores). Como
no Dragonfly, os preços de abertura e fechamento são
praticamente iguais e não há corpo.

PADRÃO MERCADOLÓGICO

Demonstra que há uma indecisão reinando no mercado.


Podemos ver que os preços se movimentaram muito acima e
abaixo do preço de abertura, mas acabam por fechar no mesmo
nível da abertura, apesar da volatilidade.

IMPORTANTE

Ele é mais representativo em fundos e requer um candle de alta no


pregão seguinte para configurar a reversão.

ENGOLFO DE ALTA

DEFINIÇÃO

Depois de um movimento de baixa, surge um candle de


alta engolfando por completo o candle anterior. Não há
necessidade de se englobar as sombras do candle anterior, mas o
corpo precisa ser totalmente englobado

PADRÃO MERCADOLÓGICO

Demonstra que a venda perdeu a força e agora os


comprados começam a tomar as rédeas do mercado.

IMPORTANTE

O tamanho dos corpos dos candles é importante nesta


formação. Quanto maior o candle de alta, maior a força da
reversão, o que sinaliza a força emergente dos compradores. Esse
padrão requer mais um candle de confirmação, com fechamento
superior ao segundo candle.

GRAVESTONE
DEFINIÇÃO

Depois de um movimento de baixa, surge um candle de


alta engolfando por completo o candle anterior. Não há
necessidade de se englobar as sombras do candle anterior, mas o
corpo precisa ser totalmente englobado

PADRÃO MERCADOLÓGICO

Demonstra que a venda perdeu a força e agora os


comprados começam a tomar as rédeas do mercado.
IMPORTANTE

O tamanho dos corpos dos candles é importante nesta


formação. Quanto maior o candle de alta, maior a força da
reversão, o que sinaliza a força emergente dos compradores. Esse
padrão requer mais um candle de confirmação, com fechamento
superior ao segundo candle.

HARAMI CROSS

DEFINIÇÃO
Este é um doji precedido por um marubozu de baixa. O
harami cross é mais significativo como sinal de reversão do que o
harami normal.
PADRÃO MERCADOLÓGICO
O padrão demonstra a disparidade ocorrida no mercado. Antes
predominava a venda, demonstrada pelo Marubozu de baixa mas
o doji que aparece no dia seguinte revela que o mercado entende
que a sequencia de venda esta chegando ao fim.

IMPORTANTE
O Harami não é o pradrão de reversão mais forte que existe.
Entretanto, nas combinações onde aparece, o Doji torna-se
siginificativo. A confirmação no dia seguinte é recomendada,
porem não é necessária para concluirmos que a reversão esta
próxima. A confirmação vem com um candle de alta, com
fechamento superior ao Doji.

BREAKWAY
DEFINIÇÃO
Nada mais é que o famoso fundo arredondado, formado por vários
candles, pelo menos cinco deles, algo que é comum de acontecer
no mercado.

PADRÃO MERCADOLÓGICO
Esse padrão demonstra que o mercado atingiu um ponto de
sobrevenda e patamares de preços menores não predominam. A
deterioração do mercado de baixa se confirma com o ultimo
candle de alta.

IMPORTANTE
É muito importante que o candle de sexto dia confirme a reversão
com um candle de alta e um fechamento maior que os outros
candles.

PADRÃO DE REVERSÃO
DE BAIXA

DARK CLOUD

DEFINIÇÃO
É um padrão composto por dois candles, que caracteriza o final de
uma tendência em alta. Temos um candle de baixa formado após
um candle de alta, com fechamento próximo ou na mínima do dia,
sendo este menor que o fechamento do dia anterior.

PADRÃO MERCADOLÓGICO
O mercado vem em um movimento de alta forte e abre o pregão
com um gap, mostrando que os comprados estão no controle da
situação. Porem, o rali não continua durante o dia e o preço fecha
próximo da mínima do dia, mas abaixo do fechamento do dia
anterior. Neste momento , os vendidos tem a oportunidade de
forçar o movimento de baixa com stop claro na máxima do dia.

IMPORTANTE
Quanto mais o candle de baixa penetrar no candle anterior de alta,
maior será a possibilidade de reversão.

BEBÊ ABANDONADO
DEFINIÇÃO
Como na sua versão de alta, o padrão é composto por um doji
rodeado de gaps, incluindo os pavios dos dois candles que
cercam.

