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SOCIEDADE EDUCACIONALNDO VALE DO TAPAJÓS

FACULDADE DO TAPAJÓS – FAT


CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

RAISSA DA CRUZ MARTINS

O DESAFIO PEDAGÓGICO DO PROFESSOR DIANTE DA INDISCIPLINA DOS


ALUNOS NO AMBIENTE ESCOLAR:: Um estudo realizado na escola Carlos
Sarmento no Distrito de Miritituba Itaituba/PA

ITAITUBA/PA
2018
RAISSA DA CRUZ MARTINS

O DESAFIO PEDAGÓGICO DO PROFESSOR DIANTE DA INDISCIPLINA DOS


ALUNOS NO AMBIENTE ESCOLAR: Um estudo realizado na escola Carlos
Sarmento no Distrito de Miritituba Itaituba/PA

Monografia de Graduação apresentada para


obtenção do Título de Licenciatura em
Pedagogia. Orientadora: Profª Drª. Sônia
Maria Caetano.

ITAITUBA/PA
2018
Martins, Raissa da Cruz

O DESAFIO PEDAGÓGICO DO PROFESSOR DIANTE DA


INDISCIPLINA DOS ALUNOS NO AMBIENTE ESCOLAR::
um estudo na escola Carlos Sarmento no distrito de Miritituba
Itaituba/PA./ Raissa da Cruz Martins – Itaituba, 2018

Orientadora: Profª Drª. Sônia Maria Caetano.


Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em
Pedagogia) – Faculdade do Tapajós- FAT, 2018.

1.Indisciplina. 2. Ensino-Aprendizagem.3. Educação. I.


Martins, Raissa da Cruz.
SOCIEDADE EDUCACIONALNDO VALE DO TAPAJÓS
FACULDADE DO TAPAJÓS – FAT
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

RAISSA DA CRUZ MARTINS

O DESAFIO PEDAGÓGICO DO PROFESSOR DIANTE DA INDISCIPLINA DOS


ALUNOS NO AMBIENTE ESCOLAR: Um estudo realizado na escola Carlos
Sarmento no Distrito de Miritituba Itaituba/PA

Monografia de Graduação apresentada para


obtenção do Título de Licenciatura em
Pedagogia.

Orientadora:Profª.Drª. Sônia Maria Caetano.

BANCA EXAMINADORA

Presidente...........................................................................................Nota:____

Profª (o).xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, Esp.

Avaliador:............................................................................................Nota:____

Profª (o). xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, Msc

Avaliador:............................................................................................Nota:____

Profª (o): xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, Esp.

Resultado:____________________________________________Média:____

Data:____/____/____
A minha querida mãe Rosangela da Cruz Martins pelas
palavras de motivação e apoio incondicional em todos os
momentos da minha vida.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, por acompanhar-me em todos os momentos da


minha vida, dando força, saúde e sabedoria para concluir minha graduação.
Aos meus pais Rubson Gallindo Martins e Rosangela da Cruz Martins pelo
apoio que me deram durante esse período de graduação, não excitaram em ajudar-
me nas vezes em que necessitei, agradeço por cuidarem tão bem de meus filhos
nos dias em que tinha que estar ausente ou até mesmo presente, mas tendo que
dedicar meu tempo aos trabalhos da faculdade
Aos meus filhos; Ricardo Martins Colares e Rhana Martins Colares, por
terem sido o motivo pelo qual ingressei no nível superior, e assim, sentir força para
concluir-lo.
Aos meus irmãos, Rogérica da Cruz Martins e Robson Gonsalves Martins,
pelo apoio moral e pelas vezes em que também cuidaram de meus filhos.
Aos meus cunhados, Claudinete Nascimento e Icaro Marlei.
A Minha prima Marta Martins, pelas vezes em que recorri a ela para ajudar-
me na compreensão dos conteúdos e nunca ter me negado ajuda.
Ao meu padrinho Luís Gonsalves Gomes, por ter ficado acordado até tarde
para poder levar-me para casa em segurança.
A minha família e amigos em geral, por vibrarem junto comigo em minhas
conquistas e me apoiarem sempre.
Aos professores da Faculdade do Tapajós - FAT, que auxiliaram no meu
crescimento acadêmico, sempre se preocupando em nos dar o melhor.
A todos os meus colegas acadêmicos que durante estes quatro anos foram
como uma segunda família para mim.
A Coordenadora do Curso de pedagogia, minha professora e orientadora
Dra Sônia Maria Caetano, por seu carinho e dedicação com a nossa turma, por estar
sempre se preocupando com o nosso desenvolvimento acadêmico, e até mesmo por
suas brigas, pois sabemos que todas foram para contribuir com o nosso crescimento
acadêmico e profissional.
[...] o professor também tem que reaprender seu oficio e
reinventar seu campo de conhecimento a cada encontro. [...] o
aluno concreto (aquele do dia a dia), de forma oposta, obriga-
nos a sondar novas estratégias, experimentações de diferentes
ordens.
AQUINO (1996).
RESUMO

O presente estudo monográfico tem como tema O Desafio Pedagógico do Professor


diante da Indisciplina dos Alunos no Ambiente Escolar. Para tanto, o objetivou-se
verificar se as práticas pedagógicas utilizadas pelos professores em sala de aula
conseguem controlar a indisciplina dos alunos. Para subsidiar a estrutura do estudo
os objetivos especificos, buscaram entender os motivos que levaram alguns
discentes a serem indisciplinados no âmbito escolar, assim observar se a indisciplina
interfere no processo de ensino/aprendizagem dos estudantes, e averiguar se o
corpo docente participa de formações continuadas ampliando seus conhecimentos
diante dos procedimentos metodológicos aplicados em sala de aula. Desta forma
tornou-se necessária realizar uma investigação mais aprofundada para melhor
entender este fator chamado indisciplina, percebe-se que a indisciplina vem
aumentando cada vez mais no país e no mundo. A metodologia utilizada esta
fundamentada em um levantamento bibliográfico, que amparou a pesquisa de
campo realizada na escola Carlos Sarmento, onde foi aplicada uma entrevista com a
diretora e três professoras do mesmo estabelecimento, na qual conseguiu apurar
maiores informações diante dos objetivos proposto. Desta forma a indisciplina
escolar esta se tornado um problema constante na escola, se tornando cada vez
mais preocupante para professores e as famílias. Sendo a participação dos pais no
ambiente escolar estão se modificando com o passar do tempo, e com isso, muitos
pais deixam de fazer o acompanhamento de seus filhos na escola, deixando a
criança fica livre para praticar atos indisciplinares, e deixar professor com o papel
desafiador de lidar com essa situação. Considerando a temática do estudo e
relevância na problemática em questão, os objetivos foram respondidos, assim
parcialmente os resultados esperados foram alcançados, contribuindo com o
conhecimento e informações adquirido no decorrer do estudo

Palavras-chave: Indisciplina. Ensino-Aprendizagem. Educação.


10

1 INTRODUÇÃO

A educação é de grande importância na vida de todos os seres humanos


que são ensinados desde crianças a viverem e conviverem em diversos âmbitos
sociais. A ordem e a disciplina começam em casa através dos pais e responsáveis.
Sendo assim a escola formal tem o papel de contribuir na formação profissional, dos
educandos, para garantir o direito de exercer uma cidadania. É notório que as
instituições de ensino seguem padrões estabelecidos pelas secretarias de educação
de cada município, para organizar seus planejamentos e os projetos políticos
pedagógicos direcionados para as escolas da esfera pública.
A escola do século XXI é formada por culturas diversas, cada sujeito trás
comportamento diferente, pode-se dizer que a maioria dos estudantes quando chega
às escolas estão carregados de maus comportamentos e atitudes, que de forma
indireta pode tornar difícil o trabalho do professor no ambiente escolar, devido a
indisciplina dos discentes. Garcia (2009, p. 10) ressalta que “as diferenças em sala
de aula fazem parte do cotidiano dos alunos e professores, e que, o descaso é um
tipo de violência que muitas vezes a escola não percebe como tal [...]”.
Nesta visão o autor sublinha o cuidado que a escola deve ter com referencia
certo tipos de violência, uma vez que papel do docente em exercer sua profissão, é
um trabalho árduo que requer muita dedicação, perseverança e muito amor pela
atividade que lhe é cabível exercer. Portanto, as dificuldades existem em sala de
aula e por isso, é necessário superá-las, para que assim todos consigam conviver
em harmonia e respeito, havendo assim o aprendizado.
Neste contexto, buscou-se a escolha do tema: O Desafio Pedagógico do
Professor diante da Indisciplina dos Alunos no Ambiente Escolar, que foi escolhido a
partir da experiência no projeto Mais Educação, onde esse fenômeno foi reforçado
durante a oferta dos estágios supervisionados nas escolas da educação básica
garantido pela matriz curricular do curso de Pedagogia, que observou um grau
elevado de indisciplina, ocasionando violência entre os alunos de uma escola
pública. Assim para desenvolver esse estudo pautou-se no seguinte
questionamento: As práticas pedagógicas utilizadas pelo professor em sala de aula
conseguem controlar a indisciplina dos alunos?
11

Para subsidiar temática e a problemática em pauta, buscou-se o objetivo


geral: Verificar se as práticas pedagógicas utilizadas pelos professores em sala de
aula conseguem controlar a indisciplina dos alunos. Para subsidiar a estrutura do
estudo traz os objetivos específicos, que vem: Entender os motivos que levam
alguns discentes a serem indisciplinados no âmbito escolar. Observar se a
indisciplina interfere no processo de ensino/aprendizagem dos estudantes. Averiguar
se o corpo docente participa de formação continuada, para ampliar seus
conhecimentos diante dos procedimentos metodológicos aplicados em sala de aula.
Dessa forma, a metodologia utilizada neste estudo está amparada pela
modalidade qualitativa, com abordagem exploratória, sendo que a investigação será
realizada com entrevista e questionários abertos com profissionais que trabalham na
educação básica da esfera pública Escola de Ensino Fundamental Carlos Sarmento,
no distrito de Miritituba Itaituba Pará. Os entrevistados serão uma diretora e três
professores que trabalham na referida instituição de ensino, pois estes profissionais
têm maior liberdade de argumento diante do objetivo proposto neste estudo entre os
sujeitos envolvidos. Para fundamentar o marco teórico e a pesquisa em campo
utilizou-se de revisão bibliográficas dos autores como: Aquino (1998), Campos
(2012), Nunes (2011), e Pedro-Silva (2014) que discutem sobre esta linha de estudo.
Assim sendo, o referido estudo está organizado em seções e
subseções, sendo que a primeira será abordada sobre: A Indisciplina Escolar:
conceitos históricos, essa seção faz uma abordagem sobre os conceitos e o tema
estudado. A segunda seção abordará sobre: O Papel do Professor na Educação
Básica e os Desafios na Sala de Aula, além das praticas pedagógicas e suas
contribuições, conhecimento pedagógico, a formação do professor, e os direitos e
deveres do aluno. Na terceira e última seção faz-se uma análise do desenvolvimento
e a caracterização da escola, os métodos que foram utilizados na pesquisa em
campo. Assim, o próximo tópico iniciará a primeira seção do estudo abordado a
Indisciplina escolar: Conceitos Históricos.
12

2 A INDISCIPLINA ESCOLAR: Conceitos históricos

A indisciplina escolar está sendo uma problemática diante de certas situações


comportamental de certos alunos, e estão causando polêmica, problemas e grande
preocupação a todos que constituem o sistema educacional, uma vez que identificar
suas causas e sujeitos não é tarefa fácil, pois a indisciplina apresenta-se de
diferentes formas, sejam em comportamentos agressivos, os desrespeitos com seus
professores e colegas de classe, os xingamentos, assim como o bullyng pode ser
considerado atos indisciplinares.
Devido essa forma de comportamento por parte dos alunos, a escola que por
muito tempo foi considerada como o segundo lar, infelizmente hoje é vista por
muitos, como local perigoso onde não há previsibilidade sobre o que pode
acontecer. Para o convívio em sociedade é de fundamental importância que a
criança perceba que a disciplina é algo essencial para sua formação do ser humano,
tanto na vida familiar, escolar, quanto social. (Nunes, 2011)

2.1 Educação versos indisciplina no ambiente escolar

Uma das causas que mais gera conflitos no ambiente escolar é a indisciplina,
ou mau comportamento desses alunos no ambiente escolar, pois através desses
fatores podem-se acarretar novos problemas em diversas instituições de ensino que
vem se alastrando o mau comportamento no decorrer destes anos. Sendo assim, a
mesma é identificada como mau comportamento por parte dos alunos, muito não
respeitam seus professores e colegas de classe, assim, certas atitudes por parte dos
educandos violam as regras da escola.
A indisciplina vem crescendo em toda a sociedade.Percebem-se pais
reclamando que seus filhos estão desobedientes, não sabem se comportar em
ambientes sociais, e acabam sempre participando de conflitos familiares, escolares
ou sociais. Essa situação, ainda é mais preocupante quando ocorre dentro da sala
de aula, pois além de não aprenderem como devem, atrapalham a concentração e
aprendizados dos demais colegas. Nesta concepção:

A indisciplina é aqui abordada no sentido de desrespeito ao outro, portanto,


como uma questão moral. Nesse sentido, ela reflete um comportamento
inadequado, violador de princípios e regras de boa convivência oriundas da
família, da escola ou da sociedade. (NUNES, 2011, p. 23).
13

Na visão do autor, quando a criança tem uma convivência com regras desde
muito cedo, e que a família ensina sobre a importância de cumpri-las,
consequentemente, ela não terá dificuldade de se adaptar no ambiente escolar ou
outros locais nos quais serão necessários o cumprimento dessas regras sociais
relacionadas ao ambiente. Portanto, a família tem um papel importante na formação
moral do sujeito, mostrando a seus filhos que o respeito ao próximo, a aceitação das
diferenças são alguns fatores principais para uma boa convivência em qualquer
lugar que estiver inserido. Sendo que:

O termo indisciplina quase sempre é empregado para designar todo e


qualquer comportamento que seja contrário às regras, às normas e às leis
estabelecidas por uma organização. No caso da escola, significa que todas
as vezes em que os alunos desrespeitarem alguma norma dessa instituição
serão vistos como indisciplinados, sejam tais pelas autoridades escolares
(diretores e professores), ou elaboradas democraticamente. (PEDRO-
SILVA, 2014, p. 21).

