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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ


CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE CASTANHAL
FACULDADE DE PEDAGOGIA

AS DIFICULDADES DA LEITURA DOS ALUNOS DO 3º ANO


DO ENSINO FUNDAMENTAL NA ESCOLA MUNICIPAL DE
PENHALONGA VIGIA/PA: no olhar dos professores.

RONIEL PINHEIRO

Castanhal/PA
2017
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE CASTANHAL
FACULDADE DE PEDAGOGIA

AS DIFICULDADES DA LEITURA DOS ALUNOS 3º ANO DO ENSINO


FUNDAMENTAL NA ESCOLA MUNICIPAL DE PENHALONGA
VIGIA/PA: no olhar dos professores.

RONIEL PINHEIRO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado a Faculdade de Pedagogia
do Campus de Castanhal, Universidade
Federal do Pará, como parte dos
requisitos para conclusão do curso de
Licenciatura Plena em Pedagogia Parfor,
sob a orientação do Prof. Esp. Marinaldo
Carreira Maia.

Castanhal/PA
2017
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE CASTANHAL
FACULDADE DE PEDAGOGIA

AS DIFICULDADES DA LEITURA DOS ALUNOS 3º ANO DO ENSINO


FUNDAMENTAL NA ESCOLA MUNICIPAL DE PENHALONGA
VIGIA/PA: no olhar dos professores.

Roniel Pinheiro.

ORIENTAÇÃO: Esp. Marinaldo Carreira Maia.

BANCA:

_____________________________________________
Profª. Msc. Sandra Mara Carvalho Campelo

______________________________________________
Profª. Esp. Terezinha dos Santos Melo

Castanhal/PA
2017
Dedicatória

A Deus, a minha família, ao


orientador e professor Marinaldo
Maia, que contribuíram na realização
deste trabalho.
AGRADECIMENTOS:

Primeiramente, agradeço a Deus por alcançar mais uma vitória, pois, ele
colocou as pessoas certas na minha vida, para me ajudarem nos momentos mais
difíceis da minha trajetória de vida.
A minha vó Anilda (in memoriam) que sempre deu força na minha jornada
estudantil, a minha mãe Norma e meu padrasto André, a minha esposa Keila que foi
sempre compreensiva nas horas que precisava ficar só, a minha filha Fernanda e a
meu filho João Gustavo, ao meu tio Geraldo, que sempre emprestava sua moto no
período das férias para me deslocar da minha localidade para Colares/PA, e a toda
a minha família que sempre acreditou em mim.
Aos meus colegas de trabalho, a todos que participaram da pesquisa de
campo. Em especial, ao meu orientador Esp. Marinaldo Maia, a todos os professores
da UFPA, que contribuíram bastante para minha formação. E principalmente ao
Governo Federal, que me proporcionou realizar essa licenciatura em pedagogia.
Aos meus colegas de turma: Cleber, Terezinha, Keila, Cleiton, Cleni, Ivone,
Odicleia, Aldaleia, Davyson, Cilza, Raimunda, Natalino, Luciara e Ana Célia, que me
deram bastante apoio no período que estava estudando em Colares/PA.
Portanto, muito obrigado, por vocês fazerem parte da minha historia de vida,
que Deus abençoe a todos vocês.
“Quanto melhor for a integração relacional, maior
será o desejo de aprender o que não se sabe...”.
(Içami Tiba).
LISTA DE SIGLAS

a.C antes de Cristo


LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
PARFOR Plano Nacional de Professores da Educação Básica
PDDE Programa Dinheiro Direto na Escola
PPP Projeto Politico Pedagógico
s/d sem data
TCC Trabalho de Conclusão de Curso
UFPA Universidade Federal do Pará
RESUMO

O tema da pesquisa “As Dificuldades da Leitura dos Alunos 3º ano do Ensino


Fundamental na Escola Municipal de Penhalonga - Vigia/PA: no olhar dos
professores” O mesmo me levou a compreender e a perceber os fatores que estão
provocando a dificuldade da leitura, que proporcionou a oferecer alternativas para
minimizar a problemática. Mas, antes de começar a investigação foi realizado com
base em uma pesquisa bibliográfica, que teve a contribuição de vários autores com
fundamentação teórica que abordam a temática em questão. Neste sentido foi
desenvolvido uma pesquisa de campo com abordagem qualitativa, que tem como
objetivo de investigar quais os fatores que estão levando os alunos do 3º ano do
ensino fundamental da Escola Sandra Maria Monteiro Passos do município de
Vigia/PA, a apresentarem dificuldades no processo de ensino e aprendizagem na
leitura, os mesmos tomamos como sujeitos de estudo que foram manifestas na
concepção dos professores. Sendo que, para alcançarmos uma resposta que venha
ao encontro de nossa perspectiva foi abordada vários temas no decorrer do trabalho,
como: alguns fatores que podem estar colaborando para o fracasso da
aprendizagem da leitura e os desafios de implementações de uma educação de
qualidade no processo da aprendizagem da leitura, e outros. Portanto, De acordo
com os resultados da analise da discursão, foi possível detectar que a escola vem
buscando meios para melhorar a aquisição da leitura dos alunos do 3º ano do ensino
fundamental, através de projetos, elaborados pela própria escola, sobre a orientação
da coordenação pedagógica.

Palavras chaves: Dificuldades, Leitura, Aluno.


ABSTRACT

The present bibliographic study was developed through semi-structured qualitative


research. The purpose of this study is to investigate the factors that are leading the
students of the 3rd year of elementary school at the Sandra Maria Monteiro Passos
School in the municipality of Vigia / PA to present difficulties in the teaching and
learning process in reading. In order to reach an answer that meets our perspective
on the problematic in question, we seek to understand the historical process of
reading for human knowledge. The concept of reading and its importance for the
development of learning, as well as the relation of reading to the act of reading and
understanding the reality that surrounds it. Therefore, we took as the subject of this
study the students of the 3rd year of elementary school at the "Sandra Maria
Monteiro Passos" School, located in the town of Penhalonga, municipality of Vigia /
PA.

Keywords: Difficulties, Reading, Student.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 11

CAPITULO I ......................................................................................................... 13

O PROCESSO HISTÓRICO DA LEITURA PARA O CONHECIMENTO HUMANO.13

CAPITULO II ............................................................................................................ 23
A COMPREENSÃO DO CONCEITO DE LEITURA E SUA PROBLEMÁTICA PARA
APRENDIZAGEM. ................................................................................................... 23
2.1 Leitura: Conceito e definição. ...................................................................... 23
2.2 Alguns fatores que podem estar colaborando para o fracasso da
aprendizagem da leitura. ................................................................................... 24
2.3 Os problemas de saúde que comprometem a aprendizagem. ..................... 27
2. 4 Caracterização da escola. .......................................................................... 28
2. 5 Propostas para os desafios de implementações de uma educação de
qualidade no processo da aprendizagem da leitura na Escola Municipal de
Ensino Fundamental Professora Sandra Maria Monteiro Passos. ..................... 30
2.6 Metodologia. ................................................................................................ 32
2.7 Discussões dos Resultados. ........................................................................ 34
2.7.1 Perfil dos Professores, Gestor e técnico Pedagógico: .............................. 34
2.7.2 Questões especificas aos professores: ..................................................... 35
2.7.3 Questões especificas a administração pedagógica:.................................. 39
2.7.4 Questões especificas ao técnico pedagógico: .......................................... 41
CONSIDERAÇÕES FINAIS. .................................................................................... 44
REFERÊNCIAS: ...................................................................................................... 46
ANEXOS .................................................................................................................. 48
11

INTRODUÇÃO

Já trabalho como docente há mais de dez anos na rede municipal de


Vigia/PA. E sempre convivi com crianças que apresentaram dificuldade na aquisição
da leitura, pois, essa problemática não é um caso isolado, podemos perceber esse
fenômeno em quase todas as escolas publicas do ensino brasileiro.
Neste sentido com base nesse contexto educacional, percebemos que há
vários motivos que podem comprometer a aprendizagem da leitura, entre eles
destacamos, a falta da participação dos pais na educação de seus filhos, mais
interesse das politicas publica no que se refere a manutenção dos espaços físicos e
materiais didáticos pedagógicos e também a ausência de profissionais qualificados
para trabalharem com os alunos a superarem as dificuldades de leitura.
Diante dessa, problemática “dificuldades no ensino da leitura”, foi que se
pensou na realização deste Trabalho de Conclusão de Curso “As Dificuldades da
Leitura dos Alunos 3º ano do Ensino Fundamental na Escola Municipal de
Penhalonga - Vigia/PA: no olhar dos professores”, que trouxe como preocupação de
analisar quais os fatores que vem prejudicando a leitura dos alunos do 3º ano do
ensino fundamental através dos docentes da Escola Municipal de Ensino
Fundamental Profª. Sandra Maria Monteiro Passos, localizada no município de
Vigia/PA.
Neste sentido, procuraremos discutir e compreender os elementos que
comprometem a aprendizagem da leitura, conhecendo seu processo histórico no
decorrer dos tempos, para então propormos possíveis contribuições a superação
das dificuldades existentes na prática dos docentes no processo de aprendizagem
dos discentes.
Este trabalho de pesquisa esta dividido em 2 (dois) capítulos. Sendo que o
capitulo I esta organizado o levantamento de dados bibliográficos que traz uma
discursão da origem e o desenvolvimento da leitura, e de que forma a leitura foi
desenvolvida pelo sistema de ensino dentro da sociedade brasileira.
Já o capitulo II, vem abordar a compreensão do conceito de leitura e sua
problemática para aprendizagem, o mesmo esta divididos pelos seguintes subtítulos:
leitura: conceito e definição; alguns fatores que podem estar colaborando para o
fracasso da aprendizagem da leitura, assim como, os problemas de saúde que
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comprometem a aprendizagem; caracterização da escola; as propostas para os


desafios de implementações de uma educação de qualidade no processo da
aprendizagem da leitura na Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora
Sandra Maria Monteiro Passos; metodologia; discursões dos resultado e o perfil dos
sujeitos da pesquisa.
Além disso, a metodologia da pesquisa foi desenvolvida por meio da
abordagem qualitativa, a mesma norteara os estudos de campo através de
entrevista semiestruturada com aplicação de questionários, onde ocorrera a analise
de conteúdos que foi possível tabelar os devidos resultados coletados nas
percepções dos sujeitos que buscaram responder. Quais os fatores mais comuns
que levam os alunos a encontrarem dificuldades na aprendizagem da leitura?
13

CAPITULO I

O PROCESSO HISTÓRICO DA LEITURA PARA O CONHECIMENTO


HUMANO.

