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Replica A Contestacao Mercado Livre
Replica A Contestacao Mercado Livre
DA XXX
Processo nº xxxxxxxxxxxxxxxxxx
Além do mais, o que NÃO SE PODE EXIGIR, É QUE TAIS INICIATIVAS INVESTIGATIVAS
DE LESÃO AO DIREITO E DE RESPONSABILIZAÇÃO PARTAM DOS CONSUMIDORES,
tendo em vista a complexidade da cadeia distributiva a qual perpassam os seus pedidos,
sob pena de o direito de ação tornar-se inexequível, ante a gama de fases e
procedimentos adotados pelo comércio em geral, em especial o e-commerce, até que o
produto chegue ao seu destinatá rio final.
Os Réus, por sua vez, nã o trouxeram aos autos qualquer elemento substancial que
impedisse, modificasse ou extinguisse o direito do Autor, ao contrá rio, limitam-se a
sustentar a inexistência de responsabilidade sobre o evento e a ausência do dever
indenizató rio, contrariando a teoria do risco do negó cio, posto que, INTEGRAM A CADEIA
DISTRIBUTIVA DE FORNECEDORES.
Resta, portanto, caracterizada, na hipó tese presente, a responsabilidade do fornecedor de
serviços pelo dano causado ao consumidor, assim como a extensã o do dano material e
moral, pela prova dos autos.
A propó sito, sã o precedentes do Egrégio TJRJ:
APELAÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL. COMPRA DE PRODUTO VIA INTERNET. NÃO
RECEBIMENTO DO PRODUTO. Revelia da empresa vendedora. Sentença de parcial
procedência do pedido. Inconformismo do autor. Responsabilidade solidária do
Provedor de acesso. Provedor que mantém site de intermediação de negócios
aproximando, interessados na realização de negócios pela rede mundial de
computadores e não, simplesmente, a busca de informações. Intermediação de
negócios, com base na lista de produtos e fornecedores informados, levando em
conta a avaliação veiculada desses produtos e fornecedores, de onde decorre a
Solidariedade pela reparação dos danos (arts. 7º, parágrafo único, e 25, § 1º, da Lei
n.8078/9). Provimento do recurso. (TJRJ, 0200249-18.2007.8.19.0001 - APELACAO -
DES. KATYA MONNERAT - Julgamento: 30/03/2011 – SETIMA CÂMARA CIVEL)
0083558-10.2010.8.19.0002 - APELACAO - DES. CHERUBIN HELCIAS SCHWARTZ -
Julgamento: 16/02/2012 - DECIMA SEGUNDA CÂMARA CIVEL - APELAÇÃO CÍVEL.
RESPONSABILIDADE CIVIL. PROVEDOR DA INTERNET. SITE DE COMPRAS MERCADO
LIVRE. CONSUMIDOR. AQUISIÇÃO DE CELULAR. INTEGRAÇÃO DA CADEIA
DISTRIBUTIVA. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. DEVER DE INDENIZAR PELOS
PREJUIZOS DECORRENTES QUANTO AO RISCO DO EMPREENDIMENTO. DANO MORAL
E MATERIAL CONFIGURADOS. O fornecedor que oferta ao consumidor uma lista de
sites indicados para compra, no qual constam produtos que esse deseja adquirir,
integram a cadeia distributiva de fornecedores, os quais respondem solidariamente
pelo fato do produto ou do serviço. Revela-se abusiva a cláusula que exime de sua
responsabilidade por defeitos, nos termos do art. 25, § 1º do CDC. Recurso ao qual
conheço, dando-lhe provimento para reformar a sentença, nos termos do art. 557, §
1º do CPC.Decisão Monocrática - Data de Julgamento: 16/02/2012
A contestaçã o, menciona ainda:
Nas compras eletrô nicas o interessado nã o tem como ver o produto in loco, o site no qual o
produto é oferecido deve garantir o negó cio. Esta atividade de intermediaçã o gera lucro,
uma vez que o site cobra pelos serviços prestados, seja pelo anú ncio, seja com base em
percentual sobre a negociaçã o efetivamente concluída, ou mesmo em publicidade.