Vale destacar que na fala do autor, o comportamento indisciplinar é visto


como o não cumprimento de normas de uma organização, portanto, ao transgredir
essas normas elaboradas pelas autoridades escolares ou democraticamente como
cita o autor, o aluno está apresentando comportamentos considerados inadequados
ao ambiente, esse aluno está sendo indisciplinado.
Sendo assim, a indisciplina pode-se apresentar de diferentes maneiras, seja
através da não concentração, muitas conversas na sala de aula, o desrespeito com
professores e colegas, da violência verbal e física entre outras. Neste sentido afirma
Boarini, (2013) que:

A desatenção e conversas paralelas dos alunos durante as aulas, o atraso


na entrada e a pressa para sair da escola, agressões verbais ou físicas aos
colegas e, em alguns casos, a outros envolvidos na escola são queixas
muito mais frequentes do que o esperado na instituição escolar. (BOARINI,
2013, p. 124).

Seguindo esta linha de raciocínio, a indisciplina atrapalha bastante o


desenvolvimento do aprender em sala de aula, pois tem alunos que fazem questão
de chegar muito atrasado, com isso perdem explicações do conteúdo programado
pelo professor, quando não, o docente fica esperando os educandos chegarem para
14

dar início à aula, e quando chegam ainda ficam de conversas paralelas atrapalhando
a explicação.
Em outros casos, em algumas escolas o entra e sai da sala de aula são
constantes, muitos alunos ficam passeando pelo pátio da escola, e não fazem as
tarefas aplicadas pelo professor, e, outros vão embora, até mesmo fugindo do
ambiente escolar antes do horário regular. Em suma, o comportamento do aluno,
adjetivado pelos educadores de indisciplinado, delineia-se, atualmente, como mais
um dos terrores das escolas (BOARINI, 2013).
Para muitos educadores, na visão do autor, a indisciplina é vista como meio
aterrorizante, pois, com ela vem a violência, o desequilíbrio do funcionamento e
organização da escola, bem como prejudica o emocional de muitos profissionais
dentro da organização escolar. Para Nunes (2011, p. 45) sublinha que:

A violência e a indisciplina são realidades presentes na maioria das escolas,


levando a situações de desequilíbrio e desarmonia no funcionamento
escolar. São situações de discriminação, exclusão e humilhação que afetam
os relacionamentos das crianças e dos jovens e causam desajustes no
convício escolar e social. (NUNES, 2011, p. 45).

Nesta perspectiva, observa-se na referência anterior, que o início para tantos


problemas nas escolas, pode ser a indisciplina dos alunos pejudicial, uma vez que
afeta todo o conjunto do ambiente, ou seja, quando surge um problema considerado
indisciplinar, o professor aciona todos os membros daquela instituição, e em muitos
casos, os profissionais não conseguem encontrar uma solução para diminuir e/ou
tentar acabar com esse fenômeno.
Neste sentido, a escola vem se preocupando cada vez mais no que fazer
para encontrar uma solução, em relação a essa temática, Pedro-Silva, (2014)
descreve:

Quanto à indisciplina e à violência nas escolas, especificamente, tais


fenômenos têm se tornado cada vez mais objeto de preocupação de
professores e dos demais membros ligados à instituição escolar ( diretores,
coordenadores pedagógicos, supervisores de ensino, entre outros), a ponto
de muitos manifestarem descrença no tocante à possibilidade de mudança
desse quadro sombrio. Os professores chegam, inclusive, a dizer o
seguinte: já fiz de tudo o que era possível, isto é, conversei com os alunos e
com seus pais, dei suspensão, apliquei pontos negativos, mudei a
metodologia de ensino, e as crianças e os adolescentes continuam
indisciplinados e violentos. (PEDRO-SILVA, 2014, p. 17).
15

Observar-se que, o professor vem desenvolvendo práticas, mesmo sendo


consideradas erradas e antiquadas por muitos, em prol da solução e melhoria do
comportamento de seus alunos, apesar de ter tomadas essas atitudes, os
educadores não estão obtendo resultados positivos, pois nota-se, segundo a fala do
autor, que os educandos continuam agressivos e indisciplinados, ou seja, não deram
nenhuma importância para as punições que lhe foi imposto. Vale destacar que
alguns alunos não têm mais respeito pelos seus professores, por isso não se
importam com as exigências cobradas em sala de aula ou todo ambiente escolar,
sendo que para muitos educandos não importa a atitude dos membros escolares
estão fazendo para o melhoramento do ensino e aprendizado dos alunos.
Para tanto, Guimarães (1996, p. 77) apud Aquino (1998, p. 10) defende uma
compreensão do significado violência/indisciplina escolar bastante igual, pois:

A instituição escolar não pode ser vista apenas como reprodutora das
experiências de opressão, de violência, de conflitos, advindas do plano
macroestrutural. É importante argumentar que, apesar dos mecanismos de
reprodução social e cultural, as escolas também produzem sua própria
violência e sua própria indisciplina.

Neste contexto, o ambiente escolar pode ser um protagonista para o


surgimento da indisciplina e violência, uma vez que, mesmo sem a intenção, a
escola pode-se transformar em um local de opressão, cheias de regras e deveres,
pouco trabalhando os direitos e deveres dos alunos. Além de algumas escolas não
possuírem uma boa estrutura com lugar como quadra, parquinhos, e área livre a que
venham propiciar prazer, harmonia e mais interação social para seus educandos.
Desta forma, os alunos se sentem aprisionados, enfadados a repetição,
onde todos os dias estão sempre fazendo a mesma atitude, tornando-os sem
paciência e ânimo pra aprender e prestar atenção no conteúdo ofertado pelos
professores, então, esses fatores começam a influenciar os alunos a comportar-se
de forma considerada indisciplinar para o educador. Portanto:

O tema indisciplina quase sempre é empregado para designar todo e


qualquer comportamento que seja contrario as regras, as normas e as leis
estabelecidas por uma organização. No caso da escola, significa que todos
às vezes vistos como indisciplinados mesmos que tais regras sejam
impostas e vinculadas arbitrariamente pelas autoridades escolares
(Diretrizes e Professores) ou ainda democráticas. (SILVA, 2004, p. 24)
16

Vale destacar que, os alunos são vistos com olhares de mau


comportamento, quando estes recebem regras a eles impostas, seu comportamento
é geralmente de comportamento contrário ao que escabece as normas, por mais
que saibam que está cometendo uma inflação. Para SILVA (2004), essas regras são
geralmente construídas pelas autoridades escolares arbitrariamente, não deixando
possibilidades de participação de alunos ou comunidade escolar em geral, e essa
participação seria interessante que acontecesse, pois, uma vez dentro da
construção e elaboração do regimento, os alunos terão mais responsabilidade de
seus papéis, pois foram os mesmos que concordaram com tais normais.
No entanto, além do ambiente escolar, a indisciplina vem se alastrando e
crescendo em diversos ambientes sociais, uma vez que o descontrole está
preocupante, por parte das familiares, escolas e sociedade, como vem destacando
MELLO, (2009, p. 01):

É visível que a indisciplina, em todas as classes sociais, tornou-se uma


prática crescente não só dentro das escolas, mas também dentro da casa,
nas ruas, nos ambientes coletivos como shoppings, nos meios de transporte
etc.; a situação está se tornando insustentável e frequentemente os meios
de comunicação noticiam uma nova demonstração da falta de limites na
violência cometida por um jovem ou adolescente.

Sendo assim, é preocupante que a cada dia, o aumento de casos de


indisciplina dentro do ambiente escolar, local este que os alunos demostram
agressividade e violência uns com os outros, e esse fator não se fecha somente nas
escolas, assim como também, ocorrem dentro dos lares, onde esses sujeitos podem
apresentar inúmeras formas de rebeldia e indisciplina, em muitos casos, essa ação
torna-se grave podendo os até mesmo a cometer algo irrelevante, nos quais não
demonstram e nem sente medo de punição ou algo parecido. Neste sentido:

Observa-se, hoje, que essas sansões parecem não mais funcionar, pois os
alunos não lhes dão mais importância, isto é, elas não se revestem de valor
para eles. Ao contrário, algumas são até vistas como prêmios, como a de
ficar fora da sala de aula, pois, assim, além de se livras de uma atividade
enfadonha ( no caso, a aula), o aluno poderá envolver-se com atividades
que chamam a sua atenção e lhe proporcionam grande satisfação, como a
de ficar jogando futebol na quadra poliesportiva. Em alguns casos, eles
consideram preferível ficar de castigo próximo à sala de diretoria a
permanecer na aula. (PEDRO-SILVA, 2014, p. 94).
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Seguindo esta linha de raciocínio do autor, muitas crianças e adolescente


não tem medo de receber punições pelos seus comportamentos inadequados, pelo
contrário, pode-se dizer que alguns até gostam, pois geralmente eles são levados à
direção para conversas ou em algumas instituições ainda usa método como
suspensão, e para os alunos, é até bom e serve como distração, pois saem de um
ambiente nos quais estão enfadados, para ir a outro ambiente onde acham até mais
agradável.
Em relação a essa temática, a escola deve proporcionar metodologias que
venham fazer com que esses alunos se sintam parte da escola, que tenham prazer
de estar estudando. Uma das alternativas é a criação de oficinas, torneios,
brincadeiras, gincanas, entre outras, que venham chamar a atenção dessa clientela,
para que possa influenciar no seu comportamento de forma positiva, onde
consequentemente diminuirá os índices de indisciplina e violência no ambiente
escolar. Portanto no próximo tópico serão abordadas as vertentes da indisciplina
escolar no Brasil em contexto histórico.