Antes do homem ter conhecimento do domínio da leitura e a sua relevância


para o processo da comunicação humana e social, os mesmo se comunicavam por
meio de gestos, ainda não tinha evoluído nem sequer a fala, imaginem ler algo
escrito. Segundo os pesquisadores os primeiros povos da terra eram nômades, ou
seja, andavam em pequenos grupos explorando os alimentos que a terra oferecia
por vários lugares. Pois, eles não tinham residências fixas, quando o alimento
acabava de uma região, eles saiam à procura de novas terras que oferecessem
alimentos com fartura. Esses alimentos eram: caças, frutos, raízes, peixes, etc. Essa
rotina dos povos nômades de se deslocarem de um lugar para outro, era muito
cansativa e perigosa. E seus instrumentos eram rudimentares (madeiras, pedras,
ossos), e na maioria das vezes colocavam sua vida em risco, devido a muitos
predadores como, tigres, onças, ursos, leões, entre outros animais e até mesmo
pessoas de outras tribos que defendiam seu território apesar de ser um território
temporário (QUEIROZ, 2001).
Quando os povos deixaram de ser nômades (era paleolíticos) e passaram a
ter suas residências fixas (era Neolítico), e assim começaram a surgir à primeira
escrita. Mas não foi em uma folha de papel, os pesquisadores acreditam que foi na
casca de árvores, em argila, em paredes das cavernas, em pedras, ou seja, essas
matérias primas faziam parte de seu cotidiano. Algumas pesquisas revelaram que os
povos da antiguidade registravam por meio de desenhos ilustrativos, em paredes de
cavernas o seu dia a dia, suas tarefas, suas culturas e até mesmo as pessoas que
faziam parte da sua família (filhos, filhas, mulher, marido, mãe, pai, etc.).
No período neolítico, as tribos começaram crescer, e surgiram vários
desafios para sua sobrevivência. Um desses desafios foi à comunicação entre os
povos, pois somente a comunicação verbal não era seguro para concretizar os seus
negócios, era preciso pensar em uma coisa mais concreta e segura para garantir os
seus direitos na hora de finalizar a venda, a troca ou a compra de certo produto no
mercado.
14

Mas, é por volta do século IV antes de Cristo, com a expansão do comércio


que surgiram os primeiros códigos e símbolos que marcavam os contratos dos
comerciantes e dos próprios consumidores. Essa nova pratica de envolver os
códigos e símbolos no acordo dos comerciantes e dos consumidores, o mesmo
prevaleceu durante o império babilônico, porém, a leitura que conhecemos hoje, que
pode ser por meio de livros, revistas, jornais, anúncios, etc. ainda era uma coisa
totalmente desconhecidas nesse período, os babilônicos queriam apenas organizar
o comercio, com finalidade de lucrar.
Conforme os estudos percebemos que a leitura evoluiu com os povos da
suméria, pois na babilônia foram criados somente os códigos e símbolos voltados
para o comercio, como já vimos no paragrafo anterior. Os sumérios habitavam nas
margens dos rios Eufrates e Tigres, porque era uma terra fértil e aumentava sua
produção, principalmente àquela voltada para agricultura. Eles também tinham
dificuldades com a estiagem. E para a água chegar até as suas plantações, eles
criaram o sistema de irrigação. E, através desse sistema, os sumérios também
fundaram 03 (três) cidades: Ur, Nippur, Lagash, segundo os pesquisadores.
Faz-se necessário ressaltar a importância dos sacerdotes sumérios quando
tiveram a ideia de criar um sistema simbólico para a linguagem, que foi uma
descoberta esplendida para um povo que não era conhecido por ser valente em
guerras como os povos da babilônia e os romanos. Também ficaram conhecidos por
suas arquiteturas e agricultura. Não se sabe a exatidão porque foi criado o sistema
simbólico para linguagem, talvez seja pelo motivo das constantes visitas de outros
povos para facilitar a transação de vendas e compras de seus produtos, pois os
mesmos tinham grandes comércios nessa época, que atraia todas as pessoas para
comprar e vender seus produtos.
O sistema de linguagem criado pelos sumérios está classificado desse
modo: a fonografia (representação gráfica dos sons das palavras), os pictogramas
(desenho ou signo de uma escrita; desenho esquemático normalizado, destinado a
significar, especialmente, em locais públicos, certas indicações simples), os
hieróglifos (tipo de escrita pictórica; a palavra geralmente se refere à antiga escrita
do Egito, mas é também usada para designar a escrita dos astecas e dos outros
grupos indígenas primitivos americanos), a escrita silábica ou logossilábica e a
escrita alfabética.
15

Como pode se observar, é a partir deste sistema de linguagem desenvolvido


pelos povos antigos que começam a surgirem os primeiros traços da escrita. E com
o passar do tempo vão surgindo os primeiros leitores. E com isso, fazia-se
necessário que a escrita fosse melhor interpretada pelos leitores da época. Contudo,
segundo alguns autores atuais para que a leitura tenha sentido, ela tem que ser bem
interpretada, ou seja, as pessoas devem compreender o que está escrito.
Os sacerdotes sumérios alfabetizavam somente os seus discípulos nos
templos religiosos, não haviam escolas como tem hoje para ensinar os alunos. Os
alunos que participavam das aulas dos sacerdotes eram somente aqueles que
tinham vocação para se torna um sacerdote. E essas aulas, não estavam
disponíveis para outra classe de pessoas que queriam ter formação em outra área
do conhecimento.
As atitudes dos sacerdotes, de negar o conhecimento da leitura para
pessoas comuns, empobreciam as classes dos trabalhadores, principalmente dos
agricultores, que queriam colocar seus filhos, nas salas dos sacerdotes para
aprenderem a leitura. Pois os filhos desses trabalhadores não tinham outra opção de
aprender a ler, porque somente os sacerdotes tinham o conhecimento da leitura e da
escrita.
Podemos perceber no decorrer desse estudo na medida em que o sistema
simbólico foi evoluindo, certamente os materiais que eram registrados a escrita,
também foi se modernizando. Como diz o pesquisador FISCHER1 sobre as
colocações do autor Silva (2009), que as primeiras escritas foram registradas em
tabuas de barros, couro, em papiro e rolos de 6m até 10m, depois em pergaminhos
até que veio o papel. Hoje a escrita esta disponível até online e pode ser impresso
por qualquer impressora desde que tenha o drive instalado no computador.
E ainda, no que se refere a limitação dos sacerdotes em levar o
conhecimento da leitura aos que queriam aprender, fez com que houvesse uma
invasão nas terras dos sumérios pelos Elamitas, Amoritas e pelos Acádios. Os

1 Steven Roger Fischer é doutorado pela Universidade da Califórnia e vive na Nova Zelândia, onde é
diretor do Instituto de Línguas e Literatura Polinésias, também é um dos maiores especialistas em
escritas antigas e seu feito mais notável foi decifrar um tipo de escrita cerimonial esculpida em placas
de pedra na Ilha de Páscoa (Chile) entre 1770 e 1860.

2 O pesquisador Rovilson Silva, usou como referencial teórico em sua pesquisa os seguintes autores:
(ALMEIDA JÚNIOR, 1997); (BORDINI, 1998); (CANDIDO, 1993); (CHARTIER, 1998); (EARP 2004);
(HALLEWELL, 1985); (LAJOLO E ZILBERMAN, 1988); (MORAES,1979); (VILLALTA apud ABREU,
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mesmos levavam pessoas cativas para trabalhar como escravos em suas terras,
principalmente pessoas letradas. Nesse caso, os sacerdotes e os discípulos que já
tinham um grau de conhecimento especifico bem elevado. Esses grupos de
invasores tinham interesse de usar os sacerdotes para habitar os seus templos e
com isso alfabetizar as pessoas que queriam se tornar sacerdotes. Lembrando que,
as pessoas que não fizessem parte dos templos religiosos, eram proibidas pelos
sacerdotes de aprender a ler, pois, só os sacerdotes tinham direito de ler e mediar
esse conhecimento para os seus discípulos.
A leitura, também teve um papel importante na França, segundo a autora
Kilian (s/d) no século XVII e XVIII, a mesma não foi muito agradável para alguns
moradores. Não que ela não tivesse nenhum valor a esses moradores, ao contrário,
a leitura era bastante apreciada, principalmente pelos leitores que queriam melhoria
na educação francesa. Nesse período, a França estava em fase de desenvolvimento
principalmente na economia, e para aumentar o lucro dos empresários, os mesmos
forçavam os trabalhadores a trabalharem severamente. Essas atitudes despertaram
os olhares de alguns autores e leitores críticos que eram contra a exploração desses
trabalhadores.
Foi nesse momento que houve um conflito de ideias entre os intelectuais
(escritores, leitores) e os empresários, tornado uma luta desleal. Pois, os
empresários tinham o governo ao seu lado, dando-lhes o total apoio. Essa situação
deu origem à proibição de algumas obras literárias que criticavam as classes dos
burgueses e dos políticos. As obras também defendiam os direitos dos
trabalhadores franceses. Uma dessas obras proibidas pelo governo francês, foi à
metáfora “O grande massacre de gatos”, como podemos compreender no
pensamento abaixo.