PADRÃO MERCADOLÓGICO
O maior dos padrões de reversão formada por três candles tem
cenários similares. O mercado abre com um gap no movimento
em alta, mas a variação de preço é bem pequena, com o
fechamento próximo ao da abertura, mostrando o equilíbrio entre
comprados e vendidos. A partir deste movimento é verificado um
sinal bem claro de fraqueza por parte dos compradores ao passo
que os vendidos aproveitam o ponto de stop para forçar o novo
movimento.
IMPORTANTE
Este é um padrão raro que é bastante confiável vindo de um topo.
Contudo, a confirmação de um candle de baixa no terceiro dia
torna o sinal de domínio dos vendidos bem mais claro.

ESTRELA DA TARDE

DEFINIÇÃO
É um dos padrões mais importantes entre os candlesticks.
Formado por três candles, e composto por um candle de alta com
um corpo grande, e seguindo de um corpo pequeno, que pode ter
alta, mas normalmente é de baixa, seguido de um terceiro candle
de baixa.

PADRÃO MERCADOLÓGICO
O mercado vem em um movimento de alta até que um candle de
corpo pequeno aparece, sugerindo que a capacidade dos
comprados em continuar mantendo o movimento de alta esta
diminuindo. O candle de baixa do terceiro dia, retornando os
preços a patamares de dois dias atrás, mostra que os vendidos
agora dominam o mercado.

IMPORTANTE
O segundo movimento do padrão, que caracteriza a estrela, pode
ser formado por uma, duas ou ate três estrelas. Quão e tão
significativo se a estrela é de alta ou de baixa, ou se há gaps entre
candles, mas é relevante que depois da estrela tenhamos um
candle de baixa grande cheio.

THREE BLACK CROWS


DEFINIÇÃO
Outro padrão importante, formado por três candles de baixa que
parecem degraus em queda, demonstrando um forte movimento
de reversão.

PADRÃO MERCADOLÓGICO
Este padrão geralmente ocorre quando o mercado vem em um
movimento de alta por muito tempo e agora se aproxima de um
topo. O primeiro candle mostra a perda da força dos comprados.
Ao passo que os seguintes revelam a liquidação de lucros por
parte dos investidores que ainda estavam comprados no ativo.

IMPORTANTE
O preço de abertura do segundo e do terceiro dia pode ser em
qualquer ponto do corpo do candle anterior, mas o fechamento é
sempre abaixo do fechamento anterior. O corpo do candle
anterior, se o candle de baixa for muito longo, é preciso tomar
cuidado, pois o mercado pode estar sobrevendido.

DRAGONFLY DOJI

DEFINIÇÃO
Formado por um único candle, ele ocorre no final de um
movimento de alta, muito parecido com o padrão enforcado, com
a diferença que não há corpo no candle.
PADRÃO MERCADOLÓGICO
Este padrão geralmente ocorre quando o mercado vem em um
movimento de alta e segue um grande movimento de venda na
abertura do pregão, acompanhado do rali de compra próximo ao
fechamento a serem iguais. Se no pregão seguinte o preço abrir
em baixa, teremos muitos compradores querendo suas posições no
ativo.

IMPORTANTE
O dragonfly e um sinal mais forte de reversão do que um
enforcado e, por isso, mais confiável. A confirmação da reversão
vira através de um candle de baixa no pregão seguinte.

ENGOLFO DE BAIXA
DEFINIÇÃO
Depois de um movimento de alta, surge um candle negativo
engolfando o corpo do candle anterior.

PADRÃO MERCADOLÓGICO
O mercado vem sendo dominado pelos comprados quando, em
um determinado patamar, ocorre um grande movimento de venda
revelando a força dos vendidos.

IMPORTANTE
O tamanho relativo entre o corpo dos dois candle que formam
esse padrão é importante. Um corpo pequeno de alta com um
corpo grande de baixa, mostra claramente a nova força dominante
dos vendidos. Havendo um grande volume associado ao clandle
de baixa ou se ele engolfar mais de um candle de alta, temos uma
probabilidade ainda maior de reversão.

GRAVESTONE DE BAIXA

DEFINIÇÃO
Este é um padrão caracterizado por abertura e fechamento ambos
na mínima do dia. Normalmente aparece no topo de uma
sequencia de candle de alta e representa uma boa chance de
reversão.

PADRÃO MERCADOLÓGICO
O mercado abre em um valor mínimo, mas um rali de alta leva os
preços a novas máximas. Esse novo patamar máximo não
consegue se manter e os preços retornam ao valor mínimo da
abertura, representando um problema para os compradores, já que
não conseguem mais elevar os preços devido a ação dos vendidos.

IMPORTANTE
O gravestone de baixa é mais significativo como sinal de
reversão em relação ao shooting star. Quanto maior o pavio,
maior será a força mostrada pelos vendidos. Um candle de baixa
confirma o topo no pregão seguinte.

