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IGARAPÉ-AÇU/PA
2015
SAMARIA DE NAZARÉ SENADO
SAUL DE NAZARÉ SENADO
IGARAPÉ-AÇU/PA
2015
Senado, Samaria de Nazaré
77 f.
CDD – 371.91246
SAMARIA DE NAZARÉ SENADO
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para obtenção da graduação de
Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Federal Rural da Amazônia.
Data: ___/___/___
Nota: __________
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Profª. MSc. Fátima de Nazaré Pantoja Rezende
Orientadora
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Avaliador Convidado
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Avaliador Convidado
Aos alunos surdos da Escola “Papa Paulo VI”
respeito e admiração.
AGRADECIMENTOS
Aos meus filhos, Amanda e Abel, que são constantemente o meu apoio
incondicional, especialmente no estímulo de resistência para superação das
dificuldades. Agradeço a eles por me passarem força e acreditarem em mim.
Aos meus irmãos queridos, uma corrente de amor que jamais será rompida.
Por fim agradeço aos meus ex e atuais alunos surdos que formam a
principal base dessa pesquisa. Espero contribuir para que recebam educação de
boa qualidade.
Agradecido estou a Deus, pela oportunidade e força que me deu para que
eu galgasse a graduação em conclusão.
Sou grato a minha irmã que além de amiga, é colega de curso. Estou feliz
por compartilharmos juntos dessa conquista.
Aos meus alunos queridos, que sempre torceram para que eu chegasse até
aqui. Eles são a razão da minha qualificação profissional.
Por fim agradeço aos meus alunos surdos, principal incentivo para a
realização dessa pesquisa. Espero poder contribuir para que de fato eles recebam
educação de boa qualidade.
Nédia Limeira de Sá
RESUMO
This work entitled "teaching pounds in literacy deaf students between theory and
practice" enables reflections on deaf education, specifically in the field of literacy and
its challenges in the aspects that shape the process of teaching and learning. Aimed
to analyze the teaching of pounds as the main communication channel for learning in
literacy of deaf students of municipal elementary school "Pope Paul VI", located
between the Fortalezinha and Mocoóca villages in APA Algodoal Maiandeua
(Maracanã-PA) and to present the teachers difficulties arising from the Brazilian
language training signlessness considering discussions of everyday school life. This
work was methodological basis literature surveys and field research opportunities
that contributed to historical reflections of deaf education, the importance of Brazilian
sign language, their legal protection and the difficulties for adoption. The results
suggest that school receives deaf students in (03) three classes, enrollment of deaf
due to the demand of deaf communities. However, there is no trained teachers to
meet in POUNDS. It is expected to contribute to analysis and actions to ensure the
effective learning expanding this way, the knowledge and the communication of deaf
villages.
KEYWORDS: Pounds teaching, Deaf Literacy, Teaching and Learning.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................... 12
CAPÍTULO 1. REVISÃO DA LITERATURA...................................................... 14
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO SÓCIOHISTÓRICA DO PROCESSO DE
ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO DE SURDOS......................................... 14
1.2 ORGANIZAÇÃO E OFICIALIZAÇÃO DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS 17
1. 3 ASPECTOS LEGAIS DA LINGUA BRASILEIRA DE SINAIS (LIBRAS).......... 19
1.4 O ENSINO DE LIBRAS NA ALFABETIZAÇÃO DE ALUNOS SURDOS ENTRE
TEORIA E REALIDADE........................................................................................... 22
1.4.1 A formação docente em LIBRAS................................................................... 26
1.4.2 O Processo de inclusão de Alunos Surdos na Sala de
Aula....................................................................................................................... 29
1.4.3 A atual realidade da educação de surdo na escola Papa Paulo
VI............................................................................................................................ 33
CAPÍTULO 2. MATERIAIS E MÉTODOS............................................................. 37
