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AO DOUTO JUÍZO DA ____ VARA CÍVEL DA COMARCA DE

_________, ESTADO DE _________.

NOME DA PARTE AUTORA, nacionalidade, menor, nascido em


XX/XX/XXXX, portador do RG nº ____ e inscrito no CPF nº
___________, neste ato representado por sua genitora NOME DA
GENITORA, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora do RG nº
____ e inscrita no CPF nº ___________, residente e domiciliada na
Rua ___________, nº __________, CEP: ________, e-mail
registrado como ____________, por intermédio do seu procurador
constituído (procuração anexa), vem, respeitosamente, ajuizar a
presente
AÇÃO REVISIONAL DE ALIMENTOS COM PEDIDO DE
TUTELA DE URGÊNCIA
Em face de NOME DA PARTE RÉ, nacionalidade, estado civil,
profissão, portadora do RG nº ____ e inscrita no CPF nº
___________, residente e domiciliada na Rua ___________, nº
__________, CEP: ________, e-mail registrado como
____________, pelos motivos de fato e de direito que passa a expor a
seguir.
1. DOS FATOS
Os genitores do menor, neste ato Autor, viveram juntos em união
estável por 10 anos, da data de 01/01/2010 a 01/01/2020, inclusive com
documentos que comprovam a união estável em anexo. Do
relacionamento do casal adveio o nascimento do Autor, na data de
01/01/2015.

Ocorre que o genitor vem pagando a título de pensão alimentícia ao


menor apenas o valor de R$ 300,00 (trezentos reais) mensais, tendo em
vista que se encontrava desempregado a época que começou a pagar, e o
valor nunca foi reajustado.

Contudo, ao observar as redes sociais do Réu, é possível verificar que o


mesmo é proprietário de uma grande empresa de material de
construção, cujo CNPJ consta em seu nome, bem como é sócio
proprietário de um Pet Shop de luxo, ambos nessa cidade.

Do mesmo modo, o menor necessita de maiores valores de pensão


alimentícia, pois seu médico lhe indicou para tratamento com psicólogo
e fonoaudiólogo, em razão de necessidades de saúde, no valor de R$
300,00 (trezentos reais) mensais cada, conforme documentos anexos.
Do mesmo modo, para que a genitora do menor possa retornar ao
mercado de trabalho, faz-se necessário uma cuidadora (babá) para o
Autor, no valor de R$ 400,00 (quatrocentos reais) mensais, no período
de trabalho da genitora.

Assim, levando em consideração que o valor atualmente pago pelo Réu


não supre as necessidades do menor, bem como o mesmo se encontra
em possibilidade de ofertar maior quantia, de acordo com o princípio da
razoabilidade e proporcionalidade, pugna o Autor, desde já, pela
majoração dos alimentos.

2. DA TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA DO FEITO


Inicialmente, cumpre esclarecer que a ação envolve matéria regulada
pela Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente), razão pela qual o Autor faz jus à prioridade da tramitação
da presente demanda, nos termos do art. 1.048, inciso II, do
atual Código de Processo Civil.

3. DA JUSTIÇA GRATUITA
Postula o Autor, desde já, pela concessão dos benefícios da gratuidade
da Justiça, nos termos do art. 98 e seguintes, do CPC c/c artigo 5º,
inciso LXXIV, da Constituição Federal, por não possuir condições
financeiras para arcar com as despesas e custas processuais, sem
prejuízo do próprio sustento.

4. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS


a) DA NECESSÁRIA MAJORAÇÃO DOS ALIMENTOS EM
RAZÃO DO AUMENTO DA CAPACIDADE FINANCEIRA DO
RÉU
O Código Civil, em seu artigo 1.699 estabelece a possibilidade de
majorar os valores pagos à título de alimentos nos casos de mudança na
situação financeira do alimentante e do alimentado, vejamos, in verbis:
“Art. 1.699. Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação
financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o
interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração,
redução ou majoração do encargo.”

No presente caso, não resta dúvidas de que o Réu possui ALTAS


condições financeiras, sendo-lhe possível contribuir da melhor forma
com os alimentos do filho. Isto porque, é proprietário de uma empresa
de material de construção e sócio proprietário de um pet shop de luxo
nesta cidade, conforme documentos anexos.