Com as mudanças econômicas, na fase de pré-industrialização francesa,


tem-se outro momento social: exploração dos operários, os quais se
alimentavam mal, com sobras que até os animais recusavam; não dormiam
bem à noite em função dos miados dos gatos dos patrões. Nos relatos de
Nicolas Contat, a história narra que os patrões tinham 25 gatos, sendo uma
gatinha a preferida da patroa. A partir dos incômodos causados pelos gatos
durante a noite e principalmente para o melhor tratamento destinado aos
animais do que a eles próprios por parte dos patrões, os operários resolvem
imitar os miados dos bichos por várias noites seguidas à janela do quarto
dos patrões. Estes revoltados com o barulho dos bichanos ordenam aos
empregados que os matassem. Aconteceu, assim, o grande massacre dos
gatos na Rua Saint-Séverin. O massacre seria uma metáfora dos operários
que se vingam da exploração dos patrões por meio da morte dos gatos
(KILIAN E CARDOSO, s/d, p. 03).
17

Diante dessa discussão abordada acima, percebemos que foi nesse período,
que começaram a surgir os leitores, que liam os livros em silêncios, sem despertar a
curiosidade dos ouvintes, porque os leitores estavam com medo da represália dos
policias que fiscalizavam as ruas de Paris. E os mesmos tinham medo de serem
apanhados com livros não autorizados pelo governo francês.
Os pesquisadores comentam que os livros produzidos na França ou até
mesmo de outros países, eram transportados nas charretes, através de outros
produtos que abasteciam as cidades da França, principalmente Paris, e quando os
fiscais pegavam os livros no meio das bugigangas dos mercadores eram queimados
e os condutores das cargas sofriam duras punições.
Os estudos acerca da leitura na França nos mostra que principalmente as
pessoas que trabalhavam no ramo da literatura, como editoras clandestinas que
reproduziam livros para o publico ler, contribuiu positivamente para a formalidade do
povo francês, que sofria com as normas dos governos públicos e dos empresários.
Também não podemos esquecer Roma, em relação à história da leitura,
uma vez que Roma, era um país religioso, ou melhor dizendo, até hoje continua
sendo um país religioso, mas não tanto radical como antigamente. A história da
leitura na Roma, não foi muito agradável aos olhos e aos ouvidos dos leitores e dos
escritores, principalmente as obras escritas na bíblia sagrada.
Os pesquisadores afirmam que os sacerdotes romanos não aceitavam que
pessoas comuns lessem a bíblia sagrada, eles queriam que o conhecimento da
bíblia ficasse somente para si. E todos os leitores que fossem pegos lendo a bíblia,
sofriam duras punições, e em alguns casos levavam até a morte. Os historiadores
relatam que os sacerdotes nunca acreditaram na história que Jesus Cristo, tinha
vindo para salvar a humanidade, e, muito menos a sua ressureição. Esse era uns
dos motivos da proibição da leitura da bíblia para pessoas que tinham vontade de
conhecê-la por meio da leitura.
Podemos compreender que tal discussão se fundamenta em Roma, quanto
as bibliotecas, as quais não eram abertas ao público, pois faziam parte das casas
pastorais, sendo assim, os livros estavam disponíveis somente para lideres
religiosos (padres, papa, sacerdote, etc.) e estudantes que eram alfabetizados ou
catequisados pelos padres romanos.
18

O filme “o nome da Rosa” do cineasta francês Jean Jacques Annaud, é uma


dura critica aos lideres religiosos de Roma do período medieval no ano de 1327. O
mesmo relata o que aconteceu nos conventos dos lideres religiosos, que foram o
envenenamento de alguns alunos ao terminarem de lerem algumas obras do acervo
da biblioteca. E o que levou esse fato fora do comum a acontecer nos conventos
religiosos, era porque os mesmos queriam manter o total domínio sobre o mundo da
leitura. Sendo que a mesma não era compartilhada com os cidadãos comuns da
sociedade romana.
Contudo, os lideres religiosos usavam o conhecimento da leitura para
explorar financeiramente os seus fies em suas sinagogas. E com isso, proibiam a
leitura da bíblia sagrada e algumas obras de escritores críticos. Pois, se lessem
essas obras proibidas desmascaravam esses lideres religiosos que não tinham
piedades de explorar seus fies, que muitas vezes colaboravam financeiramente e
ate mesmo usando suas forças físicas para construir suas mesquitas enormes, e
com isso mostravam que eram autoridade maior, e todo o povo tinha que acatar
suas ordens, prejudicando seriamente a educação desse povo, principalmente a
leitura.
Vale ressaltar que a educação dada pelos padres romanos era totalmente
tradicional e a leitura dos livros eram limitadas, ou seja, os alunos não tinham
liberdade para ler qualquer livro da biblioteca, principalmente os livros que
revelavam a façanha dos próprios religiosos, como a bíblia e outras obras literárias
de escritores críticos.
O domínio dos romanos chegou também em Portugal, dando inicio ao
processo de ensino nas terras de portuguesas, abrindo espaço para catequizar os
portugueses.
A leitura que conhecemos hoje no Brasil, é uma herança dos portugueses, a
mesma não foi deixada pelos índios, lembrando que a educação dos portugueses foi
influenciada fortemente pelos romanos, mais através do conhecimento da leitura os
indígenas também se fortificaram como diz Freire (2003, pg. 23) “Na medida, porém,
em que me fui tornando íntimo do meu mundo, em que melhor o percebia e o
entendia na “leitura” que dele ia fazendo, os meus temores iam diminuindo”. Os
portugueses começaram a provar do seu próprio veneno. A medida que os
brasileiros iam conhecendo mais o mundo da leitura, aos poucos foram se libertando
da escravidão, porque a leitura tem esse poder de libertar todas as pessoas que não
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conhecem o seu direito na sociedade, tornando assim pessoas livres para se


expressar e dar sua contribuição para melhorar a comunidade a qual ele faz parte.
Neste sentido, os leitores críticos iam ganhando força em seus movimentos
contra os portugueses, que resultou na expulsão dos jesuítas do solo brasileiro,
comandado pelo Márquez de Pombal. Porém, o sangue dos portugueses já tinham
se misturado com o sangue dos indígenas brasileiros. Por outro lado, a presença
dos portugueses no solo brasileiro, contribuiu com a chegada da leitura, apesar da
devastação na flora, fauna e nas tribos indígenas, causada pelos mesmos.
Conforme a pesquisa do autor Rovilson Silva2 (s/d), a leitura no Brasil, sendo
no campo ou na cidade, no século XVI ao século XVIII, não era prioridade do
colonialismo português e dos políticos públicos, que nessa época era um governo da
corte de Portugal. Os mesmos dificultavam ainda mais a leitura para o povo
brasileiro, que tinham o desejo de aprender a ler. Mas, os rudes colonos estavam
mais preocupados de trabalhar para a corte portuguesa, do que a serem
alfabetizados, e não sabiam que tendo o conhecimento da leitura poderiam mudar
suas vidas.
Algumas obras, de escritores brasileiros e até mesmo escritores
portugueses, que eram contra a exploração dos talhadores brasileiros (colonos,
artesões ou operários), foram proibidas, como aconteceu com as obras dos
europeus. E se não bastasse esse problema, ainda tinha um outro problema que ia
de encontro a publicação das obras dos autores, que foi a financeira. Pois, as
editoras não tinham materiais suficientes para reproduzir as obras dos autores,
como impressoras, e quando ocorria a compra das impressoras custavam chegar.
Esses problemas causaram prejuízos para os escritores, editoras e para os leitores
que deixavam de conhecer as obras dos escritores. Nessa época poucas pessoas
tiveram acesso aos livros principalmente os leitores leigos que não tinham uma boa
renda financeira, tornando um país que pouco lê. Os poucos livros produzidos no
Brasil circulavam somente entre os burgueses, políticos públicos, lideres religiosos e
pessoas que tinham uma renda financeira boa.

2 O pesquisador Rovilson Silva, usou como referencial teórico em sua pesquisa os seguintes autores:
(ALMEIDA JÚNIOR, 1997); (BORDINI, 1998); (CANDIDO, 1993); (CHARTIER, 1998); (EARP 2004);
(HALLEWELL, 1985); (LAJOLO E ZILBERMAN, 1988); (MORAES,1979); (VILLALTA apud ABREU,
2002) (ZILBERMAN, 1986).
20

Os registros das obras dos escritores brasileiros não eram mais em


tabuinhas de argilas como ocorreu com povos da suméria no século IV a.C. Os
registros da escrita já encontrava-se em livros, reproduzidos por impressoras,
facilitando a vida de alguns leitores brasileiros que não tinham nenhum problema
com a corte portuguesa. E com toda essa modernidade na leitura, os portugueses,
não facilitaram o trabalho dos escritores brasileiros, os mesmos não demostravam
respeito e nenhum interesse pelas obras dos escritores. Ao contrario proibiram até a
produção da tipografia (processo de impressão, no qual se usam formas em relevo
como: caracteres, móveis, gravuras, clichês etc.). Esses problemas da aquisição da
leitura no Brasil, talvez sejam porque os políticos portugueses já tinham experiência
com os leitores críticos na Europa. Pois, muitas vezes saiam para rua reivindicar
seus direitos trabalhistas.
Na medida em que iam crescendo os números de leitores no Brasil, os
burgueses juntamente com os cleros iam perdendo os direitos que eles achavam ter
sobre as classes dos trabalhadores. Pois, os trabalhadores não eram respeitados
pelos seus patrões, os mesmos tinham salários baixos, e muitas vezes trabalhavam
em ambientes precários. Vale ressaltar que os portugueses colonizaram o Brasil, e
conheciam muito bem a reação de um leitor critico. Quando os seus direitos
trabalhistas ou de outro cidadão eram violados, essa experiência já veio desde o
continente europeu, levando os portugueses a dificultarem a vida dos escritores e
das editoras que precisavam do financiamento do governo para publicar as suas
obras.
A escola no período colonial era para poucos, somente os filhos dos
burgueses tinham direito a educação, enquanto o restante da população brasileira
ficava fora da escola, sem ter direito pelo menos de aprender a ler. Já nesse período
as bibliotecas formadas pela corte portuguesa eram particulares, e atendiam
somente os filhos dos burgueses para realizarem suas pesquisas. Enquanto os
filhos dos trabalhadores colonos iam herdando a mesma profissão de seus pais, que
trabalhavam como escravo para manter a vida de luxo, dos burgueses,
(ROVILSON SILVA, s/d).
Segundo Santos (s/d), o Brasil passou por constates transformações em
relação à leitura desde a chegada dos portugueses, que foi no século XV até em
nossos dias atuais. Mas foi na segunda metade do século XIX que a leitura começou
a ter uma direção positiva, porque no período do império e na própria republica
21

velha, a educação brasileira não tinha organização e muito menos lei que garantisse
que as pessoas pobres do nosso país tivessem direito a educação escolar. Como já
foi comentando acima a educação escolar era somente para os filhos de pessoas
que tinham boas condições financeiras. Sendo assim, a educação oferecida no
século XVI até a primeira metade do século XIX era praticamente privada.
Já na segunda metade do século XIX ocorreu uma grande mudança na
educação brasileira. Pois, a pesquisadora Santos, afirma em seu artigo que a LDB
virou lei, quebrando mais a força dos burgueses e dos lideres religiosos, que tinham
uma grande influencia na educação brasileira.

Em 20 de dezembro, o projeto foi transformado em Lei, Lei de Diretrizes e


Bases da Educação Nacional – n°. 4024 –, pelo Presidente João Goulart,
com veto a 25 dispositivos, que foram posteriormente aprovados pelo
Congresso Nacional. A partir de 1961, com base na “velha” Lei, assim
chamada por ter permanecido em discussão tão longo tempo, as escolas
brasileiras passaram a ter maior liberdade na elaboração de programas e no
desenvolvimento de conteúdos de ensino. Foi propiciada a criação de
setores especializados nas escolas para coordenar suas atividades.
(SANTOS, p. 12, s/d).