HARAMI CROSS DE BAIXA


DEFINIÇÃO
Um dos mais significativos haramis, o padrão é caracterizado por
um candle de alta seguido de um doji.

PADRÃO MERCADOLÓGICO
É um sinal de disparidade sobre a SAÚDE do mercado, que vem
em um movimento de alta e, de repente, não consegue firmar
novas máximas mostrando o esgotamento da forca dos
comprados.

IMPORTANTE
A confirmação no pregão seguinte com um candle de baixa com
fechamento menor do que o candle de alta anterior ao doji é
importante para confirmar a versão.

ESTRATÉGIA BASEADA EM
GRÁFICOS
As principais estratégias de compra de um ativo usando a
análise técnica, também conhecida como gráfica, são:

Rompimento;
Correção;
Contra tendência.

As três estratégias mencionadas estão diretamente ligadas


à tendência do preço, premissa básica da análise técnica. A
característica principal de uma tendência de alta ou baixa é a
formação de topos e fundos ascendentes ou descendentes,
conforme exibido nas figuras 1 e 2.

As estratégias de rompimento e correção geralmente são


usadas quando o preço está em tendência de alta. Por outro lado, a
estratégia de compra contra tendência é utilizada quando
determinado ativo está em tendência de baixa. Vamos agora
abordar separadamente essas estratégias.

Rompimento

Estratégia que consiste em comprar um ativo após o


rompimento do topo anterior, conforme destacado na figura. Em
outras palavras, a compra é realizada quando ocorre a formação
de um pivô de alta no gráfico.
Observe na figura que, antes de ocorrer o rompimento do
topo, há formação de um fundo ascendente, ou seja, em um nível
acima do fundo anterior. Esse é um requisito necessário para a
execução da estratégia, pois mostra que o preço está ou entrará em
tendência de alta na superação do topo anterior.

Correção

Estratégia que consiste em comprar um ativo após um movimento


de baixa dentro de uma tendência de alta, conforme destacado na
figura. Geralmente, a compra é acionada após alguma sinalização
gráfica que indique uma chance maior de retomada do movimento
de alta.
O que anula a execução dessa estratégia? Correto, um
movimento de baixa que supere a mínima do fundo anterior,
cancelando assim a tendência de alta do preço. Portanto, o sinal
gráfico de compra deve ocorrer acima da mínima do fundo
anterior.

Contra tendência

Estratégia que consiste em comprar um ativo após um


forte movimento de baixa, conforme destacado na figura.
Antecedendo esse movimento, observe que há um topo
descendente, ou seja, mais baixo que o topo anterior,
representando uma tendência de baixa.
A compra costuma ser acionada após alguma sinalização
gráfica que indique uma chance maior de subida do preço. O
objetivo principal é tentar aproveitar um possível repique de alta,
ou seja, um movimento de correção da forte queda.
MERCADO INTEGRAL X
MERCADO FRACIONÁRIO

Na Bovespa, ações são negociadas no mercado integral em lotes-


padrão com 10, 100, 1.000 etc.

Se a ação de uma empresa está cotada a R$ 97 e seu lote-padrão é


de 100 ações, então para comprar ações desta empresa você
precisaria desembolsar nada mais, nada menos, que R$ 9.700.

Se você é um pequeno investidor, este mecanismo diminui


severamente as possibilidades de diversificação de sua carteira de
ações. Dependendo da quantia disponível para investimento, pode
até ser impossível comprar ações de determinadas empresas.

Felizmente, a Bovespa oferece outro mecanismo que possibilita


aos investidores operarem com ações em quantidades menores
que o lote-padrão: o mercado fracionário.

O Mercado Fracionário

No mercado fracionário, ações são negociadas unitariamente. Ou


seja, não há lote mínimo para negociação.

Isso significa que você pode, se assim, desejar, comprar 15, 5 ou


até mesmo apenas 1 ação de uma empresa.

O mercado fracionário permite que pequenos investidores


participem do mercado de ações e possibilita, ainda, a
diversificação da carteira, visto que o investidor pode definir a
participação de cada ação com mais flexibilidade.

O mercado fracionário pode (e é) utilizado também por grandes


investidores. Muitos o utilizam para completarem lotes-padrão.
Por exemplo, um investidor com 1.420 ações da Vale do Rio
Doce pode recorrer ao mercado fracionário, adquirir 80 ações e,
assim, completar 15 lotes-padrão (1.500 ações).

Isso é possível porque não há diferença entre a ação negociada no


mercado integral e a negociada no mercado fracionário. E outras
palavras, o ativo é o mesmo — ele só é negociado em mercados
diferentes.
Mercado Integral e o Mercado Fracionário: Diferenças

O mercado fracionário funciona de maneira independente do


mercado integral. Isso significa que cada mercado tem cotações e
liquidez próprios.