Vejamos também que o valor de R$ 300,00 (trezentos reais) mensais


nunca foi reajustado e é o valor que o Réu sempre pagou ao Autor desde
dois anos atrás, quando ainda se encontrava desempregado.

Portanto, todas as provas dos autos demonstram as ÓTIMAS


POSSIBILIDADES do Requerido, o que não se admite o pagamento de
apenas R$ 300,00 (trezentos reais) mensais a título de alimentos.
b) DA NECESSÁRIA MAJORAÇÃO DOS ALIMENTOS EM
RAZÃO DO AUMENTO DA NECESSIDADE ALIMENTAR DO
MENOR
Ao considerar o impacto da inflação no valor da moeda, bem como do
aumento de despesas com produtos de higiene, produtos alimentícios,
contas de água e luz, conforme comprovantes que junta em anexo, outra
alternativa não resta, senão a revisão do valor pago a título de
alimentos.

Veja-se que atualmente o Réu paga SOMENTE R$ 300,00 (trezentos


reais) mensais de pensão alimentícia ao Autor, e não paga sequer as
despesas médicas com psicólogo e fonoaudiólogo (conforme laudo
médicos anexos) e cuidadora (babá) no período em que a genitora
trabalha.

Logo, encontra-se comprovada a necessidade do menor e a


possibilidade do Réu, no que se faz necessária a revisão dos alimentos,
uma vez que a situação financeira do Requerente e do Requerido foi
completamente alterada desde a data em que começou a pagar a pensão
alimentícia até a presente data, principalmente pelas despesas do
infante.

c) DA NECESSÁRIA MAJORAÇÃO DOS ALIMENTOS EM


RAZÃO DA DESPROPORCIONALIDADE E
IRRAZOABILIDADE DO VALOR ATUALMENTE PAGO
Necessário frisar ainda, que configura motivo suficiente para a revisão
dos alimentos prestados, especialmente quando o valor pago se mostra
insuficiente para suprir a necessidade do alimentado, em observância
ao princípio da proporcionalidade e razoabilidade.

Ora, a genitora do Autor buscou, amigavelmente, elevar a quantia


acordada, não obtendo êxito, sendo obrigada a recorrer às vias judiciais
para tanto. Afinal, os Alimentos devem ser fixados com base na
capacidade do alimentante, tanto para diminuir como para elevar os
valores pactuados.
Assim entende o Superior Tribunal de Justiça:
AGRAVO INTERNO EM AGRAVO NO RECURSO
ESPECIAL. ALIMENTOS DEVIDOS A FILHO. VALOR.
BINÔMIO NECESSIDADE/POSSIBILIDADE. REEXAME.
SÚMULA N. 7/STJ. NÃO PROVIMENTO. 1. Inviável a análise do
recurso especial quando dependente de reexame de matéria fática da
lide (Súmula 7 do STJ). 2. Agravo interno a que se nega provimento.
(STJ - AgInt no AREsp: 1080071 SP 2017/0074811-2, Relator:
Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, Data de Julgamento:
16/11/2017, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe
23/11/2017). (grifos nossos).

Portanto, os valores fixados devem ser elevados para o patamar de 1


salário mínimo mensal, de acordo com os documentos que o Autor
junta em anexo e demais provas que pretende produzir.

5. DO PEDIDO LIMINAR PARA MAJORAÇÃO DE ALIMENTOS


Diante de provas suficientes a comprovar os requisitos à concessão da
majoração dos alimentos, requer seja determinada a majoração dos
alimentos, nos termos do artigo 300 do Código de Processo Civil, in
verbis:
"a tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo."
No presente caso tais requisitos são perfeitamente caracterizados,
observemos:

A PROBABILIDADE DO DIREITO resta caracterizada diante da


demonstração inequívoca da alteração das condições financeiras do
alimentante, bem como resta evidenciado o aumento das necessidades
do alimentado e a maior capacidade financeira do requerido.