CAPÍTULO 3. RESULTADOS E DISCUSSSÕES................................................ 42
3.1 DOCENTES DA ESCOLA PAPA PAULO VI: DESAFIOS NA ALFABETIZAÇÃO
DE ALUNOS SURDOS........................................................................................... 42
3.2 A FORMAÇÃO DOCENTE EM LIBRAS........................................................... 45
3.3 O PROCESSO DE INCLUSÃO DO ALUNO SURDO NA SALA DE
AULA....................................................................................................................... 50
3.4 A REALIDADE DA EDUCAÇÃO DE SURDOS NA ESCOLA PAPA PAULO
VI............................................................................................................................ 55
CONCLUSÃO......................................................................................................... 66
REFERÊNCIAS...................................................................................................... 70
APÊNDICE............................................................................................................. 75
INTRODUÇÃO
Por muito tempo as pessoas surdas sentiram-se oprimidas e
incompreendidas, viviam segregadas e, por não estarem de acordo com os padrões
de normalidades eram consideradas ineducáveis. Assim, durante um longo período
ficaram sem direito à educação escolar. Atualmente a realidade das pessoas surdas
quanto o acesso à educação é outra, vista que conquistaram por meio de lutas
marcantes o direito de serem integradas nas escolas em turmas de alunos e de
professores ouvintes, com apoio de interpretes, ou mediada por professores que
tenham habilidades em LIBRAS. Nesse sentido, com a predominante discussão
acerca da educação de surdos, nota-se que são muitos os desafios dentro do
trabalho docente.
A opção do tema para estudo o ensino de LIBRAS na alfabetização de
surdos entre teoria e realidade, surgiu do fruto de experiências vivenciadas em sala
de aula, assim como também de relatos de professores que fazem parte da
realidade atual da alfabetização de alunos surdos, e principalmente, pelo fato de
observar que a necessidade da formação em LIBRAS pode interferir diretamente no
processo de ensino e aprendizagem dos alunos surdos. Embora a educação das
pessoas surdas venha sendo defendida por meio das Leis da Educação Brasileira a
partir das diretrizes da educação especial enfocadas na LDB 9394/96, a realidade
vigente das escolas, nesse sentido, não apresenta um quadro satisfatório, e, uma
das possíveis causas ocorre pela falta de professores capacitados em áreas
específicas dentro dos vários campos das necessidades e especificidades
educativas.
Conforme o artigo 58 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) nº
9394/96, os sistemas de ensino devem assegurar aos educandos com necessidades
especiais condições para a integração na vida em sociedade, bem como oferecer
professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para
atendimento especializado, e professores de ensino regular capacitados para a
integração desses educandos nas classes comuns.
[...] O pensamento não podia se desenvolver sem linguagem e que esta não
se desenvolvia sem a fala. Desde que a fala não se desenvolva sem a
audição, quem não ouvia, não falava, e não pensava, não podendo receber
ensinamentos e, portanto, aprender. (MOURA, 2000)
[...] essa data ainda é lembrada como a mais sinistra de sua história: como
se fosse o 11 de setembro deles quando desabaram as torres gêmeas da
cultura e da língua de sinais, a do método misto e a o método dualista para
educação de surdos. Ali começou uma longa e amarga batalha para
defender o direito de vida de línguas de sinais (RÉE, 2005, p. 67)
A luta pela educação dos surdos era defendida constantemente, mesmo que
de maneira contraditória. Nas décadas seguintes, alguns países defenderam que os
surdos deveriam usar a língua de sinais somente em algumas ocasiões e a língua
oral na maioria das vezes. Mais tarde, houve a compreensão de que a língua de
sinais deveria ser usada independentemente da língua oral.
O Bilingüismo tem como pressuposto básico que o surdo deve ser bilíngüe,
ou seja, deve adquirir como língua materna a língua de sinais, que é
considerada a língua natural dos surdos e, como segunda língua, a língua
oficial de seu país (...) Os autores ligados ao Bilinguismo percebem o surdo
de forma bastante diferente dos autores oralistas e da comunicação Total.