2.2 As vertentes da indisciplina escolar no Brasil

A indisciplina hoje está se tornando um fator comum em todas as escolas do


Brasil, porém, os caminhos que levam a essa ação de rebeldia são muitos, pois não
é somente culpa da família e/ou da escola que acontece tais fatos, e sim um leque
de situações, como de pessoas menos favorecidas, mas também ocorre em escolas
particulares, com crianças com problemas familiares, sociais ou não.
Vale destacar que, a indisciplina não é diretamente dirigida ao ambiente
escolar, ela pode se apresentar em vários ambientes da sociedade, uma vez que a
mesma se trata da não obediência do indivíduo e também atos de rebeldia e
confusão. Portanto, o autor Ferreira, (2008, p. 276) fala em seu livro que, “o termo
(in) disciplina refere-se ao procedimento, falta de disciplina, desobediência, ato, ou
dito contrário a disciplina, desordem, rebelião”. Sendo assim, (in) disciplinado é
aquele que “se insurge contra a disciplina.”
Para o Ferreira (2008), nas escolas a indisciplina é compreendida como uma
manifestação de um ou mais indivíduo, que apresenta comportamentos
inadequados, e/ou com sinais de rebeldia, desrespeito, desacato e, sem educação,
18

onde em sua maioria, transmitem ironia e em alguns casos, são bagunceiros e


atiçadores de confusão dentro e fora do ambiente escolar.
Sabe-se que a família é o primeiro ambiente em que a criança tem contato de
aprendizagem e cabe a ela cumprir com o papel de educar para os limites, observa-
se que essa educação não está acontecendo de fato. Contudo, Rodrigues, (2016 p.
02) descreve que, se indisciplina é multifatorial, e a família também é corresponsável
pela administração do comportamento do estudante. Neste caso, é fundamental que
os educandos recebam uma boa educação, e que ela seja estruturada no respeito e
limites no seu comportamento, caso contrário, à própria família sofrerá
consequências com seus filhos.
Neste sentido, vale sublinhar a ausência da educação informal cada tempo
que passa, o contexto indisciplina fica por ainda no ambiente familiar, onde muitos
pais acabam cedendo às vontades dos filhos devidas chantagens e “birras”
acompanhadas de rebeldias, assim muitos pais mudam sua palavra anterior,
fazendo com que os filhos pensam e acreditam que estão no controle.
Nesta visão, Nunes, (2011 p. 24) fala que “aí surge outra questão: se a
indisciplina é um problema da família, da sociedade e da própria escola, como
melhorar a convivência escolar, combatendo a indisciplina e a violência na escola?”.
Neste sentido, o autor indaga sobre quem é o responsável pela indisciplina dos
alunos, será que tem um culpado, ou todos são em partes responsáveis? Acredita-
se que se todos fizessem ou devem fazer sua parte, seja família, sociedade, e
escola, com certeza essa questão já tinha diminuído tanto na escola quanto em casa
ou em outros ambientes sociais.
Compreende-se também que um dos fatores que veio contribuindo para o
crescimento da indisciplina nas crianças e jovens é ausência de valores morais,
pois, cada dia que passa, podem-se ver crianças mal educadas, falando palavrões,
respondendo mal seus pais e professores, não tendo mais aquele respeito que antes
era bastante apreciado. Assim:

Uma das razões que, sem dúvida, contribui para o aumento da indisciplina e
da violência nas escolas está relacionada ao desaparecimento ou à
diminuição da importância dada a certos valores morais, sobretudo a partir
da década de 1960 do século passado (XX). (PEDRO-SILVA, 2014, p. 29).
19

Na visão do autor, nos tempos atrás, muitos filhos respeitavam seus pais e
os mais velhos, seja ele parte de sua família ou não, como se fossem detentores da
razão e conhecimento, já nos dias atuais, é notório a ausência de respeito e rebeldia
de crianças e jovens com seu próximo, onde responde e questionam sem medo de
ser punidos e/ou castigados, deixando em muitos casos, os pais com vergonha da
atitude do filho, mas não fazem praticamente nada para mudar essa situação.
A ausência de respeito e rebeldia são atitudes consideradas indisciplinares
não ocorrem somente dentro do ambiente escolar, apresentam em diferentes
lugares e situações. A sociedade como um todo, pode contribuir na formação do
caráter do indivíduo, uma vez que o ser humano é um aprendiz desde muito cedo, e
quando ele vem sendo ensinado os valores morais. Segundo Ramos (2011, p. 566 e
833) “valor: significa a importância que se atribui a algo ou alguém e moral: que se
considera adequado em relação aos padrões de uma sociedade, moral para com
seu próximo, consequentemente, esse não terá problemas futuros seja qualquer
lugar que for.”
Em relação à transmissão de valores para a formação do indivíduo, Silva
(2010 p. 57) afirma que:

Os aspectos culturais e sociais também atuam profundamente no processo


educativo e sobre base biopsicilógica de cada indivíduo. Cabe à sociedade,
dentro do seu contexto, transmitir às novas gerações valores e modelos
educacionais nos quais os jovens possam pautar sua caminhada rumo à
sua vida adulta de cidadão ético e responsável. No entanto, não podemos
esquecer que vivemos numa época em que as mudanças ocorrem em ritmo,
no mínimo acelerados.

Seguindo está linha de raciocínio, pode-se dizer que o ensino dos valores
morais, onde desde cedo a criança convive com o respeito, harmonia e sentimento
de amizade, ela aprende e convive com outros demais, respeitando suas diferenças,
tornando um cidadão ético e responsável, não entrando facilmente em conflitos e
discursões. Silva (2010), ainda descreve que nos séculos passados, isso era comum
no Brasil e em outros países, hoje a realidade é totalmente oposta, ressalta aqueles
que foram criados e educadores com ensinamentos de valores e morais no meio
familiar e social, refletindo principalmente no ambiente escolar.
Todavia, sabe-se que no Brasil os valores morais estão cada vez mais
escassos, pois a cada dia pode-se ver e ouvir notícias de indisciplinas nas escolas
brasileiras, e todos se perguntam como lidar com essas atitudes que vem causando
20

desordem e violência, principalmente no ambiente escolar, que deveria ser um lugar


seguro e harmonioso, Nunes (201, p. 23-24) descrevem possíveis respostas de
alguns professores:

Como lidar com as crianças e adolescentes indisciplinados, que


descumprem o regulamento, brigam com os colegas, tumultuam as aulas e
atrapalham a ordem escolar? (Essa pergunta é recorrente em quase todas
as unidades escolares e, se perguntarmos para os professores, as primeiras
respostas que possivelmente virão serão as seguintes: a) a culpa é da
família e dos pais, que não educam e nem corrigem os seus filhos; b) a
culpa é da legislação escolar, que é muito liberal: bom mesmo era
antigamente, quando a disciplina se resolvia com base em uma legislação
forte e, se preciso, a través da força; c) a culpa é do Estatuto da Criança e
do Adolescente, que é uma legislação muito liberal.

Para o autor, muitas respostas existem para a causa da problemática


indisciplina, os professores acreditam que a culpa são dos pais e familiares, uma vez
que estão fazendo o gosto e caprichos de seus filhos, além de não corrigir quando
necessário. No entanto, as leis que amparam e protegem esses menores são
muitas, nos quais acabam que impedindo até mesmo os pais de tomar algumas
atitudes perante o filho, uma vez que podem responder pelos seus atos
judicialmente, em alguns casos o culpado pode ser o regime escolar, que é bem
liberal. (NUNES, 2011). Assim em alguns casos, impede também o professor de agir
perante a indisciplina dos alunos.
O autor Pedro-Silva (2014, p.80) acredita que, a agressão dentro das
escolas aumentou depois que a impunidade para com os alunos foi censurada. Para
tanto:

O problema da indisciplina e da violência nas escolas está, sem dúvida,


relacionada também com a impunidade, com o aumento exorbitante da
ocorrência de situações de violência real e virtual. E com a maneira como
tais tipos são apresentados pelos meios de comunicação em massa.

O autor descreve que a ausência da impunidade colaborou com o


crescimento da indisciplina e violência nas escolas, na sociedade, assim com
também nas redes sociais, muitos casos de violência verbal vêm ocorrendo, gerando
consequentemente transtorno as suas vítimas. Neste caso, a punição seria o certo a
ocorrer, de caráter favorável em ambas as partes, pois os agressores terão mais
medo de suas consequências e pensar antes de agir.
21

Percebe-se a cada dia que passa, tem-se buscados os culpados e pouco


tem sido feito para corrigir o problema, pois até a escola acredita que não tem mais
solução. Para Boarini (2013) reforça, quando a escola acredita que o aluno não quer
mudar e não há nada mais a fazer, realmente ela impossibilita mudança dentro de si
mesma. Ou seja:

l
Ao partir do princípio de que o aluno não obedece às regras escolares
porque é “da sua natureza” ou da “natureza da sua família” ser
indisciplinado, estamos tratando com uma característica inata e, nesse
sentido, imutável. Então, como fazer que esse aluno siga normas que
também “sempre foram assim” e com as quais ele não concorda? Ora, ao
atribuir a fatores inatos a causa da geração dos conflitos ou do
comportamento indisciplinado do aluno, isentando-nos de qualquer
responsabilidade, não é difícil concluir que ficamos impossibilitados de
promover quaisquer mudanças. Nesse caso, se “é assim” e “sempre foi
assim”, parece que não há nada a fazer. Então só nos resta a
contemplação. (BOARINI, 2013, p.129).

Segundo a autora, a escola, em muitos casos, não procuram desenvolver


mudanças, para ajudar seu público a compreender essas normas, ou até mesmo
negam a ajustá-las de acordo com a clientela que está recebendo, omissos, jogam
a culpa na família e sociedade no qual estão inseridos, esquecendo de que é papel
também da escola, promover mudanças nesses alunos. Com isso, observa-se que
muitos profissionais “cruzam os braços” dizendo que não há mais nada a fazer e
nem procuram entender ô porque de tantas rebeldias desses alunos.
Neste sentido Nunes (2011) destaca que, a escola deve tomar algumas
medidas e atitudes para minimizar a violência nas escolas. Seja:

Como o problema gerador da indisciplina também é multicausal e complexo,


as respostas também não são simples. Podemos começar com mudanças
de atitudes na rotina da escola, tentando melhor convivência no ambiente
escolar. A criação de regras comuns com a participação de todos, sob a
coordenação do educador ou de outros responsáveis pela escola, é um bom
caminho, pois democratiza a convivência e confere princípios e significados
às regras, tornando-as mais justas e, portanto, mais passíveis se serem
cumpridas. (NUNES, 2011, p.24).

Vale ressaltar que a escola precisa estar atenta a tudo que acontece e que é
relevante para melhorar a conduta dos sujeitos estudantes deve lembrar que o aluno
faz parte de uma escola, uma família e uma sociedade. Portanto, para obter melhor
sucesso no quesito diminuição da indisciplina, as instituições observadas com esses
22

fatores, têm que trabalhar juntas para encontrar melhores soluções possíveis. Pois
não adianta a escola e/ou seus familiares querer punir os filhos, que não vai dar
certo, geralmente só vai acarretar mais ira e violência desses educandos. Sendo
assim:

É evidente que todo aluno “indisciplinado” ou “violento” tem seus


determinantes psíquicos, pertence a uma família, independente do seu
modelo de estruturação, e que a indisciplina escolar é um fenômeno que se
concretiza na escola. Como corolário, qualquer explicação sobre esse
assunto deve considerar esses aspectos. O que não podemos perder de
vista é que a escola, a família e o aluno não existem isoladamente. Fazem
parte de uma sociedade e de um período da história que não devem ser
desconsiderados. (BOARINI, 2013, p.126).

Nesta expectativa, faze-se necessário que se faça algo que venha trazer
mais a participação dos pais, juntamente como os alunos e todo corpo escolar, de
forma que a questão da indisciplina deve ser estudada para procurar uma possível
solução. Porém, o mal comportamento não devem ser tratados isoladamente em
cada setor. Seguindo a visão de Boarini (2013), vale destacar que a cultura e a
tecnologia facilitam bastante para o surgimento da indisciplina, uma vez que
sociedade está em constante mutação, tendo que se adaptarem as inovações numa
velocidade que em muitos casos não conseguem acompanhar as evoluções.
Neste caso, os jovens e até mesmo as crianças aprendem facilmente, mas q
alguns pais, por esse motivo, muitas vezes, acreditam que são os mesmos
detentores do conhecimento. Assim sendo, essa facilidade de aprender nos meios
sociais (presenciais ou virtuais) tem levado as crianças e jovens a cada vez mais ser
inseridos e conectados no mundo virtual, de certa forma as ferramentas tecnológicas
podem estar colaborando para o aumento da rebeldia das crianças e jovens.
Entretanto, o que mais provoca tais atos é o desaparecimento das formas
tradicionais de ensinamento, onde se respeitavam pais, professores e toda classe
social, começando pelas pessoas mais velhas, nesta época eram conhecidas como
senhores do conhecimento e, hoje, são tratadas como antiquadas ou que não
sabem de nada. Sendo assim, essa falta de respeito, é oriunda da falta de regras e
limites, como pode ser vistas em muitos lares, onde os próprios pais alegam não
conseguir educar seus filhos e que não sabem que atitude deve ter perante o
comportamento de seus filhos. (BOARINI, 2013).
23

Para continuar com o estudo monográfico, a próxima subseção vem discutir


a indisciplina e consequências no desenvolvimento da ação cognitiva dos alunos,
que apresentam um comportamento indesejado no ambiente escolar e em outros
seguimentos da sociedade.