Foi nesse período, que a escola nova, já estava fazendo as grandes ações
para melhoria dos brasileiros, que não tinham condições financeiras para estudarem
em uma escola particular. A luta dessas pessoas que queriam uma educação
melhor, resultou com a criação da primeira lei, que foi a LDB, a mesma deu o inicio a
um ensino publico e gratuito para todas as pessoas que queriam estudar. Essa nova
realidade que o Brasil estava vivendo no momento, estendeu a leitura para muitos
brasileiros. E abriu as portas para criação de vários programas, que até hoje
beneficia milhares de estudantes. Mas, educação brasileira ainda sente os efeitos
negativos das pessoas que queriam somente o conhecimento da leitura para sua
família, resultando no atraso do desenvolvimento do país, tornando um país com
auto índice de analfabetos.
Quando a leitura surgiu no Brasil, não foi nada fácil, conforme o que já vimos
nos estudos acima. Hoje a leitura se encontra em varias fontes, como em: livros,
computadores, celulares, revistas, jornais, gibis, tabletes e também está disponível
na internet, no qual é uma ferramenta poderosa, que ajuda bastante os leitores e os
22

pesquisadores de ficar bem informados e atualizados sobre as notícias que abordam


os problemas que afetam e dizem respeito do mundo em que vivemos.
Portanto, faz-se necessário ressaltar que a leitura no que diz respeito ao seu
desenvolvimento e sua universalização não está relacionada somente a um ensino
de eficiência e popularidade, uma vez que a leitura é dinâmica, à medida que para
se desenvolver necessita do processo cultural de forma contextualizada, uma vez
que o conhecimento não se constitui de forma fragmentada. Mas numa concepção
global como percebemos nos estudos realizados acerca da temática em questão.
23

CAPITULO II

A COMPREENSÃO DO CONCEITO DE LEITURA E SUA


PROBLEMÁTICA PARA APRENDIZAGEM.

2.1 Leitura: Conceito e definição.

A leitura pode ter vários conceitos, dependendo da visão de cada autor, por
exemplo, uma pessoa não alfabetizada consegue ler o mundo, que faz parte do seu
ambiente, ou seja, um pescador tem conhecimento da pesca, ele sabe qual o
material que é preciso para pescar, e qual maré é boa para um determinado
pescado. Essas são umas das atividades que o pescador conhece muito bem, não
foi preciso o pescador, frequentar diariamente a sala de aula para aprender a
pescar, o próprio mundo o ensinou a ser conhecedor da pesca. Porém, é muito difícil
você ver um pescador ou até mesmo um agricultor rural questionar os seus direitos
trabalhistas.
Diante dessa abordagem pode ser melhor compreendido tais colocações:
quando voltamos para a discursão anterior sobre o histórico do processo da leitura,
uma vez que no decorrer do processo em diversos momentos deixa claro, que a
falta da leitura contribui muitas das vezes para a submissão de diversas categorias
sociais sobre aqueles que detinham o domínio e o conhecimento da leitura como a
classe burguesa ou cleros.
Neste sentido podemos perceber conforme os estudos bibliográficos até
então que a leitura é muito importante para o desenvolvimento da humanidade. Por
isso o país em que sua população pouco ler, segundo alguns autores, se encontra
em situação precária, por exemplo, o Brasil que atualmente vem encontrando
dificuldades de arrumar profissionais qualificados para promover uma educação,
uma saúde de qualidade e outras áreas no que se refere aos aspectos que
envolvem a sociedade.
Diante das questões que envolvem a discussão sobre o fenômeno da leitura,
para melhor compreendermos o significado desse conceito, faz-se necessário que
não é somente decodificar o texto escrito, é preciso que o leitor entenda o que ele
24

está lendo para poder interpreta o texto, ou seja, o leitor que somente ler o texto, e
não faz uma analise do que ele está lendo, o mesmo pode não conseguir entender a
mensagem do texto. Já um leitor que ler e faz analise do texto, o mesmo pode
contribuir positivamente para o desenvolvimento da sua comunidade, da sociedade
e do seu país.
Neste sentido, a leitura é muito mais importante para o desenvolvimento do
leitor, em sua jornada escolar ou até mesmo para sua vida profissional, porém, a
leitura está sendo pouco trabalhada em sala de aula, principalmente nas escolas
que faltam maior investimento das políticas públicas no que se refere a manutenção
dos espaços físicos e matérias didáticos pedagógicos, para que se desenvolva a
aprendizagem da leitura e consequentemente a consciência crítica do indivíduo.
Diante das discussões sobre a leitura, percebemos que algumas pesquisas
a pontam que a escrita, está sendo prioridade nas escolas, deixando a leitura no
segundo plano, proveniente talvez, porque vem exigindo maior tempo e esforço de
alguns profissionais da educação, que muitas das vezes não possuem condições
para atuarem com maior desempenho, devido a fatores inerentes a política adotada
pelo sistema educacional brasileiro. Sendo assim, é necessário termos consciência
que para a criança aprender a ler todo o código da linguagem, tem que haver
bastante empenho dos profissionais da educação, porque esse processo é bastante
lento, que começa com o reconhecimento das letras, formação de silabas, depois a
formação de palavras, até chegar à leitura de textos.
Portanto, é necessário ressaltarmos que as colocações a respeito da escrita
não possui nenhum sentido negativo ou pejorativo sobre a desvalorização da
mesma no processo de aprendizagem, uma vez que a escrita tem um valor
indispensável para o desenvolvimento da leitura, mas é por meio da leitura que a
criança consegue entender o que está escrito.

2.2 Alguns fatores que podem estar colaborando para o fracasso da


aprendizagem da leitura.

São muitos os fatores que estão influenciando na dificuldade de


aprendizagem da leitura. E um desses fatos é problema cultural da criança, pois, o
autor Içami Tiba (2014), afirma que muitos casais estão se separando, para viverem
25

a sós ou com outro cônjuge, forçando os pais a procurarem ajuda de terceiros para
cuidar de seus filhos, principalmente levar as crianças a escola e ajudar nos
trabalhos escolares, porém, muitas dessas pessoas não têm nenhuma
responsabilidade com a educação dessas crianças, deixando-a desnorteadas na
vida e sem nenhuma perspectiva de avançar no seu processo de aprendizagem.
Sendo assim, os pais começam a dar liberdade para os seus filhos, sem ter
nenhuma preocupação, possibilitando os seus filhos a se envolverem com drogas.
Essa situação de adolescente e até mesmo criança a se envolver com drogas, vem
aumentando a cada ano que passa, deixando a criança completamente desmotivada
para frequentar regulamente a escola.
Nesse sentido o autor Carneiro (2013), reforça esse pensamento que muitos
pais, realmente não estão cumprindo com suas obrigações de ajudar os seus filhos
na educação escolar, como: levar diariamente a criança para escola; ajudar a
criança no trabalho escolar; deixam de participar das reuniões realizadas na escola,
para saber como vai o desenvolvimento da criança; não participam de nenhum
projeto da escola. Essas atitudes dos pais estão levando esses alunos ao fracasso
escolar principalmente na dificuldade da leitura.
Infelizmente são casos que vem acontecendo em muitas famílias. É nesse
momento que o educador tem que ficar mais atento com as mudanças de seus
alunos e procurar saber, porque a criança perdeu o interesse de estudar ou porque
nunca teve interesse de estudar. Sendo assim, o ambiente que a criança se
encontra pode influenciar na sua educação escolar, tanto para o seu sucesso ou
para o seu fracasso. Além disso, muitas crianças vêm de família de baixa renda,
porque muitos pais não são a salariados os mesmos sobrevivem de pequenas
agriculturas, da pesca, do marisco, da coleta de frutos regionais (o açaí, pupunha,
cupuaçu, etc.) e os mesmos têm muitos filhos principalmente os pais que moram no
campo.
Diante dessa situação conforme alguns autores, que saem perdendo são os
alunos que precisam do apoio dos pais, porque nem todas as crianças conseguem
aprender a ler com a mesma facilidade. Pois, algumas aprendem, quando o
professor está explicando o conteúdo somente para ela, isto é, a mesma não
consegue aprender a leitura quando a explicação do professor é para toda a classe,
geralmente isso acontece mais em turmas superlotadas. Portanto, é nesse momento
26

que a participação dos pais pode fazer a diferença na educação escolar dessas
crianças.
Pois, alguns autores afirmam que muitos alunos estão encontrando
dificuldades no processo da leitura, porque a metodologia aplicada pelo professor na
sala de aula, na maioria das vezes não condizem com a realidade de alguns alunos,
já outros aprendem sem nenhuma dificuldade, com a mesma metodologia aplicada
na sala de aula pelo professor. Essa situação fica como um alerta para os
professores reverem os tipos de metodologia que estão sendo aplicadas em sala de
aula. Como diz Paulo Freire:

Outro saber fundamental à experiência educativa é o que diz respeito à sua


natureza. Como professor preciso me mover com clareza na minha prática.
Preciso conhecer as diferentes dimensões que caracterizam a essência da
prática, o que me pode tornar mais seguro no meu próprio desempenho
(FREIRE, 2004, p. 72).

Conforme a fala de Paulo Freire, o professor tem que conhecer pelo menos
o ambiente que ele se encontra, isto é, sua própria sala de aula, porque dentro da
sala de aula existe varias dimensões de alunos, com problemas culturais, sociais,
econômicos, familiar e religioso, que leva esses alunos a encontrarem dificuldade na
educação escolar.
No que se refere à educação pública brasileira, infelizmente percebemos
uma grande distorção no que tange a realidade de certas escolas em relação a
outras, proveniente ao seu espaço físico e geográfico, pois algumas escolas, por
estarem em áreas consideradas de bom acesso, como é o caso das escolas que
estão nos centros urbanos das cidades, ou bairros com maior infra estrutura sociais,
apresentam melhores recursos disponíveis por parte de seus governantes, em
relação as escolas que se encontram nas regiões periféricas das cidades ou nas
zonas rurais.
Também a falta de livros didáticos adequados para a realidade da criança
vem prejudicando seriamente a educação dos educandos, que precisam dos livros
para poder aprender a ler e interpretar os textos, porque têm muitos alunos que
ainda não sabem ler textos com palavras difíceis, ainda têm aqueles que não sabem
ler, nem se quer palavras simples, como: bola, tatu, vaca, etc.
Desse modo Lajolo (2005) afirma que a escola é muito importante no
desenvolvimento cognitivo da criança, pois é por meio da escola que muitas crianças
27

começam ater os primeiros contatos com os livros, portanto cabe ao professor saber
selecionar os livros conforme a faixa etária da criança, para despertar a curiosidade
em relação ao conteúdo dos livros. Fazendo assim, a escola estará ajudando o
aluno a adquirir experiência para ao longo de sua vida.
Portanto, esses problemas que foram abordados acima estão levando os
alunos a encontrarem dificuldade no momento da aquisição da leitura, pois, a
mesma exige muita participação e dedicação dos professores, da família e do
próprio aluno.