Para os bilinguistas, o surdo não precisa almejar uma vida semelhante ao
ouvinte, podendo assumir sua surdez (GOLDFELD, 1997, P.38).
Desde 1960, a língua de sinais recebeu status lingüístico, visto que possui
estrutura gramatical própria e é comparável em complexidade e expressividade e,
portanto, demanda prática e competência para seu aprendizado, isso remete ao
entendimento de que o sujeito surdo é capaz de aprender e praticar a sua forma de
expressão lingüística.
Estas sucessões de mudanças significativas tiveram seu ponto mais alto com
a assinatura da Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que identifica a Língua de
Sinais Brasileira como a língua usada pela População Surda Brasileira.
Mais tarde, o Senado apresenta o projeto de Lei nº 180, de 2004 que altera
a Lei 9.394, de 20 de Dezembro de 1996, em que estabelece às Diretrizes e Bases
da Educação Nacional, a obrigatoriedade no currículo oficial da Rede de Ensino
sobre Regular a oferta da Língua Brasileira de Sinais-LIBRAS- em todas as etapas e
modalidades da educação básica.
Dessa forma, passa a ser obrigatório o uso da língua de sinais não somente
aos alunos surdos, mas também aos professores que os atendem, na perspectiva de
oferecer melhor qualidade de ensino para alunos surdos. O art.23 § 2º do Decreto
5.626 no capítulo VI, determina em seu texto:
De acordo com Quadros & Karnopp (2004, p. 23) “com a Lei é possível
reconhecer uma parte constitutiva do sujeito surdo, podemos oferecer hospitalidade
para o surdo usufruir sua língua que é sua morada, sua pele”. No entanto, só é
possível oferecer aquilo que se tem no campo educacional do surdo, é necessário
que os professores tenham propriedade da Língua de Sinais para então oferecer
possibilidades de aprendizagem e hospitalidade, além de promover a corporação do
aluno surdo nas práticas das sociedades alfabetizadas.
Portanto, é visto que teoria e realidade são até então situações distintas,
mas que precisam ser efetivadas garantindo ao aluno surdo de fato o que prediz a
Lei, eliminando todas as barreiras em sua comunicação e em sua aprendizagem
Propõe-se como uma das medidas de intervenção para mudança dessa
realidade que, a coordenação da escola tente junto a Secretaria Municipal de
Educação (SEMED) ofertas de cursos para os professores ou pelo menos a
participação em oficinas por meio do Centro de Atendimento Educacional
Especializado (CAEE). Acredita-se que a partir de iniciativas nesse sentido pode-se
construir oportunidades de crescimento educacional tanto para os professores como
para os alunos surdos.
Considerando que muitos alunos surdos são filhos de pais ouvintes e que na
maioria não conhecem a Língua de Sinais, podem chegar à escola sem saber direito
como se comunicar, e é nesse sentido, pensando na alfabetização da pessoa surda
que se cobra da escola possibilidades ao acesso à construção do conhecimento por
meio da LIBRAS.
A Língua Brasileira de Sinais oportuniza aos surdos, dinâmicas nas suas
interações sociais, assim definimos a Língua Brasileira de Sinais-LIBRAS como o
principal sistema de comunicação dos surdos. Através da apropriação do uso da
língua de sinais a pessoa surda consegue se comunicar no meio de pessoas
ouvintes que também já dominam essa língua. Desse modo, percebe-se que o surdo
realiza grande esforço para ampliar seu potencial de conhecimento e de
comunicação.
Portanto, a maior parte desses alunos ainda está fora de qualquer tipo de
escola. A autora comenta que esse quadro indica que uma exclusão generalizada dos
sujeitos com necessidades educacionais especiais ainda faz parte da realidade
brasileira. Esse fato apenas evidencia que um número significativo de alunos com
necessidades educativas especiais que têm acesso à escolaridade, não estão
recebendo uma educação apropriada, seja pela falta de profissionais qualificados, seja
pela falta de recursos.