2.2.1 Indisciplina e consequências.

A indisciplina pode vir acarretar inúmeras consequências que podem


prejudicar as crianças e jovens tanto na vida estudantil quanto na familiar e em
outros seguimentos sociais. Nesta perspectiva, observa-se que a rebeldia vem
causando muitos tumultos, brigas e agressões físicas e corporais, principalmente no
ambiente escolar. Vale ressaltar que as consequências para tais atos considerados
indisciplinados podem ser vasto, como por exemplo, o baixo rendimento escolar,
desistência e até mesmo perder todo ano letivo, por causa de comportamentos e
ações reprováveis para o meio escolar.
Em alguns ambientes escolares, a reclamação dos professores em relação à
indisciplina tem sido muito forte. Podem citar alguns depoimentos citado por
Vasconcellos (1996, p. 228) no relatam que:

A falta de interesse está muito grande. Os alunos estão dispersos, não


respeitam mais o professor, estão vivendo em outro mundo. A tecnologia
avançou demais e o professor infelizmente não acompanhou, ficou
desinteressante para eles. Eles estão acostumados a apertar botão de
videogame, de computador, a ver televisão e aí aparece o professor com
apagador e giz... O professor não está conseguindo ter domínio, as aulas
estão muito no passado, muito antigas. Os meios de comunicação ao invés
de ajudar estão atrapalhando: programas muito violentos. Não está
existindo liberdade com responsabilidade.

Seguindo este pensamento, o autor faz compreender que muitos desses


alunos não têm limites ou controles dos pais em relação ao uso exagerado dos
meios tecnológicos de comunicação, algumas crianças assistem atos de violências
constantemente, e esse ato de agressão fantasioso pode ser vistos como normas, já
para a sua vida real pode ser visto como agressões. Neste sentido, com essas
atitudes praticadas pelos alunos, os professores podem perder o controle da turma,
com isso, prejudica tanto o aprendizado dos praticantes da indisciplina quanto dos
demais, e consequentemente, com acúmulo de desinteresse de todos os alunos ali
presentes.
24

Além dessas confusões dentro da sala de aula, tem aquele professor que
não muda sua metodologia ou prática pedagógica de ensino, por falta de vontade e
conhecimento, na qual, passa a ser também mais uma causa de tantas rebeldias,
pois os alunos ficam tediados com a mesmice do cotidiano escolar. Em relação à
indisciplina no ambiente familiar e social, Carmo (2010) diz:

De certa forma a nova família quer dar tudo ao filho, pois em um passado
não tiveram, ou querem suprir a falta de algo. Pais que trabalham muitos,
não tendo tempo para o filho, ou até mesmo, as mães que se sentem
culpadas pela falta de atenção não conseguem dizer não. Famílias
desestruturadas, com pais separados, tende o filho ser consequentemente
indisciplinado. (CARMO, 2010 p. 61).

Diante dessa realidade, muitas famílias vêm perdendo o controle de seus


filhos, fazendo as vontades, pois não conseguem dizer não, -aquando devem fazê-
lo-, talvez pelo fato de que não tiveram a chance ou renda que possuem hoje, eles
cedem aos desejos dos filhos. Carmo (2010) faz uma alerta a respeito dessa atitude,
os filhos sempre esperam um sim dos seus pais, e quando são contrariados, ficam
agressivos, falam palavrões, respondem mal e em alguns casos, passam até roubar,
tomar o que é alheio para conseguir seu objetivo.
Tendo em vista estas problemáticas, a indisciplina ocorreu ou ocorre devido à
criança não ter recebido limites e normas quando precisava, e agora suas atitudes
estão ultrapassando as questões consideradas rebeldes, e se transforma em
transtornos para os pais. Contudo tem-se observado em contexto social, crianças e
adolescentes que tem condições de comprar tal objeto, mais prefere pegar o do seu
colega sem pedir. Isso não quer dizer que quem não tem condições financeiras, para
pagar. Ao contrário, quando a criança é ensinada desde cedo boas maneiras como o
respeito, limites e regras da sociedade, essa criança tem quesitos favoráveis para se
tornar um bom cidadão, independente da classe social o qual pertence.
É importante relembrar em séculos passados em uma linha tradicional na
escola, as normas, regras e limites eram ensinadas de uma maneira peculiar, onde
os professores conseguiam manter os alunos em ordem, mesmo que de forma
autoritária, nas quais nos dias de hoje, devido às leis que regem o Brasil não são
mais permitidas, seguir com a tendência tradicional. Portanto pode-se sublinhar na
fala de Pedro-Silva (2014):
25

Outra causa que sem dúvida contribui para o aumento da indisciplina e da


violência nas escolas foi a falência das formas tradicionais de se combater
tais fenômenos e, em contrapartida, de se impor disciplina. As formas
empregadas, dentre outras, era a de advertir verbalmente, fazer o uso da
ameaça de delação aos pais, de encaminhamento à direção (para aplicação
de advertência, suspensão e até expulsão da escola), aplicar pontos
negativos, diminuir a nota obtida na prova, colocar de castigo na sala
“cheirando a parede” (expressão terrível), impedir a participação no recreio
(e, em consequência de se alimentar, o que é talvez o principal motivo da
frequência aos bancos escolares) e/ou nas salas de aulas de educação
física, educação artística e computacional, ou em outras atividades
sabidamente desejadas pelas crianças e adolescentes. (PEDRO-SILVA,
2014, p. 93).

Neste sentido, o autor Pedro-Silva (2014) defende que devido à “falência das
normas tradicionais”, nas quais delegavam como deveriam ser o comportamento dos
indivíduos que frequentavam a escola, e que consequentemente os ditos
indisciplinados recebiam castigos por não tê-lo cumprido, e de certa forma
funcionava, pois os alunos pensavam bem antes de agir, pois sabiam das
consequências que teriam que enfrentar. Hoje, muitos professores e familiares
reclamam das novas leis que proíbem esses tipos de castigos, pois aplicabilidade
do ensino tradicional rigorosamente pode prejudicar muito mais a pessoa
psicologicamente e socialmente, uma vez que essas impunidades podem gerar
constrangimento, medo e insegurança aos alunos.
É importante relembrar que, as regras e normas de convívio devem ser
trabalhadas desde muito cedo com as crianças, caso contrário, poderá tornar um
jovem problemático e, futuramente um adulto agressivo, intolerante e impulsivo, pois
a ele não foi ensinado o respeito ao próximo, os limites, e o real valor da
solidariedade, que pesa muito na formação do caráter do cidadão.
Outro fator que está preocupando as famílias e professores, é a distorção da
do entendimento da palavra indisciplina. Para alguns pais e educadores indisciplina
pode ser considerada como síndrome de Hiperatividade, como afirma Pedro-Silva,
(2014, p. 113):

A indisciplina foi considerada a grande praga do final do século passado


para a educação brasileira (XX) e a violência, o seu efeito mais nefasto.
Infelizmente, o problema continua, e a tal ponto que passou a ser visto
como produto de uma doença de nome composto chamada hiperatividade.
Tanto é verdade que se ouve falar pouco em indisciplina e violência escolar,
na verdade, a moda agora é hiperativos.
26

De acordo com a visão do autor, a indisciplina no século XX, foi um dos


maiores problemas nas instituições de ensino brasileiras, hoje, pouco se tem falado
neste assunto, no decorrer dos anos, aumentou muito mais os casos dentro do
ambiente escolar, devido à comparação com a hiperatividade. Pois os sintomas são
bem parecidos, o que dificulta o professor identificar se o aluno é mesmo
indisciplinado, ou hiperativo. O autor critica, pois devido ser considerada complexa,
alguns docentes não sabem como lidar com esses alunos, e diante desse fenômeno
não conseguem ensinar esses discentes, em relação ao aprendizado dos demais,
muitas vezes terminam deixando-os de lado.
Nesta conjuntura, os pais são chamados na escola para um esclarecimento
do que está acontecendo com seu filho, no entanto, são vários relatos por parte de
alguns professores que o problema dos filhos não é a rebeldia e malcriação, e sim,
que tem um problema e que devem ser tratado, e/ou procurar um especialista para
melhor esclarecimento e tratamento. Pedro-Silva (2014). Em sequência afirma que:

A situação, a meu ver, chega ser tão preocupante que frequentemente pais
têm sido chamados (quando não convocados) a comparecer à instituição
em que seu filho estuda, a fim de escutar o veredicto da hiperatividade e a
solicitação de encaminhamento ao neurologista e de emprego de
medicamentos (o seu filho, afinal, deve ter algo na cabeça que o impede de
ficar quieto em sala de aula, o faz bater nos colegas, xingar-me e agredir-
me (a professora). (PEDRO-SILVA, 2014, p.113-114).

Diante dessa realidade, o autor indaga que ao invés do professor procurar


entender através dos pais o porquê do aluno ser tão indisciplinado, traz um novo
problema para a família, distorcendo o real problema, que é a falta de limites e
respeito de seus filhos para com seu próximo. No entanto, existem mesmo alunos
hiperativos, que realmente precisam de atendimento especializado e que não
consegue mesmo controlar suas emoções e temperamento, mas para Pedro-Silva
(2014), a escola está generalizando todos que apresentam comportamentos
considerados inadequados com hiperatividade.
Portanto, a indisciplina pode ser considerada de várias maneiras, mas que
geralmente trazem consigo desinteresse entre outras consequências, é o que vem
mostrando Vasconcellos, (1996). Entretanto:

Muitos problemas de indisciplina têm origem na questão do desrespeito.


Com frequência, a indisciplina é uma manifestação de coeficientes de poder
27

não adequadamente equacionados; só que nossos alunos não vão,


evidentemente, levantar a mão e argumentar: "Professor, gostaria de pôr
em questão nossa relação, tendo em vista a percepção de que entramos
num processo de reificação, onde minhas potencialidades ontológicas e
epistemológicas estão sendo subestimadas"... Eles não conseguem
verbalizar isto de uma maneira clara, mas vão manifestar de alguma forma
que as coisas não vão bem, como por exemplo: querer sair a todo o
momento da sala de aula, ficar conversando fora do assunto, não fazer as
lições, agredir o colega ou o professor etc. (VASCONCELLOS, 1996,
p.245).

Seguindo está linha do desrespeito, no ato da indisciplina é bastante


predominante o desrespeito com seus professores, os alunos não têm uma visão de
que precisam pedir com licença na hora de falar, tendo em vista que eles gostam de
gritar ao invés de falar, além do que, não sabem se expressar de forma precisa e
clara como cita Vasconcellos (1996). Portanto, devido esses tumultos dentro das
classes, além dos alunos indisciplinados se tornarem cada vez mais com baixa
estima, sem vontade de ouvir e nem aprender o que lhe está sendo passado pode
ser interpretado como desestimulo para aqueles poucos que estavam interessados,
até porque quase ninguém consegue aprender e/ou escutar com tanto barulho ou
um entra e sai da sala de aula. Dessa forma

Quando a “falta de motivação” é apontada como uma das causas da


indisciplina escolar, pode-se entender que as necessidades individuais não
foram atendidas. A desobediência à norma é justificada pelo caráter íntimo
de cada um. Em escola particular, geralmente, essa questão é ainda mais
evidente, e a tirania do aluno que “paga a escola” é um fato. O professor
deve ser capaz de “segurar” a atenção do aluno, portanto, motivá-lo. Assim,
via de regra, professor competente é aquele que mantém a classe em
silêncio. Nessa linha de raciocínio, há que se considerar, também, a
dificuldade de alguns pais e professores para estabelecer as regras de
convivência social, justificada pelo cuidado em não traumatizar a criança ou
adolescente, ou não cercear suas possibilidades de crescimento
psicológico. (BOARINI, 2013, p.128).

Nesta perspectiva “à falta de motivação”, as consequências mais


relatadas são a desmotivação, pois os alunos desestimulados a estudar, vejam a
escola como um estorvo, um castigo e pode tornar mais agressivo ainda, podendo
até bater e/ou matar seus professores, como tem visto nestes últimos anos via
informação na mídia. Dessa forma, para se obter melhor resultado ao combate a
indisciplina, os professores juntamente com seus familiares devem chegar a um
acordo para buscar novos métodos que venham contribuir para sanar a indisciplina.
Ressaltando que esses métodos devem estar dentro das normas e das leis, para
28

que não venham prejudicar futuramente esses alunos fisicamente e


psicologicamente. Segundo Boarini (2013). Nunes (2011) a motivação deve ser a
chave para o sucesso ao combate da indisciplina. No entanto:

Outro grande desafio dos educadores é trabalhar a motivação dos alunos,


tarefa bem difícil nos dias atuais, embora não impossível, que exige muita
sensibilidade e empenho. Além disso, é importante que o aluno seja o
protagonista e participe das atividades escolares mais intensamente
(NUNES, 2011, p.24).