As diferenças de cotação são devidas ao mercado fracionário ter


forças de oferta e procura das ações ligeiramente diferentes das do
mercado integral.

Isso significa que as cotações do mercado fracionário via de regra


variam como no mercado integral, mas não há correspondência
exata entre elas.

Em geral, as ofertas de venda no mercado fracionário são


ligeiramente mais altas das do mercado integral. E as ofertas de
compra são mais baixas. Em outras palavras, no mercado
fracionário o spread (diferença entre as melhores ofertas de
compra e venda) é maior.

Por possuir menor volume de negociação, a liquidez no mercado


fracionário também é menor. Ou seja, é mais “fácil”
comprar/vender ações no mercado integral do que no mercado
fracionário. Em geral, isso não chega a ser muito problema para
investidores de médio/longo prazo e/ou que operam com blue
chips.

Operar no mercado fracionário com ações de baixa liquidez no


mercado integral é um grande problema, que deve ser evitado,
pois você poderá ter problemas se precisar vender suas ações com
urgência.

Como Operar no Mercado Integral e no Mercado Fracionário

Como você viu no início, as ações negociadas no mercado


fracionário são as mesmas que as negociadas no mercado integral.
Então como escolher entre elas?

A resposta é a seguinte: existe duas formas distintas de se operar


no mercado integral ou no fracionário e isso depende de sua
corretora.

Algumas corretoras tornam todo o processo transparente para seus


clientes, selecionado a operação no mercado integral ou no
mercado fracionário dependendo da quantidade de ações
negociadas.

Por exemplo, se sua corretora funciona desta forma e você envia


uma ordem de compra de 50 unidades de uma ação cujo lote-
padrão é de 100 ações, então a corretora vai automaticamente
executar a operação no mercado fracionário.

Se a mesma ordem fosse de compra de 250 ações, então a


corretora faria a compra de 2 lotes-padrão (200 ações) no mercado
integral e 50 no mercado fracionário.

A outra forma é a seleção manual do mercado, o que deve ser


feito por você na hora de seleção do ativo.
Isso é possível porque na Bovespa uma mesma ação tem códigos
diferentes no mercado integral e no mercado fracionário. Mais
especificamente, no mercado fracionário o código do ativo é o
mesmo do mercado integral, seguido da letra “F”.

Por exemplo, as ações ordinárias do Banco do Brasil têm código


BBAS3 no mercado integral. As mesmas ações negociadas no
mercado fracionário têm código BBAS3F.

Assim, se sua corretora requer que você defina o mercado que


quer operar, você deve informar o código do ativo “simples” para
operar no mercado integral, e o código do ativo seguido de “F”
para operar no mercado fracionário.
CONCLUSÃO

O CONTO DOS TRÊS PORQUINHOS


“Era uma vez três irmãos, nasceram da mesma mãe
(sério?), tiveram a mesma criação, as mesmas oportunidades. No
entanto, um deles vivia em uma casa de palha, o outro vivia em
uma casa de madeira e o terceiro vivia em uma casa de tijolos.

Mas porque isso, se eles tinham todos as mesmas


condições quando nasceram, o que aconteceu no decorrer do
caminho, porque um irmão se torna bem sucedido e os outros
não?

Esqueci de mencionar, o nome do irmão que vivia na


casa de palha era Vadiozinho, o que vivia na casa de madeira era
o Conformadinho e o que vivia na casa de tijolos era o
Esforçadinho.

Durante sua criação o Vadiozinho acostumou-se a


apoiar-se nos seus irmãos, nos estudos sempre copiava os
trabalhos dos irmãos, sempre ia onde os irmãos iam, era uma
sombra que os seguia e os imitava.
Quando precisava ajudar em alguma tarefa, sempre dava
um jeito de sair de fininho, alegava ser o mais novo, o bebê da
casa e por isso fazia corpo mole para tudo.

A infância passou e os irmãos tornaram-se adultos. Mas o


Vadiozinho ficou apenas velho, e não adulto. Não sabia viver para
si mesmo, e fazia as coisas de qualquer jeito. Construiu uma casa
de palha, vivia da sua pequena horta, e passava os dias deitado na
rede observando da sua porta os dias passarem.

Já o Conformadinho, sempre acatou as ordens do irmão


mais velho, nunca o contrariou e nunca teve a coragem de expor
as suas idéias, contentou-se em ser um seguidor ao invés de líder,
na fase adulta optou por morar perto dos seus irmãos, caso um dia
precisasse de algo bastava atravessar a rua, construiu para si uma
casa de madeira e passava os dias conformado com a sua vida e
lutar por algo melhor seria arriscar o conforto atual.