O espaço físico da escola conta com duas salas de aula, uma secretaria,
uma copa, um corredor com dependências internas. O banheiro fica na parte externa
e sua utilização em algumas ocasiões é complicada como no período do inverno e no
turno da noite, uma vez que a área em torno da escola é escura. O quadro de
funcionários é formado por treze professores, dois auxiliares, sete auxiliares de
serviços gerais, dois vigias e uma coordenadora que também é professora. A escola
possui onze turmas divididas em quatro turnos, três turmas funcionam em um espaço
anexo à escola e de precárias condições para a realização das aulas.
Na pesquisa foram consideradas as posições e discussões de alguns autores
como Antonio Nóvoa, Carlos Skliar, Phillippi Perrenoud, Kako Kassaki, Neiva Albres,
Ronice Muller, Rosita Carvalho, entre outros, além de artigos da Lei de Diretrizes e
Bases da Educacional Nacional, da Lei nº 10.436, que dispõe sobre a Língua
Brasileira de Sinais e textos da constituição Federal, para obter embasamento sobre
o tema estudado, bem como resultados de informações qualitativas obtidas no local
de estudo.
Destaca-se que a pesquisa voltada aos professores da escola foi definida por
considerar-se que são membros sociais importantes no desdobramento do trabalho e
atuação da escola, nesse caso, os mesmos apresentaram informações de suas
vivências em sala de aula em que sempre se faz presente aluno surdo e relataram
alguns dados pertinentes as atividades da escola. Os professores serão identificados
na pesquisa pelas letras do alfabeto seguindo a ordem alfabética pelas letras A, B, C,
D, E. Suas posições serão consideradas na íntegra, considerando que são de grande
relevância para o resultado do estudo.
Os filhos acreditam que pais que não acompanham nas suas tarefas não se
interessam por elas. Filhos confundem-se com suas tarefas. Quando os
pais não dão importância para as tarefas, os filhos acreditam que os pais
não se interessam por eles e tornam-se desmotivados.
Quanto ao perfil dos professores, (07) são do sexo feminino e (06) do sexo
masculino; com relação à idade, (04) quatro responderam que tem mais de 43 anos,
(04) quatro disseram que tem mais de 33 anos e (05) com mais de 23
anos.Perguntados sobre a escolaridade, (02) dois responderam ser licenciados em
Pedagogia,(03) três estão em processo de conclusão do referido curso, (02) dois
tem formação em Matemática, (01) um professor tem o ensino médio a nível de
Magistério e (05) cinco professores tem até então, o ensino médio normal. A
gestora exerce também a função de professora. O tempo de serviço dos docentes é
variado, (04) quatro responderam que tem mais de 20 anos de magistério, (04)
quatro trabalham a 15 anos em sala de aula, (05) cinco dão aula faz 05 anos,
apenas (02) dois professores são efetivos.
Trabalhei com dois alunos surdos dois anos seguintes, eles já eram
adolescentes, mas estavam ainda no processo de alfabetização porque não
conseguiam avançar a aprendizagem. Reconheço que me esforçava por
eles. Com um em especial tive muita dificuldade, não entendia direito os
sinais que usava e ele ficava desestimulado. A outra era bastante
espontânea e aprendeu a ler e escrever algumas palavras, ela ajudava o
colega. Não usávamos a LIBRAS porque sabíamos poucos sinais. Eu ficava
frustrada porque queria explorar mais o que eles eram capazes de
aprender, mas às vezes não sabia como. (PROFESSORA A - PESQUISA
DE CAMPO, 2015)
Em face dessa realidade, existem inúmeros desafios que vão desde a falta
de organização por parte dos órgãos que gerenciam a educação em cada realidade,
a desvalorização profissional, ausência de materiais didáticos pedagógicos, falta de
orientação pedagógica entre outros que permitem que o trabalho docente com
surdos seja menos eficiente. Desta feita, não podem ficar no meio desse desafio,
acuados ou angustiados. Diante das pressões, é notável que algumas alternativas
podem conciliar os desafios, pois trabalhar dentro desse contexto, requer
compromisso social do professor em buscar condições dignas , para que o processo
pedagógico seja efetivado ,de maneira que ele e o aluno surdo possam entender
que as diferenças existem, que os obstáculos estão presentes, mas que os surdos
não são inferiores dos demais sujeitos.