Dessa forma o autor faz uma ressalva para trabalhar a motivação, pois
quando o aluno sente-se parte do lugar onde está inserido, ele é ativo positivamente
das ações, e passa a ter uma boa convivência e respeito com todos. Diante desse
contexto, o que esperar desses jovens quando se tornarem adultos, uma vez que a
própria lei não perdoa atos de vandalismo, rebeldia e agressões? Como ensinar
alguém que desde cedo cresceu sabendo que por mais que teimasse não seria
punido pelas suas ações, pois estava amparado? Então será o próprio que sofrerá
aumentando o número de detentos dentro dos presídios brasileiros e infelizmente é
essa a realidade, se salva poucos deste destino. (NUNES, 2011, p.24).
Para continuar esse estudo sobre o desafio pedagógico do professor diante
da indisciplina dos alunos no ambiente escolar, a próxima sessão abordará o papel
do professor na educação básica os desafios na sala de ala.

3 O PAPEL DO PROFESSOR NA EDUCAÇÃO BÁSICA OS DESAFIOS NA SALA


DE AULA
3.1 As Práticas Pedagógicas e Suas Contribuições

A organização quanto à prática pedagógica é de grande valia para que haja


um trabalho com qualidade dentro do estabelecimento de ensino. Deste modo, todos
os assuntos devem seguir um planejamento adequado de acordo com a
necessidade de uma determinada classe estudantil. Entre estas destaca-se os
ambientes dentro da sala de aula, esse ambiente deve ser atraente para que o
educando possa se sentir motivado e goste de estar nesse espaço escolar, e assim
possa desenvolver melhor nas atividades aplicadas, para isso o professor precisa
diversificar suas aulas, chamando sempre a atenção do aluno em uma metodologia
atraente.
29

Dessa maneira, no ambiente escolar as praticas pedagógicas e suas


contribuições são ferramentas indispensáveis para contribuir com a aprendizagem
do aluno fazendo-o gostar de estudar. Para tanto, no ponto de vista de Veiga (1989)
a prática pedagógica precisa ter alguns elementos essenciais para a realização dos
objetivos a serem alcançados. Dessa forma:

[…] a prática pedagógica como uma prática social orientada por objetivos,
finalidades e conhecimentos, e inserido no contexto da prática social. A
prática pedagógica é uma dimensão da prática social que pressupõem a
relação teoria-prática, e é essencialmente nosso dever, como educadores, a
busca de boas condições necessárias a sua realização. (VEIGA, 1989,
p.16).

Neste sentido, a autora esclarece que os objetivos, finalidades e


conhecimentos que são ensinados aos discentes na escola devem ser trabalhados
fazendo paralelo entre os conteúdos ministrados com a sociedade, fazendo assim
uma análise com a realidade de onde a clientela que a instituição de ensino recebe.
Vale ressaltar que a prática pedagógica do professor é uma ferramenta
indispensável para que as metas sejam alcançadas, uma vez que nem sempre as
escolas têm estrutura e ambiente adequado para que haja o ensino-aprendizagem
dos alunos.
Nesse momento cabe ao docente buscar novas propostas metodológicas e
condições para realizar seu trabalho. Pois a cada dia é desafiador para os
professores das redes de ensino, seja da esfera pública ou privada, precisa ser
inovada constantemente as práticas pedagógicas no sentido contribuir cada vez
mais com o aprender do educando, pois os recursos didáticos diversificados atraem
mais a atenção do aluno, tornando as aulas mais dinâmicas.
No ponto de vista do Ministério se Educação-MEC (2013), o aprendizado
ocorre com os ambientes propícios, e um desses ambientes é resultado de um
espaço escolar organizado com subsídios necessário para que o aluno sinta-se
atraído pelo mundo do conhecimento, à medida que o âmbito escolar favorece os
recursos e as orientações necessárias para ir em frente buscando inovações e
qualificações profissionais, isso depende mito da prática pedagógica que cada
instituição oferta a sua clientela e as mitologias que os professores utilizam em sala
de aula. Ainda na visão do Ministério de Educação-MEC (2013) afirma que:
30

Quanto à concepção e a organização do espaço escolar curricular e físico,


se imbricam e se alargam, por incluir no desenvolvimento curricular
ambientes físicos, didáticos-pedagógicos e equipamentos que não reduzem
as salas de aula, incluindo outros espaços da escola e de outras instituições
escolares, bem como os socioculturais e esportivo-recreativo do interno, da
cidade e da mesma região. (BRASIL, 2013, p. 27).

Assim, as práticas didáticas pedagógicas não podem restringir-se apenas


nas salas de aulas, como também na busca por explorar os ambientes que podem
servir como inovações e organizações no trabalho realizado pela instituição e o
corpo docente. Os professores devem aproveitar o máximo possível dos ambientes
que cercam a escola ou até mesmo a cidade ou um parque ambiental, visita teórica,
pesquisa de campo e outras atividades pertinentes à aprendizagem do aluno.
Levando assim, a classe estudantil ao campo de conhecimento, pois dessa forma as
contribuições educacionais surtiram efeitos mais eficazes na vida dos educandos,
proporcionando assim inovação e incentivos para a classe.
Nesta visão, os Parâmetros Curriculares Nacionais (2001), afirma que a
escola é espaço onde ocorre o processo de ensino/aprendizagem. Portanto as
práticas pedagógicas devem ser adequadas ao espaço que a instituição possa
oferta a sua clientela, e um espaço que é de suma importância é a biblioteca onde o
professor pode fazer atividades diversas com sua classe propondo aos mesmos
trabalharem em grupo através de pesquisa incentivando a leitura. Uma vez que:

O papel da escola (e principalmente do professor) é fundamental, tanto no


que se refere à biblioteca escolar quanto à de classe, para organização de
critérios de seleção de material impresso de qualidade e para orientação
dos alunos, de forma de promover a leitura autônoma, a aprendizagem e de
procedimento de utilização de bibliotecas (empréstimos, seleção de
repertorio, utilização índices, consultas a diferentes fontes de informações,
seleção de texto adequados as suas necessidades, etc.), e a constituição de
atitudes de cuidado e conservação do material disponível para consulta.
Além disso, a organização do espaço físico – iluminação, estantes e
disposição dos livros, agrupamento dos livros no espaço disponível,
mobiliário, etc. – devem garantir que todos s alunos tenham acesso ao
material disponível. [...] (PCN’s, 2001, p. 92).

De acordo com os PCN’s, cabe ao professor utilizar os recursos que estão


disponíveis na instituição para ensinar, os materiais didáticos servem de apoio
pedagógico para aprendizagem de toda a clientela escolar, por isso é necessário
manter mantê-los sempre limpos e organizados. Dessa forma o docente vai alcançar
seus objetivos trabalhando de forma organizada e ao mesmo tempo fazendo um
31

trabalho socioeducativo na preservação dos materiais didáticos. As práticas


pedagógicas fazem toda a diferença para a aprendizagem dos educandos. E quando
esses materiais são atrativos envolvem os alunos de forma interessantes e criativos,
de forma que os alunos mais rebeldes ficam mais calmos e possam gostar das
atividades.
Ao reforçar este estudo o próximo tópico apresentará o conhecimento
pedagógico e a formação continuada do professor no cenário para contribuir com
melhor trabalho no que tange ensinar no ambiente escolar.

3.2 O Conhecimento Pedagógico e a Formação Continuada do professor.

O professor deve ser um profissional capacitado para ministrar as aulas nas


devidas disciplinas que estão inseridas nas matrizes curriculares, e nas devidas
modalidades de ensino infantil, fundamental, médio e superior. Cada um com sua
capacitação pedagógica onde deve fazer jus os conhecimentos e metodologias
adquiridas, para assim, ser transmitidas aos educandos através das aulas teóricas e
práticas, utilizando de didáticas pedagógicas dentro do âmbito escolar.
O conhecimento vai além da sala de aula, é necessário conhecer o aluno
respeitando seu conhecimento prévio, para que assim, possam ser trabalhados os
conteúdos dentro duas especificidades, levando em consideração coordenação
sensorial e motora da criança, além do conhecimento que o educando já possui.
Sendo assim:

O professor dos primeiros alunos do ensino fundamental tem uma formação


generalista que o qualifica para selecionar as disciplinas dede nível escolar
que devem contemplar conhecimentos básicos da especificidade de cada
uma dessas disciplinas assim como seus aspectos didáticos. Como toda
disciplina cientifica escolar, a história tem o próprio tempo de estudos,
conceitos, teorias, conteúdos e métodos que lhe conferem identidade como
disciplina e que são fruto de sua evolução. (CAMPOS, 2012, p. 24).

Na fala da autora, o docente quando vai para sala de aula já passou por
fases como: treinamentos, estágios supervisionados e outras premissas dentro da
Faculdade. Enfim, a habilitação e a qualificação garantem o direito do profissional
para atuar em sala de aula com os discentes, colocando em prática o trabalho
32

através de procedimentos e metodologias no intuito de mediar os conhecimentos


entre professor-aluno-professor.
O conhecimento é um mecanismo que precisa ser constantemente
estudado, pois a cada dia em uma construção de saberes, por isso os profissionais
precisam constantemente esta buscando cursos de aperfeiçoamento nas empresas,
nas indústrias, nos escritórios. Porém nas instituições de ensino não é diferente, os
professores e os profissionais da educação precisam estar sempre buscando
capacitações través das formações continuadas para melhor qualificar. (CAMPOS,
2012)
É importante sublinhar que o mundo vive numa era da globalização 1, onde é
necessário o corpo docente esta inovando propostas metodológicas antes de levar
para a sala de aula, uma vez que os discentes vivem conectados nas redes sociais e
na internet. Assim o profissional da educação deve estar sempre à frente dos
conhecimentos buscando ainda soluções para os desafios que são enfrentados
constantemente no âmbito escolar. Para isso, a lei de Diretrizes e Bases da
Educação-LDB de 9394/96 no artigo 3° ao definir:

Os princípios da educação nacional prevê a valorização do profissional da


educação escolar. Essa expressão estabelece um amálgama entre o
educador e a educação e os adjetiva, depositando foco na educação.
Reafirma a ideia de que não ha educação escolar sem escola e nem esta
sem aquele. O significado de escola aqui traduz a noção de valorizar o
profissional da educação e valorizar a escola, com qualidade gestorial,
educativa, social, cultural, ética, estética, ambiental [...]. tanto a valorização
profissional do professor quanto a da educação escolar são, portanto,
exigências de programas de formação inicial e continuada, no contexto do
conjunto de múltiplas atribuições definidas para os sistemas educativos.
(PCN’S, 2013, p. 57-58).

Entende que a lei LDB 9394/96, institui a valorização dos profissionais dos
profissionais que atuam na educação como também estabelecem programas de
formações para os professores e demais profissionais. Assim essa lei reafirma que é
de suma importância que os profissionais da educação participem de formação
inicial e continuada. Para esses profissionais participar de cursos de capacitações

1
S.f. ato ou efeito de globalizar (se). Globalização é o processo de aproximação entre as diversas sociedades e
nações existentes por todo o mundo, seja no âmbito econômico, social, cultural ou político. Porém, o principal
destaque dado pela globalização está na integração de mercado existente entre os países. A globalização
permitiu uma maior conexão entre pontos distintos do planeta, fazendo com que compartilhassem de
características em comum. Desta forma, nasce a ideia de Aldeia Global, ou seja, o mundo globalizado onde
tudo está interligado. https:// www.significados .com.br
33

que venham contribuir com o processo ensino/aprendizagem dos discentes,


envolvendo todas as disciplinas da matriz curricular de cada modalidade de ensino
em oferta, é uma formar instigar um novo trilhar pelo a busca do conhecimento
interdisciplinar de todas as esferas educacionais.
Dessa forma todos os professores devem se capacitar de forma contínua,
não deve concluir um curso de graduação superior e ficar parado, pois o mundo do
conhecimento é ampliando todos os dias, principalmente buscar conhecer as leis
que ampara os direitos e deveres dos alunos. Essas leis são ampliadas
constantemente. No próximo tópico serão abordados os direitos e deveres dos
alunos que vem mostrando as conquistas brasileiras, porém esta conquista vem
acarretada de obrigações, para que assim sejam compridas as leis.

3.3 Legislação: Direitos e Deveres dos Alunos

O direito humano vem sendo conquistado a cada ano que passa através de
muitas lutas pela educação, em especial surgem às leis que regimentam a e
normatizam as modalidades de ensino, para que ocorra o ensino/aprendizagem de
cada educando. Todos os cidadãos brasileiros têm direitos e deveres nos diversos
âmbitos sociais que são assegurados por lei. A educação é o essencial na vida de
cada indivíduo para que possa exercer o direito à cidadania. Estando assim
estabelecido na lei n°. 8.069/1990

Art.53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando o pleno


desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e
qualificação para o trabalho, assegurando lhes: I – igualdade de condições
para o acesso e permanência na escola; II – direito de ser respeitado pelos
seus educadores ; III – direito de contestar critérios avaliativos, podendo
recorrer às instâncias superiores; IV – direito de organização e participação
e organizações estudantis; V – acesso à escola pública e gratuita próxima
de sua residência. (BRASIL, 2005, p.20).