2.3 Os problemas de saúde que comprometem a aprendizagem.

Diante de tanta dificuldade na aprendizagem de leitura dos alunos,


principalmente dos alunos do 3º ano do ensino fundamental, vale ressaltar que o
aluno pode também encontrar outros problemas que pode contribuir para o fracasso
da leitura, como podemos perceber o caso da dislexia3, onde o aluno encontra
muita dificuldade para ler e escrever. Ele pode até receber motivação e toda a
atenção dos pais e dos professores, mesmo assim, avançam de forma lenta na sua
aprendizagem, em comparação aos outros alunos que não têm a dislexia.
Além disso, muitas famílias e profissionais da educação (professores,
professoras, gestores, técnicos) por falta de conhecimento em relação à dislexia,
estão prejudicando seriamente a educação desses alunos, porque o aluno sofre
bullying pelos seus colegas, pelos profissionais da educação e até mesmo pelos
seus próprios familiares, pelo fato de não aprender a ler com mesma facilidade dos
seus colegas da mesma idade, pois essa situação pode possibilitar futuramente a
evasão escolar desses alunos.
Também, percebemos que muitos professores apresentam uma didática
única para todos os alunos. Com isso, os alunos têm que se esforçar para
acompanhar a aula, como é o caso do aluno que tem problema na visão, que terá
que acompanhar a turma com a mesma eficiência, precisando de um

3
A dislexia, segundo o Dicionário Prático de Pedagogia (2011, p.99) é um distúrbio de leitura quase
sempre acompanhado de alterações cerebrais relacionadas com a aquisição da linguagem escrita de
maneira quase específica, isto é, outras funções intelectuais e capacidade sensorial estão
conservadas. Portanto, a dificuldade na leitura não decorre de rebaixamento mental, distúrbios
sensoriais auditivos ou visuais nem de problemas emocionais ou pedagógicos; Dificuldade ou
incapacidade para ler ou compreender a leitura realizada, causada por uma lesão cerebral.
28

acompanhamento diferenciado do professor, no sentido de ajudar em sua


dificuldade na sala de aula.
Outra dificuldade que compromete a aprendizagem do aluno no que se
refere a leitura, é o problema de audição, que por não escutar o professor falar na
sala de aula de forma precisa. Além disso, muitas vezes o aluno é tímido, para
conversar com o professor sobre a sua deficiência e dificuldades, que podem
prejudicar seriamente o avanço de sua aprendizagem.
Analisando tais problemas que podem contribuir para comprometer o aluno
no processo de aprendizagem, percebemos que muitos professores não ficam
atentos para algumas manifestações que o aluno apresenta na hora da aula,
principalmente quando o professor está explicando seu conteúdo. Mesmo o aluno
falando que não está entendendo, o professor muitas vezes nessa situação manda o
aluno se calar, ou simplesmente fala que não vai mais explicar o conteúdo,
comprometendo assim o educando.
Sendo assim, os estudos desenvolvidos a respeito dessas questões
discutidas acima, muitas vezes não são percebidas por alguns profissionais da
educação, por falta de conhecimento, pois, não procuram saber, porque essa
criança está encontrando dificuldades em sua aprendizagem, os mesmos pensam
que é normal algumas crianças encontrarem dificuldades no seu processo de
ensino, deixando esses problemas fazerem parte do seu dia adia, sem demostrar
qualquer interesse para soluciona-lo.

2. 4 Caracterização da escola.

A escola Municipal de Ensino Fundamental “Professora Sandra Maria


Monteiro Passos”, é uma escola pública, pertencente ao município de Vigia/PA, está
localizada na zona rural, Vila de Penhalonga, acerca de 33 quilômetros da sede do
referido município.
A escola por muitos anos permaneceu na rede Estadual de Ensino. Na
década de 50 até meados da década de 60, funcionava em residências, que eram
cedidas pelos moradores da localidade, nesse período as professoras que atuavam
na mesma, chegaram cursar apenas a 5ª série do 1º grau. Porém, a escola sempre
29

teve somente um (a) diretor (a) e uma secretaria, a mesma fazia o papel do vice
diretor (a) na sua ausência.
Ainda na década de 60, a comunidade foi agraciada com um prédio próprio
constituído de uma sala de aula, dois banheiros e uma merendeira, funcionando em
três turnos: manhã, intermediário e tarde. Já na década de 80 a escola foi então
contemplada pelo então deputado Exmo. Sr. Domingos Juvenil, com mais duas
salas de aula e uma secretaria, aumentando o quadro de funcionários, uma vez que
a demanda de alunos já era bastante relevante.
Em 1995, veio à municipalização de 1ª a 4ª série, então houve o
desmembramento das modalidades, uma vez que o prédio atendia até a 8ª série do
Ensino Fundamental.
No ano de 2006, na gestão da prefeita Marlene Vasconcelos, foram
construídas duas salas de aula e dois banheiros, em um terreno que a prefeita
comprou de um morador da comunidade. A escola tinha na época 194 alunos, a
mesma não tinha espaço suficiente para acomodar todos esses alunos, nos turnos
manhã e tarde, por esse motivo uma turma funcionava em anexo.
Antes da inauguração que foi no dia 09 de agosto do ano de 2010, pelo
prefeito de Vigia/PA, Noé Xavier Rodrigues Palheta, a escola teve dois nomes:
Escola Estadual de Ensino Fundamental de Penhalonga, quando a escola fazia
parte da rede estadual de ensino; já o segundo nome Escola Municipal de Ensino
Fundamental “Penhalanga”, quando a rede de ensino do estado desvinculou do
município, sendo assim após, a inauguração a escola recebeu um novo nome,
Escola Municipal de Ensino Fundamental “Professora Sandra Maria Monteiro
Passos”, cujo nome foi sugerido em memória de uma professora, que muito
contribuiu para a educação de muitas crianças da localidade, a mesma sempre
residiu na presente vila.
Atualmente a mesma funciona como escola polo, o seu nível de ensino e
apenas Fundamental menor, com 193 alunos matriculados regulamente. Sua
estrutura física é boa com carteiras suficientes e adaptadas de acordo com a idade
das crianças, o mobiliário como armário e estantes também suficientes e em estado
bom.
Possui uma sala de diretoria, uma sala de secretaria com um arquivo, uma
cozinha, um refeitório, uma área pequena para o recreio dos alunos, um banheiro
para os funcionários, três banheiros para alunos sendo um adaptado para pessoas
30

com deficiência, um computador, uma impressora, uma máquina de Xerox com


defeito e um Datashow, etc.
A referida escola não possui biblioteca, quadra de esportes, laboratórios de
informática e nem sala de leitura. Os turnos de funcionamento são manhã e tarde
com nove turmas, sendo pela manhã 2º, 3º, 4º e 5º ano e a tarde 2º, 3º, 4º e 5º ano,
e o 1º ano funciona à tarde em outro local, devido à escola possuir apenas quatro
salas de aula, pois os pais não aceitaram o turno de intermediário, alegando que
esse horário dificulta a aprendizagem das crianças.
O quadro de funcionários está dividido assim: pelo turno da manhã 04
(quatro) professores, 02 (dois) serventes, os mesmos são responsáveis em fazer a
merenda e a limpeza da escola, 02 (duas) cuidadoras que cuidam dos alunos
especiais, 01 (uma) secretária; no turno da tarde trabalham 05 (cinco) professores,
02 (dois) serventes, 01 (uma) cuidadora, 01 (um) auxiliar de secretaria, já no turno
da noite 03 (três) vigias que trabalham na segurança da escola. A referida escola
também tem apenas 01 (uma) gestora e 01 (uma) coordenadora pedagógica.
Somando um total de 23 funcionários.
A escola está com um projeto de leitura para ser aplicado onde todos os
docentes estão envolvidos e empenhados com apoio da coordenadora pedagógica,
que segunda a gestora está contribuindo com as ações docentes, pois e o primeiro
ano que a escola recebe este apoio. Por motivo das aulas terem iniciados no mês de
março à direção e demais funcionários ainda não se reunirão para dar continuidade
da elaboração do PPP.
O recurso que a escola recebe e o PDDE ao qual e administrado pelo
conselho escolar formado por funcionários, pais de alunos e pessoas da
comunidade. É com esse recurso que se compra o material Pedagógico, produtos
de limpezas e outros.

2. 5 Propostas para os desafios de implementações de uma educação de


qualidade no processo da aprendizagem da leitura na Escola Municipal de
Ensino Fundamental Professora Sandra Maria Monteiro Passos.

Segundo Paulo Freire (2004), o professor não tem que está somente focado
em repassar os conteúdos na sala de aula, mas ajudar os alunos a superarem suas
31

dificuldades na leitura, ou seja, estimulando os alunos a lerem de forma prazerosa,


por meio de palestras, roda de conversas, leituras atrativas (gibis, parlendas,
historinhas, etc.). Tudo isso são formas que o professor pode usar como ferramentas
para desenvolver a aprendizagem dos seus alunos.
Para compreender mais sobre a prática do professor, abaixo está à fala do
autor Paulo Freire (2004, p.53):

É preciso insistir: este saber necessário ao professor – que ensinar não é


transferir conhecimento – não apenas precisa ser apreendido por ele e
pelos educandos nas suas razões de ser antológica, política, ética,
epistemológica, pedagógica -, mas também precisa ser constantemente
testemunho, vivido.