Com relação a esses desafios os professores apontaram a necessidade de
comunicação como a principal dificuldade enfrentada no processo de alfabetização
dos alunos em contexto, sem a mesma é impossível viabilizar o conhecimento.
Não sei me comunicar com surdo, foi surpresa receber um aluno surdo,
estou começando no magistério e minha formação é em matemática. É
muito difícil fazer a troca de informações com ele, os colegas do aluno é que
me ajudavam porque já convivem mais tempo, pelo fato de eu antes não
morar aqui não tenho essa experiência. (PROFESSOR C - PESQUISA DE
CAMPO, 2015).
Admirava a convivência dos alunos, até porque para eles é estranho já que
convivem na comunidade. Minha ex-aluna era bem aceita no grupo de
colegas, interagia nas brincadeiras e nas atividades de grupo dava tarefas
que pudesse realizar, Sempre lhe deixava à vontade, temia em constrangê-
la. Porém sempre tivemos muita dificuldade da comunicação, mas nos
esforçávamos. (PROFESSOR D - PESQUISA DE CAMPO, 2015).
[...] Os alunos não podem construir uma comunidade, não podem ficar à
vontade, se acharem que o preço a pagar é a indiferença as suas
diferenças e as de seus colegas. [...] O educador deve explorar
honestamente as diferenças, dando oportunidades aos alunos de
experimentar e compreender a diversidade dentro de uma comunidade
segura e protetora (STAIMBANCKS, 1999, p. 67).
Até então, é visto que esse processo caminha lentamente, uma vez que não
atende necessariamente toda clientela que dele depende para sua integração social.
Infelizmente, muitos direitos são negados e diante de muitas ações que deixam de
ser realizadas, percebe-se ainda, que muito se fala e que pouco se faz. A proposta
da educação para alunos surdos na rede regular por meio da sua língua materna, a
Língua Brasileira de Sinais, surge com a preocupação de melhorar as condições
didáticas e pedagógicas do ensino público. Pensa-se que as instituições públicas
são para o atendimento de todos os indivíduos, ocorre que pelo estudo pode-se
observar que na escola até então esse atendimento não se destina ainda para todo
tipo de público, devido a várias situações que afetam a escola, em especial o
despreparo dos professores ao lidarem com a clientela surda, por muitas vezes não
haver um currículo adaptado pela escola no sentido da orientação com alternativas
no atendimento de alunos surdos para que assim, sejam também inseridos na sala
de aula.
De acordo com Albres (2003) é evidente que a escola comum justifique não
saber, ainda, o que fazer com a criança surda, pois esse atendimento se distingue
do padrão por ela valorizado e ainda há o processo de estranhamento do diferente.
Para ter acesso á educação, por meio da LIBRAS, em uma escola comum
necessita-se de um profissional que traduza os conhecimentos que estão
sendo proporcionados nesse ambiente, este apoio vem ao encontro do
principio de respeito do diferente (ALBRES, 2003, p. 90).
Relondo (2001, p.51) chama atenção para essas questões quando coloca que :
Para Freire (2004, p. 14) o ato de aprender precede o ensinar e, foi assim
que historicamente homens e mulheres recriaram situações que permitiram vivenciar
novas experiências. Assim, homens e mulheres em condição de surdez, após muitas
lutas conseguiram o direito de freqüentar a escola comum a todos os indivíduos,
tendo seus ensinamentos mediados por meio de sua língua oficial, outra importante
conquista, porém até os dias atuais perpassa por muitas dificuldades.
Assim, é importante defender que a avaliação dos alunos surdos possa ser
mediada não pela sua diferença lingüística, mas principalmente pela sua capacidade
de aprender, eliminando as problemáticas mais presentes na educação do surdo
como aprovação sem aprendizagem, repetência por não poder aprender, evasão por
perceber que não faz parte da sala de aula e o desinteresse pela escola por não
sentir-se incluído.