De acordo com Brasil (2005), no Estatuto da Criança e do adolescente


(ECA) todas as crianças e todos os adolescentes têm direito de exercer a cidadania
e receber o direito a educação para que assim o indivíduo obtenha capacitação
pessoal e profissional, tendo assim direitos profissionais no mercado de trabalho.
Tem o direito a uma instituição em boas condições e estruturadas com
equipamentos adequados para as aulas serem ministradas com qualidade para
34

todos os educandos, despertando assim nos mesmos interesses pelo conhecimento,


permanecendo no âmbito escolar ao longo do ano letivo.
Neste sentido, os discentes devem ser respeitados por todos os educadores,
inclusive por todos os funcionários da instituição, dessa forma todos serão
formadores de opiniões inovadoras e construtivas, onde os educandos passam a
serem pensadores e construtores de conhecimentos. Para isso, as instituições
devem seguir planos de ensino e propostas curriculares, onde os docentes fazem
seus planejamentos de acordo com os conteúdos estabelecidos. Sendo que cada
professor pode desenvolver suas atividades e métodos de avaliação para sua turma,
quando os professores não concordam com os conteúdos, assim decidem ampliar
de acordo com a realidade e vivência do aluno. No entanto, se esse método
avaliativo do professor corresponder o aprendizado do aluno, cabe a ele recorrer
junto ao sistema de ensino para reivindicar melhora no ensino em oferta.
Para Brasil, na lei n° 8.069/1990 (ECA) todos os cidadãos tem direito ao
acesso as escolas, tantos os estudantes da cidade como os que moram no campo e
comunidades que estão distantes da sede de seu município. O governo deve
propiciar subsídios que favoreçam aos educandos ter educação com qualidade
independentemente da localidade de onde este público esteja residindo.
Desta forma, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9.394/96 garante o
direito a toda classe estudantil dessas comunidades que fazem parte da cidade.
Ainda de acordo com Brasil (2013, p.45), “A educação para a população rural está
prevista no artigo 28 da LDB, em que fica definida para atendimento à população
rural, adaptações necessárias às peculiaridades da vida rural e de cada região, [...]”.
Sendo que os procedimentos metodológicos ofertado para esses estudantes devem
ser trabalhados e adequados de acordo com a necessidade de cada localidade.
Neste sentido, quando fala do ensino do campo, o profissional atuante nesta
área deve conhecer os fundamentos da educação do campo para contemplar com
propostas pedagógicas que realmente atende a necessidade dos alunos em
diversos aspectos. Uma vez que:

As propostas pedagógicas das escolas do campo devem contemplar a


diversidade do campo em todos os aspectos: sociais, culturais, políticos,
econômicos, de gênero, geração e etnia. Formas de organização e
metodologias pertinentes à realidade do campo devem, nesse sentido, ter
acolhida. Assim, a pedagogia da terra busca um trabalho pedagógico
35

fundamentado no princípio da sustentabilidade, para que possa se


assegurar a preservação da vida de futuras gerações. (IBDEM, 2013, p.45)

Nesta visão, trabalhar os assuntos das disciplinas curriculares voltadas para


a realidade dos educandos do campo é chamar a atenção para outra forma de
ensinar. Deste modo, as leis que regimentam a educação garantem educação a
todos os indivíduos da sociedade moderna, programas e projetos voltados para essa
clientela são inúmeros tentando assim alcançar a todos garantindo ainda direitos
igualitários. Nos dias atuais existem meios que incentivam e propiciam até mesmos
o ingresso nas faculdades e universidades de todo o país usando a nota do ENEM
(Exame Nacional do Ensino Médio), na Prouni e no Sisu. São mais direitos sendo
conquistados cada vez mais para o bem dos cidadãos brasileiros.
As leis que amparam e garantem o direito a educação de forma em geral,
priorizando o ensino com qualidade para os alunos na idade certa de ser inserido na
educação básica, sendo que os prédios para funcionar uma escola devem ter boa
estrutura para funcionamento. Desta forma o público alvo discente sentirá mais
envolvido dinamicamente no mundo da educação formal, e sentirá vontade de
estudar. Pois, uma escola atraente poderá contribuir para diminuir a indisciplina no
ambiente sala de aula. Desta forma na próxima sessão discutirá os procedimentos
metodológicos com as análises da pesquisa em campo desta investigação.

4 ANALISE DE DESENVOLVENDO

4.1 Caracterização da Escola


A Escola Municipal de Ensino Fundamental Carlos Sarmento foi construída no
ano de 1993 e inaugurada no dia 28 de dezembro deste mesmo ano, na época atendia aos
seguintes graus de ensino e modalidade: Ensino Fundamental, Ensino Normal com
habilitação para o Magistério e a modalidade de Educação de Jovens e Adultos. A
denominação “Carlos Sarmento” foi uma escolha da primeira turma de Magistério,
homenageando o Senhor José Carlos Sarmento, que contribuiu expressivamente com
movimentos sociais, políticos e culturais neste Distrito de Miritituba. Em 04 de Junho de
2008, a Escola passou por uma ampliação, construção e revitalização, aumentando o
número de dependências da Instituição, sendo estas: oito salas de aula, um laboratório de
informática, uma sala de coordenação, uma sala de recursos multifuncionais (SRM), uma
sala de secretaria, uma sala dos professores, uma cozinha com despensa, uma área
36

coberta com bebedouro e seis banheiros (dois para alunos, dois para alunas e dois para
funcionários).
Atualmente, a Instituição funciona com o Ensino Fundamental de 09 (nove)
anos (sendo ensino fundamental menor), com média de idade de 6 a 14 anos e a
modalidade Educação de Jovens e Adultos – EJA, cuja média é de 15 a 73 anos.
Possui também, um atendimento para alunos especiais (AEE – Atendimento
Educacional Especializado) com o objetivo de inclusão social, atendendo inclusive,
alunos especiais de outras escolas visando a inclusão e um melhor aproveitamento
destes alunos no ensino regular. O perfil socioeconômico é bem diversificado, mas a
maior parte dos alunos encontra-se situada na renda mínima, em torno de 50%
dependem dos recursos do Programa Bolsa Família para ajudar na aquisição de
materiais e uniformes escolares.
O Conselho Escolar da Instituição tem como Presidente: Professora Lea
Maria Ferreira dos Reis e Tesoureiro: Professor Genimorel Rodrigues Aires.
Encontra-se em perfeito exercício e agindo dentro da legislação no que se refere ao
uso dos recursos financeiros enviados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação – FNDE, através dos Programas: PDDE – Programa Dinheiro Direto na
Escola e Programa de Desenvolvimento da Educação – PDE – Integral.
Entre as atividades mais importantes realizadas e em realização na Escola
podemos citar: o Programa Novo Mais Educação, que visa impulsionar a melhoria
do desempenho educacional, mediante complementação de carga horária escolar,
com as atividades pedagógicas de Língua Portuguesa e Matemática (funcionando
como reforço para os alunos com dificuldades nestas disciplinas), e também as
atividades de Práticas Circenses, Artesanato e Educação Patrimonial.
Na atual administração do Exm° Senhor Prefeito Valmir Climaco de Aguiar.
Secretário Municipal de Educação Ilm° Amilton Teixeira Pinho, a escola tem como
Diretora a Ilmª. Srª Sônia Araújo Ferreira e Vice-Diretor Ilmº. Srº Claudionor Barbosa
da Silva, conta com um corpo administrativo, de apoio e docente constituído por:

 01 (um) Secretária;
 02 (dois) Auxiliares de Secretaria;
 03 (quatro) Merendeiras;
 05 (cinco) Auxiliares de Serviços Gerais;
 03 (três) vigias
37

 22 (vinte e três) Professores.

Todos profissionais capacitados e que estão sempre a disposição da


comunidade escolar, sempre realizando um bom serviço, zelando pelo bem estar
dos alunos.(DOCUMENTO CEDIDO PELA INSTITUIÇÃO PESQUISADA –
HISTÓRICO DA ESCOLA)

4.2 Procedimentos Metodológicos

Os caminhos que foram percorridos para a realização desta monografia


buscou a importância da construção do método neste processo deste estudo. Uma
vez que, a metodologia é uma ferramenta que agrega varias funções em uma
pesquisa científica, possibilitando maior segurança ao pesquisador na hora da
delimitação de um tema, “ajuda a manter o foco da pesquisa, ajuda no modo e na
forma trabalhada, leva o pesquisador por um caminho seguro e objetivo.” (>>>>)
Assim pode-se dizer que metodologia científica consiste no estudo, na
geração e na verificação dos métodos, das técnicas e dos processos utilizados na
investigação e resolução de problemas, com vistas ao desenvolvimento do
conhecimento científico. O conhecimento científico se constrói por meio da
investigação cientifica da pesquisa utilizando-se a metodologia. (RODRIGUES,
2006).
Sendo assim, a elaboração da monografia, iniciou-se com a referência de
autores citados em uma revisão bibliográfica, para amparar a estrutura do trabalho
no desenvolver do estudo. Neste sentido, buscou-se verificar os métodos a serem
utilizados e a escolha do tema que teve como foco: O Desafio Pedagógico do
Professor diante da Indisciplina dos Alunos no Ambiente Escolar, que surgiu a partir
de uma experiência vivenciada pala pesquisadora, em um período que trabalhou no
projeto Mais Educação, e se estendeu durante o período de estágio supervisionado
no ambiente escolar.
Neste local foi observado que alguns alunos demonstravam comportamentos
fora dos padrões disciplinares, desfavorecendo o próprio aprendizado e dificultando
o trabalho do professor. A partir de tais situações vivenciadas, a pesquisadora sentiu
a necessidade de entender melhor o que levava esses alunos a serem
indisciplinados no ambiente escolar. Então foi instituída a problemática: As Práticas
38

Pedagógicas utilizadas pelo Professor em sala de aula conseguem controlar a


indisciplina dos alunos? Para responder esta problemática objetivo-se verificar se na
escola pesquisada, as práticas pedagógicas utilizadas pelos professores em sala de
aula conseguem controlar a indisciplina apresentada por alguns alunos, e assim,
entender os motivos que levam alguns discentes a serem indisciplinados.
Para fundamentar esta monografia, foi realizada uma pesquisa de campo na
escola Carlos Sarmento no distrito de Miritituba Itaituba-PA, onde foi realizada uma
entrevista dialogada, com questionários abertos, para abrir espaço aos
entrevistados, de expor suas respostas com questionamento seguro. Os
profissionais envolvidos na coleta dos dados são uma diretora e duas professoras. A
pesquisa é de cunho qualitativo, pois esta modalidade oferece maior interação entre
a pesquisadora e entrevistados. Segundo Denzin e Lincoln (2006), trabalhar com
pesquisa qualitativa envolve uma abordagem interpretativa de visão do mundo,
direcionando o que significa, e que os pesquisadores estudam em seus cenários as
coisas naturais, tentando entender os fenômenos em termos dos significados que as
pessoas a eles conferem. Contudo os fenômenos estudados facilitam um
entendimento mais preciso na percepção para o pesquisador.
Para que houvesse uma relação mais coerente entre a teoria e a realidade
da pesquisa em campo, buscou-se abordagem exploratória, pois, “define-se
pesquisa exploratória, na qualidade de parte integrante da pesquisa principal, como
o estudo preliminar realizado com finalidade de melhor adequar o instrumento de
medida à realidade que se pretende conhecer”. (PIOVESAN, TEMPORINI, p.321)
A pesquisa realizada na escola em pauta tem como finalidade investigar a
fundo as principais causas que ocasionam a indisciplina no ambiente escolar, e
assim, responder a questão que norteia este estudo, e alcançar os resultados
almejados pela pesquisadora. Para tanto, foi realizada uma atividade com alunos de
duas turmas do terceiro ano, para saber se realmente existe deficiência na
aprendizagem dos alunos que apresentam indisciplina. As atividades podem ser
verificadas no anexo do referido trabalho. Portanto, este estudo pauta-se na
realidade vivenciada na escola, onde alguns alunos não têm nenhum respeito pelo
professor e muito menos pelos seus colegas, o que pode ser percebido claramente
durante a realização da pesquisa.