Conforme o pensamento do autor, um bom educador busca meios para


melhorar a sua pratica de ensino e que venha ajudar no desenvolvimento da
aprendizagem de seus alunos, ou seja, o professor é apenas um mediador desses
conhecimentos.
Ainda no que se refere a leitura, a autora Marisa Lajolo (2005) ressalta a
importância de criar um projeto de leitura na escola que venha envolver o professor,
o aluno, o técnico pedagógico, a gestão escolar, e a própria comunidade. Para que a
leitura venha tornar-se efetiva na vida dos alunos de forma prazerosa e não de
forma mecânica e que venha estimular os alunos a gostarem de ler.
A escola também poderá realizar um projeto de leitura diretamente para os
pais de alunos, porque muitos não têm o hábito de ler e o objetivo desse projeto
seria incentivar os pais a lerem em suas casas, para mostrarem aos seus filhos que
a leitura não faz parte somente da escola, pode estar também presente em suas
casas. Pois, muitas crianças imitam os seus pais, e se os pais não leem, a criança
muito menos vai se interessar pela leitura e a transformação do hábito dos pais em
relação à leitura, com certeza levara a criança a ter mais interesse em ler. (LAJOLO,
2005).
Nesse sentido as autoras Teberosky e Colomer (2003, p.36) afirmam que
“as crianças que realizam poucas práticas de leitura têm mais dificuldades para
interpretar e produzi textos, e não obtêm tantos benefícios de suas experiências
escolares”. As ideias das autoras reforçam a importância do ato de ler. Hoje em dia
muitas crianças não tem esse hábito de leitura, sendo na escola, na rua ou em suas
casas, muitas preferem se divertirem com seus brinquedos tecnológicos deixando de
32

lado os livros, revistas e outras fontes de leitura que venha contribuir nesse
processo.
Também não podemos ignorar que existem outros fatores importantes que
podem contribuir para desenvolver a leitura das crianças, como: uma escola que
tenha todos os recursos de materiais didáticos, salas de aula climatizadas com
poucos alunos para o professor trabalhar, laboratório de informática, bibliotecas,
professores bem remunerados e que tenham pelo menos um curso voltado para sua
área especifica; quadra de esporte, merenda de qualidade equipe pedagógica
completa; conselho escolar sempre bem ativo e principalmente o apoio das famílias
Todas essas coisas sem duvida ajudariam muitas crianças a superarem suas
dificuldades de aprendizagem, principalmente na leitura.
Nesse sentido, as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica,
afirma que:
A criação de um ambiente propício à aprendizagem na escola terá como
base o trabalho compartilhando e o compromisso dos professores e dos
demais profissionais com a aprendizagem dos alunos; o atendimento às
necessidades específicas de aprendizagem de cada um mediante formas
de abordagem apropriadas; a utilização dos recursos disponíveis na escola
e nos espaços sociais e culturais do entorno; a contextualização dos
conteúdos, assegurando que aprendizagem seja relevante e socialmente
significativa; e o cultivo do diálogo e de relações de parceria com as famílias
(BRASIL, 2013, P.119-120).

Portanto, Diante dessas dificuldades segundo Lajolo (2005), a escola se


torna um instrumento fundamental na vida desses alunos, disponibilizando suas
ferramentas para ajudar a superarem as suas dificuldades na aquisição da leitura e
a conquistarem os seus objetivos para as suas vidas profissionais e pessoais.

2.6 Metodologia.

Apresente pesquisa utilizou-se de método qualitativo com procedimentos


bibliográficos, apoiando-se em vários teóricos como Freire (2004), Kramer (2010),
Silva (2009), Teberosky e Colomer (2003), e outros, para dar fundamentos no
trabalho em questão. E também na pesquisa de campo, verificarei a partir da
percepção dos professores os fatores que dificultam a aprendizagem de leitura dos
alunos do 3º ano do ensino fundamental da Escola Municipal de Ensino
Fundamental “Professora Sandra Maria Monteiro Passos” de Vigia/PA.
33

Nesse sentido também os autores Bogdan e Biklen (1994, p.49), falam


abaixo sobre abordagem da pesquisa qualitativa.

A abordagem da investigação qualitativa exige que o mundo seja


examinado com ideia de que nada é trivial, que tudo tem potencial para
constituir uma pista que nos permita estabelecer uma compreensão mais
esclarecedora do nosso objeto de estudo.

Os autores ressaltam o que vem acontecendo no mundo social,


principalmente as problemáticas que não é algo que pode ser considerado comum,
sempre há uma resposta para explicar e interpretar esses fenômenos sociais que
estão inseridos dentro de um contexto. E a abordagem mais indicada pelos autores
e a pesquisa qualitativa, a mesma tem essa função de investigar e analisar os
fenômenos sociais que vem acontecendo em nossa sociedade, para poder dar os
resultados com mais precisão aos indivíduos que têm interesse de solucionar os
problemas que vêm prejudicando a sociedade.
Agora vamos ver abaixo o que Antônio Gil, pensa sobre a pesquisa de
campo.

“A pesquisa de campo é desenvolvida basicamente, por meio de


observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com
informante para captar suas explicações e interpretações do que ocorre no
grupo” (Gil, apud. 2007, p.32).

Conforme a fala do autor acima, observa-se que para esse tipo de pesquisa
devesse fazer observações diretas. E para esta pesquisa de campo foi utilizado 03
(três) questionários com perguntas semiestruturadas para as três categorias do
quadro funcional da escola sendo que, foram aplicados 01 (um) questionário para
gestor, 01 (um) questionário para professor e 01 (um) para técnico pedagógico.
E para preservar a identidade dos sujeitos da pesquisa, os mesmos estão
identificados por número arábicos. E foram também informados sobre o objetivo da
pesquisa, e concordaram com os termos estabelecidos.
Ao concluir o projeto de pesquisa, serão expostos seus objetivos e suas
viabilidades, bem como, sua contribuição para a comunidade escolar como um todo.
Posteriormente será apresentado ao corpo docente escolar, ao corpo pedagógico e
ao conselho escolar.
34

2.7 Discussões dos Resultados.

As respostas apresentadas pelos professores, gestor e técnico pedagógico,


foram analisadas individualmente e tabuladas, apresentando os seguintes
resultados:

2.7.1 Perfil dos Professores, Gestor e técnico Pedagógico:

Tabela 1 – Distribuição por número e porcentagem enquanto ao sexo:


Sexo Nº %
Masculino 1 25
Feminino 3 75
Total 4 100
Fonte: Questionário, pesquisa de campo na EMEF “Prof.ª Sandra M. M. Passos”, 2017.

No primeiro momento da pesquisa, a tabela 1 - acima mostra que 25% (1)


dos sujeitos envolvidos na pesquisa de campo é masculino e 75% (3) é do sexo
feminino.

Tabela 2 – Distribuição por número e porcentagem enquanto as sua idades:


Idades Nº %
20 a 29 1 25
30 a 39 2 50
50 a 59 1 25
Total 4 100
Fonte: Questionário, pesquisa de campo na EMEF “Prof.ª Sandra M. M. Passos”, 2017.

A tabela 2 - acima mostra que 25% (1) dos sujeitos envolvidos na pesquisa
de campo possuem idades entre 20 a 29 anos, 50% (2) possuem idades entre 30 a
39 anos, e apenas 25% (1) tem idades entre 50 a 59 anos.

Tabela 3 – Distribuição por número e porcentagem enquanto à formação acadêmica


ou magistério:
35

Formação Nº %
Pedagogia 2 50
Letras 1 25
Magistério 1 25
Total 4 100
Fonte: Questionário, pesquisa de campo na EMEF “Prof.ª Sandra M. M. Passos”, 2017.

A tabela 3 - acima mostra que 50% (2) possuem formação acadêmica em


pedagogia, 25% (1) possuem formação acadêmica em letras, e 25% (1) formação
em magistério.

Tabela 4 - Distribuição por número e porcentagem enquanto à função exercida:


Função Nº %
Professor 2 50
Técnica Pedagógica 1 25
Gestora 1 25
Total 4 100
Fonte: Questionário, pesquisa de campo na EMEF “Prof.ª Sandra M. M. Passos”, 2017.

Quanto ao cargo ocupado pelos funcionários da escola Sandra Maria, a


tabela 4 – acima mostra que 50% (2) são professores, os mesmos são concursados
que atuam nas turmas do 3º ano do ensino fundamental á mais de 10 anos; 25% (1)
técnico pedagógico e 25% (1) gestor escolar, os mesmos são contratados pela
prefeitura municipal de Vigia/PA.

2.7.2 Questões especificas aos professores:

Tabela 5 – Distribuição por número e porcentagem enquanto aos tipos de dificuldades


em relação à leitura dos alunos?
Respostas Professores (as) %
Junção de silabas para a formação das palavras, 2 50
Trocam fonemas, 1 50
Não pronunciam corretamente as palavras. 1 50
Não gostam de ler 1 50
36

Se sentem constrangidos ao fazerem uma leitura 1 50


O desconhecimento sobre a importância e a necessidade
1 50
da leitura
Limitações para interpretar textos simples. 1 50
Não conhecem o alfabeto 2 50
Recusa-se ler em voz alta. 1 50
Só copia, mas não lê. 1 50
Fonte: Questionário, pesquisa de campo na EMEF “Prof.ª Sandra M. M. Passos”, 2017.

As respostas apresentadas na tabela 5, mostram quais os tipos de


dificuldades mais frequentes de leitura apresentadas pelos seus alunos.
Percebemos que as respostas tiveram resultados de 50%, ou seja, nenhuma
resposta foi repetida pelos professores.
De acordo com Kramer (2010), muitas crianças não sabem nem sequer o
que seja ler, pois, essa problemática de leitura é um dos fatores que vêm
aumentando a taxa de analfabetismo no Brasil a cada ano que passa. A autora
também faz uma dura critica aos professores, duvidando que a maioria,
principalmente (de pré-escola e de ensino fundamental) não compreendem o que
seja a leitura.

Tabela 6 – Dentre estas dificuldades qual você considera de maior prejuízo para o
aluno e qual a de maior complexidade para ser trabalhada?
Respostas Professores (as) %
Junção de silabas para a formação das palavras, 2 50
Não gostam de ler 1 50
Se sentem constrangidos ao fazerem uma leitura 1 50
O desconhecimento sobre a importância e a necessidade
1 50
da leitura
Limitações para interpretar textos simples. 1 50
Fonte: Questionário, pesquisa de campo na EMEF “Prof.ª Sandra M. M. Passos”, 2017.

A tabela 6 é o fechamento da tabela 5, que mostra com maior intensidade os


problemas vivido pelos alunos, prejudicando-os na aquisição da leitura.
37

Tabela 7– Distribuição por número e porcentagem enquanto aos fatores que


contribuem para a problemática da leitura.
Respostas Professores (as) %
Famílias de baixa renda 1 50
Moradias dos alunos precárias - 0
Carência de transporte para vir a escola - 0
Alimentação insuficiente necessidade da leitura 1 50
Carência de material didático na escola 1 50
Livros didáticos não adequados à realidade dos alunos 1, 2 100
Adoecimentos frequentes - 0
Problemas de visão - 0
Dificuldade de atenção e concentração 1, 2 100
Comportamento muito agitado 1, 2 100
Falta de acompanhamento do aluno 1, 2 100
Ambiente familiar conflituoso 1 50
Nível de escolaridade dos responsáveis 1 50
Condições inadequadas de estrutura da escola 1 50
Falta de merenda escolar - 0
salas de aula muito quentes 1 50
salas de aula superlotadas 2 50
Fonte: Questionário, pesquisa de campo na EMEF “Prof.ª Sandra M. M. Passos”, 2017.