Não posso garantir que o aluno surdo aprende em pelo menos 50%, a
resposta que ele me dá não é tão positiva para nós dois. Os conteúdos não
são todos transmitidos a ele, porque não me entende e não sei me
posicionar bem com ele. Faz atividades simples e sempre como se
estivesse iniciando. (PROFESSOR E - PESQUISA DE CAMPO, 2015).
Segundo estudos os direitos do aluno surdo estão agora amparados por Lei
mediante políticas públicas que são manifestadas com a entrada desses alunos na
escola de ensino regular, embora seja lamentável ver que na prática nem sempre
podem ser identificadas.
Infelizmente a realidade da escola que tem alunos surdos não difere dos
dizeres do autor naquele ano, conforme os relatos os sistemas que gerenciam o
processo educacional ainda não foram totalmente competentes no sentido de
confirmar o que já existe em textos de Leis.
A inclusão desses alunos no contexto da sala de aula foi mais uma questão
levantada para analisar se de fato são incluídos nas atividades pedagógicas, e, se
as mesmas estendem-se a eles considerando a sua diferença na comunicação, logo
a diferença na maneira de compreender as coisas.
Por fim, o estudo fez uma averiguação para o levantamento acerca da atual
realidade da educação de surdos na escola regular, a fim de identificar as mudanças
ocorridas após a citada Lei e acompanhar as atitudes da escola em função dessa
educação que é de grande relevância para a sociedade, considerando que a
educação deve contemplar a todos.
Chama-se a atenção para uma “escola inclusiva para surdos” que auxilie no
desenvolvimento de suas capacidades cognitivas, além de políticas que proporcione
a “todos” os alunos surdos oportunidades possíveis para aquisição da alfabetização
e consequentemente a aquisição de novos conhecimentos.
REFERÊNCIAS
CARVALHO, Rosita Edler. Educação Inclusiva com os Pingos nos Is. 2. Ed. Porto
Alegre: 2005.
DORZIAT, A. O outro lado da educação: pensando a surdez com base nos temas
Identidade/Diferença, Currículo e Inclusão. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006.
GIL, A. C.. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 1999.
NÓVOA, Antonio (org.) Professores e sua formação. Lisboa, Dom Quixote, 1998.
PARÁ. Secretaria de Estado de Meio Ambiente. Plano de manejo da Área de
Proteção Ambiental de Algodoal-Maiandeua. Belém: SEMA, 2012.
SACKS, Oliver. Vendo Vozes:; uma viagem ao mundo dos surdos. São Paulo:
Companhia das Letras, 1998.
SAVIANI, Nereide. Saber escolar, currículo e didática. Problemas da unidade
conteúdo/ método no processo pedagógico. Campinas, S. P: Autores Associados,
2003. (Coleção Ed. Conteporânea)
SASSAKI, RK- Inclusão: Construindo uma sociedade para Todos. Rio de Janeiro.
WVA, 1997.
TIBA, Içami. Educar para formar vencedores: a nova família brasileira. São Paulo:
Integrare Editora, 2012.
PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO
1. Sexo
( ) Feminino ( ) Masculino
2. Tempo de Serviço
( ) De 1 a 10 anos ( ) De 11 a 20 anos ( ) De 21 a 30 anos
3. Nível de escolaridade é:
a) ( ) Graduação
b) ( ) Especialização
c) ( ) Mestrado
d) ( ) Doutorado
4. Idade
( ) De 20 a 25 anos ( ) De 26 a 30 anos ( ) De 31 a 40 anos ( ) Acima de
40 anos
PERFIL PROFISSIONAL
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7. Quais as dificuldades presentes no processo ensino aprendizagem desses
alunos?
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12. Para a avaliação desses alunos são pensadas alternativas diferenciadas que
levem em conta a sua necessidade?
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