4.3 Entrevista com a Diretora


39

Para melhor compreensão dos fatores que ocasionam a indisciplina no


ambiente escolar e também na tentativa de responder a questão que norteia este
trabalho de conclusão de curso, realizou-se uma entrevista com a funcionária
pública Sônia Araújo Ferreira, possui graduação em licenciatura de Pedagogia pela
Faculdade de Itaituba – FAI, e em Letras pela Universidade Federal do Oeste do
Pará - UFOPA. Está atuando na educação publica há onze (11) anos, atualmente a
professora está à frente da direção da escola pesquisada municipal Carlos
Sarmento. No decorrer da pesquisa foram realizadas nove (09) questões voltadas
para o trabalho administrativo e as práticas pedagógicas desenvolvidas na escola.
Para iniciar o diálogo com a diretora foi perguntado sobre o direcionamento
do trabalho administrativo voltado para as práticas pedagógicas. Ao assumir a
direção da escola observou de imediato, se havia indícios de alunos com mal
comportamento? A resposta foi segura por parte da entrevistada, afirmando: “Sim.
Quando assumi a direção foi visível este tipo de comportamento por certos alunos.
Muitos deles atrapalham realmente o trabalho do professor em sala de aula.”
(SÔNIA ARAÚJO FERREIRA. DEPOIMENTO COLHIDO EM JUNHO DE 2018.) Em
seguida foi questionado: Quais as ações que a escola busca para diminuir a
indisciplina no ambiente escolar? Obteve a seguinte resposta:

Bom, primeiramente comunicamos aos pais, tentamos fazer uma parceria


com eles, para que possam amenizar a situação, depois vê-se uma parceria
com a SEMED, porque lá tem uma psicóloga e a psicopedagoga, há
necessidade solicita-se que eles venham a unidade de ensino, para
intermediar a situação, conversam com os professores para ver no que
eles podem ajudar e buscar recursos para ver o que pode ser melhorado,
sempre com a parceria dos pais que é muito importante porque não adianta
a escola querer fazer tudo sozinha, porque a escola deve trabalhar e
sistematizar o que a criança já traz de casa, educar é parte da família
sempre foi e sempre será, ensinar é parte da escola, pra isso é muito
importante a presença e parceria dos pais. (SÔNIA ARAÚJO FERREIRA.
DEPOIMENTO COLHIDO EM JUNHO DE 2018.)

Na fala da diretora, ficou visível a importância da família na escola, pois,


repete varias vezes, que é impossível acabar com a indisciplina, apenas “minimizar”.
A pesquisadora ficou parcialmente insatisfeita com a resposta, pois acredita que
medidas mais favoráveis poderiam ser tomadas na própria escola, antes dos atos
indisciplinares acontecerem. Inclusive desenvolver projetos que envolva a
participação dos pais, a presença da família é suma importância no ambiente escola.
40

Nesta visão, o autor Sousa, (2008) apud Tavares (2012, p.14) diz que “é
impossível colocar à parte escola, família e sociedade, pois, se o individuo é aluno,
filho e cidadão, ao mesmo tempo, a tarefa de ensinar não compete apenas à escola,
porque o aluno aprende também através da família [...]”. O autor reforça que
realmente a família precisa estar presente na vida do aluno no ensino informal e
formal.
Para continuar com os questionamentos foi perguntado. São muitos alunos
que apresentam atitudes indisciplinares? A mesma respondeu de imediato: “Sim.
São muitos.” Com a resposta rápida da entrevistada pode-se perceber que a
indisciplina é constante no ambiente educacional, e pela feição facial da diretora,
percebe-se que esse ato causa uma grande insatisfação.
Em sequência, fez-se a seguinte pergunta. Você faz o acompanhamento
nas salas e conversa com os professores, para saber como anda o
comportamento dos alunos? A entrevistada respondeu:

Bom, essa parte ai fica com o professor que é o vice, ele fica com a parte do
pedagógico, mas, mesmo assim tentamos fazer esse trabalho juntos. Mas,
é mais trabalhada essa questão, quando somos solicitados , porque não
ficamos indo direto nas salas. Perguntamos constantemente como é que tá
a situação da turma, então o professor nos repassa. Mediante o que eles
nos falam, faz-se um acompanhamento mais próximo, temos aqueles
alunos problemas que sempre o professor nos comunica, às vezes já
conhecemos o aluno, então fala-se : “ah é fulano”. Então começa-se
trabalhar com esses alunos que são mais rebeldes. (SÔNIA ARAÚJO
FERREIRA. DEPOIMENTO COLHIDO EM JUNHO DE 2018.)

A entrevistada demorou algum tempo para responder a pergunta, e, ao


responder pareceu passar essa responsabilidade para o vice-diretor, porém se
contradiz logo em seguida dizendo que é função dos dois. Percebe-se que este
acompanhamento não existe ao não ser por solicitação do professor.
Em seguida foi perguntado. Os atos indisciplinares se manifestam
somente em sala de aula ou também pelos pátios da escola? Imediatamente a
diretora respondeu: “Infelizmente é em todo o ambiente, é dentro e fora da sala.”
Diante desta resposta obtida, pode-se concluir que esse fenômeno não acontece
somente nas salas de aulas, as aulas ministradas não é a causadora principal da
indisciplina, essa situação acontece também fora da sala.
Pode-se dizer que a criança carrega a indisciplina consigo, e por onde for
esse ato tende a se manifestar. Por esse motivo, alguns professores não podam os
41

alunos, assim são vistos como bonzinhos e permissivos, deixam que uma criança ou
um adolescente tome as rédeas e decida que bem entende. O professor não deve
ser assim. (VASCONCELLOS, 2000).
Para continuar a pesquisadora quis saber: Quais são os atos
indisciplinares mais visíveis?

Ah! O mais comum é de não atender as regras e as explicações do


professor, quando os alunos são solicitados para fazer as atividades. Então
começam as brigas entre alunos, palavrões, não querem ficar na sala de
aula, chama-se atenção de alunos que ficam correndo pelos corredores,
principalmente depois do intervalo, eles ficam bem agitados, sempre ficam
aqui pelos corredores, pelos pátios, menos dentro da sala de aula onde é
para estar. (SÔNIA ARAÚJO FERREIRA. DEPOIMENTO COLHIDO EM
JUNHO DE 2018.)

Diante desta resposta nota-se que a indisciplina é bem mais grave do que
apenas atos de desobediência, pois acaba ocasionando também a violência, o que
deixa a pesquisadora a pensar que futuro essas crianças formaram. De acordo com
a fala da diretora, os professores não conseguem manter os alunos em sala de aula,
demonstrando falta de domínio com os alunos. A autora Tavares (2012, p.11) afirma
que, “a indisciplina se faz presente nas escolas e se manifestam dentre as mais
variáveis formas [...]”. Portanto cabe aos profissionais educadores saber lidar com
esse tipo de comportamento.
Continuando a investigação foi indagado: Ao iniciar o semestre ou no
decorrer do ano letivo, os alunos são informados do regimento interno da
escola e de seus direitos e de seus deveres?

Sim! Tem-se um regimento escolar para os alunos que estudam no período


diurno, vai-se às salas de aulas, conversa-se com eles usando uma
linguagem acessível ao nível deles, pois são pequenos e não entendem
uma linguagem técnica. À noite nós temos a EJA, que precisa-se dar mais
atenção, fala-se também do regimento, tem-se que falar, tem-se que cobrar
mais, porque eles são mais rebeldes. (SÔNIA ARAÚJO FERREIRA.
DEPOIMENTO COLHIDO EM JUNHO DE 2018.)

Ouvindo esta resposta, a pesquisadora percebeu que a indisciplina não se


manifesta somente nas crianças, mas também nos adolescentes e adultos, o que
deixa bem claro que se não houver uma intervenção na infância, quando adultos
esses atos ainda se manifestarão podendo se tornar cada vez mais grave.
42

Dando sequência aos questionamentos foi questionado: As praticas


utilizadas pelos professores em sala de aula conseguem controlar a
indisciplina dos alunos? A diretora respondeu:

Infelizmente nem sempre, tanto que eles pedem ajuda, e para ajudar-los
procuramos alternativas, vê-se o aluno está assim tão indisciplinado, porque
ele não consegue desenvolver sua aprendizagem ou se é porque não
consegue acompanhar os outros colegas. Por esse motivo o aluno fica meio
revoltado, quer chamar a atenção de qualquer forma, nem sempre o
professor tenta conversar, ou às vezes não dá certo, então é a hora que o
professor procura a direção, tenta-se fazer o intermédio chamar a família e
ver o que esta acontecendo.

Infelizmente é lamentável ouvir essa resposta da entrevistada, pois com os


anos de experiência que foi relatado no inicio da pesquisa, torna-se uma fonte
confiável para dizer e afirmar esta resposta. A Diretora afirma que as práticas dos
professores não suprem as necessidades em sala, e afirma mais inda que falta
dialogo com os alunos. Neste sentido, a afirmação feita pela diretora, subentende
que às vezes os alunos estão demonstrando indisciplina por motivo pessoal e pode
estar passando por um momento difícil, ou até mesmo porque não conseguem
acompanhar a turma, o que os levam chamar atenção através da rebeldia.
Para concluir foi indagado: Você, no papel de diretora consegue observar
os motivos que levam alguns discentes a serem indisciplinados no âmbito
escolar?

Tem uns que não tem concentração mesmo, então, tem que ter cuidado
porque tem aqueles que são bem espertos e conseguem acompanhar
rápido, pegam rápido o conteúdo e fazem rápido as atividades e aproveitam
para ficar bagunçando na sala. No entanto tem-se aqueles que têm
dificuldades nos conteúdos, e quando eles não conseguem fazer ficam
zangados, querem chamar a atenção do professor, dos colegas, e começa a
indisciplina.

Este último questionamento com a entrevistada ficou visível a problemática


da indisciplina no ambiente escolar, diante de certas atitudes do educando. Se o
aluno é esperto ele pratica indisciplina, e se não consegue desenvolver a ação
cognitiva ou acompanhar o rendimento escolar dos demais colegas, também é
motivo para demonstrar tais atos. Um fator que também não pode ser esquecido, e,
deve ter mais atenção do professor, é quando o aluno não evidenciava esses atos
43

indisciplinares e de repete começa a demonstrar, ele pode estar manifestando algo


que esta acontecendo em sua vida pessoal.
Para continuar as análises da investigação em campo, onde obteve
informações com maior relevância, registra-se a entrevista com os professores.

4.3.1 Entrevista com Professor

As profissionais da educação básica, da esfera pública atuante nas


series inicias, do ensino fundamental menor, Escola municipal Carlos Sarmento,
possuem graduação em Licenciatura em Pedagogia pela Faculdade de Itaituba –
FAI. Apenas uma (01) possui Pós- graduação, em Educação especial pela
Faculdade a Distância – UNINTER. As entrevistadas já estão atuando na área
educacional entre dois a nove anos. Ressaltando que no momento todas estão
trabalhando com turmas do 3º ano, na escola pesquisada. A pedido das
entrevistadas, as identidades serão preservadas e codificadas como professora A,
professora B e professora C.
Desta forma, os dados coletados junto aos participantes consistiram no
alcance e na obtenção de maiores informações sobre o fator indisciplina escolar. Na
intenção de entender e verificar de perto a situação e a visão dos professores diante
desta problemática levou a pesquisadora indagar as três professoras, uma
abordagem com onze questões. A entrevista ocorreu em uma roda de conversa,
para facilitar o diálogo entre as partes envolvidas ao responder as questões
direcionadas a elas.
Primeiramente foi perguntado para as professoras: Os atos indisciplinares
atrapalha os conteúdos ministrados em sala de aula. Os três responderam:
“Atrapalha sim, porque tira a atenção dos demais alunos, uma vez que quando um
aluno começa a ter atos indisciplinares acaba influenciando os demais alunos.”
(DEPOIMENTO COLHIDO EM JUNHO DE 2018)
Diante desta resposta pode-se observar que a indisciplina tem poder de
influenciar os sujeitos estudantes, gerando transtorno para o professor, dificultando a
aplicabilidade de conteúdos. Continuando, foi questionado: Na opinião de vocês,
quais fatores que contribuem para a existência da indisciplina em sala de
aula? Ambos concordaram em suas respostas: “Atrapalham muito, porque tira a
44

atenção dos demais alunos, uma vez que, quando um aluno começa a ter atos
indisciplinares acaba influenciando os demais alunos”.
Pode-se observar na fala dos entrevistados, que a indisciplina tem um
grande poder de influenciar os alunos em gerar um grande transtorno dificultando a
aplicação de conteúdo. Em sequência, a pesquisadora perguntou: Na opinião de
vocês, quais os fatores considerados que contribuem para a existência da
indisciplina em sala? Responderam que: “A falta de interesse do aluno e a
ausência de acompanhamento dos pais”. Em diálogo questionou: Vocês acreditam
que esses atos indisciplinares vem de casa ou o aluno adquiri na própria
escola? Em uma só linguagem todos os professores responderam que: “Com
certeza vem de casa, porque a educação se dá em casa, onde a criança desenvolve
a sua personalidade”.
Em relevância a fala dos entrevistados, Aquino (1998), ressalta que a
indisciplina não existe somente consequência a fatores do meio sociocultural, ou
econômico, ela nasce oriunda da ausência de afetividade, como exemplo a falta dos
resgates de valores familiares. Consequentemente, influencia despertando o lado
negativo da criança.
Como pode se perceber, a “ausência da afetividade da família” reforça a
visão dos professore retratando que os alunos já trazem de casa toda essa
bagagem indisciplinar. Em relação à educação dessas crianças, a autora Reis
(2010, p.17) sublinha essa afirmação dizendo: “ […] a família tem um papel
imprescindível na vida de seus filhos; é onde acontece o desenvolvimento das
primeiras habilidades, os primeiros ensinamentos através da educação domestica na
qual o filho aprende a respeitar os outros”.
Para tanto foi indagado: A criança indisciplinada às vezes demonstra
uma reação provocada por alguma situação pessoal. Como vocês resolvem
essa situação? Os professores responderam:

P A. e B: Conversa-se com a família, pois o comportamento da criança é


um reflexo daquilo que eles presenciam em casa, muitas dessas crianças
vivem em uma família completamente desestruturada. (DEPOIMENTO
COLHIDO EM JUNHO, 2018).