O Esforçadinho, desde criança mostrou-se um líder nato,


cuidava de seus irmãos, ajudava a sua mãe na casa. Sempre era o
primeiro a dizer “eu faço” quando alguma tarefa era designada
aos irmãos. Não por maldade tomava a frente das situações,
apenas queria poupar os seus irmãos de terem que passar por
problemas, não sabia ele que um homem precisa enfrentar os
problemas para amadurecer e não pode esconder-se atrás de um
protetor a vida inteira.
Quando atingiu a fase adulta, queria viver com conforto e
sempre em busca de algo mais, passava os dias trabalhando em
sua plantação e construiu para si uma casa que fosse capaz de
suportar qualquer tempestade.

Certo dia, houve rumores que um tornado estava a


espreita, apelidaram o tornado de “lobo mal” pois lembrava um
conto da infância de um lobo que destruía as casas das pessoas
apenas com o vento que soprava.

Naquela fatídica tarde, o tornado formou-se e em sua rota


estava o endereço dos irmãos. O primeiro a sofrer com a
catástrofe foi o Vadiozinho, sua casa foi ao chão e como era
acostumado a apoiar-se nos outros, correu para a casa do seu
irmão.

O Conformadinho não gostou muito da idéia, pois seria


uma mudança em seu estilo de vida mas não pode dizer não ao
irmão. Mas sua casa não era forte o bastante, por mais que tenha
trabalhado em alicerces para sua vida não era suficiente para
agüentar um tornado.

Correram pedir socorro ao seu irmão mais velho, esse


saberia o que fazer já que sempre soube como agir. Estariam
seguros na casa do irmão.
O lobo mal passou e em seu rastro deixou destruição. Os
irmãos estavam vivendo as custas do Esforçadinho. Este percebeu
que mesmo dando teto aos seus irmãos, isso não os transformaria
em homens de verdade.

Não dê migalhas, não dê o peixe, ensine-os a pescar.

O irmão então passou parte dos seus conhecimentos aos


demais, mostrou como gratificante são os frutos do trabalho e do
esforço diário, enfim seus irmãos tiveram o que sempre
precisaram, não um irmão mais velho que o protegia de tudo e de
todos, mas um guia que os ensinasse a viver.”

Não corra atrás do mesmo que os demais, não contente-


se com pouco se pode ter muito, e se tiver que ajudar alguém,
ajude com conhecimento.

CONCLUSÃO
Aposto que tem muita gente com sede de mais
conhecimento, esse livro apresentou a você alguns erros que deve
evitar para gerir o seu novo negócio e apresentá-lo a Bolsa de
Valores assim como a analise gráfica.

Enfatizei muito uma parte que talvez nem seja a


realidade de muitos, que é o controle das dividas e despesas. Fiz
isso justamente porque eu sei o inferno que é viver em um mundo
onde você não faz negócios, mas passa apenas a administrar
dívidas, tentei alertá-lo ao máximo sobre isso, quando eu digo
para vocês não terem dividas iniciais, não é porque não quero que
vocês andem em carro do ano, etc. Eu quero que vocês deitem a
noite e consigam dormir, que possam planejar como crescer e não
viver apenas superando uma coisa após a outra.

Tenha extrema cautela e frieza na hora de fazer negócios,


dívidas e investimentos, ninguém irá ajudá-lo caso erre. Que a
lição a ser apreendida tenha sido absorvida por vocês.

Se tiver que arriscar, arrisque o que é seu. Se for para


perder, perca somente o que tem, não o que poderá um dia ganhar.

É meu trabalho abrir os olhos de que nem tudo é fácil,


faça certo na hora de gerir o seu negócio e não terá nem tempo
para pensar em falhar. O sucesso virá se você persistir e tentar, a
jornada de mil quiilometros começa com o primeiro passo.

Se você pegou esse livro achando que bastava apenas o


ler para sair investindo certo, e já ganhar milhões, errou
totalmente.

Esse livro é o começo dos seus estudos, você deve buscar


mais conhecimento, estar sempre em constante evolução, dia após
dia. Esse livro é uma gota do oceano que precisa aprender para
saber investir.

Desejo a todos muita sorte nos negócios e nos


investimentos, e que sempre haja a sede de mais conhecimento.

Em breve lançaremos o segundo livro, este sim com


todos os meus textos e conhecimentos sobre o mundo capitalista.

Nos veremos em breve.


J.F ROZZA

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