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Tratamento cognitivo-comportamental para obesidade

A obesidade é uma doença crônica que pode vir acompanhada de grande estresse
psicológico, causado tanto pela associação a outras doenças (diabetes,
hipertensão, osteoartrite, doença arterial coronariana), quanto pelo estigma social
conseqüente ao excesso de peso. O grande número de indivíduos refratários aos
sucessivos tratamentos e a elevada taxa de recidiva justificam a necessidade de
uma abordagem particularizada e multidisciplinar da doença.

Neste contexto, o uso de tratamento comportamental aplicado em conjunto com


técnicas cognitivas – a chamada terapia cognitivo-comportamental – vem se
mostrando como um auxiliar para o controle de peso. Trata-se de uma intervenção
semi-estruturada, objetiva, orientada por metas e prioritariamente voltada para o
presente e o futuro. Aborda fatores cognitivos, emocionais, comportamentais e
interpessoais no tratamento da obesidade. O objetivo é implementar estratégias
que auxiliam no controle e na manutenção do peso perdido, baseando-se na
análise e na modificação de comportamentos disfuncionais associados ao estilo de
vida do paciente.

Entre os pacientes em tratamento para emagrecer, a prevalência de compulsão


alimentar pode atingir 50%.

Um dos objetivos do uso das técnicas comportamentais é que o paciente consiga


identificar os estímulos que antecedem o comportamento compulsivo, bem como
situações que facilitam a não aderência ao tratamento e, conseqüentemente, seu
insucesso. As estratégias cognitivo-comportamentais utilizadas visando à
modificação de hábitos prejudiciais são:

1. Auto-monitoramento: consiste na confecção de diários alimentares, nos


quais o próprio paciente registra a sua ingestão alimentar diária, os
episódios de compulsão e os prováveis eventos desencadeantes. Combinado
com técnicas cognitivas, o auto-monitoramento pode ser útil para registrar
pensamentos equivocados a respeito do comer, do peso e do aspecto
corporal;
2. Abordagem da auto-estima: modificação de crenças associadas à
inferioridade e auto-imagem negativa;
3. Estímulo aos exercícios: os pacientes são encorajados a gastar pelo
menos 1.000kcal por semana em atividades físicas não programadas (por
exemplo: andar ou pedalar em vez de dirigir curtas distâncias) ou exercícios
programados;
4. Solução de problemas : permite aos pacientes a identificação das
potenciais barreiras para o sucesso do tratamento, selecionando e
implementando soluções que neutralizem tais problemas;
5. Controle de estímulos: utilizada para modificar situações que antecedam o
comportamento disfuncional. Esta técnica consiste em evitar condições que
facilitem a alimentação excessiva, como, por exemplo, não manter em casa
grande quantidade de alimentos que devam ser ingeridos de forma restrita
no início do tratamento;
6. Suporte social: engloba o apoio de familiares, de amigos e de grupo
(terapêuticos, educacionais ou de auto-ajuda);
7. Prevenção da recaída: organização de um plano de manutenção das
estratégias aprendidas ao longo do processo da terapia e revisão periódica
do mesmo após o término do tratamento.

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