Já o RISCO DA DEMORA, fica caracterizado pela necessidade diária


dos valores pleiteados, uma vez que as necessidades atuais não supridas
pelo valor pactuado, ou seja, tal circunstância confere grave risco aos
alimentandos pela demora.
Trata-se de necessidade inequívoca a ser suprida pela fixação de tal
provisão legal, face à dificuldade financeira enfrentada pela genitora da
menor.

A concessão do pedido liminar visa a garantir a observância ao binômio:


possibilidade do alimentante e necessidade do alimentando.

Diante de todo o exposto, diante da demonstração inequívoca da


necessidade do alimentando e da possibilidade do genitor, requer a
concessão imediata da majoração dos alimentos, no intuito de que seja
determinada a elevação dos alimentos fixados anteriormente, para o
patamar de 1 salário mínimo mensal.

6. DOS PEDIDOS
Ante todo o exposto, requer o Autor a este Douto Juízo:
a) Seja determinado o tratamento prioritário à presente ação, nos
termos do artigo 1.048, inciso II, do Código de Processo Civil;

b) A intimação do órgão do Ministério Público para que acompanhe o


presente feito, por se tratar de interesse de menor, nos termos do
artigo 178, II, do Código de Processo Civil;

c) A concessão da TUTELA DE URGÊNCIA, com fulcro nos


artigos 497 de 300, ambos do Código de Processo Civil para o fim de
determinar a elevação dos alimentos fixados anteriormente, para o
patamar de 1 salário mínimo mensal, o que deve ser reconhecido por
este juízo, tendo em vista, principalmente, os documentos anexos que
comprovam a verossimilhança dos fatos declinados nesta peça
processual, bem como os requisitos necessários para a concessão desta;

d) A citação do Réu para que, querendo, conteste a presente ação no


momento processual oportuno, sob pena de revelia e confissão;
e) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos,
notadamente a prova documental, testemunhal e depoimento pessoal
do Requerido, BEM COMO A QUEBRA DE SIGILO FISCAL E
BANCÁRIO DO ALIMENTANTE;

f) A total procedência da presente ação, para:


i. Determinar a majoração dos alimentos anteriormente fixados, com a
elevação dos mesmos para o patamar de 1 salário mínimo mensal;

ii. Confirmar a antecipação de tutela;

g) A condenação do Réu ao pagamento das custas e demais despesas


processuais, inclusive em honorários advocatícios sucumbenciais, que
deverão ser arbitrados por este Juízo, conforme norma do
artigo 85 do Código de Processo Civil;

h) A concessão do benefício da justiça gratuita, por ser a parte Autora


pessoa sem condições de arcar com as custas, honorários advocatícios e
demais despesas processuais, sem prejuízo ao sustento próprio e de sua
família, consoante declaração e provas anexas;

i) Manifesta-se a parte Autora sobre seu interesse na realização de


audiência de conciliação ou mediação, nos termos do
artigo 319, VII do Código de Processo Civil.

Dá-se à causa o valor de R$ 10.944,00

(Obs.: O valor da causa na revisional de alimentos é a diferença do valor


que você quer para o valor atualmente pago, multiplicado por 12 meses.
Como no caso do exemplo o Autor quer 1 salário mínimo, ou seja, R$
1.212,00, e o Réu somente paga R$ 300,00, há uma diferença de R$
912,00, que multiplicado pelos 12 meses, corresponde a R$ 10.944,00).
Nestes termos, pede e espera deferimento.

Local _____, data _______

Nome do Advogado _____,

OAB/UF ____
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Fique a vontade para ler também outro modelo de petição e


alguns artigos meus:
✅ Modelo de petição inicial: modificação de guarda e exoneração de
alimentos

✅ [Modelo de peça]: Apelação – cerceamento de defesa por


indeferimento de prova - acidente de trânsito

✅ Modelo de petição inicial: ação de indenização por danos morais


[Atualizado 2021]

✅ Meu nome foi negativado indevidamente, e agora?

✅ Como NÃO cair em golpe do WhatsApp e o que fazer se caiu

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REFERÊNCIAS
BRASIL. Código Civil. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada
.htm Acesso em 01/01/2022.
BRASIL. Código de Processo Civil. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13
105.htm Acesso em 09/01/2022

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