Sobre o tema, o Tribunal de Justiça de Sã o Paulo entendeu pela responsabilidade do site
Mercado Livre quanto a nã o entrega do produto vendido, por se tratar de um serviço
defeituoso prestado ao adquirente, CONSIDERANDO, INCLUSIVE, NULA A CLÁUSULA DE
EXONERAÇÃO DE RESPONSABILIDADE IMPOSTA PELO MERCADOLIVRE EM
CONTRATO. Nas palavras do Desembargador Relator, "portanto, ainda que se aceite a
posição da ré de mera intermediária, é imperioso reconhecer que a sua atividade criou
ambiente e condições ao dano sofrido pela autora, aproximando o vendedor desonesto
do consumidor. Não fosse a atividade da ré a autora não teria estabelecido relações
com o vendedor do bem. O risco é da ré porque ela teria proveito desse negócio"
(Tribunal de Justiça de São Paulo, Apelação n.º 1221137-0/1, 26ª Câmara de Direito
Privado, Rel. Carlos Alberto Garbi, j. 04.02.2002.).
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Exemplos
Ao se associar a outras empresas para oferecer produtos, se coloca em situaçã o de
solidariedade com estas, na forma do pará grafo ú nico do art. 7º do C.D.C.
Insta salientar que embora o AUTOR tenha liberado o pagamento antes da entrega da
mercadoria, a RESPONSABILIDADE DAS RÉ S se mantém pela hipossuficiência do Autor, ora
consumidor, e pelo fato de que o site possibilita que o vendedor somente entregue a
mercadoria apó s a liberaçã o do pagamento, o que se presume ser de conhecimento e
concordâ ncia do “Site”, Mercado Livre.
Assim, não houve fato exclusivo do consumidor e/ou de terceiro, posto que o
MERCADOLIVRE ao se associar a este terceiro e permitir a contratação, tal como se
deu aumentou os riscos inerentes ao negócio, que participa e aufere lucros. Assim,
trata-se de fortuito interno, devendo arcar com os riscos do empreendimento. Em se
tratando de relação consumerista, a cadeia de fornecedores responde
solidariamente pelo inadimplemento contratual.
De outra banda, ainda que levando em consideraçã o a hipó tese ventilada pelas Rés,
segundo a qual, o depó sito efetuado pelo Autor, teria contrariado a recomendaçã o do "Site"
corroborando para a realizaçã o do dano, ainda assim, nã o seria de forma exclusiva, haja
vista que o MercadoLivre deu meios para a celebraçã o da avença, criando o risco para o
consumidor. Senã o vejamos:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo em vista todas as informaçõ es expostas, incluindo aquelas minuciosamente
descritas na peça inicial, nã o resta qualquer dú vida que, no tocante à responsabilidade civil,
o MercadoLivre encontra-se sujeito as regras disciplinadas no Có digo Brasileiro de Defesa
do Consumidor, pois o site é figurado como fornecedor dos produtos comercializados
através de sua plataforma de e-commerce. Dessa forma, qualquer pessoa lesada, ao
adquirir bens através do MercadoLivre, tem amparo legal para ajuizar açã o cível diante do
poder judiciá rio e pedir ao site o ressarcimento pelos danos sofridos.
Esta posiçã o que situa o MercadoLivre como fornecedor encontra sustento na Teoria do
risco e nas qualidades do consumidor ante as relaçõ es de consumo, sejam estas a
vulnerabilidade e a hipossuficiência pois, ao analisar estes tó picos em conjunto, o Có digo de
Defesa do Consumidor define que, numa relaçã o de comércio, quem se coloca em posiçã o
de risco é o fornecedor, logo, é este quem deve privar pela efetiva concretizaçã o da venda,
sem prejuízo a nenhuma das partes.
ISTO POSTO,
Verifica-se que os argumentos expendidos pelas Contestantes sã o carentes de amparo legal
e desprovidos de fundamentos jurídicos, ficando impugnada, desde logo, a prova
documental, que nã o guarda fundamento com os preceitos legais, em especial, com o
Có digo Consumerista, sendo fato alheio e inoportuno, com intuito de protelar o andamento
do presente feito.
Ante ao exposto, reiterando os termos da inicial, deve a presente contestaçã o ser repelida
"in totum", por nã o trazer a realidade dos fatos, o que, no mais, será suprido pelo notá vel
saber jurídico de V. Exa.
Considerando que a controvérsia abarca matéria exclusivamente de direito, e que a matéria
de fato, encontra-se comprovada pelos documentos apresentados, nã o dependendo de
produçã o de outras provas em audiência, requer o JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE.
Espera o Autor pela procedência do feito, com a condenaçã o dos Requeridos ao ô nus da
sucumbência.
Termos em que
Pede Deferimento
OAB/RJ