P C: Um fato que colabora com a indisciplina, por exemplo: uma criança que
está sofrendo violência doméstica em casa como abuso sexual, com certeza
isso vai influenciar no comportamento dela na escola. Ela se torna mais
agressiva, respondona e até chega a cometer violência com outros alunos.
45

Digo isso, pois já presenciei essa situação (DEPOIMENTO COLHIDO EM


JUNHO, 2018).

Nas respostas dos entrevistados destaca-se a resposta do Professor C, que


relatou um fator que infelizmente esta sendo cada vez mais frequênte no município e
no país, agressão física acompanhada de violência abuso sexual. Esses fatores
interferem diretamente no comportamento da criança. Diante destas respostas vale
ressaltar, a fala da autora Tavares, (2012, p.16) voltada para a evolução da
sociedade diante da modernidade. “A sociedade moderna trouxe consigo uma nova
estrutura familiar. Há muitas famílias que não são mais compostas por pai, mãe e
filhos morando juntos na mesma casa [...]”. Sendo assim, na maioria dos casos a
desestrutura da família está afetando os filhos.
Para dar continuidade foi questionado sobre as práticas pedagógicas:.
Vocês usam metodologia diferenciada para minimizar a indisciplina nas suas
aulas? Neste caso os professores deram respostas diferentes.

P A: Não
P B: Sempre invento algumas brincadeiras, onde possa ter algum vencedor,
onde o principal objetivo é ficar comportado e se manifestar apenas quando
for falar sobre o assunto.
P C: Usa-se um pouco da conversa, chama-se o aluno para conversar e se
caso ele passar alguma coisa que está acontecendo com ele, eu chama-se
a família. (DEPOIMENTOS COLHIDOS EM JUNHO, 2018)

Como pode perceber, ouve divergência na fala dos professores. Os três


trabalham diferente em suas respostas metodológicas, cada professor tem uma
forma de trabalhar e lidar com a situação, uma vez que controlar os alunos
indisciplinados pode ser muito mais difícil do que o imaginado.
A investigação continuou com a seguinte pergunta. Com o tempo de
experiência que vocês já têm em sala de aula, como observa o comportamento
relacionado à indisciplina, se está diminuindo ou está consideravelmente
aumentando? Os entrevistados responderam com segurança: “com certeza está
aumentado, porque as famílias estão cada vez mais distantes. Isso acaba deixando
os alunos mais livres, sendo assim aproveitam para fazerem o que querem”.
(DEPOIMENTOS COLHIDOS EM, 2018)
46

Observa-se na fala dos professores, que há uma grande carência por parte
dos pais em participarem da vida escolar dos filhos, uma vez que a ausência dos
pais contribui para deixar o aluno ainda mais rebelde.
Desta forma, ao ser questionado: Qual é a colocação dos pais quando é
mencionado que seu filho apresenta um mau comportamento na escola? Os
professores responderam:

P. A e B Tem pais que apóiam o professor e corrigem seus filhos, mas têm
outros que não acreditam que seus filhos têm esse tipo de comportamento,
então eles acabam dizendo que o professor pegou implicância com seu filho
e as vezes até discutem.

P C: Alguns pais dizem que os filhos também são assim em casa, que
também aprontam, e muitos pais usam essa frase “não sei o que fazer com
esse menino, resolve à senhora professora” alguns acabam jogando essa
responsabilidade para escola (DEPOIMENTOS COLHIDOS EM JUNHO,
2018)

É notável a mudança no comportamento dos pais, a resposta dos


entrevistados ressalta novamente, pois, sobre a presença dos pais na escola, em
outros momentos quando eram chamados na escola por causa do comportamento
de seus filhos, as crianças ficavam amedrontadas e de imediato mudavam seus
comportamentos. Infelizmente na atualidade, a maioria dos pais apóia seus filhos e
criticam os professores.
Nesta premissa Indagou. A Secretaria Municipal de Educação SEMED,
dispõe de formação continuada para contribuir para conhecimento, e já foi
ofertada uma formação sobre esse assunto indisciplina? Os professores
responderam:

P A Sim. Mas não ofertaram ainda uma formação deste nível. Seria muito
importante, um suporte a mais, sempre melhora o nosso trabalho.
P B: Sim Na questão indisciplina não, mas seria muito importante que
houvesse uma formação desse tipo, até mesmo para que os professores
pudessem trocar experiência.
P C: sobre indisciplina até no momento não, já estou a quase dez anos
trabalhando e eu nunca recebi esse tipo de formação. Com certeza seria
importante se fosse ofertada uma que discutisse essa problemática. Porque
às vezes a gente fica sem saber que atitude tomar, então com uma
orientação de um especialista eu creio que agente saberia lidar melhor. Já
foi ofertada varias formações continuada sobre outras temáticas.
(DEPOIMENTO COLHIDO EM JUNHO, 2018)
47

Sabe-se que a oferta de formação continuada para os profissionais da


educação básica, passa a ser um dos prérequisitos básicos para a transformação do
conhecimento do professor. Pois, somente através do estudo, da pesquisa, da
reflexão, do constante contato com novas concepções, proporcionada pelos
programas de formação continuada garantido para os professores, para que
realmente aconteçam as possíveis mudanças. “Fica mais difícil de o professor
mudar seu modo de pensar o fazer pedagógico se ele não tiver a oportunidade de
vivenciar novas experiências, novas pesquisas, novas formas de ver e pensar a
escola.” (CHIMENTÃO, 2009, p.03)
Continuando os entrevistados foram indagados com a seguinte pergunta:
Vocês acreditam que os alunos que demonstram maior indisciplina têm
dificuldades para aprender os conteúdos ministrados? Os professores
responderam:
P A e B: Em alguns casos os alunos que apresentam esse tipo de
comportamento têm mais dificuldades, mas em outros casos os alunos que
apresentam indisciplina têm a capacidade maior de aprender do que os
alunos que apresentam ser mais passivos.

P C: Sim. Porque no momento que o professor está explicando, o aluno


esta fazendo algo para chamar atenção, como exemplo: derruba o material
do colega, quebra o lápis do outro, procura confusão com um e com outro,
então isso acaba prejudicando no aprendizado deles, porque não presta
atenção na hora da explicação e acaba se perdendo nos conteúdos.
(DEPOIMENTO COLHIDO EM JUNHO, 2018)

Diante destas respostas observa-se que a indisciplina não é a principal


responsável pela dificuldade na aprendizagem de uma criança, pois esse ato
interfere parcialmente na atenção do educando e não no aprendizado. Como pode
observar nas falas dos dois primeiros entrevistados, esse fenômeno acontece em
alguns casos, porém em outros, os alunos que apresentam este tipo de
comportamento são bem ágios nos conteúdos.
E para finalizar a entrevista foi questionado sobre os procedimentos
didáticos metodológicos: Vocês acreditam que suas práticas pedagógicas
conseguem controlar a indisciplina dos alunos? As respostas foram: A
Professora A disse: “Acredito que sim.” A professora B respondeu: Parcialmente,
como eu já mencionei uso brincadeiras para prender a atenção deles, mas tem vez
que um se revolta e não quer participar, então acabam influenciando os outros, esse
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é o pior lado da indisciplina a influência. E a Professora C meio insegura relata: “Um


pouco.” (DEPOIMENTOS COLIDOS EM JUNHO, 2018)
Ao indagar as professoras sobre as práticas pedagógicas trabalhadas no
sentido de controlar a indisciplina, observa-se que as informações relatadas sobre
essa problemática se manifestou de todas as formas, por um motivo ou outro, e
acaba deixando a comunidade escolar desorientada. Sabe-se que o professor deve
buscar práticas pedagógicas que oriente e ajuda a preparar para viver a vida em
sociedade, diante das diversas transformações sociais, econômica, políticas e
culturais. Assim o educador pode criar ou ter uma prática para controlar a
indisciplina dos alunos mediante as mudanças que ocorrem constantemente, com
isso a “[…] prática pedagógica deve ser dinâmica, a fim de preparar os alunos, para
ser agentes ativos e formativos para viver na ampla realidade social que o cerca.”
(SOUSA e SOUZA, 2012, p. 02)
Diante das afirmações das professoras, observa-se o grande desestimulo
que a indisciplina dos alunos causa, umas afirmam não fazer nada para sanar a
rebeldia, enquanto outra tenta desenvolver algumas atividades mais criativas.
Contudo, segundo as professoras os alunos não colaboram e o professor é obrigado
a parar a atividade e voltar à aula normal. Deste modo, isso acaba prejudicando no
processo de ensino/aprendizagem, uma vez que as atividades diferenciadas ajudam
a obter um maior resultado no aprendizado do aluno. Portanto, a entrevista foi
concluída, porém a problemática em questão foi respondida parcialmente, pois os
professores não demonstraram firmeza em suas respostas.

5 CONSIDERAÇÕE FINAIS

A temática O Desafio Pedagógico do Professor Diante da Indisciplina


dos Alunos no Ambiente Escolar, esta inserida no contexto indisciplinar
apresentados pelos alunos do 3º do ensino fundamental menor da Escola pública
Carlos Sarmento. Que diante do tema em pauta buscou verificar se as práticas
pedagógicas utilizadas pelos professores em sala de aula conseguem controlar a
indisciplina dos alunos. Para entender os motivos que levam a alguns discentes a
serem indisciplinados no ambiente escolar, e responder a questão norteadora do
estudo foi questionada se aplicabilidade das praticas pedagógicas utilizadas pelos
professores em sala de aula conseguem controlar a indisciplina dos alunos?
49

Sendo assim percebe-se que estes fatores são gerados pelos mais diversos
motivos, sendo eles provocados pelo próprio instinto da criança, até mesmo por
algum fator causador que leva este aluno a praticar atos indisciplinares. Quando
uma criança é trabalhada em seu ambiente familiar, podem-se obter diferentes
resultados comportamentais. Portanto, compete ao professor ensinar, pois o ser
humano aprende enquanto ensina. Na fala de Freire (1997) apud Magalhões (2015,
p.34) mostra otimista frente ao assunto abordado: “mudar é difícil, mas não é
impossível, e é a partir desse saber fundamental que vamos programar nossa ação
política pedagógica”.
Para tanto, a metodologia do estudo está amparada pela a pesquisa de
campo, com abordagem exploratória, que subsidiou um levantamento bibliográfico
nos autores utilizado na estrutura do trabalho monográfico. Desta forma, a
importância da participação de cada entrevistado enriqueceu os questionamentos
proferidos no decorrer da pesquisa. Pois foi observada a verdadeira realidade
vivenciada pelos professores no ambiente escolar, e assim, observar a grande
problemática que a indisciplina gera no ambiente escolar. Diante da aplicabilidade
de atividades realizada na sala de aula com alguns alunos, foi notório o descaso a
falta de interesse dos alunos.
No entanto, verificou-se que os professores sempre participam de formações
continuadas ampliando seus conhecimentos, para que assim possam oferecer uma
melhor qualidade de ensino para os educandos, porém estes nunca participaram de
uma formação que os ajudassem no controle da indisciplina.
Por fim, a pesquisa obteve-se a resposta para a questão norteadora que foi
respondida parcialmente de acordo as resposta dos participantes. Contudo o
resultado esperado foi alcançado diante dos objetivos propostos. Sendo assim, este
estudo não está concluído, e sim abriu novos caminhos para outros estudiosos
continuar uma nova pesquisa pautada na indisciplina escolar.
50

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NORMAS DA FACULDADE

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