De acordo com a tabela 7, os fatores mais comuns entre os professores que


contribuem para o fracasso da leitura dos alunos são: 100% (1,2) os livros didáticos
que não são adequados à realidade dos alunos: 100% (1,2) dificuldade de atenção e
concentração: 100% (1,2) comportamento muito agitados: 100% (1,2) a falta do
acompanhamento dos alunos, isto é, de acordo com as respostas dos professores
os pais não estão assumindo suas responsabilidades para ajudar os seus filhos a
superarem suas dificuldades de aprendizagem, principalmente na leitura.

Tabela 8 – Distribuição por número e porcentagem enquanto as estratégias utilizadas


pelos professores para o enfrentamento das dificuldades de leitura do aluno.
Respostas Professores (as) %
Despertar a curiosidade dos alunos por algum tema. 1 50
Atividades lúdicas. 1 50
38

Apresentar o mesmo conteúdo de formas diferentes


favorece que alunos com dificuldades possam 1 50
compreender melhor.
Aliar o conteúdo das disciplinas à “vida real”, relacionar
1 50
aquilo que está no livro às situações comuns do cotidiano.
Comparar os resultados e ver a evolução da turma em
relação ao que foi definido e a partir daí traçar atividades 1 50
e formas de avaliação múltiplas.
Participação dos pais. 1 50
Faço o cronograma da leitura semanal, onde cada aluno
têm seus dias específicos para ler, e aqueles com mais
dificuldades ficam meia hora antes da saída para praticar
2 50
um pouco mais e para tirar suas dúvidas, a leitura são
feitas através da cartilha dos alunos, de textos escritos
pelos próprios alunos e em livros didáticos.
Fonte: Questionário, pesquisa de campo na EMEF “Prof.ª Sandra M. M. Passos”, 2017.

As respostas apresentadas na tabela 8, o professor 1 colabora mais para o


enfretamento das dificuldades da leitura dos seus alunos, do que o professor 2. O
professor 2 poderia procurar meios, que viessem melhorar a leitura dos seus alunos,
como: incentiva-los a gostarem da leitura por meio de uma roda de conversa,
falando da importância da mesma, lendo historinhas ilustrativas em voz alta para
seus alunos, enfim, esses são alguns métodos que o professor pode usar em sua
pratica de ensino (LAJOLO, 2005, p.29).

Tabela 9 – Distribuição por número e porcentagem enquanto a priorização de algumas


ações dos professores para minimizar as dificuldades de leitura para o aprendizado
do aluno.
Respostas Professores (as) %
O estabelecimento de uma relação de proximidade entre
1 50
pais, professores e equipe pedagógica.
Uma biblioteca. 1 50
Livros didáticos adequados a realidade dos alunos. 1 50
Material didático na escola. 1 50
Tornar o ambiente escolar um lugar prazeroso, acolhedor 1 50
39

e estimulante para os alunos.


Um espaço adequado para a leitura, pois a escola só
1 50
dispõe da sala de aula.
Eu priorizo escrita e leitura de textos pequenos e simples
junto com sua interpretação; criações de pequenas
2 50
frases; pequenos bilhetes e principalmente a leitura da
cartilha.
Fonte: Questionário, pesquisa de campo na EMEF “Prof.ª Sandra M. M. Passos”, 2017.

Conforme as respostas apresentadas pelos professores na tabela 9, os


resultados foram 50%, ou seja, os professores 1 e 2, têm ideias totalmente opostas
para minimizar as dificuldades de leitura para o aprendizado do aluno.

2.7.3 Questões especificas a administração pedagógica:

Tabela 10 – O projeto político pedagógico da escola contempla aspectos da leitura no


processo de aprendizagem do aluno na capacitação do professor?
Respostas Gestor %
Sim, a qualificação profissional é indispensável na
capacitação do professor e o PPP é um instrumento
educacional que ajuda o professor a desenvolver 1 100
atividades coletivas na classe e avaliar o desenvolvimento
dos seus alunos.
Fonte: Questionário, pesquisa de campo na EMEF “Prof.ª Sandra M. M. Passos”, 2017.

A resposta do gestor foi sim, que corresponde a 100% (1) na tabela 10, em
relação à leitura dentro do PPP.

Tabela 11 – A escola promove capacitação em serviço destinada a atuação do


docente no processo de ensino – aprendizagem?
Respostas Gestor %
Sim, através de projetos elaborados pela coordenação
pedagógica. 1 100

Fonte: Questionário, pesquisa de campo na EMEF “Prof.ª Sandra M. M. Passos”, 2017.


40

O gestor afirma na tabela 11 que corresponde a 100% (1), que os docentes,


são orientados pela coordenação pedagógica para melhorarem suas praticas de
ensino-aprendizagem, por meio de projetos elaborados pela própria coordenação
pedagógica.

Tabela 12 – No que se refere a escrita, as ações pedagógicas são consideradas


relevantes para trabalhar a prática docente junto ao aluno?
Respostas Gestor %
Sim, porque são as ações pedagógicas que levam o
professor a desenvolver os desafios na tentativa de 1 100
cumprir o seu dever.
Fonte: Questionário, pesquisa de campo na EMEF “Prof.ª Sandra M. M. Passos”, 2017.

Conforme a resposta do gestor na tabela 12, as ações pedagógicas vem


sendo relevante na prática de ensino-aprendizagem dos professores, pois a mesma
reflete positivamente na aprendizagem dos alunos.

Tabela 13 – A escola considera relevante a participação da família no


desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem do aluno?
Respostas Gestor %
Sim, porque é no ceio da família que a criança passa
mais tempo é ela que conhece as dificuldades e muitas
1 100
das vezes repassam ao professor, quando ele ainda não
observou, para que seja trabalhada na escola.
Fonte: Questionário, pesquisa de campo na EMEF “Prof.ª Sandra M. M. Passos”, 2017.

Quanto a resposta do gestor na tabela 13, a presença da família é muito


importante no processo da alfabetização da criança, pois a criança passa maior
tempo perto da família, sendo assim, a família tem maior possibilidade de perceber
essas dificuldades melhor do que o professor.

Tabela 14 – A escola considera importante conhecer os aspectos político, econômico,


social e cultural do aluno para desenvoltura do aprendizado?
Respostas Gestor %
Sim, o papel da escola é conhecer os alunos em todos os 1 100
41

aspectos uma vez que cada pessoa difere de outra e


trabalhar nas diferenças.
Fonte: Questionário, pesquisa de campo na EMEF “Prof.ª Sandra M. M. Passos”, 2017.

Na tabela 14 a resposta do gestor foi positiva em relação ao papel da escola,


de conhecer mais a realidade do aluno, porque os alunos não têm os mesmos
aspectos (político, econômico, social e cultural), esses aspectos podem estar
interferindo de forma negativa na aprendizagem dos alunos.

2.7.4 Questões especificas ao técnico pedagógico:

Tabela 15 – A equipe técnica pedagógica desenvolve ações, junto ao aluno, de forma


a potencializar o aprendizado dessa clientela?
Respostas Técnica %
Sim, Existem Projetos Pedagógicos realizados com os
alunos, a fim de consolidar e Ensino/aprendizagem dos
mesmos. A orientação educacional é colocada em prática 1 100
na Instituição de Ensino em consonância com a realidade
da comunidade e com o apoio do corpo docente.
Fonte: Questionário, pesquisa de campo na EMEF “Prof.ª Sandra M. M. Passos”, 2017.

A resposta dada pela pedagoga na tabela 15, foi positiva em relação às


ações que são feitas para consolidar o ensino/aprendizagem dos alunos da escola
Sandra Maria.

Tabela 16 – Como profissional especialista em pedagogia, você considera relevante


atuar junto ao docente na aprendizagem da leitura e da escrita no espaço
educacional?
Respostas Técnica %
Sim, é de suma importância a contribuição do Pedagogo
para este processo, pois com a ajuda desse profissional,
1 100
pode ser apresentadas vias facilitadoras para o
aprendizado do educando.
Fonte: Questionário, pesquisa de campo na EMEF “Prof.ª Sandra M. M. Passos”, 2017.
42

A pedagoga afirma na tabela 16, que é de suma importância à presença de


um pedagogo no processo de ensino-aprendizagem dos alunos.

Tabela 17 – As ações desenvolvidas pelo setor técnico pedagógico tem alcançado


êxito nos trabalhos desenvolvidos quanto a aprendizagem de leitura e escrita?
Respostas Técnica %
Sim, Os métodos apresentados para os docentes tem
sido relevantes no processo da alfabetização e 1 100
letramento. Contribuindo no desenvolvimento do aluno.
Fonte: Questionário, pesquisa de campo na EMEF “Prof.ª Sandra M. M. Passos”, 2017.

Conforme a tabela 17, a pedagoga está percebendo que as ações


desenvolvidas pelo setor técnico pedagógico, estão tendo resultados relevantes no
ensino-aprendizagem principalmente na leitura dos alunos da escola Sandra Maria.

Tabela 18 – A equipe pedagógica considera importante a participação da família para


o desenvolvimento do ensino – aprendizagem?
Respostas Técnica %
Sim, o êxito do processo ensino-aprendizagem depende
de vários aspectos, entre eles da forma como é mediada
a construção do conhecimento e também da maneira 1 100
como os Pais/Responsáveis se envolvem na ação
educativa dos filhos.
Fonte: Questionário, pesquisa de campo na EMEF “Prof.ª Sandra M. M. Passos”, 2017.

A resposta da tabela 18, está conforme a ideia de muitos teóricos, que


defendem a importância da participação das famílias na educação do ensino-
aprendizagem das crianças, pois a criança apresenta um desenvolvimento relevante
na sua educação escolar, quando os pais são mais participativos.

Tabela 19 – A equipe técnica considera relevante para o desenvolvimento da


aprendizagem um maior investimento das Políticas Públicas, em capacitações aos
docentes?
Respostas Técnica %
Sim, faz-se necessário a garantia de um padrão de 1 100
43

qualidade, a acessibilidade, a igualdade e condições para


o acesso e permanência do educando.
Fonte: Questionário, pesquisa de campo na EMEF “Prof.ª Sandra M. M. Passos”, 2017.

Conforme a resposta da tabela 19, não é diferente de muitos técnicos, que


pensam na importância da participação das politicas publicas na educação
brasileira, pois sem a aplicação de um investimento nas escolas, é impossível dar
uma educação de qualidade para todos os alunos brasileiros, porque a escola
precisa dos docentes bem capacitados para trabalhar com os alunos, principalmente
com os alunos que estão encontrando dificuldade na aquisição da leitura.
44

CONSIDERAÇÕES FINAIS.

Conforme os estudos bibliográficos desenvolvidos no campo em relação à


temática em questão “a dificuldade no ensino da leitura”, nos levou a perceber que a
aquisição da leitura, ficou limitada somente para as classes dos burgueses e dos
cleros até a metade do século XIX. O objetivo era sempre ter o domínio em relação
às pessoas que não tinham o conhecimento da leitura, para poderem lucrar com
seus trabalhos.
Diante dessa situação conforme os estudos bibliográficos a leitura foi
repassada para os leitores de forma tradicional. Nessa época os alunos que tiveram
a oportunidade de frequentar uma sala de aula para aprenderem a ler, passaram por
um processo rigoroso. Ainda não tinham pensado em um método para ensinar os
alunos a aprenderem a ler de forma menos autoritária, pois, as classes dos
burgueses e dos cleros tinham o pleno domínio da leitura.
Essa prática de ensino tradicional permaneceu por muitas décadas. Hoje
felizmente muitas escolas, já pensam como trabalhar a leitura com os alunos, e qual
o método mais eficaz para que o aluno venha desenvolver esse processo de ensino
aprendizagem, principalmente na aquisição da leitura.
A pesquisa também nos revela um dado preocupante, em ralação a leitura,
porque ainda existem vários fatores que estão comprometendo a leitura dos alunos,
como: a falta da participação dos pais na educação de seus filhos; a falta da
colaboração das politicas publica na educação escolar; e também a participação da
escola no que se refere a essa aprendizagem.
Percebemos também, através dos relatos dos professores, que a maioria
dos alunos não gostam de ler, e apresentam um comportamento muito agitado na
sala de aula. Pois, os professores acreditam que a falta de interesse desses alunos
já vem de casa.
Dessa forma, segundo alguns autores, é muito importante a elaboração de
projetos de leitura na escola, que venha envolver a comunidade, os profissionais da
educação e o próprio aluno. E para que a escola venha cumprir esse papel de
educar, o professor também deve estimular os alunos a terem o gosto pela leitura.
Sendo assim, é preciso que aquisição a leitura, não seja pensada somente
como um objeto de conhecimento obtido na sala de aula, mas também como pratica
45

social, pois a mesma se encontra em todo lugar. Por isso, a leitura é muito
importante na vida de qualquer individuo, e sem ela, ninguém é capaz de conhecer
melhor o seu próprio espaço. No entanto, vale ressaltar que a escola, tem que
desempenhar melhor o seu papel no sentido de ajudar os seus alunos no que se
refere a leitura. E conforme as falas dos professores alguns alunos ainda estão
encontrando dificuldades na leitura.
De acordo com os resultados da analise da discursão, foi possível concluir
também, que a escola vem buscando meios para melhorar a aquisição da leitura dos
alunos do 3º ano do ensino fundamental, através de projetos, elaborados pela
própria escola, sobre a orientação da coordenação pedagógica.
Portanto, faz-se necessário que a escola e a família tenham parceria
efetivamente gradativa que se torne significativa na vida de cada aluno. Pois, as
mesmas devem estar diretamente envolvidas com o processo ensino-aprendizagem,
já que é nelas que as crianças recebem o primeiro passo, para que no futuro os
mesmos tenham um bom conceito do que é cidadania.
46

REFERÊNCIAS:

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Editora, 1994.
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da
Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013.
________. Ministério da educação. Secretaria de Educação Básica. Pacto Nacional
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2012. Disponível em: <http://pacto.mec.gov.br/2012-09-19-09-11>. Acesso em: abril
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CARNEIRO, Moaci Alves. LDB fácil: leitura crítico-compreensiva, artigo a artigo /
Moaci Alves Carneiro. 21. ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo: Editora Moderna, 2003.
________, Paulo. Pedagogia da Autonomia, Ed.: Paz e Terra S/A, 2004.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5ed. São Paulo:
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Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul – FAPERGS.
Curso de Mestrado em Letras: Leitura e Cognição da Universidade de Santa Cruz do
Sul (UNISC), Santa Cruz do Sul, RS, Brasil. E-mail: carinakilian1@yahoo.com.br;
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KRAMER, Sonia. Alfabetização, leitura e escrita: formação de professores em
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LAJOLO, Marisa. Linguagem e Letramento em foco. Meus alunos não gostam de
ler... O que eu faço?. São Paulo: Rever, 2005.
PETRONILO, Ana Paula da Silva. Dificuldade de aprendizagem na leitura e na
escrita. Brasília, 2007.54 p. Monografia (Especialização) - Universidade de Brasília.
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QUEIROZ, Tânia Dias. Coordenadora, Dicionário Prático de Pedagogia. 3. ed.
São Paulo: Rideel, 2011.
47

________, Tania Dias. Mega Pesquisa / atualização e coordenação pedagógica da


obra Tânia Dias Queiroz; [ilustradores Ivan de Paulo Coutinho, Glória Costa], - 1. Ed.
– São Paulo: Rideel, 2001.
SANTOS, I. S. F.; PRESTES, R. I; VALE, A. M. Brasil, 1930 - 1961: escola nova,
LDB e disputa entre escola pública e escola privada. Programa de Mestrado em
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SILVA, João Lourenço da Netto. A mesopotâmia e seus povos. Porto Alegre.
2009.
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Leitura, Ensino e Recepção – LER. Mestre em Literatura pela Universidade de
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TEBEROSKY & COLOMER. Aprender a ler e a escrever: uma proposta
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TIBA, Içami. Ensinar Aprendendo: Como superar os desafios do relacionamento
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________, Içami. Quem Ama, Educa!: Adolescente. São Paulo: Integrare, 2014.
________, Içami. Quem Ama, Educa!: Formando cidadãos éticos. São Paulo:
Integrare, 2012.
VILELA, Dilei. O Nome da Rosa (?): Uma análise do Filme de Jean Jacques
Annaud. Araçatuba-SP. 2004.
48

ANEXOS
QUESTIONÁRIO

POPULAÇÃO ALVO: PROFESSOR

I – DADOS PESSOAIS.

Nome:__________________________________________________________

Idade:______________________

Sexo:______________________

Função:____________________

Formação Acadêmica:_____________________________________________

Tempo de Serviço:_______________________

II – QUESTÕES ESPECÍFICAS

Durante suas aulas se você depara com problemas de aprendizagem de seus


alunos na leitura e escrita responda:

1ª) Quais os tipos de dificuldades mais frequentemente apresentadas por seus


alunos de leitura?

2ª) Dentre estas dificuldades qual você considera de maior prejuízo para o aluno e
qual a de maior complexidade para ser trabalhada?

3ª) Quais os fatores que você o correlaciona a essas dificuldades:

a) De cunho social: ( ) famílias de baixa renda; ( ) moradias dos alunos precárias;


( ) carência de transporte para vir a escola; ( ) alimentação insuficiente; ( ) outros:
___________________________________________________

b) De cunho didático: ( ) carência de material didático na escola; ( ) livros


didáticos não adequados a realidade dos alunos ( ) outros
____________________________________________________

c) Relacionados à saúde dos alunos: ( ) adoecimentos frequentes; ( ) problemas


de visão; ( ) dificuldade de atenção e concentração; ( ) comportamento muito
agitado; ( ) outros: ________________________________________
d) De cunho familiar: ( ) falta de acompanhamento do aluno; ( ) ambiente familiar
conflituoso; ( ) nível de escolaridade dos responsáveis; ( ) outros
__________________________________________

e) Relacionados à Escola: ( ) condições inadequadas de estrutura ( ) falta de


merenda escolar ( ) salas de aula muito quentes ( )salas de aula superlotadas
( )outros __________________________________________________

4ª) Que estratégias você utiliza para enfrentamento das dificuldades de leitura do
aluno?

5ª) O que você priorizaria como ações fundamentais para minimizar as dificuldades
de leitura para o aprendizado do aluno?
QUESTIONÁRIO

POPULAÇÃO ALVO: ADMINISTRAÇÃO PEDAGÓGICA

I – DADOS PESSOAIS.

Nome: _______________________________

Idade: _______________________________

Sexo:________________________________

Função:____________________________

Formação Acadêmica: ______________________

Tempo de Serviço:_______________________

II – QUESTÕES ESPECÍFICAS:

1ª. O projeto político pedagógico da escola contempla aspectos da leitura no


processo de aprendizagem do aluno na capacitação do professor?

Sim ( ) Não ( )

Justifique:

2ª. A escola promove capacitação em serviço destinada a atuação do docente no


processo de ensino – aprendizagem?

Sim ( ) Não ( )

Justifique:

3ª. No que se refere a escrita, as ações pedagógicas são consideradas relevantes


para trabalhar a prática docente junto ao aluno?

Sim ( ) Não ( )

Por quê?
4ª. A escola considera relevante a participação da família no desenvolvimento do
processo ensino-aprendizagem do aluno?

Sim ( ) Não ( )

Por quê?

5ª. A escola considera importante conhecer os aspectos político, econômico, social e


cultural do aluno para desenvoltura do aprendizado?

Sim ( ) Não ( )

Por quê?
QUESTIONÁRIO

PÚBLICO ALVO: TÉCNICO PEDAGÓGICO

I – DADOS PESSOAIS.

Nome:______________________________________________________________

Idade:______________________

Sexo:______________________

Função:_________________________

Formação
Acadêmica:__________________________________________________

Tempo de Serviço:_______________________

II. QUESTÕES ESPECÍFICAS:

1ª. A equipe técnica pedagógica desenvolve ações, junto ao aluno, de forma a


potencializar o aprendizado dessa clientela?

Sim ( ) Não ( )

Justifique:

2ª. Como profissional especialista em pedagogia, você considera relevante atuar


junto ao docente na aprendizagem da leitura e da escrita no espaço educacional?

Sim ( ) Não ( )

Justifique:

3ª. As ações desenvolvidas pelo setor técnico pedagógico tem alcançado êxito nos
trabalhos desenvolvidos quanto a aprendizagem de leitura e escrita?

Sim ( ) Não ( )
Explique:

4ª. A equipe pedagógica considera importante a participação da família para o


desenvolvimento do ensino – aprendizagem?

Sim ( ) Não ( )

Por quê?

5ª. A equipe técnica considera relevante para o desenvolvimento da aprendizagem


um maior investimento das Políticas Públicas, em capacitações aos docentes?

Sim ( ) Não ( )

Por quê?

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